A lentidão processual em Portugal é causada por fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. Os governos sucessivos não resolveram a crise da justiça apesar dos meios disponíveis. É essencial assegurar o direito a um julgamento rápido, mas é preciso equilíbrio com a qualidade da justiça.
A lentidão processual em Portugal é causada por fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. Os governos sucessivos não resolveram a crise da justiça apesar dos meios disponíveis. É essencial assegurar o direito a um julgamento rápido, mas é preciso equilíbrio com a qualidade da justiça.
A lentidão processual em Portugal é causada por fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. Os governos sucessivos não resolveram a crise da justiça apesar dos meios disponíveis. É essencial assegurar o direito a um julgamento rápido, mas é preciso equilíbrio com a qualidade da justiça.
A lentidão processual em Portugal é causada por fatores econômicos, sociais, políticos e culturais. Os governos sucessivos não resolveram a crise da justiça apesar dos meios disponíveis. É essencial assegurar o direito a um julgamento rápido, mas é preciso equilíbrio com a qualidade da justiça.
Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO
Curso: Técnico de serviços jurídicos
Formandas: Liliete, Juliana, Liliana, Tânia e Elizabeth. UFCD: 10353 - Ação em Processo Civil Formador: Teresa Isabel Cunha Rodrigues Data início: 23/06/22 Data fim: 23/06/22
Duração razoável do processo - Causas da lentidão processual
Em Portugal, a crise da justiça não é um fenómeno isolado, já que emerge de
uma vasta crise da nossa própria sociedade a nível económico, social, político e cultural. Deverá, assim, chegar-se à conclusão de que a ultrapassagem da crise da justiça emergirá da solução da crise generalizada e profunda da sociedade portuguesa. Os grandes responsáveis por esta crise da justiça são os governos sucessivos, já que são eles que têm tido os meios económicos e políticos para a resolver e não o têm feito, pois tem sido inflacionado um conjunto de medidas legislativas contraditórias e inconsequentes que tem determinado uma diminuição da qualidade e da celeridade da justiça. Entretanto, nem todas as causas da crise da justiça radicam em situações negativas, mas numa maior consciência dos direitos, liberdades e garantias por parte dos cidadãos emergentes do regime constitucional “pós 25 de Abril”; na melhoria do nível médio das condições de vida e na escolarização generalizada. É essencial ao Estado de Direito que a todos seja assegurado o direito à realização da justiça num prazo razoável. Precisamente por esse motivo, o art. 6º, nº1, da Convenção Europeia dos Direitos do Homem estabelece que “qualquer pessoa tem direito a que a sua causa seja examinada, equitativa e publicamente, num prazo razoável por um tribunal independente e imparcial, estabelecido pela lei, o qual decidirá, quer sobre a determinação dos seus direitos e obrigações de carácter civil, quer sobre o fundamento de qualquer acusação em matéria penal dirigida contra ela”. Portugal tem vindo a ser por isso sistematicamente condenado no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem por violação do direito à justiça num 1 DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO
prazo razoável, e seguramente teria muito mais condenações se não houvesse
apenas uma ínfima parte dos lesados pelos atrasos na Justiça que se dirige a esse Tribunal. Assim, a morosidade judicial pode ainda originar, no pior dos cenários, situações de carência de proteção, que justificam a ideia de que a credibilidade das sentenças está, intimamente, relacionada com a sua tempestividade. Aliás, segundo uma velha máxima, justice delayed is justice denied, isto é, mesmo sendo legalmente possível a realização da justiça, se não for efetivada em tempo útil, acaba por se traduzir na ausência de Direito. Deverão ser tomadas medidas que encontrem o justo equilíbrio entre a necessidade da celeridade e a qualidade da justiça: Assim, não deve escamotear-se a necessidade de contemplação no orçamento geral do Estado dos meios económicos e financeiros necessários para colmatar as falhas do sector da justiça no que concerne a magistrados, funcionários, instalações e meios tecnológicos e respetiva formação. Como já foi referido, uma das razões que tem perturbado a celeridade, a segurança e a qualidade da justiça tem sido a verdadeira inflação legislativa com a alteração constante de diplomas fundamentais e a omissão legislativa em situações gritantes. No que respeita à inflação legislativa, pode, mesmo, dizer-se que, em muitas situações tem sido posta em causa a unidade lógica e filosófica que enforma diplomas fundamentais, como é por exemplo, o caso do Código de Processo Civil, revelando-se, na prática, de pouca utilidade no sentido da celeridade, da segurança e da qualidade da justiça. Tais alterações, no caso do Código de Processo Penal têm determinado diminuição das garantias dos arguidos e dos ofendidos. Ainda no que respeita aos Tribunais Criminais, refira-se o escândalo das prescrições e das defesas oficiosas pouco acauteladas, quando bastaria uma intervenção legislativa e vontade política para resolver o problema das prescrições e pugnar por uma defesa cabal dos arguidos. No que concerne ao Processo Penal, há ainda que chamar a atenção para a insuficiência dos meios técnicos e humanos da Polícia Judiciária, pelo que se impõe ao Poder Político que proceda ao seu reforço no sentido de uma investigação célere e eficaz. É necessário limitar o número de processos distribuídos a cada magistrado. Para tanto, são precisas medidas de contingentação de processos por magistrado e, só depois dessa medida determinar que magistrados e funcionários judiciais fiquem sujeitos a prazos perentórios e cominatórios, sob pena de responsabilidade civil e disciplinar.
2 DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PORTO
O poder político tem desbaratado meios, tempo e vontades, nos últimos
tempos, chama-se à colação alguns exemplos como são os casos da ação executiva; do Código das Custas Judiciais e do Instituto do Apoio Judiciário. Há também uma astúcia usada pelos advogados, que sabendo destes défices o usam em benefício do seu cliente, tornando um caso inicialmente simples, num caso difícil e moroso levando em muitos casos a sua prescrição.