Vantagem Competitiva
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Sumário
1. Cadeia de valor e a estratégia do oceano azul
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A compreensão da cadeia de valor é essencial,
pois assim as empresas compreendem como
as atividades realizadas contribuem para a
obtenção do lucro e proporcionam à elas navegar
seguramente por oceanos calmos, azuis. Contribui
para a obtenção de vantagens competitivas, pois
a empresa precisa identificar qual das estratégias
genéricas pretende seguir: custos, diferenciação ou
enfoque. Há ainda a necessidade de entender de
que maneira é possível realizar sua expansão, por
meio da matriz de Ansoff, bem como compreender
se seus recursos estão aptos a proporcionar
vantagens competitivas consistentes.
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1.
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Cadeia de valor e a estratégia do oceano azul
ATENÇÃO
Martinelli e Hofmann (2007) lembram que quando um cliente percebe
um valor a ele criado, a fidelidade é gerada, dado que essa organização
foi capaz de entender diretamente as necessidades e as expectativas
dele. Assim, ele pode perceber o que a empresa pode oferecer.
Portanto, é essencial focar nos clientes, o que significa ter em mente
que a organização começa e termina nele.
É relevante apontar que o atendimento ao cliente ou o valor por ele percebido não se
trata do conjunto de tarefas que enunciam o que é possível realizar ou não. Trata-se, na
verdade, de um modo de existir da empresa. Essa ideia é reforçada por Rust et al. (2001,
p. 62), os quais afirmam que “compreender o cliente requer o entendimento dos fatores
que o levam a começar a fazer negócios com uma empresa e a continuar a fazê-lo por
muito tempo no futuro”.
“Embora seja fácil ver que esse valor é muito importante, é difícil
determinar exatamente como aumentá-lo” (Rust et al., 2001, p. 19).
Desse modo, antes de se definir uma proposta de valor, é necessário compreender o
que o cliente busca, o que ele espera da organização. Para auxiliar nessa compreensão,
Rust et al. (2001) propõem três conceitos que influenciam na criação de valor do cliente,
conforme a Figura 1.
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Figura 1 – Os valores considerados pelos clientes (Rust et al., 2001):
Com base nisso, os autores afirmam que a composição do valor não está relacionada
apenas a um preço baixo ou acessível. Segundo eles, é a qualidade do serviço prestado
ou do produto vendido o fator principal na construção do valor. (Rust et al., 2001).
Essa ideia é reforçada por Kotler (2000), ao afirmar que se os clientes apenas comprassem
produtos e não se importassem com serviços e benefícios adicionais, e se todos os
produtos de todas as categorias fossem iguais, todos os mercados dependeriam apenas
do preço e todas as empresas teriam que aceitar o preço estabelecido pelo mercado. A
única vencedora seria a empresa com custos menores.
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Avigorando essa ideia, Kotler (2000) alega que uma proposta de valor bem desenvolvida
é essencial para que haja uma marca forte. Para isso, é necessário posicionar-se no
mercado de forma ampla, específica e de valor (seja esse valor de produto ou de serviço),
além de, obviamente, desenvolver a referida proposta.
Para elaborar a proposta de valor e melhor entender o cliente, Rust et al. (2001, p. 75)
afirmam que deve ser considerado o valor percebido pelo cliente, que nada mais é do
que “a avaliação objetiva, pelo consumidor, da utilidade de uma marca, com base em
percepções daquilo que ele dá em troca por aquilo que recebe”. Os autores afirmam ainda
que o valor percebido acontece em decorrência de uma ou mais das quatro maneiras de
percepção de valor (PV). Vamos conhecer quais são elas:
• PV associada com preço baixo: Quando o consumidor associa o valor da marca com
o preço do produto/serviço. Por exemplo: “O produto ‘X’ é de péssima qualidade,
pois o valor está muito abaixo do mercado”.
• PV associada com o desejo: Quando o cliente relaciona o quanto deseja algo com
o valor da marca do produto/serviço desejado. Exemplo: “Quero muito aquele
telefone celular, pois todos os smartphones da marca Y são bons”.
• PV associada com a qualidade recebida: Quando o consumidor associa o valor de
marca com o valor/atendimento que acredita ter recebido no momento da compra.
Por exemplo: “Fui muito bem atendida no salão de beleza Z. Este é o melhor salão
de beleza da cidade”.
• PV associada com o esforço realizado para a compra do bem/serviço: Quando o
cliente associa o valor da marca com o tempo ou esforço que teve de realizar para
obter o referido bem. Exemplo: “Demorei 10 anos para comprar este carro. Ele é o
melhor que existe”.
A partir disso, surge a ideia de que, por mais excelente que a estratégia seja, se as
empresas não atenderem às expectativas esperadas pelos clientes, não será possível
mantê-las,, pois “as percepções de valor são mais fundamentais que o próprio valor”, de
acordo com o pensamento de Rust et al. (2001, p. 77).
Deve ser considerado também que a criação de uma proposta de valor parte da
análise do negócio e da compressão integral dele. Sabemos que a elaboração de
uma proposta de valor deve ser realizada por meio de ferramentas de gestão que
otimizem o tempo e levem a uma rápida observação se os diversos elementos
que compõem uma organização estão alinhados em direção à proposta de valor
desejada. Uma das formas mais usuais de isso ser realizado consiste no Business
Model Canvas (BMC), criado por Osterwalder e Pigneur (2010).
Conforme esses autores, por meio do BMC, podemos vislumbrar a forma com que uma
organização cria, entrega e captura valor. Sua elaboração consiste no detalhamento do
modelo de negócio a ser criado ou aperfeiçoado por meio de nove elementos que possam
definir seu modelo de negócios e, com isso, criar uma proposta de valor ao cliente.
O Quadro 1 apresenta as essenciais para entender esse modelo.
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Quadro 1 – Questões para elaboração da proposta de valor no BMC
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Percebemos, então, que por meio das respostas dessas questões é possível ter uma
definição clara de todos os pontos essenciais envolvidos na organização e, doravante, é
facilitada a elaboração de uma proposta de valor diferenciada.
Para Porter (1989, p. 31), a “cadeia de valores desagrega uma empresa nas suas atividades
de relevância estratégica para que se possa compreender o comportamento dos custos
e as fontes existentes e potenciais de diferenciação.” Por meio da cadeia de valor, a
organização pode realizar a análise dos elementos do negócio que resultam nas margens
de contribuição de lucros para o negócio, pois gera o entendimento da cadeia global
de atividades. Voltando ao entendimento de Porter (1989, p. 33), “toda empresa é uma
reunião de nove atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar,
entregar e sustentar seu produto. Todas essas atividades podem ser representadas,
fazendo-se uso de uma cadeia de valores”.
Com base na figura a seguir, podem-se depreender quais são essas atividades.
Figura 2 – Cadeia de Valor
Pela figura 2, identifica-se existir nas organizações dois tipos de atividades. Porter
(1989) descreve que as atividades internas correspondem à logística interna, operações,
logística externa, marketing e vendas e serviços pós-venda. Como suporte a estas, ele
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apresenta as atividades de apoio que correspondem ao suprimento de recursos, pesquisa
e desenvolvimento, gestão de pessoas e infraestrutura.
ATENÇÃO
Na tese desenvolvida por Rocha (1999), encontramos como a análise
da Cadeia de Valor pode auxiliar o processo de formalização da
estratégia: detectar oportunidades e ameaças; identificar estágios
fortes e fracos; detectar oportunidades de diferenciação; identificar os
principais determinantes de custos; localizar oportunidades de redução
de custos; e comparar com a cadeia de valor dos concorrentes.
Pela compreensão dos processos realizados, identifica-se que pela análise da cadeia
de valor as empresas podem realizar o gerenciamento de suas atividades, uma vez que
desvenda os aspectos relacionados à forma como os diversos recursos da empresa
constituem as atividades e processos que moldam a estrutura econômica, financeira,
patrimonial e operacional.
O que se objetiva, por meio das estratégias, é poder ofertar para as organizações posições
estratégicas que as coloquem em uma situação de tranquilidade em relação ao mercado
e seus concorrentes. A metáfora mais famosa nos estudos organizacionais que tem esse
significado é refletida pela estratégia do oceano azul.
A estratégia do oceano azul (EOA) foi elaborada por Kim e Mauborgne (2005), a partir da
união de duas teorias inicialmente opostas:
• a primeira é o conceito ‘de dentro para fora’, elaborado por Prahalad & Hamel,
segundo o qual a estratégia deve partir da compreensão das possibilidades
operacionalizáveis que a empresa possui, para só depois se analisar o mercado; e
• a segunda é o conceito ‘de fora para dentro’, criado por Michael Porter, segundo o
qual a estratégia da empresa é lidar com a competição em um setor para só depois
trabalhar a organização de modo a considerar o mercado previamente analisado. É
desse conceito que surge uma das teorias mais conhecidas da administração, as
‘cinco forças de Porter’, como detalha BOS (2022).
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Vejamos outras diferenças, conforme demonstradas no quadro a seguir.
Quadro 2: Estratégia do oceano vermelho versus estratégia do oceano azul
Para Jussani, Krakauer e Polo (2010), o oceano vermelho é o local em que grande
parte das empresas se encontram atualmente, cuja estratégia consiste em ir contra os
concorrentes que, nesse caso, são considerados fortes. Nesse espaço, as empresas
passam por problemas com os preços e a dificuldade em se diferenciar, pois com
tanta igualdade, a diferenciação passa a ser algo muito caro; nesse caso, as escolhas
estratégicas da empresa são a busca pela diferenciação ou o baixo custo. Pato (2011, p.
24) reforça tal ideia quando afirma que “na estratégia do oceano azul as empresas devem
parar de olhar para os concorrentes e começar a procurar oportunidades alternativas em
que as suas competências serão úteis”.
Kim e Mauborgne (2005) afirmam que é possível quantificar o impacto da criação de
oceanos azuis, ao verificar o crescimento das empresas no que se refere a receitas e
lucros. Ao ponderar que o investimento em novos negócios deva incluir os valores
totais aplicados para a criação de oceanos, tanto aqueles vermelhos como dos azuis, o
cotejamento realizado desvendará que os benefícios da atuação em oceanos anis são
evidenciados.
ATENÇÃO
Esses autores ressaltam que existem muitas forças que levam à
criação de oceanos azuis. Devemos considerar que os incrementos
tecnológicos consistem em uma das forças que movem a
potencialização da produtividade em diversos setores e, por sua
magnitude, evocaram resultados fantásticos nunca vistos em
momentos de outrora. Doravante, o que resulta disto é um efeito
catastrófico em que a oferta supera em muito o consumo desejado
desses mesmos produtos.
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Ao se quebrar as barreiras comerciais entre países e regiões, e à medida que se dispõe
de informações sobre preços e produtos, os mercados de nicho e os resquícios dos
monopólios tornam-se cada vez mais raros. A despeito de que a oferta seja considerada
elevada, oriunda do momento de disputa de mercados em nível mundial, não se pode
corroborar com a visão de que essa posição seja alcançada, uma vez que os dados
demográficos em mercados desenvolvidos estão em declínio.
Essa ideia é complementada por Andres, Machado e Boas (2008), que afirmam que a
criação de mercados desconhecidos não está ligada apenas à organização ou ao setor
em que ela atua, uma vez que as empresas nem sempre possuem um bom desempenho
e que os setores estão em constantes mudanças, passando por recriações e expansões.
Kim e Mauborgne (2005) explicam que existem quatro princípios, divididos em princípios
de formulação e princípios de execução, que norteiam a formulação bem-sucedida de
estratégias do oceano azul e citam os respectivos riscos que são atenuados por cada
um deles. Souza e Silva (2009) reforçam tal ideia ao afirmar que o primeiro princípio da
estratégia do oceano azul é reconstruir as fronteiras do mercado. De acordo com Souza
e Silva (2009, p. 26), esse princípio “trata dos riscos da busca com os quais se defrontam
muitas empresas. O desafio é identificar com sucesso, em meio às possibilidades
existentes, oportunidades de oceanos azuis comercialmente atraentes”.
O segundo princípio é focar-se no cenário geral e não somente nos números, o que é
essencial para reduzir o risco de planejamento, de acordo com o pensamento de Kim e
Mauborgne (2005). Souza e Silva (2009), em adição, informam que há necessidade de
que o planejamento estratégico da empresa seja desenvolvido com base na matriz de
avaliação de valor, cuja função é visualizar a posição em que a empresa se encontra nos
dias de hoje, bem como auxiliar na preparação de estratégias para o futuro.
O terceiro princípio refere-se a ir além da demanda, diminuindo os riscos de escala.
Segundo Souza e Silva (2009, p. 29), “para maximizar o tamanho de seus oceanos azuis,
as empresas precisam avançar em direção oposta aos limites da demanda existente para
criar um novo grupo de clientes até então inexistentes”.
Os autores afirmam ainda que o quarto princípio, acertar a sequência estratégica, trata
“do estabelecimento da sequência estratégica para desenvolver e validar as ideias do
oceano azul para garantir sua viabilidade comercial e reduzir drasticamente o risco do
modelo de negócio”, de acordo com o pensamento de Souza e Silva (2009, p. 30).
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ATENÇÃO
A criação e a identificação do valor criado pelos negócios, dadas
pelo business model canvas, a percepção de como as atividades
primárias e de apoio produzem margens de contribuição para internos,
proporcionada pela cadeia de valor e a estratégia do oceano azul são
técnicas e ferramentas de análise estratégica que são essenciais para
aqueles que trabalham ou desejam trabalhar no planejamento e gestão
das organizações.
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2.
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Estratégias genéricas (Porter)
Porter (1989) acredita que cada estratégia genérica representa uma forma “pura” de um
modo de criar e manter uma vantagem competitiva, considerando seu alvo estratégico.
As abordagens genéricas refletem a maneira pela qual a empresa busca competir em
seus mercados de atuação.
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Porter (1986) selecionou diversos conjuntos de ações competitivas realizadas
por diversas corporações em três estratégias genéricas, as quais podem auxiliar
as empresas a lutarem com êxito perante as forças competitivas da indústria em
que atuam. São as três estratégias genéricas para Porter (1986): a estratégia de
liderança de custo, a de diferenciação e a estratégia de enfoque, especificada em
duas possibilidades, o enfoque na diferenciação no custo e o enfoque no custo.
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custo mais baixo terá mais fôlego para continuar na indústria do que
seus concorrentes, que também estão sujeitos à pressão desses
fornecedores. Raciocínio similar vale para a análise da empresa vis-
à-vis das demais forças competitivas (ameaça de novos entrantes,
ameaça de produtos substitutos e poder de negociação dos
compradores).
DICA
Tradicionalmente, os preços das commoditie são definidos pela
Bolsa de Valores da cidade norte-americana de Chicago. Atualmente,
o termo designa qualquer produto ou serviço com pouca ou nenhuma
diferença entre si, ofertados por dois ou mais competidores.
Salienta-se que, conforme definido por Porter (1989), na estratégia genérica de liderança
em custos, corre-se o risco de que os compradores pressionem pela atuação empresarial
com preços menores. Essa pressão pode ser feita até o nível mais baixo do concorrente
mais eficiente, o que leva as organizações com esse tipo de estratégia a criar barreiras à
entrada por meio de economias de escala.
A denominada estratégia de liderança em diferenciação possui lógica quase que
dicotomicamente oposta. Porter (1986) descreve que as organizações que se posicionam
nesse tipo devem procurar unicidade em seus produtos e serviços, de forma a ser
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inimitável sob o julgamento do cliente, ou seja, diferenciando-se em dimensões que são
valorizadas por eles. Se na liderança em custos são as forças internas que produzem
o esforço para manter a vantagem competitiva, na diferenciação o poder sobre a
competitividade da empresa está na percepção de valor único que os consumidores dão
aos produtos ofertados. O que garante grandes margens de contribuição para o lucro é
o fato de que em todos os mercados existem muitas pessoas disponíveis a pagar um
preço prêmio que supere em muito o custo de fabricação devido ao sentimento de status
e exclusividade que os produtos e serviços oferecem aos consumidores.
Sobre a estratégia de liderança em diferenciação, descrevem Carneiro, Cavalcanti e Silva
(1997, p. 10):
Considerando-se que a diferenciação pode permitir à empresa
cobrar um preço prêmio, e desde que esse preço prêmio cubra
os eventuais custos adicionais em que a empresa incorre para
diferenciar seu produto (e.g.: P&D, qualidade dos insumos, melhor
nível de serviço, propaganda, etc), a empresa possuirá uma margem
maior que a de seus concorrentes, o que a tornará menos vulnerável
do que estes em relação às pressões do ambiente.
Hill (1988) esclarece os fatores que influenciam o aumento da demanda por meio de
estratégias de diferenciação, conforme veremos a seguir.
Figura 4 – Estratégias de diferenciação
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A explicação da lógica é simples. Uma empresa realiza investimentos enormes em
marketing para alavancar a reputação da marca, contratando, por exemplo, astros
do esporte para comerciais e participações em eventos com as roupas esportivas
fabricadas por ela. Isso faz com que a empresa, pela idolatria aos esportistas,
ganhe a adesão de consumidores dispostos a pagar por valores muito acima do
custo de produção. O atributo de valor construído pela marca deu a ela notoriedade
e defensores que reconhecem nela uma perspectiva de exclusividade.
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Quadro 3 – Estratégicas genéricas
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Fonte: Adaptado de Porter (1989) por EAD Unifor.
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Exemplificando o modelo, podemos apontar algumas marcas que têm se colocado em
cada uma das posições, como demonstra a Figura 5.
Figura 5 – Análise de empresas de acordo com o modelo das estratégicas genéricas
Como liderança em custo, podemos citar quase todas as grandes redes de supermercado,
tal qual o Walmart. Esse grupo norte-americano possui unidades de negócio no mundo
todo e busca ter os menores custos no negócio para obter as maiores margens do setor.
Em tempos em que a comparação de preços é algo extremamente fácil, aquele que opera
suas atividades com o menor custo obtém maiores ganhos.
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Os exemplos citados demonstram que as empresas devem escolher uma estratégia
genérica bem definida e não atuar com mix delas, por exemplo, atuando em escopo de
mercado restrito com liderança de custos, em vez do amplo, pois isso implicaria não
ter a escala a qual produz resultados financeiros vantajosos. Pensa Porter (1986) que
a atuação em meio-termo, ou seja, em situações que as organizações não conseguem
atuar da maneira pela qual se define cada estratégia genérica faz com que a empresa não
obtenha ganhos efetivos.
Um exemplo de como isso pode gerar problemas para a organização pode ser
dado. Se uma empresa resolve se posicionar pela diferenciação, porém, oferta
produtos sem exclusividade e de reconhecida qualidade, o cliente não atribuirá o
valor o qual a empresa pretende. Percebe-se, assim, que o correto será atuar de
forma que se aproxime o máximo possível a uma das tipologias propostas por
Porter (1986).
ATENÇÃO
Um ponto merece destaque, quando abordamos a seleção da
estratégia genérica por parte de uma empresa. Porter (1986) define
que são as capacidades e limitações da empresa que devem ser
consideradas neste momento. Por exemplo, no monitoramento interno,
sabe-se que a empresa não possui competências de marketing bem
estabelecidas, logo, não pode atuar com diferenciação, uma vez que
este é fundamental para o êxito nesse tipo.
Aspectos como esse levam a reflexões a respeito do estudo de Porter (1986; 1989) sobre
as estratégias genéricas. Em um pensamento audacioso sobre esse tema, Ohmae (1985)
afirma que, mesmo com a necessidade de a estratégia existir, apesar da importância
competitiva que ela tem, não deve vir em primeiro lugar, uma vez que essa posição é onde
os clientes e suas necessidades devem estar.
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O autor acredita que, antes de tudo, deve ser dada atenção total às necessidades
dos clientes. Deve ser realizada uma análise completa dos graus de liberdade reais
de uma empresa em responder àquelas necessidades que os clientes manifestam.
22
3.
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Matriz produtos e mercados (Ansoff)
ATENÇÃO
As decisões alusivas à expansão e diversificação empresariais
são muito importantes no planejamento estratégico e difíceis,
pois apresentam muita complexidade pelos inúmeros fatores que
precisam ser analisados para orientar o que, como e quando fazer
uma expansão. Igor Ansoff, um dos autores referenciais de estratégia,
desenvolveu uma das mais famosas metodologias utilizadas para
auxiliar os gestores a identificar oportunidades, analisar situações
e planejar as estratégias organizacionais de crescimento, a qual ele
denominou de matriz produto/mercado. Pela notoriedade alcançada
e como reverência ao autor, com o passar do tempo a nomenclatura
da ferramenta passou a ter o nome de seu idealizador e, assim,
popularizou-se a matriz Ansoff.
Ansoff (1965) conceituou-a como um conjunto de regras de decisão que podem auxiliar
as decisões quanto ao comportamento de uma organização. Sua lógica de construção é
realizada da seguinte forma:
• A empresa deve iniciar por meio da realização da matriz Swot, ou seja, avaliar-se
internamente por meio da identificação dos fatores críticos de sucesso (pontos
fortes) e oportunidades de melhoria (pontos fracos) e, obviamente, realizar o
scanning ambiental externo para levantar oportunidades e ameaças.
• Após conhecer os aspectos que envolvem o ambiente organizacional, a organização
deve avaliar se possui maturidade para diversificar seus negócios ou aguardar o
momento correto para aventurar-se em novos mercados.
• A empresa conhece suas potencialidades e fraquezas, sabe que possui os atributos
necessários para expandir a atuação, então, chega o momento de a empresa
formular sua estratégia de diversificação de mercados, de acordo com a ação que
deseja realizar considerando os quadrantes apresentados na matriz Ansoff.
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A lógica sequencial implica em reflexões sequenciais as quais Ansoff (1965)
denominou de decisões em cascata, com momentos de decisão, criação dos
aspectos normativos de cada fase e análise de cada estágio com retroalimentação
de ideias a cada momento. A apresentação dos passos acima não ocorre
estritamente na ordem a cada fase, pois o que ocorre na realidade são idas e vindas
de decisões e feedbacks para que se possa ter a melhor decisão possível.
As estratégias são:
• Penetração de mercado: Consiste em buscar maiores vendas para os clientes
atuais sem alterar os seus produtos, por meio de ações como redução de preço,
aumento da propaganda e busca de maior exposição;
• Desenvolvimento de mercado: Visa identificar e desenvolver novos mercados
para os produtos já existentes, como mercados demográficos, geográficos ou
institucionais;
• Desenvolvimento de produto: Procura oferecer produtos novos ou modificados
para os mercados já existentes;
• Diversificação: Busca iniciar ou comprar negócios estranhos a seus produtos ou
mercados atuais.
Para melhor compreender, apresentamos a representação gráfica da matriz de produto-
mercado dada pela Figura 6:
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Figura 6 - Matriz de Ansoff
Quando uma empresa, porém, opta por atuar em mercados novos com os produtos
que já oferta em seus territórios de domínio, a estratégia chama-se desenvolvimento
de mercado, como apresentado na figura 6. Ações como conquistar market-
share, por meio de atração dos consumidores, rejuvenescer a idade média dos
consumidores atraindo novas faixas etárias por meio de brand lift, são exemplos
de como conquistar novos mercados para os produtos.
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com novos produtos. Essa possibilidade surge, por exemplo, quando da análise Swot a
empresa descobre uma fatia de clientes em mercados não habituais que não possuem
suas necessidades atendidas.
Para exemplificar o uso da matriz de Produto-Mercado, recorremos à análise de algumas
estratégias realizadas pela Coca-Cola, empresa líder mundial no segmento de bebidas
não alcoólicas. Vejamos a Figura 7:
Figura 7 – Posicionamento produto – mercado de alguns produtos Coca-Cola
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Com seu produto tradicional, a Coca-Cola é um exemplo de penetração de
mercado, pois, por meio de contínua propaganda e ações no ponto de venda, ela
busca ampliar as vendas para os clientes habituais do produto. Da mesma forma,
quando busca novos mercados para seu refrigerante, também visa atingir mais
consumidores por meio de uma expansão geográfica. Você pode comprovar esse
aspecto uma vez que, em quase todos os estabelecimentos de entretenimento,
bares e restaurantes de nosso país, é possível encontrar a famosa bebida. Porém,
quando lança um produto como a Coca-Cola Café, vemos o exemplo de uma
estratégia de desenvolvimento de produtos. A empresa domina o mercado e busca
ofertar novos produtos a ele, de forma a ampliar fatias de participação e inibir
novos entrantes.
Por fim, para atuar com produtos novos em mercados novos, a empresa americana
desenvolve a marca Verde Campo que, além de bebidas lácteas, também oferta
queijo tipo minas. Vemos nesse fato uma preocupação da empresa em diversificar
seus negócios, principalmente para se adequar ao movimento fitness (oriundo do
macroambiente social – estilo de vida) que condena o consumo de refrigerantes.
Essa matriz também é conhecida por outras denominações, tais como: matriz
multifator de carteira da General Eletric (GE), ou ainda matriz de atratividade e
competitividade. Ela recebe o nome da corporação norte-americana, pois foi
desenvolvida pela consultoria Mckinsey, como esclarece Ravanfar (2015), para a
empresa norte-americana. Essa foi uma forma de fornecer um mecanismo para a
inclusão de infinitas variáveis relevantes no processo de formulação da estratégia,
como aduzem Certo et al. (2010).
Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 171) apontam que sua utilidade reside no fato de possibilitar
a classificação das “unidades de negócio de acordo com o poder de atratividade de seu
setor (baixo, médio ou alto) e com a força da unidade de negócio (fraca, média ou forte)”.
Assim, por exemplo, os produtos mais bem posicionados em mercados considerados
atrativos poderiam receber investimentos e, em oposição, aqueles não tão vantajosos
passariam por desinvestimento. Nessa perspectiva, as unidades medianas podem ser
apoiadas ou desinvestidas, a depender do potencial de lucratividade, como apresentado
por Wright, Kroll e Parnell (2009).
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Compreendemos, então, que o objetivo dessa ferramenta de análise e posicionamento
estratégico é, primeiramente, identificar os fatores que influenciam a atratividade de
um negócio. Com isso, queremos dizer que a prioridade é compreender a percepção do
público com relação a um produto ou serviço ofertado por uma organização. Em adição,
a matriz GE também busca identificar os elementos que influenciam a força competitiva
de uma unidade de negócio.
Em termos práticos, os objetivos da matriz GE resumem-se em:
• Decidir qual fragmento de negócios deve ganhar mais ou menos capitais;
• Elaborar estratégias de ascensão para as unidades de negócio, compreendendo
novos produtos e negócios ou carteira;
• Determinar quais negócios ou produtos não deverão continuar sendo entregues
pela corporação.
Conforme Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 172), seguem, no Quadro 4, alguns critérios
que podem ser utilizados para identificar o poder de atração e a força de uma unidade de
negócio:
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Quadro 4 – Critérios de determinação do poder de atração do setor e capacidade
competitiva do negócio
Podemos, então, conceber, pela matriz GE, que uma unidade de negócio ideal seria
aquela que é forte em relação a seus concorrentes e atua em um setor atrativo. Cada
negócio, defendem Certo et al. (2010), está traçado na matriz pela atratividade do setor
econômico, onde estão situados os negócios e seus pontos forte. A Figura 8 apresenta a
configuração da matriz de atratividade e de competitividade.
Figura 8 – Diretrizes de estratégia baseadas na matriz de atratividade e de
competitividade
29
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Fonte: Adaptado de Johnson, Scholes e Whittington (2011) por EAD Unifor.
No que tange à matriz Ansoff, também é de fácil entendimento, porém nem por isso
irrelevante. Se empresas de porte mundial, como a General Eletric, a utilizam como forma
de embasar a tomada de decisão quanto às prioridades de investimento e desinvestimento,
obviamente há uma grande utilidade para as gigantescas corporações mundiais. Porém,
cabe apontar que ela também tem a sua utilidade para configurações corporativas que
não são holdings, mas que possuem o portfólio de produtos diversificados, inseridos em
diferentes mercados.
30
4.
Voltar ao sumário
Visão baseada em recursos (RBV)
ATENÇÃO
Recursos, na acepção econômica do termo, referem-se a tudo que
contribui para a transformação, ou que é transformado no processo
produtivo ou de prestação de serviço que resulta em algo novo e
valioso que atenda às necessidades das pessoas.
31
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Fonte: Adaptado de Hayashi Junior, Baraniuk e Bulgacov (2006) por EAD Unifor.
32
ser utilizado em forma complementar a outras consagradas metodologias de suporte
Voltar ao sumário
ao processo de formalização das estratégias por meio do planejamento estratégico.
Um exemplo disso é uma ponte com a análise Swot e o modelo pode ser percebido na
identificação dos recursos da empresa, conforme apresenta a Figura 9 abaixo, elaborada
por Barney (1991):
Figura 9 – Relação entre a análise Swot e o Modelo VRIO.
O autor supracitado também descreve que para o fácil entendimento, o modelo de Porter
(2003) foi feliz em adotar duas hipóteses simplificadoras na construção de suas ideias
que popularizaram a metodologia.
33
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Barney (1991) cita que a primeira concepção de que “os modelos ambientais de
vantagem competitiva assumiram que as empresas dentro de uma indústria (ou
empresas dentro de um grupo estratégico) são idênticas em termos dos recursos
estrategicamente relevantes que controlam e das estratégias que buscam”, como
aponta Barney (1991, p. 100) e, em “segundo lugar, esses modelos assumem que,
caso a heterogeneidade de recursos se desenvolva em uma indústria ou grupo
(talvez por meio de uma nova entrada), essa heterogeneidade terá vida muito curta
porque os recursos que as empresas usam para implementar suas estratégias são
altamente móveis”, descrito por Barney (1991, p. 100), uma vez que podem ser
comprados e vendidos livremente.
34
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vantagem competitiva”, definiram Kretzer e Menezes (2006, p. 78).
Kretzer e Menezes (2006, p. 79) listam os fatores que são fontes potenciais de vantagem
competitiva, considerando a visão baseada em recursos: escala e escopo; inovações
de produto; processo organizacional; direitos de propriedade intelectual; know-how;
localização; experiência tecno-organizacional; habilidades funcionais; habilidades em
inovação; qualificação; serviços ao consumidor; cultura organizacional; tecnologia da
informação; tecnologia de manufatura; contratos e licenças; entre outros.
Os mesmos autores também acrescentam elementos que são barreiras de posição de
recursos, que encontramos em Kretzer e Menezes (2006, p. 79):
• Poder de monopólio-fornecedores
• Poder de monopólio-concorrentes
• Habilidades especializadas
• Licenciamento de patentes
• Know-how de fornecedores / distribuidores / propaganda
• Base de dados
• Linhas de financiamento
• P&D independente
• Subsídios governamentais
• Recursos substitutos
• Incerteza/expectativa/sorte
Se existem barreiras para a obtenção de recursos, também existem aquelas que impedem
ou dificultam a acumulação destes por parte das organizações. Novamente Kretzer e
Menezes (2006, p. 79) demonstram quais são estas:
• Conhecimento
• Aprendizagem
• Habilidades específicas-firma
• Feedbacks funcionais
• Capacidades tecnológicas
• Capacidades organizacionais
• Capacidades de marketing / distribuição / serviços
• Reputação da marca / produto
• Competências
• Cultura organizacional
• Relacionamentos estáveis
Pela obtenção dos recursos ou acumulação destes, as organizações podem criar uma
posição vantajosa perante os concorrentes. Barney e Hesterly (2011) apontam as
condições para que isso ocorra, de acordo com os seguintes atributos:
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• O recurso é valioso: tem potencial para explorar as oportunidades e neutralizar
ameaças no ambiente;
• O recurso é raro: entre a concorrência atual e potencial, poucos ou nenhum o detém;
• O recurso é inimitável: é difícil para as outras empresas o imitarem;
• O recurso é organizado: a ponto de a empresa ser capaz de explorá-lo.
A esse modelo, Barney e Hesterly (2011) denominaram de VRIO, que surge pelo anagrama
com as palavras valioso, raro, inimitável e organizado. Ao identificarmos se o recurso
disponível por uma organização possui esses quatro elementos, de pronto identificamos
que ele possui potencial para tornar-se uma vantagem competitiva sustentável. Sobre o
modelo VRIO, descreveram Kretzer e Menezes (2006, p. 66):
Tal abordagem considera as competências, as capacidades
(capabilities) e as habilidades como sendo a base de conhecimento
produtivo e organizacional e, por sua vez, a fonte mais importante
da vantagem competitiva, da heterogeneidade e do retorno
(lucratividade) das firmas, a longo prazo ou de vida longa. O objetivo
principal da perspectiva baseada em recursos é explicar a criação,
a manutenção e a renovação da vantagem competitiva no que
se refere aos recursos do lado da firma (recursos internos). Sua
contribuição básica é uma análise minuciosa das condições sob
as quais os recursos gerem retornos, ou seja, heterogeneidade,
imobilidade e dificuldade de imitação dos ativos estratégicos
geradores de retornos para a firma.
O Quadro 6 descreve como realizar a análise de um recurso por meio da metodologia
VRIO:
Quadro 6 – Questões e respostas para identificação de recursos por meio do modelo
VRIO
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Fonte: Adaptado de Hayashi Junior, Baraniuk e Bulgacov (2006, p. 166), Barney e Hesterly (2011) por EAD
Unifor.
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Quadro 7 – Análise de recursos do Pastifício Maju.
Fonte: Adaptado de Hayashi Junior, Baraniuk e Bulgacov (2006, p. 173) por EAD Unifor.
Novamente, para fins de sintetizar a análise, o quadro 8 expressa a percepção dos autores
quanto à análise dos recursos, considerando se estes são valiosos, raros, inimitáveis e
organizados.
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Quadro 8 – Análise de recursos da Torino
Fonte: Adaptado de Hayashi Junior, Baraniuk e Bulgacov (2006, p. 172) por EAD Unifor.
O cotejamento dos recursos nas duas empresas, analisados pela ótica preconizada no
modelo VRIO, aponta que a arquitetura estratégica está em paridade competitiva com
a Maju, enquanto vantagem temporária para a sua concorrente também apresentada
no estudo de Hayashi Junior, Baraniuk e Bulgacov (2006). Descrevem ainda os autores
algumas conclusões:
Conforme se espera, a Torino apresenta desvantagens competitivas
relacionadas aos recursos financeiros e organizacionais. Para o
pastifício Maju há vantagem competitiva temporária, relacionada
ao capital humano e organizacionais; e desvantagens competitivas
para tecnologia e inovação. É importante observar que esse
estudo privilegia o pressuposto de que o ambiente é dinâmico e o
alinhamento organização-ambiente é feito por meio de mudanças
nos produtos e mercados. (HAYASHI JUNIOR; BARANIUK;
BULGACOV, 2006, p. 176)
Obviamente que a visão proporcionada pelo modelo VRIO não basta para apresentar aos
estrategistas todo o conhecimento sobre o potencial de uma empresa quando da obtenção
e da manutenção de seus recursos. Alguns autores, inclusive, citam que uma vantagem
competitiva sustentável pode ter como base alguns tipos de inovações em processos,
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pois esses são menos sujeitos à imitação pelos concorrentes. Nesse sentido, Silva e
Dacorso (2013) analisam que o foco da vantagem competitiva ocorre nos processos de
mudança, inovação e dinâmica da concorrência e tem como base a descoberta interativa
de novas informações e conhecimentos, para que as oportunidades sejam identificadas.
Há muita potencialidade em utilizar a visão baseada em recursos para identificar o quanto
estes podem contribuir para a obtenção de vantagens competitivas sustentáveis. Se
realizado benchmarking com as demais empresas no setor, a metodologia pode decifrar
os motivos pelos quais a organização possui destaque ou insucesso em seus mercados.
Crê-se, então, que mesmo que muitos apontem que o VRIO possui como característica um
olhar para dentro da organização, entrega muito mais do que apenas o posicionamento
estanque da gestão de recursos.
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REFERÊNCIAS
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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA (UNIFOR)
Presidência AUTOR
Lenise Queiroz Rocha CLÁUDIO MARLUS SKORA
Vice-Presidência
Manoela Queiroz Bacelar
Mestre em Administração pela Universidade Federal do
Reitoria Paraná (1999), graduado em Ciências Econômicas pela
Fátima Maria Fernandes Veras Universidade Federal do Paraná (1996) e graduado em
Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação
Administração pela Fundação de Estudos Sociais do
Maria Clara Cavalcante Bugarim Paraná (1993). É avaliador de cursos presenciais e a
distância do INEP/MEC. Possui 20 anos de experiência
Vice-Reitoria de Pesquisa em gestão do ensino superior, tendo ocupado os cargos
José Milton de Sousa Filho de diretor geral, vice-diretor e diretor acadêmico nas
Vice-Reitoria de Extensão cidades de Curitiba, Londrina e Florianópolis. Atua como
Randal Martins Pompeu apoiador do Pacto Global e do Principles for Responsible
Management Education (PRME). Possui como áreas de
Vice-Reitoria de Administração
interesse: sustentabilidade, empreendedorismo, inovação,
José Maria Gondim Felismino Júnior
estratégia e gestão do ensino superior e modelos
Diretoria de Comunicação e Marketing inovadores de educação. É consultor de empresas e
Ana Leopoldina M. Quezado V. Vale palestrante pela Kerygma Assessoria e Treinamento.
Diretoria de Planejamento
Marcelo Nogueira Magalhães
Diretoria de Tecnologia
José Eurico de Vasconcelos Filho
RESPONSABILIDADE TÉCNICA