Cópia de Crimes Hediondos (Lei 8072) .Docx - Documentos Google
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072/90
Última atualização legislativa: 25/05/2022 - Lei 13964/19 – PACOTE ANTICRIME (publicada em 24/12/19
– entra em vigor em 30 dias – artigos alterados/incluídos: art. 1º, I, II, III, IX e § único; revogação do §2º
do art. 2º); Lei nº 14.344, de 24.5.2022 (Art. 34. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e
cinco) dias de sua publicação oficial.).
2) Siglas utilizadas:
⮚ MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da
Constituição Federal, e determina outras providências.
(MPPR-2008): Para classificar um crime como hediondo ou assemelhado, a Lei 8072/90 elencou os
delitos considerados hediondos e aqueles a eles equiparados de forma taxativa, deixando de fazer
qualquer previsão expressa que permita ao magistrado excluir, a partir do caso concreto,
determinado crime do rol previamente estabelecido na própria lei. BL: art. 1º, caput, Lei 8072.
(Téc./MPCE-2020-CESPE): Mário, após ingerir bebida alcoólica em uma festa, agrediu um casal de
namorados, o que resultou na morte do rapaz, devido à gravidade das lesões. A moça sofreu
lesões leves. A partir dessa situação hipotética, julgue o item a seguir: Se, após a apuração dos
fatos, a morte do rapaz caracterizar homicídio simples doloso, a conduta de Mário não será
classificada como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH.
(TJPE-2013-FCC): Em relação aos crimes contra a vida, correto afirmar que o homicídio simples,
em determinada situação, pode ser classificado como crime hediondo. BL: art. 1º, I, LCH.
I-A – LESÃO CORPORAL DOLOSA de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), QUANDO PRATICADAS contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de
Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição; (Incluído pela Lei
nº 13.142, de 2015) (PCBA-2018)
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (TJGO-2021) (DPEBA-2021) (DPERR-2021) (DPESC-2021) (Cartórios/TJRO-2021) (PCRN-2021)
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(TJGO-2021) (DPEBA-2021) (DPERJ-2021) (PCMS-2021) (Cartórios/TJRO-2021) (TJSC-2022) (DPEPI-2022)
(DPERJ-2021-FGV): Sobre as alterações trazidas pela Lei 13.964/19 (Pacote Anticrime), é correto
afirmar que: ainda que surtam efeitos na execução da pena e, portanto, no sistema carcerário, o
crime de roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (Art. 157, §2º-A, I, do Código
Penal) passou a ser considerado hediondo. BL: art. 1º, II, “b”, LCH e art. 157, §2º-A, I, CP.
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Anal. Judic./TRF5-2012) (MPES-2013) (MPDFT-2015) (MPSP-2017) (PCGO-2017) (PCSP-2018)
(TJGO-2021) (Cartórios/TJRO-2021)
#Atenção: #TJGO-2021: #FCC: A Lei 13.964/19, de fato, alterou o rol de crimes hediondos contido
no art. 1º da Lei 8.072/90, contudo não são todas as modalidades do crime de roubo que passaram
a ser consideradas hediondas. Na verdade, o latrocínio (roubo com resultado morte) já constava
do aludido rol, mas, além desta modalidade, também passaram a ser considerados crimes
hediondos, por força da Lei 13.964/19, o roubo circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, inciso V, do CP); o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art.
157, § 2º-A, inciso I, do CP) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157,
§ 2º-B, do CP); e o roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave (art. 157, § 3º, inciso I, do
CP).
IV - EXTORSÃO mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994) (Anal. Judic./TRF5-2012) (TJDFT-2015) (PCDF-2015) (DPEBA-2016)
(PCAC-2017) (PCSP-2018) (TJAL-2019) (MPAP-2021) (TJSC-2022)
V - ESTUPRO (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) (MPAP-2012)
(Cartórios/TJES-2013) (Anal./MPU-2013) (MPMS-2015) (MPRS-2016) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCPI-2018)
(PCSP-2018) (Anal./MPRS-2021)
VI - ESTUPRO DE VULNERÁVEL (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009) (TJPE-2011) (MPCE-2011) (MPDFT-2011) (MPAP-2012) (Anal. Judic./TRF5-2012) (MPMS-2015)
(Cartórios/TJMG-2016) (MPSP-2017) (DPEPR-2017) (PCGO-2017) (PGETO-2018) (PF-2018)
VII - EPIDEMIA com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
(TJDFT-2007) (DPEMS-2008) (MPPR-2012) (Anal. Judic./TRF5-2012) (PCDF-2015) (Cartórios/TJMG-2016) (PCSP-2018)
(TJPA-2019) (MPAP-2021) (DPEPI-2022)
#Atenção: A epidemia só é considerado crime hediondo quando for com resultado morte (art. 1º,
VII da Lei nº 8.072/90).
(MPPR-2017): Sobre crimes contra a saúde pública previstos no Código Penal, assinale a
alternativa correta: Há apenas dois crimes hediondos (Lei nº 8.072/90), no caso a epidemia com
resultado morte e a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais. BL: art. 267, §1º c/c art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, CP c/c art. 1º,
incisos VII e VII-B da LCH [adaptada]
(MPSC-2013): A conduta do agente que expõe à venda e tem em depósito para vender produto,
destinado a fins terapêuticos, falsificado ou alterado, na condição de ausência das características
de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização ou com redução de seu valor
terapêutico ou de sua atividade, é considerada crime de natureza hedionda, nos termos da Lei n.
8.072/90. BL: art. 1º, VII-B, da LCH c/c art. 273, §1º e §1º-B, III e IV, CP.1
#Atenção: LEI 12.978/14: Acrescentou mais um inciso ao art. 1º da Lei 8072/90 prevendo que
também é considerado como crime hediondo o favorecimento da prostituição ou de outra forma
de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável, delito previsto no art. 218-B,
caput, e §§ 1º e 2º do Código Penal.
IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que CAUSE perigo
comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (DPEBA-2021) (TJMG-2022) (TJSC-2022)
(MPSP-2022)
(TJMG-2022-FGV): Acerca dos crimes contra o patrimônio, com base nas disposições legais, na
Lei de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) e na jurisprudência atualizada do STJ, assinale a
alternativa correta: O furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que
cause perigo comum é crime hediondo, na forma da Lei 8.072/90. BL: art. 1º, IX da LCH.
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da
Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (MPAP-2021) (MPDFT-2021)
(DPERJ-2021) (TJSC-2022) (DPEPI-2022) (PCSP-2022)
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(DPEAM-2018-FCC): À luz do que dispõe o direito brasileiro sobre os crimes hediondos, existe
vedação legal expressa à concessão dos institutos da graça e do indulto. BL: art. 2º, I da Lei 8072.
(PF-2018-CESPE): Em cada item que se segue, é apresentada uma situação hipotética seguida de
uma assertiva a ser julgada com relação a crime hediondo: Paula, proprietária de uma casa de
1
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais:
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. § 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa,
vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a
consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado. (...) § 1º-B - Está sujeito às penas deste
artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições:
(...) III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com
redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; (...)
prostituição, induziu e passou a explorar sexualmente duas garotas de quinze anos de idade.
Nessa situação, o crime praticado por Paula é hediondo e, por isso, insuscetível de anistia, graça e
indulto. BL: art. 218-B, CP e art. 1º, VIII e art. 2º, I da Lei 8072.
(TJMG-2009): É incabível o indulto natalino ao condenado por crime de tráfico. BL: art. 2º, I da
Lei 8072.
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007) (MPRO-2008) (DPU-2010) (TJES-2011) (MPDFT-2013)
(PCSC-2014) (PCDF-2015) (MPPR-2008/2011/2016) (TJDFT-2015/2016) (PCGO-2017/2018) (DPEMA-2018) (PCPI-2018)
(PF-2018) (Anal./MPU-2018) (DPERR-2021) (PCRN-2021) (MPSP-2008/2022)
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
#Atenção: É cabível a prisão temporária para os crimes hediondos ou equiparados, estejam eles ou
não no rol do art. 1º, III da Lei da Prisão Temporária (art. 2º, § 4º da Lei 8.072/90).
(PF-2013-CESPE): No que diz respeito aos crimes previstos na legislação penal extravagante,
julgue o item subsequente: O crime de lavagem de capitais, delito autônomo em relação aos
delitos que o antecedam, não está inserido no rol dos crimes hediondos.
Art. 4º (Vetado).
........................................................................
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da
tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente
específico em crimes dessa natureza."
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da
multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
........................................................................
§ 1º .................................................................
§ 2º .................................................................
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
........................................................................
........................................................................
........................................................................
........................................................................
......................................................................."
........................................................................
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins ou terrorismo. (PCRJ-2009) (MPGO-2010) (Cartórios/TJMS-2014) (PCDF-2009/2015) (DPEMA-2018)
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159,
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e
sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
#Atenção: #DOD: Essa causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ainda
está em vigor? NÃO. O entendimento do STJ e do STF é o de que o art. 9º da Lei de Crimes
Hediondos foi revogado tacitamente pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art.
224 do CP, que era mencionado pelo art. 9º. Logo, como não mais existe o art. 224 no CP,
conclui-se que o art. 9º da Lei de Crimes Hediondos perdeu a eficácia (expressão utilizada em
um voto do Min. Dias Toffoli). O art. 9º da Lei de Crimes Hediondos ficou carente de
complemento normativo em vigor, razão pela qual foi revogada a causa de aumento nele
consignada.
#Atenção: #DOD: Imagine que uma pessoa foi condenada, antes da Lei 12.015/09, pela prática de
estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de aumento do art. 9º da Lei de Crimes
Hediondos. Como ocorreu a revogação tácita do art. 9º, essa pessoa poderá alegar que houve
novatio legis in mellius e pedir para retirar de sua condenação a causa de aumento do art. 9º?
SIM. Essa causa de aumento deve ser extirpada da reprimenda já imposta, por força do
princípio da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP): “Art. 2º (...) Parágrafo único. A lei
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.”.
#Atenção: #STF: #DOD: A causa de aumento prevista no art. 9º da Lei de Crimes Hediondos foi
tacitamente revogada pela Lei 12.015/09, considerando que esta Lei revogou o art. 224 do CP,
que era mencionado pelo referido art. 9º. Se um indivíduo foi condenado, antes da Lei
12.015/09, pela prática de estupro contra menor de 14 anos com a incidência da causa de
aumento do art. 9º da Lei de Crimes Hediondos, esta majorante deverá ser retirada de sua
condenação por força da novatio legis in mellius (art. 2º, § único, do CP). Diante da revogação
do art. 224 do CP pela Lei 12.015/09, ainda que o fato delituoso seja anterior a esta alteração, é o
caso de se decotar da pena do condenado o acréscimo baseado no art. 9º da Lei nº 8.072/90. STF.
Plenário. HC 100181/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, j.
15/8/19 (Info 947).
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de
parágrafo único, com a seguinte redação:
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar
dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral