CASOS RA1 Família - 1128025575

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CASOS DIREITO DAS FAMÍLIAS – RA 1 – 2º BIMESTRE

ALUNA: ALESSANDRA MARTINS MOREIRA


1- Pedro iniciou relacionamento afetivo com Beltrana em agosto de 2021, casando-se cinco meses
depois. No primeiro mês de casados, desconfiado do comportamento de sua esposa, Pedro busca
informações sobre seu passado. Toma conhecimento de que Beltrana havia cumprido pena privativa
de liberdade pela prática de crime de estelionato. Pedro, por ser funcionário de instituição bancária há
quinze anos e por ter conduta ilibada, teme que seu cônjuge aplique golpes financeiros valendo-se de
sua condição profissional. Pedro, sentindo-se enganado, decide romper a sociedade conjugal, mas
Beltrana, para provocar Pedro, inicia a alienação do patrimônio do casal.
Considerando que você é o advogado de Pedro, responda: a) Na hipótese, existe alguma medida para
reverter o estado de casado?

Considerando que o casamento ocorreu em agosto de 2021 e Pedro descobriu informações


relevantes sobre o passado de Beltrana no primeiro mês de casados, é possível argumentar
que houve um erro essencial na formação do casamento. Esse erro essencial refere-se à falta
de informações relevantes e verdadeiras sobre a vida pregressa de Beltrana, que poderia ter
influenciado a decisão de Pedro de se casar.

Para reverter o estado de casado, Pedro pode entrar com uma ação de anulação de casamento
com base no erro essencial. Ele deve fornecer provas substanciais de que Beltrana ocultou
intencionalmente sua suspeita criminosa e de que isso teria sido um fator determinante em sua
decisão de se casar.

2 -José e Penélope, maiores e capazes, casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens no ano
de 2017. Nessa ocasião, José já havia herdado, em virtude do falecimento de seus pais, um lote de
ações na Bolsa de Valores, cujo montante atualizado corresponde a R$ 100.000,00, sendo certo que
Penélope, à época, não possuía bens em seu patrimônio. No ano de 2018, nasceu João, filho do casal.
Em 2018, ainda, José vendeu as ações que havia recebido e, com o produto da venda, comprou um
automóvel de igual valor. Em 2020, José foi contemplado com um prêmio de loteria no valor atualizado
de R$ 240.000,00, que se mantém depositado em conta bancária. Agora, no ano de 2022, o casal,
pretendendo se divorciar mediante a lavratura de escritura pública, decide consultar um advogado.
Na condição de advogado(a) consultado(a) por José e Penélope, responda aos itens a seguir,
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
a) Pode o casal divorciar-se por meio de lavratura de escritura pública?
Sim, o casal pode se divorciar por meio da lavratura de escritura pública, desde que
preenchidos determinados requisitos legais. A possibilidade de divórcio extrajudicial por
escritura pública está prevista na Lei nº 11.441/2007, que alterou o Código de Processo Civil
(CPC).

De acordo com o artigo 733 do CPC, o divórcio extrajudicial por escritura pública pode ser
realizado quando o casal não possuir filhos menores ou incapazes. No caso apresentado, o
filho João nasceu em 2018, o que significa que, em 2022, ele tem pelo menos 4 anos de idade.
Portanto, o casal preenche esse requisito para a lavratura de escritura pública de divórcio.

No entanto, é importante ressaltar que a lavratura da escritura pública de divórcio extrajudicial


também requer que o casal esteja de acordo com relação às questões decorrentes do divórcio,
como a partilha dos bens, pensão alimentícia (se aplicável) e eventual mudança de nome.

b) A respeito da partilha de bens em caso de divórcio do casal, qual(is) bem(ns) deve(m) integrar o
patrimônio de Penélope e qual(is) bem(ns) deve(m) integrar o patrimônio de José?

Penélope não possuía bens em seu patrimônio antes do casamento, de acordo com as
informações fornecidas. Portanto, seus bens particulares seriam os adquiridos após o
casamento.
Considerando que José vendeu as ações herdadas antes do casamento e comprou um
automóvel com o valor da venda, esse automóvel seria considerado um bem comum do casal,
sujeito à partilha. Portanto, o automóvel adquirido com o produto da venda das ações faria
parte do patrimônio de Penélope.
Patrimônio de José:
José já possuía um lote de ações na Bolsa de Valores antes do casamento, por herança dos
seus pais. Essas ações são consideradas seu bem particular e não fazem parte do patrimônio
comum do casal.
Além disso, José foi contemplado com um prêmio de loteria no valor de R$ 240.000,00, que se
mantém depositado em conta bancária. Esse valor também é considerado seu bem particular,
uma vez que foi adquirido por meio do prêmio de loteria após o casamento.
Portanto, em uma possível partilha de bens em caso de divórcio, o automóvel adquirido por
José com o valor da venda das ações seria incluído no patrimônio de Penélope, enquanto as
ações herdadas por José antes do casamento e o valor do prêmio de loteria permaneceram
como bens particulares de José, não sujeitos à partilha.

3- Wolverine e Tempestade casaram-se há dez anos sem estabelecer pacto antenupcial. O marido
adquiriu com o fruto dos últimos cinco anos de seu trabalho um valioso apartamento na capital de São
José. Há dois anos Wolverine herdou do seu pai uma casa no Guarujá e uma outra em Campos do
Jordão. Essas duas últimas propriedades renderam um total de 100 mil reais em aluguéis no último
ano, que foram utilizados na aquisição de um veículo importado. No ano passado Tempestade ganhou
de seu tio uma casa em Atibaia vendendo a mesma para adquirir outra em Campinas. No mês
passado, Wolverine jogou na loteria esportiva e ganhou cinquenta mil reais. Diante destes fatos,
responda as questões a seguir:
a) Determine de quem é a propriedade legal de cada um dos bens mencionados na questão,
justificando legalmente.
Nesse caso, aplica-se o regime de comunhão parcial de bens, que é o regime legal padrão no
Brasil quando não há pacto antenupcial.

Abaixo, apresento a análise da propriedade legal de cada um dos bens mencionados,


considerando o regime de comunhão parcial de bens:

Apartamento na capital de São José: Esse imóvel foi adquirido por Wolverine com o fruto dos
últimos cinco anos de seu trabalho. Como o casamento ocorreu há dez anos e não há
informações sobre a utilização de bens particulares para sua aquisição, presume-se que os
recursos utilizados para a compra sejam frutos do trabalho durante o casamento. Portanto, o
apartamento será considerado um bem comum do casal, pertencendo a ambos, Wolverine e
Tempestade.

Casa no Guarujá e casa em Campos do Jordão: Essas propriedades foram herdadas por
Wolverine há dois anos, ou seja, após o casamento. De acordo com o regime de comunhão
parcial de bens, os bens adquiridos por herança durante o casamento são considerados bens
particulares do herdeiro. Portanto, tanto a casa no Guarujá quanto a casa em Campos do
Jordão são bens particulares de Wolverine.

Aluguéis das propriedades no Guarujá e em Campos do Jordão: Os aluguéis recebidos dessas


propriedades foram utilizados na aquisição de um veículo importado. Considerando que os
aluguéis foram utilizados durante o casamento, esses recursos também são considerados
frutos do trabalho durante o casamento e, portanto, são bens comuns do casal.

Casa em Atibaia e casa em Campinas: Tempestade ganhou a casa em Atibaia de seu tio e
vendeu-a para adquirir outra em Campinas. As casas são bens particulares de Tempestade, pois
foram adquiridas por meio de uma doação recebida por ela durante o casamento.

Prêmio de loteria de cinquenta mil reais: O prêmio ganho por Wolverine na loteria esportiva é
um bem particular dele, pois foi adquirido por meio de uma premiação após o casamento.

b) Quanto ao valioso apartamento da capital, caso Wolverine deseje vendê-lo, precisará da anuência
de Tempestade?

No regime de comunhão parcial de bens, como no caso de Wolverine e Tempestade, os bens


adquiridos durante o casamento são considerados bens comuns do casal. Portanto, o
apartamento na capital de São José, adquirido por Wolverine com o fruto dos últimos cinco
anos de seu trabalho, é considerado um bem comum do casal.
De acordo com o Código Civil brasileiro (artigo 1.647), os bens comuns do casal não podem ser
alienados sem o consentimento expresso do outro cônjuge, exceto nos casos de administração
ordinária, como o pagamento de despesas necessárias à manutenção dos bens.

Portanto, se Wolverine desejar vender o valioso apartamento da capital, ele precisará da


anuência de Tempestade, ou seja, do consentimento expresso dela para realizar a venda. Caso
Tempestade não concorde com a venda, Wolverine não poderá alienar o imóvel sem buscar
uma solução amigável ou recorrer ao Poder Judiciário para obter autorização judicial.

4- Antônia, viúva de Manoel, contrai segundas núpcias com Joaquim, no dia 31 de outubro de 2018,
após regular procedimento de habilitação. Do 1º casamento nasceram Manoel Júnior e Antonieta.
Ocorre que Antônia, quando casou com Joaquim, ainda não havia realizado o inventário dos bens de
Manoel. Considerando apenas os fatos narrados, pergunta-se: o casamento entre Antônia e Joaquim é
nulo? Por quê? Qual o regime de bens aplicável, como regra, a casos como o narrado acima?

O casamento entre Antônia e Joaquim, conforme descrito, não é nulo, mas sim válido. A
ausência do inventário dos bens de Manoel no momento do casamento não torna o casamento
nulo, mas pode gerar implicações jurídicas relacionadas à administração e partilha dos bens.

No caso apresentado, o regime de bens aplicável, como regra geral, seria o regime da
comunhão parcial de bens. Esse regime é aplicado quando não há pacto antenupcial
estabelecendo outro regime, e é o regime legal padrão no Brasil.

No regime da comunhão parcial de bens, os bens adquiridos antes do casamento e aqueles


recebidos por herança ou doação durante o casamento são considerados bens particulares de
cada cônjuge. Já os bens adquiridos durante o casamento, a título oneroso, são considerados
bens comuns do casal.

Vale ressaltar que a realização do inventário dos bens de Manoel, posteriormente, poderá afetar
a partilha dos bens entre os herdeiros, incluindo Manoel Júnior e Antonieta. O inventário é o
procedimento legal necessário para a apuração e distribuição dos bens deixados pelo falecido
entre seus herdeiros.

5- Anakin Skaywalker é casado com Padme Amidala pelo regime de participação final nos aquestos.
Quando do pacto pré-nupcial Anakin Skaywalker estabeleceu que seu patrimônio era de R$
200.000,00. O patrimônio de Padme Amidala, por sua vez, era de R$ 400.000,00, depositados em
conta corrente particular. Durante o seu casamento Anakin Skaywalker recebeu uma doação de seu
pai, uma casa de praia no valor de R$ 300.000,00. Padme Amidala adquiriu onerosamente durante o
casamento um patrimônio de R$ 600.000,00. Sabendo que Anakin Skaywalker adquiriu,
onerosamente, durante o casamento, um patrimônio de R$ 500.000,00. Determine: a) o valor da
meação, se houver; b) qual ou quais são os valores e/ou bens que serão considerados para o cálculo
da participação final nos aquestos na dissolução do regime de bens; c) qual ou quais são os valores
e/ou bens que serão excluídos do cálculo; d) o valor da participação final nos aquestos (se houver); e)
e qual o valor patrimonial total que cada cônjuge sairá deste casamento.

No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui um patrimônio próprio
e, ao final do casamento, é feita uma apuração do acréscimo patrimonial de cada um para
determinar a participação nos ganhos obtidos durante o casamento.

a) Valor da meação: A meação é a metade do acréscimo patrimonial de cada cônjuge


durante o casamento. Portanto, para calcular a meação, é necessário somar os acréscimos
patrimoniais de Anakin Skywalker e Padme Amidala e dividir por dois.

Acréscimo patrimonial de Anakin Skywalker: R$ 500.000,00


Acréscimo patrimonial de Padme Amidala: R$ 600.000,00

Meação de Anakin Skywalker: (500.000 ÷ 2) = R$ 250.000,00


Meação de Padme Amidala: (600.000 ÷2) = R$ 300.000,00
b) Valores e/ou bens considerados para o cálculo da participação final nos aquestos: No
regime de participação final nos aquestos, são considerados os acréscimos patrimoniais
obtidos por cada cônjuge durante o casamento. Portanto, os valores a serem considerados
são:

Acréscimo patrimonial de Anakin Skywalker: R$ 500.000,00


Acréscimo patrimonial de Padme Amidala: R$ 600.000,00
c) Valores e/ou bens excluídos do cálculo: No caso apresentado, não foi informado que
haja algum bem ou valor a ser excluído do cálculo da participação final nos aquestos.

d) Valor da participação final nos aquestos: A participação final nos aquestos é calculada
somando-se as meações de cada cônjuge aos acréscimos patrimoniais individuais de cada
um. Portanto:

Participação final nos aquestos de Anakin Skywalker: R$ 250.000,00 + R$ 500.000,00 = R$


750.000,00
Participação final nos aquestos de Padme Amidala: R$ 300.000,00 + R$ 600.000,00 = R$
900.000,00

e) Valor patrimonial total de cada cônjuge: Para determinar o valor patrimonial total de cada
cônjuge, basta somar o patrimônio inicial de cada um ao valor da participação final nos
aquestos.

Valor patrimonial total de Anakin Skywalker: R$ 200.000,00 + R$ 750.000,00 = R$ 950.000,00


Valor patrimonial total de Padme Amidala: R$ 400.000,00 + R$ 900.000,00 = R$ 1.300.000,00

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