A Psicopatia e Sua Influência No Direito Penal Brasileiro
A Psicopatia e Sua Influência No Direito Penal Brasileiro
A Psicopatia e Sua Influência No Direito Penal Brasileiro
Emanuel sousa
2024
Introdução
Comportamento Antissocial: Inclinação a violar normas sociais e leis, desrespeitando os direitos alheios.
No direito penal brasileiro, a psicopatia levanta questões complexas sobre a imputabilidade e a aplicação de penas. A
análise jurídica da psicopatia envolve os seguintes aspectos:
A imputabilidade penal é a capacidade do indivíduo de entender o caráter ilícito de sua conduta e de agir conforme
esse entendimento. O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 26, estabelece que:
Doença Mental: Indivíduos com desenvolvimento mental incompleto, retardado ou portadores de doença
mental podem ser considerados inimputáveis, podendo ter sua pena substituída por medidas de segurança.
A psicopatia, no entanto, não é considerada uma doença mental no sentido estrito, mas um transtorno de
personalidade. Isso implica que, na maioria dos casos, psicopatas são considerados imputáveis, pois são capazes de
entender o caráter ilícito de seus atos, embora não sintam remorso ou culpa.
Para psicopatas considerados perigosos, o sistema penal pode aplicar medidas de segurança, como internação em
hospitais de custódia e tratamento psiquiátrico. Essas medidas visam a proteção da sociedade e a tentativa de
reabilitação do indivíduo, embora a eficácia no tratamento de psicopatas seja frequentemente questionada.
A aplicação das leis em casos envolvendo psicopatas enfrenta diversos desafios, incluindo:
Periculosidade e Reincidência: Psicopatas têm maior propensão à reincidência criminal, o que demanda
estratégias específicas de monitoramento e controle.
Tratamento e Reabilitação: A eficácia das medidas de segurança e dos tratamentos oferecidos aos psicopatas
é limitada, o que dificulta a reintegração desses indivíduos na sociedade.
Para melhorar a abordagem do direito penal em relação à psicopatia, algumas propostas podem ser consideradas:
Capacitação de Profissionais: Treinamento de juízes, promotores e advogados para lidarem com casos
envolvendo transtornos de personalidade.
Conclusão
A psicopatia representa um desafio significativo para o direito penal, exigindo uma abordagem multidisciplinar que
integre conhecimentos jurídicos e psicológicos. Embora o sistema penal brasileiro contemple mecanismos para lidar
com indivíduos diagnosticados como psicopatas, ainda há muito a ser feito para garantir a proteção da sociedade e a
justa aplicação da lei. A capacitação de profissionais e o aprimoramento de laudos periciais são passos essenciais para
uma resposta mais eficaz a essa complexa questão.
Referências
2. Hare, Robert D. Without Conscience: The Disturbing World of the Psychopaths Among Us. New York: The
Guilford Press, 1999.
3. Silva, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros, 2018.
4. Greco, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Geral. Rio de Janeiro: Impetus, 2020.
5. Trindade, Jorge. Psicopatia e Crime: Uma Análise Psicocriminológica. São Paulo: Saraiva, 2016.
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