Direito Do Consumidor
Direito Do Consumidor
Direito Do Consumidor
Art. 1° O presente código estabelece normas de Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, despersonalizados, que desenvolvem atividade de
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas produção, montagem, criação, construção, transformação,
Disposições Transitórias. importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a
coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
haja intervindo nas relações de consumo. de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
CAPÍTULO II
d) Pela garantia dos produtos e serviços com padrões I - Manutenção de assistência jurídica, integral e
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e gratuita para o consumidor carente;
desempenho.
II - Instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do
III - Harmonização dos interesses dos participantes das Consumidor, no âmbito do Ministério Público;
relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento III - Criação de delegacias de polícia especializadas no
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios atendimento de consumidores vítimas de infrações penais
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da de consumo;
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e
equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - Criação de Juizados Especiais de Pequenas
Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de
IV - Educação e informação de fornecedores e consumo;
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com
vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - Concessão de estímulos à criação e
desenvolvimento das Associações de Defesa do
V - Incentivo à criação pelos fornecedores de meios Consumidor.
eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos
e serviços, assim como de mecanismos alternativos de
VI - Instituição de mecanismos de prevenção e
solução de conflitos de consumo;
tratamento extrajudicial e judicial do superendividamento e
de proteção do consumidor pessoa natural;
VI - Coibição e repressão eficientes de todos os abusos
praticados no mercado de consumo, inclusive a VII - Instituição de núcleos de conciliação e mediação
concorrência desleal e utilização indevida de inventos e de conflitos oriundos de superendividamento.
CAPÍTULO III
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou III - Não conservar adequadamente os produtos
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente perecíveis.
da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao
fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os
apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem demais responsáveis, segundo sua participação na
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre causação do evento danoso.
sua utilização e riscos.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a independentemente da existência de culpa, pela reparação
segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos
consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
I - Sua apresentação;
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a
II – O uso e os riscos que razoavelmente dele se segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se
esperam; em consideração as circunstâncias relevantes, entre as
quais:
III - A época em que foi colocado em circulação.
I - O modo de seu fornecimento;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato
de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. II - O resultado e os riscos que razoavelmente dele se
esperam;
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou
importador só não será responsabilizado quando provar: III - A época em que foi fornecido.
I - Que não colocou o produto no mercado; § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela
adoção de novas técnicas.
II - Que, embora haja colocado o produto no mercado,
o defeito inexiste; § 3° O fornecedor de serviços só não será
responsabilizado quando provar:
III - A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
I - Que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos
termos do artigo anterior, quando: II - A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros.
I - O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais
não puderem ser identificados; liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
II - O produto for fornecido sem identificação clara do Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; consumidores todas as vítimas do evento.
SEÇÃO III
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do II - A restituição imediata da quantia paga,
inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais
substituição do bem, poderá haver substituição por outro de perdas e danos;
espécie, marca ou modelo diversos, mediante
complementação ou restituição de eventual diferença de III - O abatimento proporcional do preço.
preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1°
deste artigo. § 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, fornecedor.
será responsável perante o consumidor o fornecedor
imediato, exceto quando identificado claramente seu § 2° São impróprios os serviços que se mostrem
produtor. inadequados para os fins que razoavelmente deles se
esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
§ 6° São impróprios ao uso e consumo: regulamentares de prestabilidade.
I - Os produtos cujos prazos de validade estejam Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por
vencidos; objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á
implícita a obrigação do fornecedor de empregar
II - Os produtos deteriorados, alterados, adulterados, componentes de reposição originais adequados e novos, ou
avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos à que mantenham as especificações técnicas do fabricante,
vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do
com as normas regulamentares de fabricação, distribuição consumidor.
ou apresentação;
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
III - Os produtos que, por qualquer motivo, se revelem concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
inadequados ao fim a que se destinam. forma de empreendimento, são obrigados a fornecer
serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula
essenciais, contínuos. que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as § 1° Havendo mais de um responsável pela causação
pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os do dano, todos responderão solidariamente pela reparação
danos causados, na forma prevista neste código. prevista nesta e nas seções anteriores.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de § 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis
exime de responsabilidade. solidários seu fabricante, construtor ou importador e o que
realizou a incorporação.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou
serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração
contratual do fornecedor.
SEÇÃO IV
Da Decadência e da Prescrição
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou I - A reclamação comprovadamente formulada pelo
de fácil constatação caduca em: consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até
a resposta negativa correspondente, que deve ser
I - Trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e transmitida de forma inequívoca;
de produtos não duráveis;
III - A instauração de inquérito civil, até seu
II - Noventa dias, tratando-se de fornecimento de encerramento.
serviço e de produtos duráveis.
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
da entrega efetiva do produto ou do término da execução
dos serviços. Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à
reparação pelos danos causados por fato do produto ou do
§ 2° Obstam a decadência: serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de
sua autoria.