Resumos Frequência - História Moderna de Portugal
Resumos Frequência - História Moderna de Portugal
Resumos Frequência - História Moderna de Portugal
• Apenas 20% dos concelhos tinham juízes de fora, estes eram importantes
para confirmarem que a justiça estava a ser bem aplicada.
• Cerca de 2/3 dos concelhos em Portugal não tinham o rei como senhor
direito. Tinham senhores, que podiam ser leigos ou eclesiásticos, e assim a
justiça régia não era aplicada.
• 1/3 dos concelhos tentavam impedir a entrada dos representantes do rei
(corregedores)
• Funcionalismo administrativo débil – governar por conselhos agravava isto,
intensificou-se com a restauração.
No plano religioso, há uma realidade complexa na europa provocada pela Reforma no
principio do século XVI, que leva a uma rutura da Cristandade.
No plano cultural, temos o Renascimento, em que os próprios intelectuais da época
dizem que se estava a viver novos tempos (século XV-XVI).
No século XVIII é o Século das Luzes, em que se acreditava que a luta contra o
obscurantismo e o primado da razão e da ciência iriam conduzir a um futuro
radioso.
O terramoto de 1755 abala as crenças.
Além das reformas e do renascimento, temos os “Descobrimentos”, ativo na Península
Ibérica, que leva ao alargamento brutal do espaço conhecido pelos ocidentais.
Final da época Moderna: Modificações e progressos técnicos e económicos, e
progresso político.
o Revolução Industrial: progresso técnico de maquinaria, grandes movimentos
migratórios do campo para as cidades, nascimento do proletariado,
especialização do trabalho, etc
o Descontentamento crescente pela desigualdade perante a lei causado pelo
prevalecimento das ideias liberais.
Para perceber a época Moderna em Portugal deve-se ter em conta o Império e a sua
interação com a história europeia.
Século XVI – 1ª Globalização (iniciada por Portugal)
• O seu reinado durou 36 anos e caracterizou-se por uma intensa atividade a nível
de política interna, ultramarina e relações diplomáticas com os Estados
Europeus da época.
• Como governante, coube-lhe a gestão de várias crises: crise financeira, ameaça
protestante, perigo turco, concorrência francesa e inglesa no Império, crises no
estado da Índia, peso da vizinhança demasiado forte de Carlos V.
• A forma como agiu face a esta conjuntura teve sempre como base uma grande
dose de sensatez e de realismo que, entre outras coisas, se traduziu na aposta
certeira no Brasil, rapidamente tornado o elemento fundamental do Império
Português, papel que desempenharia durante cerca de dois séculos e meio.
A nível interno:
• Continuou a política centralizadora e absolutista dos seus antecessores.
• Convocou cortes e procurou reestruturar a vida administrativa e judicial.
• Com o surgimento de crises económicas, vê-se obrigado a recorrer a
empréstimos estrangeiros.
• Agrava-se o défice comercial e surgem fomes e epidemias
• D. João III apresenta-se como o responsável pela reforma cultural no século
XVI, transferindo a universidade de Lisboa para Coimbra, dotando-a de bens
do Mosteiro de Santa Cruz.
• O numeramento joanino (1537) é a primeira contagem populacional portuguesa
a residir na metrópole. Ao longo da época moderna os monarcas não tinham
números exatos sobre a população a habitar no reino. O objetivo era levar a
cabo uma reforma administrativa e judicial. Assim, a divisão que antes era em 6
comarcas passa para 14.
• Após andar entre Coimbra e Lisboa durante a Idade Média, D. João III, em
1537 transfere definitivamente a universidade para Coimbra, por considerar
está um sítio mais sossegado para os estudantes. O priorado de Santa Cruz é
também integrado na universidade.
Política Ultramarina:
• Extensão do império era um obstáculo á sua administração e tinha altos custos.
• Nos primeiros anos do seu reinado prossegue-se as explorações no Extremo
Oriente: Chega-se á China e Japão.
• Problemas na India.
• Turcos exercem pressão e ataques ao monopólio comercial português.
• D. João III decide abandonar as praças de Safim, Alcácer Ceguer e Arzilla no
Norte de África, e para contrabalançar estas perdas avança com a exploração
do Brasil, com o primeiro sistema de capitanias.
• A nobreza quando participava em grandes expedições militares (principalmente
para o norte de África- espírito das cruzadas) participava a seu próprio custo.
Muitas vezes os monarcas não tinham recursos e recompensavam está classe
com a atribuição de cargos e títulos.
Em finais de Quinhentos:
O Reino Quinhentista: D. Manuel I (1495-1521); D. Manuel II (1521-1557); D.
Sebastião (1557-1578) – Regência de D. Catarina e Regência do cardeal Rei D.
Henrique.
Na historiografia portuguesa, a ideia de centralização político- -administrativa e,
especialmente, a tese de uma precoce “afirmação de um Estado nacional” estão
desde há muito associadas à interpretação das mudanças na ordem interna do reino
que acompanharam a expansão ultramarina nos séculos xv e XVI.
“no século XV, o elemento monárquico foi gradualmente anulando os elementos
aristocrático e democrático, ou, para falar com mais propriedade, os elementos
feudais e municipal” – Alexandre Herculano.
No plano geral da Europa, a ideia de centralização monárquica também tem sido
usada para interpretar a evolução das grandes unidades políticas do continente nos
primórdios do século XVI.
Apesar da sua reafirmada preeminência, o poder real coexistia ainda com outros
poderes,
dotados de uma esfera de jurisdição própria e irredutível - desde a Igreja e as diversas
jurisdições eclesiásticas, com competências quase exclusivas em matérias como a
família, até aos municípios, passando pelos poderes senhoriais, que de modo nenhum
desapareceram nas convulsões do reinado de D. João II, entre 1481 e 1495.
Os anos finais do século xv e as primeiras décadas do seguinte foram marcados
por uma certa mudança institucional. Porventura mais como resultado do que como
condição da expansão ultramarina, a Coroa dotou nesse período de instrumentos que
lhe permitiram configurar um equilíbrio dos poderes distinto daquele que existia antes
e que, sob muitos aspectos, iria permanecer sem alterações de monta até ao final do
chamado «Antigo Regime», no princípio do século XIX. A publicação das Ordenações
do Reino ( 1512-1514) e dos forais novos (1497-1520), a incorporação na Coroa dos
mestrados das ordens militares de Avis, de Cristo e de Santiago (1551), e, ainda, a
instituição em Portugal do Tribunal do Santo Ofício ( 1536), foram marcos essenciais
deste ciclo de reformas institucionais, sem dúvida, o mais importante até à «revolução
liberal» no século XIX. No entanto, parece certo que aquilo a que se assistiu foi mais a
um processo de uniformização institucional do que propriamente de centralização
política.
D. Filipe II foi apoiado pela nobreza e burguesia portuguesas, que viam vantagens
para si através da união das coroas: sonhavam com o alargamento do território onde
podiam desempenhar serviços e viam facilitado o acesso à "prata vital" para o
comércio com o Oriente. Estes são dois exemplos onde verificamos que tanto a
burguesia como a nobreza não tinham um "espírito patriota/nacionalista", os seus
interesses pessoais sobrepunham-se a estes sentimentos.
O início do século 17 levanta-se com um conjunto de problemas:
o Os Holandeses começam a ocupar o Brasil (exploração do açucar)
o O Brasil não tem meio de defesa para a Holanda
o O tráfico comercial ressente-se.
Quando D. João IV assume o trono, umas das primeiras medidas que tomou foi
exatamente extinguir todos os tributos impostos pelos Filipes. Em seguida, na
mesa das reuniões da corte, o rei consegue aprovar um imposto, a décima,
muito mais abrangente do que os impostos filipinos. Este incidia sobre todos os
grupos sociais e sob todos os rendimentos (trabalho, agricultura, indústria,
artesanato, …). O clero e a nobreza, em negociações conseguiram transformar
o imposto em donativo e assim obterem uma isenção do pagamento de 10%
sob todos os rendimentos. Este imposto surge para financiar a guerra, mas vai
manter-se durante toda a história. A junta dos Três Estados, criada em 1643,
tinha como objetivo organizar e controlar a cobrança da décima por todo o
território.
A GUERRA DA RESTAURAÇÃO
1. Ponto de Partida
• O 1 de Dezembro foi o típico golpe palaciano levado a cabo pelos 40
restauradores.
• Conspiração levada a cabo por fidalgos e a nobreza da cidade de
Lisboa.
• Grupo de restauradores fica registado como "os 40 da fama", mas
foram, na verdade, cerca de 71 fidalgos e 36 nobres.
• O golpe foi acompanhado por assassínios políticos e a defenestração
que atingiu Miguel de Vasconcelos, símbolo local da administração
espanhola do conde-duque de Olivares.
4. Cortes de 1641
• O Duque de Bragança é reconhecido como Rei e fica definido o discurso da
justificação da Restauração:
o Legitimidade dinástica da Casa de Bragança.
o Duque de Bragança era o "Rei Natural".
o Argumento da tirania relativamente a Habsburgo.
7. “Inovações” da Restauração
• Supressão, por um tempo, do "real-d'água".
• Criação da décima, um novo imposto que pressupunha o pagamento de um
décimo de todos os rendimentos. (Muitos nunca foram pagos, principalmente
por parte do Clero)
• Necessidade de recorrer a outros expedientes financeiros, como a obtenção de
créditos para fazer face às despesas de guerra.
• Outras iniciativas tributárias lançadas pelo novo regime, sem a consulta das
Cortes (1656/1657) o que leva a revoltas.
A Guerra diplomática.
A) As dificuldades de Portugal:
• Extrema debilidade de apoio internacional à Restauração.
• Apesar dos apoios prometidos pela França, os portugueses foram
excluídos dos Tratados de Vestefália (1648) o que acusa falta de
reconhecimento de legitimidade.
• Saídos de uma restauração, Portugal não dispunha de agentes com
experiência internacional, tendo de improvisar um corpo diplomático que
recruta a alta aristocracia (alcançando o reconhecimento internacional da
autonomia de Portugal).
B) Relações com Espanha
Podemos ver 2 momentos:
• Durante a guerra com a Catalunha, foi quase uma guerra defensiva para a
Espanha.
• Na última década entre 1656 e 1668 ofensivas espanholas e vitoriosas
respostas portuguesas.
• Até à viragem para a frente ocidental utilizam duas armas: o bloqueio
comercial e o isolamento diplomático.
• Conflito termina só em 1668.
Após a morte do monarca português, entra em cena D. Luísa de Gusmão que fica a
reger Portugal até 1662, ano em que seu filho, Afonso VI, toma o controlo.
• D. Luísa de Gusmão foi nomeada regente do Reino até o seu filho D. Afonso VI
alcançar a maioridade.
• A sua governação é apoiada nos Conselhos (Estado, do Comércio e da
Guerra) e tribunais (Desembargo do Paço e Suplicação de Lisboa) mantendo a
direção política de D. João IV. Rejeita dar o trono a seu sucessor pela sua
postura de débil, o que a levou a uma aposentadoria forçada do reino. A sua
regência foi bastante atribulada:
o Havia um agudizar de tensões entre os diversos partidos da nobreza;
o Havia divisões dentro da própria família real, pois D. Luísa de Gusmão
preferia que fosse o Infante D. Pedro, o rei;
• Em 1662 ocorre um golpe palaciano, devido ao facto de ser uma corte cheia de
intrigas e de diversas fações.
• Entretanto chega a cena o III Conde de Castelo Melhor, que era um ex
conselheiro
do Rei, que manipula D. Afonso VI a assumir o cargo. No entanto, D. Luísa não
lhe entrega o poder de imediato, pois o herdeiro era suposto ser D. Teodósio
que morrera prematuramente aos 18 anos. E sendo assim a regência acabou
por ser entregue a D. Afonso VI.
Devido à crise vamos assistir algumas medidas para controlar a crise. Sendo assim o
Conde de
Ericeira toma medidas mercantilistas (estilo do Ministro das finanças de D. Luís XIV –
Colbert) , de uma política económica protecionista e incremento das atividades
manufatureiras.
O que é o mercantilismo? “Uma doutrina de política económica, mais do que economia
politica. É propriamente falando um estado de espírito que se anuncia desde o século
XV e reina em plena exclusividade no seculo XVII” J.Morins- Comby.
É uma política economia que pode assumir diferentes expressões de acordo
com as necessidade do Estado.
Terminada a guerra da restauração: Portugal encontra-se numa situação económica
grave – instalou-se uma crise comercial: A crise da prata, açúcar e tabaco.
A economia assentava nestes pontos:
o As minas esgotaram, comprometendo o comércio com o Oriente.
o Franceses e Holandeses ao apreenderem a plantação e laboração do açucar
lançaram um mercado gerando concorrência.
o Armazéns do porto do litoral estavam cheios pois não tinham saído no mercado
internacional.
o Os tributos cobrados pelos portugueses e que incidiam sobre a produção
agrícola e artesanal eram insuficientes.
O que fazer? Diminuir as importações, tentando criar riqueza/produto interno para
pagar as importações.
Sendo assim a política de D. Pedro II era mercantilista.
Quais foram as políticas adotadas para superar a crise?
o Produção de plantas orientais no Brasil: canela, cravo e pimento. A tentativa
de transposição das especiarias para o solo brasileiro não foi bem sucedida
com a tecnologia da época.
o A produção “Industrial”: D. Pedro tenta desenvolver as manufaturas nos
locais onde houvesse experiência manufatureira, tais como a serra da
estrela, covilhã.
o Publicação das pragmáticas.
o Desenvolvimento das manufaturas, principalmente nas regiões de produção
de lã, vidro e ferro.
o Observa-se uma certa dependência do estrangeiro em técnicos
(Italianos, alemão, ingleses). No caso da lã foram contratados
técnicos Ingleses para a Covilhã. Sabotaram a industria.
o Começam a produzir-se produtos de luxo, que são destinados às elites com
poder
económico. E, portanto, as medidas vão no sentido de produzir, mas isso não
chega, era necessário implementar taxas aos produtos estrangeiros;
o Pretendia-se que a elite portuguesa comprasse o que era português e assim
aumentasse a economia nacional. Implementa-se então as Pragmáticas, que
proíbe o uso de determinados produtos estrangeiros, ou seja, as mulheres não
poderiam usar roupa estrangeira. Tudo isto vai no sentido de equilibrar a
balança comercial;
o Assinou-se ainda o Tratado de Methuen,(1703) em que Portugal é obrigado a
comprar os têxteis ingleses e em troca vendíamos o Vinho do Porto. Como é
logico as manufaturas vão sair afetadas e entram em falência. Este tratado é o
resultado do falhanço desta política.
A expansão da dominação portuguesa no Brasil: Colónia do Sacramento na época
da sucessão. A presença portuguesa nos limites meridionais do Brasil tinha como
objetivo recuperar os fluxos de prata do Peru cujo era um metal importante para o
comércio com a China.
Camaras: instituições de governo local.
Em suma: Perante a grave crise comercial ocorrida nos finais do século 17 o país
procura tentar equilibrar a balança comercial diminuindo a importação de tecidos de lá
e aumentando a sua produção na fábrica da Covilhã. Tenta também dinamizar a
economia Brasileira procurando outro e prata.
Normalmente, os esforços de desenvolvimento industrial em Portugal ocorrem em
períodos de crise, e quando esta é superada larga-se esse desenvolvimento. É uma
constante histórica no país.
Isto vai levar a algum desenvolvimento, e muitas das manufaturas foram incentivas
pela Coroa, com por exemplo o monopólio de produção, ou com cotas benéficas e
permite-se que se vá buscar técnicos estrangeiros.
Portugal pretende inicialmente afastar-se ao máximo de conflitos internacionais.
No entanto, D. Pedro acaba por se envolver na Guerra de Sucessão Espanhola.
Há um determinado momento em que há vários pretendentes ao poder, alias até
D. Pedro era um pretendente, mas este não tinha peso. Portugal começa por
apoiar França e depois Inglaterra e as fronteiras portuguesas começam a ser
invadidas.
Como já foi referido, este casou, inicialmente com D. Maria Francisca Isabel de
Saboia, do qual surgiu D. Isabel Luísa Josefa, que ficou conhecida pela “sempre
noiva”. Como a sua mulher morre, e o Rei só tinha uma descendente feminina,
este casou com D. Maria Sofia Isabel de Neubug, uma mulher com enorme peso
no Sacro Imperio Romano. Deste casamento surgem muitos descentes e teve
também muitos descendentes fora do casamento (e estes filhos bastardos acabam
sempre por ter bons destinos).
Estando a dinastia cada vez mais consolidada, convocam-se apenas duas cortes
(1674 e 1679), começa então a existir marcas de um poder mais centralizado, pois
um Rei que não convoca cortes mostra que não necessita da opinião ou apoios.
Em conclusão, D. Pedro II adotou uma política de relativo distanciamento face aos
conflitos continentais, apesar de alguma oscilação nas aproximações em relação à
França e à Inglaterra. Este foi o momento decisivo de consolidação da nova
dinastia, devido à paz externa e ao restabelecimento do domínio das colonias e
também devido aos mecanismos que permitiram estabelecer a sucessão à Coroa.
Para alem disso, pôs se fim à política de merces e adotou-se um modelo de
funcionamento da administração mais central, que levou à perda de influência da
nobreza no seio das Cortes.
Reinado de D. Joao V (1706-1750)
• A política externa
• A estrutura da corte
• O investimento cultural
• A preponderância económica do território brasileiro e a definitiva decadência da
presença portuguesa a Oriente.
• A afirmação da centralidade régia
• Reestruturação dos órgãos da administração central com a criação das
secretarias de estado.
• Reestruturação do exército.
→ Política externa:
o Portugal tentou a todo o custo manter a sua neutralidade é por isso que não
faz parte da Quádrupla Aliança, mas acabou por participar na Guerra de
Sucessão
Espanhola, o que levou a tropas e generais portugueses a participar numa
ocupação de Madrid. Portugal inicialmente alia-se ao pretendente francês,
mas acaba por mudar de lados e alia-se agora ao candidato austríaco, que
era apoiado por Inglaterra. Em caso de vitória, Portugal ganharia algumas
praças fronteiriças na Estremadura e na Galiza. No entanto os aliados
acabam por ser derrotados e sobe ao poder o Arquiduque Carlos e assim
os aliados acabam por assinar o Tratado de Utreque;
o O envolvimento na Guerra da Sucessão Espanhola levou a algumas
consequências internas: motins populares aumentaram, a agricultura piorou
e o pagamento ás tropas atrasou-se.
Objetivos de D. João V:
o Neutralidade dos conflitos europeus
o Defesa dos interesses coloniais portugueses
o Aumento do prestígio da Coroa ao nível das grandes potências
europeias.
o Reforço da autoridade régia.
• A vida na Corte: O rei tem o poder e assume posição central. Viviam por esta
altura
muitas pessoas na Corte, que tinham como tarefas vestir e alimentar o Rei. As
pessoas
que tinham estas tarefas eram por norma duques e Condes. A corte tornou-se
num
instrumento político de domesticação da aristocracia, pois o rei faz isto para os
poder
controlar e para garantir a sua lealdade. O mordomo mor ocupava o primeiro
lugar na
hierarquia e era responsável por todos, o camareiro mor tinha a intendência
sobre a
camara do Rei, ou seja, o seu quarto e o seu vestuário. Copeiro mor
responsável pela
bebida do rei, o Vedor, administrava o serviço da mesa do rei, governava a
cozinha,
mestre-sala, que dava a ordem das cerimónias e assistia nas audiências.
o Surge também a Lei dos Tratamentos (1739), que tinha como objetivo
implementar regras de como alguém se deveria dirigir as pessoas em
contexto da corte.
• Reinado do Ouro: O Reinado de D. João V começou na penúria devido à crise
do açúcar.
Nesta altura, também ocorreram diversos conflitos no Oriente, onde há um
ataque as
posições portuguesas e neste contexto perde-se Goa. Entretanto a grande
prioridade deste reinado passa a ser o Brasil, pois este registava um aumento
de prosperidade económica e era fundamental para o equilíbrio financeiro da
monarquia.
• Enquadramento normativo;
• Tipologia de concelhos;
• composição e perfil social das vereações;
• funcionários das câmaras e prestadores de serviços externos;
• atribuições dos concelhos.
Bibliografia: consultar sumário desenvolvido e, em particular, a obra de Maria Helena
da Cruz Coelho e Joaquim Romero Magalhães intitulada "O Poder concelhio", pp.
45-76
A população portuguesa na época moderna.
Contexto geral:
Cultura das Luzes: Ideias que fizeram parte da matriz europeia, que vinham já dos gregos.
Esta era a cultura dos intelectuais dos finais do seculo 18, consideravam que era esta que
deveria guiar a humanidade.
O Iluminismo é uma corrente de origem humanista que vai no século XX convergir com os
direitos humanos. Caracterizou-se pela "pluralidade de movimentos nacionais e regionalmente
heterogéneos" inspirado nas ideias de pensadores reformistas que criticavam a "ignorância e o
obscurantismo". Em Portugal, os iluminados, nome dado aos pensadores desta corrente,
tinham a consciência do atraso económico e cultural que tanto atingia o país.
Tais situações em Portugal não aconteceram com o mesmo vigor que em outros países,
estrangeiros e estrangeirados sentiram e tomaram consciência deste atraso, surge a vontade
de introduzir reformas na economia, na sociedade, na cultura e na educação.
• Terramoto de 1755.
• Regicídio (1758) e afirmação do "regalismo".
• Expulsão dos Jesuítas (1759).
• Criação da Intendência Geral da Polícia (sendo este conceito mais abrangente do que o
conceito atual) 1760.
Teve uma carreira política intensa e publicou muitas leis sobre uma multiplicidade de assuntos.
Voluntarismo político dava-lhe força para mudar a organização económica e social.
A época moderna (século 16 aos inicos do seculo 19) caracteriza-se pelo respeito pela tradição.
A nível jurídico os tribunais tendiam a manter a tradição, iam ver as decisões tomadas em
certos assuntos em épocas anteriores como pontos orientadores.
Impactos do Terramoto a nível nacional e internacional.
• 25 a 30 mil mortos
• 20 mil casas destruídas.
• Edifícios das principais instituições destruídos (Rei e nobreza passam a viver em
tendas).
• Desorganização total do governo.
• Confrontos entre a Religião e Ciência.
• Terramoto como castigo de Deus.
O terramoto de 1755 em Lisboa, foi um dos acontecimentos mais marcantes do seculo XVIII,
quer a nível interno quer a nível internacional pelos interesses que trouxe a lisboa (cientistas de
várias partes do mundo). O terramoto teve um grande impacto nas perdas de vidas humanas,
em edifícios destruídos (desde os edifícios do governo aos solares da nobreza portuguesa), o rei
e a nobreza chegam a passar muito tempo a viver em tendas porque ficaram tão assustados que
temiam as replicas do terramoto. Um dos aspetos importantes sobre o terramoto é o confronto
entre religião e ciência. É natural que as conceções providencialistas eram maioritárias (pessoas
acreditavam que Deus intervinha na sociedade) e reforçadas através de membros políticos que
diziam que o terramoto tinha sido um castigo de Deus. Um dos maiores defensores desta ideia
foi o jesuíta Malagrida.
Mudanças institucionais:
• Prisão dos membros das casas dos duques de Aveiro, marqueses de Távora, condes de
Atouguia e outros fidalgos (1758).
• Prisão de Jesuítas (Gabriel Malagrida 1759).
• Execução da sentença de pena capital aos 3º marqueses de Távora, a seus filhos (o 4º
marquês), ao conde Atouguia, ao duque de Aveiro e a criados destes titulares (1759).
• Confisco dos seus bens.
• Acusações feitas ao Jesuítas (Argumentos invocados)
Marca iluminista:
• Informações fornecidas por Gomes Freire- atuação dos jesuítas no Sul do Brasil.
• Informações fornecidas por Francisco xavier de Mendonça Furtado (governador do
Pará e Maranhão)
Atuação no Reino.
Os jesuítas no Japão começaram a criar clero local, traduções do latim para o japonês,
tinham uma relação mais amigável.
Práticas de Poder:
Intensa atividade de Legislação - bom indicador daquilo que Pombal pretendia atingir:
• Reconstrução de Lisboa
• Criou a Companhia das vinhas do alto-douro
• Aboliu a distinção entre cristãos-novos e velhos.
• Extinguiu o estatuto de escravo para filhos de escravas nascidos em Portugal.
• Manteve a primeira nobreza.
• Criou condições para a ascensão de estratos superiores da burguesia ao poder
Maus anos agrícolas + ano chuvoso que destruiu as colheitas. = crise na agricultura,
que O estudo do reino não pode ser desligado das vicissitudes do Império.
A crise agrícola tem reflexos nos preços e rendimentos, assim como nos rendimentos
das casas senhoriais.
Incapacidade das pessoas que trabalham nas terras, de pagar renda aos senhores.
D. Maria I (1777-1816)
Reinado da "Viradeira".
Atualmente, tem-se que esta monarca e o futuro D. João VI foram os mais prudentes e
reformistas.
Pombal, com o seu voluntarismo político, quis mudar tudo, tendo sido o período em que se
publicaram mais leis: Explosão legislativa pombalina (Nuno Monteiro).
Estas leis tiveram efeitos perversos, com um determinado objetivo que depois, a sociedade e
particularmente os juristas, utilizaram-nas noutros sentidos. Exemplo: A legislação agrária.
D. João VI (1816-26)
• Coroa
• Senhorios
• Concelho
• Igreja
Circunscrição do poder.
• Províncias:
o Mapa das províncias coincide em parte com o das comarcas.
o As províncias não têm expressão institucional.
o Referências de organização do território.
o Espaços de identidade
• Comarca:
o
• circunscrição administrativa e judicial
• o aumento de comarca é uma tentativa de centralização régia
• ver pp
• Ouvidorias: supervisionadas por um ouvidor escolhido pela casa senhorial. Espaço de
jurisdições (...)
• Provedorias: áreas de exercício do provedor. Circunscrições administrativas e fiscais.
Poder e espaço.
Organização eclesiástica:
• Também há concelhos com e sem termo: Ou seja, conjunto do que hoje são
“freguesias" dependentes de uma sede. A grande maioria dos concelhos tinham termo.
O concelho de Coimbra tinha 100 concelhos, com estatutos diferentes.
• Quadro normativo: as leis que regulavam o funcionamento dos concelhos, neste caso
era o livro primeiro das ordenações filipinas.
Abastecimento de água:
Obras públicas:
• Tipos de mortalidade:
o Estrutural
Evolução da população:
• “Entre finais do século XV e meados do século XVIII a população portuguesa não chegou
a duplicar. O aumento demográfico do Portugal moderno pautou-se por ritmos
moderados em ciclos de média e curta duração, a que correspondem avanços e recuos
pontuais do número de almas. Os seus efeitos contraditórios permitem compreender a
lentidão de crescimento populacional como um todo, bem como as assimetrias regionais
com que se processa, o que só pontualmente difere da dinâmica que caracteriza a
maioria dos Estados europeus contemporâneos” (Teresa Rodrigues, 1).
o Censos
▪ Numeramento (1527/32)
▪ Recenseamento Geral do Reino
1801.
o Contagens
▪ Fins militares
▪ Fins fiscais
• Onde houver muita gente haverá muita agricultura, arte, comércio e soldados e assim
se fazia a “felicidade” de um reino. Sendo assim, tanto as doutrinas mercantilistas como
as fisiocráticas são defensoras de políticas que fomentassem o aumento da população.
Demografia histórica:
• GALEGOS
o Finais do séc. XVIII – 50 ou 60 mil
o Locais de residência:
▪ Lisboa (40 mil)
▪ Entre Douro e Minho
▪ Trás-os-Montes
o Ocupações: criados, jornaleiros, pedreiros …
• INGLESES
o Comerciantes
▪ Vinho do Porto.
o Militares
o Alguns números:
▪ Lisboa (1755) – 900 pessoas
▪ Porto (1750-1787) – batizadas 183 crianças.
• FRANCESES
o Comerciantes
o Militares
o Técnicos (ind. Têxtil e minas).
o 1745 – 1000 pessoas
o 1785 – 8000 pessoas
• Meios credíveis:
o Correspondência de mercadores, embaixadores e médicos.
o Correspondência entre a coroa e os municípios.
• Meios menos credíveis:
o Gazeta de Lisboa (nem sempre difundiam notícias sobre doenças para evitar
alarmismos entre nacionais e estrangeiros.
o boatos, panfletos.
A trilogogia mortífera: a fome, a peste e a guerra.
• Mortalidade
o Por doença, infantil e mortalidade feminina no parto.
o Violência dos agentes patogénicos (bactérias, vírus ..), atraso da medicina, más
condições higiénicas, carências alimentares.
• Mortalidades excessivas:
o Decorrentes de crises de subsistência (escassez alimentar)
o Doenças: epidemias
o Guerra
• Pessoas e animais (pulga, mosquito) que chegavam aos portos marítimos (“a morte
que vinha do mar”).
o Mercadores.
o Pessoas que trabalhavam nos navios.
• Pessoas atravessavam a fronteira terrestre: (trabalhadores sasonais e outros viajantes.
• Correspondência vinda do exterior (higienização nas fronteiras terrestres e marítimas)
• Pessoas e animais (pulga, mosquito) que chegavam aos portos marítimos (“a morte
que vinha do mar”).
• Mercadores.
• Pessoas que trabalhavam nos navios.
• Pessoas atravessavam a fronteira terrestre: (trabalhadores sasonais e outros viajantes.
• Correspondência vinda do exterior (higienização nas fronteiras terrestres e marítimas)
• Pessoas e animais (pulga, mosquito) que chegavam aos portos marítimos (“a morte
que vinha do mar”).
• Mercadores.
• Pessoas que trabalhavam nos navios.
• Pessoas atravessavam a fronteira terrestre: (trabalhadores sasonais e outros viajantes.
• Correspondência vinda do exterior (higienização nas fronteiras terrestres e marítimas)
Mortalidade diferencial
• Os mais afetados:
o Trabalhadores agrícolas, artesanais e do comércio.
o Criados e criadas sem trabalho
o Pessoas que abasteciam as cidades.
o Pobres que viviam em casas e ruas insalubres.
o Mendigos e vagabundos.
• Receita universal ou breve notícia dos santos especiais advogados contra os achaques,
doenças, perigos e infortúnios.
Com a citação de um extrato das Ordenações Filipinas que nos remete para uma sociedade em
que a desigualdade de direitos e de deveres tinha uma fundamentação jurídica,
particularmente visível no campo do direito penal, um poderoso instrumento de diferenciação
social e de construção de uma representação diferenciadora e hierarquizada da sociedade.
A sociedade organizava-se de acordo com um modelo funcional, isto é, o critério que presidia à
hierarquização social era a função desempenhada, hierarquizando-se as funções (vida religiosa,
vida militar, vida económica) segundo a honra ou a dignidade que a sociedade atribuía a cada
uma das funções.
1ª ordem – Clero
2ª ordem – nobreza
3ª ordem - Povo
A sociedade de Antigo Regime registou mobilidade social, mobilidade que não era de grupo
mas individual. Constituíram-se como factores de mobilidade social os rendimentos
nobilitantes, como eram os de natureza fundiária.
NOBREZA
Conceito:
• Nobre era “aquelle que por sangue ou por Alvará de Principe se diferença em honras e
estimação dos plebeus e mecânicos”.
• “Os reis por acrescentar/ as pessoas em valia, /por lhes serviço pagar,/ vimos a uns o
dom dar/e a outros fidalguia” (Garcia de Resende)
A nobreza era um grupo hierarquizado, sendo a designação dos vários graus de nobreza
particularmente difícil de destrinçar. As Ordenações Filipinas distinguem três categorias:
Fidalgos, Cavaleiros e Escudeiros.
A categoria de fidalgo titular - duques, marqueses, condes, viscondes e barões – é aquela que
tem uma configuração mais clara.
Abaixo desta categoria situavam-se os fidalgos não titulares e um grupo de nobres muito
heterogéneo; alguns distinguiam-se dos plebeus por viveram “à lei da nobreza”, por
ostentarem um conjunto de símbolos sociais que os podiam catapultar à obtenção de nobreza
formal.