Uma Palavra Aos Pastores Horatius Bonar
Uma Palavra Aos Pastores Horatius Bonar
Uma Palavra Aos Pastores Horatius Bonar
Legado Reformado
www.legadoreformado.com
Produção Editorial:
Editor: Henrique Curcio
Tradução: Henrique Curcio
Revisão: Jacqueline Moura
ÍNDICE.................................................................................................... 3
PREFÁCIO ............................................................................................... 6
2 Timóteo 2:15
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UMA PALAVRA AOS P
ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
Como ajudar nosso RISTÃOS
ministério
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LEGADO REFORMADO
Prefácio
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ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
Horatius Bonar foi antesRde tudo um “ganhador de
ISTÃOS
almas”, embora também fosse um grande pregador e
escritor de alguns de nossos melhores hinos.
Quando lemos seu manual sobre como ganhar
homens para Cristo, somos lembrados, página após
página, de seus três melhores hinos, embora ele tenha
sido o autor de muitos. Ele poderia dizer: "Eu ouvi a voz
de Jesus dizer", e, portanto, ele poderia escrever o hino
começando com essas palavras.
Ó, quantos foram levados a Cristo para aceitá-lo
como seu Salvador por meio de seus hinos? E quantos
cristãos se dedicaram novamente ao seu Senhor e
Mestre e recordaram o dia em que o amaram pela
primeira vez, quando cantaram: “Aqui, ó meu Senhor,
vejo-te face a face”?
Não são apenas seus conselhos aos ganhadores de
almas espirituais, divinos e perscrutadores, mas a tônica
de tudo isso é a urgência, como ele expressou em seu
terceiro grande hino, “Vá, trabalhe, gaste e seja gasto”. A
terceira estrofe desse hino deve ser escrita como um
lema na mesa de cada pastor:
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ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
encadernado em couro comR Ibordas
STÃOS
douradas, tinha
“Words to Winners of Souls” na capa.
Samuel M. Zwemer, D.D., 1867-1952
Cidade de Nova York.
3 de março de 1950
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A Importância de
Sermos Fervoroso para
Cristo
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ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
A mera multiplicaçãoR I Sde homens
TÃOS
que se
autodenominam ministros de Cristo pouco ajudará.
Eles podem ser apenas “trabalhadores ociosos”, e por
isso se tornam um obstáculo ao trabalho. Eles podem
ser como Acã, perturbando o acampamento; ou talvez
como Jonas, levantando a tempestade. Um homem com
sua incredulidade, mornidão e formalidade preguiçosa
pode causar danos irreparáveis à causa de Cristo,
congelando e murchando toda a vida espiritual ao seu
redor.
O ministério morno de alguém que é teoricamente
ortodoxo é muitas vezes mais extenso e fatalmente
ruinoso para as almas do que o de alguém
grosseiramente inconsistente ou flagrantemente
herético. “Qual homem na terra é um zangão tão
pernicioso como um ministro ocioso?” disse Ricardo
Cecil. E John Fletcher observou bem que “pastores
mornos fabricam cristãos descuidados”. Por acaso a
multiplicação de tais ministros pode ser considerada
uma bênção para o povo de Deus?
Quando a igreja de Cristo, em todas as suas
denominações, retornar ao seu exemplo inicial e
caminhar nas pegadas apostólicas para buscar se
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ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
com um sucesso incrível! Os homens sentiam que, ao
RISTÃOS
ouvi-lo, estavam em contato com alguém que lidava
com a realidade de um momento infinito.
Este é um dos segredos da sua força e do seu sucesso
ministerial. E quem pode dizer o quanto da infidelidade
transbordante dos dias atuais se deve não apenas à falta
de instrutores espirituais – não apenas à existência de
infiéis grosseiramente e inconsistentes – mas também à
frieza de muitos que são considerados sãos e fiéis? Se a
fé verdadeira vale alguma coisa, ela deve valer tudo; se
exigir qualquer medida de zelo e fervor, espera-se os
graus mais altos; e não há um meio aceitável entre o
ateísmo imprudente e o calor mais intenso do zelo
religioso. A entrega deve ser completa. Os homens
podem não gostar, detestar, zombar e perseguir o
cristianismo, mas suas consciências estão o tempo todo
lembrando-lhes silenciosamente que existe um Deus e
um Salvador, um céu e um inferno. Por isso, qualquer
coisa menos que tal vida e amor é hipocrisia,
desonestidade e falsidade!
Assim, a lição que eles aprendem com os discursos
sem vida das pessoas a que nos referimos é que, uma vez
que esses homens não acreditam nas doutrinas que
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LÍDERES C
de seus lábios como a neve ou o granizo, esfriando todo
RISTÃOS
o calor espiritual e arruinando toda a vida espiritual.
Quantas almas se perderam por falta de seriedade,
solenidade e amor do pregador, mesmo quando as
palavras proferidas eram preciosas e verdadeiras!
“Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por
constrangimento, mas espontaneamente, como Deus
quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade;
nem como dominadores dos que vos foram confiados,
antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1 Pe 5:2,3).
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E OUTROS
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“Os ministros”, disse R IOwen,
STÃOS
“raramente são
honrados com sucesso, a menos que estejam
continuamente visando a conversão dos pecadores”. A
resolução de que na força e com a bênção de Deus o
ministro nunca descansará sem que tenha sucesso. É o
homem que decidiu enfrentar todas as dificuldades e
calculou o custo com os olhos fixos no prêmio que está
determinado a abrir caminho para esse sucesso. É um
homem que vence, assim como Paulo fez, pois ele disse:
“Tu, porém, tens seguido, de perto, o meu ensino,
procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor,
perseverança, as minhas perseguições e os meus
sofrimentos... De todas, entretanto, me livrou o Senhor”
(2 Tm 3:10,11).
A apatia maçante de outros dias se foi. Satanás
entrou ativamente em campo, e é melhor enfrentá-lo de
frente. Além disso, as consciências dos homens estão
realmente no limite. Deus parece estar lutando com eles
como lutava antes do dilúvio.
O único verdadeiro objetivo ou lugar de descanso –
onde a dúvida e o cansaço, as picadas de uma
consciência pungente e os anseios de uma alma
insatisfeita seriam todos acalmados – é no próprio
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LÍDERES C
evangelho da graça de Deus.RTodas as outras coisas são
ISTÃOS
apenas distrações, drogas e charlatanismos. Este é o
remédio divino; esta é a única, rápida e eterna cura. Não
é por meio de opinião que devemos confrontar a
opinião. A verdade de Deus é o que devemos mostrar;
devemos aplicar o fio da espada do Espírito às teorias do
homem (que ele orgulhosamente chama de suas
opiniões) e fazê-lo sentir que teia de engano e loucura
que ele tem tecido para seu próprio emaranhado e
ruína. “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade
e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com
a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre
o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os
dardos inflamados do Maligno” (Ef 6:14-16)
Opiniões não são o que o homem precisa; ele
precisa da verdade. Não teologia, mas Deus. Não
religião, mas Cristo. Não literatura e ciência, mas o
conhecimento do amor gratuito de Deus no dom de seu
Filho unigênito. Richard Baxter disse:
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LÍDERES C
lágrimas não deveriam interromper
R I S T Ã O S suas palavras?
Você não deveria chorar em voz alta e mostrar-lhes
suas transgressões e implorar a eles por suas vidas?”
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A Importância de
Estarmos em Paz com
Deus
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LÍDERES C
5:18). Eles foram primeiro Rreconciliados
ISTÃOS
para depois
receberem o ministério da reconciliação. Somos
ministros reconciliados? Para que um homem possa
guiar outros pelo caminho espiritual é necessário que
ele mesmo conheça o caminho da salvação. Tem-se dito
frequentemente que o caminho para o céu está sendo
bloqueado por professores mortos, mas não é verdade
também que tal obstrução melancólica não é composta
por membros das igrejas? Que nós, ministros,
prestemos atenção a nós mesmos!
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LÍDERES C
mais pode uma alma saudável.
RISTÃOS
Mantenha uma
consciência limpa através do sangue do Cordeiro.
Mantenha uma comunhão íntima com Deus. Estude e
deseje semelhança com Ele em todas as coisas. Leia a
Bíblia primeiro para o seu próprio crescimento, para
depois poder abençoar seu povo.”
“Com ele”, diz seu biógrafo, “o início de todo
trabalho consistia invariavelmente na preparação de sua
própria alma. Antes das visitas de cada dia, havia uma
estação calma de devoção privada durante as horas da
manhã. As paredes de seu quarto eram testemunhas de
sua oração – de suas lágrimas, bem como de seus gritos.
O som agradável dos salmos muitas vezes saía de seu
quarto bem cedo – depois seguia a leitura da Palavra
para sua própria santificação”. Ah, se fosse assim com
todos nós! “Devoção”, disse o bispo Hall, “é a vida da
religião, a própria alma da piedade, o mais alto emprego
da graça”. Somos fracos no púlpito porque somos fracos em
nossa vida privada com Deus.
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An d a n d o com De u s
“Para restaurar uma verdade comum ao seu
primeiro brilho incomum”, escreve Coleridge, “você só
precisa traduzi-la em ação”. Andar com Deus é uma
verdade muito comum. “Sede, pois, imitadores de Deus,
como filhos amados; e andai em amor, como também
Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós,
como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave”. (Ef
5:1,2). Traduza esta verdade em ação e você verá quão
esplendorosa ela se torna! É tal caminhada; não um
ideal abstrato, mas uma vida, que o leitor é convidado a
contemplar. Oh, que apenas nos dispuséssemos a
participar deste raro trabalho de transformação!
Diz-se do enérgico, piedoso e bem-sucedido John
Berridge que “a comunhão com Deus foi o que ele se
dedicou nos últimos estágios de seu ministério. Era, de
fato, sua própria comida e bebida, e o banquete do qual
ele nunca parecia se levantar”. Isso nos mostra a fonte
de sua grande força. Se estivéssemos sempre sentados
neste banquete, poderia ser registrado de nós em pouco
tempo, como é dele, que “foi visitado no primeiro ano
por cerca de mil pessoas sob sérias impressões”.
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E OUTROS
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E stu de o s p r e g aR d
I SoT rà eO sS , n ão os
sermõe s
Para os homens ainda mais do que para sua
doutrina, devemos apontar nossos olhos de
questionador e perguntar: “De onde veio seu sucesso?
Por que o mesmo sucesso não pode ser nosso?”
Podemos até tomar os sermões de Whitefield, Berridge ou
Edwards como ferramenta de estudo, mas os próprios
indivíduos são o que devemos colocar diante de nós. É
com o modo de vida de tais homens, mais do que com
suas obras, que devemos ser acalentados, se estivermos
lutando por um ministério tão poderoso e vitorioso
quanto o deles. Eles eram homens espirituais que
andavam com Deus. Pois os que são de Cristo,
“crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos
também no Espírito” (Gl 5:24-25). Viver em comunhão
com o Salvador vivo é o que nos transforma à sua
imagem e nos capacita para sermos ministros do
evangelho capazes e bem-sucedidos.
Sem isso, nada tem valor. Nem a ortodoxia, nem o
saber, nem a eloquência, nem o poder de
argumentação, nem o zelo e nem o fervor tem valor. É
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Fide li d a d e E s s Re I nS Tc Ãi O
a Sl p ara o
Suce sso
“A verdadeira instrução esteve na sua boca, e a
injustiça não se achou nos seus lábios; andou comigo em
paz e em retidão e da iniquidade apartou a muitos” (Mq
2:6). Observemos a conexão declarada aqui existente
entre fidelidade e o sucesso em um ministério, entre
uma vida piedosa e o poder de desviar muitos da
iniquidade. A razão pela qual nos tornamos ministros,
conforme declaramos em nossa ordenação, foi para a
salvação de almas; a razão pela qual ainda vivemos e
trabalhamos deve ser a mesma; os meios para este fim
são uma vida santa e um cumprimento fiel com o nosso
ministério.
A conexão entre essas duas coisas é próxima e
segura. Nós somos chamados a depender disso. Somos
chamados a orar e trabalhar com uma expectativa
confiante de sua realização. E onde essa verdade não se
concretizar, devemos examinar-nos com toda a
diligência, para saber se a causa do fracasso não esteja
em nós, na nossa falta de fé, amor, oração, zelo, calor,
espiritualidade ou santidade de vida – pois por estes o
Espírito Santo se entristece. O sucesso é alcançável; o
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é o grande segredo do sucesso ministerial. Aquele que
RISTÃOS
anda com Deus reflete a luz de seu semblante sobre um
mundo escurecido, e quanto mais perto ele anda, mais
dessa luz ele reflete. Porque Deus nos disse que “das
trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em
nosso coração, para iluminação do conhecimento da
glória de Deus, na face de Cristo” (2 Co 4:6). Aquele que
caminha com Deus carrega em seu semblante uma doce
serenidade e uma santa alegria que espalha
tranquilidade ao redor. Quem anda com Deus recebe e
dá vida onde quer que vá; como está escrito, de tal
homem “fluirão rios de água viva” (Jo 7:38). Ele não é
apenas a luz do mundo, mas também a fonte do mundo,
distribuindo a água da vida por todos os lados e fazendo
o deserto estéril florescer como a rosa. Ele rega o
deserto do mundo enquanto se move ao longo de seu
curso pacífico. Sua vida é abençoada; seu exemplo é
abençoado; sua comunicação é abençoada; suas palavras
são abençoadas; seu ministério é abençoado! Almas são
salvas, pecadores são convertidos e muitos são retirados
de suas iniquidades.
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O Perigo do
Ministério Infrutífero
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A vida ministerial de multidões
RISTÃOS
que são chamadas
para serem pastores do rebanho de Cristo pode ser
resumida como pregar sermões no Dia do Senhor,
administrar a Ceia do Senhor, visitar aqueles que
ocasionalmente o solicitarem e participar de reuniões
religiosas. Tantos sermões, tantos batismos, tantos
sacramentos, tantas visitas e tantos encontros de vários
tipos, são todos os serviços pastorais e todo o ministério
de vida para muitos! Tal afazeres não seriam os motivos
de almas serem salvas. Multidões pereceram sob tal
ministério.
Pode até haver conhecimento, mas não era como a
língua dos eruditos... que falava, a seu tempo, uma boa
palavra ao cansado (Is 50:4). Pode haver sabedoria, mas
certamente não é a sabedoria que ganha almas. Pode até
haver o som do evangelho, mas não contém nenhuma
boa notícia. Não veio de lábios quentes para ouvidos
assustados como a mensagem da vida eterna, o
evangelho da glória do Deus bendito (1 Tm 1:11). Os
homens vivem, mas seus ministros nunca lhes
perguntaram se eles nasceram de novo!
Os homens adoeceram, chamaram o ministro e
receberam uma oração em seus leitos de morte como
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algo que exige um auto-exame solene em cada ministro
RISTÃOS
e requer profundo arrependimento.
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homens são deixados para Rcrescer
ISTÃOS
e morrer, sem
piedade, sem oração?
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A submissão e n v olv e r en ú n c ia
Realmente submeter-se à disposição soberana de
Deus sempre envolve a profunda renúncia de nossa
própria vontade no assunto em questão, e tal renúncia
da vontade nunca pode ser efetuada sem que uma alma
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LÍDERES C
seja levada por experiências Rseveras
ISTÃOS
e difíceis para uma
natureza mais humilhante. Portanto, enquanto estamos
tranquilamente satisfeitos em usar os meios sem obter
o fim, e isso não nos custa tanta dor interior e profunda
humilhação como a que aludimos, e se pensamos que
estamos deixando o assunto à disposição de Deus, nos
enganamos, e a verdade sobre esse assunto não está em
nós.
Entregar verdadeiramente qualquer coisa a Deus
implica que a vontade, que é enfaticamente o coração,
foi colocada nessa coisa. Se o coração está de fato
colocado na salvação dos pecadores como o fim do
meio que usamos, não podemos desistir desse fim sem
que o coração experimente dor severa e profunda pela
renúncia da vontade envolvida nele. Quando, portanto,
podemos nos contentar silenciosamente em usar os
meios para salvar almas sem vê-las salvas, é porque não
há renúncia da vontade – isto é, não houve nenhuma
submissão real a Deus. O fato é que a vontade – isto é, o
coração – nunca foi realmente posto para esse fim. Se
tivesse, não poderia desistir de tal fim sem ser quebrado
pelo sacrifício.
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É exatamente assim que acontece com ministros,
RISTÃOS
quando podemos ficar satisfeitos em usar os meios para
salvar almas sem vê-las realmente salvas ou nós
mesmos ficarmos com o coração partido por isso. Ao
mesmo tempo, enquanto falamos baixinho em deixar o
resultado à vontade de Deus, fazemos uso de uma
verdade para encobrir e desculpar uma falsidade, pois o
motivo de nossa tranquilidade não provém da
submissão do coração a Deus, mas de um coração
indiferente à salvação das almas com as quais lidamos.
Por isso, se o coração está realmente determinado a tal
fim, deve então batalhar até ganhar almas ou ser
quebrantado ao perdê-las.
Aquele que salvou nossas almas nos ensinou a
chorar pelos não salvos. Senhor, que esteja em nós a
mente que estava em Ti! Dê-nos suas lágrimas para
chorar, pois nossos corações são duros para com nossos
semelhantes. Podemos ver milhares perecer ao nosso
redor, e nosso sono pode nunca ser perturbado;
nenhuma visão de seu terrível destino pode nos
assustar, e nenhum grito de suas almas perdidas
transformar nossa paz em amargura.
Nossas famílias, nossas escolas, nossas
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RISTÃOS
A Importância de
Eliminar Nossas
Falhas
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essas negligências. RISTÃOS
(5) Não estudar sobre abnegação nem resolver
tomar a cruz de Cristo.
(6) Negligência para entreter uma visão e sensação
de pecado e miséria; não lutando contra a corrupção
nem estudando mortificação e contenção de espírito.
D oi s Pontos a Se rem
An ali sados Qu an d o Est ivere m
Prestes a E nt r ar no Mini st é ri o
(1) Entrar no ministério sem respeito a comissão de
Jesus Cristo, de modo que muitos correram sem serem
enviados.
(2) Entrar no ministério, não pelo amor de Cristo
nem pelo desejo de honrar a Deus em ganhar almas,
mas por um nome e para um sustento no mundo, apesar
de uma declaração solene em contrário na admissão.
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De s c u lpas e R
n IeS gT Ãl iOgS ê n cia
(1) Devo me arrepender quando fico feliz em
encontrar desculpas para a negligência dos deveres.
(2) Negligenciar a leitura das Escrituras em segredo
para nossa própria edificação como cristãos; apenas
lendo-a conforme nos convém para o nosso dever
como ministros e ainda assim, muitas vezes
negligenciando isso.
(3) Não dado a refletir sobre nossos próprios
caminhos, nem permitir que a convicção tenha um
trabalho completo sobre nós; enganando a nós mesmos,
apoiando-nos na ausência e aversão aos males através
da luz de uma consciência natural e encarando isso
como uma evidência de uma mudança real.
(4) Influência do mal no coração e descuido na busca
de si mesmo, que nos tornam estranhos a nós mesmos
e distantes de Deus.
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Pensamentos e Ações
Hipóc ritas
(1) Hipocrisia refinada; desejando parecer o que, de
fato, não somos.
(2) Estudar mais para aprender a língua e
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nomenclaturas usados pelo R
povo de Deus do que para
ISTÃOS
exercer seus preceitos.
(3) A confissão artificial do pecado sem
arrependimento real.
(4) Negligenciar a confissão secreta, mesmo
daquelas coisas pelas quais somos condenados.
(5) Nenhuma mudança após reconhecimentos
solenes e votos privados; pensando estarmos livres de
tal obrigação após a confissão.
(6) Mais dispostos a procurar e censurar os defeitos
dos outros do que a ver ou lidar com os nossos próprios
defeitos.
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A m a r o p r a z e rR I m
S TaÃiOs S d o que
De us
(1) Negligenciar a comunhão com aqueles por quem
poderíamos aprender.
(2) Desejando conversar mais com aqueles que
podem nos melhorar por meio de seus talentos
(egoísmo) do que com aqueles que podem nos edificar
por meio de suas graças.
(3) Não estudar oportunidades para fazer o bem aos
outros.
(4) Mudança de oração e outros deveres quando
solicitados – preferindo omiti-los do que fazê-los nós
mesmos.
(5) Abusar do tempo em recreação e passatempos
frequentes e amar nossos prazeres mais do que a Deus.
(6) Tirar pouco ou nenhum tempo para conversas
cristãs com jovens treinados para o ministério.
(7) Conversa comum e ordinária no Dia do Senhor.
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membros de Cristo. RISTÃOS
(10) Odiar o povo de Deus por sua piedade e tentar
extinguir a obra do Espírito entre eles.
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Pregação de san im ad a
(1) Falha em advertir em nossa pregação de
armadilhas e pecados em assuntos públicos por alguns;
e falar demais, muito frequente e desnecessariamente
sobre outros coisas.
(2) Extremamente grande negligência e inabilidade
para explicar as excelências e utilidade e a necessidade
de um interesse em Jesus Cristo e na nova aliança, que
deve ser o grande assunto de estudo e pregação de um
ministro.
(3) Falar de Cristo mais pelo que os outros dizem do
que por conhecimento e experiência ou qualquer
impressão real d’Ele no coração.
(4) Pregação que é muito legalista.
(5) Falta de seriedade na pregação do evangelho; não
saboreando nada além do que é novo, de modo que o
essencial da religião é negligenciado.
(6) Não pregar Cristo na simplicidade do evangelho,
nem a nós mesmos como servos do povo por causa de
Cristo.
(7) Pregação de Cristo, não para que as pessoas o
conheçam, mas para que pensem que sabemos muito
sobre Ele.
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(8) Pregando sobre a partida
RISTÃOS
de Cristo do mundo
sem quebrantamento de coração.
(9) Não pregar com compaixão àqueles que estão
em perigo de perecer.
(10) Pregar contra os pecados públicos, nem da
maneira nem para o fim que devemos – para ganhar
almas e tirar os homens de seus pecados; mas sim
porque nos convém dizer algo sobre esses males.
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(8) Na maioria das vezes, pregar como se nós
RISTÃOS
mesmos não estivéssemos incluídos na mensagem que
levamos ao povo.
(9) Não regozijando-se com a conversão dos
pecadores, mas contente com a falta de vida da obra do
Senhor entre Seu povo; temendo que, se eles
prosperassem, seríamos mais desafiados e menos
estimados por eles.
(10) Muitos, na pregação e na prática, diminuem o
poder da piedade.
(11) Nós pregamos, não como diante de Deus, mas
como para os homens.
(12) Visitas negligentes, preguiçosas e esporádicas
aos doentes. Se são pobres, vamos uma vez e só quando
somos chamados; se são ricos e de maior reputação,
vamos com mais frequência, mesmo antes de sermos
chamados.
(13) Não saber dizer uma palavra a seu tempo ao
cansado.
(14) Preguiçoso e negligente na instrução.
(15) Não preparar nossos corações nem lutar com
Deus por uma bênção para a mensagem, por causa da
normalidade e facilidade esperada dela, pela qual o
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T e m o s s i d o i n f iRéI iS sT Ã O S
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uma de suas grandes obrasR eI Sfoi visitar uma mulher
TÃOS
doente com quem falou tão apropriadamente e
plenamente que você pensaria que ele falava do céu
enquanto se dirigia para lá. No entanto, preste atenção,
este homem, ainda assim, foi oprimido com a sensação
de suas omissões.
Leitor, o que você pensa de si mesmo – seus deveres
não cumpridos, seu tempo não aproveitado, sua falta de
oração, seu medo de trabalho desagradável, e seu
contentamento em sentar-se para descansar em sua
videira e figueira sem gastar todos os esforços pelas as
almas dos outros? Lembre-se das palavras de Ussher:
“Senhor, perdoe-me especialmente por meus pecados de
omissão!”
Leia a confissão de Jonathan Edwards em relação
aos seus pecados pessoais e ministeriais:
“Muitas vezes tive visões muito persuasivas de minha
própria pecaminosidade e vileza. Eu tive um senso muito
maior sobre a maldade do meu coração do que nunca
antes da minha conversão. Minha maldade, há muito me
parece perfeitamente inefável, engolindo todos os meus
pensamento e imaginação.... Não sei como expressar
melhor o que meus pecados me parecem ser do que
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O mundanismo atrapalha a
con sciênci a
Te m o s s i d o c a r n a i s e n ão
e s p i r i t u a i s
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ASTORES
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Talvez possamos nos lembrar de uma época em que
RISTÃOS
nossos pontos de vista e objetivos foram fixados em um
padrão de elevação quase celestial, e contrastando-os
com nosso estado atual, ficamos surpresos com as
mudanças dolorosas. E além da intimidade com o
mundo, outras causas atuaram na produção dessa
deterioração na espiritualidade de nossas mentes. O
estudo da verdade como dogma, mais do que como
devoção, roubou-lhe o seu frescor e poder.
A ocupação diária da rotina do trabalho ministerial
criou formalidade e frieza. O trabalho contínuo nos
deveres solenes de nosso ofício, como lidar com as
almas em particular sobre seu bem-estar eterno ou
guiar as meditações e devoções do povo reunido de
Deus, muitas vezes com pouca oração e pouca fé, tendeu
gravemente a nos roubar essa profunda reverência e
temor piedoso que devemos possuir e que deve
permear-nos. Quão verdadeiramente e com que ênfase,
podemos dizer, “sou carnal, vendido à escravidão do
pecado” (Rm 7:14). O mundo não foi crucificado para
nós, nem nós para o mundo; a carne, com seus
membros, não foi mortificada. Que triste efeito tudo
isso teve não apenas sobre nossa paz de alma e nosso
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Te m o s s i d o e g o ís tas
Te m o s s i d o m u n d a n o s e
c o b i ç o s o s
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ASTORES
E OUTROS
LÍDERES C
N ã o c o n h e c e m o sR I oS T qà uO eS é
s a c r i f í c i o
Te m o s s i d o p r e g ui ço s o s
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Te m o s e s tad o f r i o s
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palavras quanto os olharesR disfarçam.
ISTÃOS
Falta amor –
amor profundo, amor forte como a morte, amor que fez
Jeremias chorar em lugares secretos pelo orgulho de
Israel. Amor como o de Paulo enquanto falava até
chorando pelos inimigos da cruz de Cristo. Ao pregar e
visitar, ao aconselhar e repreender, que formalidade,
que frieza, que pouca ternura e afeto temos! Disse uma
vez, Rowland Hill: “Oh, que eu fosse todo coração, alma
e espírito para contar o glorioso evangelho de Cristo às
multidões que perecem!”
Me d o de d iz e r toda a ve rdade
Te mos sid o t í mi d os
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F a l t o - n o s se rie d ad e
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Pregan d o a s i m Re IsSm
T Ão O S
em vez de
Cr ist o
N ó s p r e gam o s so br e n ó s
mes mos, n ão sobre C r i s t o
U s a m o s p a l a v r a s d e s ab e d o r i a
d o h o m e m
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N ã o p r e g a m o s aR ItSoT tÃaO lSi d a d e do
e v a n g e l h o
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Pou ca ênfase n a P al av r a de
De us
N ã o e s tu d am o s e h o n r a m o s
s u f i c i e n t e m e n t e a P a l a v r a de
De u s
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o molde e a moda de nossos espíritos, nossas vidas e
RISTÃOS
nossas palavras derivaram mais do homem do que de
Deus.
Devemos estudar mais a Bíblia; como nos é dito em
2 Timóteo 2:15: “Procura apresentar-te a Deus
aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Devemos mergulhar nossas almas na Bíblia. Devemos
não apenas guardá-la dentro de nós, mas também
transfundi-la através de toda a textura da alma.
N ã o s o m o s h o m e n s d e o r a ç ã o
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E OUTROS
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de companhia com outras pessoas.
RISTÃOS
É no deserto que o
orvalho é mais fresco e o ar mais puro; assim é com a
alma. Quando ninguém além de Deus está perto,
somente sua presença, envolve e penetra a alma, e o
olho percebe a visão mais clara e simples das certezas
eternas. É quando a alma se revigora em maravilhoso
refrigério, poder e energia.
Assim também nos tornamos verdadeiramente
úteis aos outros. Quando saímos da comunhão com
Deus, podemos sair para fazer sua obra com sucesso. No
quarto secreto, temos nossos vasos cheios de bênçãos,
de modo que, quando saímos, não podemos contê-los
para nós mesmos, mas devemos derramá-los onde quer
que formos. Infelizmente, não podemos dizer, como
Isaías, “Senhor, sobre a torre de vigia estou em pé
continuamente durante o dia e de guarda me ponho
noites inteiras” (Is 21:8). Nossa vida não tem sido como
a de Samuel enquanto ele esperava a voz de Deus: “Fala,
SENHOR; porque o teu servo ouve” (1 Sm 3:9). Esta não
tem sido a atitude de nossas almas e o princípio
orientador de nossas vidas. Proximidade, comunhão,
esperar e descansar em Deus raramente têm sido as
características de nossa caminhada particular ou
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N ã o h o n r a m o s o E s p í r i t o de
De u s
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Professor, o Consolador, Ro I SSantificador
TÃOS
e o que
convence. Portanto, Ele nos deixou para colher o fruto
de nossa própria perversidade e incredulidade. Além
disso, nós o entristecemos por nosso andar
inconsistente, falta de discrição, mentalidade mundana,
impiedade, falta de oração, infidelidade, falta de
seriedade e uma vida e conversa que não estão em
conformidade com o caráter de um discípulo ou com o
cargo de embaixador de Cristo.
Um velho ministro escocês escreveu uma vez sobre
si mesmo:
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Pouquíssima Imitação de
Cr ist o
Te m o s t i d o p ou c o d a m e n t e de
C r i s t o
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subsistindo em forma de R Deus,
ISTÃOS
não julgou como
usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se
esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em
semelhança de homens; e, reconhecido em figura
humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se
obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:3-8).
Temos pouco da graça, da compaixão, da mansidão,
da humildade e do amor do eterno Filho de Deus. Seu
choro por Jerusalém não nos causou nenhuma simpatia
sincera. Sua busca pelos perdidos raramente é imitada
por nós. Seus ensinamentos incansáveis para multidões
são evitados por nós como sendo algo muito difícil para
nossa carne. Seus dias de jejum e suas noites de vigília e
oração não são imitados por nós. O fato de não
considerar sua vida preciosa para Si, para que pudesse
glorificar o Pai e terminar a obra que lhe foi dada é
pouco lembrado por nós como o princípio sobre o qual
devemos agir. No entanto, certamente, devemos seguir
seus passos; pois o servo deve andar onde seu Mestre o
conduz. Não devemos buscar descanso ou facilidade em
um mundo onde Aquele a quem amamos não tinha.
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A Necessidade do
Avivamento no
Ministério
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ser quebrada, e tanta crucificação
RISTÃOS
do eu e do mundo a
ser sofrido. Como Cristo disse do espírito imundo que
os discípulos não podiam expulsar, assim podemos
dizer que esta realidade não pode ser vivida senão por
meio de oração e jejum (Mc 9:29).
Depois de lamentar os males de sua vida e de seu
ministério, um ministro do século XVII resolveu iniciar
sua renovação:
(1) Em imitação de Cristo e seus apóstolos e para
fazer o bem, proponho levantar cedo todas as manhãs.
(2) Assim que me levantar, preparar algum trabalho
a ser feito e planejar como e quando fazê-lo; depois,
dedicar meu coração a isso e, à noite, me responsabilizar
e lamentar pelas minhas falhas.
(3) Passar uma porção de tempo todos os dias em
oração, leitura, meditação e exercícios espirituais – de
manhã, meio-dia, noite e antes de ir para a cama.
(4) Uma vez por mês, no final ou no meio dele,
manter um dia de jejum e oração pela condição pública,
pelo povo do Senhor, por causa de sua triste condição,
e para o crescimento da obra e do povo de Deus.
(5) Passar um dia a cada seis meses para minha
própria condição privada na luta contra os males
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LEGADO REFORMADO
A necessidade atual de
av iv ame n to
Essa foi a maneira pela qual este ministro iniciou o
seu avivamento pessoal e ministerial. Tomemos o
exemplo dele. Se ele precisava muito, nós precisamos
mais.
Nos séculos V e VI, Gildas e Salvian surgiram para
alertar uma igreja descuidada e um ministério formal.
No século XVI, outros reformadores tiveram a mesma
tarefa. No século XVII, Baxter e outros tiveram um papel
importante na reprovação da devoção preguiçosa e da
energia adormecida de seus colegas ministros. No
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século XVIII, Deus levantou alguns
RISTÃOS
homens nobres para
despertar a igreja e abrir o caminho para uma carreira
mais elevada e ousada de dever ministerial. O século
atual não necessita menos de tal influência estimulante.
Temos experimentado muitos sintomas de vida, mas
ainda assim as massas não são vivificadas. Precisamos de
um novo Baxter para nos despertar com sua voz e seu
exemplo. É angustiante ver a quantidade de fadiga e
ineficiência ministerial que ainda se espalha sobre nossa
terra. “Quanto tempo, ó Senhor, quanto tempo?”
A infusão de vida nova no ministério deve ser o
objetivo de um esforço mais direto e especial, bem
como de uma oração mais unida e fervorosa. As orações
dos cristãos devem ser mais dirigidas aos pregadores e
aos ministros das nossas congregações. É um ministério
vivo que nosso país precisa e, sem tal ministério, não
pode esperar escapar dos julgamentos de Deus por
muito tempo. Precisamos de homens que gastem e
sejam gastos – que trabalhem e orem – que vigiem e
que chorem pelas almas
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que não era estudado para tal trabalho. “O que você não
RISTÃOS
sabe, você aprenderá”, foi a resposta. Quando eles se
aproximaram da planície, ele viu um ceifeiro solitário
trabalhando na foice com um esforço tremendo, como
se estivesse determinado a colher todo o campo
sozinho. O guia ordenou que ele se juntasse a este
trabalhador e, pegando uma foice, mostrou-lhe como
proceder.
Logo após, o guia o levou a uma colina. Ele
inspecionou a vasta planície abaixo dele e, imaginando,
perguntou quanto tempo levaria para colher tal campo
com tão poucos trabalhadores. “Antes do inverno, a
última foice deve ser enfiada”, respondeu seu guia. “Por
isso, continue a trabalhar com todas as suas forças. O
Senhor da colheita enviará mais ceifeiros em breve”.
Cansado do trabalho, Myconius descansou um pouco.
Mais uma vez, o Crucificado estava ao seu lado,
definhado e desfigurado. O guia colocou a mão sobre
Myconius e disse: “Você deve se conformar a Ele”.
Com estas palavras, o sonhador acordou. Mas ele
acordou para uma vida de zelo e amor. Ele encontrou o
Salvador para sua própria alma, e saiu para anunciá-lo a
outros. Ele tomou seu lugar ao lado daquele nobre
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Colhendo a Gr an de Colheita
“Quando você pretende parar?” foi a pergunta feita
certa vez por um amigo a Rowland Hill. “Não até que
tenhamos carregado tudo que está diante de nós”, foi a
resposta imediata. Essa deve ser a nossa resposta
também. Os campos são vastos, o grão branqueia e as
colheitas ondulam. Pela graça, sairemos com nossas
foices, para nunca descansar até que nos deitemos onde
o próprio Cordeiro nos guiará - junto às fontes vivas das
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águas onde Deus enxugará oRsuor do trabalho de nossas
ISTÃOS
testas cansadas e secará as lágrimas de nossos olhos.
Alguns de nós são jovens e com muita energia; ainda
podemos ter muitos dias na providência de Deus. Estes
devem ser dias de trabalho árduo, incessante,
perseverante e, se Deus nos abençoar, de labuta bem-
sucedida. Trabalharemos até que estejamos exaustos.
Thomas Vincent, o ministro não-conformista, em seu
pequeno volume sobre a grande peste e incêndio em
Londres intitulado “God's Terrible Voice in the City”, deu
uma descrição da maneira pela qual os ministros fiéis
que permaneceram em meio ao perigo, cumpriram
seus deveres solenes aos habitantes moribundos. Ele
escreveu sobre a maneira pela qual as multidões
estavam aterrorizadas, com ânsia ofegante, para serem
salvos antes que a temida praga os levasse para o
túmulo. As portas da igreja foram escancaradas, mas os
púlpitos estavam em silêncio, pois não havia ninguém
para ocupá-los. A maioria dos mercenários havia
fugido.
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para esfriar seus apelos ou tornar seus discursos
RISTÃOS
ininteligíveis. Nenhum medo de homem, nenhum
amor ao aplauso, e nenhum medo de excitação ou
entusiasmo os impediam de derramar toda a paixão de
seus corações que ansiavam com ternura indizível pelas
almas moribundas. Vicente disse: “Era como se um
homem estivesse do lado do púlpito com sua grande
foice, dizendo com voz rouca: “‘Trabalhe enquanto é
chamado hoje; pois pela noite eu te ceifarei’”. Grim
Death parecia estar ao lado do púlpito com sua flecha
afiada, dizendo: “Você atira as flechas de Deus, e eu atiro
as minhas”. A sepultura parecia estar aberta ao pé do
púlpito, com poeira, dizendo:
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era a mesma. A alma aindaRera a mesma. Apenas um
ISTÃOS
pequeno elemento foi mudado, que nem sempre existiu
antes – a saber, o aumento da brevidade da vida. Mas
essa era a única diferença.
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Existe um homem ou um cadáver que não seja
RISTÃOS
afetado por assuntos dessa importância? Quem está
mais pronto para dormir do que para tremer quando
ouve como deve ser o julgamento de Deus? Existe um
homem que possa se levantar ou se deitar sem ser
profundamente afetado pela dúvida de seu destino
eterno? Eu me admiro com aqueles que o mundo
considera mais santos, mas eu os desprezo por não
terem maior comunhão com Deus. Eu me admiro que
eles não derramem suas almas em todas as súplicas, que
eles não estejam mais envolvidos com Deus, e que seus
pensamentos não sejam mais sérios na preparação para
prestar contas. Eu me admiro que eles não sejam
rigorosos em suas vidas e mais laboriosos e incansáveis
na luta pela coroa.
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Aqueles que partiram Rperderam
ISTÃOS
seus meios de
subsistência, púlpitos e ajuda da igreja estabelecida para
fundar e financiar uma nova igreja nacional a partir do
zero. Eles precisavam treinar o clero e formar um novo
colégio, que foi inaugurado em 1843, com o Dr. Chalmers
como o primeiro diretor.
Em 1843, Horatius Bonar casou-se com Jane
Catharine Lundie. Juntos, eles tiveram nove filhos, mas
cinco deles morreram antes da idade. Uma filha
sobrevivente ficou viúva mais tarde com cinco filhos,
então ela voltou a morar com seus pais. Horatius disse:
“Deus tirou cinco filhos da vida alguns anos atrás, e Ele
me deu outros cinco para criar para Ele na minha
velhice”.
Em 1851, ele escreveu “Man: His Religion and His
World”, porque ele estava preocupado com o fato de que
os pastores estivessem diluindo o evangelho para torná-
lo agradável e mais fácil de aceitar. Ele sempre lutou
pela verdade e nunca negligenciou o trabalho pastoral e
a pregação.
Horatius Bonar recebeu um título honorário de
Doutor em Divindade pela Universidade de Aberdeen e
depois visitou a Palestina em uma missão aos judeus em
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biografias de ministros como The Life of the Rev. John
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Milne of Perth e The Life and Works of the Rev. GT Dodds.
Outros livros e folhetos que levam seu nome são
“Night of Weeping, The Everlasting Righteousness, e How
Shall I Go to God?”. Até sua morte, ele alertou todos sobre
as tendências que viu se aproximando e ameaçando a
igreja cristã. Em um de seus últimos livros – “Our
Ministry: How It Touches the Questions of the Age” – ele
observou que “o homem está agora pensando em uma
Bíblia para si mesmo, enquadrando uma religião em
harmonia com o desenvolvimento do pensamento
liberal, construindo uma adoração nos princípios do
gosto e da cultura, e moldando um Deus para atender às
crescentes aspirações da época”.
Horatius Bonar é mais conhecido como o principal
escritor de hinos da Escócia. Ele foi chamado de
“príncipe dos escritores de hinos escoceses”. Ao
trabalhar com os jovens, percebeu que lhes faltava
entusiasmo. Embora não tivesse ouvido para música, ele
conhecia melodias familiares e escrevia novas canções
para as crianças. Seu experimento funcionou e as
crianças se interessaram pelos versos que foram escritos
por ele. Por estarem cheios de ensinamentos sólidos,
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precisam; mas sim da verdade. Não de teologia; mas de
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Deus. Não de religião; mas de Cristo. Não de literatura
ou ciência; mas do conhecimento do amor de Deus no
dom de Seu Filho unigênito”. Desde o primeiro dia de
seu ministério até seu último sermão, ele encerrava com
estas palavras: “Na hora em que não pensais, virá o Filho
do Homem.”
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Outros títulos
produzidos por nós
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