PENTECOSTALISMO

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UNICID – Universidade Cidade de São Paulo

Graduação EAD – CNPJ. 43.395.177/0001-47


R. Cesário Galeno, 448/475 – São Paulo-SP.

Curso: Teologia

Lucinda P. de Queiroz Machado

PENTECOSTALISMO

Santa Bárbara d’Oeste-SP. - 2021


A Origem do Pentecostalismo - Sua Históra no Mundo e no Brasil

SUMARIO

1. Introdução
2. Influência do pentecostalismo Norte-Americano
3. Pentecostalismo e o Movimento Carismático
4. Surgimento do Pentecostalismo Moderno
5. Pentecostalismo no Brasil
6. Néo-Pentecostalismo
7. Conclusão
A Origem do Pentecostalismo - Sua História no Mundo e no Brasil

1. INTRODUÇÃO

Pentecostalismo é um movimento do Cristianismo que tem em sua base a experiência


direta e pessoal com Deus através do Batismo no Espírito Santo.
Quando falamos de Pentecostalismo relatamos algo característico do Século XX, mas
precisamente ao avivamento ocorrido a mais de um século na Rua Azuza, Los Angeles, EUA,
conforme a maioria das literaturas acerca do assunto. No entanto, aprofundando mais no tema,
podemos ver que o fenômeno pentecostal começou, conforme o livro de Atos dos Apóstolos
no capítulo dois (2), onde vemos o cumprimento da promessa de Jesus Cristo que derramaria
do Espírito Santo sobre todos os seus discípulos que, em oração, aguardassem o sinal. E isso
aconteceu na Festa do Pentecostes exatamente após cinqüenta dias da morte de Jesus. Fato
identificado nas Escrituras Sagradas como “batismo com o Espírito Santo”, tendo como
evidência o fenômeno da “glossolalia” (falar em línguas estranhas). Nasce então o Movimento
Pentecostal, mais conhecido como pentecostalismo clássico que se espalhou à medida que a
pregação o Evangelho foi se expandindo por todo o mundo de então.
A história do Pentecostalismo nos mostra que o batismo com o Espírito Santo com o
sinal que o evidenciava, que era o falar em outras línguas, sempre esteve presente na igreja
durante toda sua existência. Apesar de alguns períodos de tempos, haver sempre alguém que
afirmasse não existir mais essas manifestações e até mesmo dizer que, os cristãos já teriam
abandonado esses carismas do Espírito. Essas declarações fizeram com que muitos não mais
buscassem, nem ensinassem acerca da do Pentecostalismo, tornando mais escassas os registros
históricos de sua existência entre os cristãos.
Mas com o retorno às Escrituras Sagradas, após um longo período de travas do
conhecimento bíblico, em virtude da Reforma Protestante no Século XVI, houve grandes
avivamentos na igreja, através de homens levantados por Deus para esse fim, entre eles; João
Calvino, Jonh Knox. Conde Zinzendorf (no sec.18 ocorreu o avivamento Morávio), Jonh
Wesley (o grande reavivamento na Inglaterra), Charles Wesley e George Whiterfield
(Reavivamento Americano com Jonathan Edwards). No entanto nenhum desses eventos foi
denominado como pentecostal, pois o termo só foi usado a partir do século XX , precisamente
em 1901 por Charles Parham e 1906 com William Seymour no Avivamento da Rua Azuza.
A partir desses eventos se desenrola a história do Avivamento Pentecostal Moderno, de
onde se originou o pentecostalismo brasileiro.

2. INFLUÊNCIA DO PENTECOSTALISMO NORTE-AMERICANO


Discorrerá nessa exposição sobre o início do movimento nos Estados Unidos, seus
principais protagonistas e o espantoso crescimento do movimento até os dias atuais, a
influência norte-americana na formação do Movimento Pentecostal no Brasil, suas
transformações ocorridas no decorrer desses mais de cem anos, conhecendo também um pouco
das mudanças que aconteceram no cenário das denominações evangélicas surgidas nesse
período.
Será demonstrado também que embora o Pentecostalismo não revele ou demonstre, ele
tem alimentado esperanças e renovado as forças de dezenas de milhares de pessoas que
experimentaram o Batismo com Espírito Santo e se envolveram com o movimento.
Esse trabalho tem como base o artigo “As origens norte-americanas do pentecostalismo
brasileiro: observações sobre uma relação ainda pouco avaliada”, de Leonildo Silveira
Campos, publicado na Revista USP, nº 67 de 2005.

3. PENTECOSTALISMO E MOVIMENTO CARISMÁTICO


O Pentecostalismo e seus seguidores denominados Pentecostais tendem a ver que seu
movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que
foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o
termo Apostólico ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento.
O pentecostalismo é um termo amplo que inclui uma vasta gama de diferentes
perspectivas teológicas e organizacionais. Como resultado, não existe nenhuma organização
central ou igreja que dirige o movimento. Os pentecostais podem ser inseridos em mais de um
grupo cristão, indo do trinitariano(que acredita no Pai, Filho e Espírito Santo) até o não
trinitariano. Muitos grupos pentecostais são afiliados à Conferência Mundial Pentecostal.

A ênfase do pentecostalismo sobre o charisma o coloca dentro do cristianismo


carismático, um enorme agrupamento de cristãos que tem aceitado alguns ensinamentos
pentecostais sobre o batismo no Espírito e dons espirituais. O pentecostalismo não está
teologicamente e historicamente próximo ao Movimento Carismático (Igreja Católica
Romana), porque o pentecostalismo influenciou significativamente o movimento carismático,
que às vezes os termos, pentecostal e carismático são usados como sinônimo. Todo o
movimento pentecostal no mundo inclui cerca de 590 milhões de pessoas aproximadamente.

4. SURGIMENTO DO PENTECOSTALISMO MODERNO


Conhecendo como surgiu o movimento religioso mais importante do Século XX, visto
que, em pouco mais de 100 anos de existência conta com cerca de 500 milhões de crentes que
professam o Batismo com o espírito Santo nos moldes ocorridos em Atos dois em todo o
mundo, poderemos entender um pouco mais sobre sua evolução na origem e a sua expansão
em todos os continentes.
O Pentecostalismo Moderno nasceu em 1901, como veremos mais adiante, e desde o
seu aparecimento público em 1906, sofreu rupturas e transformações durante a sua existência,
gerando hoje diversas variantes do movimento no mundo e principalmente no Brasil, que é o
nosso objeto de estudo. É verdade que desde a sua evolução a partir de 1906 na Rua Azuza,
EUA, com seus 115 anos tem criado um crescente interesse na história do pentecostalismo no
nosso país. Conhecendo um pouco mais de sua origem entenderemos o porquê de diversas
correntes e denominações existentes nos dias atuais, que professam serem pentecostais e
também as manifestações de fenômenos como o Neo-pentecostalismo e o Movimento
Carismático Católico.

O início
Para analisarmos o começo do Pentecostalismo Moderno precisamos entender o
cenário onde ocorreu o seu surgimento e compreender a influência do contexto norte-
americano propício para dar espaço e prosperidade ao movimento.

Contexto histórico-social-econômico e cultural


A América saía de uma guerra civil que deixou muitos traumas. A libertação de
escravos negros fez crescerem a quantidade de pobres e miseráveis no país, gerando com isso
diversas tensões raciais. A crise na agricultura fez com que houvesse uma grande imigração do
meio rural para os grandes centros urbanos do norte, onde a indústria crescia sobremaneira.
Milhões de imigrantes da Europa chegavam aos Estados Unidos, pessoas que esperavam poder
melhorar a sua condição de vida que eram bem precárias em seus países de origem. Tudo isso
gerou um grande crescimento da população urbana, como também os problemas sociais se
avolumaram, a multiplicação dos excluídos e as disputas raciais.
Contexto religioso
Com o grande Avivamento Americano do Século XIX ocorrido através da pregação
metodista de Jonh Wesley, aconteceu entre os cristãos, uma crescente busca pela santificação
nascendo assim o movimento o “Holiness” ou Movimento de Santidade. Foi criada a
Associação Nacional de Santidade em 1867. Esse movimento trouxe a formação de várias
igrejas autônomas em virtude de algumas resistências das igrejas protestantes tradicionais à sua
pregação “Holiness” que trazia em seu bojo a praticidade do cristianismo e as experiências
extáticas que fariam parte posteriormente do movimento pentecostal. Os “Holiness” eram em
sua maior parte avessos a fé intelectual e as instituições teológicas formadoras do clero
esclarecido.
Vemos então que havia um descontentamento religioso em diversas camadas do
protestantismo. No intuito de recuperar o fervor religioso e retirar da inércia as igrejas ditas
tradicionais geradas pela Reforma Protestante, nasceram novos movimentos como os
“Holiness”, já dito, os Mórmons , Testemunhas de Jeová, Adventismo e também o Espiritismo,
nascendo assim o que se passou a chamar de “Cristianismo norte-americano”.
Mas foi com o Movimento metodista de Wesley que vemos o delineamento do
caminho para a busca da “Terceira bênção” ou seja, o batismo com o Espírito Santo, dando
ênfase ao aperfeiçoamento da vida espiritual através da santificação após a conversão do fiel.

Os Pré-Pentecostais
Com o início do avivamento americano evidenciado nas pregações de Wesley e de
pregadores de inspiração holliness, a partir da metade do Século XIX, deu-se o começo da
busca do batismo com o Espírito Santo, tendo como base a tradição mística católica e o
pietismo alemão que apresentava um cristianismo prático com métodos e formas devocionais
de se obter santificação e crescimento espiritual acessíveis a todos os fiéis após a conversão.
Vemos também outros movimentos precursores do pentecostalismo com o reavivamento
anglo-saxão. Entendemos então que o Movimento Pentecostal foi uma continuidade de outros
movimentos de retorno ao cristianismo prático com ênfase no avivamento espiritual
culminando no início do Século XX com o seu aparecimento público na rua Azuza com
Seymour.

As primeiras manifestações pentecostais


Apesar de afirmações, em diversas literaturas sobre o tema, de que o surgimento do
pentecostalismo ocorreu em 1906, na rua Azuza, Los Angeles, isso em virtude dos poucos
registros históricos sobre o assunto e também omissões de certa forma propositais, as primeiras
manifestações pentecostais foram registradas emTopeka no Kansas,EUA, Onde Charles
Parham, figura central desse evento, foi o primeiro pregador a dar ênfase as experiências das
manifestções dos dons espirituais, principalmente a glossolalia, comparadas as ocorridas nos
registros das Escrituras Sagradas em Atos 2 na Festa do Pentecostes.
O registro desse evento se deu em uma noite na virada do Século XX no primeiro dia
de 1901 no Colégio Bíblico Betel, onde Parham era Diretor. Nessa escola Parham divulgava
seus ensinos da prática da cura divina, assistência espiritual e material aos pobres e
treinamento para jovens que desejavam a obra missionária. Em publicação através de um
jornal por nome de “ A Fé Apostólica”, nome esse que deu origem a missão do movimento, ele
divulgava com maior âmbito defendendo a busca da “terceira bênção”.
Na noite da passagem do ano em uma reunião de oração, uma das estudantes de
Parham, N. Ozman Laperge, pediu que os outros participantes daquele momento, colocassem
as mãos sobre ela e orassem para que recebesse o batismos com o Espírito Santo. O que
aconteceu, começando a falar em línguas desconhecidas, confirmando os ensinos de Parham.
Assim ocorreu a primeira manifestação da glossolalia do século XX, dando ao Pentecostalismo
termo utilizado a partir dessa experiência.
Nos dias seguintes, outros tiveram a mesma experiência , inclusive o próprio Charles
Parham. Porém por causa da sua biografia conturbada que incluía acusações de
homossexualismo, inclinações racistas e doutrinas estranhas esses eventos foram ocultados
pelos pentecostais, mas aqui registramos.

Rua Azuza
William Seymour era um dos alunos de Charles Parham no Colégio Betel, que por
causa do racismo de Parham, assistia as aulas no corredor próximo à sala , por ser de cor negra.
Filho de ex-escravos , Seymour com 36 anos de idade foi o canal de Deus para o grande
reavivamento pentecostal ocorrido em abril de 1906, na rua Azuza, bairro negro de Los
Angeles na Califórnia. Usando um templo abandonado de uma igreja Metodista Negra
Africana, Seymour divulgou a doutrina da atualidade dos dons espirituais, principalmente o
falar em línguas estranhas. Não demorou muito e começaram a surgir as manifestações
espirituais dos dons como profecias, curas divinas, milagres e também a glossolalia. A partir de
então a Igreja da Rua Azuza e aquele pregador negro, passaram a serem chamados de “uma
nova seita de fanáticos” de origem protestante. A imprensa e a igrejas tradicionais, que
consideravam o que estava acontecendo, como fanatismo religioso passou a censurar os
acontecimentos. Mesmo assim o movimento crescia espantosamente, recebendo o nome
originário Colégio Betel de Parham, de Missão Apostólica da Fé. Essa ligação com Parham
trouxe grandes divisões no movimento em virtude de acusações de sodomia em 1907, que
pesavam sobre o mesmo, e a proximidade com Seymour fez com que líderes, de importância
nesse cenário, abandonassem a liderança espiritual de Seymour , surgindo as primeiras
dissidências, enfraquecendo o movimento, Outro motivo para as divisões , foi o racismo entre
os membros pentecostais brancos em relação aos membros negros, originário também em
Parham. Dessas questões nasceu a denominação Assembléias de Deus nos Estados Unidos
formada por cristão pentecostais de cor branca, sem ligação alguma com a Assembléia de Deus
que foi criada no Brasil por Gunnar Vingren e Daniel Berg.
As divisões e oposições trouxeram o declínio de William Seymour, mas a sua
mensagem continua a arder em todo o mundo, soprada pelo Espírito Santo de Deus.

A propagação
Sendo de origem negra africana e filho de ex-escravos, Seymour conseguiu atrair todos
que se sentiam como, estrangeiros, excluídos ou desterrados, que viam nas igrejas “Holiness-
Pentecostais” a construção de um sentido para a vida, mesmo em condições raciais
extremamente injustas. Isso fez com que o movimento crescesse alcançando as camadas
sociais mais baixas, trazendo em si traços de várias culturas como a africana, indígena e
protestante. Vemos então que o contexto social, cultural, econômico e religioso norte-
americano influenciou na propagação do pentecostalismo no país, alcançando outras como no
mundo inclusive Europa, África, Américas do Sul e Central.
Com a manifestação do Espírito Santo nos moldes de Atos 2, surgiu uma grande
efervescência no campo religioso atraindo fiéis principalmente da Europa, que interessados nos
acontecimentos da América, visualizavam para confirmarem as notícias e fatos que se ouviam
sobre o movimento pentecostal nos EUA. Vendo de perto e confirmando os acontecimentos,
esses fiéis foram influenciados pelo que de Los Angeles se espalhava por todo o país, e
transformaram-se em missionários pentecostais desejosos de levar a doutrina a outros lugares e
outros países, conforme Deus os direcionavam. O ardor missionário cresceu sobremaneira,
surgindo os missionários “de passagem só de ida” diferentes dos que eram mantidos pelas
agências missionárias que recebiam todo o sustento necessário. Eles saiam somente com a
passagem de ida, sem saberem o que lhes aguardavam em seu destino. Dessa muitos foram
enviados a diversos países, levando a mensagem do grande avivamento espiritual ocorrido nos
EUA, assim o pentecostalismo atingiu todos os continentes.

5. PENTECOSTALISMO NO BRASIL
O movimento pentecostal que chegou ao Brasil entre1910 e 1911, veio dos Estados
Unidos, com origem no despertar missionário à partir da rua Azuza em 1906, como já vimos.
Missionários foram enviados da América do Norte e aportaram no Brasil trazendo o
compromisso da evangelização e divulgação da doutrina pentecostal. O primeiro deles foi o
presbiteriano Louis Francescon, que se dedicou a evangelizar as colônias italianas no sul e
sudeste, criando a Congregação Cristã no Brasil. Logo depois chegaram os missionários
batistas, originários da Suécia, Daniel Berg e Gunnar Vingren que aportaram em Belém-PA e
ali, iniciaram a Igreja Assembléia de Deus, direcionando as suas atenções a pregar a Palavra de
Deus no Norte e Nordeste, a principio recebeu nome de Missão Apostólica da Fé,
posteriormente mudada em 1918 para Assembléia de Deus.
Mesmo com origens nos EUA o pentecostalismo brasileiro tem suas peculiaridades e
diferenças em suas diversas ramificações. Existem grupos que sequer consideram irmãos entre
si, como a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã. O divisionismo também gerou a
formação de diversas denominações e segmentos. Para entendermos essas diferenças é preciso
conhecer as suas vertentes surgidas no decorrer da história, para tanto os relacionamos à
seguir.

Pentecostalismo Clássico
Primeira vertente que reproduziu no Brasil uma tipologia norte-americana do
pentecostalismo, que abrange o período de 1910 à 1950. Esse é o tempo decorrido de fundação
e domínio pentecostal de duas denominações criadas a partir de envio de missionários vindos
dos EUA. São elas Assembléia de Deus e Congregação Cristã no Brasil, que se espalharam por
todo o território nacional. Caracterizavam-se fortemente pelo anticatolicismo, sectarismo
radical (principalmente a segunda) e por um ascetismo que rejeitava valores do mundo e
defendia a plenitude da vida moral santa. As divisões começaram em 1930, com a criação da
Igreja de Cristo, e dois anos depois a Igreja Adventista da Promessa, formada por dissidentes
da Assembléia de Deus. Em 1940 surgiu a Igreja do Avivamento Bíblico originária de cisões
de metodistas paulistanos.

Deuteropentecostalismo (segunda vertente)


Chamada de Deuteropentecostalismo, essa vertente surgiu em 1951 com o missionário
Harold William, fundandor da Igreja do Evangelho Quadrangular. A partir de São Paulo
percorreu todos os estados do Brasil, com uma pregação centrada na cura divina e na
evangelização das massas principalmente através de radio. Nesse grupo a glossolalia já não era
o principal ponto de identificação como igrejas Pentecostais.
Em paralelo formou-se a Igreja O Brasil para Cristo (1955) e a Igreja Deus é Amor
(1962) fundadas por Manoel de Melo e David Miranda respectivamente.
A partir dos anos 60, igrejas de cunho tradicional, recebendo a influencia da pregação
pentecostal, tiveram um avivamento com manifestações dos dons espirituais, surgindo daí as
igrejas chamadas “renovados”.

6. NÉO-PENTECOSTALISMO
A terceira vertente é o Neo-pentecostalismo, com início na metade dos anos 70. São
igrejas fundadas por brasileiros que, influenciados por movimentos norte-americanos,
começaram suas denominações com características diferentes das vertentes anteriores. Nesse
temos a Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por Edir Macedo.
A Igreja Internacional da Graça de Deus, por R.R. Soares, também a Comunidade Sara
Nossa Terra e Renascer em Cristo, como as principais. Elas utilizam intensamente a mídia para
propagar seu movimento que tem como principal pregação a chamada “teologia da
prosperidade”. Funcionam em organização como uma empresa.

Movimento de Renovação Carismática


Apesar de ser considerada parte do Movimento Pentecostal, recebeu também a sua
influência. Nasceu em 1967, no seio da igreja Romana, funcionando como um combate do
catolicismo ao grande crescimento dos grupos pentecostais no Brasil, modificando inclusive a
liturgia de culto da igreja, trazendo uma maior participação dos membros leigos nas missas e
serviços da igreja.

7. CONCLUSÃO
O Pentecostalismo iniciado em Jerusalém no dia de Pentecoste e registrado em Atos 2,
rompeu os séculos e hoje está mais pungente e fazendo-se cumprir a palavra do Apóstolo
Pedro:”Porque a promessa diz respeito a vós, vossos filhos e a todos os que o estão longe, e a
todos quanto Deus o nosso Senhor chamar.” Atos 2.39
Completamos cento e um anos do pentecostalismo no Brasil, portanto é momento de
refletirmos sobre origem do Batismo com o Espírito Santo e dos dons espirituais, estabelecidos
por Jesus Cristo na Igreja primitiva e entendermos que as manifestações do Espírito Santo
confirmam a urgência da igreja em propagar a mensagem do Evangelho, pois para isso o
Senhor os destinou: “ Mas recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós, e ser-
me-eis testemunhas... até os confins da terra.” Atos 1.8

Referências
[1] Ver http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/default.shtm.
[2] Ver LOPES, Augustus Nicodemus. Paulo e os “espirituais” de Corinto. Fides
Reformata 3/1 (jan.-jun. 1998), p. 88-109.
[3] Por exemplo, Calvino escreveu uma obra intitulada “Contra a seita fantástica e furiosa dos
libertinos que são chamados espirituais” (1545). Lutero costumava referir-se a eles com o
termo Schwärmer, que lembra um enxame de abelhas esvoaçando confusamente em torno
da colméia.
[4] Ver MATOS, Alderi S. Edward Irving: precursor do movimento carismático na igreja
reformada. Fides Reformata 1/2 (jul.-dez. 1996), p. 5-14.
[5] CAMPOS, Leonildo Silveira. As origens norte-americanas do pentecostalismo brasileiro:
observações sobre uma relação ainda pouca avaliada. Revista USP, n° 67 (set.-nov. 2005),
p. 100-115.
[6] Ver DAYTON, Donald W. Theological roots of Pentecostalism. Peabody, Massachusetts:
Hendrickson, 1991 (1987).
[7] Ibid., p. 50.
[8] Ibid., p. 54. Dayton afirma: “O metodismo iria encontrar o seu verdadeiro destino na
América” (p. 63).

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