PROJETO FALA PROFs - VIVER ESCOLA

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JUNTA DE MISSÕES NACIONAIS

CAPELANIA ESCOLAR

QUÉZIA ALVES DA SILVA MOURA

PROJETO FALA PROFs

Projeto apresentado como


Trabalho de Conclusão do Curso
Capelania Escolar, da Junta de
Missões Nacionais, sob a
orientação da Professora Márcia
Alves Doneda Fagundes.
.

Palmas, julho de 2021


1.TÍTULO: PROJETO FALA PROFs

2. APRESENTAÇÃO
Nas últimas décadas o mundo tem experimentado um tempo de
surpresas e incertezas no âmbito político, religioso, econômico e educacional.
A comunidade escolar foi atingida por tais mudanças acarretando, entre outras
consequências, grande impacto à saúde mental dos agentes envolvidos. O
sistema educacional precisou adaptar-se aos novos cenários apresentados, e
fatores como ansiedade, medo, mortes, isolamento social, home office e
estresse foram fundamentais para o adoecimento dos profissionais da
educação.
Assunção (2009, p. 366) defende que as mudanças nas políticas
educacionais foram responsáveis pela modificação na organização e gestão
escolar, entretanto o ambiente escolar não estava apto para a nova situação,
resultando então na intensificação do trabalho do docente.
Neste cenário, faz-se necessário intervir no processo de trabalho e
promover ações que diminuam o sofrimento e adoecimento dos profissionais
da educação, utilizando-se da escuta ativa que ajudará os professores a
externar seus pensamentos, conflitos, criando um meio de diálogo e assim
melhorar relacionamentos causados por seu estado emocional.
Silva, Batista e Trotta (2020, p. 82) afirmam que:
“O papel da escola em proporcionar um canal de diálogo,
troca de experiência, acolhimento, escuta ativa,
possibilitando auxílio aos professores, seja no campo
emocional, como também no âmbito profissional,
fornecendo-os suporte com ferramentas e formação
adequada para ministrarem o ensino remoto, auxiliando-os
no seu processo de desenvolvimento integral e educacional
passou a ser fundamental.”

Diante disso, o capelão aparece como agente importante no ambiente


escolar pois atua fornecendo auxílio espiritual e emocional na comunidade
escolar entendendo que cada um vivencia seus próprios conflitos e
dificuldades.
VIEIRA (2009, pg. 45) corrobora ao afirmar que:
O público-alvo do serviço de capelania escolar é variado.
São assistidos colaboradores do corpo docente e
administrativo, alunos e seus familiares e responsáveis
diretos, enfim, todos os que se envolvem ou são envolvidos
no processo educativo e que estejam passando por
conflitos na esfera pessoal e familiar.

O capelão tem um importante papel neste contexto, especialmente


porque é uma pessoa usada e capacitada por Deus para ajudar outros em suas
dificuldades de acordo com 2Coríntios 1:4 “Ele nos conforta em todas as nossas
aflições, de modo que podemos confortar outros. Quando alguém estiver aflito,
seremos capazes de lhe proporcionar o mesmo conforto que recebemos de
Deus”.
Neste contexto, a escuta ativa torna-se uma ferramenta importante para
estabelecer vínculo com os professores sem julgá-los, mas, compreender as
dificuldades vivenciadas no seu dia a dia, assim como um meio de intervenção
e superação das dificuldades apresentadas.
Na escuta ativa, se faz necessário respeita o tempo e momento da fala,
assim como bem encontramos em Eclesiastes 3.1: “Tudo tem o seu
tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” É
de suma importância nesse processo, considerar que cada um dos envolvidos,
traz consigo a forma de ser, seu temperamento, e ao mesmo tempo nos
oportuniza para ser instrumento de benção como ouvinte de um colega ou de
uma situação que está atravessando. Por isso, o tempo precisa ser considerado
“tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de
falar”. Eclesiastes 3:7
Em se tratando de escuta ativa, é importante identificar a diferença entre
o ouvir e escutar. O primeiro relaciona-se com o sentido da audição, enquanto
o segundo está fundamentado no ato de estar atento ao que se fala. (BASTOS,
2009)
Bastos (2009, pg. 94) ainda reforça que:
A escuta não é uma função passiva; ela coloca em
movimento o sujeito, fazendo-o falar, deparar-se com seu
não saber, com suas dúvidas acerca de si e do mundo. A
escuta é ativa, é preciso dar consequências a ela, como ir
de encontro à satisfação e ao prazer de descobertas de um
novo saber; novo saber que nos posicione perante uma
realidade da qual queremos participar e na qual queremos
o direito de ter voz ativa.

Dessa forma, a capelania escolar surge como um instrumento que acolhe


os profissionais da educação, proporcionando um espaço de confiança e
possibilitando, através da escuta ativa, um ambiente saudável, confiável para
ajudar a superar os professores nestes momentos difíceis.

3. JUSTIFICATIVA
Considerando que nesse tempo os profissionais da educação passam por
muitos problemas em decorrência da pandemia tais como esgotamento
emocional, estresse e luto, o presente projeto se propõe através de conversa,
abrir espaços para ouvir o professor, ao trocar experiências, utilizando-se da
escuta ativa para ajudá-los e assim, firmar os diálogos e relacionamentos no
âmbito escola.
Como regra geral, tanto o aconselhamento cristão quanto
o aconselhamento secular compartilham o mesmo desejo
de ajudar as pessoas a superar seus problemas, encontrar
significado e alegria na vida e tornar-se indivíduos
saudáveis e bem ajustados, tanto mentalmente quanto
emocionalmente e espiritualmente. Marcia Fagundes A
possibilidade de adotar uma escola, p.28 )

Desta forma, o projeto Fala Profs, propõe-se abrir espaços para ouvir e
ajudar os professores, trocando experiências, utilizando-se da escuta ativa para
criar vínculos com a comunidade escolar.
4. OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL


Proporcionar um espaço de escuta ativa para ouvir e compreender os
profissionais da educação.

4.2 OBJETIVO ESPECÍFICO


 Abrir espaço para conversas;
 Criar um ambiente acolhedor e de confiança;
 Criar vínculos com a comunidade escolar;
 Ouvir suas dificuldades e se importar com elas;
 Ajudá-los a superar os momentos difíceis;
 Melhorar relacionamentos e conflitos causados por seu estado
emocional;
 Otimizar momento de lazer.

5. METODOLOGIA
 Momento de escuta - A cada quinze dias, encontro nas
dependências da escola com os professores por um período de
três meses, incluindo dinâmicas e lanches;
 Promover uma palestra sobre saúde emocional;
 Realizar um dia de lazer com os professores, firmando vínculos e
relacionamentos;
 Presentear os professores para lembrar da ação da capelania;
6. CRONOGRAMA
MÊS ATIVIDADE Dia Local
JULHO Elaboração do projeto 1-15 Residência
Agosto Conhecer a escola como um 05 Escola
todo – espaço físico e humano;
Apresentação do projeto a 12 Escola
direção da escola conhecendo os
professores
Momento de escuta 26 Escola
Setembro Momento de escuta 9
Momento de escuta 23 Escola
Outubro Palestra sobre saúde emocional 7 Escola
Dia de lazer com os professores 15 Chácara Moura
entrega das lembranças

7.RECURSOS
Humanos – Parcerias com profissionais da educação, da saúde e com igreja
Físicos – Estrutura da escola, local para lazer
Didáticos – Papel, canetas, cordão, tinta.
Financeiros – mobilizar pessoas para doação de lanches, lembranças e
materiais.

8. AVALIAÇÃO
Será realizada através de cada encontro com os profissionais da educação e
feedback dos professores da escola.
9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

- ASSUNÇÃO, Ada Ávila; OLIVEIRA, Dalila Andrade. Intensificação do trabalho e


saúde dos professores. Educação & Sociedade, v. 30, p. 349-372, 2009.

- BASTOS, Alice Beatriz B. Izique. A escuta psicanalítica e a educação. Psicologo


informação, v. 13, n. 13, p. 91-98, 2009.

- DA SILVA, Paula Ferreira Tomaz; BATISTA, Aline Antunes Ribeiro; TROTTA,


Leonardo Monteiro. IMPACTOS NA SAÚDE SOCIOEMOCIONAL DOS
EDUCADORES DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19. REVISTA CARIOCA DE
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO, v. 5, n. especial, p. 80-82, 2020.

- FAGUNDES, Márcia Alves Doneda. A possibilidade de adotar uma escola, p.28


)

- https://www.bible.com/pt/bible/1608/ECC.3.7.ARA

- VIEIRA, Walmir et al. CAPELANIA ESCOLAR BATISTA: as práticas pastorais


desenvolvidas pela capelania dos Colégios Batistas-um estudo de caso do
sistema batista mineiro de educação. 2009.

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