4.XX - COC.hidrologia e Canais Livres
4.XX - COC.hidrologia e Canais Livres
4.XX - COC.hidrologia e Canais Livres
Introdução
Denominamos de Condutos Livres todo aquele escoamento que ocorre, menor que a
pressão atmosférica (Patm), e sua seção transversal pode ser tanto aberta como
fechada. Podem ser naturais ou construídos. São exemplos de Condutos Livres:
Rios;
Aquedutos;
Redes Coletoras de Esgoto;
Redes de Drenagem;
Calhas.
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Regime Permanente: nesse regime, parâmetros como a velocidade (v), pressão (P) ou
a massa específica (𝜌), permanecem constantes com a variação do tempo (t), ou seja,
numa determinada seção qualquer, sua vazão (Q) é constante. Podemos ainda
descrever duas situações que podem ocorrer nesse regime:
a) Regime uniforme: quando não há variação, ao longo do comprimento (L) do
canal, de forma, de profundidade, mantendo sua velocidade constante;
b) Regime variado: enquanto nos condutos forçados a diminuição e aumento do
diâmetro eram proporcionais à alteração da velocidade de escoamento, o que
ocorre nos condutos livres são as alterações de profundidade e largura que
fazem com que a aceleração seja aumentada, com o aumento da velocidade
(v), ou retardada, com sua diminuição. Denominamos essas situações de
Regime Gradualmente Variado ou Regime Bruscamente Variado.
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𝑣 = 𝑘 .𝑅 . 𝐽 (Equação 73)
𝑣= .𝑅 . 𝐽 (Equação 74)
4.1 Hidrologia
Agora que iniciamos o tema de canais livres, iremos nos concentrar em uma nova área
da ciência denominada de Hidrologia. Segundo a definição recomendada pela United
States Federal Council for Science and Technology em 1962, é a ciência que trata da
água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição, suas propriedades físicas e
químicas, e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua relação com as formas
vivas. Trata-se, portanto, de uma ciência interdisciplinar. Como a hidrologia estuda
diretamente a utilização da água, o controle da ação da mesma sobre a população e o
impacto sobre a natureza, aprenderemos sobres esses processos e como implantar um
planejamento adequado de seu uso. A Hidrologia pode ser aplicada em:
Abastecimento de água para uso doméstico ou industrial;
Obras hidráulicas;
Drenagem;
Controle da Erosão;
Irrigação;
Potencial Hidrelétrico.
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Retirar a água de uma determinada bacia e transportá-la à outra pode não somente
prejudicar a primeira, mas causar um desequilíbrio dos Recursos Hídricos existentes.
Tucci em 1993 desenvolveu a seguinte equação para uma bacia hidrográfica:
Onde:
S (t+1) e S (t) = quantidade de água no tempo t+1 e t;
P = precipitação na área da bacia no intervalo;
E = evapotranspiração real no intervalo de tempo na bacia;
Q = vazão de saída no intervalo de tempo;
Dt = Período de Avaliação.
4.3 Precipitações
Como já estudado, o balanço hídrico de uma bacia é calculado pela entrada de volume
(Ve) e por sua saída (Vs). Dessa forma, as precipitações são as grandes responsáveis
pelo acréscimo desses volumes, através do ciclo hidrológico. De seu estudo,
poderemos verificar a demanda para plantações, ou pelo acompanhamento de sua
intensidade prever e aplicar soluções de combate a enchentes.
Segundo Bertoni e Tucci em 1993, precipitação é entendida em hidrologia como toda a
água proveniente do meio atmosférico que atinge à superfície terrestre. Neblina,
chuva, granizo, orvalho, geada e neve são formas diferentes de precipitações. A
diferença entre essas precipitações é somente o estado em que a água se encontra ao
atingir a superfície.
Elas ocorrem quando o vapor de água atmosférico se condensa formando as nuvens,
que movidas pelo vento, aumentam suas massas específicas e se chocam em
coalescência e difusão de vapor, finalmente se deslocando à superfície. Não somente o
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4.3.2 Pluviômetros
São reservatórios usados para recolher e medir a quantidade, em milímetros, de
chuva, granizo, orvalho, garoa ou neve durante uma precipitação durante um
determinado tempo e local. Os pluviômetros convencionais ainda são os mais
utilizados, principalmente na agricultura, mas atualmente já existem equipamentos
automáticos que garantem um melhor registro dos dados. Muitas vezes, esses dados
possuem erro de medição e leitura, entre outros, quando realizados manualmente. A
Figura 4.7 apresenta um pluviômetro.
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4.3.3 Pluviógrafos
Medem e registram através de gráficos não somente as medidas em milímetros de
chuva, granizo, orvalho, garoa ou neve durante uma precipitação, mas também
registram o instante inicial e a intensidade (i) pelo tempo. São equipamentos
automáticos que geralmente trabalham em série para não perderem nenhum dado
acumulado. A Figura 4.8 apresenta um Pluviógrafo:
Onde:
Xt = Intensidade pluviométrica máxima (mm/h)
𝑋 = Média aritmética das séries pluviométricas (mm/h)
Sx = Desvio padrão da intensidade da série (mm/h)
𝜎𝑛 = Desvio padrão da variável reduzida
yn = Média variável reduzida
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𝑇= (Equação 77)
.
𝑖= ( )
(Equação 77)
Onde:
i = intensidade (mm/h);
c1, c2, c3 e c4 = coeficientes de ajuste para cada região
t = duração em minutos da precipitação (min)
T = período de retorno (anos)
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4.5.1 Infiltração
Podemos definir infiltração como a passagem de água da superfície, proveniente de
uma chuva para o interior do solo, dependendo da disponibilidade de água para
infiltrar, da natureza do solo, do estado da sua superfície, e das quantidades
inicialmente presentes de ar e água no seu interior. Simplificadamente, pode-se
considerar o solo dividido em duas zonas, que são: a zona de aeração, que vem a
receber esses volumes; e a zona de saturação, já preenchida com fluidos.
Seu cálculo é de difícil resolução, visto as diversas variáveis. Quanto maior a bacia
estudada, maior serão as diferenças de tipo de solo, vegetação e topografia.
O tempo de infiltração pode se alterar nas camadas superiores do solo, sendo que a
alimentação dos lençóis freáticos pode levar elevados tempos de recarga.
A taxa de infiltração interfere no escoamento superficial e consequentemente no
aumento ou diminuição das vazões de deflúvio (Q), pois enquanto absorve parcelas de
água até sua saturação, menor será o escoamento em sua superfície.
Podemos estimar empiricamente pela equação de Horton sua taxa de infiltração,
sendo:
Onde:
It = taxa de infiltração;
Is = taxa mínima de infiltração (saturado);
Io = taxa de infiltração inicial;
t = tempo;
k = constante (tabelada)
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4.5.2 Evaporação
A evaporação, como sabemos, é um processo físico, no qual a água passa do estado
líquido ao gasoso, sendo, portanto, que para uma determinada bacia em estudo,
depende da taxa de radiação (calor), contribuindo com uma parcela de perdas de
vazão de deflúvio (Q) no escoamento superficial.
Também de difícil resolução, a taxa de evaporação pode ser calculada pelo método de
transferência de massa, pela lei de Dalton, sendo:
Onde:
E = evaporação;
b = coeficiente empírico;
es = pressão de vapor de saturação;
ea = pressão de vapor a uma certa cota.
Podemos ainda calcular essa taxa de evaporação por evaporômetros, sendo os mais
conhecidos os atmômetros e os tanques de evaporação como o tanque Classe A.
Conclusão
Neste bloco, iniciamos o estudo dos canais livres e retornaremos o assunto mais
adiante.
A introdução da ciência da Hidrologia, seguida das definições de Bacia Hidrográfica,
iniciaram nossos estudos sobre o escoamento superficial e os estudos de drenagem.
Entender o tempo de retorno de um evento como as chuvas é fundamental para os
cálculos de diversas Obras Hidráulicas que iremos projetar.
Enfim, o entendimento sobre a infiltração e a evaporação da água que contribuem na
perda de massa no balanço hídrico é muitas vezes desconhecido pela maioria de nós.
Com isso, podemos. agora, estudar os escoamentos superficiais e conter possíveis
problemas de enchentes na Drenagem Urbana. Vamos nessa!
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETTO, J. M.; ACOSTA ALVAREZ, G. Manual de Hidráulica. 7. ed. atual. e
ampl. São Paulo: Edgar Blucher, 1973, 1977, 1982.
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