Slide de Psicopato 2 Parte
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Representação
Conceito: é a soma de ideias que uma pessoa tem a respeito de qualquer coisa,
pessoa ou processo.
É o resultado de uma separação mental geral dos objectos ou fenómenos, e a
unificação mental destes. O conceito se denomina com a palavra, fora dela não
pode existir. Sem dúvida, a palavra que denomina um conceito está ligada
necessariamente a experiência sensorial, mediante a qual o indivíduo se põe em
contacto com os objectos e os fenómenos da realidade objectiva que têm sido
generalizados por esse conceito.
Alteração dos conceitos
1. Desintegração e condesação dos conceitos – a palavra se desprende,
por completo, de sua significação anterior, ou fundem-se em um
pensamento.
Ex. “tristel”= triste e cruel
Alterações do Pensamento
Alterações Qualitativas
Tipos de Delírio
Delírio de Perseguição – é o mais comum. O doente acredita que o estão vigiando,
querem prejudicá-lo ou mesmo matá-lo.
Delírio de Prejuízo – o indivíduo pensa que as outras pessoas são hostis, zombam
dele, e etc.
Delírio de Reivindicação (querelante) – se julga vítima de terríveis injustiças ou
discriminações.
Delírio de Grandeza – acredita ser muito rico e poderoso, ou possuir habilidades e
talentos especiais.
Delírio de Ciúme- acredita que seu cônjuge está a ser infiel
Delírio de Negação ou Niilista – afirma que já morreu, seus órgãos apodreceram, o
mundo acabou, etc.
Delírio Místico – envolve temas religiosos, espíritos, etc.
2. Ideia sobrevalorizada, supervalorizada ou Ideias
prevalentes: São ideias criadas por um juízo que se
encontra parcialmente imperfeito por estados
emocionais, a partir de crenças e concepções religiosas,
éticas, politicas e sociais. Produz-se um exagero, ou seja,
conjunto de ideias que, em virtude de sua tonalidade
efectiva, adquirem predominância sobre todos os demais
pensamentos e se conservam por longo tempo ou
indefinidamente.
Linguagem
• Sistema de signos fonéticos e gráficos (palavras) que funciona como
um processo intermediário entre o pensamento e o mundo externo.
• Finalidade:
- Comunicação social
- Expressão de vivências internas ( pensamentos, sentimentos)
- Organização da experiência sensorial e dos processos mentais
- Tradução dos estímulos externos
- Indicação e descrição das coisas
- Transmissão de conhecimentos
- Regulação da conduta
Linguagem e Pensamento
Alterações da linguagem
Para a maior compreensão agruparemos da seguinte forma:
I – Transtornos da articulação:
Afectam a articulação da palavra falada. É o transtorno mais comum. São,
neurológicamente, tangíveis, sendo possível existirem sem distúrbio psíquico.
1) Dislalias
Em geral se apresentam por omissão, distorção, substituição e inconstância na
pronúncia.
Divíde-se em funcionais e orgânicas
Dislalias funcionais – alteração na emissão ou produção de um ou vários sons.
Podem ocorrer por imitação de padrões incorretos usados no meio familiar,
como consequência de doênças infecciosas e por insuficiente desenvolvimento
da percepção de audição.
As dislalias funcionais divide-se, ainda em:
- Transtornos isolados de pronúncia, porém o indivíduo sabe diferenciar o
fonema ao ouvi-lo, o que não interfere no processo de leitura e escreita.
- Transtornos fonéticos-fonemáticos, onde, além da alteração da pronúcia está
afectado também a percepção e audição fonemática. Encontramos alterações
dos fonemas que consistem em substituições e incostâncias na pronúncia.
Ex: tapa no lugar de sapa-troca-se o som, geralmente, por outro do mesmo
nível de articulação.
3) Disartrias
Alterações qualitativas
A actividade voluntária ou, pelo menos, a simples realização de um ato nem sempre se
acompanha do mesmo grau de consciência de finalidade. A maior parte dos actos que
executamos na vida diária são relativamente automáticos. Na actividade voluntária intervém
uma série de elementos reflexos, automáticos e instintivos que, na prática, não podem ser
bem diferenciados.
• Apraxia
• A apraxia consiste na dificuldade ou impossibilidade de realizar actos
motores intencionais, voluntários, nas ausências de paresia ou paralisia,
de deficit sensorial e de incoordenação motora. A apraxia representa a
perda do movimento aprendido.
• As apraxias estão relacionadas a lesões corticais, geralmente no
hemisfério dominante, envolvendo doenças vasculares cerebrais,
processos demenciais e neoplasias.
• Hipocinesia / Acinesia
• A hipocinesia (ou inibição psicomotora) caracteriza-se pela diminuição
acentuada e generalizada dos movimentos voluntários. Os movimentos
tornam-se lentos e são realizados com grande dificuldade. Em geral, há
inibição do pensamento e da fala, empobrecimento da mímica
(hipomimia), e diminuição da vontade (hipobuila).
Na acinesia (ou estupor) há abolição dos movimentos voluntários. O paciente pode
ficar por longo período restrito ao leito, sem qualquer reacção ao ambiente,
apresentando mutismo, abolição da expressão facial (amima), recusa de alimentos
(sitiofobia) e incontinência urinária e fecal (gatismo), além de abulia.
O estupor e a hipocinesia podem ocorrer na esquizofrenia catatônica, na depressão
grave, nos estados contusionais simples, em estados dissociativos histéricos, no
parkinsonismo, na encefalite letárgica e, mais rapidamente, em estados demenciais
avançados, no retardo mental e em ataques de pânico (reações de congelamento).
Hipercinesia
• Ecopraxia
• A ecopraxia consiste na repetição automática e despropositada das acções
motoras executadas por outra pessoa, que está diante do paciente. São
imitados gestos, a postura, a fala (ecolalia) ou a expressão fisionómica
(ecomimia).
• A ecopraxia está relacionada à sugestionabilidade patológica.
• Estereotipias
• As esteriotipias constituem acções desprovidas de finalidade e de sentido
(para o próprio doente), sendo repetidas de maneira uniforme e com grande
frequência.
• As estereotipias podem ser de gestos ou movimentos
• Flexibilidade Cerácea
• Alguns autores colocam, equivocadamente, flexibilidade cerácea e
catalepsia como sinónimos. Ambas envolvem rigidez muscular, porém a
flexibilidade cerácea é facilmente vencida.
Maneirismos
Maneirismos são movimentos expressivos – isto é, movimentos que servem a um
propósito de comunicação, tais como gestos, mímicas, vocalização – que se tornam
exagerados quanto à sua amplitude, tornam-se afectados, rebuscados, estilizados
ou desarmónicos, perdem a graça natural e parecem extravagantes ao observador.
Interceptação Cinética
A interceptação cinética consiste uma interrupção brusca e incompreensível de uma
acção motora já iniciada, que pára no meio. O paciente muitas vezes atribui a
impossibilidade de completar o movimento a uma influência externa.
Perseveração motora
A perseveração motora representa uma repetição sem sentido de uma acção
motora de início executada adequadamente. Por exemplo: solicita-se ao paciente
que coloque a língua para fora, o que ele faz, e, em seguida, que ele a coloque
para dentro, o que ele também faz: todavia, o paciente agora passa a realizar
repetidamente os mesmos movimentos com a língua.
APARÊNCIA
ALTERAÇÕES NA APARÊNCIA:
ALTERAÇÕES DA ATITUDE:
Quase não há termos técnicos para descrever as formas de atitude, sendo usadas
basicamente palavras de uso comum. Alguns comportamentos por parte dos
pacientes são considerados desejáveis, no sentido de contribuírem positivamente
para a realização da avaliação psiquiátrica: atitudes desejáveis em geral estão
relacionadas a uma plena consciência de morbidade.
Listaremos, basicamente as formas de atitude mais importantes do
ponto de vista semiológico, porém, essa lista não é fechada e,
provavelmente não abrange todas as maneiras de o doente se portar
diante do médico. Além disso, na prática uma mesma atitude pode
enquadrar-se em mais de uma categoria.
- Atitude não-cooperante: dizer que o paciente não é cooperante é
muito vago, já que há diversas formas de não cooperar.
Atitude de oposição (ou negativista): o paciente se recusa a participar
de entrevista.
- Atitude hostil: o paciente ofende, ameaça ou agride fisicamente o
examinador.
-Atitude de fuga: reflecte o medo por parte do paciente.
-Atitude suspicaz (ou de desconfiança): “você é mesmo médico?”,
Há microfones escondidos aqui?” e “Por que o senhor está
perguntando sobre isso?” são perguntas formuladas pelos pacientes
que apresentam esse tipo de atitude, a qual costuma estar relacionada
a uma actividade delirante.
- Atitude querelante: o paciente discute ou briga com o examinador, por se sentir
prejudicado ou ofendido.
- Atitude reivindicativa: o paciente exige, de forma insistente, que aquilo que julga
ser seu direito seja atendido. Por exemplo: ter alta da internação.
- Atitude arrogante: o paciente sente-se superior e trata com desdém o médico.
- Atitude evasiva: o paciente evita responder a certas perguntas, sem se recusar
explicitamente.
- Atitude invasiva: o paciente deseja saber sobre a vida pessoal do examinador
mexe, sem pedir autorização, nos objectos deste consultório.
Atitude de esquiva: o paciente não deseja o contacto social.
- Atitude inibida ou contida: o paciente não encara o examinador, e demonstra estar
pouco a vontade.
-Atitude desinibida: o paciente apresenta grande facilidade quanto ao contacto
social, não se sente constrangido ao falar até mesmo de sua vida sexual, podendo
violar normas sociais e torna-se inconveniente. Por exemplo: pode assediar
sexualmente o entrevistador.
- Atitude jocosa: O paciente está frequentemente fazendo piadas, ou
brincando com as outras pessoas.
- Atitude irónica: as piadas e o tom de voz refletem sua arrogância e
agressividade.
- Atitude lamuriosa: o paciente queixa-se o tempo todo de seu sofrimento e
demonstra autopiedade.
- Atitude teatral. O paciente parece estar fingindo, exagerando ou querendo
chamar a atenção dos outros.
- Atitude sedutora: o paciente elogia e tenta agradar o examinador, ou tenta
despertar o interesse sexual deste.
- Atitude pueril: o comportamento do paciente é como o de uma criança (faz
pirraça, brinca, chama o médico de tio, etc.).
- Atitude gliscróide (ou viscosa): o paciente é grudento; é difícil encerrar a
conversa com ele.
- Atitude simuladora: o paciente tenta parecer que tem um sintoma (ou
doença) na verdade ausente.
- Atitude dissimuladora: o paciente tenta ocultar um sintoma (ou doênça)
existente, com o objectivo, por exemplo, de receber alta da internação.
- Atitude indiferente: o paciente não se sente sequer incomodado pela entrevista
ou pela presença do médico.
- Atitude manipuladora: o paciente tenta obrigar o médico a fazer o que ele,
paciente, quer, muitas vezes por meio de ameaças ou chantagem emocional.
- Atitude submissa: o paciente, passivamente, atende a todas as solicitações do
examinador.
- Atitude expansiva: o paciente deseja intensamente o contacto social, e trata o
médico como se fosse íntimo deste.
- Atitude amaneirada: o comportamento caricatural. Por exemplo: tratar o médico
de “vossa excelência”, ou curvar-se toda vez em que o vê.
- Reacção de último momento: após intenso negativismo, quando o examinador
já está desistindo do contacto, o paciente começa a cooperar com a entrevista.
O EXAME DA ATITUDE
Tipos de Atenção
2) Direcção da Atenção
Alterações da Atenção
Alterações Quantitativas:
Hipermnesia – maior facilidade na envocação. São habitualmente limitadas a
periódos específicos. Encontram-se diminuidas e pertubadas a fixação e a
conservação de novos acontecimentos.
Obs: Deve-se fazer a distinção entre a hipermnesia e a hipertrofia a memória
correspondendo esta última ao que se denomina boa memória, podendo ser parcial.
Tipos de amnesias
Obs: “Na fabulação trata-se de uma invenção livre que se toma por acontecimentos
vividos. As fabulações preenchem um vazio da memória e se mostram como que
criadas para este fim. Podemos produzi-las ou governá-las, enquanto que as
alucinações da memória não mudam, tal como a ideia delirante” (Bleuler)
Fenomeno do já visto (deja vu) – consiste no facto de o indivíduo ter a impressão
de que a vivência actual já foi experimentada no passado.
Pode ser observado em pessoas sãs, especialmente nos estados de fadiga.
Pode-se observar o fenómeno oposto, o jamais visto, também com carácter
acessual, no qual o enfermo está incapacitado de reconhecer o ambiente por mais
familiar que este o seja na realidade.
A palavra consciência vem do latim, cum scientia, que é uma tradução da palavra grega
syneidesis.
Cum scientia significa uma ciência acompanhada de outra ciência, ou uma relação
cognoscitiva com.
Consciência Psicológica
Segundo Jaspers é “O todo momentâneo da vida psíquica” ou seja, uma síntese ou
integração de todos os processos mentais em determinado momento.
No estudo da consciência é indispensável considerar a conexão causal existente entre todos
os processos psíquicos, sensopercepção, memória, imaginação, pensamento, intelectivos,
que se apresentam na unidade de tempo e que permitem o conhecimento do próprio eu e do
mundo exterior.”Mogli
Características da consciência:
Vivência interna e actual
Está relacionada a distinção eu/não eu
É o conhecimento ( o dar-se conta) que o indivíduo tem de suas vivências
internas, de seu corpo e do mu.'1do externo
Possui intencionalidade, é doadora de significado às coisas
É reflexiva (tem consciência de que tem-consciência)
Vigilância
Capacidade fisiológica que serve de suporte a uma actividade adaptativa, qualquer
que seja a modalidade desta. E uma acepção de consciência mais particular que
corresponde ao conceito de
activação ou atenção tónica. Significa que o indivíduo está vígil, desperto, alerta,
com o sensório claro.
Lucidez de Consciência
Estado de consciência clara ou de vigilância plena. Os processos psíquicos são
experimentados com suficiente intensidade. Em oposição à lucidez estão o sono e o
coma. Entre esses extremos, há diversos
níveis de clareza o que representa a dimensão vertical da consciência.
Campo da Consciência
O campo ou amplitude da consciência refere-se a quantidade de conteúdos que a
consciência abarca em determinado momento; e representa a dimensão horizontal da
consciência.
Alterações quantitativas fisiológicas
• As alterações quantitativas da consciência podem ser
normais ou patológicas dependendo da intensidade
das vivências psíquicas.
• Normal - o indivíduo desperto apresenta pequenas
oscilações na intensidade de sua consciência. Quando
há cansaço ou sono ou ainda na transição da vigília
para o sono
e vice-versa.
• Sono - estado de inconsciência do qual a pessoa pode
ser despertada por estímulos sensoriais. O sono
profundo (sem sonhos) constitui um estado de
abolição da consciência.
Alterações quantitativas patológicas
• Consciência do Eu
• A Consciência do EU representa a propriedade psíquica através da qual "o eu faz
consciente de si mesmo" (Jaspers), Contrapõe-se à consciência dos objectos.
Abrange tanto o eu psíquico como o eu corporal, que integram um único e autêntico
eu.
• Características da Consciência do EU:
• Consciência da actividade do EU
• Consciência da unidade do EU
• Consciência da identidade do EU
• Consciência do EU em oposição ao exterior e aos outros (dos limites do Eu)
• Consciência da existência do EU
Alterações quantitativas da Consciência do EU
As perceções, as ideias, assim como os atos que porventura realize lhe são
completamente estranhos. Aparece em alguns casos de reações afetivas muito
intensas ou de súbitas variações do humor. em casos de acessos febris e nas
intoxicações pelas drogas pode ser observado um estado' mental particular, de
natureza paroxística e momentânea ou podendo ter uma longa duração.
Alterações das tendências vitais
Introdução psicológica
Nas enfermas de anorexia psíquica costumam existir três objectivos básicos: desejo
autodestruição e morte; necessidade de espiritualização, isto é, que se refere à vida
espiritual, motivo pelo qual recusam tudo aquilo que signifique algo de material;
desejo de dessexualização, representando uma forma de recusa da própria
feminilidade ou de representar o papel feminino.
Alguns autores chamam a atenção para o fato de que, em nossa época, a anorexia
psíquica se desenvolve em função de uma exigência social, pois costuma aparecer nos
casos em que as mulheres fazem regimes para emagrecer e se manterem esbeltas.
Nesses casos, desempenha papel importante as influências da moda e entram em acção
fenômenos de sugestibilidade coletiva.
As perversões das tendências sexuais são observadas com maior frequência do que
as das pulsões de autoconservação. Sem dúvida aqui também nem todas as
anormalidades ca vida sexual merecem, a rigor, a designação de perversões, pois
muitas entre elas não são da natureza patológica. Exemplo típico é a masturbação.