PENTECOSTALISMO
PENTECOSTALISMO
PENTECOSTALISMO
Curso: Teologia
PENTECOSTALISMO
SUMARIO
1. Introdução
2. Influência do pentecostalismo Norte-Americano
3. Pentecostalismo e o Movimento Carismático
4. Surgimento do Pentecostalismo Moderno
5. Pentecostalismo no Brasil
6. Néo-Pentecostalismo
7. Conclusão
A Origem do Pentecostalismo - Sua História no Mundo e no Brasil
1. INTRODUÇÃO
O início
Para analisarmos o começo do Pentecostalismo Moderno precisamos entender o
cenário onde ocorreu o seu surgimento e compreender a influência do contexto norte-
americano propício para dar espaço e prosperidade ao movimento.
Os Pré-Pentecostais
Com o início do avivamento americano evidenciado nas pregações de Wesley e de
pregadores de inspiração holliness, a partir da metade do Século XIX, deu-se o começo da
busca do batismo com o Espírito Santo, tendo como base a tradição mística católica e o
pietismo alemão que apresentava um cristianismo prático com métodos e formas devocionais
de se obter santificação e crescimento espiritual acessíveis a todos os fiéis após a conversão.
Vemos também outros movimentos precursores do pentecostalismo com o reavivamento
anglo-saxão. Entendemos então que o Movimento Pentecostal foi uma continuidade de outros
movimentos de retorno ao cristianismo prático com ênfase no avivamento espiritual
culminando no início do Século XX com o seu aparecimento público na rua Azuza com
Seymour.
Rua Azuza
William Seymour era um dos alunos de Charles Parham no Colégio Betel, que por
causa do racismo de Parham, assistia as aulas no corredor próximo à sala , por ser de cor negra.
Filho de ex-escravos , Seymour com 36 anos de idade foi o canal de Deus para o grande
reavivamento pentecostal ocorrido em abril de 1906, na rua Azuza, bairro negro de Los
Angeles na Califórnia. Usando um templo abandonado de uma igreja Metodista Negra
Africana, Seymour divulgou a doutrina da atualidade dos dons espirituais, principalmente o
falar em línguas estranhas. Não demorou muito e começaram a surgir as manifestações
espirituais dos dons como profecias, curas divinas, milagres e também a glossolalia. A partir de
então a Igreja da Rua Azuza e aquele pregador negro, passaram a serem chamados de “uma
nova seita de fanáticos” de origem protestante. A imprensa e a igrejas tradicionais, que
consideravam o que estava acontecendo, como fanatismo religioso passou a censurar os
acontecimentos. Mesmo assim o movimento crescia espantosamente, recebendo o nome
originário Colégio Betel de Parham, de Missão Apostólica da Fé. Essa ligação com Parham
trouxe grandes divisões no movimento em virtude de acusações de sodomia em 1907, que
pesavam sobre o mesmo, e a proximidade com Seymour fez com que líderes, de importância
nesse cenário, abandonassem a liderança espiritual de Seymour , surgindo as primeiras
dissidências, enfraquecendo o movimento, Outro motivo para as divisões , foi o racismo entre
os membros pentecostais brancos em relação aos membros negros, originário também em
Parham. Dessas questões nasceu a denominação Assembléias de Deus nos Estados Unidos
formada por cristão pentecostais de cor branca, sem ligação alguma com a Assembléia de Deus
que foi criada no Brasil por Gunnar Vingren e Daniel Berg.
As divisões e oposições trouxeram o declínio de William Seymour, mas a sua
mensagem continua a arder em todo o mundo, soprada pelo Espírito Santo de Deus.
A propagação
Sendo de origem negra africana e filho de ex-escravos, Seymour conseguiu atrair todos
que se sentiam como, estrangeiros, excluídos ou desterrados, que viam nas igrejas “Holiness-
Pentecostais” a construção de um sentido para a vida, mesmo em condições raciais
extremamente injustas. Isso fez com que o movimento crescesse alcançando as camadas
sociais mais baixas, trazendo em si traços de várias culturas como a africana, indígena e
protestante. Vemos então que o contexto social, cultural, econômico e religioso norte-
americano influenciou na propagação do pentecostalismo no país, alcançando outras como no
mundo inclusive Europa, África, Américas do Sul e Central.
Com a manifestação do Espírito Santo nos moldes de Atos 2, surgiu uma grande
efervescência no campo religioso atraindo fiéis principalmente da Europa, que interessados nos
acontecimentos da América, visualizavam para confirmarem as notícias e fatos que se ouviam
sobre o movimento pentecostal nos EUA. Vendo de perto e confirmando os acontecimentos,
esses fiéis foram influenciados pelo que de Los Angeles se espalhava por todo o país, e
transformaram-se em missionários pentecostais desejosos de levar a doutrina a outros lugares e
outros países, conforme Deus os direcionavam. O ardor missionário cresceu sobremaneira,
surgindo os missionários “de passagem só de ida” diferentes dos que eram mantidos pelas
agências missionárias que recebiam todo o sustento necessário. Eles saiam somente com a
passagem de ida, sem saberem o que lhes aguardavam em seu destino. Dessa muitos foram
enviados a diversos países, levando a mensagem do grande avivamento espiritual ocorrido nos
EUA, assim o pentecostalismo atingiu todos os continentes.
5. PENTECOSTALISMO NO BRASIL
O movimento pentecostal que chegou ao Brasil entre1910 e 1911, veio dos Estados
Unidos, com origem no despertar missionário à partir da rua Azuza em 1906, como já vimos.
Missionários foram enviados da América do Norte e aportaram no Brasil trazendo o
compromisso da evangelização e divulgação da doutrina pentecostal. O primeiro deles foi o
presbiteriano Louis Francescon, que se dedicou a evangelizar as colônias italianas no sul e
sudeste, criando a Congregação Cristã no Brasil. Logo depois chegaram os missionários
batistas, originários da Suécia, Daniel Berg e Gunnar Vingren que aportaram em Belém-PA e
ali, iniciaram a Igreja Assembléia de Deus, direcionando as suas atenções a pregar a Palavra de
Deus no Norte e Nordeste, a principio recebeu nome de Missão Apostólica da Fé,
posteriormente mudada em 1918 para Assembléia de Deus.
Mesmo com origens nos EUA o pentecostalismo brasileiro tem suas peculiaridades e
diferenças em suas diversas ramificações. Existem grupos que sequer consideram irmãos entre
si, como a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã. O divisionismo também gerou a
formação de diversas denominações e segmentos. Para entendermos essas diferenças é preciso
conhecer as suas vertentes surgidas no decorrer da história, para tanto os relacionamos à
seguir.
Pentecostalismo Clássico
Primeira vertente que reproduziu no Brasil uma tipologia norte-americana do
pentecostalismo, que abrange o período de 1910 à 1950. Esse é o tempo decorrido de fundação
e domínio pentecostal de duas denominações criadas a partir de envio de missionários vindos
dos EUA. São elas Assembléia de Deus e Congregação Cristã no Brasil, que se espalharam por
todo o território nacional. Caracterizavam-se fortemente pelo anticatolicismo, sectarismo
radical (principalmente a segunda) e por um ascetismo que rejeitava valores do mundo e
defendia a plenitude da vida moral santa. As divisões começaram em 1930, com a criação da
Igreja de Cristo, e dois anos depois a Igreja Adventista da Promessa, formada por dissidentes
da Assembléia de Deus. Em 1940 surgiu a Igreja do Avivamento Bíblico originária de cisões
de metodistas paulistanos.
6. NÉO-PENTECOSTALISMO
A terceira vertente é o Neo-pentecostalismo, com início na metade dos anos 70. São
igrejas fundadas por brasileiros que, influenciados por movimentos norte-americanos,
começaram suas denominações com características diferentes das vertentes anteriores. Nesse
temos a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo.
A Igreja Internacional da Graça de Deus, por R.R. Soares, também a Comunidade Sara
Nossa Terra e Renascer em Cristo, como as principais. Elas utilizam intensamente a mídia para
propagar seu movimento que tem como principal pregação a chamada “teologia da
prosperidade”. Funcionam em organização como uma empresa.
7. CONCLUSÃO
O Pentecostalismo iniciado em Jerusalém no dia de Pentecoste e registrado em Atos 2,
rompeu os séculos e hoje está mais pungente e fazendo-se cumprir a palavra do Apóstolo
Pedro:”Porque a promessa diz respeito a vós, vossos filhos e a todos os que o estão longe, e a
todos quanto Deus o nosso Senhor chamar.” Atos 2.39
Completamos cento e um anos do pentecostalismo no Brasil, portanto é momento de
refletirmos sobre origem do Batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais, estabelecidos
por Jesus Cristo na Igreja primitiva e entendermos que as manifestações do Espírito Santo
confirmam a urgência da igreja em propagar a mensagem do Evangelho, pois para isso o
Senhor os destinou: “ Mas recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós, e ser-
me-eis testemunhas... até os confins da terra.” Atos 1.8
Referências
[1] Ver http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm.
[2] Ver LOPES, Augustus Nicodemus. Paulo e os “espirituais” de Corinto. Fides
Reformata 3/1 (jan.-jun. 1998), p. 88-109.
[3] Por exemplo, Calvino escreveu uma obra intitulada “Contra a seita fantástica e furiosa dos
libertinos que são chamados espirituais” (1545). Lutero costumava referir-se a eles com o
termo Schwärmer, que lembra um enxame de abelhas esvoaçando confusamente em torno
da colméia.
[4] Ver MATOS, Alderi S. Edward Irving: precursor do movimento carismático na igreja
reformada. Fides Reformata 1/2 (jul.-dez. 1996), p. 5-14.
[5] CAMPOS, Leonildo Silveira. As origens norte-americanas do pentecostalismo brasileiro:
observações sobre uma relação ainda pouca avaliada. Revista USP, n° 67 (set.-nov. 2005),
p. 100-115.
[6] Ver DAYTON, Donald W. Theological roots of Pentecostalism. Peabody, Massachusetts:
Hendrickson, 1991 (1987).
[7] Ibid., p. 50.
[8] Ibid., p. 54. Dayton afirma: “O metodismo iria encontrar o seu verdadeiro destino na
América” (p. 63).