ITCMD
ITCMD
ITCMD
TRIBUTÁRIA
PROF. ROBSON ZANETTI
@ROBSONZANETTI
[email protected]
ADVOGADO HÁ MAIS DE 29 ANOS, REALIZOU CURSO DE “ DOCTORAT EN DROIT “,
DOUTORADO EM DIREITO PELA “ UNIVERSITÉ DE PARIS 1 PATENHÓN-SORBONNE
“, DEA EM “ DROIT DES AFFAIRES “, DIREITO DOS NEGÓCIOS PELA “ UNIVERSITÉ
DE PARIS IX – PARIS/DAUPHINE “ E DOIS CURSOS DE PÓS-GRADUÇÃO EM DIREITO
PROCESSUAL CIVIL E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS NA UNIVERSITÀ DEGLI STUDI
DI MILANO. É AUTOR DE VÁRIOS LIVROS E ARTIGOS E JUIZ ARBITRAL.
O QUE É O ITCMD E OUTRAS ABREVIAÇÕES
• Olha o seguinte exemplo: consta na declaração de imposto de renda do falecido que ele tinha um
imóvel no valor de R$ 1.000.000,00. O ITCMD foi recolhido sobre esse valor e o herdeiro após
receber o bem o vendeu por R$ 1.500.000,00. Há incidência do IR? Sim, 15% sobre o ganho de
capital que foi de R$ 500.000,00 assim R$ 75.000,00 deverão ser pagos a título de imposto de
renda.
• Agora o herdeiro recebe esse imóvel avaliado a preço de mercado por R$ 1.500.000,00 e recolhe o
ITCMD sobre esse valor. O preço na declaração do imposto de renda do falecido era de R$
1.000.000,00. O herdeiro é obrigado a pagar o IR sobre R$ 500.000,00? Existem entendimentos
que sim e não no STF como vimos acima, sendo no momento dessa apresentação uma incógnita.
Meu entendimento é que existe Bitributação.
LEGISLAÇÃO SOBRE IMPOSTO DE RENDA
• O art. 23 da Lei nº 9.532/97 reza que:
“ Art. 23. Na transferência de direito de propriedade por sucessão, nos casos de
herança, legado ou por doação em adiantamento da legítima, os bens e direitos
poderão ser avaliados a valor de mercado ou pelo valor constante da declaração
de bens do de cujus ou do doador.
§ 1º Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre
esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus ou do doador
sujeitar-se-á à incidência de imposto de renda à alíquota de quinze por cento.
LEGISLAÇÃO SOBRE O IR
§ 2o O imposto a que se referem os §§ 1o e 5o deverá ser pago:
(Redação dada pela Lei nº 9.779, de 1999)
I - pelo inventariante, até a data prevista para entrega da declaração final de espólio, nas
transmissões mortis causa, observado o disposto no art. 7o, § 4o da Lei no
9.250, de 26 de dezembro de 1995; (Incluído pela Lei nº 9.779, de 1999)
II - pelo doador, até o último dia útil do mês-calendário subseqüente ao da doação, no caso de
doação em adiantamento da legítima; (Incluído pela Lei nº 9.779, de 1999)
III - pelo ex-cônjuge a quem for atribuído o bem ou direito, até o último dia útil do mês
subseqüente à data da sentença homologatória do formal de partilha, no caso de dissolução da
sociedade conjugal ou da unidade familiar. (Incluído pela Lei nº 9.779, de 1999)
LEGISLAÇÃO SOBRE O IR
§ 3º O herdeiro, o legatário ou o donatário deverá incluir os bens ou direitos, na sua
declaração de bens correspondente à declaração de rendimentos do ano-calendário
da homologação da partilha ou do recebimento da doação, pelo valor pelo qual houver
sido efetuada a transferência.
§ 4º Para efeito de apuração de ganho de capital relativo aos bens e direitos de que trata
este artigo, será considerado como custo de aquisição o valor pelo qual houverem sido
transferidos.
§ 5º As disposições deste artigo aplicam-se, também, aos bens ou direitos atribuídos a
cada cônjuge, na hipótese de dissolução da sociedade conjugal ou da unidade familiar.
•
EXISTE ISENÇÃO DO ITCMD?
• Sim, em certos casos. Para isso deverá ser observada a legislação de cada estado.
• Quanto à isenção, ao exercerem sua competência impositiva de instituir o ITCMD, cada
estado é livre para dispor sobre as mais várias hipóteses.
• Assim é que, por exemplo, no estado de São Paulo, é isenta do imposto, entre outros casos
(art. 6º da Lei nº 10.705/2000):
- a transmissão causa mortis de imóvel de residência cujo valor não ultrapassar 5.000
Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (UFESP)[1] (R$ 159.850), desde que os familiares
beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel;
- a transmissão causa mortis de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total
não ultrapassar 1.000 UFESPs (R$ 31.970);
- a transmissão por doação, cujo valor não ultrapassar 2.500 UFESPs (R$ 79.925).
A PREVIDÊNCIA PRIVADA PRECISA PAGAR O
ITCMD?
• RECURSOS ESPECIAIS. PREVIDÊNCIA PRIVADA COMPLEMENTAR. VGBL. ENTIDADE ABERTA.
NATUREZA JURÍDICA MULTIFACETADA. SEGURO PREVIDENCIÁRIO. REGRA. INVESTIMENTO
OU APLICAÇÃO FINANCEIRA. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. COLAÇÃO DE VALOR AO
INVENTÁRIO. HERANÇA.
• 1. Os planos de previdência privada complementar aberta, operados por seguradoras autorizadas pela Susep,
dos quais o VGBL é um exemplo, têm natureza jurídica multifacetada porque, tratando-se de regime de
capitalização no qual cabe ao investidor, com ampla liberdade e flexibilidade, deliberar sobre os valores de
contribuição, depósitos adicionais, resgates antecipados ou parceladamente até o fim da vida, ora se
assemelham a seguro previdenciário adicional, ora se assemelham a investimento ou aplicação financeira
(Terceira Turma, REsp n. 1.726.577/SP).
• 2. A natureza securitária e previdenciária complementar desses contratos é a regra e se evidencia no momento
em que o investidor passa a receber, a partir de determinada data futura e em prestações periódicas, os
valores que acumulou ao longo da vida, como forma de complementação do valor recebido da previdência
pública e com o propósito de manter determinado padrão de vida (Terceira Turma, REsp n. 1.726.577/SP).
VGBL RETIRADO
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ITCMD. INCIDÊNCIA NO PLANO DE PREVIDÊNCIA VGBL. ALEGAÇÃO DE
VIOLAÇÃO AO ART. 794 DO CÓDIGO CIVIL. NATUREZA DE SEGURO DO VGBL. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE
HERANÇA. ENTENDIMENTO PACIFICADO PELA SEGUNDA TURMA.
1. Trata-se de Mandado de Segurança impetrado com o escopo de afastar a inclusão dos valores referentes a plano de
previdência VGBL na declaração do Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação - ITCMD. No primeiro grau, a
demanda foi julgada procedente.
O Tribunal de origem manteve a decisão.
2. A matéria foi pacificada pela Segunda Turma do STJ, no julgamento do REsp 1.961.488/RS, Rel. Ministra Assusete
Magalhães, DJe de 17.11.2021. Decidiu-se que não integrando a herança, isto é, não se tratando de transmissão causa mortis,
está o VGBL excluído da base de cálculo do ITCMD, uma vez que possui natureza de seguro.
3. Assim, os valores a serem recebidos pelo beneficiário, em decorrência da morte do segurado contratante de plano VGBL,
não se consideram herança, para todos os efeitos de direito, como prevê o art. 794 do CC/2002.
4. Agravo Interno parcialmente provido para conhecer do Recurso Especial para negar-lhe provimento.
(AgInt no AgInt no AREsp n. 1.755.009/RS, relator Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 16/5/2023, DJe
de 28/6/2023.)
NATUREZA DE INVESTIMENTO
• 3. No período que antecede a percepção dos valores, ou seja, durante as contribuições e formação do
patrimônio, com múltiplas possibilidades de depósitos, de aportes diferenciados e de retiradas, inclusive
antecipadas, em casos excepcionais, pode ficar caracterizada situação de investimento, equiparando-se o
VGBL a aplicações financeiras (Terceira Turma, REsp n. 1.726.577/SP).
• 4. Na hipótese excepcional em que ficar evidenciada a condição de investimento, os bens integram o
patrimônio do de cujus e devem ser trazidos à colação no inventário, como herança, devendo ainda
ser objeto da partilha, desde que antes da conversão em renda e pensionamento do titular.
• 5. Circunstâncias como idade e condição de saúde do titular de VGBL e uso de valores decorrentes de venda
do único imóvel do casal evidenciam a excepcionalidade da situação e indicam a condição de investimento.
• 6. Recursos especiais conhecidos e desprovidos.
• (REsp n. 2.004.210/SP, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, julgado em 7/3/2023, DJe
de 2/5/2023.)
QUEM DEVE PAGAR O ITCMD?
A legislação de cada estado deverá ser observada, veja o exemplo do art. 7 da lei
estadual de São Paulo, nº LEI Nº 10.705 de 28 DE DEZEMBRO DE 2000
Artigo 7º - São contribuintes do imposto:
I - na transmissão "causa mortis": o herdeiro ou o legatário;
II - no fideicomisso: o fiduciário;
III - na doação: o donatário;
IV- na cessão de herança ou de bem ou direito a título não oneroso: o cessionário.
Parágrafo único - No caso do inciso III, se o donatário não residir nem for domiciliado
no Estado, o contribuinte será o doador.
CO-RESPONSABILIDADE
No caso do ITR, o valor da base de cálculo não poderá ser menor do que o
valor ali reconhecido, assim como do valor lançado no IPTU, ambos na data da
abertura da sucessão.
SE FOR EXIGIDO NO INVENTÁRIO UM
VALOR ILEGAL DO ITCMD O QUE FAZER?
Nos próprios autos demonstrar a ilegalidade ao juízo e pedir que aceite o valor
que o herdeiro está querendo pagar, caso o juízo negue, cabe mandado de
segurança, se houver pressa deposite judicialmente o valor e em último caso
pague e depois provada a ilegalidade, peça o reembolso.
MULTA E JUROS
• A cobrança de multa e juros tem gerado muita discussão no Judiciário, não só
para cobrança na partilha como na sobrepartilha.
• A Súmula 114 do STF estabelece e corretamente que o prazo para o devedor
pagar a multa só pode correr após a homologação do cálculo do ITCMD.
QUEM TEM DIREITO DE COBRAR O ITCMD?
Qual o prazo para o Estado cobra o imposto sobre doações não declaradas? O
Estado deverá cobrar o IMPOSTO SOBRE AS DOAÇÕES não declaradas em
até 05 anos.
A decisão foi tomada em análise de recurso repetitivo e permite que cobranças
fora desse prazo possam ser extintas. Os Recursos Especiais 1.841.798 e
1.841.771 foram indicados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG)
como representativos da controvérsia — cadastrada como Tema 1.048. Os
processos foram relatados pelo ministro Benedito Gonçalves.
DECADÊNCIA
• No processo, os estados alegavam que o prazo deveria ser de dez anos por conta das
dificuldades para doações sem a declaração do contribuinte no Imposto de Renda.
Os contribuintes, por sua vez, sustentavam que o prazo deveria ser o previsto no
artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional (CTN), o qual estabelece que:
• “ Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter
sido efetuado;”
DECADÊNCIA
• No caso concreto analisado pelo STJ, uma contribuinte alegou que recebeu
uma doação de R$ 100 mil de seu pai em 2007. Ela declarou o valor no IR,
mas foi autuada nove anos pelos pelo Fisco.
• O Estado de Minas sustentou que só recebeu as informações sobre a
operação após convênio firmado com a Receita Federal, em 2011, e que o
prazo para cobrança do ITCMD deveria ser contado a partir deste ano.
QUAL O PRAZO PARA REQUERER A
RESTITUIÇÃO DO ITCMD PAGO
INDEVIDAMENTE?
O prazo para requerer a restituição do ITCD é de 5 anos, contados da data do pagamento do
imposto.
CTN – OBSERVAR OS ARTIGOS 165 A 169 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL
• Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5
(cinco) anos, contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito
tributário; (Vide art 3 da LCp nº 118, de 2005)
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão
administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado,
revogado ou rescindido a decisão condenatória.
CTN
• Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o
disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
• I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em
face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato
gerador efetivamente ocorrido;
• II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento
relativo ao pagamento;
• III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DO NÃO
PAGAMENTO DO ITCMD?
• Época do falecimento
FIM