Energias Renováveis - EAD
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Reitor:
Prof. Me. Ricardo Benedito de
Oliveira
Pró-reitor:
Prof. Me. Ney Stival
Gestão Educacional:
Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo Prof.a Ma. Daniela Ferreira Correa
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não Diagramação:
vale a pena ser vivida.” Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, Revisão Textual:
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica Felipe Veiga da Fonseca
e profissional, refletindo diretamente em nossa Letícia Toniete Izeppe Bisconcim
vida pessoal e em nossas relações com a socie- Luana Ramos Rocha
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente
e busca por tecnologia, informação e conheci- Produção Audiovisual:
mento advindos de profissionais que possuam Eudes Wilter Pitta Paião
novas habilidades para liderança e sobrevivên- Márcio Alexandre Júnior Lara
cia no mercado de trabalho. Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
De fato, a tecnologia e a comunicação
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas,
Gestão de Produção:
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
nos proporcionando momentos inesquecíveis.
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino
Fotos:
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
Shutterstock
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes
atuantes.
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
01
DISCIPLINA:
ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................................... 4
1 - A DEMANDA POR ENERGIA.............................................................................................................................. 5
2 - FONTES DE ENERGIA........................................................................................................................................ 6
3 - O EFEITO ESTUFA E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS........................................................................................10
4 - SUSTENTABILIDADE ........................................................................................................................................12
5 - O PANORÂMA BRASILEIRO..............................................................................................................................12
6 - SISTEMAS DE CONVERSÃO COM CICLO RANKINE......................................................................................13
6.1. BIOMASSA........................................................................................................................................................15
6.2. USINAS GEOTÉRMICAS..................................................................................................................................19
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................... 22
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INTRODUÇÃO
Nossa vida cotidiana não é viável de ser mantida sem energia. Imagine como seria a
organização da sua vida sem ter um refrigerador para conservar alimentos, sem ter luz para
iluminar sua residência; ou, ainda, como sobreviveriam as populações em regiões frias sem
aquecimento. Obviamente, sem a produção e distribuição de eletricidade não seria viável
manter a atual população mundial, que passou os 7,6 bilhões de pessoas em 2017. Não haveria
como produzir alimentos, medicamentos, vestimentas, entre outros itens fundamentais a nossa
sobrevivência, em quantidade suficiente para atender a demanda da população.
Reflita também que atualmente vivemos em uma cascata. Conforme a população aumenta,
como resultado aumenta-se a demanda por energia elétrica. Para atender tal demanda, deve-se
aumentar a produção deste insumo. Se este aumento da produção não é planejado, em geral
utiliza-se sistemas de produção poluentes, o qual culmina no aumento dos problemas ambientais
como o aquecimento global. Logo, é fundamental para a sobrevivência da nossa espécie que
cada vez mais sistemas de produção de energia não poluentes e renováveis sejam utilizados para
geração de energia em larga escala.
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Figura 1 – Correlação entre consumo de energia e aumento populacional. Fonte: E-education (s/a).
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Figura 2 – Correlação entre emissões de CO2 e aumento populacional. Fonte: Luoma (2016).
2 - FONTES DE ENERGIA
Primeiramente, vamos definir o que são transportadores de energia como substância que
pode ser utilizada para produzir energia útil, de forma direta ou indireta por meio de um ou
mais processos de conversão entre energia Primária, Secundária e Final. A Figura 3 ilustra um
diagrama que mostra como os transportadores de energia se relacionam por meio de conversão
de energia.
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No diagrama da Figura 3 vemos que a energia primária é aquela que pode ser utilizada
diretamente ao ser extraída da natureza e convertida em energia final, como, por exemplo, a água
de um rio pode ser usada diretamente em uma hidrelétrica. Já a energia secundária é aquela
que deriva da energia primária por meio de um processo, como, por exemplo, o álcool precisou
ser processado a partir da cana de açúcar para se transformar em um transportador de energia.
Observe também que entre cada etapa da conversão da energia sempre existem diversas perdas
por conversão, distribuição, auto consumo, entre outras. Logo, quanto mais longa for esta cadeia,
maiores as perdas e menor o rendimento na produção de energia.
As fontes primárias de energia podem ser divididas em:
• Fontes alternativas – são aquelas que diferem das tradicionais e que, embora hoje possam
ser utilizadas em menor escala, são importantes para o desenvolvimento sustentável no
futuro (especialmente, formas renováveis).
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• Fontes Renováveis: são aquelas que, independente do seu uso, podem ser utilizadas ao
longo do tempo sem a possibilidade de esgotamento. As fontes renováveis são basicamente
as alternativas, como a energia solar, eólica, biomassa, biocombustíveis, ondas/marés,
geotérmica, com exceção da hidrelétrica, que é uma fonte convencional.
Figura 4 – Produção de energia no mundo em 2017, e a contribuição de cada fonte. Fonte: Energy Metal News
(2018).
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Figura 5 – Produção de CO2 para diferentes fontes de energia primária. Fonte: National Energy
Board – Canada (2017).
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A ação humana, entretanto, tem afetado esta dinâmica do efeito estufa, elevando
a temperatura do planeta acima da faixa adequada para manter os ecossistemas e a vida.
A intensificação do efeito estufa desestabiliza o balanço de energia no planeta explicado
anteriormente, desencadeando o que chamamos de aquecimento global.
As emissões antropogênicas (causadas pelo homem), que resultam no agravamento
do efeito estufa, devem-se não apenas à emissão de carbono na atmosfera (na forma de CO2)
pela queima de combustíveis fósseis, mas também de outros gases que contribuem mais para o
aquecimento global do que o próprio CO2. Dentre eles, os mais importantes são: os CFCs (Cloro-
Fluor-Carbono) que foram muito utilizados na indústria da refrigeração, o metano e o óxido
nitroso. O metano, por exemplo, é 20 vezes mais potente que o CO2. A emissão demasiada destes
gases, juntamente com o CO2, resultando no CO2 equivalente agrava o efeito estufa e aumenta as
temperaturas do planeta. Conforme mostra a Figura 7, em que vemos claramente a correlação
entre os aumentos do CO2 equivalente (linha azul) e da temperatura média global (linha vermelha),
especialmente a partir dos anos 1800, com o aumento da industrialização mundial.
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Figura 7 – Correlação entre os aumentos do CO2 equivalente (linha azul) e da temperatura média global (linha ver-
melha). Fonte: Profpc (s/a).
Entre os maiores emissores de gases do efeito estufa, dados de 2010 mostram que 35%
vem do setor de produção de energia, 24% do uso da terra (agricultura, entre outros), 21% da
indústria, 14% do setor de transportes e 6% da construção civil. Vemos que o setor da energia
é o maior responsável pelas emissões desses gases. Assim, conforme destaca o IPCC, o uso de
energias renováveis no setor da produção de energia, conforme apresentado na Figura 4, é de
fundamental importância para minimizar as emissões antropogênicas de CO2, e reduzir a ação
do homem sobre as mudanças climáticas. Entretanto, vemos um contraste entre o aumento da
demanda por energia e o uso de energias renováveis, que são mais caras e algumas tecnologias
ainda estão em fase de aprimoramento e melhora na sua eficiência. Se não existirem políticas
eficazes como as propostas pelo IPCC, não haverá planejamento e o quadro atual pode se agravar.
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4 - SUSTENTABILIDADE
As fontes de energia renováveis e os recursos naturais são fundamentais para alcançarmos
o que chamamos de desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável consiste em
evitar a perda de recursos ambientais e de recursos disponíveis para as gerações futuras. Existem
alguns critérios propostos para avaliar sistemas de energia sustentáveis:
5. Compatibilidade de demanda: a qualidade dos serviços de energia não pode ser inferior
aos serviços equivalentes fornecidos pelo sistema estabelecido, ao contrário, deve ter o
potencial de se tornar significativamente melhor. As densidades de suprimento devem
corresponder às densidades de demanda.
5 - o panorâma brasileiro
A matriz energética brasileira é uma das mais limpas do mundo, com forte presença de
fontes renováveis. A Figura 8 apresenta a produção de energia elétrica no Brasil no ano de 2015,
distribuídas entre as diversas fontes de energia.
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Os dados fornecidos pela Empresa de Pesquisa Energética mostram que apesar de limpa,
a matriz brasileira é pouco diversificada. As hidrelétricas contribuem majoritariamente com 64%
da produção. Ter uma matriz energética pouco diversificada não garante a segurança energética
fundamental para o país. Por vezes, especialmente em períodos de estiagem, os brasileiros
enfrentam crises de abastecimento, apagões, racionamento e aumento nos preços das tarifas de
energia.
No cenário apresentado, ainda vemos uma grande contribuição de fontes não-renováveis,
como gás natural, derivados de petróleo, carvão e nuclear, totalizando quase 25% do total. O
uso destas fontes de energia tem sido feito, em geral, em caráter emergencial em períodos de
estiagem, como alternativa a evitar falha no abastecimento. Entretanto, as tarifas ficam mais caras
quando as termoelétricas são utilizadas.
Por fim, vemos pouca contribuição de biocombustíveis, eólica e solar fotovoltaica. O
Brasil possui enorme potencial para expandir estas três fontes renováveis, especialmente solar e
eólica na região nordeste.
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6.1. Biomassa
Qualquer matéria orgânica usada como combustível e transformada em energia térmica
ou elétrica pode ser considerada um bioenergético ou biomassa. Um exemplo bastante comum
do nosso dia a dia de uma biomassa, com grande aproveitamento no Brasil, é o bagaço de cana,
que é um resíduo produzido em grande quantidade pelas usinas de açúcar e álcool.
Ao ser incinerado, um bioenergético libera calor e, assim, podem ser utilizados em uma
caldeira, para produzir o vapor utilizado em um ciclo Rankine, substituindo os combustíveis
fósseis. A quantidade de energia liberada pela queima de qualquer combustível (bio ou fóssil)
pode ser calculada por:
em que m ̇C é a vazão mássica de combustível (em kg/s) e o PCI (em kJ/kg) é o seu poder
calorífico inferior. Em anexo a esta unidade está uma tabela fornecida pela Alfa Laval, que traz
o PCI de diversos combustíveis fósseis e biomassas. Analisando esta tabela, observamos que o
PCI dos combustíveis fósseis são relativamente maiores que os dos bioenergéticos. Assim, para se
gerar a mesma quantidade de calor (), devemos queimar uma maior vazão de combustível quando
utilizamos as biomassas. Por outro lado, em termos ambientais, conforme mostra a Figura 5, a
produção de CO2 é relativamente menor quando comparado aos combustíveis fósseis.
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Obviamente, este ciclo da biomassa deve ser planejado de forma sustentável para não
• Líquidos: são os combustíveis como o biodiesel e o etanol. O etanol pode ser produzido
a partir da cana-de-açúcar. Já o biodiesel pode ser produzido a partir de gorduras animais
ou de vegetais como a mamona, dendê, girassol, babaçu, amendoim, soja, entre outros.
Rejeitos de óleo de cozinha também podem ser convertidos em biodiesel.
• Gasosos: são os biogases, produzidos a partir da mistura de CO2 e metano por meio
de bactérias fermentadoras em matérias orgânicas. A matéria prima para produção de
biogás pode ser esterco, bagaços vegetais, lixo orgânico, entre outros. O biogás mais
conhecido é metano.
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Figura 12 – Ilustração de uma usina de açúcar e álcool, com a utilização do bagaço de cana como biomassa para
• Capacidade de reaproveitamento de resíduos, o que pode ser uma solução para o destino
final de lixo urbano.
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Existem diversos locais ao redor do planeta onde a atividade vulcânica está perto o
suficiente da superfície, permitindo a instalação de uma usina geotérmica. Países como o México,
Estados Unidos, Japão, Itália e Nova Zelândia já vêm utilizando esta fonte de energia, mas em
pequena escala. O Brasil não possui nenhuma usina geotérmica.
Dentre as inúmeras vantagens da fonte geotérmica, destacamos:
• O vapor d’água vindo do interior da Terra contém diversos gases dissolvidos, entre eles o
ácido sulfídrico, que possui um odor desagradável. Este ácido, em baixas concentrações,
provoca apenas náuseas, mas, em concentrações mais elevadas, é corrosivo e nocivo à
saúde.
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Também sugerimos que o aluno busque artigos, livros e apostilas sobre energias
renováveis, em especial que tratem de biomassas e energia geotérmica. Dentre
eles, indicamos o artigo de SOUZA, V. H. A. et al. Aspectos sustentáveis da bio-
massa como recurso energético. Revista Augustus, v. 20, nº 40, p. 105-123, 2016;
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Atlas de energia elétrica no Brasil,
2002. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf >.
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7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta primeira unidade da disciplina sobre Energias Renováveis foram apresentados, de
maneira introdutória, algumas definições importantes para o acompanhamento da disciplina, bem
como para reconhecermos a importância do uso de energias renováveis na atualidade. Conforme
os cenários catastróficos apresentados pelo IPCC, as mudanças climáticas podem se agravar
ainda mais, culminando no aquecimento global, destruição de ecossistemas, derretimentos das
geleiras, entre outras consequências. A mudança de hábitos e o uso de energias renováveis é
fundamental para frear este cenário.
Também vimos que as usinas termoelétricas a carvão e gás ainda são as mais utilizadas
como fonte primária para produção de energia elétrica. Contudo, existem alternativas interessantes
para substituir o uso de combustíveis fósseis e, ao mesmo tempo, mitigar as mudanças climáticas
com a utilização de biomassas. A bioenergia é uma das energias renováveis mais versáteis por
possibilitar a produção de energia elétrica, com emissões níveis de emissões de carbono muito
baixos. Por fim, falamos da energia geotérmica, considerada dentre as fontes mais limpas e
baratas para produção de energia. Esta última, devido as condições geográficas do seu território,
tem pouco potencial para ser utilizada no Brasil. Entretanto, é uma alternativa importante para
outros países, com o objetivo de reduzir emissões de CO2.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
02
DISCIPLINA:
ENERGIAS RENOVÁVEIS
HIDRELÉTRICAS
PROF. DR. PAULO VINICIUS TREVIZOLI
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................... 26
1 - A ENERGIA HIDRÁULICA.................................................................................................................................. 27
2 - CENTRAIS HIDRELÉTICAS............................................................................................................................... 27
3 - CLASSIFICAÇÃO DAS USINAS HIDRELÉTRICAS........................................................................................... 30
3.1. TIPOS DE BARRAGEM E RESERVATÓRIOS................................................................................................... 30
3.2. ALTURA DE QUEDA D’ÁGUA E TIPO DE TURBINA....................................................................................... 32
3.3. POTÊNCIA INSTALADA................................................................................................................................ 33
4 - IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS CAUSADOS POR INSTALAÇÕES HIDRELÉTRICAS................................ 33
5 - PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA CENTRAL HIDRELÉTRICA............................................................. 34
5.1. BARRAGEM E RESERVATÓRIO...................................................................................................................... 35
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5.2. VERTEDOURO.................................................................................................................................................. 36
5.3. SISTEMA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA E CONDUTOS FORÇADOS................................................................... 36
5.4. CANAL DE FUGA E DESCARGA DE FUNDO................................................................................................... 37
5.5. CASA DE FORÇA: GERADORES E TURBINAS............................................................................................... 37
5.5.1. GERADORES.................................................................................................................................................. 37
5.5.2. TURBINAS.................................................................................................................................................... 38
6 - AVALIAÇÃO DE UM APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO............................................................................. 40
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................... 48
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
A matriz energética brasileira, que seria a energia ofertada à sociedade para produção de
bens de consumo e serviços, é uma das mais limpas do mundo. Conforme apresentado na Figura
8 da Unidade I, mais de 75% da energia produzida no Brasil vem de fontes renováveis, sendo 64%
do total a partir de usinas. No mundo, a fonte hidroelétrica corresponde a apenas 17% do total
produzido.
O uso desta fonte no Brasil se deve ao fato de que o nosso país detém o maior potencial
hidrelétrico do mundo, sendo 70% deste potencial nas bacias do Amazonas e do Tocantins/
Araguaia. A maior usina hidrelétrica brasileira, na realidade binacional (Brasil e Paraguai), é a
Usina Binacional de Itaipu, localizada no Rio Paraná com capacidade instalada de 14000 MW.
Somadas as 10 maiores usinas hidrelétricas do Brasil, a capacidade total seria de mais de 54 000
MW.
Nesta unidade falaremos sobre a energia hídrica e hidrelétrica, apresentando suas
características, componentes e como calcular o potencial hidrelétrico de um aproveitamento.
Também falaremos um pouco sobre as principais centrais hidrelétricas brasileiras.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - A ENERGIA HIDRÁULICA
A energia hidráulica, ou energia hídrica, é aquela obtida por meio do aproveitamento da
energia potencial e cinética das correntes de água em rios, mares ou quedas d’água. É considerada
uma fonte de energia renovável e limpa.
Para entender o seu credenciamento como uma energia renovável, precisamos saber sobre
o ciclo da água, ilustrado na Figura 1. O ciclo da água se origina com o processo de evaporação
da água da superfície de rios, lagos, oceanos, pela transpiração dos seres vivos e pelo uso da água
pelos seres humanos. O vapor d’água, proveniente da evaporação, forma as nuvens na atmosfera
que, ao entrar em contato com as camadas mais frias da atmosfera, retornam ao estado líquido,
resultando na precipitação, na forma de chuva ou neve. A água da chuva ou neve derretida se
infiltra no solo, formando ou renovando os lençóis freáticos, bem como restabelece os níveis
dos rios, lagos e açudes. Desta forma, a água utilizada para produzir energia elétrica é reposta
por meio da chuva. Uma vez que o ciclo da água é infinito, podemos classificar a energia hídrica
como renovável.
2 - CENTRAIS HIDRELÉTICAS
Uma central hidrelétrica, ilustrada na Figura 2, converte a energia potencial hidráulica,
em energia cinética (rotação) em uma turbina que, por sua vez é convertida em energia elétrica.
A energia elétrica em uma usina hidroelétrica é gerada pela passagem da água através de uma
turbina, sendo que o seu eixo está acoplado a um gerador elétrico (síncrono de polos salientes),
formando o conjunto turbina gerador. Esse conjunto gira a velocidades relativamente baixas, de
50 a 300 rpm, quando comparadas às turbinas a vapor.
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Figura 3 – Usina com reservatório de acúmulo (à esquerda); reservatório de fio d’água (à direita). Fonte: Sergio
Nobre (2013).
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Já os reservatórios de fio d’água aproveitam a velocidade das águas do rio para movimentar
as turbinas. Como se aproveita a energia cinética da própria corrente do rio. Assim, necessita
de menores desníveis, bem como de reservatórios com mínimo de acúmulo de água, além de
preservar o curso natural do rio. O principal exemplo é a Usina de Belo Monte, a qual possui
uma área alagada de 0,5 mil km2 e tem capacidade de 11,2 mil MW. Os tipos de turbinas que são
utilizados nestas usinas que usam estes tipos de reservatório também são diferentes, conforme
será explicado adiante.
Comparativamente, qual seria o melhor tipo? As usinas de fio d’água são uma opção
mais sustentável, pois não utiliza grandes reservatórios de água, reduz a estrutura das barragens
e a dimensão dos alagamentos. Mesmo dispensando grandes reservatórios, essas usinas mantêm
uma reserva mínima para garantir sua operação e estabilidade. Por outro lado, somente as usinas
de acúmulo garantem maior segurança energética ao país nos períodos de seca.
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Figura 4 – Relação altura de queda d’água com o tipo de turbina. Fonte: Martins (s/a).
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5.2. Vertedouro
O vertedouro permite a saída de água sempre que o nível do reservatório ultrapassa os
limites recomendáveis. Isso ocorre normalmente nos períodos de chuva. Eles são dimensionados
para garantir o escoamento do excedente de água, quando o reservatório está com 60 a 80% de
sua capacidade, e possuem um mecanismo para reduzir a velocidade da descarga. O vertedouro
da Usina de Itaipu Binacional é mostrado na Figura 8. Assim, o vertedouro é aberto quanto:
• A produção de energia elétrica é prejudicada porque o nível de água está acima do nível
ideal.
• Para evitar o transbordamento e, consequentemente, as enchentes no entorno da usina.
• Câmara de carga: interliga o sistema de baixa pressão em canal com o de alta pressão.
Durante a partida, a câmara de carga garante que não entre ar no conduto forçado, já nas
paradas bruscas, ela garante estabilidade ao sistema de adução.
• Chaminé de equilíbrio: interliga o sistema de baixa pressão em encanamento com o
de alta pressão. Durante a partida, a chaminé de equilíbrio garante que não entre ar no
conduto forçado, já em momentos de variação da vazão ela suaviza os efeitos do golpe de
aríete.
• Duto forçado: sistema de alta pressão que leva a água às turbinas hidráulicas.
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5.5.1. Geradores
As centrais hidrelétricas operaram em baixa rotação. Por isso, utilizam geradores
síncronos, de polos salientes, com grande número de polos, geralmente múltiplos de 4 polos. Ao
operar, os geradores produzem correntes parasitas, as quais por efeito Joule, o aquece. Assim, as
máquinas de grande porte necessitam sistema de refrigeração.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq.1
em que rpm é a rotação da turbina e, portanto, do gerador, pois estão acoplados diretamente
no mesmo eixo, f é a frequência rede (no Brasil, f=60 Hz), e p é o número de polos.
5.5.2. Turbinas
As turbinas são máquinas hidráulicas que convertem energia mecânico-hidráulica em
energia mecânico-motriz. São máquinas reais, ou seja, a energia disponibilizada em seu eixo
mecânico é menor do que aquela fornecida pelo fluido. O rendimento da turbina é definido como
a razão da potência mecânico-motriz pela potência mecânico-hidráulica
As turbinas são classificadas em turbinas de ação, reação e para pequenos desníveis.
Conforme apresentado anteriormente, a turbina mais apropriada para cada usina hidrelétrica
depende da altura de queda e da vazão. Por exemplo, nas usinas de fio d’água, são utilizadas
turbinas do tipo bulbo por não exigir a existência de grandes reservatórios e ser indicada para
baixos desníveis e altas vazões.
As turbinas de ação transformam energia cinética da água em trabalho. São construídas
com eixo vertical ou horizontal, sendo que o rotor da turbina gira no ar. Dentre as turbinas de ação
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ENSINO A DISTÂNCIA
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Ao observarr a Figura 14, vamos analisar a linha de potência constante de 10000 kW.
Uma usina hidrelétrica que possui potência hidráulica de 10000 kW poderá utilizar qualquer
tipo de turbina (observe que a escala do gráfico varia):
• Tipo Pelton, para combinações de vazão entre, aproximadamente, 0,6 e 6 m3/s, e alturas
entre, aproximadamente, 200 e 1800 m.
• Tipo Francis, para combinações de vazão entre, aproximadamente, 3 e 70 m3/s, e alturas
entre, aproximadamente, 15 e 350 m.
• Tipo Kaplan, para combinações de vazão entre, aproximadamente, 15 e 200 m3/s, e
alturas entre, aproximadamente, 5 e 60 m.
6 - AVALIAÇÃO DE UM APROVEITAMENTO
HIDRELÉTRICO
Antes de apresentar as equações, vamos fazer um fluxograma de energia característico de
uma usina hidrelétrica, conforme mostra a Figura 15. Como dito anteriormente, tanto turbina
como gerador são equipamentos reais, que possuem um rendimento característico. No fluxograma
são mostradas todas as formas de energia envolvida, suas conversões e os rendimentos.
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ENSINO A DISTÂNCIA
em que Q (em m3/s) é a vazão firme e HTop (em metros) a altura topográfica.
H=HTop-HTAg-HCan Eq. 3
PH=9,81QH Eq. 4
A relação entre a altura disponível, altura topográfica e as perdas, também poderão ser
avaliadas em termos do rendimento da canalização (ηC), dada por:
Eq. 5
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ENSINO A DISTÂNCIA
A vazão firme, ou vazão do aproveitamento (Q), é definida como a vazão de fluido que
passa por uma turbina sem que haja alteração na altura do reservatório. Ela é calculada pela
velocidade do escoamento multiplicada pela área da seção transversa do duto.
A potência hidráulica é convertida em potência mecânica (PM em kW) pela turbina,
sendo PM determinada pela Equação 6,
pm = ηT PH Eq. 6
PG = ηG= PM Eq. 7
1cv= 0,7355 kW
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq. 8
Resolução:
Considerando a queda 118,4 m como altura disponível e a vazão firme de 690 m3/s,
temos que a potência hidráulica é:
PH=9,81QH=801,44 MW
PG=ηT ηG PH
Assim,
ηT ηG=87,3%.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq. 9
Eq. 10
Eq. 11
Eq. 12
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq. 13
em que, PG,cv é a potência produzida pelo gerador em cv, dada todas as conversões de
energia e seus rendimentos. Lembrando que 1 cv equivale a 0,736 kW.
Sendo conhecida a velocidade real do conjunto turbina-gerador, podemos retornar a
Equação 1 e determinar o número de polos do gerador. Observe que n, na Equação 13, corresponde
à rpm, na Equação 1.
A Tabela 1 apresenta a correlação entre tipo de turbina, velocidade específica e altura do
aproveitamento.
EXEMPLO 2: Uma usina hidrelétrica utiliza turbinas Kaplan. A velocidade angular das
turbinas é de 67 rpm, e a altura topográfica do aproveitamento é de 19,2 m. A partir da equação
empírica adequada, determine a velocidade específica dessa família de turbinas. Na sequência,
considerando o rendimento da canalização de 70% e HCan=5,76 m, qual a potência elétrica, em
MW, do aproveitamento?
Resolução:
A velocidade específica da turbina Kaplan é:
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Comparison of Pelton, Francis & Kaplan Turbine, publicado por Learn Enginee-
ring (2013). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v= k0BLOKEZ3KU>.
Acesso em: 26 jan. 2019.
Outro vídeo muito interessante sobre usinas hidrelétricas:
• Como Funciona uma Hidrelétrica, publicado por NatuFive (2016). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9FMYh8J2Uys>. Acesso em: 26 jan. 2019.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Além desta apostila, o aluno deve procurar mais informações sobre hidrelétricas
e turbinas hidráulicas em outras fontes, algumas apresentadas nas referências.
Aqui destacamos algumas fontes interessantes:
• O site da Itaipu Binacional é uma fonte riquíssima para obter informações desde
a hidrologia da usina até a geração e distribuição de energia. Disponível em: <ht-
tps://www.itaipu.gov.br/ energia/geracao>.
• Um tema muito interessante a ser pesquisado é sobre as PCHs, uma vez que elas
podem ser uma excelente oportunidade de negócio. Diversas informações podem
ser obtidas no site da ANEEL, especialmente o Guia do Empreendedor de PCHs.
Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/guia_em-
preendedor.pdf>.
• Já a leitura do artigo do engenheiro Alan Kardec, traz uma boa reflexão sobre
usinas de fio d’água. Disponível em:
<https://www.bloglogistica.com.br/mercado/hidreletricas-fio-dagua-e-questao-
-ambiental-um-tiro-pe/>.
Uma excelente sugestão de vídeos são os que trazem informações sobre a cons-
trução e operação da Usina de Itaipu Binacional, dentre eles:
• Itaipu – a pedra que canta - Parte 1, publicado por Alexandre Paiva Jr (2013).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=paNkP-zhojc>. Acesso em:
26 jan. 2019.
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ENSINO A DISTÂNCIA
7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta segunda unidade da disciplina sobre Energias Renováveis, falamos sobre a geração
de energia por usinas hidrelétricas, uma vez que esta fonte de energia é a mais importante no
nosso país. Vimos diversos aspectos importantes, desde o seu funcionamento, vantagens e
desvantagens, seus componentes e, por fim, como calcular as potências hidráulica, mecânica e
elétrica produzida. Apesar de renovável, uma usina hidrelétrica não pode ser considerada 100%
limpa, tendo em vista os impactos ambientais originados, principalmente com a formação das
represas, além de diversos impactos sociais. Por outro lado, um reservatório de água representa
segurança energética ao país, além de trazer prosperidade às localidades onde a usina é instalada.
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
03
DISCIPLINA:
ENERGIAS RENOVÁVEIS
ENERGIA SOLAR
PROF. DR. PAULO VINICIUS TREVIZOLI
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................51
1 - A ENERGIA SOLAR............................................................................................................................................ 52
1.1. ENERGIA SOLAR TÉRMICA OU HELIOTÉRMICA.......................................................................................... 53
1.2. ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA.................................................................................................................. 57
2 - O PANORAMA BRASILEIRO............................................................................................................................. 59
3 - CONCEITOS DE RADIAÇÃO SOLAR................................................................................................................. 59
4 - PAINÉIS FOTOVOLTAICOS............................................................................................................................... 62
5 - DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS............................................................................... 67
5.1. AVALIAÇÃO DO RECURSO SOLAR DO LOCAL............................................................................................... 68
5.2. SISTEMAS SFI E SFCR E A ESTIMATIVA DA DEMANDA DE ENERGIA...................................................... 70
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5.3. DETERMINANDO A QUANTIDADE DE PAINÉIS............................................................................................71
5.4. DIMENSIONAMENTO DA QUANTIDADE DE PAINÉIS INSTALADOS EM SÉRIE E PARALELO................ 72
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................... 74
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Dentre as fontes de energia renováveis, a energia solar é atualmente a que desponta como
mais acessível às pessoas. Hoje em dia é tecnicamente e economicamente viável instalar aquecedores
solares ou painéis fotovoltaicos, para aquecer água ou produzir energia, respectivamente, em uma
residência. Obviamente, em uma escala maior, também existem as usinas solares que utilizam a
energia térmica (para aquecimento de água) ou a luz solar (efeito fotovoltaico) para operarem.
Isso será apresentado ao longo desta Unidade.
Entretanto, ao falar simplesmente em “energia solar”, podemos destacar que as fontes de
energias renováveis como hidráulica, biomassa, eólica e energia das marés e ondas, são resultadas
indiretamente da energia solar. Por isso, sempre que nos referirmos a energia solar nesta Unidade,
estaremos nos referindo a utilização da energia térmica ou luz solar para produção de calor ou
energia elétrica.
Por fim, destacamos que, nesta Unidade, daremos maior destaque aos sistemas
fotovoltaicos. Apresentaremos diversas definições e parâmetros importantes para a seleção e
dimensionamento de painéis fotovoltaicos. Ao término deste capítulo, o aluno deverá ser capaz
de dimensionar um sistema fotovoltaico para a sua residência.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - A ENERGIA SOLAR
A energia solar pode ser utilizada para diversos fins. No que concerne a conversão e
geração de energia, a Figura 1 apresenta um diagrama que mostra os diversos usos da energia
solar. Na figura vemos que a energia solar pode ser convertida em energia térmica ou elétrica.
No caso da energia térmica, seus usos se dividem em três faixas de temperatura: (A)
baixas temperaturas para aquecimento de ambientes, refrigeração e outros processos; (B) média
temperatura com uso em fornos, produção de vapor e energia; (C) alta temperatura. Para o
escopo desta disciplina, o mais interessante é a faixa de média temperatura, em que a energia
solar é convertida em energia térmica para produzir vapor d’água a ser utilizado em um ciclo
Rankine. Já no caso da energia elétrica, a luz solar é convertida diretamente em energia elétrica
graças ao efeito fotovoltaico.
Dentre as desvantagens:
• Produção de energia depende das condições climáticas e, portanto, não tem produção
uniforme em escala anual, mensal e até diária.
• Obviamente, não produz energia durante períodos noturnos, o que requer sistemas de
produção secundários ou de armazenamento de energia.
• No caso dos sistemas fotovoltaicos, com a tecnologia disponível atualmente, o
rendimento dos painéis ainda é baixo.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 2 – Aquecedor solar de água para usos domésticos. Fonte: Soletrol (s/a).
Um uso mais nobre da energia solar térmica seria para a produção de energia em uma
usina termoelétrica solar, ou usina heliotérmica. Conforme diz o nome, a usina termoelétrica irá
converter a energia térmica em energia elétrica, por meio da expansão do vapor d’água em uma
turbina seguindo o ciclo Rankine, já apresentado na Unidade I.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Existem basicamente dois tipos de usina termoelétrica solar: os sistemas de torre solar
e os sistemas com coletores parabólicos. Nas usinas com torre solar, apresentada na Figura 3,
existe uma torre receptora que recebe os raios refletidos por espelhos, ou heliostatos, sempre
orientados para o sol. A luz solar incide sobre os espelhos e é refletida para a torre solar. Todos
os espelhos concentram a luz refletida para o receptor, instalado no topo da torre. Um fluido
condutor de calor, formado por um sal líquido, é bombeado para o receptor, onde retira o calor
fornecido pelos raios solares concentrados. O fluido deixa o repositor a uma temperatura de
cerca de 565ºC, e posteriormente o fluido condutor rejeita este calor para a água na caldeira. A
água deixa a caldeira no estado de vapor superaquecido, a uma temperatura de cerca de 540ºC,
e a alta pressão, que é expandido na caldeira produzindo potência mecânica. Para fechar o ciclo
Rankine, o vapor que sai da caldeira é condensador no condensador. A turbina, por sua vez, está
acoplada ao gerador elétrico, que converte a potência mecânica em elétrica.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 5 – Produção de energia fotovoltaica em escala residencial: (a) sistemas isolados; (b) sistemas interligados a
rede. Fonte: Warm Placas Fotovoltaias (2015).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Sistemas de grande porte, conhecidos como Parques Fotovoltaicos, são aqueles que
produzem grandes quantidades de energia para distribuição. Hoje existem diversos parques
fotovoltaicos ao redor do mundo, sendo o maior deles localizado no deserto de Tengger, em
Zhongwei, na China, apresentada na Figura 6, tem capacidade de 1547 MW e cobre uma área de
43 km2. É importante ressaltar que os parques solares, muito por conta de sua simplicidade de
instalação, são mais numerosos que as usinas heliotérmicas apresentadas anteriormente.
Fonte: o autor.
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ENSINO A DISTÂNCIA
2 - O PANORAMA BRASILEIRO
O Brasil é um dos poucos países no mundo que recebe luz solar em período superior
a 3000 horas por ano. Apenas a região Nordeste conta com uma incidência de radiação média
diária na faixa 4,5 a 6 kWh/m2. A Figura 7 apresenta os valores de radiação média diária incidentes
sobre as diferentes regiões do Brasil.
Entretanto, apesar de ser um dos países com maior potencial de energia solar do mundo,
faltam incentivos fiscais e políticos para que o potencial solar brasileiro seja melhor explorado.
Dados de 2015 mostraram que do total de 135.000 MW de potência instalada, a parcela produzida
por sistemas fotovoltaicos é de apenas 15 MW.
Em contraste, a Alemanha, por exemplo, possui uma capacidade instalada de 35.500 MW
de potência produzida por centrais fotovoltaicas. Este valor é superior a potência total produzida
por termelétricas no Brasil, que é de 25.919 MW de capacidade instalada. Mas isso não é tudo! A
Alemanha recebe menos da metade da radiação solar diária em comparação com o Brasil. Esse
país europeu recebe cerca de 2,5 KWh/m² diários, contra 5,9 KWh/m² diários incidentes no
nordeste brasileiro.
Figura 7 – Regiões do Brasil e radiação média. Fonte: Atlas Brasileiro de Energia Solar (2006).
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Irradiância: é a taxa na qual a energia solar atinge uma unidade de área (em W/m2).
Irradiância também é conhecida por radiância.
Figura 8 – Componentes da radiação total. Fonte: Portal das Energias Renováveis (2008).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Outras definições importantes são quanto aos ângulos da geometria solar, ilustrados na
Figura 9. São eles:
• Ângulo de Incidência (θ): é o ângulo que se forma entre o raio solar e o vetor normal
(n) a superfície.
• Altura Solar (α): é o ângulo formado entre o raio solar e a sua projeção sobre o plano
horizontal.
• Ângulo Azimutal do Sol (γs): é o ângulo formado entre a projeção do raio solar no plano
horizontal e a direção Norte-Sul. Obedece a mesma convenção citada para o ângulo
azimutal da superfície - -180o<γs<180o.
• Ângulo Horário do Sol (ω): definido como o deslocamento angular Leste-Oeste do Sol,
a partir do meridiano local, devido ao movimento de rotação da Terra. Cada hora angular
corresponde a um deslocamento de 15º.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Por fim, introduzimos a hora solar, a qual é definida a partir do ângulo horário do
sol e pode ser diferente do horário civil. Outra variável que pode ser citada: horas de sol de
pico, apresentada em detalhes na Figura 10. A irradiância varia durante o dia e tem sua maior
intensidade ao meio-dia solar. As horas de sol de pico são aquelas em que a irradiação que chega
ao solo terrestre é máxima, ou próximo à máxima de 1000 W/m2. Em geral, consideram-se as
horas de sol de pico entre 2 a 3 horas antes e depois do meio-dia solar. O valor das horas de sol
de pico são muito importantes para o dimensionamento de sistemas fotovoltaicos, pois é durante
este período de pico que o sistema irá gerar o máximo de energia durante um dia.
4 - PAINÉIS FOTOVOLTAICOS
O efeito fotovoltaico é a conversão direta da energia solar em energia elétrica, em que
os fótons contidos na luz solar que são convertidos em energia elétrica por meio das células
solares. As células solares, por sua vez, são formadas por diversas junções do tipo p-n de materiais
semicondutores. Estes últimos são caracterizados pela presença de bandas de energia, sendo que
nas bandas de valência há a presença de elétrons, as bandas de condução estão totalmente vazias.
A conversão da luz solar em energia elétrica pode ser obtida em todos materiais
semicondutores, sendo o mais utilizado o silício. Conforme ilustra a Figura 11, na junção
p-n do semicondutor, existem elétrons livres do lado n que passam ao lado p e se alojam em
lacunas. Assim, ocorre o acúmulo de elétrons no lado p, que se torna negativamente carregado,
e a deficiência de elétrons do lado n, que se torna positivo. Isto resulta em um campo elétrico
permanente que dificulta a passagem de mais elétrons do lado n para o lado p, e a junção entra
em equilíbrio. Entretanto, se a junção p-n for exposta à luz solar, desencadeará a geração de
novos pares elétron-lacunas, desfazendo-se o equilíbrio inicial. Com isso, o fluxo de elétrons
através da junção desencadeado pela exposição à luz solar gera uma corrente elétrica que,
consequentemente, origina uma diferença de potencial, resultando no efeito fotovoltaico, base de
funcionamento das células fotovoltaicas.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
• Tensão Nominal (Vn): é a tensão padrão para a qual o módulo foi desenvolvido.
• Corrente de Curto Circuito (Isc): corrente máxima que o módulo fotovoltaico fornece
com seus terminais em curto circuito, sob condições padrão de teste.
• Potência Máxima (PM): a potência é calculada pelo produto entre tensão e corrente
(V×I) cujo valor máximo é obtido em um único ponto, para dada condição de teste
(irradiância e temperatura).
• Eficiência (η): é a razão entre a potência elétrica gerada e a irradiância incidente sobre
o módulo.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 14 – Associação de painéis fotovoltaicos: (a) em série; (b) em paralelo. Fonte: MPP solar (s/a).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Na maioria dos casos práticos será necessário associar os painéis em série, formando
as strings, para alcançar a tensão nominal do sistema, e as strings, por sua vez, são associadas
em paralelo, para alcançar a potência-pico do projeto, conforme ilustra a Figura 15. Assim, as
instalações reais agregam as características dessas duas associações. Em geral, para se evitar
perdas, nas associações deve-se utilizar painéis com características semelhantes.
A primeira célula solar moderna foi apresentada por Chapin, Fuller e Pearson, em
1954, durante a reunião anual da National Academy of Sciences. Já a primeira a
seguir, datada de 1955, e consistia em um painel com nove células. Dois anos
depois, painéis foram utilizados pela NASA, no Vanguard I, e operaram por um pe-
ríodo de 8 anos, demonstrando sua confiabilidade. Durante a década de 70, com
a crise de petróleo, o interesse em painéis fotovoltaicos teve um aumento, mas
havia o empecilho dos custos elevados das células. No entanto, nos últimos anos
os custos com os painéis diminuiu consideravelmente, o que ajudou na populari-
zação desta fonte renovável para produção de energia.
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ENSINO A DISTÂNCIA
5 - DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS
FOTOVOLTAICOS
O dimensionamento do sistema fotovoltaico é o balanço entre a energia que os painéis
fotovoltaicos podem receber por meio da radiação solar e a demanda de energia a ser atendida.
Para dimensionar um sistema fotovoltaico, sugerimos seguir as seguintes etapas:
Nesta apostila, trataremos dos itens 1 ao 4, não sendo tratados aspectos relevantes do
item 5.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
Assim sendo, pela HSP conseguimos avaliar a quantidade de horas diárias que chega
ao solo (plano horizontal) uma irradiação de 1000 W/m2. Já a irradiação incidente sobre um
painel fotovoltaico dependerá da orientação do painel e da sua inclinação. Quanto a orientação,
para melhor aproveitamento da radiação solar, no hemisfério sul sempre posiciona-se os painéis
orientados para o norte geográfico.
No que se refere a inclinação do painel, veja a Figura 17. No caso de um painel colocado
sobre o solo, no plano horizontal, pode-se utilizar os dados de irradiação (Gd,h) ou a HSP
diretamente. Já no caso de painéis inclinados, é necessário levar em conta a inclinação do painel
(β), e converter os valores médios da irradiação no plano horizontal (Gd,h) para o plano médio
(Gd,β), utilizando a seguinte equação:
Eq. 1
Tabela 1 – Recomendações para o ângulo de inclinação dos painéis solares em função da latitude do local de insta-
lação. Fonte: Barreto; Carvalho (2018).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Por fim, para o dimensionamento mais completo do sistema fotovoltaico, outros aspectos
são relevantes, como estudar a interação da localização com o meio ao redor e verificar a presença de
sombras provocadas por árvores, edifícios, entre outros. Além disso, é muito importante verificar
a possibilidade dos painéis trocarem calor com o ambiente externo no local da instalação, com
o objetivo de evitar o aquecimento demasiado das placas e garantir o seu bom funcionamento.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq. 2
em que, DCC é a demanda por energia em CC (em Wh/dia), DCA é a demanda por energia
em CA (em Wh/dia), ηbat é a eficiência da bateria e ηinv é a eficiência do inversor.
Já os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (SFCR), toda a energia produzida por ser
injetada na rede de distribuição, como no caso dos parques fotovoltaicos, ou o excedente de
produção pode ser repassado para a distribuidora obtendo créditos, como no caso de sistemas
domésticos. A rede age como uma carga, absorvendo energia. Em geral, tanto os parques como os
sistemas domésticos não possuem sistemas de armazenamento, os quais são volumosos e caros.
Entretanto, estes sistemas devem seguir a regulamentação e legislação local, uma vez que usam a
rede de distribuição das concessionárias de energia.
Para os SFCR, podemos utilizar o mesmo procedimento descrito para o SFI. Entretanto,
como os SFCR são conectados à rede, além de não haver a necessidade de um sistema de
armazenamento, a estimativa da demanda de energia da aplicação não precisa ser tão rigorosa,
uma vez que, ocorrendo falta de energia, utiliza-se a rede de distribuição. Tal estimativa pode ser
o consumo médio mensal e até anual do local onde o SFCR fornecerá energia. Uma possibilidade
é utilizar a conta de luz, baseando-se no consumo médio dos últimos 12 meses.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Eq. 3
em que, E é a energia gerada (em kWh/dia), a qual deve ser igual a demanda média anual
(mês comum) ou a demanda crítica (mês crítico), HSP é a hora de sol pleno (em h/dia) e R=0,8,
é uma constante que representa o rendimento do sistema, incluindo o rendimento do painel e do
inversor além de contabilizar alguns fatores ambientais.
O número de painéis (nP) pode, então, ser determinada dividindo a potência total pela
potência de um painel (PP), conforme a Equação 4. A potência do painel é obtida por meio de
catálogos.
Eq. 4
Eq. 5
em que, Vimin é a tensão mínima (CC) na entrada do inversor, Vimax é a tensão máxima
(CC) e Voc é a tensão do circuito aberto. Essas informações são obtidas do catálogo de inversores
e de painéis fotovoltaicos.
Para determinar o número de painéis ou strings associados em paralelo (Npar), temos:
Eq. 6
em que, Iimax é a corrente máxima (CC) admitida na entrada do inversor e Isc é a corrente
de curto do painel. Novamente, essas informações são obtidas do catálogo de inversores e de
painéis fotovoltaicos.
Nesta última seção da Unidade III foi apresentado como fazer o dimensionamen-
to de um sistema fotovoltaico, determinar a quantidade de painéis necessários e
também diversas recomendações para um projeto de sucesso. Será que você se-
ria capaz de dimensionar um sistema fotovoltaico para a sua casa? Reflita sobre!
Essa será uma das atividades complementares requeridas nesta Unidade.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Além desta apostila, o aluno deve procurar mais informações sobre sistemas de
energia solar em outras fontes, algumas apresentadas nas referências. Aqui des-
• Outra leitura muito frutífera é o livro digital Os Sistemas de Energia Solar Fotovol-
taica fornecida gratuitamente pela BlueSol Educacional, onde informações com-
plementares sobre sistemas de armazenamento e inversores podem ser obtidas,
disponível em: <www.bluesol.com.br>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Vídeos sobre sistemas fotovoltaicos são diversos, incluindo cursos sobre o di-
mensionamento desses sistemas. Dentre eles destacamos:
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta terceira unidade da disciplina sobre Energias Renováveis, falamos sobre a geração de
energia pelo uso do sol, sendo por meio de usinas heliotérmicas ou sistemas fotovoltaicos. Apesar
de pouco explorada no Brasil, a energia solar é abundante em nosso pais, podendo até se tornar a
principal fonte primária para geração de energia. Além disso, ela poderia trazer desenvolvimento
para uma das regiões mais pobres do Brasil. Vimos também diversos aspectos da energia solar,
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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA
04
DISCIPLINA:
ENERGIAS RENOVÁVEIS
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................................77
1 - A ENERGIA EÓLICA........................................................................................................................................... 78
2 - O PANORAMA E O POTENCIAL BRASILEIRO PARA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA............................ 80
3 - CONCEITOS SOBRE ENERGIA EÓLICA........................................................................................................... 84
3.1. ANÁLISE DAS VELOCIDADES DOS VENTOS................................................................................................. 84
3.2. FUNCIONAMENTO DOS AEROGERADORES, A CONVERSÃO DA ENERGIA DOS VENTOS EM ENERGIA ELÉ-
TRICA E SEUS PRINCIPAIS COMPONENTES...................................................................................................... 86
3.3. TIPOS DE TURBINAS EÓLICAS E SEUS COMPONENTES........................................................................... 88
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5.1. ENERGIA MAREMOTRIZ................................................................................................................................. 95
5.2. ENERGIA DAS CORRENTES MARÍTIMAS..................................................................................................... 96
5.3. ENERGIA DAS ONDAS.................................................................................................................................... 97
6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................................................. 100
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ENSINO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Nesta Unidade final da apostila do curso de Energias Renováveis falaremos sobre duas
das fontes de energias mais limpas e promissoras: a energia eólica e a energia das ondas e marés.
Conforme apresentado na Unidade III, essas duas formas de energia, na realidade, são resultado
indireto da energia solar. Entretanto para nós, sempre trataremos a energia eólica resultado das
forças dos ventos e a outra forma de energia resultado da força de ondas e marés.
Iniciaremos a Unidade falando sobre a energia eólica, seus principais conceitos e
componentes, e como avaliar o potencial eólico de uma região. Na sequência, vamos apresentar
a energia das ondas e marés, e sobre as diferentes tecnologias existentes para converter a energia
das águas em energia elétrica.
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ENSINO A DISTÂNCIA
1 - A ENERGIA EÓLICA
Podemos definir a energia eólica como a energia cinética contida nas massas de ar
em movimento, que chamamos de ventos. Esta fonte de energia primária, renovável é muito
abundante e disponível virtualmente em todos os locais do planeta. Entretanto, como veremos
adiante, nem todo local tem potencial para produção de energia em larga escala.
A energia eólica tem origem na energia solar, uma vez que os ventos são resultado do
aquecimento não uniforme da atmosfera. De acordo com a ilustração da Figura 1, as regiões
tropicais recebem a radiação solar de forma mais direta e, assim, são mais aquecidas do que
as regiões polares. O ar mais quente em baixas altitudes nas regiões tropicais, por ser menos
denso (menor massa específica), tende a subir e é substituído por massas de ar mais frio, mais
densos (maior massa específica), vindo das regiões polares. Assim, o aquecimento não uniforme
da atmosfera, resulta na diferença de massas específicas e em gradientes de pressões, os quais são
a força motriz para o deslocamento de massas de ventos, o que determina a formação dos ventos.
É importante salientar que os ventos também são influenciados pelo movimento de rotação da
Terra, e dependem da latitude, longitude, altitude, entre outros.
A primeira aplicação da utilização das forças dos ventos data do Século V na Pérsia, em
que moinhos de vento foram usados para bombear água para irrigação. Até os dias de hoje existem
estes tipos de moinho e o princípio de funcionamento não mudou: o vento atinge e propulsiona
uma hélice, que por sua vez rotaciona um eixo que impulsiona uma bomba. Substituindo o eixo
da bomba por um gerador elétrico, podemos produzir eletricidade.
No que diz respeito a produção de energia elétrica, a energia eólica é considerada a
energia mais limpa do planeta. Isso, associado à sua abundância no planeta, é tida como a melhor
alternativa às energias não-renováveis. Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da
energia cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas,
também conhecidas como aerogeradores. A quantidade de energia transferida dos ventos para
o eixo da turbina eólica é função da densidade do ar, da área coberta pela rotação das pás, ou
hélices, da turbina e da velocidade do vento.
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ENSINO A DISTÂNCIA
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ENSINO A DISTÂNCIA
(a)
Figura 2 – (a) velocidade média dos ventos em cada continente; (b) estimativas do potencial eólico de cada conti-
nente. Fonte: ANEEL (2002).
Como podemos ver pela Figura 2, África, América do Norte e a Europa Ocidental são
os continentes que apresentam as maiores áreas continentais com velocidades do vento acima de
7 m/s. Consequentemente, também são os continentes que apresentam maior potencial bruto e
líquido para produção de energia eólica.
No que se refere ao cenário brasileiro, conforme mostra a Figura 3(a), boa parte do nosso
litoral apresenta velocidades de vento propícias ao aproveitamento de energia eólica em larga
escala. Algumas áreas montanhosas no interior do país também possuem velocidades maiores
que 7 m/s.
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ENSINO A DISTÂNCIA
A Figura 3(b) mostra o potencial eólico de cada região do Brasil. Analisando as Figuras
3(a) e (b), podemos destacar:
• O nordeste possui potencial de 144,3 TWh/ano (75 GW), sendo as principais localidades
a faixa litorânea do Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará, a região das chapadas
e off-shore.
• O sudeste possui potencial de 54,9 TWh/ano (29,7 GW), sendo as principais localidades
o norte fluminense, o Espírito Santo e locais de altitude no estado de São Paulo.
• No sul, destaque apenas para as regiões litorâneas, com potencial de 41,1 TWh/ano
• O centro oeste apresenta o menor potencial, por ser a região localizada mais ao centro
do continente. Seu potencial é de apenas 5,4 TWh/ano (3,1 GW), sendo possível utilizar
a energia eólica em algumas áreas na fronteira com o Paraguai.
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ENSINO A DISTÂNCIA
(a)
Figura 3 – (a) velocidade média dos ventos em território brasileiro; (b) estimativas do potencial eólico de cada região
do Brasil. Fonte: CRESESB (s/a); Oliveira (2008).
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Os maiores parques eólicos do Brasil são o Complexo Eólico Alto Sertão I e II,
localizados no semiárido baiano. Somados, ambos têm capacidade instalada de
679,7 MW.
Figura 4 – Evolução da capacidade eólica instalada no Brasil. Fonte: Usinagem Brasil (2016).
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ENSINO A DISTÂNCIA
Um fator importante que deveria servir como incentivo para maiores investimen-
tos na instalação e ampliação da capacidade eólica instalada no Brasil é a pos-
sibilidade de complementaridade entre a geração hidrelétrica e eólica. Dados da
ANEEL mostram que o maior potencial eólico na região nordeste ocorre justamen-
te durante o período de menor disponibilidade hídrica, em períodos de estiagem
(meses de inverno). Será que o Brasil ao ampliar o potencial eólico poderia não
ser mais dependente de usinas termoelétricas que usam combustíveis fósseis
durante os períodos de estiagem? Pesquise e reflita sobre!
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ENSINO A DISTÂNCIA
Figura 6 – (a) Exemplo de perfil de velocidade do vento em relação à altura do solo; (b) Exemplo de como interpretar
a velocidade do vento com a altura do aerogerador. Fonte: Picolo, Bühler, Rampinelli (2014); Rossi, Oliveira, Alé
(2012).
Com base no que foi apresentado, a medida que a tecnologia se desenvolve e novos
materiais são empregados, é natural que na evolução dos aerogeradores eles tenham ficado mais
altos e com pás com diâmetro maiores. O efeito da altura já foi explicado, enquanto o efeito
do diâmetro de pás, quanto maior for a área coberta pelas pás do aerogerador, maior a energia
eólica captada. Este último efeito será melhor explicado adiante. A Figura 7 mostra essa evolução.
Atualmente, os aerogeradores possuem alturas na faixa de 120 m e pás com diâmetro de 125 m,
capazes de produzir 5 MW. A perspectiva futura, é aumentar altura para valores na ordem de 180
m, com pás de 250 m de diâmetro, capazes de produzir 20 MW.
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Figura 8 – Funcionamento de uma turbina eólica e as etapas de conversão de energia. Fonte: Picolo, Bühler, Ram-
pinelli (2014).
Figura 9 – Funcionamento de uma turbina eólica, forças atuante nas pás da turbina. Fonte: Energias Renováveis
(s/a).
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Figura 10 – Turbina de eixo horizontal. Fonte: Microeolica (s/a) e Archi Expo (s/a).
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No que se refere ao número de pás das turbinas horizontais, ele varia em função de
velocidade de rotação, da velocidade do vento e de considerações estruturais. Turbinas para fins
de geração de energia elétrica utilizam entre uma a três pás, sendo o modelo com três pás o mais
comum. Já as turbinas com múltiplas pás (12 a 24) são os cata-ventos, utilizados para moagem e
bombeamento d’água.
As turbinas eólicas de eixo vertical podem ser de três tipos, apresentadas na Figura
12: Darrieus, Savonius e Panémones. Todos eles funcionam seguindo o mesmo princípio
aerodinâmico, que é a criação de forças tangenciais desbalanceadas em torno do eixo. Dentre
os três tipos, o mais utilizado é o tipo Darrieus, pois tem construção mais simples. Os rotores
Savonius e Panémones apresentam construção mais complexa, especialmente à medida que seu
tamanho aumenta.
Os rotores Darrieus são constituídos por dois ou três aerofólios retos ou em forma de
arcos. Os aerofólios são montados de tal forma que, independente da direção do vento, sempre
existirá uma força de arrasto resultante que faz o rotor girar. Os rotores Savonius consistem
basicamente de uma chapa dobrada em forma de S ou em dois semi-cilindros, presos ao eixo. Por
fim, os rotores Panémones são semelhantes a anemômetros de concha, com calotas semiesféricas
pressas ao eixo.
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• Interligados à rede, idem aos sistemas on-grid fotovoltaicos, sendo toda a energia
produzida repassada à rede de distribuição.
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• Híbridos, os quais combinam a energia eólica com outros tipos de geração de energia,
como solar, motores à diesel, entre outros. Essa associação é fundamental em alguns
casos para manter o fornecimento de energia caso alguma fonte pare de funcionar, ou
não produza energia em um certo período do dia.
Os parques eólicos off-shore estão instalados a uma certa distância da costa do continente.
O desenvolvimento desse tipo de parque vem crescendo nos últimos anos, devido a:
• Não produzir impactos visuais e não haver problemas quanto à impactos sonoros.
• A superfície do mar ter baixa rugosidade, logo, influenciam menos na velocidade dos
ventos.
Por outro lado, os sistemas off-shore apresentam maior custo de instalação e manutenção,
mas hoje são a alternativa devido ao esgotamento em diversos países, como a Dinamarca, de
áreas com potencial eólico em terra. A Figura 12 mostra a foto de um parque em solo e um
parque off-shore.
Figura 11 – (a) Parque eólico em solo – Osório (RS); (b) O maior parque eólico off-shore do mundo, localizado no
Reino Unido. Fonte: Preview banco de imagens (2018); Engenharia é (2017).
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Eq. 1
Eq. 2
em que, V é a velocidade que se deseja estimar em uma altura H muito acima do nível do
solo. V0 é uma velocidade medida em uma certa altura H0 conhecida, e n é o fator de rugosidade
do terreno, cujo valores estão na Tabela 2. Assim, podemos utilizar um instrumento de medição
das velocidades dos ventos, como um anemômetro, e medir a velocidade do mesmo em uma
altura conhecida e acessível, por exemplo, medimos 5 m/s a uma altura de 2 metros. Sendo
também o tipo de terreno conhecido, por exemplo, gramado com n = 0,12, podemos estimar
qual a velocidade a 50 metros. Pela Equação 2, V=7,36 m/s.
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No entanto, turbinas e geradores são equipamentos reais e, assim sendo, cada um deles
possui um determinado rendimento. Obviamente, a potência eólica total disponível, calculada
pela Equação 1, não é totalmente convertida em energia elétrica. Logo, podemos definir um
ηT=ηB ηA ηG Eq. 3
PE=ηT P Eq. 4
Por fim, definimos o coeficiente de potência (CP), como a relação entre a potência
disponível nos ventos (potência eólica total) e a potência extraída pelo aerogerador:
Eq. 5
Observe que apesar de terem a mesma definição, o CP e o ηT não são a mesma variável.
O ηT, nas análises, é considerado constante, enquanto o CP, conforme apresentado na Figura 12,
varia com a velocidade dos ventos.
A Figura 12 apresenta uma curva de potência típica de um aerogerador. Nesses gráficos,
geralmente, são apresentadas a potência nominal do vento (Equação 1) e o coeficiente de potência
para o aerogerador em função da velocidade dos ventos. Também podemos observar três/quatro
regiões ou pontos de interesse: o cut-in, o ponto de CP máximo, o ponto de velocidade nominal
do vento e o cut-out.
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• Cut-off: é a velocidade máxima admitida pelo aerogerador. Para não operar o gerador
elétrico em velocidades muito elevadas, o sobrecarregando, o sistema é desativado quando
Figura 12 – Curvas de potência e coeficiente de potência em função da velocidade dos ventos. Fonte: Leão (s/a).
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• A grande capacidade para gerar energia. Conforme veremos, as turbinas utilizadas são
semelhantes às turbinas eólicas. Assim, uma vez que a água possui alta densidade, pela
Equação 1, a quantidade de energia que pode ser produzida é muito grande, mesmo em
velocidades mais baixas que as velocidades dos ventos.
• Recursos vastos que podem ser explorados com pouco impacto ambiental.
A conversão da energia cinética em energia elétrica pode ser feita de modo semelhante
aos sistemas eólicos apresentados anteriormente. Algumas das turbinas se assemelham aos
aerogeradores horizontais. Veja alguns exemplos ilustrados e fotografias na Figura 14. A energia
cinética contidas nas marés passa por um rotor, que a converte em energia mecânica. A energia
mecânica é posteriormente convertida em energia elétrica.
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• Sistemas offshore: destacamos os pelamis, wave dragon, OPT waves (boias), waveroller
(pêndulo invertido), AWS.
Algumas destas tecnologias são apresentadas na Figura 15 e serão melhor estudadas pelos
alunos nas atividades complementares.
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Além desta apostila, o aluno deve procurar mais informações sobre sistemas eó-
licos e energia das ondas e marés em outras referências.
• Sobre energia das marés e ondas, as referências são mais escassas e a maioria
em língua inglesa, entretanto alguns sites e blogs de engenharia, como: <www.
portal-energia.com> trazem informações sobre as diferentes formas de utilização
desta fonte de energia.
• Você sabe como funciona a Energia Eólica, publicado pela Ambiente Energia
(2013). Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6Fc3V0-ZA7k>. Aces-
so em: 30 jan. 2019.
• Energia Eólica, publicado no programa Terra Sul (2007). Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=O_FcV6xPcws>. Acesso em: 30 jan. 2019.
• Como funciona a Usina de Ondas de Pecém, publicado pela Coppe UFRJ (2014).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=_2iYWJ14QMU>. Acesso em:
30 jan. 2019.
• Geração de Eletricidade pelas Ondas do Mar, publicado pelo Canal Furnas (2013).
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=iGK1VE2cTKM>. Acesso em:
30 jan. 2019.
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6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta última unidade da disciplina sobre Energias Renováveis falamos sobre a energia
dos ventos e a energia de ondas e marés. A energia eólica é considerada a energia mais limpa do
planeta, podendo ser aplicada tanto em solo como no mar. O recurso eólico é infinito, ou seja,
sempre poderemos explorar a energia dos ventos para produção de energia elétrica. No Brasil, esta
fonte de energia vem sendo explorada, mas ainda faltam incentivos maiores para torná-la mais
participativa na produção de energia no nosso país. Aliás, com planejamento, poderíamos tornar
a produção de energia no Brasil independente de fontes não-renováveis e termoelétricas, uma
vez que a produção eólica seria maior no período de estiagem, quando a produção hidrelétrica
é mais afetada. Outro tema desta unidade foi a energia das ondas e marés. Esta fonte de energia
é muito promissora, pois, assim como a fonte eólica, é inesgotável e poderia ser a solução para
diversos países que possuem poucos recursos naturais renováveis. Entretanto, sua exploração
ainda é pequena e muitas tecnologias ainda estão em fase de desenvolvimento. No Brasil temos
alguns exemplos, como a Usina de Pecém no Ceará.
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ANEXO
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vezes maior. Revista Galileu, (s/a) Disponível em <http://revistagalileu.globo.com/Revista/
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