10 - ÉTICA Imperícia Imprudência Negligência

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ÉTICA

IMPERÍCIA, IMPRUDÊNCIA, NEGLIGÊNCIA

PROF. GUSTAVO SUAREZ


OBJETIVOS

❖Conceituar imperícia.
❖Exemplificar situações de imperícia.
❖Conceituar imprudência.
❖Exemplificar situações de imprudência.
❖Conceituar negligência.
❖Exemplificar situações de negligência.
INTRODUÇÃO

É de conhecimento popular algumas


expressões, como por exemplo:
sicrano agiu com imprudência, fulana
atuou com imperícia ou então beltrana
foi negligência.
Essas modalidades de culpabilidade
são de senso comum, no entanto se
coloca um questionamento: existe
diferença entre elas?
Didaticamente será citado as
diferenças, exemplificando cada uma
delas.
1. IMPERÍCIA
Conceitua-se IMPERÍCIA como a falta de
habilidade específica para o desenvolvimento de
uma atividade técnica ou científica É a realização
de procedimento técnico sem ter aptidão, ou seja, é
executar uma tarefa na qual não possui
qualificação técnica.
No caso, o indivíduo não leva em consideração o
que conhece ou deveria conhecer, assumindo a
ação sem aptidão para desenvolvê-la.
Os casos de Imperícia podem ser passíveis de
punição no âmbito civil e criminal, dependendo da
gravidade do que foi praticado.
1. IMPERÍCIA

Exemplos:
❖um médico que não tem conhecimentos
de cirurgias plásticas fazer este tipo de
operação, por não ter a habilidade
necessária para a atividade, os riscos
dessa ação são muitos, podendo resultar
até mesmo na deformação do paciente.
1. IMPERÍCIA

Exemplos:
❖um enfermeiro que realiza a passagem de
cateter venoso central no paciente, sem possuir
conhecimento técnico pra isso. (função do médico);
❖proceder à contenção exagerada de um paciente
agitado que consequentemente resulta em
gangrena e leva à amputação.
❖um médico observa todos os sintomas de um
paciente que indicam claramente uma determinada
doença e, por falta de prática, prescreve
tratamento para outra doença.
1. IMPERÍCIA

Exemplos:
❖um técnico de enfermagem que
realiza a passagem de sonda vesical
de demora no paciente, sem possuir
habilidades técnicas e qualificação pra
isso (função do enfermeiro).
❖constatação de um óbito pela equipe
de enfermagem é considerada
imperícia; legalmente esses
profissionais não estão habilitados para
realizar essa constatação.
2. IMPRUDÊNCIA

Conceitua-se IMPRUDÊNCIA como sendo uma ação que não foi pensada,
ocorre de maneira precipitada, feita com falta de moderação ou precaução,
sem o devido cuidado, ou seja, a pessoa sabe o que deve ser feito, porém
não o faz, ou seja, fazer ou agir sem cautela com precipitação ou afoiteza.
A imprudência também caracteriza uma falta de cuidado, é desrespeitar uma
conduta já aprendida anteriormente e atuar sem precauções.
Isto pode trazer riscos para a situação em que o indivíduo imprudente se
encontra, bem como para terceiros envolvidos.
A culpa surge com a tomada de uma atitude. Isto é, a imprudência só fica
evidente para o indivíduo ao mesmo tempo em que ele pratica a conduta de
omissão e falta de precaução.
2. IMPRUDÊNCIA

Exemplos:
❖ Não utilizar os equipamentos de proteção
individual (EPIs) fornecidos para determinada
atividade, caso haja algum acidente que poderia
ter sido evitado com o uso de dispositivos de
segurança, pois não agiu com o zelo necessário
para a ação.
❖ o profissional da enfermagem conhece a técnica
de higiene das mãos, porém não realiza todas as
etapas, causando contaminação durante a
assistência.
2. IMPRUDÊNCIA

Exemplos:
❖ a situação em que o membro da equipe de
enfermagem não verifica os sinais vitais do
paciente, porém os copia da anotação anterior.
❖ Praticar cirurgia de risco sem os equipamentos
necessários a um atendimento de emergência.
Nos hospitais ou clínicas em que não existam
equipamentos apropriados não se deve fazer
cirurgia com anestesia geral, pois a anestesia
em si, já é um elemento de risco.
2. IMPRUDÊNCIA

Exemplos:
❖ comentários inadvertidos sobre
prognósticos e ou doenças, em
corredores, que podem ser ouvidos
pelos pacientes.
❖ os exemplos mais comuns são:
antecipar o horário de um
medicamento, deixar de administrá-lo
no horário correto, ou ainda, administrar
o medicamento erroneamente.
3. NEGLIGÊNCIA

Conceitua-se NEGLIGÊNCIA
como sendo a falta de
atenção, falta de cuidado ou
desleixo relacionado a uma
situação, é deixar de fazer o
que deveria ser feito por
preguiça ou displicência, é
utilizada para designar uma
falta de cuidado em uma
situação específica, é
omissão voluntária.
3. NEGLIGÊNCIA

No uso cotidiano e no direito, implica falta de


diligência ou preguiça, podendo também
significar ausência de reflexão proposital sobre
determinado assunto.
Por ser caracterizada pela falta de ação de um
indivíduo, a negligência também carrega o
significado de passividade e inércia.
3. NEGLIGÊNCIA

Exemplos:
❖ abandonar um doente ou omitir
tratamento.
❖ negligência de informação,
quando dados importantes
sobre determinados assuntos
(como prontuários médicos ou
artigos científicos) são omitidos
do documento em que deveriam
constar.
3. NEGLIGÊNCIA

Exemplos:
❖ informação que não for registrada é
informação que será perdida e, portanto,
não contabilizada e mais dificilmente será
reconhecida. Esse aspecto demonstra a
negligência da enfermagem para com a
sua própria prática, pela constatação da
insuficiente documentação ou registro
das experiências ocorridas, no decorrer
da jornada de trabalho.
3. NEGLIGÊNCIA

Exemplos:
❖ esquecer o garrote no braço de uma
criança.
❖ descuido de material coletado de
paciente.
❖ quebra de material hospitalar.
❖ não atendimento às solicitações do
paciente.
❖ banalização da queixa de dor do
paciente.
3. NEGLIGÊNCIA

Exemplos:
❖ não manter a vigilância necessária do
paciente, causando-lhe danos;
❖ o profissional da enfermagem deve realizar
a leitura detalhada da prescrição médica,
seguindo a primeira meta internacional de
segurança do paciente: “identificação
correta”, porém quando não o faz, pode
causar erro na administração dos
medicamentos com danos irreversíveis à
saúde do paciente;
3. NEGLIGÊNCIA

Exemplos:
❖ a ausência de controle de glicemia
capilar pós-administração de
insulina, principalmente no período
noturno;
❖ a ausência da aferição da pressão
arterial, após administração de
medicação anti-hipertensiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de terem significados bem diferentes, há quem confunda negligência,


imprudência e imperícia. As palavras induzem a uma ideia de falta de
cuidado, mas há detalhes significativos distintos sobre cada uma delas. Pode
haver erros de enfermagem que caracterizam dois ou três elementos de
culpa simultaneamente.
Carboni, Reppetto e Nogueira (2018) afirmam que “Os erros cometidos por
profissionais de enfermagem podem gerar desde danos remediáveis até
óbito. Os danos, por mais brandos que sejam, podem causar sofrimento aos
pacientes. Vale ressaltar que muitos erros podem ocorrer sem que os
profissionais tenham essa percepção”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O quadro a seguir demonstra a possibilidade de erros classificados


simultaneamente.
SITUAÇÃO IMPERÍCIA IMPRUDÊNCIA NEGLIGÊNCIA
O uso de medicamentos para desobstruir SIM SIM
cateteres endovenosos
O uso de material cirúrgico que passou SIM SIM
somente por processo de desinfecção em
procedimentos invasivos
Fixação inadequada de cateter venoso SIM SIM
periférico, o que impede a visibilidade das
condições de permeabilidade do citado e da
pele
A contenção do doente sem material e técnica SIM SIM SIM
adequados
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Carboni, Reppetto e Nogueira (2018) dizem que “para garantir que a


assistência de enfermagem seja segura ao paciente, contribuem os vários
profissionais dos diferentes níveis de qualificação e todos têm uma
participação direta ou indireta na assistência e, na ocorrência do erro todos
são passíveis de responder
judicialmente. A probabilidade da
ocorrência de erros é diretamente
proporcional ao tempo de
prestação de cuidado da equipe de
enfermagem e pelo contingente de
pessoal que o executa”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

“Os protocolos criados para minimizar e ou


anular as chances de erros são bastante
pertinentes como também a adesão e a
participação efetiva das entidades de classe da
enfermagem na luta desta causa. É importante
ressaltar que as atividades da enfermagem
estão intimamente relacionadas com respeito à
dignidade do ser humano e impregnadas de
consideração pelo semelhante”. (CARBONI,
REPPETTO e NOGUEIRA, 2018)
MATERIAL DE APOIO

Fatores relacionados às ocorrências éticas na enfermagem frente a erros


de medicação
(ISOLDI, D. M. R. et al. Fatores relacionados às ocorrências éticas na enfermagem frente a erros de medicação.
Revista Brasileira de Ciências da Saúde. João Pessoa (PB), v. 21, n. 4, p. 369-388, 2017. Disponível em:
<https://periodicos.ufpb.br/index.php/rbcs/article/download/379-388/18658/>. Acesso em: 26/03/2020)
Link para acesso: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rbcs/article/download/379-388/18658/

A responsabilidade civil dos profissionais de enfermagem frente aos


erros na terapêutica medicamentosa
(PREST, A. C.; PAZÓ, C. G. A responsabilidade civil dos profissionais de enfermagem frente aos erros na terapêutica
medicamentosa. Revista da Faculdade de Direito – UFPR, Curitiba, v. 59, n. 2, p. 91-117, 2014. Disponível em: <
https://revistas.ufpr.br/direito/article/download/35249/22969 >. Acesso em: 26/03/2020)
Link para acesso: https://revistas.ufpr.br/direito/article/download/35249/22969
MATERIAL DE APOIO

Imprudência, Imperícia e Negligência na Enfermagem


(YOUTUBE. Imprudência, Imperícia e Negligência na Enfermagem. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=4EnAqYcSeL8 >. Acesso em: 26/03/2020)
Link para acesso: https://www.youtube.com/watch?v=4EnAqYcSeL8

Exercícios de fixação: https://forms.gle/ejRx54iv43KudAcKA


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(CARBONI, R. M.; REPPETTO, M. A.; NOGUEIRA, V. O. Erros no exercício da enfermagem que caracterizam
imperícia, imprudência e negligência: uma revisão bibliográfica. Rev Paul Enferm [Internet]. v. 29, n. 1-2-3, p.
100-7, 2018. Disponível em: <http://repen.com.br/revista/wp-content/uploads/2018/12/REPEn_2018_v29n1-2-
3_a10.pdf>. Acesso em: 26/03/2020.)
FLORENCE, M. Imprudência, negligência e imperícia na Enfermagem. s.l.: 2017. Disponível em:
<https://enfermagemflorence.com.br/imprudencia-negligencia-e-impericia/ >. Acesso em: 26/03/2020.
KNIEST, M. H. R. (coord.). Técnico em enfermagem – livro I. 2. ed. s.l.: Escola de Educação Profissional
Universitário, 2016 (rev.).

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