ASSIS MOURA, Maria Theresa Rocha De. Justa - Causa para A Ação Penal
ASSIS MOURA, Maria Theresa Rocha De. Justa - Causa para A Ação Penal
ASSIS MOURA, Maria Theresa Rocha De. Justa - Causa para A Ação Penal
O conceito de justa causa não é unânime. Segundo a autora, deve ser diferente
daquele atribuído ao instituto nos demais ramos do Direito. Ainda assim, a ideia
de justa causa como óbice, amparo, proteção contra o abuso de direito, está
mantida no direito processual penal.
Justa Causa não é igual à causa legal. A Justa Causa, em sentido processual
penal, é, portanto, para a autora, “a causa conforme o ordenamento jurídico”
ou a causa “secundum ius”. E, por ordenamento jurídico, deve-se entender sua
conformidade com a Constituição, Tratados Internacionais de Direitos Humanos,
Leis Ordinárias, Princípios Gerais do Direito e, até mesmo, a Analogia.
Importante destacar que, para a Autora, não se trata de um conceito absoluto ou,
até mesmo, casuístico, mas de um conceito-limite, a partir do qual é possível
examinar o caso concreto dentro do amplo leque e hipóteses ensejadoras de falta
de justa causa, seja em relação à prisão, ao exercício da ação penal ou à própria
condenação.
A pergunta que deve ser feita é: há, segundo a ordem jurídica vigente, causa
legítima para a coação processual? Se não houver, falta justa causa e é passível
de impetração de habeas corpus.
A Autora concorda com Paula Bajer Fernandes Martins da Costa de que a ação
penal pública não precisa da possibilidade jurídica do pedido enquanto condição
da ação, pois os mecanismos do ordenamento jurídico não suportam o pedido
juridicamente impossível e a atipicidade narrativa. Para a Autora, a tipicidade ou
não integra o juízo de legitimidade da acusação. Se faltar, possibilita o
trancamento da ação penal por falta de Justa Causa.
Como o Estado não pode impor a pena senão pela via jurisdicional (nulla poena
sine iudicio), fala-se que o interesse-necessidade sempre está presente. Tornando-
se desnecessária a sua avaliação, pois está implícito.