A Confissão de Fé de Augsburgo
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A CONFISSÃO DE AUGSBURGO
25 de junho de 1530
INFORMAÇÃO INICIAL
UM POUCO DA HISTÓRIA
INTRODUÇÃO
A
PREFÁCIO
(Tradução do texto latino do prefácio)
B
Invictíssimo Imperador , César Augusto, Senhor clementíssimo.
Porquanto Vossa Majestade Imperial convocou uma dieta imperial para
Augsburgo, destinada a deliberar sobre esforços bélicos contra o turco,
adversário atrocíssimo, hereditário e antigo do nome e da religião cristãos, isto
é, sobre como se possa resistir ao seu furor e ataques com preparação bélica
durável e permanente; e depois também quanto às dissensões com respeito a
nossa santa religião e fé cristã, e a fim de que neste assunto da religião as
opiniões e sentenças das partes, presentes umas às outras, possam ser
ouvidas, entendidas e ponderadas entre nós, com mútua caridade, brandura e
C
mansidão, para que, corrigido o que tem sido tratado incorretamente nos
escritos de um e outro lado, possam essas coisas ser compostas e reduzidas a
D
uma só verdade simples e concórdia cristã, de forma tal, que, quanto ao mais ,
seja praticada e mantida por nós uma só religião pura e verdadeira; e para que
assim como estamos e militamos sob um mesmo Cristo, possamos da mesma
forma viver em uma só igreja cristã, em unidade e concórdia; e porque nós, os
abaixo assinados, assim como os outros eleitores, príncipes e ordens, fomos
chamados à supramencionada dieta, prontamente viemos a Augsburgo, a fim
de nos sujeitarmos obedientes ao mandato imperial, e, queremos dizê-lo sem
intuito de jactância, estivemos entre os primeiros a chegar.
Como, entretanto, Vossa Majestade Imperial também aqui em
E
Augsburgo, no próprio início desta dieta , fez que, entre outras coisas, se
indicasse aos eleitores, aos príncipes e a outras ordens do Império que as
diversas ordens do Império, por força do edito imperial, deveriam propor e
submeter suas opiniões e juízos nas línguas alemã e latina, e como quarta-
F
feira passada , após deliberação, se respondeu, em seguida, a Vossa
Majestade Imperial que de nossa parte submeteríamos os artigos de nossa
G
Confissão sexta-feira próxima , por isso, em obediência à vontade de Vossa
Majestade Imperial, oferecemos, nesta matéria da religião, a Confissão de
nossos pregadores e de nós mesmos, tal qual eles, haurindo da Sagrada
H
Escritura e da pura palavra de Deus, ensinaram essa doutrina até hoje entre
nós.
Agora, se os demais eleitores, príncipes e ordens do Império igualmente
apresentarem, de conformidade com a precitada indicação da Majestade
Imperial, em escritos latinos e germânicos, suas opiniões na questão religiosa,
estamos dispostos, com a devida obediência a Vossa Majestade Imperial,
como nosso Senhor clementíssimo, a conferir, amigavelmente, com os
precitados príncipes, nossos amigos, e com as ordens, sobre vias idôneas e
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toleráveis, a fim de que cheguemos a um acordo, até onde tal se possa fazer
honestamente, e, discutida a questão entre nós, dessa maneira, com base nos
propostos escritos de ambas as partes, pacificamente, sem contenda odiosa,
possa a dissensão, com a ajuda de Deus, ser dirimida e haja retorno a uma só
I
verdadeira e concorde religião. Assim como todos estamos e militamos sob o
mesmo Cristo, devemos outrossim confessar um só Cristo, segundo o teor do
edito de Vossa Majestade Imperial, e todas as coisas devem ser conduzidas
em acordo com a verdade de Deus, e pedimos a Deus com ardentíssimas
preces que auxilie esta causa e dê a paz.
Se, porém, no que diz respeito aos demais eleitores, príncipes e ordens,
que constituem a outra parte, esse tratamento da causa não se processar
segundo o teor do edito de Vossa Majestade Imperial, e ficar sem fruto, nós
outros em todo o caso deixamos o testemunho de que nada retemos que de
algum modo possa conduzir a que se efetue uma concórdia cristã possível de
fazer-se com Deus e de boa consciência, como também Vossa Majestade
Imperial, e bem assim os demais eleitores e ordens do Império, e quantos
forem movidos por sincero amor e zelo pela religião, quantos derem ouvidos a
essa causa com equanimidade, dignar-se-ão, bondosamente, a reconhecer e
entender dessa Confissão nossa e dos nossos.
Como Vossa Majestade Imperial também bondosamente significou, não
uma, senão muitas vezes, aos eleitores, príncipes e ordens do Império, e na
Dieta de Espira, celebrada em 1526 A.D., fez que fosse lido e proclamado, de
acordo com a forma dada e prescrita de Vossa imperial instrução, que Vossa
Majestade Imperial, nesse assunto de religião, por certas razões, que então
foram alegadas, não queria decidir, mas queria empenhar-se junto ao Romano
Pontífice a favor da reunião de um concílio, conforme também essa questão foi
mais amplamente exposta, faz um ano, na próxima-passada Dieta de Espira,
J
onde Vossa Majestade Imperial, por intermédio do Governante Fernando , rei
da Boêmia e da Hungria, clemente amigo e senhor nosso, e além disso
através do embaixador e dos comissários imperiais, fez que, entre outras
coisas, fosse apresentado, segundo a instrução, o seguinte: que Vossa
Majestade Imperial notara e ponderara a resolução do representante de Vossa
Majestade Imperial no Império, bem como do presidente e dos conselheiros do
regime imperial, e dos legados de outras ordens que se reuniram em
K
Ratisbona , concernente à reunião de um concílio geral, e que Vossa
Majestade Imperial, outrossim, julgara que seria útil reunir um concílio, e que
Vossa Majestade Imperial não duvidou de que seria possível induzir o Pontífice
Romano a celebrar um concílio geral, porquanto as questões que então eram
tratadas entre Vossa Majestade Imperial e o Romano Pontífice avizinhavam-se
de uma concórdia e reconciliação cristã. Por isso Vossa Majestade Imperial
bondosamente significava que se empenharia no sentido de que o Romano
Pontífice consentisse, o quanto antes possível, em congregar tal concílio,
através da emissão de cartas.
Se, pois, o resultado for tal, que essas dissensões não sejam compostas
amigavelmente entre nós e a outra parte, oferecemos aqui, de
superabundância, em toda obediência perante Vossa Majestade Imperial, que
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A CONFISSÃO DE AUGSBURGO
- 25 DE JUNHO DE 1530 -
Artigo 1: DE DEUS
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ARTIGO 2: DO PECADO ORIGINAL
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Ensina-se, além disso, que Deus Filho se fez homem, nascido da pura
Virgem Maria, e que as duas naturezas, a divina e a humana,
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inseparavelmente unidas em uma única pessoa, são um só Cristo, que é
verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que verdadeiramente nasceu, padeceu,
foi crucificado, morreu e foi sepultado, a fim de ser oblação não só pelo pecado
hereditário, mas ainda por todos os outros pecados, e para aplacar a ira de
Deus. Ensina-se, outrossim, que o mesmo Cristo desceu ao inferno, no
terceiro dia ressurgiu verdadeiramente dos mortos, subiu ao céu e está
sentado à destra de Deus, para dominar eternamente sobre todas as criaturas
e governá-las, a fim de santificar, purificar, fortalecer e consolar, pelo Espírito
Santo, a quantos nele crêem, dar-lhes também vida e toda sorte de dons e
bens, e proteger e defendê-los contra o diabo e o pecado. Também se ensina
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que o mesmo Cristo Senhor, conforme o Symbolum Apostolorum, no fim virá
visivelmente, para julgar os vivos e os mortos. etc.
ARTIGO 4: DA JUSTIFICAÇÃO
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ARTIGO 5: DO OFÍCIO DA PREGAÇÃO
Ensina-se ainda que essa fé deve produzir bons frutos e boas obras, e
que, por amor de Deus, se deve praticar toda sorte de boas obras por ele
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ordenadas, não se devendo, porém, confiar nessas obras, como se por elas
se merecesse graça diante de Deus. Pois é pela fé em Cristo que recebemos
perdão dos pecados e justiça, como diz o próprio Cristo: “Depois de haverdes
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feito tudo isso, deveis dizer: Somos servos inúteis.” Assim também ensinam
os Pais. Pois Ambrósio diz: “Assim está estabelecido por Deus que aquele que
crê em Cristo é salvo, e tem a remissão dos pecados não por obras, mas pela
fé somente, sem mérito”.
ARTIGO 7: DA IGREJA
Além disso, ainda que a igreja cristã, propriamente falando, outra coisa
não é senão a congregação de todos os crentes e santos, todavia, já que
nesta vida continuam entre os piedosos muitos falsos cristãos e hipócritas,
também, pecadores manifestos, os sacramentos nada obstante são eficazes,
embora os sacerdotes que os administram não sejam piedosos. Conforme o
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próprio Cristo indica: “Na cadeira de Moisés estão sentados os fariseus, etc.”
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São condenados, por isso, os donatistas e todos os outros que
pensam de maneira diversa.
ARTIGO 9: DO BATISMO
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Da confissão se ensina que se deve conservar a privata absolutio, não
a deixando cair em desuso na igreja, ainda que na confissão é desnecessário
enumerar todos os maus feitos e pecados, porque tal nem é possível. Salmo
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18: “Quem conhece os delitos?”
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ARTIGO 14: DA ORDEM ECLESIÁSTICA
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Da ordem eclesiástica se ensina que sem chamado regular, ninguém
deve publicamente ensinar ou pregar ou administrar os sacramentos na igreja.
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ARTIGO 16: DA ORDEM POLÍTICA E DO GOVERNO CIVIL
Também se ensina que nosso Senhor Jesus Cristo voltará no último dia
para julgar, e que ressuscitará todos os mortos, dará aos crentes e eleitos vida
e alegria eternas, porém condenará os homens ímpios e os demônios ao
inferno e castigo eterno.
Rejeitam, por isso, os anabatistas, os quais ensinam que os diabos e os
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homens condenados não sofrerão dor e tormento eternos.
Aqui se rejeitam, outrossim, algumas doutrinas judaicas que também ao
presente se manifestam e segundo as quais antes da ressurreição dos mortos
um grupo constituído integralmente de santos e piedosos terá um reino
terrestre e aniquilará todos os ímpios.
Quanto ao livre arbítrio se ensina que o homem tem até certo ponto livre
arbítrio para viver exteriormente de maneira honesta e escolher entre aquelas
coisas que a razão compreende. Todavia, sem a graça, o auxílio e a operação
do Espírito Santo o homem é incapaz de ser agradável a Deus, temê-lo de
coração, ou crer, ou expulsar do coração as más concupiscências inatas. Isso,
ao contrário, é feito pelo Espírito Santo, que é dado pela palavra de Deus. Pois
Paulo diz em 1 Coríntios 2: “O homem natural nada entende do Espírito de
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Deus”.
E para que se possa reconhecer que nisso não se ensina novidade, eis
aí as claras palavras de Agostinho a respeito do livre arbítrio, aqui citadas do
livro III do Hypognosticon: “Confessamos que em todos os homens há um livre
arbítrio, pois todos têm entendimento e razão naturais, inatos. Não no sentido
de que sejam capazes de algo no que concerne a Deus, como, por exemplo,
amar e temer a Deus de coração. Somente em obras externas desta vida têm
liberdade para escolher coisas boas ou más. Por obras boas entendo as de
que é capaz a natureza, tais como trabalhar ou não no campo, comer, beber,
visitar ou não um amigo, vestir-se ou despir-se, edificar, tomar esposa,
dedicar-se a um ofício ou fazer alguma outra coisa proveitosa e boa. Tudo
isso, entretanto, não é nem subsiste sem Deus; ao contrário: dele e por ele são
todas as coisas. Por outro lado pode o homem também praticar por escolha
própria o mal, como, por exemplo, ajoelhar-se diante de um ídolo, cometer
homicídio, etc.”
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Visto, pois, que em nossas igrejas nada se ensina sobre os artigos da
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fé que seja contrário à Sagrada Escritura ou à igreja cristã universal,
havendo-se apenas corrigido alguns abusos, que, em parte, se introduziram
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Houve no mundo entre todos, quer de alto, quer de baixo estado, magna
e poderosa queixa a respeito de grande incontinência e procedimento e vida
dissolutos dos sacerdotes que não foram capazes de se manterem
continentes, e, na verdade, se alcançara o auge com tais vícios terríveis.
Para evitar tanto escândalo feio e grande, adultério e outra impudicícia, alguns
sacerdotes entre nós entraram no estado matrimonial. Com razão indicam
que a isso foram impelidos e movidos por grande aflição de suas consciências,
à vista do fato de a Escritura testemunhar claramente que o estado
matrimonial foi instituído pelo Senhor Deus para evitar impureza, como diz
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Paulo: “Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa.”
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Também: “É melhor casar do que viver abrasado.” E Cristo, ao dizer, em Mt
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19: “Nem todos captam essa palavra”, indica, ele que bem sabia qual a
situação do homem, que poucas pessoas têm o dom da castidade. “Pois Deus
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criou o ser humano como homem e mulher” Gênesis 1. Se está ou não no
poder ou capacidade do homem melhorar ou modificar, sem especial dom e
graça de Deus, por resolução ou voto próprios, a criação de Deus, a excelsa
Majestade, decidiu-o muito claramente a experiência. Qual o bem, que vida
honrosa e casta, que conduta cristã, honesta ou íntegra daí resultou no caso
de muitos, quão terrível e pavoroso desassossego e tormento de consciência
muitos tiveram no fim da vida por causa disso, é coisa manifesta, e muitos
dentre eles o confessaram pessoalmente. Como, pois, a palavra e o
mandamento de Deus não podem ser alterados por nenhum voto ou lei
humanos, por essas e outras razões e causas os sacerdotes e outros clérigos
casaram.
Também se pode provar com a história e os escritos dos Pais que na
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igreja cristã antiga houve o costume de os sacerdotes e diáconos casarem.
Diz Paulo, em vista disso 1 Tm 3: “É necessário, portanto, que o bispo seja
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irrepreensível, esposo de uma só mulher”. E faz apenas quatrocentos anos
que na Alemanha os sacerdotes foram compelidos à força a deixarem o
matrimônio e fazerem voto de castidade. Todos se opuseram a isso com
tamanha seriedade e rijeza, que um arcebispo de Mogúncia, o qual publicara o
novo edito papal a respeito, quase foi morto no tumulto de uma revolta de todo
87
o corpo sacerdotal. E aquela proibição logo no começo foi efetivada com
tanta rapidez e impropriedade, que o papa, ao tempo, não só proibiu o
matrimônio de sacerdotes para o futuro, mas ainda rompeu o casamento
daqueles que havia muito já estavam nesse estado, o que não é apenas
contrário a todo direito, divino, natural e civil, mas também inteiramente oposto
e contrário aos cânones estabelecidos pelos próprios papas, bem como aos
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mais renomados concílios.
Também se tem ouvido freqüentes vezes muitas pessoas eminentes,
devotas e sensatas expressarem opiniões e receios similares: que tal celibato
obrigatório e privação do matrimônio, que o próprio Deus instituiu e deixou livre
ao homem, nunca produziu qualquer bem, mas introduziu muitos vícios
grandes e malignos e muitas maldades. Até um dos papas, Pio II, conforme
mostra sua biografia, muitas vezes disse - e permitiu que lhe fossem atribuídas
- estas palavras: que pode haver algumas razões por que seja o matrimônio
proibido aos clérigos; mas que havia razões muito mais elevadas, muito
maiores e muito mais importantes por que novamente se lhes devia deixar livre
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o matrimônio. Sem dúvida nenhuma, o Papa Pio, como homem
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ajuizado e sábio, falou essa palavra por causa de grave receio.
Queremos, por isso, em submissão à Majestade Imperial, confiar que
Sua Majestade, como imperador cristão, digno de alto louvor, graciosamente
levará em conta que ao presente, nesses últimos tempos e dias, de que faz
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casem do que caírem no fogo por sua volúpia. E devem acautelar-se bem para
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não causarem nenhum escândalo aos irmãos e irmãs.
Ademais, todos os cânones mostram grande leniência e eqüidade para
com aqueles que fizeram voto quando jovens. E foi na mocidade que a maioria
dos sacerdotes e monges acabou nesse estado, por ignorância.
haver feito dele um culto necessário, com dias e comidas determinados, para
confusão das consciências.
Também se guardam entre nós muitas cerimônias e tradições, como a
ordem da missa e outros cânticos, festas, etc., que servem para manter ordem
na igreja. Ao mesmo tempo, todavia, ensina-se ao povo que esse culto divino
externo não torna justo diante de Deus e que se deve observá-lo sem onerar a
consciência, por forma que, se for omitido sem causar escândalo, não há nisso
pecado. Essa liberdade em cerimônias exteriores também foi mantida pelos
Pais antigos. Pois no Oriente a Páscoa era celebrada em época diversa da de
Roma. E como alguns quisessem considerar essa diversidade como cisma na
igreja, foram admoestado por outros de que não era necessário observar
uniformidade em tais costumes. Ireneu diz o seguinte: “Diferença no jejum não
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rompe a unidade da fé.” Também na Dist. 12 está escrito, no tocante a essa
dessemelhança em ordenações humanas, que ela não contraria a unidade da
cristandade. E a Tripartita Hist. lib. 9 colige muitos usos eclesiásticos desiguais
e inclui uma proveitosa sentença cristã: “Não foi intenção dos apóstolos instituir
134
dias santos, mas ensinar fé e amor.”
Alegavam que votos monásticos eram iguais ao batismo e que pela vida
monástica se mereciam remissão dos pecados e justificação diante de
135
Deus. Na verdade, acrescentavam ainda que pela vida monástica se
merecia não só justiça e santidade, mas também que por essa vida se
cumpriam os preceitos e os conselhos incluídos no evangelho, de modo que
se exaltavam os votos monásticos mais do que o batismo. Afirmava-se,
outrossim, que se merece mais com a vida monástica do que com todos os
outros estados de vida que Deus ordenou, como o de pastor e pregador, o de
governante, príncipe, senhor e similares, os quais todos servem a sua
vocação, de acordo com o mandamento, a palavra e a ordem de Deus, sem
espiritualidade fictícia. Nenhum desses pontos pode ser negado, pois que se
encontram em seus próprios livros.
Ademais, quem era assim enredado e acabava no mosteiro, pouco
aprendia sobre Cristo. Antigamente havia nos mosteiros escolas de Letras
Sagradas e de outras disciplinas úteis à igreja cristã, de sorte que dos
mosteiros se tomavam pastores e bispos. Agora, porém, a coisa é muito
diferente. Em tempos passados congregavam-se em vida monacal para
estudar a Escritura; agora alegam que o monacato é de natureza tal, que por
ele se merecem a graça de Deus e a justiça diante dele. Na verdade,
consideram-no estado de perfeição e o põem muito acima dos outros estados,
que foram instituídos por Deus. Tudo isso é mencionado, sem qualquer
detração, para que se possa perceber e entender tanto melhor o que os
nossos ensinam e pregam e como o fazem.
Em primeiro lugar, ensina-se entre nós, com respeito aos que casam,
que todos aqueles que não são aptos para o celibato têm poder, razão e direito
de contrair matrimônio. Porque os votos não podem anular a ordenação e o
mandamento de Deus. Ora, o preceito divino reza assim 1 Co 7: “Por causa da
impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada uma o seu próprio
136
marido.” Ademais, não só o mandamento de Deus, mas também a criação e
a ordenação de Deus impulsam, obrigam e compelem ao estado matrimonial a
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quantos não foram agraciados com o dom da castidade por especial obra de
Deus, segundo estas palavras do próprio Deus Gn 2: “Não é bom que o
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homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.”
Que é que se pode objetar a isso? Enalteça-se o voto e a obrigação o
quanto se queira; sobreexalte-se a coisa o quanto se possa; ainda assim não
se pode conseguir que com isso seja ab-rogado o mandamento de Deus.
Dizem os doutores que os votos também não são obrigatórios quando feitos
contrariamente ao direito papal; quanto menos então devem vincular, ser
válidos e ter força contra o mandamento de Deus!
Se nenhuma razão existisse pela qual a obrigação dos votos pudesse
ser anulada, também os papas não teriam dispensado e desobrigado deles.
Pois não é da competência de nenhum homem rescindir obrigação que se
origina de direito divino. Razão por que ao papas julgaram acertadamente que
se deve exercer alguma eqüidade nessa obrigação, e muitas vezes
concederam dispensa, como no caso de um rei de Aragão e em grande
número de outros casos. Ora, se houve dispensa para conservar coisas
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temporais, com muito mais justiça deve haver dispensa por causa de
necessidade das almas.
Depois, por que os oponentes insistem com tanta energia que se devem
guardar os votos sem considerarem primeiro se é própria a espécie de voto?
Pois o voto deve dizer respeito a coisa possível e deve ser voluntário,
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inconstrangido. Mas bem se sabe como a castidade perpétua está no poder
e na capacidade do homem. E são poucos os homens e as mulheres que
fizeram o voto monástico de moto próprio, voluntária e refletidamente. Antes
de chegarem a correto entendimento, são persuadidos ao voto monástico. Vez
que outra também são forçados e impelidos a isso. Razão por que não é justo
140
que se discuta com tanta imponderação e rigidez sobre a obrigação do voto,
à vista do fato de todos confessarem ser contrário à natureza e ao caráter do
voto isso de não se prometer voluntariamente e a bom conselho e com
reflexão.
Alguns cânones e leis papais anulam os votos feitos antes da idade de
quinze anos, pois julgam que antes dessa idade não se tem entendimento
suficiente para poder determinar a ordem de toda a vida, como se deve
constituí-la. Outro cânone concede mais anos ainda à fragilidade humana, pois
proíbe que se faça o voto monástico antes dos dezoito anos. Isso dá à maioria
escusa e razão para abandonarem os mosteiros, porquanto a maior parte
chegou aos mosteiros na infância, antes daquela idade.
Por último, ainda que se pudesse censurar a violação do voto monástico
não poderia, contudo, seguir-se daí que se deva dissolver o casamento de tais
pessoas. Porque Santo Agostinho diz 27. quaest. I, cap. Nuptiarum que não
se deve dissolver tal matrimônio. E não é diminuto o prestígio de Santo
Agostinho na igreja cristã, ainda que outros, posteriormente, julgaram de
maneira diversa.
Se bem que o mandamento de Deus concernente ao matrimônio liberta
a muitos deles do voto monástico, os nossos, contudo, apresentam ainda mais
razões para mostrar que votos monásticos são nulos e não-vinculativos.
Porque todo culto divino instituído e escolhido por homens, sem mandamento
e ordem de Deus, para alcançar justiça e a graça de Deus, é oposto a Deus e
contrário ao santo evangelho e à ordem de Deus, como diz o próprio Cristo em
141
Mt 15: “Em vão me adoram com preceitos de homens.” Também São Paulo
ensina em toda a parte que não devemos procurar a justiça em nossos
preceitos e cultos divinos, inventados por homens, porém que justiça e
piedade diante de Deus vêm da fé e da confiança, de crermos que Deus nos
recebe na graça por causa de Cristo, seu único Filho.
Ora, é mui notório haverem os monges ensinado e pregado que a
espiritualidade excogitada satisfaz pelo pecado e alcança a graça e a justiça
de Deus. Que é isto senão diminuir a glória e o louvor da graça de Cristo e
negar a justiça da fé? Segue-se, portanto, daí que esses votos costumeiros
foram cultos divinos impróprios, falsos. Razão por que também não vinculam.
Pois voto ímpio e feito contrariamente ao preceito de Deus é não-vinculativo e
nulo. Também os cânones ensinam que o juramento não deve ser vínculo de
pecado.
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Diz São Paulo em Gálatas 5: “De Cristo vos desligastes vós que
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procurais justificar-vos na lei, da graça decaístes.” Por isso também estão
desligados de Cristo e decaíram da graça aqueles que querem ser justificados
por intermédio de votos, pois roubam a honra de Cristo, o único que justifica, e
dão essa honra a seus votos e a sua vida monástica.
Não se pode negar, outrossim, haverem os monges ensinado e pregado
que eram justificados e mereciam a remissão dos pecados por meio de seus
votos e vida e observância monásticas. Na verdade, inventaram coisa ainda
mais desastrada e absurda, dizendo que partilhavam suas boas obras aos
outros. Agora, se alguém quisesse repisar e salientar tudo isso
143
impiedosamente, quanta coisa poderia reunir de que os próprios monges
agora se envergonham e que quiseram não ter feito! Além de tudo isso
também persuadiram as pessoas de que as ordens espirituais inventadas são
estados de perfeição cristã. Isto, sem dúvida, é exaltar as obras como meio de
justificação. Ora, não é pequeno escândalo na igreja cristã apresentar ao povo
semelhante culto, inventado pelos homens sem preceito de Deus, e ensinar
que tal culto torna os homens íntegros e justos diante de Deus. Porque a
justiça da fé, em que se deve insistir mais do que qualquer outra coisa na
igreja cristã, é obscurecida quando os homens são deslumbrados com essa
singular espiritualidade angélica e a simulação de pobreza, humildade e
castidade.
Ademais, também os mandamentos de Deus e o verdadeiro e genuíno
culto são obscurecidos quando o povo ouve que apenas os monges estão no
estado de perfeição. Porque a perfeição cristã é isto: temer a Deus de coração
e seriamente, e, contudo, ter, outrossim, cordial certeza, fé e confiança de que
por causa de Cristo temos um Deus gracioso e misericordioso, que podemos e
devemos pedir-lhe e dele desejar aquilo de que carecemos, e confiantes
esperar dele auxílio em todas as aflições, de acordo com a profissão e o
estado de cada um; e que, entrementes, também devemos praticar, com
diligência, boas obras na vida exterior e servir a nossa vocação. Nisso
consiste a verdadeira perfeição e o verdadeiro culto a Deus, não em mendigar
ou em vestir hábito preto ou cinza, etc. Mas o povo comum concebe muitas
opiniões perniciosas a partir da falsa exaltação da vida monástica, quando
ouve que se enaltece sem qualquer moderação o estado celibatário. O
resultado é que o povo está no estado matrimonial de consciência pesada.
Quando o homem comum ouve que apenas os mendicantes são perfeitos, não
lhe é possível saber que pode possuir bens e negociar sem pecado. Quando o
povo ouve que não vingar-se é apenas um conselho, segue-se que alguns
pensam não ser pecado exercer vingança fora do ofício. Alguns entendem
que vingança de forma nenhuma convém aos cristãos, nem mesmo à
autoridade.
Também se encontram, em leituras, muitos exemplos de alguns que
abandonaram mulher e filhos, também seu ofício governamental, retirando-se
a mosteiros. Isto, disseram eles, é fugir do mundo e procurar vida que agrada
mais a Deus do que o modo de vida dos outros. Nem podiam saber que se
deve servir a Deus nos mandamentos dados por ele, não nos mandamentos
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inventados por homens. Ora, estado de vida bom e perfeito é aquele que tem
a seu favor o mandamento de Deus; por outro lado, é perigoso o estado de
vida que não tem a seu favor o mandamento de Deus. Foi necessário dar ao
povo boa instrução a respeito de tais coisas.
Em tempos passados também Gérson censurou o erro dos monges
144
concernente à perfeição, e indicou que em sua época era novidade isso de
se dizer que a vida monástica é estado de perfeição.
Tantas opiniões e erros ímpios se prendem aos votos monásticos: que
justificam e tornam íntegro diante de Deus, que são a perfeição cristã, que com
eles se cumprem tanto os conselhos como os preceitos evangélicos, que têm
145
obras supererogatórias, as quais não se devem a Deus. Porquanto tudo
isso é falso, vão e inventado, segue-se que também torna nulos e sem vínculo
os votos monásticos.
recebem a menos que jure primeiro que não vai pregar essa doutrina, não
obstante acordar ela, fora de dúvida, com o santo evangelho. As nossas
igrejas não pedem que os bispos voltem a estabelecer a paz e a unidade com
prejuízo para a honra e a dignidade deles, conquanto em caso de necessidade
os bispos devem fazer também isso. Pedem somente que os bispos relaxem
algumas cargas injustas que em tempos passados não existiam na igreja e
foram recebidas contrariamente ao costume da igreja cristã universal. Talvez
de início hajam tido alguma razão, mas em nossos tempos já não são
congruentes. Também é manifesto que algumas ordenanças foram recebidas
por causa de falta de entendimento. Razão por que os bispos deveriam ter a
bondade de mitigar essas ordenanças, visto que tal mudança não prejudica a
conservação da unidade da igreja cristã. Porque muitas ordenações de origem
humana com o passar do tempo caíram por si mesmas, não sendo necessário
guardá-las, conforme testifica o próprio direito papal. Se isso, porém, é de todo
impossível, e se não se pode conseguir que eles moderem e ab-roguem
ordenações humanas que não se possam guardar sem pecado, então
devemos seguir a norma apostólica que nos ordena obedecer antes a Deus
179
que aos homens.
São Pedro proíbe aos bispos o domínio, como se tivessem o poder de
180
coagir as igrejas ao que eles quisessem. Agora não se trata de como privar
os bispos de seu poder; pede-se e deseja-se, isto sim, que não coajam as
consciências a pecado. Se, porém, não fizeram isso, desprezando esse
pedido, reflitam então sobre como responderão a Deus por isso, porquanto
com essa sua pertinácia dão causa a divisão e cisma, coisa que em justiça
devem ajudar a prevenir.
CONCLUSÃO
NOTAS
A - O texto alemão do prefácio é de pena de Gregor Brück, chanceler do Eleitorado Saxônio. Justus Jonas é o autor da
tradução latina do prefácio. É essa tradução latina que vertemos em português. Enquanto diminui o número de pessoas
capazes de ler, com inteiro proveito, os originais alemão e latino das Confissões Luteranas, cresce o número daqueles
que entendem inglês. A edição inglesa de T. G. Tappert (The Book of Concord, Fortress Press, Philadelphia, 1959), que
traz a tradução do prefácio germânico, é livro de fácil aquisição. Favorecerá, por isso, a número crescente de leitores o
fato de havermos traduzido o prefácio latino para a edição portuguesa.
C - No original, secus. Texto alemão: nicht recht. Na Concordia Triglotta, em que a tradução do prefácio da Confissão de
Augsburgo se baseia no texto latino, lê-se: “in a different manner.” O advérbio secus tem ambas as acepções, mas já que
o prefácio latino é tradução do prefácio germânico, damos preferência ao nicht recht.
D - No original, de cetero. Concordia Triglotta traduz “for the future”. Assim também Leif Grane e Bernd Moeller ( Die
Confessio Augustana, p. 13): “in Zukunft”. Cremos que Justus Jonas teria escrito in ceterum houvesse sua intenção sido
a de dizer “para o futuro”, se bem que o contexto parece sugerir a tradução “para o futuro” como a melhor.
E - No dia 20 de junho de 1530.
F - No dia 22 de junho.
G - Dia 24 de junho. Concordia Triglotta (p. 40), por engano, traduz proxima sexta feria (sic) com “on next Wednesday”.
A apresentação foi transferida para sábado, 25 de junho.
H - Ou transmitiram. No original: tradiderint.
I - Adotamos a variante sumus et militamus. Cf. BSLK.
J - A Arquiduque Fernando da Áustria, desde 1526 rei da Hungria e da Boêmia, irmão do imperador.
K - Regensburg. 1527. Compareceu número muito reduzido de pessoas, e a dieta terminou sem resultados.
9. Os samosatenos, também chamados paulianistas, foram sectários de Paulo de Samôsata, bispo de Antioquia. Em
269 foi deposto da sé antioquiana. Lutero e Melanchthon o condenaram porque negava a personalidade do Logos. Há
quem julgue duvidosa a inclusão de Paulo de Samôsata entre os adeptos do monarquianismo dinamista (o Filho é
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simplesmente um poder de Deus, o divino repousava sobre o homem Jesus como um poder, dúnamis). Também há
quem pensa que binitarismo dinamista seria descrição mais exata (porque falavam da existência do Pai e do Filho, ou
Espírito, dentro da Divindade, sem ênfase especial sobre a unidade e a relação entre ambos). Outros preferem chamá-
los de trinitários econômicos (nome dos adeptos da teoria de que o Filho e o Espírito não são hipóstases plenas, mas
têm o status de economias ou dispensações funcionais do Deus único extrapoladas para as finalidades da criação e da
redenção.
10. Texto latino: neotericos (novos, modernos). Com samosatenos novos a Confissão de Augsburgo mira aos primeiros
espiritualistas antitrinitários da época da Reforma (V. g. João Campano: o Espírito Santo é apenas operação ou efeito de
Deus e do Cristo).
11. No original, Erbsünde, “pecado hereditário”. Texto latino: Peccatum originis. Na dogmática neo-escolástica a
expressão peccatum originale geralmente é usada para designar duas coisas: o peccatum originale originans, o pecado
adâmico, e o peccatum originale originatum, o pecado hereditário dos filhos de Adão. Cf. Urs Baumann, Erbsünde?
(1970), p. 18 s. Num ensaio intitulado “Die Erbsünde und das Konzil von Trient”, E. Gutwenger SJ, no interesse de uma
terminologia impecável (“Im Interesse einer einwandfreien Terminologie”), reserva o termo “Ursünde” para o peccatum
originale originans e usa “Erbsünde” para designar o peccatum originale originatum (Zeitschrift für katholische Theologie,
vol. 89, 1967, p. 433, nota 1). Outros autores traduzem peccatum originale originans com Ursprungssünde.
12. So naturlich geborn werden. Texto latino: Secundum naturam propagati. Com “naturalmente” se quer excluir o
Cristo.
13. Sectários de Pelágio, frade britânico (c. 360 - c. 420).
14. Os reformadores acusaram os escolásticos de pelagianos. Também a Zwinglio, que considerava o pecado original
enfermidade, não pecado, argumentando que o pecado está ligado com a culpa: Sic ergo diximus originalem contagionem
morbum esse, non peccatum, quod peccatum cum culpa coniunctum est (de peccato originali declaratio, CR 92, 372, 4).
15. No original: geborn aus der reinen Jungfrauen Maria. Vid. BSLK, p. 54. Vid. Artigos de Esmalcalde, Parte I, 4, e nota.
16. In einer Person also unzertrennlich vereiniget. Não traduzimos o “also”, que aliás falta na cópia de Espalatino (cf.
BSLK, p. 54, aparato crítico). A doutrina das duas naturezas inseparavelmente unidas na unidade da pessoa é formulada
na confissão do Concílio de Calcedônia (451).
17. O Símbolo dos Apóstolos, ou Credo Apostólico.
18. Rm 3.21-26; 4.5.
19. Ou: do ministério da pregação. No original: Vom Predigtamt.
20. Por exemplo Sebastião Franck, falecido em 1542. Ensinava que a palavra invisível operava sem meios.
21. Em contraste com as obras desnecessárias mencionadas nos artigos XX e XXVI da CA.
22. Lc 17.10.
23. Comenta Wilhelm Maurer que esse allezeit sein und bleiben resiste a uma compreensão apenas futura da perpetuo
mansura, encerrando antes em si a existência dela no presente e no passado. No ensaio “Ecclesia perpetuo mansura im
Verständnis Luthers”, publicado em Erneuerung der Einen Kirche, vol. 11 de Kirche und Konfession, Göttingen, 1966, p.
32.
24. Versammlung. Texto lat.: congregatio.
25. Na ed. Tappert (p. 32) falta a tradução da palavra einträchtiglich.
26. Cf. artigo XV, Das Ordenações Eclesiásticas.
27. Ef 4.5,6.
28. Mt 23.2.
29. Rigoristas da igreja africana antiga. Negaram o ofício aos bispos que se haviam portado indignamente na
perseguição de Diocleciano, declararam nulas as ordenações feitas por esses bispos e afirmavam que os sacramentos
administrados por pessoas dignas de excomunhão não tinham valor.
30. Observa Peter Brunner (Pro Ecclesia, 185-186) que as palavras “im Abendmahl” (“in coena Domini”) devem ser
entendidas não só como indicação de lugar e tempo, mas antes em sentido instrumental (a realização da ceia seria o
meio por que o corpo e sangue de Cristo se tornam presentes). “Na ceia” significaria, portanto, a celebração toda, desde
as palavras da instituição até a distribuição. Conclui o autor que à luz da CA X se pode desistir de isolar um ponto de
celebração, assinalando-o como o momento que efetuaria a presença do corpo e sangue.
31. Unter. Cf. Apologia X, 1: cum; Catecismo Maior, Do Sacramento do Altar, 8: in und unter; Fórmula de Concórdia,
Epítome VII, 6: mit. Werner Elert (Der christliche Glaube, p. 387) observa que essa viariação no uso das preposições
prova que elas não tem a tarefa de uma definição precisa. Segundo o autor, parafraseiam o simples fato de que pão e
vinho continuam pão e vinho, sendo, porém, no ato sacramental, portadores da presença, do oferecimento e da recepção
do corpo e sangue de Cristo. A fórmula “in, sub et cum”, diz ele, não tem o sentido de um sucedâneo especulativo de
alguma fórmula escolástica (“spekulative Ersatz irgendeiner scholastischen Formel”).
32. Unter der Gestalt des Brots und Weins. “Gestalt” = aparência, forma; “Erscheinungsform” (BSLK, p. 64, nota 1),
forma externa, espécie. Na doutrina da transubstanciação: espécies = acidentes do pão e do vinho. Observa a nota 1, p.
64, BSLK, a propósito do termo “Gestalt” em CA X: “Vielleicht Anklang na kath. Sprauchgebrauch....” (“talvez
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reminiscência do uso idiomático católico...”.) E ilustra com um texto das teses de Wimpina contra os Artigos de
Schwabach: depois da “Tirmung” (consagração), diz Wimpina, fica apenas a “Gestalt” do pão e do vinho, e “unter jetlicher
Gestalt” (“sob cada uma das espécies”) está o verdadeiro corpo e sangue de Cristo, e o Cristo inteiro, individido e
completo (WA XXX, 3; 190, 10 ss.) Cf. E. F. Karl Müller, Symbolik, 1896, p. 347, nota 7: “Die Worte des deutschen
Textes, ‘dass wahrer Leib und Blud Christi wahrhaftiglich unter der Gestalt des Brods un Weins im Abendmahl
gegenwärtig sei’, entsprechen der geläufigen römischen Redeweise”. (grifo do autor.) Sobre as espécies eucarísticas, ou
santas espécies, no sentido de aparências do pão e do vinho depois da transubstanciação cf. também IV Concílio de
Latrão, 1215 (Denziger-Schönmetzer, Enchiridion Symbolorum, 802): Iesus Christus, cuius corpus et sanguis in
sacramento altaris sub speciebus panis et vini veraciter continentur, transsubstantiatis pane in corpus, et vino in
sanguinem potestate divina. – Observa P. Brunner (Pro Ecclesia, p. 187) que não se deve aceitar uma interpretação da
expressão “unter der Gestalt” no sentido da doutrina romana da transubstanciação. O sentido, diz ele, é: “unter dem
sinnlich wahrnehmbaren Ding, das Brot und Wein ist” (“sob a coisa sensorialmente perceptível, que é pão e vinho”)
33. A absolvição particular, individual.
34. SL 19.12. Almeida RA: “Quem há que possa discernir as próprias faltas?” Sobre a confissão cf. artigo XXV e notas.
35. Mt 3.8.
36. P. ex. João Denck (ca. 1500-1525)
37. Rigoristas de Roma (século III) que negavam readmissão aos que haviam apostatado em tempo de perseguição e
aos impuros e assassinos.
38. Acréscimo no texto alemão da edição príncipe de Melanchthon (1531): Darumb werden diejenigen verworfen, so
lehren, die Sakrament machen gerecht ex opere operato ohne Glauben, und lehren nicht, dass dieser Glaub dazu getan
soll werden, dass da Vergebung der Sünde angeboten werde, welche durch Glauben, nicht durchs Werk erlangt wird.
Esse texto é substancialmente idêntico ao acréscimo que aparece na edição príncipe latino de Melanchthon. (Cf. o texto
latino do acréscimo e a tradução portuguêsa em CA XIII, 2, tradução do texto latino, nota em “pelos sacramentos”.)
39. Vom Kirchenregiment. Texto latino: De ordine ecclesiastico. Kirchenregiment, ordo aqui designam o ofício da direção
espiritual da congregação.
40. Ohn ordentlichen Beruf.
41. Feier, aqui no sentido de Feiertag. Texto latino: Feriae.
42. Polizei. Aqui no sentido de Staatsordnung, politeia (cf. BSLK, p. 70, nota 3) ou Staatsverwaltnung.
43. Aufgelegte Eide Tun. Texto latino: iurare postulantibus magistratibus.
44. Max Keller -Hüschemenger (Die Augsburgische Konfession, p. 16), adotando uma variante do manuscrito de
Espalatino (cf. BSLK, p. 71, aparato crítico), entendem a parte que vai de “quanto o fato é” até “justiça do coração” como
razões atribuídas aos adversários condenados aqui pela CA. Isso os obriga a transformar um “dann” em “und” e um
“und” em “aber”.
45. At 5.29.
46. Segundo um relatório da época, os anabatistas da Turíngia ocidental (Melchior Rinck) ensinavam que separado de
Deus nada pode ser eterno, razão porque todos os diabos e os homens condenados devem, finalmente, chegar a Deus e
ser salvos.
47. 1 Co 2.14. Almeida RA: “não aceita as coisas do Espírito de Deus”.
48. Jo 8.44.
49. Cf. , vg. , Lutero, Sermon von den guten Werken, 1520, WA VI, 202 ss.; Kurze Form der zehn Gebote, 1520, WA VII,
104 ss.; os
Dez Mandamentos no Catecismo Menor e no Catecismo Maior, adiante, Partes VI e VII.
50. Cf. 1 Tm 2.5.
51. Ef 2.8,9.
52. Rm 5.1. Almeida RA: “Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos (ou temos) paz com Deus.”
53. Cf. Tg 2.19.
54. Hb 11.1.
55. Tract. In Ep. Joh. Ad Parth. X 2. MSL 34, 2055. Pseudo-Agostinho, De congnitione verae vitae 37. MSL 40, 1025.
56. Sollen und mussen.
57. Lutero: “Quando assino à fé posição tão excelsa e rejeito tais obras infiéis, incriminam-me de proibir as boas obras,
quando a verdade é que bem quero ensinar obras da fé verdadeiramente boas.” WA VI, 205.
58. Jo 15.5.
59. Sob o sultão Suleimã II, os turcos conquistaram a Hungria e chegaram até diante de Viena (1529), constituindo-se no
grande perigo para o Império.
60. 1 Tm 2.5.
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61. Rm 8.34.
62. 1 Jo 2.1.
63. Os artigos I - XXI.
64. Fast. Cf. as acepções de fast em A. Götze, Glossar. Texto latino: fere.
65. Gemeiner chritlichen, já auch romischer Kirchen. “Gemeine” = “allgemeine.” Texto latino: vel ab ecclesia catholica
vel ab ecclesia Romana.
66. Original: so viel aus der Väter Schriften zu vermerken. Cf. texto latino (quatenus ex scriptoribus nobis nota est.
67. Irrung = “Störung”, “Streit.” Cf. A. Götze, Glossar.
68. Kein befindlicher Ungrund oder Mangel. “Empfindlich” e “bemerkenswert” são as duas acepções do adjetivo
“befindlich” registradas por A. Götze, (Glossar).
69. Nicht. Sobre “nicht – nichts” Cf. A. Götze, Glossar. Espalatino: nichts. Texto latino: de nullo articulo fidei dissentiant.
70. Gemeiner christlichen Kirchen. Texto latino: ab ecclesia catholica. Vid. Nota em Conclusão da Parte I, seção 1ª.
71. Unchristlich oder frevenlich. A. Götze, Glossar, em fref(en)lich: “kühn, unverschämt; mutwillig; gewalttätig.”
72. Mt 26.27.
73. Ou: e interpretá-las erroneamente, como se. No original:....., und glossieren......., als.
74. 1 Co 11.20 ss.
75. Até o século XIII. Cf. Pe. Dr. M. Teixeira - Leite Penido, Os Mistérios dos Sacramentos, Vozes, 1954, p. 250: “De
fato, na sinaxe antiga comungavam todos sob as duas espécies. Aliás, só no século XIII cessou por completo este uso
na Igreja latina. Continuam-no ao orientais.”
76. Caecilius Cyprianus Thascius, bispo de Cartago, nasceu em Cartago, entre 200 e 210. Muitas vezes chamado de
Papa Africano. Decapitado em 258. Foi o primeiro bispo africano que teve morte de mártir. Sua obra mais importante é
De ecclesiae catholicae unitate.
77. Comm. In Zeph. c. 3. MSL 25.
78. Papa Gelásio, 492 – 496. Decretum Gratiani p. III, De consecr. dist. 2 c. 12. A Confessio Augustana variata traz a
íntegra da sentença de Gelásio: Comperimus autem quod quidam, sumpta tantum corporis sacri portione, a calice sacri
cruoris abstineant, qui procul dubio, quoniam nescio qua superstitione docentur astringi, aut integra Sacramenta
percipiant, aut ab integris arceantur, quia diuisio vnius eiusdemque mysterij, sine grandi sacrilegio non potest accidere
(Corpus Reformatorum 27, 381).
79. Nindert ( = nirgends).
80. A procissão de Corpus Christi, em que se leva a hóstia consagrada. A procissão realiza-se desde o século XIV. A
festa de Corpus Christi (quinta-feira seguinte à Oitava de Pentecostes, isto é, quinta-feira seguinte ao domingo da
Santíssima Trindade), também chamada festa do Corpo de Deus e festa do Santíssimo, foi instituída pelo Papa Urbano IV
(século XIII).
81. 1 Co 7.2.
82. 1 Co 7.9.
83. Mt 19.11. Almeida RA: “Nem todos são aptos para receber este conceito.”
84. Gn 1.27.
85. A princípio proibiam-se aos clérigos apenas o segundo matrimônio, o casamento depois da ordenação, mais tarde
relações sexuais antes da celebração da eucaristia, e, finalmente, desde o século IV, depois do surgimento da missa
diária, todo o relacionamento conjugal. Na Alemanha do século XII a maioria dos sacerdotes ainda era casada.
86. 1 Tm 3.2.
87. Siegfried de Mogúncia, por ocasião de sínodos em Erfurt e Mogúncia, 1075.
88. O Concílio de Nicéia (325) recusou-se a exigir o celibato. Quanto aos cânones a que se refere o texto, vid.
Decretum Gratiani I, d. 82, c. 2 – 5; d. 84, 4.
89. Vid. Nota à tradução do texto latino, seção 2ª.
90. Ou reflexão. No original, aus grossem Bedenken.
91. No original: die Schärfen und rigorem.
92. Unchristliche.
93. Tumbherrn - Domherren.
94. Kurtisan - Höfling.
95. Assim no original. In clero = no clero.
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120. Cf. sobre a confissão Concílio de Trento, sessão XIV, cânone 8 (Denzinger-Schönmetzer, Enchiridion Symbolorum,
ed. de 1965, número 1708): Si quis dixerit, confessionem omnium peccatorum, qualem Ecclesia servat, esse
impossibilem, et traditionem humanam a piis abolendam; aut ad eam non teneri omnes et singulos utriusque sexus Christi
fideles iuxta magni Concilii Lateranensis constitutionem, semel in anno, et ob id suadendum esse Christi fidelibus, ut non
confiteantur tempore Quadragesimae: an.s. (“Se alguém disser que a confissão de todos os pecados, tal como a observa
a Igreja, é impossível e é tradição humana que deva ser abolida por pessoas piedosas; ou que não são obrigados a ela,
uma vez por ano, todos e cada um dos fiéis de Cristo, de ambos sexos, segundo a constituição do grande Concílio
Lateranense, e que por isso os fiéis de Cristo devem ser persuadidos a não se confessarem no tempo da Quaresma: seja
anátema.”) O cânone refere-se ao IV Concílio de Latrão, de 1215 (Cf. Capítulo 21, Denzinger-Schönmetzer, Enchiridion
Symbolorum, 812: Omnis utriusque sexus fidelis, postquam ad annos discretionis prevenerit, omnia sua solus peccata
saltem semel in anno fideliter confiteatur proprio sacerdoti......) Sobre a obrigatoriedade da confissão de pecados mortais
cf. Concílio de Trento, sessão XIV, cânone 7 (Denzinger-Schönmetzer, 1707): Si quis dixerit, in sacramento paenitentiae
ad remissionem peccatorum necessarium non esse iure divino confiteri omnia et singula peccata mortalia, quorum
memoria cum debita et diligenti praemeditatione habeatur, etiam occulta, et quae sunt contra duo ultima decalogi
praecepta, et circumstantias, quae peccati speciem mutant; sed eam confessionem tantum esse utilem ad erudiendum et
consolandum paenitentem, et olim observatam fuisse tantum ad satisfactionem canonicam imponendam; aut dixerit, eos,
qui omnia peccata confiteri student, nihil relinquere velle divinae misericordiae ignoscendum; aut demum non licere
confiteri peccata venialia: an. s. (“Se alguém disser que no sacramento da penitência não é necessário por direito divino,
para a remissão dos pecados, confessar todos e cada um dos pecados mortais de que haja lembrança depois de devida
e diligente reflexão, também pecados ocultos, e aqueles que são transgressões dos dois últimos preceitos de Decálogo, e
as circunstâncias que mudam a natureza do pecado, porém que essa confissão é apenas útil para instruir e consolar o
penitente, e que antigamente ela foi observada tão-só com a finalidade de impor uma satisfação canônica; ou se disser
que aqueles que se esforçam para confessar todos os pecados não querem deixar nada à divina misericórdia para
perdão; ou, finalmente, que não é lícito confessar pecados veniais: seja anátema.”)
121. Tomás de Aquino, Summa Theologiae, secunda secundae, questio 147, articulus 1 (texto latino da S. Th., cura et
studio Sac. Petri Caramello, cum textu ex recensione Leonina, Taurini – 1952 – Romanae, p. 634): Assumitur enim
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ieiunium principaliter ad tria. Primo quidem, ad concupiscentias carnis comprimendas.... Secundo, assumitur ad hoc quod
mens liberius elevetur ad sublimia contemplanda.... Tertio, ad stisfaciendum pro peccatis. Unde dicitur Ioel 2,/12/:
Convertimini ad me in toto corde vestro: in ieiunio et fletu et planctu. (“Pois do jejum se faz uso principalmente para três
finalidades. Em primeiro lugar, para reprimir as concupiscências da carne.... Usa-se dele em segundo lugar a fim de que
a mente se eleve de maneira mais livre para contemplar as coisas elevadas.... Em terceiro lugar, a fim de satisfazer por
pecados. De onde dizer-se Joel 2.12: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; em jejum, e choro, e pranto.”)
122. Mt 15.1-20.
123. Mt 15.9 Almeida RA: “E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.”
124. Mt 15.11.
125. Rm 14.17.
126. Cl 2.16.
127. At 15.10,11.
128. 1 Tm 4.1-3.
129. Sobre Joviniano vid. Apologia XXIII, 67, nota em “tempo de Joviniano.”
130. Lc 21.34. No original, mit Fullerei = Völlerei, comilança, orgia.
131. Mt 17.21; Mc 9.29.
132. 1 Co 9.27.
133. Eusébio, História Eclesiástica V, 24, 13, p. 494, 24, ed. de Schwartz. Vid. FC, Epítome X, 7; Decl. Sól. X, 31.
134. Cassiodoro, Historia tripartita IX, 38. MSL 69, 1154 A, citado de Sócrates, História ecclesiastica V 22. MSG 67, 628
B.
135. Tomás de Aquino, Summa Theologiae, 2a. 2ae., q. 189, art.3, ad 3 (texto lat. cura et studio Sac. Petri Caramello, p.
852): Rationabiliter autem dici potest quod etiam per ingressum religionis aliquis consequatur remissionem omnium
peccatorum. Si enim aliquibus eleemosynis factis homo potest statim stisfacere de peccatis suis, secundum illud Dan. 4,
‘Peccata tua eleemosynis redime’; muto magis in satisfactionem pro omnibus peccatis sufficit quod aliquis se totaliter
divinis obsequiis mancipet per religionis ingressum, quae exedit omne genus satisfactionis, etiam publicae poenitentiae, ut
habetur in Decretis, XXXIII caus., qu. 2, cap. Admonere; sicut etiam holocaustum excedit sacrificium, ut Gregorius dicit,
super Ezech. Unde in Vitis Patrum legitur quod eandem gratiam consequuntur religionem ingredientes quam
consequuntur baptizati. (“Além disso, pode dizer-se razoavelmente que também pelo ingresso na religião a gente obtém
remissão de todos os pecados. Pois se, feitas algumas esmolas, pode o homem satisfazer imediatamente pelos seus
pecados, de acordo com Daniel 4: ‘Redime os teus pecados por meio de esmolas’, muito mais é suficiente para satisfazer
por todos os pecados que a pessoa se devote integralmente ao serviço divino pelo ingresso na religião, o que excede
todo gênero de satisfação, até o da penitência pública, conforme os Decretos, XXXIII caus., qu. 2, cap. Admonere; assim
como um holocausto excede a um sacrifício, conforme diz Gregório, Homilia sobre Ezequiel. De onde ler-se nas Vidas
dos Pais que pelo ingresso na religião se consegue a mesma graça que se alcança pelo batismo.”) – “Ingressar na
religião”, neste texto, quer dizer entrar numa ordem religiosa, fazer votos monásticos, também chamados “votos da
religião” (os três votos de pobreza, obediência e castidade).
136. 1 Co 7.2.
137. Mit der Gabe der Jungfrauschaft.
138. Gn 2.18.
139. Cf. Tomás de Aquino, Summa Theologiae II, 2, q. 88 art. 1, 8.
140. So geschwind. Cf. A. Götze, Glossar (rasch, entschlossen, schlagfertig; pfiffig, listig, vorschnell; böse, túckisch,
etc.) Concordia Triglotta, p.78: scharf.
141. Mt 15.9.
142. Gl 5.4.
143. Unglimpflich treiben und aufmutzen.
144. Mal traduzido em Tappert, p. 80: “that it was an innovation of his time.”
145. Ubermasswerk.
146. Casus reservati, nos quais a absolvição era reservada aos bispos ou ao papa.
147. Gregório VII (1073 - 1085): Quod illi liceat imperatores deponere (“Que lhe é lícito depor os imperadores). Mirbt,
Quellen, 4ª ed., número 278. Bonifácio VIII, bula Unam sanctam: Spiritualis potestas terrenam potestatem instituere habet
et iudicare, si bona non fuerit (“O poder espiritual pode instituir o poder terreno e julgá-lo, caso não seja bom”). Mirbt,
Quellen, 4ª ed., 211, 8.
148. Jo 20.21-23.
149. Rm 1.16.
150. Jo 18.36.
Página Textos da Reforma
Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus, Soli Deo Gloria
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151. Lc 12.14.
152. Fp 3.20.
153. 2 Co 10.4,5.
154. Pfarrleut. Tappert (p.84) traduz “parish ministers”. O texto latino só tem ecclesiae.
155. Lc 10.16.
156. Mt 7.15.
157. Gl 1.8.
158. 2 Co 13.8.
159. 2 Co 13.10.
160. Ou: administrar justiça.
161. Jo 16.12,13.
162. Der Meinung. Cf. A. Götze, Glossar, Tappert (p. 86) interpreta erroneamente: “... to make laws out of opinions.”
163. Gar.
164. Die Siebenzeit. Texto latino: horae canonicae. As orações canônicas: meia-noite, 7h, 9h, meio-dia, 15h, 18h, e à
hora do repouso ou antes de dormir.
165. Aufsätze. Cf. A. Götze, Glossar, verbete “Aufsaz (ung).” Texto latino: traditiones.
166. At 15.10.
167. 2 Co 10.8.
168. Cl 2.16.
169. Cl 2.20-23.
170. Tt 1.14.
171. Mt 15.14.
172. Mt 15.13.
173. Cf. 1 Tm 4.1.
174. Gl 5.1.
175. 1 Co 11.5,6.
176. 1 Co 14.26-31.
177. Vid. Nota em Confissão de Augsburgo, trad. Texto lat., XXVI, 14.
178. O chamado decreto Apostólico, de Atos 15.
179. Cf. At 5.29.
180. 1 Pe 5.2.
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