Julgados Relevantes para A Fazenda Pública Municipal 2021/2022
Julgados Relevantes para A Fazenda Pública Municipal 2021/2022
Julgados Relevantes para A Fazenda Pública Municipal 2021/2022
- ORIGEM da controvérsia:
Dúvida: Qual o MOMENTO em que se avalia quem era o gerente para se aplicar o art.
135, III do CTN? 3 possibilidades:
1. No momento do inadimplemento (óbice: Súm. 430 STJ3)
2. No momento da dissolução irregular (2ª Turma do STJ)
3. Inadimplemento + dissolução irregular (1ª Turma do STJ)
- Portaria PGFN 180/2010, NR Portaria PGFN 713/2011 (art. 2º, §ú, II)4: regra: gerente na época
1
2
Repetitivo em que restou pacificada a possibilidade de redirecionamento da execução fiscal também para
dívidas não tributárias.
3
Temas relacionados: 1. Tema Repetitivo 97 e Súmula 430/STJ (mero inadimplemento).
4
"Art. 2º A inclusão do responsável solidário na Certidão de Dívida Ativa da União somente ocorrerá após a
declaração fundamentada da autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) ou da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) acerca da ocorrência de ao menos uma das quatro
situações a seguir: I - excesso de poderes; II - infração à lei; III - infração ao contrato social ou estatuto; IV -
dissolução irregular da pessoa jurídica. Parágrafo único. Na hipótese de dissolução irregular da pessoa
jurídica, deverão ser considerados responsáveis solidários: (Redação dada pelo(a) Portaria PGFN nº 713, de
14 de outubro de 2011) I - os sócios-gerentes e os terceiros não sócios com poderes de gerência à época da
dissolução irregular; (Incluído(a) pelo(a) Portaria PGFN nº 713, de 14 de outubro de 2011) II - os sócios-
gerentes e os terceiros não sócios com poderes de gerência à época da dissolução irregular, bem como os à
da dissolução irregular/ exceção: gerenteapenas na época do fato gerador, quando comprovada
fraude na retirada da sociedade antes da dissolução irregular (laranjas).
- TESES FIRMADAS:
“O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da pessoa
jurídica executada ou na presunção de sua ocorrência, pode ser autorizado contra o sócio ou o
terceiro não sócio, com poderes de administração na data em que configurada ou presumida a
dissolução irregular,ainda que não tenha exercido poderes de gerência quando ocorrido o fato
gerador do tributo não adimplido, conforme art. 135, III, do CTN.” (TEMA 981)
RESSALVAS:
1. fraude, simulação e ilícitos análogos
2. mesmo não sendo gerente na data da dissolução irregular, praticou outro ato ilícito do
135 durante sua gestão.
3. mesmo não sendo gerente na data da dissolução irregular, deu causa à dissolução
irregular
época do fato gerador, quando comprovado que a saída destes da pessoa jurídica é fraudulenta.
(Incluído(a) pelo(a) Portaria PGFN nº 713, de 14 de outubro de 2011)"
. Livro “Responsabilidade e Substituição Tributárias”, Leandro Paulsen
ITBI
- Foi julgada como REAFIRMAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA pelo Plenário Virtual. Ocorre que
a jurisprudência reafirmada é relativa a não incidência de ITBI sobre promessa de compra
e venda SEM REGISTRO NO CARTÓRIO DE IMÓVEIS, não sobre cessão de promessa.
DOUTRINA:
“O ITBI incide, finalmente, sobre cessões de direitos à aquisição de bens
imóveis por natureza e acessão física e de direitos reais sobre imóveis,
exceto os de garantia. A cessão de direitos pessoais à aquisição dos
bens imóveis está abrangida pela norma constitucional, pelo que o
5
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.
IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO DE BENS IMÓVEIS - ITBI. FATO GERADOR. COBRANÇA
DO TRIBUTO SOBRE CESSÃO DE DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. EXIGÊNCIA DA
TRANSFERÊNCIA EFETIVA DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA MEDIANTE REGISTRO EM
CARTÓRIO. PRECEDENTES. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS.
ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL DOTADA DE REPERCUSSÃO GERAL.
REAFIRMAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO
CONHECIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO DESPROVIDO.
(ARE 1294969 RG, Relator(a): MINISTRO PRESIDENTE, Tribunal Pleno, julgado em
11/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-031 DIVULG
18-02-2021 PUBLIC 19-02-2021)
tributo incidirá sobre a cessão da promessa de venda e compra e
sobre a cessão da promessa de cessão, embora não incida sobre as
promessas.” (Ricardo Lobo Torres. Tratado de Direito Constitucional
Financeiro e Tributário. Vol. IV, Renovar, 2007. Página 353)
3) O município não pode arbitrar previamente a base de cálculo do ITBI com respaldo em valor de
referência por ele estabelecido de forma unilateral.
ATENÇÃO PGM-POA6
Tese
Pertence ao Município, aos Estados e ao Distrito Federal a titularidade das receitas arrecadadas
a título de imposto de renda retido na fonte incidente sobre valores pagos por eles, suas
autarquias e fundações*a pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a prestação de bens ou
serviços, conforme disposto nos arts. 158, I, e 157, I, da Constituição Federal.
No RE 1.293.453, o Supremo, interpretando o art. 157, I e art. 158, I da CF/88, decidiu pela
interpretação mais ampla da expressão "rendimentos pagos a qualquer título" e fixou que os
entes locais e regionais têm direito ao IR por eles retido na fonte sobre pagamentos a quaisquer
fornecedores e prestadores de serviços, não apenas o IR incidente sobre rendimentos de seus
trabalhadores e sobre títulos da dívida pública (tese restritiva, que era defendida pela União,
Solução COSIT 166/2015 e IN 1.599).
*As empresas públicas e sociedades de economia mista, como pessoas jurídicas de direito
privado que são, embora retenham o IR incidente sobre seus pagamentos, devem repassá-lo
normalmente à União (RE 1032235 AGR / PE).
AgInt no AREsp 1.967.127-RJ, Rel. Min. Gurgel de Faria, Primeira Turma, por unanimidade,
julgado em 07/06/2022.
DESTAQUE:
6
*IRDR – TRF 4ª Região - Município de Sapiranga (RS) – Min. Carmen Lucia deu abrangência nacional aos
efeitos suspensivos da afetação (o Município pedia que não fosse obrigado a repassar à União o IRRF sobre
pagamentos a terceiros pelo fornecimento de bens e serviços).
A obrigatoriedade de deferimento de honorários advocatícios nos casos de extinção de execução
fiscal – nos termos da Súmula 153 do STJ – em razão do cancelamento da inscrição da dívida
ativa não pode ensejar ônus excessivo do Estado, sob pena de esvaziar, por completo, o
disposto no art. 26 da Lei de Execução Fiscal.
- É um julgado de Turma que, no entanto, eu considero relevante para provas discursivas e orais
e que foi selecionado pelo STJna última Edição Especial de Informativos de Direito Público – nº 5.
- APESAR do Tema repetitivo 1073 (art. 85 §8º do CPC x §3º)Possível “distinguishing” ?
Art. 26 da LEF7 (abrandado pela Súmula 153 do STJ): norma especial
O CASO: houve Embargos à Execução Fiscal e a sentença extinguiu o processo
incidental em razão de petição da Fazenda Pública informando cancelamento da CDA. A atuação
do advogado da parte contrária não influiu em nada para a decisão terminativa.
Irrazoabilidade(art. 8º do CPC)de fixação dos honorários tendo como base o valor da causa, pois
ausente evidente relação de causalidade entre a defesa contratada e o proveito econômico
obtido pela parte, já que a extinção da execução decorreu apenas do cancelamento do título
executivo.
7
"Se antes da decisão de primeira instância, a inscrição de Dívida Ativa for, a qualquer título, cancelada, a
execução fiscal será extinta, sem qualquer ônus para as partes".