Manejo Fitossanitário Da Cultura Da Soja Na Região de Soledade No Rio Grande Do Sul
Manejo Fitossanitário Da Cultura Da Soja Na Região de Soledade No Rio Grande Do Sul
Manejo Fitossanitário Da Cultura Da Soja Na Região de Soledade No Rio Grande Do Sul
FACULDADE DE AGRONOMIA
AGR99006 – DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO
CURSO DE AGRONOMIA
Eveline de Bona
00273097
Eveline de Bona
00273097
COMISSÃO DE AVALIAÇÃO
Meus sinceros agradecimentos a Deus, por todos os desafios vividos neste período,
pois foram estes que me fizeram evoluir e conhecer o meu potencial, superando um por
um.
Agradeço a minha mãe, por me dar a oportunidade de estudar e ao meu pai por me
proporcionar os primeiros contatos com a área agronômica.
Gratidão aos meus irmãos, por todo incentivo, para que eu nunca desistisse.
Agradeço todas as amizades que fiz durante minha graduação, em especial aos
amigos Enrico, Jerônimo, Antônia, Brenda e Joana, pois sem eles não seria possível chegar
até aqui. Eu os levarei em meu coração para a vida toda.
Carinhosamente agradeço ao meu orientador André, por me ajudar a tornar este
trabalho realidade, e a Coagrisol, por abrir as portas para meu aprendizado, em especial a
meu supervisor de campo Álvaro.
RESUMO
Página
1. Foto representativa do Latossolo presente nas lavouras atendidas pela
cooperativa nas proximidades de Soledade.......................................... 09
2 Vista externa do silo de armazenamento de grãos da unidade 3, no
município de Soledade – RS...................................................................... 10
3 Escala fenológica (vegetativo e reprodutivo) da cultura da Soja.............. 12
4 Precipitação contabilizada pelo Instituto Nacional de Meteorologia
(INMET) nos meses de janeiro a abril de 2020......................................... 15
5 Presença de sintomas de oídio nas folhas de soja..................................... 16
6 Mancha olho de rã no estádio R4 da cultura da soja.............................. 17
7 Prática do pano de batida sendo realizada em monitoramento de
lavoura....................................................................................................... 17
8 Presença do percevejo marrom na cultura da soja..................................... 18
9 Ocorrência de lagarta do cartucho em folhas de soja................................ 19
10 Lagarta falsa-medideira encontrada em pano de batida............................ 20
11 Ocorrência de tripes em folhas de soja...................................................... 21
12 Aplicação de fungicida na área experimental........................................... 22
13 Realidade da infestação de plantas daninhas no dia da dessecação (A) e
após 15 dias de dessecação (B).................................................................. 23
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 07
2. MEIO FÍSICO E SOCIOECONÔMICO DA REGIÃO DE
SOLEDADE..................................................................................................... 07
2.1 Características socioeconômicas............................................................................ 07
2.2 Características edafoclimáticas.............................................................................. 08
3 CARACTERIZAÇÃO DA COOPERATIVA COAGRISOL................................ 09
4 REFERENCIAL TEÓRICO DA CULTURA DA SOJA....................................... 10
4.1 Histórico e importância soja.................................................................................. 10
4.2 Fenologia e botânica da soja.................................................................................. 11
4.3 Principais doenças da soja..................................................................................... 12
4.4 Principais pragas da soja........................................................................................ 13
5 ATIVIDADES REALIZADAS.............................................................................. 14
5.1 Monitoramento de doenças..................................................................................... 14
5.1.1 Ferrugem asiática................................................................................................ 14
5.1.2 Oídio..................................................................................................................... 15
5.1.3 Míldio................................................................................................................... 16
5.1.4 Mancha olho-de-rã.............................................................................................. 16
5.2 Monitoramento de pragas..................................................................................... 17
5.2.1 Percevejos............................................................................................................. 18
5.2.2 Lagartas................................................................................................................ 19
5.2.3 Tripes.................................................................................................................... 20
5.2.4 Ácaros................................................................................................................... 21
5.3 Participação no dia de campo da Coagrisol......................................................... 21
6. DISCUSSÃO........................................................................................................ 24
6.1 Manejo de doenças............................................................................................... 25
6.2 Manejo de pragas................................................................................................. 26
6.3 Dia de campo........................................................................................................ 27
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 27
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 29
7
1 INTRODUÇÃO
número total de pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários foi de 3.980 (IBGE,
2017).
O PIB per capita do município é de R$31.513,04 (IBGE, 2018) destacando-se o
setor de industrialização de pedras preciosas, porém, grande parte da sua economia se
baseia nas atividades de agricultura e pecuária. O município possui 94.798 hectares de
estabelecimentos agropecuários, sendo que 45.106 hectares de terras são utilizados para
lavouras. Há 599 estabelecimentos agropecuários envolvidos na produção de soja em um
total de 40.299 hectares, demonstrando assim, a importância dessa atividade para a
economia municipal (IBGE, 2017).
2008). São solos bem profundos com perfil homogêneo e coloração avermelhada devido à
presença de óxidos de ferro (Figura 1). São bem intemperizados, com baixa capacidade de
troca de cátions, possuem baixa fertilidade, sendo possível conferir toxidez por alumínio e
possuem teores de fósforo extremamente baixos.
De seus grãos são retirados principalmente o óleo vegetal e o farelo, os quais são
utilizados na produção de biocombustíveis, sendo a principal matéria-prima para o
biodiesel. A soja também é utilizada como ração para alimentação animal, e também é
destinada para os setores químico, cosmético, plástico e setor alimentício humano, com
crescente demanda nesse último. Esse aumento no uso da soja na alimentação humana
deve-se a sua alta porcentagem de proteína vegetal, importante para a seguridade alimentar
de muitas nações e aos inúmeros benefícios à saúde humana, como diminuição de doenças
cardiovasculares e redução da incidência de derrame cerebral e enfarto. Além disso,
protege o organismo do envelhecimento, via danos celulares. Atualmente 70% da produção
de grãos, farelo e óleos de soja brasileiros são exportados (APROSOJA BRASIL, c2018).
5 ATIVIDADES REALIZADAS
5.1.2 Oídio
cobrir toda a área foliar da planta, diminuindo sua área foliar fotossintética e, assim,
minimizando o rendimento da cultura (Figura 5). O produto mais recomendado pelos
técnicos para o tratamento de oídio é o Score Flexi, fungicida do grupo dos triazóis,
quando a infecção atingir 20% da folha.
5.1.3 Míldio
Sendo assim, uma importante estratégia de controle é via o tratamento de sementes com
fungicidas benzimidazóis e de contato, evitando a introdução da doença e de novas raças.
Para o monitoramento e futuro controle das pragas da soja são feitas inspeções
regulares nas lavouras, verificando a quantidade e tamanho das pragas. Utiliza-se
frequentemente o pano de batida, estendido em duas fileiras da soja, assim, as plantas são
sacudidas vigorosamente e os insetos contados, essa prática é feita em vários pontos da
lavoura, para finalmente ter uma média de todos os pontos amostrados (Figura 7).
5.2.1 Percevejos
Foi recomendado controle quando encontrado um percevejo por metro de linha por
meio do uso de dois inseticidas: Dimilin, da classe dos fisiológicos, e o Engeo Pleno, que é
sistêmico. O ingrediente ativo do Dimilin é o Diflubenzurom, cujo efeito após ingerido
pela lagarta é dificultara ecdise das larvas devido à cutícula mal formada que não suporta a
pressão interna durante a ecdise. Este produto tem um efeito residual de 15 dias. Já o
19
5.2.2 Lagartas
Nesta safra houve clima favorável para o desenvolvimento e dispersão das lagartas,
observando-se danos caracterizados por desfolha da planta em cultivares de ciclo mais
tardio e principalmente em lavouras de segunda safra. As lagartas causam danos
irreversíveis, sendo que a lagarta da soja pode ocasionar até 100% de desfolha se não for
controlada, enquanto outras lagartas, como a falsa-medideira, complexo de Spodoptera,
lagarta-das-maçãs e H. armigeras e alimentam de flores, vagens, grãos de soja, além das
folhas (ÁVILLA & GRIGOLLI, 2014).
Conforme apresentado na Figura 9, houve incidência da lagarta do cartucho
(Spodoptera frugiperda) pertencente à família Noctuidae e ordem Lepidoptera, que pode
causar danos no estádio vegetativo e reprodutivo e assim diminuir a produtividade.
Segundo Ávilla e Grigolli (2014), esta espécie pode atacar desde plantas jovens, quando já
estão presentes na área em plantas de cobertura, cortando as plântulas rente ao solo ou
alimentando-se das folhas, o que faz com que o estande seja reduzido. A grande incidência
das lagartas do gênero Spodoptera se deu pelo fato de serem remanescentes de lavouras de
milho colhidas antes da cultura da soja.
5.2.3 Tripes
5.2.4 Ácaros
dezembro de 2019 realizou-se a dessecação com 3 litros por hectare de glifosato e no dia
24 de dezembro de 2019 aplicou-se 150 quilos por hectare de cloreto de potássio.
Em períodos de estiagem recomenda-se não aplicar defensivos devido ao momento
de estresse hídrico porque a planta está passando. Então, assim que houve chuvas pontuais
na área, foi aplicado o fungicida sistêmico Vessarya, do grupo químico Carboxamida e
Estrobilurina, cuja bula de recomendação é de 600mL por hectare na cultura da soja
(Figura 12) para controle de oídio. Em conjunto com a primeira aplicação de fungicida, foi
aplicado dessecante Shadow, herbicida não seletivo de ação sistêmica, que contém o
ingrediente ativo Glifosato, na dose de 400 mL por hectare.
Para regular a dose do fungicida marcou-se 50 metros e foi medido o tempo com
um colega caminhando, contabilizados 43 segundos. Então com água encheu-se o
pulverizador e mediu-se com um copo medidor quanto caía nos mesmos 43 segundos, e
então marcou-se no copo a medida de 90L/ha. Então, calculou-se por regra de três que
(Vessarya) 600mL/ha está para 90L/ha e x para os 20L do pulverizador costal, resultando
em 133,33 mLa cada máquina costal.No dia 28 de janeiro de 2020 foi realizada a segunda
aplicação de fungicida, pois havia incidência de oídio e manchas foliares, foi aplicado
Vessarya novamente e Score Flexi, do grupo dos triazóis, o qual é recomendado na dose de
100 mL por hectare.
23
Nas indicações de uso da bula do fungicida Vessarya, para a cultura da soja, estão
listadas as doenças: oídio, mancha alvo, ferrugem asiática e mancha parda. Nas indicações
do fungicida Score Flexi estão as doenças de final de ciclo, o que vem de encontro com as
principais doenças observadas nesse período. Mesmo após as aplicações do fungicida foi
observado que, nas folhas inferiores, onde é mais difícil do produto chegar devido ao
fechamento das entrelinhas, ainda havia a presença de oídio.
No dia 13 de janeiro de 2020, o manejo foi a aplicação do inseticida sistêmico
Engeo Pleno, de contato e ingestão dos grupos químicos Neonicotinoide e Piretroide, cuja
recomendação para a cultura da soja é de 200 mL por hectare para controle de percevejos,
mosca-branca e vaquinha-verde-amarela. Ele foi utilizado em conjunto com o inseticida
fisiológico Dimilim, cujo ingrediente ativo é Diflubenzurom, recomendado na dose de 50g
por hectare para lagarta-da-soja e lagarta falsa-medideira. Também foi aplicado o fungicida
Aproach Prima, na dose de 300 mL por hectare, composto por Estrobilurina e Triazol para
ferrugem asiática, crestamento foliar, mancha parda e oídio. O fungicida Aproach requer
uso de adjuvante, no caso foi utilizado o Assist que é composto por óleo mineral.
No mesmo dia foi aplicado 300mL de glifosato em 20L com pulverizador costal
onde havia incidência de plantas daninhas na área experimental (Figura 13 A). As espécies
mais encontradas em volta das carreiras de soja e nas divisões das parcelas foram: buva,
cyperus, milhã, papuã, corda de viola, guanxuma, entre outras. Passados quinze dias da
aplicação, verificou-se que a maioria das plantas daninhas estavam secas (Figura 13 B).
A B
6 DISCUSSÃO
Na safra 2019/2020 ocorreu um estresse hídrico muito severo, com pouca pressão
de ferrugem asiática, sendo observado algumas manchas foliares e oídio. Para o manejo
das doenças pela Coagrisol eram feitas aplicações calendarizadas, com datas pré-
estabelecidas para as pulverizações, que na maioria das vezes são misturas de inúmeros
defensivos no tanque, a fim de reduzir entradas na lavoura para tratamentos fitossanitários,
menos amassamento e menos custo. Porém, da mesma maneira, não se sabia como a
quantidade exata da mistura irá afetar o período de carência dos produtos ou gerar
antagonismo.
Por outro lado, a calendarização é a maneira mais eficiente de manejo, visto que o
time da Coagrisol não consegue atender a toda a demanda de produtores,assim se evitam
danos na lavoura, consegue-se quebrar o ciclo do patógeno e de pragas e monitorar dentro
dos intervalos de aplicação. Assim, se pode aumentar ou diminuir o intervalo, de acordo
com a pressão de doenças ou pragas, quesito que irá depender do manejo adotado
anteriormente, do clima, da pressão da problemática e também da eficiência da aplicação.
Durante o estágio se organizou um modelo de aplicação de fungicidas com três,
quatro e até cinco aplicações, dependendo do ciclo da cultivar, das condições climáticas do
ano e do desenvolvimento da lavoura. Caso haja estiagem, a produção será menor, e
consequentemente, o investimento na mesma diminuirá. Aplica-se na primeira entrada
fungicida no fechamento de entrelinhas, a segunda entrada no início do florescimento (R1)
geralmente de 15 a 20 dias após o fechamento de entrelinhas e de acordo com a cultivar,
após aproximadamente 15 ou 20 dias, a terceira aplicação, e se forem necessárias as
próximas. Esse intervalo de tempo leva em consideração o efeito protetor dos fungicidas, o
ciclo do patógeno e o crescimento da cultura. Em todas as aplicações com fungicidas
recomendava-se que fossem usados fungicidas protetores em conjunto com carboxamidas,
estrobilurinas, triazóis ou morfolinas.
26
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
STRECK, E.; KÄMPF, N; DALMOLIN, R.S.D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C. do;
SCHNEIDER, P.; GIASSON, E.; PINTO, L.F.S. Solos do Rio Grande do Sul. 2ª ed.
Porto Alegre: Emater/RS, 2008.