Jose Evandro de Moraes Corrigida
Jose Evandro de Moraes Corrigida
Jose Evandro de Moraes Corrigida
Pirassununga
2018
JOSÉ EVANDRO DE MORAES
Departamento:
Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal (VPS)
Área de concentração:
Epidemiologia Experimental Aplicada a Zoonoses
Orientador:
Prof. Dr. Adroaldo José Zanella
Co-Orientadora:
Profa. Dra. Carla Cachoni Pizzolante
Pirassununga
2018
Obs: A versão original encontra-se disponível na Biblioteca da FMVZ/USP
JOSÉ EVANDRO DE MORAES
Pirassununga
2018
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
Fcha catalográfica elaborada pela bibliotecária Maria Aparecida Laet, CRB 5673-8, da FMVZ/USP
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Data: _____/_____/_____
Banca Examinadora
Prof. Dr________________________________________________________________
Instituição:__________________________ Julgamento:_________________________
Prof. Dr________________________________________________________________
Instituição:__________________________ Julgamento:_________________________
Prof. Dr________________________________________________________________
Instituição:__________________________ Julgamento:_________________________
Prof. Dr________________________________________________________________
Instituição:__________________________ Julgamento:_________________________
DEDICATÓRIA
Ao meu pai Décio de Moraes (in memorian) por tudo que sempre fez por nós, a minha mãe
Geni da Rosa Moraes, grande exemplo de garra e caráter, meus irmãos Élcio e Everton, e
minha esposa Adriane Elisabete Antunes de Moraes por toda sua paciência, dedico.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao mestre Sadala Tfaile pelas idéias primordiais deste projeto, bem como a
viabilidade dele junto ao setor produtivo de ovos no Brasil.
Aos amigos Patricia Tatemoto, Thiago Bernardino, Thiago Dorsa, Beatrice Morrone,
Luana Alves e Mariane Marton (os pioneiros do CECSBE) por todos os desafios e muitos dias
de trabalho intenso para que tudo pudesse dar certo!
Aos amigos Gustavo Amorim e Regina Lima e toda família Amorim e Lima, por sempre
me acolherem tão bem em Pirassununga e por todo companheirismo!
Aos amigos Fábio Budiño, sua esposa Eneida e seu sogro Décio Benelli, pessoas de
grande caráter, que me orgulho muito por ter amizade!
Aos colegas de trabalho Weber Vilas Boas, Luciana Katiki e Gunta Gutmanis, pelos
ótimos conselhos e auxílio durante a execução deste trabalho.
Ao Instituto de Zootecnia por permitir meu afastamento para realização desta pesquisa
e pelo crescimento pessoal de todo este período!
Aos inúmeros amigos e colegas de todos os tempos que me ensinaram muito com todas
as suas características e convívio!
As pessoas que me prejudicaram, eu sei que em alguns momentos não foi de forma
intencional, apenas ofereceram o que tinham, e não julgo, agradeço de VERDADE, pois graças
a estes momentos difíceis, tive coragem de RECOMEÇAR no caminho CERTO.
Aos animais que participaram desse ensaio, que terão como retribuição por suas vidas,
a melhoria na qualidade de vida de muitos outros!
Agradeço também a FAPESP (projeto 2014/22559-2) por acreditar e viabilizar com
recursos financeiros todas as etapas deste experimento que viabilizou esta Tese.
“Em tempos de embustes universais, dizer a verdade se torna um ato
revolucionário.” George Orwell
RESUMO
Foram utilizadas 750 poedeiras comerciais de linhagens brancas com 23 semanas ao início do
período experimental, distribuídas num delineamento em blocos completos aleatorizados sendo
estes caracterizados pela oncatenação das linhagens com coluna de gaiolas; os tratamentos
foram cinco densidades ou taxas de lotação na gaiola (321,43; 375; 450; 562,50 e 750 cm2/ave)
com seis repetições, totalizando 150 parcelas experimentais. As dietas experimentais foram à
base de milho e farelo de soja, formuladas para suprir as exigências nutricionais das linhagens
em todas as fases. O desempenho produtivo e econômico foram avaliados através do peso dos
ovos (g), percentagem de postura (%), massa de ovos (g/ave/dia), consumo de ração (g/ave/dia),
conversão alimentar por dúzia (kg/dz) e por quilo de ovo (kg/kg). A qualidade de ovos foi
avaliada através da gravidade específica (GE), unidades Haugh (UH), percentagens de gema,
albúmen e casca, espessura da casca (EC), resistência à quebra (RQ), coloração da gema e
índice gema (IG). O bem-estar das aves foi avaliado através de indicadores clínicos,
imunológicos e fisiológicos. Para efeito da avaliação dos resultados, foram estabelecidos seis
blocos com repetições internas. Os dados foram analisados com auxílio do SAS, sob modelo
misto, considerando os efeitos da densidade, período e a interação entre estes, como fixos, além
dos efeitos aleatórios de bloco e resíduo. Por se tratar de medidas repetidas longitudinalmente,
buscou-se a melhor estrutura de covariância para cada variável. Quando adequado foi aplicado
o teste de tukey-kramer para a comparação de médias (p<0,05). O menor consumo de ração,
CA/dz de ovos e melhor desempenho econômico, foram obtidos pela densidade 321,4 cm2/ave.
Altas densidades de alojamento não influenciaram a qualidade interna de ovos, a % casca e RQ,
mas essas variáveis tiveram efeitos dos períodos, com os melhores valores nos primeiros
períodos. Altas densidades tiveram efeitos negativos sobre a GE e EC, principalmente no pico
de postura das aves. Os ovos avaliados encontravam-se dentro dos valores desejados, mesmo
nas maiores densidades, podendo ser classificados como de excelente qualidade. A densidade
de alojamento não interferiru (p>0,05) na avaliação clínica das aves, mas o maior espaço
proporcionado nas gaiolas do sistema covencional conferiu menor freqüência de lesões nas
aves, indicando promoção e melhora ao seu bem-estar geral. Dados de freqüência cardíaca e
temperatura da cloaca estavam dentro dos padrões de normalidade para a espécie. Não foram
observadas diferenças (p>0,05) das densidades na resposta imunológica das aves, com os títulos
dos anticorpos vacinais contra as doenças de Gumboro e Newcastle acima dos níveis do ponto
de corte (cutoff). Os tratamentos não modificaram o perfil sanguíneo das aves e não foi possível
caracterizar um padrão de corticosterona no plasma e de excreção de metabólitos fecais de
glicocorticoides. A técnica de enzimoimunoensaio, empregada utilizando anticorpo primário
contra corticosterona e anticorpo secundário anticoelho de cabra, foi capaz de detectar as
variações nas concentrações de corticosterona nesses tecidos, contudo, o entendimento do
significado desses achados ainda necessita de novas investigações.
750 commercial laying hens of white strains aged 23 weeks at the beginning of the experimental
period were used, distributed in a randomized complete block design, these being characterized
by the concatenation of the strains with column of cages; the treatments were five densities or
stocking rates in the cage (321,43, 375, 450, 562.50 and 750 cm2/bird) with six replications,
amounting to 150 experimental plots. The experimental diets were on the basis of corn and
soybean meal, formulated to meet the nutritional requirements of the strains in all the phases.
Both the productive and economic performances were evaluated through the weight of the eggs
(g), percentage of laying (%), egg mass (g/bird/day), feed intake (g/bird/day), feed conversion
per dozen (kg/dozen) and per kg of egg (kg/kg). Egg quality was determined through specific
gravity (SG), Haugh units (HU), percentages of yolk, albumen and shell, shell thickness (ST),
resistance to breaking (BR), yolk coloration and yolk index (YI). The welfare of the birds was
evaluated through clinical, immunological and physiological indicators. For the purpose of
evaluation of the results, six blocks with internal replications were established. The data were
analyzed with the aid of SAS, under a mixed model, considering the effects of density, period
and the interaction between them, as fixed, in addition to the random effects of block and
residue. For se tratar de measures longitudinally repeated, the best covariance structure for each
variable was sought. When appropriate, the Tukey-Kramer test was used for comparison of
means (p<0.05). The lowest feed intake, FI/dozen of eggs and best economic performance, were
obtained at the density of 321.4 cm2/bird. High housing densities did not influence the internal
quality of the eggs, % shell and BR, but these variables had effects from the periods, with the
best values in the early periods. High densities had negative effects on SG and ST, mainly at
the laying peak of the birds. The eggs checked lie within the desired values, even at the highest
densities and can be classified as of excellent quality. The housing density did not interfere
(p>0.05) in the clinical evaluation of the birds, but the greater space provided in the cages of
the conventional system conferred a lower frequency of lesions in the birds, indicating
promotion and improvement to their general welfare. Data of heart rate and cloacal temperature
were within the normal limits for the species. No differences (p> 0.05) of the densities in the
immune response of the birds, with the titers of the vaccine antibodies against Gumboro and
Newcastle diseases above the cutoff levels were found. The treatments did not modify the blood
profile of the birds and it was not possible to characterize a standard of plasma corticosterone
and excretion of fecal metabolites of glucocorticoids, but the enzyme immunoassay technique,
using primary antibody against corticosterone and secondary goat anti-rabbit antibody, was
capable of detecting variations in the corticosterone concentrations in these tissues, however,
the understanding of the meaning of these findings still requires further investigation.
Figura 2 - Vista geral do galpão (A) e parcela Experimental (B) – IZ – Nova Odessa ..... 103
Quadro 1 - Programa de vacinação de poedeiras leves nas fases de cria e recria ...... 164
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Composição percentual e análise calculada das dietas experimentais ................. 102
Tabela 2 - Peso dos ovos, porcentagem de postura e massa de ovos de poedeiras alojadas
em cinco densidades ......................................................................................... 110
Tabela 3 - Consumo de ração e conversão alimentar por dúzia e por quilo de ovos de
linhagens de poedeiras leves alojadas de 23 a 43 semanas de idade em cinco
densidades no sistema convencional ................................................................. 113
Tabela 9 - Escores de avaliação do empenamento para cada região avaliada .................... 144
Tabela 10 - Peso da ave (g), frequência cardíaca (bpm) e temperatura da cloaca (ºC) de
linhagens de poedeiras comerciais leves alojadas em cinco densidades ........... 146
Tabela 11 - Frequência geral de escore de lesão na crista, quilha, empenamento, cloaca,
patas e fígado de linhagens de poedeiras comerciais leves sob cinco
densidades de alojamento ................................................................................. 147
CA Conversão Alimentar
CV Coeficiente de Variação
EU União Européia
IG Índice Gema
IgA Imunoglobulina A
IgE Imunoglobulina E
IgG Imunoglobulina G
IgM Imunoglobulina M
IZ Instituto de Zootecnia
MS Matéria seca
PVC Polivinilcarbonato
LISTA DE SIGLAS (cont.)
UH Unidade Haugh
1 APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 29
CAPÍTULO I ........................................................................................................................ 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 71
4 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 99
1 APRESENTAÇÃO
2 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
quadro político europeu “mais alargado” e mais coerente, incluindo políticas ambientais e
alterações climáticas (IACA, 2013).
Com base nessas tendências, serão necessárias mudanças radicais dos sistemas de produção,
tanto nas instalações como nos sistemas de criação de aves poedeiras, além de mudanças na
genética, visa adequação de linhagens que se encaixem nos novos moldes do mercado
(BARBOSA FILHO, 2004; BARBOSA FILHO et al., 2004; ALVES; SILVA; PIEDADE,
2007).
Existe um mercado emergente nos países mais desenvolvidos, entre eles os Estados
Unidos, França, Inglaterra, Alemanha e Holanda, com um novo tipo de consumidor, mais
sensível à questão do bem-estar animal, sendo que em alguns países este mercado chega a 15%
do volume de carne e ovos consumidos (MAZZUCO, 2006a).
Todas as normas de bem-estar estão baseadas nas cinco liberdades proposta pela “Farm
Animal Welfare Council” que é uma das organizações mais influentes do mundo para a
proteção de animais. Ela defende as cinco liberdades: 1) Livre de fome, sede e desnutrição, 2)
Livres de sentir desconforto, 3) Livres de dor, ferimentos ou doenças; 4) Livres para
expressarem seus padrões normais de comportamento e a 5) Livres de condições de medo e
estresse. Todas as cinco liberdades procuram oferecer uma abordagem para a compreensão do
bem-estar como é percebido pelo próprio animal (e não como definido por seu criador ou
mesmo pelo consumidor) e servem como um ponto de partida para avaliar os aspectos bons e
ruins de um sistema de criação (BROOM, 1991a).
As práticas de manejo que são empregadas na cadeia produtiva de ovos são consideradas
controversas na percepção do consumidor mais sensível à questão do bem-estar e vêm sendo
questionadas, gerando críticas e discussões sobre o atual sistema de produção em gaiolas
convencionais tornando-se os conceitos mais discutidos na atualidade (NÄAS, 2008).
que vivem (SILVA; MIRANDA, 2009) uma das frequentes considerações sobre o bem-estar
animal em sistemas intensivos, atualmente, é a restrição do comportamento. Este é o grande
alvo das críticas às baterias de gaiolas convencionais, pois estas se contrapõem a uma das cinco
liberdades defendidas pela FAWC (Farm Animal Welfare Council), chamada de “liberdade
para exercer seus padrões normais de comportamentos” (CHEVILLON, 2000).
Dawkins e Hardie (1989) demonstraram que as galinhas requerem, em média, 1272 cm2
para se virarem, 893 e 1876 cm2 para abrirem e baterem as asas, respectivamente.
Evidentemente, no sistema atual de produção de ovos em gaiolas o espaço disponível não
oferece espaço suficiente para estes comportamentos.
As alterações propostas nas normas de proteção do bem-estar são alvos de críticas por
parte dos produtores quanto a sua aplicabilidade técnica e a perda de competitividade
econômica das empresas. Eles defendem as aves em confinamento, pois acreditam que estão
com seu bem-estar assegurado; pois neste sistema de criação, conseguem obter o que
necessitam para suas necessidades como a proteção contra predadores, alimento e água
disponível e o próprio ambiente que é proporcionado pelos galpões e que promovem a
homeostasia das aves (MAZZUCO, 2006a).
Outras vantagens do sistema intensivo de criação é que possibilita maior higiene, devido
a separação física entre as aves e suas excretas, não permitindo que um agente infeccioso feche
o ciclo de reinfecção no lote, facilidade de manejo, limpeza das gaiolas e controle sobre a
produção e da distribuição de alimento, aplicação de medicamentos e vacinas, etc. Como
desvantagens, o sistema não possibilita às aves a oportunidade de realizar exercícios em gaiolas,
levando à manifestação de doenças metabólicas e limitação do comportamento natural
(MAZZUCO, 2006a).
Segundo Broom (1991b), por questões éticas todo o esforço para prolongar a vida dos
animais e melhorar o bem-estar deve ser levado em consideração.
CAPÍTULO I
38
39
3 REVISÃO DE LITERATURA
O manuscrito referente a este capítulo tem como objetivo empreender um olhar sistêmico
sob as diversas variáveis que envolvem o tema bem-estar de poedeiras, por meio de uma vasta
revisão bibliográfica.
Políticas públicas vêm sendo adotadas nas áreas de bem-estar animal, com a criação da
CBPA; como exemplo o Projeto Boas Práticas no Manejo de Aves Poedeiras, projeto desenhado
com a Embrapa suinos e aves, com o objetivo de desenvolver alternativas técnológicas de
alojamento e manejo de aves de postura, elaboração de material didático, capacitação de
produtores rurais e multiplicadores e finalização prevista para 2018.
A busca pela implantação de novos sistemas de criação que visam o bem-estar das aves
ganha destaque mundial e mais recentemente no setor avícola nacional, procura induzi-las a
condições satisfatórias de qualidade de vida, proporciona comportamento próximo ao natural
dentro das instalações e com alta produtividade (BARBOSA FILHO, 2004; BARBOSA FILHO
et al., 2006; 2007; SUMNER et al., 2011; BULLER; ROE, 2013; OLIVEIRA et al., 2014).
Segundo pesquisa conduzida pela World Animal Protection (WAP, 2016), entrevistados
responderam perguntas sobre quatro temas principais: i) hábito de compra e de consumo da
carne; ii) relação do consumidor com rótulos do produto; iii) conhecimento sobre produção com
bem-estar animal; e iv) opinião sobre os produtos com selo de bem-estar animal e intenção de
compra, indicou que o consumo de produtos de origem animal no Brasil é alto, o que fica
evidente no hábito de 68% dos entrevistados de consumirem carne quatro vezes na semana.
Também é perceptível a preferência por carne bovina. Frangos e ovos, porém, são os alimentos
mais consumidos pela população brasileira, muito provavelmente devido à acessibilidade ao
produto. Quando questionados sobre o que é bem-estar dos animais, os entrevistados associam
claramente “bem-estar” com “qualidade de vida” (74% das respostas), seguido por “ambiente
em que estes animais vivem”, “manejo” e “saudabilidade”. Esse resultado é muito interessante,
pois, tecnicamente, o bem-estar tem três pilares fundamentais para sua avaliação e classificação:
questões biológicas, ambientais e psicológicas. Desta forma, a descrição das pessoas sobre sua
percepção do bem-estar pode ser fundamentada pelo conceito em si. Assim, para a atender as
demandas dos consumidores produtores estão migrando para sistemas mais humanitários, e
buscando certificações de bem-estar animal (Certified Humane Brasil®) e 89% dos
consumidores brasileiros entrevistados estão dispostos a pagar mais por um produto
ambientalmente correto (MAPA, 2008; WAP, 2016).
de-obra. Esses fatores dificultam a implementação de uma legislação que seja única, com
padrões e regras estabelecidas, pois os fatores mencionados não possuem homogeneidade entre
os diferentes países (SOARES, 2017).
No Brasil, ainda que não existam números oficiais, a grande maioria do plantel de
poedeiras está em gaiolas convencionais, com status sanitário satisfatório e produtividade
eficiente tanto zootecnicamente como economicamente (SOARES, 2017).
Fornecer maior espaço às aves que são criadas em gaiolas no sistema convencional,
diminuindo a densidade de alojamento, pode não ser o ideal, mas parece ser uma alternativa
eficiente, já que com o aumento do espaço, espera-se promover o bem-estar das aves, até que
sejam criadas leis no Brasil que exijam a migração das aves das gaiolas para o chão.
O conceito oficial de Bem-estar Animal foi então citado pela primeira vez pelo comitê
Brambell, em 1965, para avaliar as condições em que os animais eram mantidos no sistema de
criação intensiva naquele país. De acordo com o comitê, Bem-estar animal é um termo
abrangente que diz respeito tanto ao bem-estar físico quanto mental. Portanto qualquer tentativa
de se avaliar o bem-estar de um animal deve considerar desde aspectos físicos (fisiológicos)
como mentais (comportamentais), (COMMAND PAPER 2836, 1965).
Durante a vida, o animal terá uma série de necessidades, algumas mais urgentes que
outras, mas cada uma delas terá uma consequência no seu estado geral (BROOM; JOHNSON,
1993). Quando o animal consegue satisfazer suas necessidades o ambiente é apropriado, mas
45
se não estiver apto a satisfazer uma necessidade, a consequência, mesmo que rápida e eventual,
será um prejuízo ao bem-estar (FRASER; BROOM, 1990).
Poedeiras diante a uma possibilidade de escolha entre diferentes tipos de piso, não fizeram
a escolha prevista pelos pesquisadores (HUGHES; BLACK, 1973). À medida que as técnicas
de experimentos de preferência evoluíram, tornou-se evidente que mensurações anteriores de
intensidade de preferência faziam-se necessárias.
O conceito de bem-estar está em constante formulação, o que faz com que a tarefa de
assegurar de que os animais estejam sob as circunstancias ideais seja complexa. A maioria das
definições de bem-estar destaca a necessidade da harmonia entre o indivíduo e o ambiente. O
ambiente de um animal consiste em numerosos componentes ou fatores que podem ser
46
As práticas de manejo que são empregadas na cadeia produtiva de ovos são consideradas
controversas na percepção do consumidor mais sensível à questão do bem-estar e vêm sendo
questionadas gerando muitas críticas e discussões sobre o atual sistema de produção em gaiolas
convencionais tornando-se os conceitos mais discutidos na atualidade (NÄAS, 2008).
A pecuária do país bateu três recordes em 2016: a produção de ovos nacional de galinha
cresceu 5,8% em relação a 2015, ou 51,28 milhões de dúzias de ovos a mais e chegou a 3,1
bilhões de dúzias em 2016. Foi um novo recorde anual da série. Os maiores aumentos foram
em São Paulo (+49,94 milhões de dúzias), Ceará (+28,95 milhões de dúzias), Espírito Santo
(+19,35 milhões de dúzias), Goiás (+19,1 milhões de dúzias), Minas Gerais (+13,18 milhões
de dúzias) e Tocantins (+10,06 milhões de dúzias). Já as reduções mais intensas ocorreram no
Amazonas (-4,31 milhões de dúzias) e na Bahia (-1,52 milhões de dúzias). Responsável por
29,5% da produção nacional de ovos de galinha, São Paulo continua líder, seguido por Minas
Gerais (9,8%) e Paraná (9,3%), segundo os dados das Pesquisas Trimestrais do Abate de Animais,
do Leite, do Couro e da Produção de Ovos de Galinha (IBGE, 2017).
O valor bruto da produção agropecuária (VBP) de 2017 foi estimado em R$ 550,4 bilhões,
representando acréscimo de 4,2% sobre os R$ 528,3 bilhões de 2016. Na pecuária, os destaques
foram suínos, 2,8%; leite, 5,9 %; e ovos, 8,8%. Esses produtos se beneficiam de uma
combinação de preços maiores do que em 2016 e também de aumento do volume de produção
(MAPA, 2017).
Os ovos ocupam o quinto lugar no ranking das proteínas mais consumidas no mundo,
estando atrás de leite, pescados, suínos e frangos e à frente dos bovinos. O sistema de produção
de ovos predominante nos principais países produtores é o intensivo, com uso de gaiolas ou
galpões fechados (AMARAL et al., 2016)
O espaço reduzido à ave é o grande alvo das críticas às baterias de gaiolas convencionais,
pois estas se contrapõem a uma das cinco liberdades defendidas pela FAWC (Farm Animal
Welfare Council), chamada de “liberdade para exercer seus padrões normais de
comportamentos” (CHEVILLON, 2000), limitando a expressão de seu comportamento natural.
Consumidores estão cada vez mais preocupados com os sistemas convencionais; pois
acreditam que nos mesmos ocorre crueldade com as aves pelo fato de serem alojadas em gaiolas
com espaço reduzido e pela ausência de enriquecimento ambiental impossibilitando ou
limitando o repertório de atividades consideradas importantes para que possam expressar seu
comportamento natural (MAZZUCO, 2006a). Há uma orientação crescente para o banimento
desses modelos de produção e práticas de criação além da necessidade da geração de
49
A prevenção no consumo ou bicagem dos ovos é apontada como outra vantagem, já que
estes rolam para aparadores abaixo da gaiola, ficando fora do alcance das mesmas
(ROCHA;LARA; BAIAO, 2008). Por outro lado, produtores ambiciosos, têm aumentado cada
vez mais o número de aves por gaiola (ROCHA; LARA; BAIAO, 2008), e segundo Jalal et al.
(2006), essa densidade elevada diminui a produção e o peso do ovo, bem como compromete o
consumo de ração e leva a um aumento na mortalidade.
Independente do sistema de criação utilizado e por questões de ética todo o esforço para
prolongar a vida dos animais e melhorar o bem-estar deve ser levado em consideração
(BROOM, 1990).
O estresse pode ser usado para referir mudanças internas induzidas por uma condição
externa, ou seja, pode ser mensurado a partir de observação de qualquer estímulo
(comportamental, ambiental ou demográfico) que provoque aumento na atividade eixo-
hipotalâmico-adrenocortical (HPA), elevando as concentrações de clicocorticóides (GC)
adrenais circulantes (CREEL, 2001). A corticosterona é um hormônio da classe
dos glicocorticóides e é o principal glicocorticóide liberado pelo córtex das adrenais de
roedores, algumas espécies de pássaros, répteis e anfíbios, e cortisol, no caso de mamíferos.
Sapolsky et al. (2000) relataram que em aves e répteis, as alterações nas concentrações
glicocorticóides podem ter efeitos rápidos (minutos), promovendo inibição da fisiologia
reprodutiva e do comportamento. Apesar de não ser claro, sugere-se que a resposta rápida deve-
se a receptores mediados de membrana que suprimem a reprodução em resposta ao GC. Isso se
deve ao declínio da concentração de GnRH e a percepção das glândulas pituitárias às
gonadotrofinas, que ocorre em poucos minutos, promovendo efeitos anti-reprodutivos, na
forma de redução da receptividade sexual e aceitação em ambos os sexos, além da inibição do
comportamento sexual e estímulo do comportamento de fuga, comportamentos característicos
da resposta ao estresse (FUJIHARA, 2006)
Moreng e Avens (1990) relatara que estresse em aves pode promover postura de ovos
sem gema ou sem casca adequada. Já Lundberg (2005) descreve algumas implicações na saúde
do animal devido ao elevado nível de cortisol circulante, que podem promover o acúmulo de
52
comportamental, autonômica ou neuroendócrina possa ser usada para medir o estresse, deve ser
estabelecido que a alteração causada pelo estresse naquela medida tenha correlação
significativa no bem-estar (MEDEIROS; VIEIRA, 2009; KJAER et al., 2011).
3.6.1 Genética
Como o melhoramento genético é uma tarefa difícil, que demanda mão de obra altamente
especializada e alto investimento, o mercado mundial é dominado por poucas empresas de
grande porte. Esses fatores representaram em poucas iniciativas para a criação de uma linhagem
totalmente brasileira tenha obtido êxito absoluto ou duradouro (LIMA et al., 1995).
Na Ásia e nos Estados Unidos, são utilizadas densidades em torno de 400 cm² por ave e
no Brasil encontra-se na faixa de 350 a 450 cm² por ave, sendo possível, em algumas unidades
55
produtoras de ovos encontrarem densidades inferiores a esta (MENEZES et al., 2009; VIEIRA
et al., 2014).
Estudos têm demonstrado que a redução do espaço por ave em gaiolas, abaixo de 350 cm2
tem impacto significativamente negativo sobre a postura além de aumentar a mortalidade no
lote (UNITED EGG PRODUCERS-UEP, 2005; GARCIA et al., 2015), mas os produtores
comerciais de ovos, com o objetivo de aumentar o lucro líquido, exploram a capacidade máxima
dos sistemas de criação. Dessa forma, tendem a aumentar o número de aves por gaiola, baseados
na crença de que o aumento na produção de ovos por gaiola maximiza o lucro e compensa os
efeitos negativos da alta densidade (ROCHA et al., 2008).
A Diretiva do Conselho 1999/74/CE sobre a proteção das galinhas poedeiras, que entrou
em vigor a 1 de janeiro de 2012, define que os Estados-membros devem garantir que as gaiolas
não melhoradas sejam substituídas por gaiolas melhoradas ou sistemas alternativos. De acordo
com Comission of the European Communities (CEC, 1999) na União Européia, nos sistemas
de gaiolas não melhoradas há necessidade de pelo menos, 550 cm² de superfície de gaiola por
ave.
O Protocolo de Bem Estar na Avicultura no Brasil (2008), recomenda o espaço nas gaiolas
de 375 cm²/ aves (brancas); 450 cm² /aves (vermelhas), baseando em uma gaiola com medidas
de 45 x 50 = 2250 cm² com inclinação no máximo de 8° ou 13%. E para piso (cama) é
recomendado 10 aves/m² (brancas) e 8 aves/m² (vermelhas).
Menezes et al. (2009) relatara que na Ásia e nos Estados Unidos a densidade de
alojamento das aves é de 400 cm² /ave, no Brasil está entre 350 a 450 cm² /ave, podendo
encontrar ainda áreas menores que 350 cm² /ave.
A recomendação feita pela União Brasileira de Avicultura para densidades de aves nas
gaiolas é de 375 cm2 /ave (brancas) e 450 cm2 /ave (vermelhas) baseando-se em uma gaiola
medindo: 45 cm x 50 cm = 2250 cm² (UBA, 2008).
Os protocolos do projeto Welfare Quality® foram projetados de tal forma que possam ser
modificados e atualizados em resposta à evolução dos conhecimentos técnicos e científicos.
Assim, qualquer cientista pode contribuir com melhorias desses protocolos e propor medidas
para critérios de bem-estar que apresentam melhor compromisso entre a validade e a
viabilidade. Neste sentido, o projeto Welfare Quality® fornece uma compreensão muito útil
dos componentes de bem-estar e de como podemos avaliá-lo em granjas comerciais (WAP,
2016).
Sabe-se que ao utilizar uma medida de bem-estar por si só é possível obter indicativos de
que um indivíduo está tendo severas dificuldades em relação a seu ambiente. No entanto, para
adequada avaliação do sistema de criação é essencial que diversos indicadores sejam usados
em conjunto, uma vez que os indivíduos variam na forma como se relacionam com o ambiente.
Medidas pontuais podem dar informações válidas, mas a combinação de medidas de
comportamento, fisiológicas, injúrias, doenças e do desenvolvimento do animal podem permitir
uma avaliação mais completa (BROOM, 1988).
58
Dehnhard et al. (2003) revisaram que em patos (Anas platyrhynchos) e galinhas (Gallus
domesticus) os corticosteróides circulantes são metabolizados pelo fígado e apresenta meia-
vida de 10 a 15 minutose são excretados pelas fezes e urina. Porém observaram que, em
galinhas, os níveis de corticosterona fecal, relacionados ao estresse, são detectados 4 horas após
estimulação; os mesmos autores revisaram que há variações conforme a espécie de ave
estudada.
O material utilizado para a dosagem hormonal pode ser plasma/soro, saliva, fezes, urina
ou mistura de fezes e urina, como observado em aves devido à excreção conjunta (BEERDA et
al., 1996; COOK, 2002; WASSER et al., 2002).
Os métodos não invasivos podem ser utilizados para quantificar o estresse em estudos de
vertebrados, o qual oferece diversas vantagens sobre os métodos invasivos (DEHNHARD et
al., 2001).
Esses métodos são em particular usados porque amostras podem ser facilmente obtidas
sem incômodo ao animal e sem colocá-lo em perigo durante a contenção (WASSER et al.,
2000) e as amostras podem ser coletadas em intervalos regulares ao longo do tempo e podem
fornecer avaliação acurada do estresse sem a influência do aumento nos glicocorticóides
induzidos pela contenção (HARPER; AUSTAD, 2000).
Os ensaios feitos com metabólitos fecais de glicocorticoides refletem nível médio destes
hormônios circulantes por um período de tempo, melhor que uma amostra pontual, e por isso
60
pode prover uma avaliação mais acurada de um longo tempo de seus níveis (HARPER;
AUSTAD, 2000).
animais podem apresentar colapso cardiovascular com severa hipóxia tecidual e acidose
metabólica (THURMON et al., 1996).
Estudos anatômicos e bioquímicos revelam que a fisiologia da dor nas diferentes espécies
animais é semelhante (REINER et al., 1984; BRENNER et al., 1994; ZHAI; ATSUMI, 1997).
Porém, um fato em relação à manifestação dolorosa em aves deve ser salientado devido ao
próprio comportamento destes animais que, por serem geralmente presas, não tendem a
expressar a dor facilmente, com o intuito de não chamar a atenção de possíveis predadores
(LIVINGSTON, 1994); sendo assim a observação cuidadosa do das aves como mudanças
comportamentais, tais como: agressividade, agitação, depressão, alterações posturais, relutância
em se mover ou manter-se em estação e perda de peso, essencial para identificação de processos
inflamatórios e da dor.
A avicultura moderna, com grande número de aves por área e avanços nas áreas da
genética, nutrição e manejo está suscetível a altos índices de problemas locomotores, em
proporção maior que em algumas décadas passadas. Em alguns casos, a incidência de problemas
locomotores pode ser elevada e associada com altas taxas de mortalidade (GOLIOMYTIS et al.,
2003; HAVENSTEIN et al., 2003). Além disso, metodologias de avaliação da capacidade
locomotora podem ser previstas utilizando métodos que avaliam a dor e o desconforto das aves
(MCGEOWN et al., 1999; DANBURY et al., 2000). A ocorrência de lesões nos animais também
pode estar associada com dor em comprometimento do bem-estar.
62
Há uma preocupação crescente com a condição física dessas aves, que são mantém por
longos períodos dentro destas gaiolas. Linhagens cada vez mais produtivas e mais precoces vêm
sendo desenvolvidas por empresas de genética e com elas; problemas que necessitam ser
prevenidos e solucionados, como por exemplo, a osteoporose, distúrbio ósseo onde ocorre
diminuição progressiva da estrutura mineralizada dos ossos e que acomete grande parte das
aves em produção e em fim de ciclo (WITHEHEAD, 2004).
A osteoporose das aves tem sido reconhecida como doença metabólica multifatorial na
avicultura comercial há mais de 45 anos. As poedeiras são suscetíveis à osteoporose devido às
altas taxas de postura mantidas durante um ciclo de produção de ovos. As modernas linhagens
de poedeiras comerciais produzem mais ovos do que suas ancestrais, além de baixo consumo
de ração devido ao apetite reduzido, o que resultou em maior utilização do cálcio armazenado
no osso para a deposição na casca (MAZZUCO, 2006b). Devido às altas taxas de densidade e
longos períodos de postura eleva-se a ocorrência da osteoporose em poedeiras.A doença se
caracteriza pela fragilidade do esqueleto devido ao alto “turnover” ósseo relacionado à
formação da casca dos ovos; agrava-se em função da reduzida frequência na atividade física
consequente do confinamento das aves em gaiolas. Há necessidade de maior mobilização de
cálcio para deposição nos ovos, causando fragilidade óssea das aves, tornando-as altamente
suscetível a fraturas (MAZZUCO; HESTER, 2005a; MAZZUCO, 2006b).
originado de ossos frágeis, paralisia e morte. A perda do tecido ósseo é exacerbada pelas
gaiolas, embora, o ambiente em si não seja suficiente para prevenir ou reverter a fragilidade.
De modo geral, aves mais resistentes à osteoporose depositam menos cálcio nas cascas
dos ovos, uma vez que estes animais não mobilizam osso suficiente para formação da casca,
quando em privação de cálcio via dieta (BISHOP, 2000).
a excreção de sódio e potássio, o que afetaria a homeostase celular dos diversos tecidos,
incluindo o sistema reprodutivo de machos e fêmeas (BRUNELI, 2006). A aplicação de
corticosterona exógena, diminui o peso e do tamanho da glândula adrenal, com conseqüente
atrofia gonadal em machos, e surgimento de características masculinizadas em galinhas,
afetando o ciclo reprodutivo em pombos (Columba lívia) e frangos (G. domesticus) (STURKIE,
1986).Um tipo particular de estressor ambiental relevante à avicultura é o estresse térmico, mais
especificamente por calor, que causa diminuição do crescimento e da conversão alimentar das
aves, assim como desajustes fisiológicos, e hormonais (aumento dos níveis séricos de
corticosterona e de catecolaminas), podendo aumentar a suscetibilidade dos animais às doenças
e/ou a mortalidade (QUINTEIRO-FILHO et al., 2009).
Kaiya et al. (2002) sugerira possível função da grelina na regulação da função da glândula
adrenal em aves, sugerindo efeito mais pronunciado na liberação de corticosterona, do que na
liberação do GH. Estudos têm demonstrado que a grelina pode estimular a liberação do
hormônio liberador de corticotropina, que ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA),
resultando em aumento no nível de corticosterona plasmática (SAITO et al., 2005; OCLOŃ;
PIETRAS, 2011). O fator liberador de corticotropina influencia respostas comportamentais,
frente a situações estressoras, causando entre outros efeitos fisiológicos a inibição do consumo
(FURUSE et al., 1997).
Song et al. (2012), avaliando galinhas poedeiras encontraram maior nível de expressão
do gene grelina no hipotálamo e no proventrículo de aves submetidas ao estresse por calor. Por
outro lado, Lei et al. (2013) não observaram mudanças na expressão do gene grelina no
hipotálamo de frangos de corte machos expostos ao estresse por calor, porém no proventrículo
foi observado o mesmo efeito encontrado por Song et al. (2012).
Estudos recentes indicam que para as aves alojadas em altas densidades aumentam as
incidências de doenças e mortalidade (LAGANÁ et al., 2007; PAVAN et al., 2005; RECH et
al., 2010), isso por consequência do estresse, que afeta a resposta imunológica. Aves de postura
65
no Brasil são alojadas, em instalações comerciais, com densidades elevadas que variam entre
300 e 400 cm2 por animal (VAN HORNE; ACTERBOSCH, 2008).
Selye (1936) relacionou, pela primeira vez, fatores de estresse, como frio, drogas tóxicas
ou lesões cirúrgicas, com atrofia de timo, linfonodos e baço e, subsequente a isso, inúmeros
trabalhos científicos foram feitos relacionando o estresse e a supressão da resposta imune
celular e humoral, traçando uma linha direta entre o bem-estar e a imunidade, e concluindo que
animais expostos a condições de estresse, como frio, calor, transporte, mistura de lotes e outros,
podem ser mais susceptíveis a doenças infecciosas (HICKS et al., 1998; SALAK-JOHNSON;
MCGLONE, 2007).
No caso das galinhas poedeiras, é importante que os estudos feitos com relação à
imunidade adquirida por vacinação sejam realizados nas diferentes linhagens comerciais, uma
vez que a resposta imunológica apresenta diferentes características por conta da variação
genética (CHUAMMITRI et al., 2011), além das variações em função da idade, nutrição,
manejo, condições de doenças e estresse (LAGANÁ et al., 2007).
Também em trabalhos científicos recentes, foi constatado que para aves sob condição
de estresse dentro de gaiolas, o enriquecimento ambiental trouxe uma melhora significativa nas
funções de heterofilos, nas proporções de células CD4+ e CD8+, na produção de anticorpos de
forma geral (MATUR et al., 2015, 2016) e na densidade mineral dos ossos (TACTACAN et
al., 2009; BARNETT et al., 2009). Os efeitos do enriquecimento em gaiolas têm sido bastante
estudados, uma vez que sua não utilização sugere uma imunossupressão nas aves alojadas
(BARNETT et al., 2009).
significativamente os níveis de IgG e IgM no soro sanguíneo (ÇETIN et al., 2010). A arginina
também é bastante estudada e correlacionada com a resposta imunológica das aves de postura
(LIEBOLDT, 2015; LIEBOLDT et al., 2016; YANG et al., 2016). A Cromo-metionina
associada à vitamina C também está entre os recentes estudos envolvendo os parâmetros de
produção de aves de postura e a suplementação nutricional (JAHANIAN; MIRFENDERESKI,
2015).
A ingestão e absorção de nutrientes também podem ser moduladas por alguns fatores
externos como a temperatura ambiente. Temperaturas elevadas implicam em menor consumo
de alimento (FURLAN et al., 2001). A diminuição no consumo, durante o desenvolvimento da
ave, gera diminuição do tamanho do trato intestinal, fato que pode afetar a taxa de passagem do
alimento e prejudicar a eficiência da digestão e da absorção (FURLAN et al., 2001).
Além do desconforto térmico são enumeradas várias condições de estresse: vento, luz,
patógenos, toxinas, ansiedade. Aquelas que determinam altas concentrações de corticosteróides
na corrente sangüínea impedem a recirculação de linfócitos, induzindo a involução do timo e
levar à perda de massa esplênica (ELROM, 2000).
Koenen et al. (2002) concluíram que em frangos de corte a resposta imune humoral
apresentou maiores títulos de IgM, enquanto que em poedeiras, os títulos de IgY foram maiores.
Além disso, observaram que a resposta imune celular em poedeiras apresenta índices maiores
e correlacionam que frangos mais pesados possuem títulos mais baixos quando comparados
com frangos mais leves que apresentam títulos mais altos e mais duradouros de anticorpos
contra os antígenos pesquisados.
69
A qualidade está associada a fatores que envolvem a produção e manejo das poedeiras
como balanceamento de rações, higiene de estabelecimento e instalações (estrutura da gaiola,
número de aves por gaiola e frequência de colheita de ovos), calendário das vacinações, manejo
e alimentação, fisiologia e idade das poedeiras, tempo de oviposição, debicagem, temperatura
ambiental e até programa de iluminação, que podem influenciar o tamanho e a qualidade dos
ovos (ANDRIGUETTO et al., 1998; DI FABIO, 2001; CRESPO; SHIVAPRASAD, 2003;
CHENG, 2006). Com relação ao manejo dos ovos, são citados colheita, lavagem, classificação,
armazenagem, transporte e distribuição do produto (OLIVEIRA et al., 2001).
Como todo produto de origem animal, o ovo é perecível, e começa a perder sua qualidade
logo após a oviposição, especialmente na ausência de adequados métodos de armazenamento,
como constatado por Wardy et al. (2010). Várias características de qualidade interna são
perdidas com a estocagem prolongada do ovo, destacando-se alterações no albúmen e na gema
(STADELMAN; COTTERILL, 1995).
A qualidade nutritiva do ovo pode ser avaliada pela densidade específica (método não
destrutivo), ou através de medidas que correlacionam seus componentes internos, como os
índices de albúmen e de gema e a medida de Unidade Haugh (HAUGH, 1937; FERNANDEZ
et al., 1983).
O valor da unidade “Haugh” de ovos frescos diminui com o aumento da idade da galinha
poedeira (CUNNINGHAM et al., 1960; FLETCHER et al., 1981, 1983), embora esse aumento
possa ser explicado, parcialmente, por efeitos patológicos subclínicos (SPACKMAM, 1985).
Com o envelhecimento da galinha, ocorre aumento no tamanho dos ovos (EISEN et al., 1962).
REFERÊNCIAS
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2011.
ADAMS, A. W.; CRAIG, J. V. Effect of crowding and cage shape on productivity and
profitability of caged layers: a survey. Poultry Science, v. 64, n. 2, p. 238-242, 1985.
AMOS, N.; SULLIVAN, R. The Business Benchmark on Farm Animal Welfare 2015
Report. [S.l]: BBFAW, 2015.
ANDERSON, K. E. Overview of natural and organic production: Looking back to the future.
The Journal of Applied Poultry Research, Athens, v. 18, p. 348-354, 2009.
ANDERSON, K. E. Time study examining the effect of range, cage-free, and cage
environments on man-hours committed to bird care in 3 brown egg layer strains. The Journal
of Applied Poultry Research, Athens, v. 23, p. 108-115, 2014.
ANDERSON, K. E.; ADAMS, A. W. Effects of rearing density and feeder and waterer spaces
on the productivity and fearful behavior of layers. Poultry Science, Poultry Science, v. 71, n.
1, p. 53-58, 1992.
ANDERSON, K. E.; DAVIS, G. S.; JENKINS, P. K.; CARROL, A. S. Effects of bird age,
density, and molt on behavioral profiles of two commercial layer strains in cages. Poultry
Science, v. 8, p. 15-23, 2004.
72
ANDRIGUETTO, J. M.; PERLY, L.; MINARD, I.; FLEMMING, J. S.; GEMAEL, A.;
SOUZA, G. A.; BONA FILHO, A. Nutrição animal: as bases e os fundamentos de nutrição
animal, os alimentos. 6. ed. São Paulo: Nobel, 1998, 395 p.
APPLEBY, M. C. The European Union ban on conventional cages for laying hens: history and
prospects. Journal of Applied Animal Welfare Science, v.6, n. 2, p. 103-121, 2002.
APPLEBY, M. C. The European Union ban on conventional cages for laying hens: history and
prospects. Journal of Applied Animal Welface Science, v. 6, p. 103-121, 2003.
BARBOSA FILHO, J. A. D.; ALVES, S. P.; SILVA, M. A. N.; SILVA, I. J. O.; BRIQUESI,
L. Avaliação do bem-estar de aves poedeiras criadas em cama e em gaiola em função da
produção de ovos. Revista Brasileira de Ciência Avícola, v. 6, p. 140, 2004. Supl. Trabalho
apresentado na Conferência Apinco, 2004, Santos.
BATISTA, E. S.; PEREIRA, D. F.; SANCHEZ, F. T.; GUIMARÃES, M. A.; NAGAI, D. K.;
SOARES, N. M.; TOGASHI, C. K.; BUENO, L. G. F. Comportamento de uso do ninho e
73
BILČÍK, B.; KEELING, L. J. Changes in feather condition in relation to feather pecking and
aggressive pecking in laying hens. Britsh Poultry Scienci, v. 40, p. 444–451, 1999.
BILGILI, S. F.; MONTENEGRO, G. L.; HESS, J. B.; ECKMAN, M. K. Sand as litter for rearing
broiler chickens. Journal of Applied Poultry Research, v. 8, p. 345-351, 1999.
BLAKE, G.; ADAMS, J. E.; BISHOP, N. DXA em adultos e crianças. In: ROSEN, C. J. (ed.).
Manual de doenças osteometabólicas e distúrbios do metabolismo mineral. 8. ed. São
Paulo: AC Farmacêutica, 2014. p. 202-212.
BONINI, D.; MORA, C.; TORNESE, P.; SALA, N.; ALICE FILIPPINI, LA VIA,
L.; MILANESE, M.; CALZA, S.; BONANNO, G.; RACAGNI, G.; GENNARELLI,
M.; POPOLI, M.; MUSAZZI, L.; BARBON, L. Acute footshock stress induces time-dependent
modifications of ampa/nmda protein expression and AMPA phosphorylation. Neural
Plasticity, v. 2016, p.1-10, Article ID 7267865, 2016. Disponivel em:
<http://dx.doi.org/10.1155/2016/7267865>. Acesso em: 12 abr. 2018.
BOONSTRA, R. Coping with changing northern environments: the role of the stress axis in
birds and mammals. Integrative Comparative Biology, v. 44, p. 95–108, 2004.
BOVERA, F.; IANNACCONE, F.; PICCOLO, G.; DI MEO, C.; RUSSO, F.; PISCITELLI, D.;
ATTIA, Y. A.; HASSAN, S. S. A.; NIZZA, A. Effect of group size on performance and egg
quality of laying hens during 20 to 36 weeks of age. Italian Journal of Animal Science,
Bologna, v. 13, p. 2015-2220, 2014.
74
BRAKE, J. D.; PEEBLES, E. D. Laying hen performance as affected by diet and caging density.
Poultry Science, v. 71, n. 6, p. 945-950, 1992.
BROOM, D. M. Assessing welfare and suffering. Behavioural Processes, v. 25, n. 2/3, p. 117-
123, 1991b.
BROOM, D. M. Coping, stress and welfare. In: BROOM, D. M. (ed.). Coping with challenge:
welfare in animals including humans. Berlin: Dahlem University Press, 2001. p. 1-9.
BROOM, D.M. The importance of measures of poor welfare. Behavioural and Brain
BROOM, D. M. The needs of laying hens and some indicators of poor welfare. In: CARTER,
V.; CARTER, H. (Ed.). The laying hen. EUROPEAN CONFERENCE GROUP ON THE
PROTECTION OF FARM ANIMALS, 1992. Horsham, UK, 1992, p. 4-19.
75
BROOM, D. M.; JOHNSON, K. G. Stress and animal welfare. London: Chapman and Hall,
1993.
BROOM, D. M.; ZANELLA, A. J. Brain measures which tell us about animal welfare. Animal
Welfare (suppl.), v. 13, p. 41-45, 2004.
BROWN, J. L.; WILDT, D. Assessing reproductive status in wild felids by non-invasive faecal
steroid monitoring. International Zoo, v. 35, p. 173-191, 1997.
BULLER, H.; ROE, E. Modifying and commodifying farm animal welfare: the economisation
of layer chickens. Journal of Rural Studies, New York, v. 33, p. 1-9, 2013.
CABANAC, M.; AIZAWA, S. Fever and tachycardia in a bird (Gallus domesticus) after simple
handling. Physiology & Behavior, v. 69, n. 4/5, p. 541-545, 2000.
CAIN, J. R.; ABBOTT, U. K. A system for diurnal heart rate measurement in chickens. Poultry
Science, v. 49, p. 1085, 1970.
CASTILHO, V. A. R.; GARCIA, R. G.; LIMA, N. D. S.; NUNES, K. C.; CALDARA, F. R.;
NÄÄS, I. A.; BARRETO, B.; JACOB, F. G. Bem-estar de galinhas poedeiras em diferentes
densidades de alojamento. Revista Brasileira de Engenharia de Biossistemas, v. 9, n. 2, p.
122, 2015. Disponível em: <http://seer.tupa.unesp.br/index.php/BIOENG/article/view/258>.
09 jul. 2017.
ÇETIN, E.; SILICI, S.; ÇETIN, N.; GÜÇLÜ, B. K. Effects of diets containing different
concentrations of propolis on hematological and immunological variables in laying hens.
Poultry Science, v. 89, n. 8, p. 1703-1708, 2010.
CHAULGHOUMI, R.; BECKERS, Y.; PORTETELLE, D.; THÉWIS, D. P. A. Hen egg yolk
antibodies (IgY), production and use for passive immunization against bacterial enteric
infections in chicken: a review. Biotechnologie, Agronomie, Sociéte et Environnement,
Bélgica, v. 13, n. 2, p. 295-308, 2009.
CHENG, H. Morphopathological changes and pain in beak trimmed laying hens. World’s
Poultry Science Journal, v. 62, p. 41-52, 2006.
CHUAMMITRI, P.; REDMOND, S. B.; KIMURA, K.; ANDREASEN, C. B., LAMONT, S.;
PALIC, D. J. Heterophil functional responses to dietary immunomodulators vary in genetically
distinct chicken lines. Veterinary Immunology and Immunopathology, Bélgica, v. 142, n. 2,
p. 219-227, 2011.
CHUAMMITRI, P.; REDMOND, S. B.; KIMURA, K.; ANDREASEN, C. B.; LAMONT, S.;
PALIC, D. J. Heterophil functional responses to dietary immunomodulators vary in genetically
distinct chicken lines. Veterinary Immunology and Immunopathology, Bélgica, v. 142, n. 2,
p. 219-227, 2011.
CIENT, R.; VETERIN, F. D. E. M.; XIV, A. Welfare of laying hens production – literature
review. Britsh Poultry Science, v. 28, p. 1-14, 2017.
COMMAND PAPER 2836. Report of the Technical Committee to Enquire into the Welfare
of Animals kept under Intensive Livestock Husbandry Systems. London: Her Majesty’s
Stationery Office, 1965.
77
CRAIG, J. V.; CRAIG, J. A.; VARGAS, J. V. Corticosteroids and other indicator of hens’ well-
being in four laying-house environments. Poultry Science, v. 65, n. 5, p. 856-863, 1986.
CREEL, S. Social dominance and stress hormones. TRENDS in Ecology & Evolution, v. 16,
n. 9, p. 491-497, 2001.
CUNNINGHAM, D. L.; OSTRANDER, C. E. The effects of strain and cage shape and density
on performance and fearfulness of white leghorn layers. Poultry Science, v. 61, n. 2, p. 239-
243, 1982.
CUNNINGHAM, D. L.; Van TIENHOVEN, A.; GVARYAHU, G. Population size, cage area,
and dominance rank effects on productivity and web-being of laying hens. Poultry Science, v.
67, n. 3, p. 399-406, 1988.
CUNNINGHAM, F. E.; COTTERIL, O. J.; FUNK, E. M. The effect of season and age of bird.
I. On egg size, quality and yield. Poultry Science, v. 39, p. 289-299, 1960.
DANBURY, T. C.; et al. Self-selection of the analgesic drug carprofen by lame broiler chickens.
Veterinary Records, v. 146, p. 307–311, 2000.
DAVAMI, A.; WINELAND, M. J.; W. JONES, T.; ILARDI, R. L.; PETERSON R. A. Effects
of population size, floorspace, and feeder space upon productive performance, external
appearance, and plasma corticosterone concentration of laying hens. Poultry Science,
Champaign, v. 66, p. 251–257, 1987.
78
DAWKINS, M. S.; HARDIE, S. Space needs of laying hens. British Poultry Science, v. 30,
p. 413-416, 1989.
DEHNHARD, M.; SCHREER, A.; KRONE, O.; JEWGENOW, K.; KRAUSE, M.;
GROSSMANN, R. Measurement of plasma corticosterone and fecal glucocorticoid metabolites
in the chicken (Gallus domesticus), the great cormorant (Phalacrocorax carbo), and the goshawk
(Accipiter gentilis). General and Comparative Endocrinology, v. 131, p. 345–352, 2003.
DUNCAN, I. J. H.; WIDOWSKI, T. M.; MALLEAU, A. E.; et al. External factors and
causation of dustbhating in domestic hens. Behavioural Processes, v. 43, p. 219-228, 1998;
EISEN, E. J.; BOHRE, B. B.; MCKEAN, H. E. The Haugh unit as a measure of egg albúmenn
quality. Poultry Science, v. 41, p. 1461-1468, 1962.
ELROM, K. Handling and transportation of broilers welfare, stress, fear and meat quality. Part
II: stress. Israel Journal Veterinary Medicine, v. 55, n. 1, 2000. Disponível em:
<https://studylib.net/doc/7646440/handling-and-transportation-of-broilers-welfare--stress--
.....>. Acesso em: 14 de maio 2017.
FAO. Agrobusiness handbook: poultry meat & eggs. Roma: FAO, 2010. Disponível
em:<http://www.fao.org/docrep/012/al175e/al175e.pdf>. Acesso em: 14 dez. 2013.
FARM ANIMAL WELFARE COUNCIL (FAWC). Five freedoms. 2009. Disponível em:
<http://www.fawc.org.uk/freedoms.htm>. Acesso em: 17 maio 2016.
79
FERREIRA, R. A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos e bovinos.
Viçosa- MG: Editora: Aprenda Fácil, 2005. 371p.
FLEMING, R. H.; WHITEHEAD, C. C.; ALVEY, D.; et al. Bone structure and breaking
strength in laying hens housed in different husbandry systems. British Poultry Science,
London, v. 35, p. 651–662, 1994.
FLETCHER, D. L.; BRITTON, W. M.; PESTI, G. M.; et al. The relationship of layer flock age
and egg weight on egg component yields and solids content. Poultry Science, v. 62, p. 1800-
1805, 1983.
FLETCHER, D. L.; BRITTON, W. M.; RAHN, A. P.; et al. The influence of layer flock age
and egg component yields and solids content. Poultry Science, v. 60, p. 983-987, 1981.
FRASER, A. F.; BROOM, D. M. Farm animal behavior and welfare. London: Bailliere
Tindall, 1990. 437 p.
80
FURTADO, I. M.; OLIVEIRA, A. I. G.; FERREIRA, D. F.; et al. Correlação entre medidas da
qualidade da casca e perda de ovos no segundo ciclo de produção. Revista Ciência
Agrotécnica. Lavras, v. 25, n. 3, p. 654-660, 2001.
FURUSE, M.; MATSUMOTO, M.; SAITO, N.; SUGAHARA, K.; HASEGAWA, S. The
central corticotropin-releasing factor and glucagon-like peptide-1 in food intake of the neonatal
chick. European Journal Pharmacology, v. 339, p. 211-214, 1997. doi: 10.1016/S0014-
2999(97)01391-5
GARCIA, E. A.; et al. Efeito da taxa de lotação da gaiola nas fases de cria e de recria sobre o
desempenho de frangas semi pesadas na fase de recria. In: CONFERÊNCIA APINCO DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2003, Campinas, SP. Anais... Campinas: FACTA,
2015. p. 6.
GARCIA, E. A.; AGUIAR, I. S.; POLITI, E. S.; et al. Efeito da taxa de lotação da gaiola sobre
a produtividade de poedeiras brancas. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 93., 1993, Santos. Anais... Santos: APINCO, 1993. p. 71
GENTLE, M. J.; HUGHES, B. O.; FOX, A.; WADDINGTON, D. Behavioural and anatomical
consequences of two beak trimming methods in 1- and 10-d-old domestic chicks. British
Poultry Science, v. 38, p. 453-463, 1997.
GOLIOMYTIS, M.; PANOPOULOU, E.; ROGDAKIS. E. Growth curves for body weight and
major component parts, feed consumption, and mortality of male broiler chickens raised to
maturity. Poultry Science, v. 82, p. 1061-1068, 2003.
GONYOU, H. W. Why the study of animal behavior is associated with the animal welfare issue,
Journal of Animal Science, v. 72, n. 8, p. 2171-2177, 1994.
GRANDIN, T.; JOHNSON, C. O bem-estar dos animais - Proposta de uma vida melhor
para todos os bichos. São Paulo: Rocco, 2010. 334 p.
HARRISON, R. Animal machines: the new factory farming industry. London: Stuart, 1964.
HAUGH R. R. The Haugh Unit for measuring egg quality. United States Egg poultry
magazine, v. 43, p. 552; 573, 1937.
HAUGH, R. R. The Haugh unit for measuring egg quality. United States Egg Poultry
Magazine, v. 43, p. 552-555, 1937.
82
HIDALGO, A.; ROSSI, M.; CLERICI, F.; RATTI, S. A market study on the quality
characteristics of eggs from different housing systems. Food Chemistry, London, v. 106, p.
1031-1038, 2008.
HOLZEBOSCH, J. Wide range of housing options for layers. World Poultry, v. 22, n. 6, p.
20–23, 2006. Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/animalwelfare/7036-
WP_22[1].6_5.pdf>. Acesso em: 09 set. 2017.
HORN, P.; SÜTO, Z. Influence of management factors on production traits of layers. World’s
Poultry Science Journal, Ithaca, v.13, p. 20–23, 1997.
HUGHES, B. O.; APPLEBY, M. C. Increase in bone strength of spent laying hens housed in
modified cages with perches. Veterinary Record, London, v.124, p.483–484, 1989.
HUGHES, B. O.; BLACK, A. J. Battery cages shape – Its effect on diurnal feeding pattern,
egg-shell cracking and feather pecking. British Poultry Science, London, v. 17, n. 3, p. 327-
336, 1976.
HUNTON, P. Egg production, processing and marketing. In: HUNTON, P. (Ed.). Poultry
production. Amsterdam: Elsevier, 1995. p. 457-481.
JALAL, M. A.; SCHEIDELER, S. E.; MARX, D. Effect of bird cage space and dietary
metabolizable energy level on production parameters in laying hens. Poultry Science,
Champaign, v. 85, p. 306-311, 2006.
JANCZAK, A. M.; TORJESEN, P.; PALME, R.; BAKKEN, M. Effects of stress in hens on the
behaviour of their offspring. Applied Animal Behaviour Science, Amsterdam, v. 107, n. 1-2,
p. 66-77, 2007.
JENDRAL, M. J.; KORVER, D. R.; CHURCH, J. S.; FEDDES, J. J. R. Bone mineral density
and breaking strength of white leghorns housed in conventional, modified, and commercially
available colony battery cages. Poultry Science, Champaign v. 87, n. 5, p. 828-837, 2008.
JEURISSEN, S. H. M.; LEWIS, F.; VAN DER KLIS, J. D.; MROZ, Z.; REBEL, J. M. J.;
HUURNE, A. A. H. M. Parameters and techniques health of poultry as constituted by immunity,
integrity, and functionality. Current Issues Intestinal Microbiology, Netherlands, v. 3, n. 1,
p. 1-14, 2002.
JONES, D. R.; KARCHER, D. M.; ABDO, Z. Effect of a commercial housing system on egg
quality during extended storage. Poultry Science, v. 93, p. 1282–1288, 2014.
KAIYA, H.; VAN DER GEYTEN, S.; KOJIMA, M.; et al. Chicken ghrelin: purification, cDNA
cloning, and biological activity. Endocrinology, v. 143, p. 3454–3463, 2002.
KARCHER, D. M.; JONES, D. R.; ABDO, Z.; ZHAO, Y.; SHEPHERD, T. A.; XIN, H. Impact
of commercial housing systems and nutrient and energy intake on laying hen performance and
egg quality parameters. Poultry Science, v. 94, n. 3, p. 485–501, 2015. Disponível em:
<http://ps.oxfordjournals.org/cgi/doi/10.3382/ps/peu078>. Acesso em: 12 jun. 2017.
KJAER, J. B.; GLAWATZ, H. ; SCHOLZ, B. ; et al. Reducing stress during welfare inspection:
validation of a non-intrusive version of the LayWel plumage scoring system for laying hens.
British Poultry Science, v. 52, n. 2, p. 149-154, 2011.
KNOWLES, T. G.; BROOM, D. M. Limb bone strength and movement in laying hens from
different housing systems. Veterinary Record, London, v. 126, p. 354-356, 1990.
LAMOSOVÁ, D.; ZEMAN, M. Effect of leptin and insulin on chick embryonic muscle cells
and hepatocytes. Physiological Research, v. 50, n. 1, p. 183-189, 2001.
LAY JR., D. C.; FULTON, R. M.; HESTER, P. Y.; et al. Hen welfare in different housing
systems. Poultry Science, v. 90, n. 1, p. 278-294, 2011. Disponível em:
<http://www.poultryscience.org/docs/PS_962.pdf>. Acesso em: 20 jun. 2016.
LEDVINKA, Z.; EVA, T.; ENGLMAIEROVÁ, M.; PODSEDNÍ, M. Egg quality of three
laying hen genotypes kept in conventional cages and on litter. Archiv Geflügelkunde, v. 76,
n. 1, p. 38–43, 2012.
LEI, L.; HEPENG, L.; XIANLEI, L.; et al. Effects of acute heat stress on gene expression of
brain–gut neuropeptides in broiler chickens. Journal Animal Science, v. 91, p. 5194-5201, 2013.
Disponível em: <http://dex.doi.org/10.2527/jas.2013-6538>. Acesso em: 20 jun. 2016.
LIEBOLDT, M. A.; FRAHM, J.; HALLE, I.; et al. Metabolic and clinical response to
Escherichia coli lipopolysaccharide in layer pullets of different genetic backgrounds supplied
with graded dietary L-arginine. Poultry Science, v. 95, n. 3, p. 595-611, 2016.
/busca?b=ad&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22ARA%C3%9AJO,%20D.%20V.%22>.
Acesso em: 20 nov. 2006.
LUNDBERG, U. Stress hormones in health and illness: the roles of work and gender.
Psychoneuroendocrinology, v. 30, p. 1017–1021, 2005.
MARKS, H. L.; TINDELL, L. D.; OLWE, R. H. Performance of egg production stocks under
three cages densities. Poultry Science, Champaign, v. 49, n. 4, p. 1094-1100, 1970.
MATUR E.; ERASLAN, E.; AKYAZI, I.; et al. The effect of furnished cages on the immune
response of laying hens under social stress. Poultry Science, v. 94, p. 12, p. 2853-2862, 2015.
MATUR, E.; AKYAZI, I.; ERASLAN, E.; et al. The effects of environmental enrichment and
transport stress on the weights of lymphoid organs, cell-mediated immune response, heterophil
functions and antibody production in laying hens. Animal Science Journal, v. 87, p. 284–292,
2016.
MAZZUCO, H.; HESTER, P. Y. The effect of an induced molt using a nonfasting program on
bone mineralization of White Leghorns. Poultry Science, v. 84, p.1483-1490, 2005.
MOINARD, C.; MORISSE, J. P.; FAURE, J. M. Effect of cage area, cage height and perches
on feather condition, bone breakage and mortality of laying hens. British Poultry Science, v.
39, p. 198-202, 1998.
MORENG, R. E.; AVENS, J. S. Ciência e produção de aves. São Paulo: Rocca, p.227-250,
1990.
NICOL, C. J. Effect of cage height and area on the behaviour of hens housed in battery cages.
British Poultry Science, London, v. 28, p. 327–335, 1987.
NORWOOD, F. B.; LUSK, J. L. Animal welfare and food safety. Food Safety Magazine,
Glendale, 2013. Disponível em: <https://www.foodsafetymagazine. com/magazine-
archive1/februarymarch-2013/animal-welfare-and-food-safety/>. Acesso em: 01 jul. 2017.
OCLOŃ, E.; PIETRAS, E. M. Peripheral ghrelin inhibits feed intake through hypothalamo-
pituitary-adrenal axis-dependent mechanism in chicken. Journal Animal Feed Science, v. 20,
p. 118-130, 2011.
OKPOKHO, N. A.; CRAIG, J. V.; MILLIKEN, G. A. Density and group size effects on caged
hens of two genetic stocks differing in escape and avoidance behavior. Poultry Science,
Champaign v. 66, n. 12, p. 1905-1910, 1987.
ONBAŞILAR, E. E.; AKSOY, F. T. Stress parameters and immune response of layers under
different cage floor and density conditions. Livestock Production Science, v. 95, n. 3, p. 255–
263, 2005.
PARKER, C.; BRUNSWICK, C.; KOTEY, J. The happy hen on your supermarket shelf: what
choice does industrial strength free-range represent for consumers? Journal of Bioethical
Inquiry, v. 10, n. 2, p. 165–186, 2013
PAULY, D.; CHACANA, P. A.; CALZADO, E. G.; BREMBS, B.; SCHADE, R. IgY
technology: extraction of chicken antibodies from egg yolk by Polyethylene Glycol (PEG)
precipitation. Journal of Visualized Experiments, v. 51, e3084, p. 1-6, 2011.
PAVAN, A. C.; EDIVALDO GARCIA, E. A.; MÓRI, C.; PIZZOLANTE, C. C.; PICCININ,
A. Efeito da densidade na gaiola sobre o desempenho de poedeiras comerciais nas fases de cria,
recria e produção. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 4, p. 1320-1328, 2005.
PAVAN, A. C.; et al. Efeito da taxa de lotação da gaiola sobre o desempenho de frangas semi
pesadas na fase de recria e produção. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2003; Campinas, SP. Campinas: FACTA, 2003. p. 4.
PEREIRA, D. F.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.;
GABRIEL FILHO, L. R. A.; BUENO, L. G. F. Comportamento de poedeiras criadas a
diferentes densidades e tamanhos de grupo em ambiente enriquecido. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 48, n. 6, p. 682-688, 2013.
PINHEIRO, C. C.; LAGANÁ, C.; DIAZ GONZALEZ, F. H.; BARBOSA, P. R.; SOUZA, E.
C. N. de; FERREIRA, R. R. Indicadores sangüíneos de estresse por calor e restrição alimentar
em frangos de corte. In: SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 15., 2003, Porto Alegre. Resumos... Porto Alegre:
89
PIŠTĚKOVÁ, V.; HOVORKA, M.; VEČEREK, V.; STRAKOVÁ, E.; SUCHÝ, P. The quality
comparison of eggs laid by laying hens kept in battery cages and in a deep litter system. Czech
Journal of Animal Science, v. 51, n. 7, p. 318–325, 2006.
PROUDFOOT, F. G. The decline of internal egg quality during storage at 30°F and 70°F among
six strains of Leghorns reared in confinement and on range. Poultry Science, v. 41, p. 98- 103,
1962.
RAUW, F.; GARDIN, Y.; PALYA, V.; VAM BORM, S.; GONZE, M.; LEMAIRE, VAM
DEN BERG, T.; LAMBRECHT, B. Humoral, cell-mediated and mucosal immunity induced
by oculo-nasal vaccination of one-day-old SPF and conventional layer chicks with two different
live Newcastle disease vaccines. Vaccine, Kidlinton v. 27, n. 27, p. 3631-3642, 2009.
RECH, O. A.; PINHEIRO, J. W.; FONSECA, N. A. N.; SILVA, C. A.; OBA, A. Efeito da
linhagem, espaço na gaiola e nível de triptofano dietético no desempenho de poedeiras
comerciais. Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 4, p. 1051-1058, 2010.
ROCHA, J. S. R.; LARA, L. J. C.; BAIÃO, N. C. Produção e bem-estar animal aspectos éticos
e técnicos da produção intensiva de aves. Ciência Veterinária Trópicos, v. 11, p. 49-55, 2008.
Supl. 1.
RODENBURG, B.; DE REU, K.; TUYTTENS, F. Performance, welfare, health and hygiene
of laying hens in non-cage systems in comparison with cage systems. In: POULTRY SCIENCE
SYMPOSIUM, 30., 2011, Glasgow, UK. Proceedings… Glasgow, UK., 2011. p. 36–37.
RODENBURG, T. B.; TUYTTENS, F. A. M.; SONCK, B.; DE REU, K.; HERMAN, L.;
ZOONS, J. Welfare, health, and hygiene of laying hens housed in furnished cages and in
alternative housing systems. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 8, n. 3, p. 211–
226, 2005.
SAITO, E. S.; KAIYA, H.; TACHIBANA, T.; TOMONAGA, S.; DENBOW, D. M.;
KANGAWA, K.; FURUSE, M. Inhibitory effect of ghrelin on food intake is mediated by the
corticotropin-releasing factor system in neonatal chicks. Regululatory Peptides, v. 125, n. 1/3,
p. 201-208, 2005.
SELYE, H. A syndrome produced by diverse nocuous agents. Nature, v. 138, p. 32, 1936.
SHARMA, V.; McNEILL, J. H. The emerging role of leptin and ghrelin in cardiovascular
physiology and pathophysiology. Current Vascular Pharmacology, v. 3, n. 2, p. 169-180,
2005.
SIEGEL, P. B. Stress, strains, and resistance. British Poultry Science. v. 36, n. 3, p. 22, 1995.
SIEGEL, P. B. The genetic – behavior interface and well-being of poultry. British Poultry
Science, v. 30, p. 3-13, 1989.
SONG, Z.; LIU, L.; SHEIKHAHMADI, A.; JIAO, H.; LIN, H. Effect of heat exposure on gene
expression of feed intake regulatory peptides in laying hens. Journal Biomedicine
Biotechnology, v. 2012, p. 1-8. 2012. doi: http://dx.doi.org/10.1155/2012/484869
92
SPACKMAM, D. The effect of disease on egg quality. In: WELLS, R. G.; BELYAVIN, C. G.
(Ed.) Egg quality-current problems and recent advances. London: Butterworths, 1985. p.
255-282.
STADELMAN, W. J.; COTTERILL, O. J. Egg science and technology. 4 th ed. New York:
Food Products Press, 1995. 323 p.
STATISTICAL ANALISYS SYSTEM. (SAS). Statistical Analysis System SAS. Cary: SAS,
2012.
STEVENS, C. W. Alternatives do the use of mammals for pain research. Life Sciences, v. 50,
p. 901-912, 1992.
STRUWE, F. J.; GLEAVES, E. W.; DOUGLAS, J. H.; BOND, P. L. Effect of rearing floor
type and ten day beak trimming on stress and performance of caged layers. Poultry Science,
Champaign, v. 71, p. 70-75, 1992.
STURKIE, P. D. Body fluids: blood. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian physiology. 4th ed.
Springer-Verlag, Berlin, 1986a. p. 102-120.
STURKIE, P. D. Kidneys, extrarenal salt secretion and urine. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian
physiology. 4th ed. Springer-Verlag, Berlin, 1986b. p. 359-382.
SUMMERS, J. D.; LEESON, S. Factors influencing early egg size. Poultry Science, v. 62, p.
1155–1159, 1983.
SUMNER, D. A.; GOW, H.; HAYES, D.; MATTHEWS, W.; NORWOOD, B.; ROSEN-
MOLINA, J. T.; THURMAN, W. Economic and market issues on the sustainability of egg
production in the United States: analysis of alternative production systems. Poultry science, v.
90, n. 1, p. 241–250, 2011.
TAOUIS, M.; CHEN, J. W.; DAVIAUD, C.; DUPONT, J.; DEROUET, M.; SIMON, J.
Cloning the chicken leptin gene. Gene, v. 208, n. 2, p. 239-242, 1998.
TAUSON, R. Management and housing systems for layers-efects on welfare and production.
World’s Poultry Science Journal, v. 61, p. 477-490, 2005.
TAYLOR, P.; HUGHES, B. O. Alternative Systems for Poultry – Health, Welfare and
Productivity. Poultry Science Symposium Series Volume 30 . Edited by Victoria Sandilands
and Paul M . Hocking. British Poultry Science, v. 53, n. 6, p. 843–845, 2012.
93
TUMOVÁ, E.; EBEID, T. Effect of time of oviposition on egg quality characteristics in cages
and in a litter housing system. Czech Journal of Animal Science, v. 50, n. 3, p. 129–134, 2005.
UNIÃO BRASILEIRA DOS AVICULTORES (UBA). Relatório anual 2008. [online], 2008.
Disponível em: <http://www.abef.com.br/ubabef/exibenoticiaubabef. php?notcodigo=3293>.
Acesso em: 01 ago. 2015.
VAN DEN BRAND, H.; PARMENTIER, H. K.; KEMP, B. Effects of housing system (outdoor
vs cages) and age of laying hens on egg characteristics. British Poultry Science, v. 45, n. 6, p.
745–752, 2004.
VEISSIER, I.; WINCKLER, C.; VELARDE, A.; BUTTERWORTH, A.; DALMAU, A.;
KEELING, L. J. Development of welfare measures and protocols for the collection of data
on farms or at slaughter, In: BLOKHUIS, H.; MIELE, M.; VEISSIER, I.; JONES, B. (Ed.).
Improving farm animal welfare. Wageningen, the Netherlands: Wageningen Academic
Publishers, 2013. p. 115–141.
VITS, A.; WEITZENBÜRGER, D.; DISTL, O. Comparison of different housing systems for
laying hens in respect to economic, health and welfare parameters with special regard to
organized cages (literature review). Deutsche Tierarztlche Wochenschrift, v. 112, p. 332–
342, 2005.
VITS, A.; WETZENBÜRGER, D.; HAMANN, H.; DISTL, O. Production, egg quality, bone
strength, claw length, and keel bone deformities of laying hens housed in furnished cages with
different group sizes. Poultry Science, v. 84, p. 1551-19, 2001.
VO, K.V.; FANGUY, R.C. Rearing density as a stressor in the production of commercial broiler.
Poultry Science, v. 61, p. 1563-1574, 1982.
refrigerated and room temperature storage. International Journal of Food Science &
Technology, v. 45, p. 2659-2668, 2010.
WASSER, S. K.; HUNT, K. E.; BROWN, J. L.; COOPER, K.; CROCKETT, C. M.;
BECHERT, U.; MILLSPAUGH, J. J.; LARSON, S.; MONFORT, S. L. A generalized fecal
glucocorticoid assay for use in a diverse array of nondomestic mammalian and avian species.
General Comparative Endocrinology, v. 120, n. 3, p.260–275, 2000.
WASSER, S. K.; HUNT, K. E.; CLARKE, C. M. Assessing stress and population genetics
through noninvasive means. In: AGUIRRE, A. A.; OSTFELD, R. S.; TABOR, G. M.; HOUSE,
C.; PEARL, M. C. (ed.). Conservation medicine: ecological health in practice. New York:
Oxford University Press. 2002. cap 11, p. 131-144.
WHITEHEAD, C.C. Overview of bone biology in the egg-laying hen. Poultry Science, v. 83,
p. 193-199, 2004.
WOFA Regulations (2002). Statutory instrument 2002 Nº 1646. Welfare of farmed animals
(England) Ammendment-Regulations 2002. [S.l.]: Queen’s Printer of Acts of Parliament,
2002.
YANG, H.; JU, X.; WANG, Z.; YANG, Z.; LU, J.; WANG, W. Effects of arginine
supplementation on organ development, egg quality, serum biochemical parameters, and
96
immune status of laying hens. Brazilian Journal of Poultry Science, v.18, n.1, p. 181-186,
2016.
ZHAI, X.-Y.; ATSUMI, S. Large dorsal horn neurons which receive inputs from numerous
substance P-like immunoreactive axon terminals in the laminae I and II of the chicken spinal
cord. Neuroscience Research, v. 28, p. 147-154, 1997.
97
CAPÍTULO II:
Densidade de alojamento no sistema convencional como indicador de bem-estar
do desempenho produtivo e econômico de poedeiras leves.
4 INTRODUÇÃO
Na Europa já existe legislação proibindo o uso de gaiolas não enriquecidas desde janeiro
de 2012 (CEC, 1999; IACA, 2013), mas a criação em sistema convencional é predominante no
alojamento de aves poedeiras (Hunton, 1995; Tauson, 2005), principalmente no Brasil, onde o
efetivo foi de 218 milhões de cabeças em 2016, segundo o IBGE (2016).
Período pré-experimental
Local e instalações
As aves foram alojadas no Setor de Avicultura do Instituto de Zootecnia - Nova Odessa-
SP, em um galpão de alvenaria com dimensões de 10 metros de largura x 60 metros de
comprimento e 2,80 metros de pé direito.
O galpão com cobertura de telhas de cerâmica possui abertura lateral e telas nas laterais
e nos oitões de uma polegada de diâmetro para proteção contra entrada de outras aves e animais,
além de dois ventiladores no seu interior.
A avaliação térmica ambiental foi realizada por meio do registro dos dados
meteorológicos dentro do galpão. As variáveis temperatura e umidade relativa foram
registradas por meio de um termo-higrômetro digital, escala entre -10 e 90ºC, com limite de
erro de ± 1 oC. As medições foram realizadas diariamente durante todo o período pré-
experimental e experimental.
Aves
Dietas experimentais
As rações foram formuladas para atender às exigências nutricionais das aves de acordo
com as recomendações dos manuais de manejo. Na composição das rações, foram incluidos
componentes convencionais como milho, farelo de soja, calcário, fosfato bicálcico, sal e em
algumas formulações óleo vegetal e farelo de trigo (Tabela 1). As rações experimentais, todas
isonutritivas, foram formuladas à base de milho e farelo de soja, considerando-se a linhagem e
idade das aves de acordo com o manual de criação e as matérias-primas tabeladas por
(ROSTAGNO et al., 2011).
102
Tabela 1 - Composição percentual e análise calculada das dietas experimentais
Linhagens
A A B C D E E
Ingredientes 18 a 32 33 a 44 5% postura até 5% até 85% postura >90% 5% postura até 28 29 a 45
semanas semanas 45 semanas postura semanas semanas
Milho 64,04 64,72 58,57 61,26 57,16 56,59 52,27
Farelo de soja 46% 22,90 21,80 27,20 26,10 22,80 27,10 28,00
Farelo trigo - - 3,40 0,30 4,01 4,50 6,88
Calcario 38% Ca 9,01 9,60 8,66 9,59 14,00 8,41 9,56
Fosfato bicálcico 1,56 1,45 1,19 1,42 1,04 1,18 0,97
Óleo vegetal 1,30 1,30 - 0,30 - 1,20 1,21
Px mineral e vitamínico1 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50
Sal 0,21 0,22 0,39 0,39 0,18 0,18 0,19
Bicarbonato de sódio 0,26 0,26 - - 0,22 0,23 0,23
DL-metionina 99% 0,19 0,15 0,09 0,14 0,09 0,11 0,16
L-Lisina 98% 0,03 - - - - - -
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Valores calculados
Energia metabolizável (kcal/kg) 2899 2893 2750 2793 2775 2802 2720
Proteína Bruta % 16,02 15,52 18,03 17,27 17,52 18,01 18,50
Extrato etéreo % 4,18 4,19 2,88 3,15 3,15 4,01 3,95
Cálcio % 4,01 4,20 3,80 4,20 2,00 3,71 4,10
Fósforo total % 0,69 0,67 0,67 0,68 0,72 0,68 0,66
Fósforo disponível % 0,50 0,48 0,45 0,48 0,45 0,45 0,45
Lisina Total % 0,89 0,84 1,01 0,96 0,95 1,01 1,04
Lisina Dig. Aves % 0,81 0,76 0,89 0,86 0,77 0,88 0,89
Metionina Total % 0,49 0,44 0,42 0,45 0,41 0,43 0,49
Metionina Dig. Aves % 0,46 0,42 0,38 0,43 0,35 0,39 0,46
Metionina+cistina total % 0,75 0,70 0,71 0,74 0,71 0,73 0,80
Metionina+cistina Dig. Aves % 0,68 0,63 0,62 0,66 0,56 0,63 0,69
1BROVO Postura - Conteúdo por kg de premix Vit. A, 8.000.000 UI; Vit. D3, 2.200.000 UI; Vit. E, 6200 mg; Vit. K 3, 2000 mg; Vit. B 1, 2000 mg; Vit. B2, 3000 mg; Vit. B6, 6000 mg; Vit.
B12, 10.000 mcg; Pantotenato de cálcio, 6000 mg; Niacina, 25.000 mg; Ác. fólico, 400 mg; Se, 100 mg; Mn, 65.000 mg; Fe,40.000 mg; Cu, 10.000 mg; Zn, 50.000 mg; I, 1000 mg 1 Content per
kg of the premix: Vit. A, 8.000.000 UI; Vit. D3, 2.200.000 UI; Vit. E, 6200 mg; Vit. K 3, 2000 mg; Vit. B 1, 2000 mg; Vit. B2, 3000 mg; Vit. B6, 6000 mg; Vit. B12, 10.000 mcg; Calcium
panthotenic, 6000 mg; Niacin, 25.000 mg; Folic acid, 400 mg; Se, 100 mg; Mn, 65.000 mg; Fe,40.000 mg; Cu, 10.000 mg; Zn, 50.000 mg; I, 1000 mg
103
Figura 2 - Vista geral do galpão (A) e parcela Experimental (B) – IZ – Nova Odessa
A B
Delineamento
Foram utilizadas 750 poedeiras comerciais de diferentes linhagens brancas (leves) com
23 semanas ao início do período experimental, distribuídas num delineamento em blocos
completos aleatorizados sendo estes caracterizados pela concatenação das linhagens com
coluna de gaiolas; os tratamentos foram cinco densidades ou taxas de lotação na gaiola (321,43;
375; 450; 562,50 e 750 cm2/ave) com seis repetições, totalizando 150 parcelas experimentais.
Consumo de ração
O consumo de ração por ave foi determinado semanalmente através da diferença entre
a quantidade fornecida diariamente e as sobras existentes no final de cada período de sete dias.
O resultado foi dividido pelo número médio de aves de cada parcela e expresso em gramas
por ave por dia.
Massa de ovos
Produto da produção de ovos e do peso médio dos ovos por parcela experimental.
Gravidade específica
A gravidade específica foi determinada através do método descrito por Padron (1991),
onde os ovos foram imersos em soluções salinas com densidade conhecida, variando de 1,065
a 1,100 g/cm3 e gradiente de 0,005, aferidas através de um densímetro. Os ovos foram imersos
sucessivamente em recipientes contendo as soluções salinas em ordem crescente de densidade.
Considerou-se à gravidade específica do ovo a solução de menor densidade na qual o ovo
flutuou.
Unidade Haugh
A qualidade do albúmen foi avaliada através da unidade Haugh (HAUGH, 1937) com o
auxílio da máquina digital Egg tester e o cálculo obtido mediante a fórmula sugerida por
Stadelman e Cotterill (1986):
UH= 100 log (H + 7,57 - 1,7W0,37), onde:
UH = unidade Haugh;
H= altura do albume (mm);
W= peso do ovo (g),
Índice gema
A qualidade da gema foi avaliada através da obtenção do índice gema medindo-se a altura
através de um altímetro especial (Egg Quality Micrometer) e o diâmetro por meio de um
paquímetro digital Mitutoyo (Figura 4). A relação entre estes dois parâmetros forneceu o índice
gema através da fórmula IG = AG/DG, onde: IG= índice gema; AG= altura da gema (mm) e
DG= diâmetro da gema (mm).
107
Análise econômica
Para Matsunaga et al. (1976), a composição do custo operacional se faz pela união de
todos os itens considerados custos variáveis, diferindo do custo total apenas por não apresentar
os valores referentes a renda, que é considerada como remuneração projetada sobre o capital e
também sobre a rendo de oportunidade terra ou área do empreendimento.
Receita Bruta: onde o valor obtido com a venda do produto, calculado de acordo com a
quantidade de ovos comercializáveis e o preço de venda do produto. Representado pela
expressão a seguir:
108
Coeficientes Zootécnicos
Os coeficientes com os principais índices zootécnicos coletados durante cinco períodos
de observação com início a 23 semanas de vida e fechamento da observação até 43 semanas,
totalizando 20 semanas de produção envolvendo as fases de inicio de postura; pico de postura
e pós pico de postura. Com a presença dos seguintes índices:
Consumo de ração em gramas por ave por dia; conversão alimentar por dúzia de ovos;
conversão alimentar por quilo de ovos e equivalência produtiva (área disponível por ave).
Fatores de Produção
Os fatores de produção derivam em parte dos coeficientes zootécnicos e parte foi estimada
de acordo Lagatta (2014) e Shwartz e Gameiro (2017), onde está didaticamente dividida em
Custo, com as seguintes variáveis:
Custo por ovo (R$); Custo estimado de energia, mão-de-obra, instalações, embalagens e
outros (%) e custo total estimado por caixa de 30 dúzias.
Também de forma didática foi segregada em Receita, com as seguintes variáveis:
109
Preço venda por caixa com 30 dúzias em R$; preço venda por caixa com 30 dúzias em
US$; receita estimada por caixa com 30 dúzias em R$; receita estimada por caixa com 30 dúzias
em US$ e Porcentagem de receita em R$ e/ou US$.
Analise estatística
Os dados foram analisados com auxílio do pacote estatístico PROC MIXED do SAS
(1999), sob modelo misto, considerando os efeitos da densidade, período e a interação entre
estes, como fixos, além dos efeitos aleatórios de bloco e resíduo. Além disso, por se tratar de
medidas repetidas longitudinalmente, buscou-se a melhor estrutura de covariância para cada
variável. Quando necessário foi utilizado o teste de tukey-kramer para a comparação de médias
(p<0,05).
Desempenho
O peso médio das aves ao início do experimento com 23 semanas de idade foi 1222g e
ao final 1622g, com ganho médio de peso vivo de 32,7%, sem diferenças entre os tratamentos.
Tabela 2 - Peso dos ovos, porcentagem de postura e massa de ovos de poedeiras alojadas em cinco densidades
1. Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste
Tukey-kramer a 5%; 2. SEM: mean standard error; 3. P: Probabilidade
Diferenças no peso dos ovos ocorreram somente no segundo período com o maior valor
observado na densidade 750 cm2 e o menor na densidade 321,4cm2 (Tabela 2).
111
É sabido que o peso do ovo aumenta com a idade da poedeira (CARVALHO et al., 2007;
VILELA et al., 2016) e que as percentagens de gema e albúmem podem variar em função da
idade. Os resultados apresentados (Tabelas 2 e 4) foram semelhantes aos relatos de Vilela et al.
(2016), que avaliaram a qualidade interna e externa dos ovos e observaram aumento do peso do
ovo com aumento da idade em que se observou aumento no percentual de albúmen e redução
no percentual de gema, situação semelhante à observada no presente estudo.
Rios et al. (2009) relacionaram o aumento do peso dos ovos com o aumento da ingestão
alimentar por aves de acordo com a curva de crescimento, fato que pode ser observado através
dos resultados de consumo de ração (Tabela 3) e peso de ovos (Tabela 2) obtidos neste
experimento. Observa-se que a área mais extensa para as aves nas gaiolas, aumentou o consumo
de ração e elevou o peso dos ovos nestes tratamentos.
As diferenças na postura podem ter sido ocasionadas pelo maior espaço e melhores
condições de conforto aos quais as aves foram mantidas, conseguindo exteriorizar seu máximo
potencial produtivo. Alves et al. (2007), reportara que o reduzido espaço oferecido e a ausência
de caracteres de enriquecimento ambiental impossibilitam ou limitam o repertório de atividades
consideradas importantes para as aves, como ciscar, espojar, empoleirar-se etc., demonstrando
a importância do espaço que deve ser fornecido às aves para propiciar melhores condições de
bem-estar, elevando a produção das aves.
112
Os resultados desse estudo corroboram com os reportados por Jalal et al. (2006); Merril
et al. (2006); Barbosa Filho et al. (2007); Sarica et al. (2008) e El-Tarabany et al. (2015, 2016),
quando relatam a queda na produção de ovos com o aumento de aves na gaiola, justificando
problemas sociais devido a maior dominância entre os animais, diminuição da área de
alimentação, canibalismo, menores densidades não permitem a movimentação, além do
aumento de temperatura corporal, o que pode ter levado as aves ao estresse, e
consequentemente, diminuição da produção.
Diferentemente Tactacan et al. (2006); Guesdon (2004, 2006); Lopes et al. (2006); Jendral
et al. (2008); Menezes et al. (2009); Rios et al. (2009); Batista et al (2012), Bovera et al. (2014)
e Cabrelon (2016) em estudos semelhantes de alojamento sob densidades não observaram na
produtividade de ovos por unidade de área.
A melhor massa de ovos foi obtida no primeiro e segundo períodos com a densidade de
alojamento 750 cm2 (3 aves/gaiola) e os menores valores na densidade 321,4 cm2 (7
aves/gaiola). Corroborando com os achados de Carey et al. (1995) e Okpokho et al. (1987), que
observaram tendência e diminuição da massa de ovos produzidos à medida que a densidade das
aves na gaiola diminuiu, utilizando densidades de 348, 464 e 580 cm2/ave com aves entre 22 e
70 semanas e Garcia (2015), que constatou a redução da massa de ovos em poedeiras leves
submetidas à densidade de alojamento de 375 cm2/ave, comparativamente a densidade 562,5
cm2. Esses autores estudando densidades de alojamento (562,5; 450 e 375 cm2) sobre a
qualidade externa e interna dos ovos, observaram que as aves mesmo submetidas à alta
densidade de alojamento conseguiram manter a qualidade externa dos ovos produzidos,
justificando os resultados provavelmente, em função da redução da porcentagem de postura. Os
autores afirmara que poedeiras em pico de produção produzem ovos com cascas de melhor
qualidade o que minimiza a perda de água pelos poros e, consequentemente, a manutenção da
qualidade interna.
Tabela 3 - Consumo de ração e conversão alimentar por dúzia e por quilo de ovos de
linhagens de poedeiras leves alojadas de 23 a 43 semanas de idade em cinco
densidades no sistema convencional
Consumo de ração (g) 1
Densidade de alojamento (cm2/ave) Valor de P3
Período 750cm2 562,5cm2 450cm2 375cm2 321,4cm2
(3aves) (4aves) (5aves) (6aves) (7aves)
Consumo de ração (g) 1
1 102,59 (b) 102,60 (b) 101,35 (b) 97,48 (a) 94,48 (a) P(1)<.0001
SEM2 1,097 1,076 1,080 1,076 1,076
2 109,63 (b) 108,47 (b) 108,70 (b) 105,62 (b) 99,36 (a) P(1)<.0001
SEM2 1,209 1,184 1,178 1,184 1,184
3 114,61 (a) 113,97 (a) 113,27 (a) 112,47 (a) 112,04 (a) P(1)<.0001
SEM2 1,263 1,246 1,249 1,243 1,263
4 113,74 (bc) 115,04 (c) 112,12 (abc) 109,46 (ab) 107,29 (a) P(1)<.0001
SEM2 1,273 1,248 1,258 1,241 1,272
5 116,10 (b) 116,20 (b) 114,11 (ab) 110,78 (ab) 109,79 (a) P(1)<.0001
SEM2 1,334 1,321 1,299 1,306 1,364
Conversão por dúzia de ovos 1
1 1,26 (b) 1,27 (b) 1,27 (b) 1,23 (ab) 1,19 (a) P(1)>.0067
SEM2 0,012 0,012 0,012 0,012 0,012
2 1,33 (b) 1,33 (b) 1,34 (b) 1,34 (b) 1,27 (a) P(1)>.3992
SEM2 0,013 0,013 0,012 0,012 0,012
3 1,38 (a) 1,40 (a) 1,41 (a) 1,40 (a) 1,40 (a) P(1)>.7353
SEM2 0,015 0,014 0,015 0,014 0,014
4 1,42 (b) 1,44 (b) 1,41 (ab) 1,39 (ab) 1,35 (a) P(1)>.0054
SEM2 0,015 0,014 0,015 0,014 0,015
5 1,46 (a) 1,45 (a) 1,43 (a) 1,43 (a) 1,40 (a) P(1)>.3978
SEM2 0,017 0,017 0,017 0,017 0,017
Conversão por quilo de ovos 1
1 1,88 1,88 1,89 1,86 1,80 P(1)>.0067
SEM2 0,020 0,019 0,019 0,019 0,019
2 1,86 1,88 1,88 1,89 1,85 P(1)>.3992
SEM2 0,020 0,019 0,019 0,019 0,019
3 1,92 1,92 1,94 1,93 1,95 P(1)>.7353
SEM2 0,020 0,019 0,019 0,019 0,019
4 1,95 1,98 1,95 1,91 1,89 P(1)>.0054
SEM2 0,020 0,019 0,020 0,019 0,020
5 1,98 1,99 1,96 1,95 1,93 P(1)>.3978
SEM2 0,021 0,019 0,020 0,019 0,020
1. Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste
Tukey-kramer a 5%; 2. SEM: mean standard error; 3. P: Probabilidade.
segundo período o menor consumo foi na densidade 321,4 cm2 (7 aves/gaiola), no terceiro
período não houve diferença (p>0,05) no consumo entre as densidades, nos períodos quarto e
quinto os menores consumos foram observados nas densidades com maior número de aves
alojadas. Possivelmente, o aumento da densidade resultou em menor área de comedouro
disponibilizado para as poedeiras, implicando em menor consumo de ração, permitindo a
melhora da conversão alimentar por dúzia de ovos e, consequentemente, menor produção e
massa dos ovos nesses tratamentos (Tabela 2).
Os resultados de consumo de ração obtidos neste estudo são semelhantes aos citados por
Costa et al. (2012) e Vercese et al. (2012) que observaram decréscimo no consumo de ração em
aves sob estresse e consequentemente, menores valores de peso dos ovos, percentagem de
postura, massa de ovos e parcialmente aos reportados por Garcia et al. (2015) que descreveram
a ocorrência de menor consumo de ração, menor produção, massa dos ovos e piora da conversão
alimentar por quilo (kg/kg) de aves alojadas na densidade 375 cm2/ave, comparativamente a
densidade 562,5 cm2/ave. Em nosso trabalho, provavelmente o adensamento de aves e a falta
de espaço, diminuiu o acesso das aves ao comedouro e consequentemente, a disponibilidade de
nutrientes essenciais para a manutenção da produção.
Contrastando com os dados de conversão por dúzia de ovos produzida, não houve
diferenças (p>0,05) entre as densidades e períodos estudados sobre a conversão alimentar por
quilo de ovos. Os resultados corroboram aos reportados por Acosta et al. (2002) e Garcia et al.
(2015) os quais demonstraram em seus estudos que densidades variando entre 357,14 e 625,00
cm2 /ave, descreveram que nas maiores densidades houve aumento no consumo de ração, mas
a conversão alimentar por quilo não foi afetada.
Diferentemente Furlan et al. (2006) e Rios et al. (2009) descreveram que o aumento da
densidade ave/alojada melhora a conversão alimentar por quilo de ração consumida e Menezes
et al. (2009), que verificaram que as densidade de alojamento de 625, 500, 416,6 e 357,14
cm2/ave para poedeiras comerciais da linhagem Dekalb White, na fase de produção não
prejudicou os parâmetros de qualidade da produção, sob os aspectos zootécnico e econômico.
115
Os resultados desse estudo são semelhantes aos reportados por Garcia et al. (2015)
estudando poedeiras semipesadas alojadas em três densidades populacionais correspondentes a
oito, 10 e 12 aves por gaiola (562,5; 450,0 e 375,0 cm2 /ave), concluíram que as aves alojadas
em menor densidade populacional (562,5 cm2 /ave) apresentaram maior consumo de ração,
porcentagem de postura, massa de ovos e melhor conversão alimentar por quilo. Por outro lado,
diferente aos resultados encontrados neste estudo, esses autores não observaram efeitos das
diferentes densidades estudadas para as características de peso do ovo e conversão alimentar
por dúzia.
Resultados semelhantes foram observados por Rech et al. (2010), quando estudaram três
densidades de alojamento na gaiola (563, 450 e 375 cm2/ave), quatro inclusões triptofano
(0,175; 0,195; 0,392 e 0,591%) aplicados em duas diferentes linhagens. Da mesma forma que
neste estudo, os autores concluíram que a redução do espaço na gaiola de 563 para 375 cm2/ave
diminuiu o peso médio de ovos independente da linhagem. Esses autores observaram diferenças
nas características produção de ovos, massa de ovos e mortalidade entre as linhagens comerciais
testadas.
116
Qualidade de ovos
A análise de variância não apresentou diferenças significativas (p>0,05) das densidades
estudadas sobre as variaveis de qualidade de ovos analisadas, mas foram observados efeitos
significativos (p<0,05) dos períodos sobre as percentagens de gema, albúmem, casca, unidades
Haugh, cor da gema e resistência à quebra (Tabela 4). Houve interação significativa (p<0,05)
entre densidades e períodos sobre a gravidade específica e espessura da casca (Tabela 4).
Tabela 4- Percentagens de gema, albúmen e casca, unidades Haugh, cor da gema e resistência
da casca à quebra de ovos de linhagens de poedeiras leves alojadas de 23 a 43 semanas
em diferentes densidades nos cinco períodos avaliados
Períodos
1 2 3 4 5
Gema (%)1
29,12a 25,25d 26,62c 26,97b 26,96b
SEM2 0,146 0,122 0,120 0,122 0,095
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
Albúmen (%)1
59,94d 64,86a 63,40b 63,26b 62,93c
SEM2 0,195 0,141 0,151 0,157 0,112
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
Casca (%)1
10,77a 9,87cd 9,94c 9,81d 10,08b
SEM2 0,063 0,050 0,050 0,050 0,043
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
Unidades Haugh
Médias 91,98bc 94,4a 92,1b 91,20c 91,82bc
SEM2 0,429 0,365 0,318 0,335 0,268
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
Cor da gema
Médias 5,62d 6,64a 5,57d 5,83c 5,92b
SEM2 0,053 0,055 0,049 0,051 0,046
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
Resistência à quebra
Médias 4,64a 4,48b 4,51ab 4,52ab 4,51b
SEM2 0,060 0,053 0,059 0,057 0,050
Valor de P3 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001 P(1)<.0001
1. Médias seguidas de letras diferentes, na mesma linha, diferem estatisticamente entre si pelo teste
Tukey-kramer a 5%; 2. SEM: mean standard error; 3. P: Probabilidade
117
Os resultados encontrados por Silversides e Scott (2001) que avaliaram os efeitos da idade
das poedeiras (25, 31, 49 e 59 semanas) das linhagens ISA Brown e ISA White sobre a
proporção dos componentes dos ovos e constataram que o peso do ovo e a porcentagem de
gema aumentam com a idade enquanto a casca e o albúmen diminuem o que corrobora com os
achados do presente estudo.
Ahn et al. (1997), recomendara que esses ovos de galinhas em final de postura sejam
utilizados na indústria de processamento, enquanto os das poedeiras em início de postura são
mais indicados para o consumo.
Os resultados são semelhantes aos reportados por Silversides et al. (1993) Alleoni e
Antunes (2001), obtiveram 88,48 de unidades Haugh para poedeiras com 26 semanas de idade
e 77,40 para aves com 65 semanas. Onsilar e Aksay (2005) observaram diminuição da unidade
Haugh com o aumento de aves por área. Outras pesquisas reforçam que as unidades Haugh
diminuem com o aumento da idade das aves, entretanto, pesquisas mais recentes demonstraram
essas variáveis tem pouca variabilidade durante o ciclo de postura de uma galinha poedeira
(ALLEONI; ANTUNES, 2001). A unidade Haugh é uma medida que está relacionada com a
qualidade interna dos ovos e avalia o frescor e vida de prateleira, portanto, mesmo os menores
valores observados nas menores densidades de alojamento neste estudo, podem ser
considerados de excelente qualidade.
armazenados por mais tempo e sujeitos a diferentes temperaturas, podem ter os valores
alterados de UH alterados, visto que ocorre a liquefação do albúmem com maior quantidade de
água o que diminui a unidade Haugh. Os valores de unidades Haugh podem também estar
associados à diminuição da percentagem de casca e de espessura de casca já que existe relação
entre esses dois parâmetros (HAMILTON, 1982).
A melhor resistência à quebra dos ovos foi observada no primeiro período e as menores
resistências no segundo e quinto período. Resultados semelhantes foram realizados por
HAYIRLI et al., 2005a,b, afirmando não haver influência da densidade de alojamento sobre a
qualidade externa e interna dos ovos (TRINDADE et al., 2007; SARICA et al., 2008), mas
divergem dos reportadas por Mashaly (2004) e Furlan et al. (2006) quando relatam a ocorrência
de menor resistência da casca à quebra nos grupos de poedeiras criadas em alta densidade de
alojamento.
Os resultados de gravidade específica neste estudo são semelhantes aos reportados por
Batista et al. (2012), que encontraram maiores valores para essa variável nas maiores
densidades de alojamento. A gravidade especifica é uma medida que avalia a densidade do ovo
e está relacionada com a espessura da casca, mas outros fatores como estresse calórico e a
deficiência de nutrientes como cálcio e vitaminas podem interferir na diminuição dos valores.
Hamiltom (1982) ressaltou correlação positiva entre gravidade específica e espessura da casca
e quanto maior é o valor da gravidade específica maior é a espessura da casca.
densidade de alojamento para as aves e o período (idade das aves) interfere na qualidade de
ovos, uma vez que foram observadas diferenças entre eles, que pode ter sido provocada pelo
estresse sofrido, alterando as características físicas do ovo.
Barbosa Filho et al. (2006), estudaram conforto térmico para linhagens de poedeiras leves
e semipesadas e encontraram, respectivamente, 0,38 e 0,37 mm, de espessura de casca em
condições de estresse por calor (35 °C), mas em condições de conforto térmico (26 °C) a
espessura da casca excedeu 0,45 milímetros. Esses valores confirmados por Oliveira et al.
(2014) em ensaio com galinhas poedeiras em gaiolas enriquecidas submetidas a 20 e 26 ºC,
observaram melhor distribuição do cálcio na superfície do ovo durante sua formação e
espessura de casca de 0,48 e 0,47 mm, mas quando a temperatura era 32ºC houve diminuição
da espessura da casca para 0,41 mm.
Camerini (2012) reportou que aves com idade intermediária entre 33 e 55 semanas
produzem ovos com maior gravidade específica (1075 a 1090) e a medida que a poedeira
envelhece, a qualidade dos ovos produzidos diminui, o que foi confirmado no presente trabalho,
uma vez os resultados obtidos com algumas variáveis observadas evidenciaram a diminuição
em seus valores com o aumento da idade da ave. As diferenças entre raças, linhagens, famílias
e indivíduos podem determinar diferenças na cor, no tamanho, na forma, na textura da casca do
ovo e na qualidade do albúmen e gema (CARVALHO et al., 2007).
O tamanho do ovo aumenta mais rapidamente com a idade da poedeira do que o peso da
casca, fazendo com que a espessura diminua. A menor espessura de casca em aves velhas se
relaciona com uma menor atividade enzimática da anidrase carbônica associada ou não à menor
absorção intestinal de cálcio, mobilização óssea e menor taxa de retenção deste mineral
(ROLAND, 1976; HAMILTON, 1978).
Resultados semelhantes foram encontrados Hayirli et al. (2005a,b), Trindade et al. (2007),
Sarica et al. (2008) e Cabrelon (2016), os quais relataram não haver influência da densidade de
alojamento sobre a qualidade externa e interna dos ovos, Por outro lado, Mench et al. (1986)
relataram que a resistência da casca foi inferior para os ovos de poedeiras criadas em alta
densidade de alojamento.
Assim, de uma maneira geral, pode-se observar pelos resultados apresentados nas tabelas
2, 4 e 5, que apesar de haver diferenças na qualidade de ovos, ao final do experimento às 43
semanas de idade das aves, todos se encontravam com peso dentro da classificação do tipo extra
(60 a 65g/unidade), (BRASIL, 1990, 1997, 2000) e ovos com valores de UH superiores a 72
que são considerados de qualidade excelente (AA) e o percentual de albúmen de 63,9% para
ovos brancos é considerado bom (USDA, 2000; SCOTT; 2000).
Análise econômica
Para realização dos cálculos para precificação do produto ovo, os dados foram compilados
em cinco períodos de 28 dias cada, com início na 23ª e término na 43ª semana de vida das aves.
De acordo com os dados apresentados na tabela 6, pode-se observar aumento do peso dos ovos
com o aumento da idade das aves; em contra partida outras variáveis foram reduzidas, como já
era de se esperar devido os diferentes estádios de desenvolvimento da ave, compreendidos em
período inicial de postura, pico de postura e pós-pico de postura.
122
Tabela 6 - Coeficientes zootécnicos de poedeiras leves em diferentes idades (23 a 43 semanas) e densidades de
alojamento
Período 1
23 a 27 semanas de idade das aves: Início postura
Densidade de Peso % Consumo de Conversão por Conversão por Equivalência
alojamento ovo Postura ração g/ave/dia dúzia de ovos quilo de ovos produtiva área %
750 cm² 56,16 97,51 102,59 1,26 1,88 0,00
562,5 cm² 56,26 97,29 102,60 1,27 1,88 33,83
450 cm² 55,75 96,81 101,35 1,27 1,89 66,92
375 cm² 54,80 95,88 97,48 1,23 1,86 100,75
321,4 cm² 55,14 95,96 94,48 1,19 1,80 133,83
Período 2
28 a 31 semanas de idade das aves: Pico postura
Densidade de Peso % Consumo de Conversão por Conversão por Equivalência
alojamento ovo Postura ração g/ave/dia dúzia de ovos quilo de ovos produtiva área %
750 cm² 59,83 100,00 109,63 1,33 1,86 0,00
562,5 cm² 58,70 98,36 108,47 1,33 1,88 33,83
450 cm² 59,34 98,14 108,70 1,34 1,88 66,92
375 cm² 58,64 96,20 105,62 1,34 1,89 100,75
321,4 cm² 57,26 94,43 99,36 1,27 1,85 133,83
Período 3
32 a 35 semanas de idade das aves: Pico postura
Densidade de Peso % Consumo de Conversão por Conversão por Equivalência
alojamento ovo Postura ração g/ave/dia dúzia de ovos quilo de ovos produtiva área %
750 cm² 60,24 99,26 114,61 1,38 1,92 0,00
562,5 cm² 60,55 97,98 113,97 1,4 1,92 33,83
450 cm² 60,67 97,03 113,27 1,41 1,94 66,92
375 cm² 60,38 97,55 112,47 1,4 1,93 100,75
321,4 cm² 59,95 96,02 112,04 1,4 1,95 133,83
Período 4
36 à 39 semanas de idade das aves: Pós-pico postura
Densidade de Peso % Consumo de Conversão por Conversão por Equivalência
alojamento ovo Postura ração g/ave/dia dúzia de ovos quilo de ovos produtiva área %
750 cm² 60,85 96,19 113,74 1,42 1,95 0,00
562,5 cm² 60,44 96,23 115,04 1,44 1,98 33,83
450 cm² 60,73 96,05 112,12 1,41 1,95 66,92
375 cm² 60,23 95,52 109,46 1,39 1,91 100,75
321,4 cm² 59,52 95,17 107,29 1,35 1,89 133,83
Período 5
40 à 43 semanas de idade das aves: Pós-pico postura
Densidade de Peso % Consumo de Conversão por Conversão por Equivalência
alojamento ovo Postura ração g/ave/dia dúzia de ovos quilo de ovos produtiva área %
750 cm² 61,26 97,53 116,10 1,46 1,98 0,00
562,5 cm² 60,91 96,43 116,20 1,45 1,99 33,83
450 cm² 61,45 95,81 114,11 1,43 1,96 66,92
375 cm² 61,15 93,02 110,78 1,43 1,95 100,75
321,4 cm² 60,16 93,97 109,79 1,40 1,93 133,83
Outro ponto analisado na parte econômica foram os fatores de produção, com base nos
coeficientes zootécnicos apresentados na tabela 7 com destaque ao custo nas diferentes
densidades de alojamento.
Onde de acordo com resultados apresentados na tabela 7 e pode-se notar que o custo
estimado de energia, mão-de-obra, instalações, embalagens e outros, variaram de 9,6 a 30,45%;
o que representa 317,19% de variação, sendo o principal fator que pode inviabilizar a adoção
de taxas de adensamento entre 750 e 562,5cm²; o que seria negativo do ponto de vista do bem-
estar das aves, pois se apresenta um custo muito elevado, não favorece o interesse ou a
manutenção das aves nestas densidades de alojamento.
Tabela 7 - Fatores de produção (CUSTO) de poedeiras leves de 23 à 43 semanas de idade e cinco densidades
de alojamento
Tabela 8 - Fatores de Produção (RECEITA) de Poedeiras Leves em diferentes idades (27 a 43 semanas) e
densidades de alojamento
(Continua)
Período 1 - 23 a 27semanas de idade das aves: Início postura
Preço Venda Receita Bruta %Margem
Densidade Preço Venda Receita Estimada
Caixa 30/Dz Estimada Caixa Bruta R$ e/ou
alojamento 30/Dz (US$) Caixa 30/Dz (R$)
(R$) 30/Dz (US$) US$
750 cm² 107,00 30,99 9,65 2,80 9,02
562,5 cm² 107,00 30,99 14,66 4,25 13,70
450 cm² 107,00 30,99 19,73 5,71 18,44
375 cm² 107,00 30,99 26,56 7,69 24,83
321,4 cm² 107,00 30,99 31,43 9,10 29,37
Período 2 - 28 a 31 semanas de idade das aves: Pico postura
Preço Venda Receita Bruta %Margem
Densidade Preço Venda Receita Estimada
Caixa 30/Dz Estimada Caixa Bruta R$ e/ou
alojamento 30/Dz (US$) Caixa 30/Dz (R$)
(R$) 30/Dz (US$) US$
750 cm² 107,00 30,99 1,62 0,47 1,51
562,5 cm² 107,00 30,99 9,23 2,67 8,63
450 cm² 107,00 30,99 13,66 3,96 12,76
375 cm² 107,00 30,99 19,08 5,52 17,83
321,4 cm² 107,00 30,99 27,63 8,00 25,83
Período 3 - 32 a 35 semanas de idade das aves: Pico de postura
Preço Venda Receita Bruta %Margem
Densidade Preço Venda Receita Estimada
Caixa 30/Dz Estimada Caixa Bruta R$ e/ou
alojamento 30/Dz (US$) Caixa 30/Dz (R$)
(R$) 30/Dz (US$) US$
750 cm² 107,00 30,99 -1,53 -0,44 -1,43
562,5 cm² 107,00 30,99 4,49 1,30 4,19
450 cm² 107,00 30,99 9,89 2,86 9,24
375 cm² 107,00 30,99 13,85 4,01 12,95
321,4 cm² 107,00 30,99 18,04 5,22 16,86
Período 4 - 36 a 39 semanas de idade das aves: Pós-pico
Preço Venda Receita Bruta %Margem
Densidade Preço Venda Receita Estimada
Caixa 30/Dz Estimada Caixa Bruta R$ e/ou
alojamento 30/Dz (US$) Caixa 30/Dz (R$)
(R$) 30/Dz (US$) US$
750 cm² 107,00 30,99 -1,22 -0,35 -1,14
562,5 cm² 107,00 30,99 3,44 1,00 3,22
450 cm² 107,00 30,99 10,87 3,15 10,16
375 cm² 107,00 30,99 16,44 4,76 15,37
321,4 cm² 107,00 30,99 21,97 6,36 20,53
126
Nas taxas de lotação de 750 cm² por ave tornou-se inviável a partir do terceiro período
compreendido entre 32 a 35 semanas de vida, no pico de postura; valores de margem bruta
negativos também observados nos períodos seguintes, compreendidos o pós pico de postura.
Outros fatores que não foram observados como, por exemplo; a influência da mortalidade
do lote, item que compromete parte da receita, devido à idade das aves que durante todo o
período experimental são consideradas jovens, onde apresentam elevada resiliência; o que
provavelmente não ocorreria se continuassem em altas densidades até o final do ciclo produtivo
127
(BARBOSA FILHO et al., 2007) onde não conseguiriam manter sua sáude e consequentemente
a viabilidade econômica do lote.
O ciclo de produção de galinhas poedeiras é longo, muitas vezes se estendendo até 100
semanas de idade das aves. Assim, pesquisas com aves poedeiras apresentam grande demanda
de recursos financeiros e de tempo, o que dificulta comparar de forma experimental todos os
aspectos que envolveriam esse sistema comercial. A exemplo, este estudo foi conduzido de 23
a 43 semanas de idade das aves, quando as aves estão em seu vigor máximo, portanto haveria
necessidade de continuar as observações por mais 57 semanas, onde provavelmente os
resultados obtidos mostrariam de forma mais efetiva as injúrias, estresse crônico e perdas
produtivas, decorrentes do adensamento.
O estresse crônico que ocorre, tem como consequências o aumento do número de aves
alojadas por m², elevação do incremento cálorico, aumento da umidade nas excretas; aumento
da produção de gases como, por exemplo, amônia, elevação do número de moscas no local,
com consequências desastrosas a sáude das aves (BARBOSA FILHO et al., 2007), com perdas
produtivas significativas e de recursos financeiros, tendo como solução emergêncial a redução
do número de aves alojadas neste sistema.
4.3 CONCLUSÃO
das aves, compreendendo o início, pico e pós-pico de produção, quando as mesmas estão
fisiologicamente preparadas para responder ao máximo desempenho. O presente trabalho
também sugere que a crescente demanda biológica em aves de postura, que são exploradas até
90-100 semanas de idade, como ocorre em granjas comerciais, provavelmente ocorram
diferenças econômicas, pelo comprometimento do bem-estar, causando injúrias, maior
mortalidade no lote e prejuízos à saúde das aves e ao desempenho econômico.
129
REFERÊNCIAS
AHAMMED, M.; CHAE, B. J.; LOHAKARE, J.; KEOHAVONG, B.; LEE, M. H.; LEE, S.
J.; KIM, D. M.; LEE, J. Y.; OHH, S. J.. Comparison of aviary, barn and conventional cage
raising of chickens on laying performance and egg quality. Asian-Australasian Journal
Animal Science, v. 27, n. 8, p. 1196–1203, 2014.
AHN, D. U.; KIM, S. M.; SHU, H. Effect of egg size and strain and age of hens on the solids
content of chicken eggs. Poultry Science, v. 76, p. 914-919, 1997.
BARBOSA FILHO, J. A. D.; SILVA, J. O.; SILVA, M. A. N.; SILVA, C. J. M. Avaliação dos
comportamentos de aves poedeiras utilizando seqüência de imagens. Engenharia Agrícola,
Jaboticabal, v. 27, n. 1, p. 93-99, 2007.
BATISTA, E. S.; PEREIRA, D. F.; SANCHEZ, F. T.; GUIMARÃES, M. A.; NAGAI, D. K.;
SOARES, N. M.; TOGASHI, C. K.; BUENO, L. G. F. Comportamento de uso do ninho e
desempenho produtivo de poedeiras alojadas em diferentes densidades e tamanhos de grupo.
Revista Educação Agrícola Superior, v. 27, n. 2, p. 119-123, 2012.
BOVERA, F.; IANNACCONE, F.; PICCOLO, G.; DI MEO, C.; RUSSO, F.; PISCITELLI, D.;
ATTIA, Y. A.; HASSAN, S. S. A.; NIZZA, A. Effect of group size on performance and egg
quality of laying hens during 20 to 36 weeks of age. Italian Journal of Animal Science,
Bologna, v. 13, p. 2015-2220, 2014.
CAREY, J. B.; KUO, F. L.; ANDERSON, K. E. Effects of cage population on the productive
performance of layers. Poultry Science, v. 74, n. 2, p. 633-637, 1995.
COTTERILL, O. J. Egg science and technology. New York: Food Products Press, 1995. 323
p.
FURLAN, R. L.; MACARI, M.; MATEUS, J. R. Bem estar das aves e suas implicações sobre
o desenvolvimento e produção. 2006. Disponível em:
<http://www.engomix.com/bem_estar_das_aves_p_artigos_17_AVG.htm>. Acesso em: 21
out. 2016.
131
FURLAN, R. L.; MACARI, M.; PARANHOS DA COSTA, M. J. R. Bem-estar das aves e suas
implicações sobre o desenvolvimento e produção. In: FÓRUM INTERNACIONAL DE
AVICULTURA, 1., 2005, Foz do Iguaçu. [Anais...]. Foz do Iguacu, 2005.
GARCIA, E. A.; et al. Efeito da taxa de lotação da gaiola nas fases de cria e de recria sobre o
desempenho de frangas semi pesadas na fase de recria. In: CONFERÊNCIA APINCO DE
CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 2003, Campinas, SP. Anais... Campinas: FACTA,
2015. p. 6.
GUESDON V.; FAURE, J. Laying performance and egg quality in hens kept in standard or
furnished cages. Animal Research, v. 53, p. 45–57, 2004.
GUESDON, V.; AHMED A. M.; MALLET S.; FAURE J. M.; NYS Y. Effects of beak
trimming and cage design on laying hen performance and egg quality. Britsh Poultry Science,
v. 47, n. 1, p. 1-12, 2006.
HAMILTON, R. M. G. Methods and factors that affect measurement of egg shell quality.
Poultry Science, v. 61, p. 2022-2039, 1982.
HAYIRLI, A.; ESENBUGA, N.; MACIT, M.; LASIN, E.; KARAOGLU, M.; KARACA, H.;
YILDIZ, L. Nutrition practice to alleviate the adverse effects of stress on laying performance,
metabolic profile, and egg quality in peak producing hens: I. The humate supplementation.
Asian-Australasin Journal Animal Sciences, v. 9, p. 1310-1319, 2005a.
HAYIRLI, A.; ESENBUGA, N.; MACIT, M.; YORUK, M. A.; YLLDLZ, A.; KARACA, H.
Nutrition practice to alleviate the adverse effects of stress on laying performance, metabolic
profile, and egg quality in peak producing hens: II. The probiotic supplementation. Asian-Aust.
Journal Animal Sciences, v. 12, p. 1752-1760, 2005b.
HOLZEBOSCH, J. Wide range of housing options for layers. World Poultry, v. 22, n. 6, p.
20–23, 2006. Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/animalwelfare
/7036-WP_22[1].6_5.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2018.
HUNTON, P. Egg production, processing and marketing. In: HUNTON, P. (Ed.). Poultry
production. Amsterdam: Elsevier, 1995. p. 457-481.
indicadores/agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leite-couro-ovos_201504_publ_
completa.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2016.
JALAL, M. A.; SCHEIDELER, S. E.; MARX, D. Effect of bird cage space and dietary
metabolizable energy level on production parameters in laying hens. Poultry Science,
Champaign, v. 85, p. 306-311, 2006.
JENDRAL, M. J.; KORVER, D. R.; CHURCH, J. S.; FEDDES, J. J. R. Bone mineral density
and breaking strength of white leghorns housed in conventional, modified, and commercially
available colony battery cages. Poultry Science, Champaign v. 87, n. 5, p. 828-837, 2008.
LEDVINKA, Z.; EVA, T.; ENGLMAIEROVÁ, M.; PODSEDNÍ, M. Egg quality of three
laying hen genotypes kept in conventional cages and on litter. Archiv fur Geflugelkunde v.
76, n. 1, p. 38–43, 2012.
LIN, H. New approach of testing on eggshell quality mechanical and material properties of
eggshell and membrane. Poultry Science, v. 45, n. 4, p. 476- 482, 2004.
MASHALY, M. M.; HENDRICKS III, G. L.; KALAMA, M. A.; GEHAD, A. E.; ABBAS, A.
O.; PATTERSON, P. H. Effect of heat stress on production parameteres and immune responses
of commercial laying hens. Poultry Science, v. 83, n. 6, p. 889-894, 2004.
OKPOKHO, N. A.; CRAIG, J. V.; MILLIKEN, G. A. Density and group size effects on caged
hens of two genetic stocks differing in escape and avoidance behavior. Poultry Science,
Champaign v. 66, n. 12, p. 1905-1910, 1987.
ONBAŞILAR, E. E.; AKSOY, F. T. Stress parameters and immune response of layers under
different cage floor and density conditions. Livestock Production Science, v. 95, n. 3, p. 255–
263, 2005.
2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: WSPA, 2007. Disponível em: <http://lae.fmvz.
usp.br/pdf/2007_Pasian_Gameiro_wspa.pdf>. Acesso em: 22 abr. 2018.
PEREIRA, D. F.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.;
GABRIEL FILHO, L. R. A.; BUENO, L. G. F. Comportamento de poedeiras criadas a
diferentes densidades e tamanhos de grupo em ambiente enriquecido. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 48, n. 6, p. 682-688, 2013.
RECH, O. A.; PINHEIRO, J. W.; FONSECA, N. A. N.; SILVA, C. A.; OBA, A. Efeito da
linhagem, espaço na gaiola e nível de triptofano dietético no desempenho de poedeiras
comerciais. Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 4, p. 1051-1058, 2010.
ROCHA, J. S. R.; LARA, L. J. C.; BAIÃO, N. C. Produção e bem-estar animal aspectos éticos
e técnicos da produção intensiva de aves. Ciência Veterinária Trópicos, v. 11, p. 49-55, 2008.
Supl. 1.
ROLAND, D. A. Recent developments in egg shell quality. Feedstuffs, v. 48, n. 29, p. 31,
1976.
SARICA, M.; BOGA, S.; YAMAK, U. S. The effects of space allowance on egg yield, egg
quality and plumage condition of laying hens in battery cages. Czech Journal of Animal
Science, v. 58, n. 8, p. 346-353, 2008.
SCOTT, T. A.; SILVERSIDES, B. The effect of storage and strain of hen on egg quality.
Poutry Science, v. 79, p. 1725-1729, 2000.
SILVERSIDES, F. G.; SCOTT, T. A. Effect of storage and layer age on quality of eggs from
two lines of hens. Poultry Science, v. 80, n. 8, p. 1240-45, 2001.
SILVERSIDES, F. G.; VILLENEUVE, P. I. Is the Haugh unit correction for eggs weight valid
for eggs stored at room temperature? Poultry Science, v. 73, n. 1, p. 50-55, 1994.
STADELMAN, W. J.; COTTERILL, O. J. Egg science and technology. 4 th ed. New York:
Food Products Press, 1995. 323 p.
STADELMAN, W. J.; COTTERILL, O. J. Egg science and technology. 3. ed. New York:
Food Products Press, 1986. 499 p.
STATISTICAL ANALISYS SYSTEM. (SAS). Statistical Analysis System SAS. Cary: SAS,
2012.
TAUSON, R. Management and housing systems for layers-efects on welfare and production.
World’s Poultry Science Journal, v. 61, p. 477-490, 2005.
UNIÃO BRASILEIRA DOS AVICULTORES. (UBA). Relatório anual 2008. [online], 2008.
Disponível em: <http://www.abef.com.br/ubabef/exibenoticiaubabef.php?notcodigo=3293>.
Acesso em: 01 ago. 2015.
VERCESE, F.; GARCIA, E. A.; SARTORI, J. R.; PONTES SILVA, A. P.; FAITARONE, A.
B. G.; BERTO, D. A.; MOLINO, A. B.; PELÍCIA, K. Performance and egg quality of japanese
quails submitted to cyclic heat stress. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 14, p. 37-41,
2012.
CAPÍTULO III:
Indicadores clínicos de bem-estar de poedeiras comerciais leves alojadas em cinco
densidades no sistema convencional
Clinical indicators for welfare of laying hens housed in light commercial five densities
in the conventional system
138
139
5 INTRODUÇÃO
animal, o mesmo deve ter correlação com o bem-estar e a medida escolhida (MEDEIROS;
VIEIRA, 2009; KJAER et al., 2011).
As penas e penugem nas aves atuam na regulação do equilíbrio térmico entre o organismo
e o ambiente interferindo diretamente na eficiência da radiação, da convecção e da condução
como mecanismos de eliminação de calor (MALHEIROS et al., 2000; SILVA; SEVEGNANI,
2001).
manipulação das aves para a aferição da avaliação clínica representa a principal dificuldade na
execução da técnica, pois interfere nos resultados, uma vez que as aves são muito sensíveis ao
estresse psicológico e físico provocados pelo manuseio. O simples toque em Gallus gallus
domesticus é suficiente para elevar agudamente a freqüência cardíaca e a temperatura corporal
destes animais (CAIN; ABBOTT, 1970; CABANAC; AIZAWA, 2000) e há muitos problemas
de interpretação dos experimentos e dos resultados dessas medidas (DAWKINS, 2003).
Em função do exposto, o presente estudo teve por objetivo avaliar os indicadores clínicos
de poedeiras leves criadas em cinco densidades de alojamento, a fim de estabelecer padrões
confiáveis de avaliação indireta do bem-estar das aves, no sistema produtivo convencional.
O galpão com cobertura de telhas de cerâmica possui abertura lateral e telas nas laterais
e nos oitões de uma polegada de diâmetro para proteção contra entrada de outras aves e animais,
além de dois ventiladores no seu interior.
Para análise dos efeitos da densidade de alojamento sobre o bem-estar das aves poedeiras,
foram avaliados os parâmetros frequência respiratória (bpm) e temperatura cloacal. Essas
variáveis foram aferidas nas aves ao final do experimento, quando completaram 43 semanas de
idade, na fase produtiva conhecida como “pós-pico de produção”. O horário escolhido foi o de
maior temperatura na instalação e, possivelmente, de maior estresse por calor para as aves.
Foram escolhidas ao acaso, uma ave por parcela, totalizando 25 aves por tratamento, que
foram contidas manualmente para a auscultação da frequência cardíaca, observando-se o
número de movimentos respiratórios da região frontal do pescoço da ave de cada parcela,
143
Após tomar a frequência respiratória as aves foram retiradas das gaiolas para a aferição
da temperatura cloacal que foi aferida com auxílio de um termômetro digital com haste rígida
por um período de 2 minutos em contato com mucosa da cloaca.
Para a avaliação dos escores de lesão, foram adaptados índices presentes no Welfare Quality©
(2009) e Veissier et al. (2013), para aves, que possui escala crescente, variando de zero (0), 1 e
2, onde o valor zero é considerado o melhor índice para o bem-estar, e o valor 2 é considerado
o pior índice (Tabela 9). Os escores externos de lesão escolhidos foram: crista, quilha,
empenamento, cloaca, patas e escore interno o fígado. Após a avaliação externa, as aves foram
abatidas por deslocamento cervical (CEUA nº 218-15) para retirada do fígado e avaliações
macroscópicas que foram classificadas em diferentes escores: zero (normal), 1 (ictérico ou
pálido + bordas arredondadas), 2 (ictérico ou pálido + bordas arredondadas + hemorrágico) e 3
(ictérico ou pálido + bordas arredondadas + hemorrágico + friável).
Os danos no empenamento foram registrados para as seguintes regiões do corpo das aves:
cabeça, pescoço, peito, cauda, asas e região da cloaca (Figura 5).
144
Escores Descrição
0 Nenhum dano, penas íntegras.
1 Penas ligeiramente quebradas.
2 Penas muito quebradas, sem expor a pele.
3 Região sem penas e com lesão na pele.
A soma total dos escores poderá atingir o valor de 18, uma vez que foram seis áreas
analisadas (cabeça, pescoço, peito, cauda, asas e região da cloaca), e o valor de escore máximo
é três. Assim, quanto mais próximo de 18, melhor as condições de empenamento das aves
(WELFARE QUALITY, 2009).
principal. A normalidade dos dados foi testada através do teste de Shapiro Wilk e as variâncias
quando significativas foram comparadas pelo teste de Levene. Após análise de variância e
regressão, caso não houvesse interação, os fatores foram analisados separadamente e os efeitos
dos tratamentos foram desdobrados em polinômios ortogonais. Foram considerados os efeitos
lineares e quadráticos. Graus acima dos citados foram considerados desvios da regressão.
Quando presentes foram analisados quanto a interação entre densidade de alojamento e
linhagem.
Os escores externos de lesão escolhidos foram: crista, quilha, empenamento, cloaca, patas
e escore interno o fígado. O modelo incluiu os efeitos fixos de tratamento e peso da ave
(covariável). A distribuição padrão usada para dados de contagem de escores de lesão utilizada
foi a de Poisson para Modelos Lineares Generalizados. As variáveis: crista, quilha,
empenamento, cloaca e patas foram analisados pelo modelo logístico PROC GENMOD (SAS
Inst., Inc., Cary, NC).
Os resultados dos indicadores clínicos de saúde estão apresentados nas tabelas 10 a 12. A
análise de variância não apresentou diferenças significativas (p>0,05) das densidades de
alojamento sobre a frequência cardíaca (bpm) e temperatura da cloaca (ºC). Os resultados
médios encontrados em todos os tratamentos apresentaram padrões de normalidade para a
espécie. As densidades de alojamento utilizadas não proporcionaram alterações fisiológicas em
grau suficiente para se detectar diferenças na frequência cardíaca e temperatura da cloaca entre
os grupos (Tabela 10).
146
Tabela 10 - Peso da ave (g), frequência cardíaca (bpm) e temperatura da cloaca (ºC) de linhagens de
poedeiras comerciais leves alojadas em cinco densidades
O coração de aves pode bater de 300 a 400 vezes/minuto (BENEZ, 2001) e a temperatura
corporal varia entre 41° e 42°C, mas 41,1°C caracteriza uma condição de conforto térmico
(MACARI; FURLAN, 2001). O simples toque em Gallus gallus domesticus é suficiente para
elevar agudamente a freqüência cardíaca e a temperatura corporal destes animais (CABANAC;
AIZAWA, 2000).
SMITH et al. (2014) comparando dois métodos para aferir os batimentos cardíacos de
frangos e galinhas criados em sistema free-range, encontraram valores médios de 227 e 222
batimentos/minutos para frangos e 362 e 348 batimentos/minuto para galinhas, por auscutação
e eletrocardiograma, respectivamente, valores observados as galinhas, semelhantes aos
encontrados em nosso estudo.
A frequência dos escores de lesão são apresentadas nas tabelas 11 e 12. Houve efeito
significativo (p<0,05) das densidades de alojamento sobre todas as variáveis e os resultados
dessas freqüências nas densidades de alojamento foram aferidos pelo escore externo de lesão
(crista, quilha, empenamento, cloaca e patas), escore interno de lesão no fígado e estão
apresentados na tabela 12.
Tabela 11 - Frequência geral de escore de lesão na crista, quilha, empenamento, cloaca, patas e fígado de
linhagens de poedeiras comerciais leves sob cinco densidades de alojamento
De acordo com os dados obtidos, diferentes lesões estão ligadas a interações sociais
(comportamento agonístico ou exploratório), nas regiões de cabeça, pescoço e cloaca; também
lesões de diferentes tipos relacionadas ao ambiente (grades da gaiola, espaço para
movimentação), que pode ter gerado maior atrito e perdas parciais das penas das regiões do
peito, cauda e asas.
Com relação ao efeito da densidade de aves, houve o aumento de lesões de crista nas aves
mantidas em menores densidades e nas maiores densidades observamos aumento nos problemas
de quilha e de cloaca (Tabela 12).
Tabela 12 - Frequência de escore de lesão na crista, quilha, empenamento, cloaca, patas e fígado de
poedeiras comerciais leves sob cinco densidades de alojamento
(Continua)
Frequência de Densidade (cm2/ave)
Escore de lesão 750 562,50 450 375 321,42
Crista
0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67
1 3,33 2,67 7,33 5,33 4,00
2 16,67 17,33 12,67 14,67 15,33
Quilha
0 5,33 2,00 2,00 2,67 3,33
1 0,67 0,67 0,00 0,00 0,67
2 14,00 17,33 18,00 17,33 16,00
Empenamento¹
0 8,67 9,33 8,00 6,67 6,00
1 8,67 9,33 9,33 10,67 8,67
2 2,67 1,33 2,67 2,67 5,33
149
Tabela 12- Frequência de escore de lesão na crista, quilha, empenamento, cloaca, patas e fígado de
poedeiras comerciais leves sob cinco densidades de alojamento
(Conclusão)
Widowski et al. (2017), estudaram o efeito da área da gaiola (520 e 748 cm2/ave), espaço
de comedouros (8,9 e 12,8 cm/ave), percentagem de tempo no comedouro, e frequência de
bicadas agressivas entre as poedeiras alojadas em gaiolas enriquecidas e observaram pequena
competição pelo espaço de comedouro e de área da gaiola, com baixa freqüência de bicadas
entre as aves, concluindo que a limitação de espaço não influenciou esse comportamento.
2001). De acordo com Keeling (1995), a disputa por recursos e a relação hierárquica são os
principais fatores que influenciam o comportamento de poedeiras.
Anormalidades na quilha foram mais frequentes conforme aumentou número de aves nas
gaiolas. Estes resultados estão de acordo com a literatura, e estão associados ao menor espaço
e movimento das aves (VITS et al., 2005; SINGH et al., 2009; BLATCHFORD et al., 2016).
Resultados de escore de lesão na quilha observados neste estudo são semelhantes aos reportados
por Pickel et al. (2010, 2011), quando relataram que a pressão mecânica sobre a quilha é cinco
vezes maior que a pressão sobre as patas da ave, e dessa forma, aves que passam mais tempo
deitadas tendem a desenvolver maior calosidade nessa região.
5.3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ALM, M.; TAUSON, R.; HOLM, L.; WICHMAN, A.; KALLIOKOSKI O.; WALL, H.
Welfare indicators in laying hens in relation to nest exclusion. Poultry Science, v. 95, p. 1238-
1247, 2016.
ALM, M.; WALL, H.; HOLM, L.; WICHMAN, A.; PALME, R.; TAUSON, R. Welfare anda
performance in layers following temporary exclusion from the litter area on introduction to the
layer facility. Poultry Science, v. 94, p. 565-573, 2015.
APPLEBY M. C. What causes crowding? Effects of space, facilties and group size n behaviour,
with particular reference to furnished cages for hens. Animal Welfare, v. 13, p. 313–320, 2004.
APPLEBY, M. C.; WALKER, L. W.; NICOL, C. J.; LINDBERG, A. C.; FRIERE, R.;
HUGHES, B. O.; ELSON, H. A. Development of furnished cages for laying hens. British
Poultry Sciences, v. 43, p. 489–500, 2002.
BESTMAN, M.; KOENE, P.; WAGENAAR, J.-P. Influence of farm factors on the occurrence
of feather pecking in organic reared hens and their predictability for feather pecking in the
laying period. Applied Animal Behaviour Science, v. 121, p. 120-125, 2009.
doi:10.1016/j.applanim.2009.09.007.
BILČÍK, B.; KEELING, L. J. Changes in feather condition in relation to feather pecking and
aggressive pecking in laying hens. Britsh Poultry Scienci, v. 40, p. 444–451, 1999.
152
CABANAC, M.; AIZAWA, S. Fever and tachycardia in a bird (Gallus domesticus) after simple
handling. Physiology & Behavior, v. 69, n. 4\5, p. 541-545, 2000.
CAIN, J. R.; ABBOTT, U. K. A system for diurnal heart rate measurement in chickens. Poultry
Science, v. 49, p. 1085, 1970.
CASTILHO, V. A. R.; GARCIA, R. G.; LIMA, N. D. S.; NUNES, K. C.; CALDARA, F. R.;
NÄÄS, I. A.; BARRETO, B.; JACOB, F. G. Bem-estar de galinhas poedeiras em diferentes
densidades de alojamento. Revista Brasileira de Engenharia de Biossistemas, v. 9, n. 2, p.
122, 2015. Disponível em: <http://seer.tupa.unesp.br/index.php/BIOENG/article/view/258>.
Acesso em: 15 ago. 2015.
EL-LETHEY, H.; AERNI, V.; JUNGI, T. W.; WECHSLER B.Stress and feather pecking in
laying hens in relation to housing conditions. Britsh Poultry Science, v. 41, p. 22-28, 2000.
KJAER, J. B.; GLAWATZ, H.; SCHOLZ, B.; RETTENBACHER, S.; TAUSON, R. Reducing
stress during welfare inspection: validation of a non-intrusive version of the LayWel plumage
scoring system for laying hens. British Poultry Science, v. 52, n. 2, p. 149-154, 2011.
KORTE, S. M.; RUESINK, W.; BLOKHUIS, H. J. Heart rate variability during manual
restraint in chicks from high- and low-feather pecking lines of laying hens. Physiol. Behav., v.
65, p. 649–652, 1999.
MACARI, M.; FURLAN, R. L. Ambiência na produção de aves em clima tropical. In: SILVA,
I. J. (Ed.). Ambiência na produção de aves em clima tropical. Piracicaba: FUNEP, 2001.
cap. 2, p. 31-87.
PEREIRA, D. F.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.; BATISTA, E. S.; SANCHES, F. T.;
GABRIEL FILHO, L. R. A.; BUENO, L. G. F. Comportamento de poedeiras criadas a
diferentes densidades e tamanhos de grupo em ambiente enriquecido. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 48, n. 6, p. 682-688, 2013.
PICKEL, T.; SCHOLZ, B.; SCHRADER, L. Perch material and diameter affects particular
perching behaviours in laying hens. Applied Animal Behaviour Science, v. 127, p. 37-42,
2010. doi: 10.1016/j.applanim.2010.08.005.
PICKEL, T.; SCHOLZ, B.; SCHRADER, L. Roosting behaviour in laying hens on perches of
different temperatures: trade-offs between thermoregulation, energy budget, vigilance and
resting. Applied Animal Behaviour Science, v. 134, p. 164-169, 2011. doi: 10.1016/j.appla
nim.2011.07.003.
154
RODENBURG, B.; DE REU, K.; TUYTTENS, F. Performance, welfare, health and hygiene
of laying hens in non-cage systems in comparison with cage systems. In: POULTRY SCIENCE
SYMPOSIUM, 30., 2011, Glasgow, UK. Proceedings… Glasgow, UK., 2011. p. 36–37.
RODENBURG, T. B.; TUYTTENS, F. A. M.; SONCK, B.; DE REU, K.; HERMAN, L.;
ZOONS, J. Welfare, health, and hygiene of laying hens housed in furnished cages and in
alternative housing systems. Journal of Applied Animal Welfare Science, v. 8, n. 3, p. 211–
226, 2005.
SCANES, C. G. Biology of stress in poltry with emphasis on glucocorticoids and the heterophil
to lymphocyte ratio. Poultry Science, v. 95, p. 208-2215, 2016.
SHIMMURA, T.; HIRAHARA, S.; AZUMA, T.; SUZUKI, T.; EGUCHI, Y.; UEKATE, K.;
TANAKA, D. R. T. Multi-factorial investigation of various housing systems for laying hens.
British Poultry Science, v. 51, n. 1, p. 31-42, 2010.
SHINDER, D.; RUSAL, M.; TANNY, J.; DRUYAN, S.; YAHAV, S. Thermoregulatory
responses of chicks (Gallus domesticus) to low ambient temperatures at an early age. Poultry
Science, v. 86, p. 2200-2209, 2007.
SILVA, M. A. N.; BARBOSA FILHO, J. A. D.; SILVA, C. J. M.; SILVA, I. J. O.; COELHO,
A. D.; SAVINO, J. M. Avaliação do estresse térmico em condição simulada de transporte de
frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 36, n. 4, p. 1126-1130, 2007.
Supl.
SILVA, M. A. N.; SILVA, I. J. O.; PIEDADE, S. M. S.; MARTINS, E.; COELHO, A. A. D.;
SAVINO, V. J. M. Resistência ao estresse calórico em frangos de pescoço pelado. Revista
Brasileira de Ciências Avícolas, Campinas, n.1, v.3, p. 27-33, 2001.
155
SINGH, R.; CHENG, K. M.; SILVERSIDES, F. G. Production performance and egg quality of
four strains of laying hens kept in conventional cages and floor pens. Poultry Science, v. 88,
p. 256-264, 2009. DOI: 10.3382/ps.2008-00237.
STATISTICAL ANALISYS SYSTEM. (SAS). Sas Institute. User's guide: statistics version
9.1.3. Cary: SAS, 2003. (Compact disc).
STATISTICAL ANALISYS SYSTEM. (SAS). Statistical Analysis System SAS. Cary: SAS,
2012.
STURKIE, P. D. Body fluids: blood. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian physiology. 4th ed.
Springer-Verlag, Berlin, 1986a. p. 102-120.
STURKIE, P. D. Kidneys, extrarenal salt secretion and urine. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian
physiology. 4th ed. Springer-Verlag, Berlin, 1986b. p. 359-382.
THOGERSON, C. M.; HESTER, P. Y.; MENCH, J. A.; NEWBERRY, R. C.; OKURA, C. M.;
PAJOR, E. A.; TALATY, P. N.; GARNER, J. P. The effect of feeder space allocation on
productivity and physiology of Hy-Line W-36 hens housed in conventional cages. Poultry
Sciences, v. 88, p.1793–1799, 2009b.
THOGERSON, C. M.; HESTER, P. Y.; MENCH, J. A.; NEWBERRY, R. C.; PAJOR, E. A.;
GARNER, J. P. The effect of feeder space allocation on behaviour of Hy-Line W-36 hens
housed in conventional cages. Poultry Sciences, v. 88, p.1544–1552, 2009a.
UNITED EGG PRODUCERS. (UEP). Animal Husbandry Guidelines for US Egg Laying
Flock. 2016. Disponível em: <http://www.unitedegg.org/ information/pdf/UEP-Animal-
Welfare-Guidelines2016.pdf >. Acesso em: 20 abr. 2018.
VEISSIER, I.; WINCKLER, C.; VELARDE, A.; BUTTERWORTH, A.; DALMAU, A.;
KEELING, L. J. Development of welfare measures and protocols for the collection of data on
farms or at slaughter. In: BLOKHUIS, H.; MIELE, M.; VEISSIER, I.; JONES, B. Improving
farm animal welfare. Wageningen, the Netherlands: Wageningen Academic Publishers, 2013.
p. 115–141.
156
VITS, A.; WEITZENBÜRGER, D.; DISTL, O. Comparison of different housing systems for
laying hens in respect to economic, health and welfare parameters with special regard to
organized cages (literature review). Deutsche Tierarztlche Wochenschrift, v. 112, p. 332–
342, 2005.
WIDOWSKI, T. M.; CASTON, L. J.; HUNNIFORD, M. E.; COOLEY, L.; TORREY, S. Effect
of space allowance and cage size on laying hens housed in furnished cages, Part I: Performance
and well-being. Poultry Science, v. 96, p. 3805–3815, 2017.
ZIMMERMAN, P. H.; LINDBERG, A. C.; POPE, S. J.; GLENA, E.; BOLHUIS, E.; NICOL,
C. J. The effect of stocking density, flock size and modified management on laying hen
behaviour and welfare in a non-cage system. Applied Animal Behaviour Science, v. 101, p.
111-124, 2006. DOI: 10.1016/j.applanim.2006.01.005.
157
CAPÍTULO IV:
Indicadores imunológicos de poedeiras comerciais leves alojadas em
cinco densidades no sistema convencional
6 INTRODUÇÃO
Estudos indicam que aves alojadas em densidades de 300 cm2/ave, muito menor do que
750cm2/ave preconizado atualmente na União Europeia aumentam as incidências de doenças e
mortalidade e apresentam modificações metabólicas que podem alterar significativamente a
resposta imune (LAGANÁ et al., 2007; PAVAN et al., 2005; RECH et al., 2010) e, pesquisas
vêm demostrando relações existentes entre os sistemas imune, nervoso e endócrino em animais
de produção (JEURISSEN et al., 2002; QUINTEIRO-FILHO, 2008).
A imunidade das aves é dividida em dois sistemas: linfóide primário (bursa de Fabrícius
e Timo) e linfóide secundário (baço e tecidos linfóides associados a mucosas: glândula de
Harder, intestino, brônquios, placas de Peyer, divertículo de Meckel, tonsilas cecais e pineal)
(OLÁH; VERVELDE, 2008; GUIDOTTI, 2011).
O sistema imunológico das aves pode ser dividido em imunidade humoral e celular. A
imunidade humoral (com produção de anticorpos especialmente responsáveis pela proteção
específica contra patógenos, combatendo diretamente as doenças infecciosas) é a capacidade
da ave em estabelecer uma resposta imunológica através de níveis de imunoglobulinas no
plasma ou no soro (FERKET; QURESHI, 1992, 1998; GORE; QURESHI, 1997; RUTZ et al.,
2002). Neste sistema três diferentes tipos de anticorpos ou imunoglobulinas são conhecidos em
aves, a IgA que é o principal anticorpo presente nas mucosas, o IgY corresponde a 75% do total
de imunoglobulinas no soro e a imunoglobulina Y (referente a “yolk”) corresponde ao IgG de
mamíferos (ABBAS et al., 2011). A imunoglobulina IgM é funcionalmente e estruturalmente
similar à de mamíferos (TIZARD, 2010) e variações em seus níveis afetarão diretamente a
capacidade de proteção das aves contra patógenos específicos.
A susceptibilidade da ave a uma infecção pode ser subdividida em resistência, que se
refere à capacidade de uma variedade de sistemas anatômicos, fisiológicos e imune em excluir
patógenos e, a persistência de produção que se refere à capacidade de manter a sua
produtividade (ex. crescimento, eficiência alimentar, produção de ovos) durante o desafio
sanitário (KLASING, 1998 apud RUTZ et al., 2002).
Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a associação do estresse
com o enfraquecimento do sistema imune foi o francês Louis Pasteur, no final do século 19,
quando observou que galinhas expostas a condições estressantes eram mais suscetíveis a
infecções bacterianas (bacilos de antraz) que galinhas não estressadas (AMANCIO et al., 2010).
Os autores explicam que o estresse está relacionado à liberação de hormônios, que alteram
vários aspectos da fisiologia e têm ainda um efeito modulador das defesas do organismo.
161
informações a respeito da circulação do vírus no ambiente podem ser obtidas através do estudo
de perfis de imunidade por meio de levantamento sorológico que avalia as condições sanitárias
dos plantéis (BRENTANO, 2009; HOERR, 2010).
O ensaio imunoenzimático ELISA indireto (ELISA Enzyme Linked Immunosorbent
Assay indireto) pode ser utilizado através de kits comerciais específicos, através de técnica
sorológica quantitativa, no processamento de um grande número de amostras de soro, para
avaliar a resposta imune após programas de vacinação (SANTOS; SILVA, 2000), além de ser
cada vez mais aplicado nos programas de monitoramento sorológico de diferentes doenças
virais na indústria avícola (RICHTZENHAIN et al., 1993; SOUZA et al., 2000).
A avaliação da resposta imune humoral determinada pela detecção dos anticorpos de
classes diferentes de imunoglobulinas contra o vírus de Newcastle no soro e secreções
(SANTANA et al., 2008), podem ser facilmente mediadas por testes sorológicos rápidos e
eficientes (SOUZA et al., 1999; AL-GARIB et al., 2003).
O maior benefício relacionado à utilização de vacinas em poedeiras é a proteção à
funcionalidade do sistema imune e a indução de resposta por parte de anticorpos contra os
componentes cruciais do programa vacinal que visa a melhor produção de ovos (por exemplo,
a doença de Newcastle, Síndrome da Queda de Postura, Bronquite Infecciosa) (ALEXANDER
et al., 2004; RAUTENSCHLEIN et al., 2013).
O ensaio imunoenzimático em fase sólida (ELISA), pode se constituir em indicador
bastante acurado dos níveis de anticorpos produzidos por aves imunizadas com o vírus Doença
de Newcastle, pois possibilita uma vigilância ativa mais eficiente do plantel avícola, bem como
uma melhor avaliação da imunidade pós vacinal (OLIVEIRA et al., 2007).
Vacinas vivas lentogênicas contendo cepas de NDV B1 ou La Sota eficazes contra a
Newcastle estão disponíveis no mercado e proporcionam proteção as espécies aviárias para as
quais tem sido formulada, porém são menos efetivas em proteger contra a infecção e
normalmente só reduzem a quantidade de vírus eliminado pela ave infectada (GRANDO, 2002).
A biosseguridade das aves pode ser monitorada por diversas técnicas, tornando mais
eficiente e seguro o programa vacinal (BERNARDINO, 2004; BARBOSA, 2014) e os títulos
de anticorpos para a doença de Newcastle pode ser utilizado como um indicador da imunidade
humoral (NUNES, 2007; BERNARDINO; LEFFER, 2009; MOLNÁR, 2011). Segundo
Oliveira et al. (2007), após a vacinação, os resultados podem ser avaliados pelo teste de ELISA
163
pela membrana da asa, sendo a última imunização feita com a Tríplice Oleosa (SHS), conforme
o quadro 1.
Para análise dos efeitos da densidade de alojamento sobre o bem-estar das aves poedeiras,
foram mensurados os anticorpos vacinais, através da coleta de 2 mL de sangue de três amostras
por tratamento, para cada uma das linhagens de poedeiras leves totalizando três coletas ao longo
do experimento: antes da alocação nos tratamentos (coleta controle ou basal), no meio do
experimento (depois de três ciclos de 28 dias cada) e aos 140 dias de experimento (ao final do
quinto período e ao término da pesquisa), perfazendo um total de três coletas de sangue ao
longo de cinco períodos de 28 dias cada.
As galinhas coletadas foram escolhidas aleatoriamente dentro dos tratamentos, sendo que
cada galinha só foi coletada uma única vez longo de todas as coletas (uma vez coletada, a
galinha não participou de uma segunda coleta mesmo que no período seguinte). Foi coletado o
sangue de 25 aves antes da alocação no tratamento experimental, para controle basal das
amostras e, 150 aves na segunda coleta e 150 aves na terceira coleta.
Durante as coletas, foram utilizadas seringas de 10 mL, agulhas 14/7, gaze e álcool 97°GL
para desinfecção do local da coleta nas galinhas, microtubos “eppendorfes” de 2 mL, suportes
para microtubos com capacidade para 300 amostras, gelo convencional para resfriamento
imediato das amostras após a coleta, caixa de isopor, luvas descartáveis. Foram analisados os
títulos dos anticorpos vacinais em amostras testes nos soros de maior quantidade para os
antígenos Gumboro, Newcastle e Salmonella enteritidis, sendo que esse último não atingiu
níveis satisfatórios para que fosse estudado no presente experimento.
As amostras foram analisadas através do teste de ELISA (do inglês Enzyme Linked
ImmunonoSorbent Assay), que baseia-se em reações antígeno-anticorpo detectáveis por meio
de reações enzimáticas (teste imunoenzimático). O modelo utilizado foi o ELISA indireto, onde
um antígeno que encontra-se aderido a um suporte sólido (placa de ELISA) é preparado e, em
seguida, colocado sobre os soros dos sangues das aves que estamos testando, em busca de
anticorpos contra os antígenos vacinais.
Neste teste, os anticorpos presentes no soro, específicos para cada antígeno, formarão
uma ligação antígeno-anticorpo que, por conseguinte, é detectada pela adição de um segundo
anticorpo dirigido contra imunoglobulinas da espécie que está sendo pesquisada, a qual é ligada
166
a peroxidase. Este anticorpo anti-IgY específico ligado à enzima recebe o nome de conjugado.
Quando o substrato apropriado para a enzima, é adicionado, os locais onde ocorre a reação
antígeno-anticorpo, que apresentam uma coloração característica variando de acordo com o
substrato, permitem que os níveis de imunoglobulinas possam ser mensurados
quantitativamente através de uma leitora por absorbância.
Tabela 13 - Médias de títulos de anticorpos vacinais contra o vírus da Doença de Newcastle e Gumboro,
na coleta controle (basal), de poedeiras leves com 21 semanas de idade, que sofreram
imunização utilizando vacinas associadas em laboratório, mensuradas através do teste ELISA
1 11635 6266
A avaliação sorológica das poedeiras leves apresentou títulos variando de 11635 a 6266
e o coeficiente de variação, que mede a uniformidade dos títulos de anticorpos detectados, foi
de 0,13 e 0,36% pra Newcastle e Gumboro, respectivamente (OPENGART, 2003; RISTOW,
2005), respectivamente (Tabela 13). Podemos observar que os valores encontrados superam
bastante a linha do título mínimo de ponto de corte (cutoff) esperado era 2515 e 1877 pra
Newcastle e Gumboro, respectivamente.
justificando que a estirpe lentogênica La Sota é bem sucedida pelas vias de aplicação de vacinas
utilizadas.
Tabela 14 - Médias de títulos de anticorpos vacinais de Newcastle (DNC) e Gumboro, de poedeiras leves
com 34 e 44 semanas de idade, alojadas em cinco densidades e que sofreram imunização
utilizando vacinas associadas em laboratório, mensurados através do teste ELISA, no segundo e
terceiro período de coletas
No Brasil, as vacinas são produzidas por vírus vivo de caráter lentogênico (apresentam
sinais clínicos muito brandos) sendo representados pelas cepas La sota e B1 (NUNES et al.,
2002; ORSI, 2010) e a melhor maneira de administrar a vacina viva contra a doença de
Newcastle é por meio de spray ou via ocular, pois essas estimulam a imunidade local e humoral
(ALEXANDER, 2009), como foi feito neste estudo.
Segundo Canal e Vaz (2007), a vacina ideal deve ser fácil de administrar, ter custo de
aquisição acessível, apresentar estabilidade do produto durante o armazenamento e após a
inoculação no organismo, adequação para programas de vacinação em massa e capacidade de
estimular imunidade forte e duradoura. São objetivos da vacinação: prevenir a infecção;
prevenir a doença clínica e suas consequências; atenuar a doença clínica e suas consequências,
reduzindo a severidade e intensidade dos sinais; imunizar as mães para que a sua resposta
imunológica impeça a infecção fetal; garantir imunidade passiva ao feto; impedir a excreção do
patógeno e infecção de novos organismos, reduzindo a contaminação ambiental; erradicar o
agente da população, estabelecendo a imunidade do plantel (BARBOSA, 2014).
imunização com 4 a 6 semanas (CONTE; BORNE, 2003), como realizado em nosso estudo.
Contrariamente aos resultados obtidos para Gumboro, Van Den Berg (2000) avaliaram
programas vacinais contra essa doença para frangos de corte, concluíram que a vacinação não
foi eficaz na proteção das aves nem mesmo para as cepas clássicas, portanto, a imunossupressão
induzida pelo vírus continuou resultando em infecções secundárias, baixo desenvolvimento e
condenação de carcaças no abatedouro.
Os resultados obtidos diferem aos de Alexander (2001) quando afirma que fatores
estressores como, alterações do ambiente e manejo que interferem na resposta imune das aves
vacinadas e não apenas os relacionados à aplicação da vacina e, de Paulillo e Doretto Jr (2009),
quando afirmam que a resposta imune é improvável em aves velhas com níveis de anticorpos
em queda e sistema imune maduro, e, ainda, dos obtidos por Jorge et al. (1998), os quais
afirmaram que a imunidade em aves velhas, com mais de um ano de idade, seria contida pela
imunidade preexistente, sem provocar reforço imunológico perceptível pelo teste de IH.
Os anticorpos maternos podem ser transferidos da ave reprodutora através da gema para
a corrente circulatória do embrião e possuem um papel importante na imunocompetência dos
pintinhos a patógenos (RIBEIRO et al., 2008). Esta transferência, ocorre por meio de receptores
específicos presentes na superfície da membrana do saco embrionário e que permite um
transporte seletivo das IgY presentes no sangue materno (CHAULGHOUMI et al., 2009). Estes
anticorpos em sua maioria IgY, podem interferir com a imunidade de vacina vivas para a mesma
cepa (LOPEZ, 2006) e podem desaparecer entre 10 a 20 dias após a eclosão (TIZARD, 2010).
Koenen et al. (2002) concluíram que, em frangos de corte, a resposta imune humoral
apresentou maiores títulos de IgM, enquanto que, em poedeiras, os títulos de IgY foram
maiores. Além disso, observaram que a resposta imune celular em poedeiras apresenta índices
maiores e correlacionam que frangos mais pesados possuem títulos mais baixos quando
comparados com frangos mais leves que apresentam títulos mais altos e mais duradouros de
anticorpos contra os antígenos pesquisados.
172
6.3 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier Editora LTDA, 2011.
ALAM, J.; RAHMAN, M. M.; SIL, B. K.; KHAN, M. S. R.; SARKER, M. S. K. Effect of
maternally derived antibody on vaccination against infectious bursal disease (Gumboro) with
live vaccine in broiler. International Journal of Poultry Science, v. 1, n. 4, p. 98-101, 2002.
BACALLAO, A.; PILAR, H.; VIAMONTES, O. Statistical evaluation of the results of IH test
in broilers vaccinated against ND by aerosol or through drinking water. Revista Cubana
Ciencias Avicula, v. 15, p. 59-65, 1998.
alone or in combination as used in furnished cages, on the welfare of laying hens. Poultry
Science, v. 88, n. 3, p. 456-470, 2009.
BAXENDALE, W.; LUTTCKEN, D. The results of field trials with an inactivated Gumboro
vaccine. Dev. Biol. Stand, v. 51, p. 211-219, 1981.
BERNARDINO, A.; LEFFER, E. Doença infecciosa da bolsa de Fabrício. In: JÚNIOR, A. B.;
SILVA, E. N.; FÁBIO, J.; SESTI, L.; ZUANAZE, M. A. F. Doenças das aves. 2. ed. Campinas:
Editora FACTA, 2009. p. 651-671.
BRENTANO, L. Anemia infecciosa das galinhas. In: JÚNIOR, A. B.; SILVA, E. N.; FÁBIO,
J.; SESTI, L.; ZUANAZE, M. A. F. Doenças das aves. 2. ed. Campinas: Editora FACTA, 2009.
p. 735-753.
ÇETIN, E.; SILICI, S.; ÇETIN, N.; GÜÇLÜ, B. K. Effects of diets containing different
concentrations of propolis on hematological and immunological variables in laying hens.
Poultry Science, v. 89, n. 8, p. 1703-1708, 2010.
CHAULGHOUMI, R.; BECKERS, Y.; PORTETELLE, D.; THÉWIS, D. P. A. Hen egg yolk
antibodies (IgY), production and use for passive immunization against bacterial enteric
infections in chicken: a review. Biotechnologie, Agronomie, Sociéte et Environnement,
Bélgica, v. 13, n. 2, p. 295-308, 2009
CHUAMMITRI, P.; REDMOND, S. B.; KIMURA, K.; ANDREASEN, C. B., LAMONT, S.;
PALIC, D. J. Heterophil functional responses to dietary immunomodulators vary in genetically
distinct chicken lines. Veterinary Immunology and Immunopathology, Bélgica, v. 142, n. 2,
p. 219-227, 2011.
COMTE, S.; BORNE, P. Vacinas e vacinação na produção avícola. São Paulo, SP: Ceva,
2003.
175
DAS, S.; SHARMA, K.; SARMAH, D.K.; KALITA, N. Correlation of HI and ELISA tests for
detection of Newcastle disease virus antibodies. Indian Journal Animal Sciences, v. 67, p.
286-287, 1997.
DAVISON, F. The importance of the avian immune system and its unique features. In:
DAVISON, F.; SCHAT, K.; KASPERS, B.; KASPERS, B.; SCHAT, K.; KAISER, P. Avian
Immunology. San Diego: Elsevier, 2008. cap.1, p. 1-11.
DOHMS, J. E.; SAIF, Y. M. Criteria for evaluating immunosuppression. Avian Dis, v. 28, n.
2, p. 305-310, 1984.
ELROM, K. Handling and Transportation of broilers welfare, stress, fear and meat quality -
part iii: fear; definitions, its relation to stress, causes of fear, responses of fear and measurement
of fear. Israel Journal of Veterinary Medicine, v. 55, n. 3, p. 1–3, 2000.
FLORES, E. F. Virologia veterinária: virologia geral e doenças víricas. In: CANAL, C. W.;
VAZ, C. S. L. Vacinas víricas. 2. ed. Santa Maria: Ed UFSM, 2012. p.1007.GORE, A. B.;
QURESHI, M. A. Enhancement of humoral and cellular immunity by vitamin E after
embryonic expousure. Poultry Sciences, v. 76, p. 984-991, 1997.
JEURISSEN, S. H. M.; LEWIS, F.; VAN DER KLIS, J. D.; MROZ, Z.; REBEL, J. M. J.;
HUURNE, A. A. H. M. Parameters and techniques health of poultry as constituted by immunity,
integrity, and functionality. Current Issues Intestinal Microbiology, Netherlands, v. 3, n. 1,
p.1-14, 2002
KANG, S.-Y.; KO, Y.-H.; MOON, Y.-S.; SOHN, S.-H.; JANG, I.-S. Effects of Housing
Systems on Physiological and Immunological Parameters in Laying Hens. Journal of Animal
Science and Technology, v. 55, n. 2, p. 131-139, 2013.
KÄUFER, I.; WEISS, E. Significance of bursa of Fabricius as target organ in infectious bursal
disease of chickens. Infection Immunity, v. 27, p. 364–367, 1979.
KLASING, K.; KOVER, D. Leukocytic cytokines regulate growth rate and composition
following activation of the immune system. Journal Animal Science, v. 75, n. 2, p. 58-67,
177
LIEBOLDT, M. A.; FRAHM, J.; HALLE, I.; GÖRS, S.; SCHRADER, L.; WEIGEND, S.;
PREISINGER, R.; METGES, C. C.; BREVES, G. and DÄNICKE, S.. Metabolic and clinical
response to Escherichia coli lipopolysaccharide in layer pullets of different genetic backgrounds
supplied with graded dietary L-arginine. Poultry Science, v. 95, n. 3, p. 595-611, 2016.
LUKERT, P. D.; SAIF, Y. M. Infectious bursal disease. In: CALNEK B. W. (Ed.). Diseases of
poultry. 10th ed. Ames, Iowa, USA: Iowa State University Press, 1997. p. 721-738.
LUKERT, P. D.; SAIF, Y. M. Infectious bursal disease. In: CALNEK B. W.; et al. Diseases of
poultry. 9th ed. Ames, Iowa, USA: Iowa State University Press, 1991. p. 648-663.
MATUR E.; ERASLAN, E.; AKYAZI, I.; ERGUL-EKIZ, E.; ESECELI H.; KETEN, M.;
METINER, K.; AKTARAN-BALA, D. The effect of furnished cages on the immune response
of laying hens under social stress. Poultry Science, v. 94, n. 12, p. 2853-2862, 2015.
MATUR, E.; AKYAZI, I.; ERASLAN, E.; ERGUL-EKIZ, E.; ESECELI H.; KETEN, M.;
METINER, K.; AKTARAN-BALA, D. The effects of environmental enrichment and transport
stress on the weights of lymphoid organs, cell-mediated immune response, heterophil functions
and antibody production in laying hens. Animal Science Journal, v.87, p. 284–292, 2016.
MÉSZÁROS, J.; SZEMERÉDI, M.; TAMÁSI, G.; Immunization of day-old chickens against
Newcastle disease. Acta Veterinaria Hungarica, v. 40, n. 1-2, p. 121-127, 1992.
178
MOLNÁR, A. K.; PODMANICZKY, B.; KÜRTI, P.; GLÁVITS, R.; VIRÁG, G.; SZABÓ, Z.;
FARKAS, Z. Effect od different concentrations of Bacillus subtilis on imune response of broiler
chickens. Probiotics and Antimicrobial Proteins, New York, v. 3, n. 1, p. 8-14, 2011.
MÜLLER, H.; ISLAM, M. D. R.; RAUE, R. Research on infectious bursal disease—the past,
the present and the future. Veterinary Microbiology, v. 97, n. 1–2, p. 153-165, 2003.
OLÁH, I.; VERVELDE, L. Structure of the avian lymphoid system. In: DAVISON, F.;
KASPERS, B.; SCHAT, K. A. Avian Immunology. [S.l.]: Academic Press, Elsevier Ltd, 2008.
p. 13–508.
PAULILLO, A. C.; DORETTO JÚNIOR, L. Doença de Newcastle. In: JÚNIOR, A. B.; SILVA,
E. N.; FÁBIO, J.; SESTI, L.; ZUANAZE, M. A. F. Doenças das aves. 2. ed. Campinas: Editora
FACTA, 2009. p. 587-602.
179
PAULILLO, A. C.; PAULILLO, A. C.; PINTO, A.; ARIKI, J.; BERCHIERI JUNIOR, A.
Doença de Newcastle. Revista da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo, v. 19, n. 1, p. 9-43, 1982. Trabalho apresentado no I. Estudo
experimental da resposta imune às estirpes vacinais B1 e LaSota.
PAVAN, A. C.; GARCIA, E. A.; MÓRI, C.; et al. Efeito da densidade na gaiola sobre o
desempenho de poedeiras comerciais nas fases de cria, recria e produção. Revista Brasileira
de Zootecnia, v. 34, n. 4, p. 1320-1328, 2005.
RAHIMI, S.; ZADEH, Z. T.; TORSHIZI, M. A. K.; OMIDBAIGI, R.; ROKNI, H. Effect of
the Three Herbal Extracts on Growth Performance, Immune System, Blood Factors and
Intestinal Selected Bacterial Population in Broiler Chickens. Journal of agricultural science
and techonology, v. 13, n. 4, p. 527-539. 2011.
RAUTENSCHLEIN, S.; LEMIERE, S.; PRANDINI, F. Evaluation of the eff ects of an HVT-
IBD vector vaccine on the immune system of layer pullets in comparison with two commercial
live IBD vaccines. In: CONGRESS OF THE WORLD VETERINARY POULTRY
ASSOCIATION, 18., 2013, Nantes, France. Abstract… Nantes, France: 2013.
RECH, O. A.; PINHEIRO, J. W.; FONSECA, N. A. N.; SILVA, C. A.; OBA, A. Efeito da
linhagem, espaço na gaiola e nível de triptofano dietético no desempenho de poedeiras
comerciais. Ciências Agrárias, Londrina, v. 31, n. 4, p. 1051-1058, 2010.
RICTHZENHAIN, J. L.; et al. Relation between the hemaglutination inhibition test and indirect
ELISA in serologic monitoring of laying Hens submitted to different sytems of vaccination
against Newcastle disease. Revista de Microbiologia, Sao Paulo, v. 24, p. 187-91, 1993.
180
ROMERO, C. H.; BRENTANO, L.; ROWE, C. A.; WENTZ, I.; FLORES, R. S.;
RODRIGUES, J. C. Ocorrência de anticorpos para vírus aviários em frangos de corte em região
de intensa produção avícola. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 9, n. 1-2, p. 1-7, 1989.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.; et al. Tabelas brasileiras para aves
e suínos. In: Tabelas brasileiras aves e suínos. 3 rd ed. Visoça, MG: Universidade Federal de
Viçosa, Departamento de Zootecnia, 2011. p. 251.
RUTZ, F.; BERMUDEZ, V. L.; PAN, E. A.; FISCHER, G. Impacto da nutrição vitamínica
sobre a resposta imunológica das aves. In: SIMPÓSIO BRASILSUL DE AVICULTURA, 2.,
Anais... Chapecó. Resumos... 2002. p. 1-15.
SALLE, C. T. P.; CÉ, M. C.; WALD, V.B.; SANTOS, C. H. C.; NASCIMENTO, V. P.;
CANAL, C. W.; MORAES, H. L. S. Estabelecimento de critérios de interpretação de resultados
sorológicos de matrizes de corte através de modelos matemáticos. Revista Brasileira de
Ciência Avícola, v. 1, p. 61-65, 1999.
SILVA, K. R.; et al. Estudo comparativo entre os testes de HI e o ELISA-lectina para a detecção
de anticorpos contra o VDN em frangos de corte vacinados. Revista Biológico, São Paulo, v.
71, n. 2, p. 88, 2009.
VAN DER BERG, T. P. Acute infectious bursal disease in poultry:a review. Avian Pathology,
v. 29, n. 1, p. 175-194, 2000.
VIEIRA, D. V. G.; ALVES, C. F.; ALVES, F. A.; PARENTE, I. P.; CONTI, A. C. M.; SOUZA,
M. S.; MELO, T. S.; CAVALCANTI, D. T.; FONTELES, N. L. O.; VILANOVA, C. S.;
SILVA, E. M. Principais aspectos da interrelação nutrição e imunidade em aves sob estresse.
Nutritime Revista Eletrônica, Viçosa, v. 12, n. 6, p. 4400-4410, 2015.
YANG, H.; JU, X.; WANG, Z.; YANG, Z.; LU, J.; WANG, W. Effects of Arginine
Supplementation on Organ Development, Egg Quality, Serum Biochemical parameters, and
Immune Status of Laying Hens. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 18, n. 1, p. 181-186,
2016.
ZANETTI, F.; BERINSTEIN, A.; PEREDA, A.; TABOGA, O.; CARRILLO, E. Molecular
characterization and phylogenetic analysis of Newcastle disease virus isolates from healthy
wild birds. Avian Diseases, v. 49, n. 4, p. 546-550, 2005.
183
CAPÍTULO V:
Indicadores fisiológicos de poedeiras comerciais leves alojadas em cinco
densidades no sistema convencional
7 INTRODUÇÃO
O ambiente das aves deve ser considerado como um dos principais pontos de sucesso em
uma criação; pois durante o estresse principalmente por calor, podem acarretar desajustes
186
Os efeitos do enriquecimento em gaiolas têm sido bastante estudados, uma vez que sua
não utilização pode acarretar imunossupressão nas aves alojadas (BARNETT et al., 2009). Em
estudos com aves criadas em gaiolas recebendo enriquecimento ambiental apresentaram
melhora na função de heterofilos (MATUR et al., 2015, 2016) e na densidade mineral dos ossos
(BARNETT et al., 2009; TACTACAN et al., 2009).
capacidade para mensurar pequenas doses de hormônios presentes nas amostras, mas é
importante ressaltar a escolha dos equipamentos e a técnica dos operadores nas análises
(MOSTL et al., 2005; FUJIHARA, 2012).
A proporção heterófilo:linfócito (H:L) pode ser uma medida de estresse mais confiável
que a corticosterona quando há aumento da atividade adrenal (MAXWELL, 1993; RUIZ et al.,
2002; BORGES et al., 2003; KERR, 2003; VOIGT, 2003; LANDERS et al., 2007). Existem
três valores na proporção H:L para caracterizar os níveis de estresse das galinhas, 0.2 indicaria
um grau leve de estresse; 0,5 seria o estresse intermediário ou moderado e 0,8 considerado
estresse alto (GROSS; SIEGEL, 1993). A contagem diferencial de leucócitos no sangue mostra
que a proporção normal de H:L está em torno de 1:2 (MACARI; LUQUETTI, 2002).
Segundo Broom (1988), para adequada avaliação do sistema de criação é essencial que
diversos indicadores sejam usados em conjunto, uma vez que os indivíduos variam na forma
como se relacionam com o ambiente. Medidas pontuais podem dar informações válidas, mas a
combinação de medidas de comportamento, fisiológicas, injúrias, doenças e do
desenvolvimento do animal podem permitir uma avaliação mais completa.
O galpão com cobertura de telhas de cerâmica possui abertura lateral e telas nas laterais
e nos oitões de uma polegada de diâmetro para proteção contra entrada de outras aves e animais,
além de dois ventiladores no seu interior.
As galinhas coletadas foram escolhidas aleatoriamente dentro dos tratamentos, sendo que
cada galinha só foi coletada uma única vez longo de todas as coletas (uma vez coletada, a
galinha não participou de uma segunda coleta mesmo que no período seguinte). As coletas de
sangue foram aleatórias dentro das parcelas (gaiolas).
Amostras de sangue (3 ml) foram coletadas em tubos contendo EDTA para extração de
plasma. Após centrifugação de 1000 x g por 10 minutos, o plasma foi colocado em microtubos,
mantidas em gelo seco e posteriormente armazenadas em ultra-freezer à temperatura de -800C.
Durante as coletas, foram utilizadas seringas de 10 mL, agulhas 14/7, gaze e álcool 97°GL
para desinfecção do local da coleta nas galinhas, microtubos “eppendorfes” de 2 mL, suportes
para microtubos com capacidade para 300 amostras, gelo convencional para resfriamento
imediato das amostras após a coleta, caixa de isopor, luvas descartáveis, caneta “Pilot”
191
quantidade de corticosterona na amostra ou padrão (PALME et al., 1996, 2005, 2012) e Möstl
et al. (2005).
A determinação da relação H:L foi feita imediatamente após a coleta do sangue nas aves,
utilizando uma gota do sangue para confecção de lâminas de esfregaço sanguíneo. O sangue foi
espalhado em lamina de vidro, fixado com metanol e corado com corante hematoxilina-eosina
(Kit Panótico/Instant Prov corante hematológico). Após passagem dos corantes, as lâminas
foram lavadas em agua corrente, secadas ao ar livre. Cada esfregaço sanguíneo foi observado
com auxílio de microscópio óptico na lente de imersão e 100 células do tipo heterofilos e
linfócitos foram contados. A contagem leucocitária foi classificatória em granulares
(heterófilos) e não granulares (linfócitos) e a relação heterofilo:linfócito foi calculada a partir
da divisão entre o valor da contagem de heterofilos com a contagem de linfócitos.
comparação de médias (p<0,05), para obtenção dos resultados que serão discutidos neste
trabalho.
que foram observados em diferentes estudos como vão apresentar-se a seguir de forma mais
detalhada.
Tabela 15. Médias de corticosterona no plasma e nas excretas individuais, de poedeiras leves com 21, 34 e 44 semanas de
idade, respectivamente, nas três coletas
Alm et al. (2016) avaliaram métodos invasivos e não invasivos como indicadores de bem-
estar de galinhas submetidas a manejo que consideravam estressores. Os tratamentos foram
grupos que tiveram acesso livre aos ninhos e grupos sem acesso aos ninhos e períodos de
restrição e acesso ao ninho (antes do fechamento do ninho, cinco dias de restrição ao ninho e
após a restrição). A corticosterona foi verificada nos metabólitos fecais, na gema, no plasma e,
foi avaliada a relação heterofilo linfócito (H:L). As concentrações médias de corticosterona no
plasma observadas foram 12,4 e 12,3 ng/ml nos tratamentos com acesso ao ninho ou sem acesso
ao ninho, respectivamente. Durante o período de restrição de acesso ao ninho, os valores médios
de corticosterona observados foram antes do seu fechamento (11,4 ng/ml), durante os cinco
dias de fechamento do ninho (10,3 ng/ml) e após quatro semanas (15,3 ng/ml) do fechamento
do ninho.
observadas em aves alojadas no piso superior das gaiolas, nas maiores densidades e, que foram
coletadas no período da manhã. O maior nível de corticosterona foi obtido quando as aves
estavam com 32 semanas de idade, coincidindo com o pico de postura e aumento de hormônios
esteroides associados com a taxa de ovulação.
As aves respondem ao estresse com uma série de respostas endócrinas que aumentam
imediatamente a disponibilidade de energia. Uma das respostas primárias do estresse é um
aumento na atividade do eixo hipotalâmicopituitário-adrenocortical (HPA), causando elevação
da concentração de glicocorticoides e adrenais circulantes (ex. corticosterona) (CREEL, 2001).
O aumento da corticosterona colabora na manutenção da euglicemia a partir do catabolismo da
gordura para mobilização de energia; esse aumento pode ser um indicativo de que as aves em
condições de confinamento podem gerar estresse, que está associado à falta de espaço (falta de
atividade física e locomoção, com a finalidade de evitar gasto de energia), ao aumento de
comportamentos agonisticos (agressividade, disputa por alimento e bicagens) (VO; FANGUY,
1982). O anabolismo também ocorre para reparação, cicatrização e crescimento, mas se persistir
por longos períodos afetam negativamente a sobrevivência, a reprodução e a resistência às
doenças de uma grande variedade de aves e mamíferos (BOONSTRA, 2004; ROMERO, 2004;
LUNDBERG, 2005).
Dawkins (2003) relatou que a qualidade do ambiente e das instalações é mais prejudicial para o
bem-estar das aves do que a densidade de alojamento.
Tabela 17. Médias de corticosterona nas excretas de poedeiras leves com 34 e 44 semanas de idade, alojadas em
cinco densidades, na segunda e terceira coletas
Não observaram diferenças (p>0,05) entre os dois fenótipos testados (144,9 e 156,8 ng/g de
MS).
Alm et al. (2015) compararam frangas com 16 semanas de idade submetidas a dois
sistemas de criação. As aves foram alojadas em gaiolas enriquecidas ou no chão. De 16 a 18
semanas as aves tiveram restrição de acesso à área do ninho, após a transferência para adaptação
à produção de ovos. O experimento foi realizado no período de 18 a 72 semanas de idade das
aves e ao longo desse tempo, as aves tiveram livre acesso a área de ninho em ambos os
tratamentos. Os autores concluíram que o manejo utilizado de restrição a área do ninho por duas
semanas, antes do início da postura, não comprometeu o bem-estar das aves e nem afetou
(p>0,05) os níveis de metabólitos fecais de corticosterona (129 ng/g de MS versus 128 ng/g de
MS) em nenhum dos sistemas estudados.
A excreção de fezes e urina nas aves é feita em conjunto o que dificulta a técnica de
avaliação. Os esteroides nas excretas não são encontrados nas suas formas originais e sim os
produtos da metabolização destes no fígado e intestino, assim anticorpos específicos para um
determinado esteroide, devem ser empregados, para as dosagens hormonais realizadas nas
excretas. Esses ensaios apresentam maior sensibilidade e, consequentemente, melhor
capacidade de monitorar adequadamente a excreção desses metabólitos, refletindo, assim, as
variações plasmáticas dos hormônios originais de modo mais fidedigno. Os “kits” de dosagem
hormonal foram desenvolvidos para a mensuração dos hormônios presentes na circulação
sistêmica e, como nas fezes há metabólitos hormonais e não o hormônio original há a
necessidade de validação das ferramentas de análise, para não haver avaliação errônea dos
níveis encontrados (WASSER et al., 2002).
Apesar de haver relatos que em aves a diferença de alimentação não interfere na excreção
fecal como nos mamíferos, devido à pequena quantidade de fezes que produzem, alguns autores
preconizam a realização da liofilização das amostras antes da pesagem das mesmas, assim como
um exame separado para cada pool de amostra fecal (HIEBERT et al., 2000). Esses autores
relataram que a liofilização eliminou eficientemente a variação da quantidade de água presente
entre as amostras, uma fonte potencial de variação na concentração hormonal.
Sabe-se que a excreção dos hormônios esteroides pela urina e fezes varia conforme a
espécie e o hormônio a ser avaliado (PALME et al., 1996; HARR, 2002), devendo levar em
conta possíveis contaminações ao avaliar as amostras. Já a longevidade dos hormônios
200
presentes nas excreções pode ser afetada pelo local de trabalho (temperatura e umidade),
armazenagem de curto prazo (material conservado em sílica ou etanol) e de longo prazo
(material conservado através de congelamento, secagem ou congelamento à seco), sendo a
escolha do melhor método de armazenagem realizada conforme a espécie e o hormônio
analisado (WASSER et al., 2002). Nas aves, a velocidade de excreção dos metabólitos
hormonais está diretamente relacionada com o tipo de criação, o tipo de alimentação o tempo
de permanência da ingesta no trato gastro-intestinal e com a taxa de metabolização (HARR,
2002; KLASING, 2005).
Tabela 18. Efeito de cinco densidades de alojamento, sobre a produção de hematócrito e relação heterófilo e
linfócitos (H:L) no sangue de poedeiras leves com 44 semanas de idade.
Densidade de alojamento Parâmetros sanguíneos
(cm2/ave) nº aves/gaiola Hematócrito (Ht) (%) Relação H:L3 SEM2
750 3 30,895 0,588 0,07758
562 4 31,476 0,565 0,07563
450 5 30,591 0,753 0,07054
375 6 30,286 0,645 0,07381
321,4 7 30,263 0,714 0,07564
Média geral 30,40 0,69
CV (%) 17,73 61,76
1. Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey-
kramer a 5%; 2. SEM: mean standard error; 3. H:L: relação heterofilo:linfócito.
Os resultados da relação H:L deste estudo são semelhantes aos observados por Gross e
Siegel (1993), quando compararam densidades de alojamento na gaiola, sendo um dos
tratamentos gaiolas contendo somente duas aves, sendo um macho e uma fêmea (0,38) e o outro
202
tratamento 10 aves sendo cinco machos e cinco fêmeas (0,43). Esses autores correlacionaram
a relação H:L com a concentração de corticosterona no plasma e concluíram que a melhor
correlação ocorreu no grupo onde ocorreu o estabelecimento da hierarquia social (0,56) antes
do procedimento experimental. Segundo eles, o estresse em frangos de corte pode ser
quantificado pelo aumento da relação heterófilo:linfócito, onde o valor 0,2 indicaria grau leve
de estresse; 0,5 estresse intermediário ou moderado e 0,8 estresse alto e que a proporção de H:L
superior a 1:3 geralmente pode ser indicativo de doença.
Os valores médios da relação H:L deste estudo são semelhantes aos reportados por
Graczyk et al. (2003), quando comparou os parâmetros hematológicos de perus antes e após o
transporte e observaram um aumento da percentagem de heterofilos e diminuição da
percentagem de linfócitos após o transporte das aves, consequentemente aumento da relação
H:L de 0,50 para 1,11, provavelmente devido ao estresse do manejo.
relação H:L. Esse autor recomenda atenção na escolha do material a ser estudado e nas técnicas
laboratoriais a serem utilizadas, pois estudos de efeitos estressores podem ser confundidos com
mudanças de concentração de corticosterona no plasma, baseado no ciclo circadiano, ou no
ciclo ovulatório das aves. Inúmeros fatores estressores podem aumentar tanto a concentração
de corticosterona e como a relação H:L, entre eles jejum, restrição alimentar, estresse calórico,
fontes de iluminação e transporte.
Segundo Schmidt et al. (2007), o hematócrito normal das aves varia de 35 a 55% e pode
sofrer alterações em relação ao sexo e à idade das aves. Segundo os autores, valores inferiores
a 35% indicam anemia (evidenciada pela diminuição na contagem total de eritrócitos, na
diminuição do hematócrito e das concentrações de hemoglobina) e superiores a 55% sugerem
desidratação ou policitemia. Os valores médios de hematócrito observados em todas as
densidades de alojamento neste estudo foram 30%.
Estudos com redução de espaço no chão para frangos de corte elevaram a concentração
de hemoglobina no sangue (BEDANOVÁ et al., 2006) e outros fatores estressores como
densidades populacionais, maior ou menor disponibilidade de recursos alimentícios, estação
reprodutiva, que são alheios à contenção, também alteram os valores hematológicos, como
exemplo, o aumento ou diminuição da concentração de hemoglobina no sangue (EDWARDS
et al., 2006).
7.3 CONCLUSÃO
O estudo dos parâmetros hematológicos apresentam acurácia a saúde das aves, podendo
ser utilizada como ferramenta auxiliar do bem-estar.
204
REFERÊNCIAS
ALM, M.; HOLM, L.; TAUSON R.; WALL, H. Corticosterone metabolites in laying hen
droppings – Effects of fiber enrichment, genotype, and daily variations. Poultry Science, v.93,
p. 2615-2621, 2014.
ALM, M.; TAUSON, R.; HOLM, L.; WICHMAN, A.; KALLIOKOSKI, O.; WALL, H.
Welfare indicators in laying hens in relation to next exclusion. Poultry Science, v.95, p. 1238-
1247, 2016.
ALM, M.; WALL, H.; HOLM, L.; WICHMAN, A.; PALME, R.; TAUSON, R. Welfare and
performance in layers following temporary exclusion from the litter area on introduction to the
layer facility. Poultry Science, v.94, p. 565-573, 2014.
BARSKY, A.; BORUS, J. Functional somatic syndromes. Annalsof Internal Medicine, v.130,
p.910-21, 1999.
BEERDA, B.; SCHILDER, M. B. H.; JANSSEN, N. S. C. R. M.; MOL, J. A. The use of saliva
cortisol, urinary cortisol, and catecholamine measurements for a noninvasive assessment of
stress responses in dogs. Horm. Behav., v. 30, n. 3, p. 272-279, 1996.
BOONSTRA, R. Coping with changing northern environments: the role of the stress axis in
birds and mammals. Integr. Comp. Biol., v. 44, p. 95–108, 2004.
BROOM, D. M. Animal welfare: concepts, study methods and indicators. Revista Colombiana
de Ciencias Pecuarias, Medellin, v. 24, n. 3, p. 306-321, 2011.
BROOM, D. M.; JOHNSON, K. G. Stress and animal welfare. London: Chapman and Hall,
1993.
BROOM, D. M.; ZANELLA, A. J. Brain measures which tell us about animal welfare. Animal
Welfare (Suppl.), South Mimms, v. 13, p. 41-45, 2004.
BROWNLIE, R.; ALLAN, B. Avian toll-like receptors review. Cell Tissue Research, Berlin,
v. 343, n. 7, p. 121-130, 2011.
ÇETIN, E.; SILICI, S.; ÇETIN, N.; GÜÇLÜ, B. K. Effects of diets containing different
concentrations of propolis on hematological and immunological variables in laying hens.
Poultry Science, v. 89, n. 8, p. 1703-1708, 2010.
CHUAMMITRI, P.; REDMOND, S. B.; KIMURA, K.; ANDREASEN, C. B., LAMONT, S.;
PALIC, D. J. Heterophil functional responses to dietary immunomodulators vary in genetically
distinct chicken lines. Veterinary Immunology and Immunopathology, Bélgica, v. 142, n. 2,
p. 219-227, 2011.
207
CRAIG, J. V.; CRAIG, J. A.; VARGAS, J. V. Corticosteroids and other indicator of hens’ well-
being in four laying-house environments. Poultry Science, v. 65, n. 5, p. 856-863, 1986.
CREEL, S. Social dominance and stress hormones. Trends in Ecology & Evolution, v. 16, n.
9, p. 491-497, 2001.
CUNNINGHAM, D. L.; Van TIENHOVEN, A.; GVARYAHU, G. Population size, cage area,
and dominance rank effects on productivity and web-being of laying hens. Poultry Science, v.
67, n. 3, p. 399-406, 1988.
DAVAMI, A.; WINELAND, M. J.; JONES, W. T.; ILARDI, R. L.; PETERSON, R. A. Effects
of population size, floorspace, and feeder space upon productive performance, external
appearance, and plasma corticosterone concentration of laying hens. Poultry Science,
Champaign, v. 66, p. 251–257, 1987.
DEHNHARD, M.; SCHREER, A.; KRONE, O.; JEWGENOW, K.; KRAUSE, M.;
GROSSMANN, R. Measurement of plasma corticosterone and fecal glucocorticoid metabolites
in the chicken (Gallus domesticus), the great cormorant (Phalacrocorax carbo), and the goshawk
(Accipiter gentilis). General and Comparative Endocrinology, v. 131, p. 345–352, 2003.
ELROM, K. Handling and transportation of broilers welfare, stress, fear and meat quality - Part
III: Fear; definitions, its relation to stress, causes of fear, responses of fear and measurement of
fear. Israel Journal of Veterinary Medicine, v. 55, n. 3, p. 1–3, 2000.
FRANCIOSINI, M. P.; CANALI, C.; PROIETTI, P. C.; TARHUNI, O.; FRINGUELLI, E.;
ASDRUBALI, G. Plasma corticosterone levels in laying hens from three diferente housing
sytems: preliminary results. Ital. J. Anim. Sci. v. 4, p. 276-278, 2005.
GOMES, D. M.; SILVA, M. N.; SILVA, R. M. M; DÓREA, R. D.; BASTOS, B. L.; AYRES,
M. C. C. Hemograma e bioquímica clínica sanguínea de araras (Ara sp.) mantidas em sítios
ecológicos no Estado da Bahia, Ci. Anim. Bras., Goiânia, v. 12, n. 4, p. 699-711, 2011.
GRAYG, J. V.; VARGAS, V. J.; MILIKEN, G. A. Fearful and associated responses of White
Leghorn hens: Effects of cage environments and genetic stocks. Poultry Science, v. 5, p. 2199-
2207, 1986.
KAISER, P. Advances in avian immunology - prospects for disease control: a review. Avian
pathology, Oxford, v. 39, n. 5, p. 309–324, 2010.
KANG, H. K.; PARK, S. B.; KIM, S. H.; KIM, C. H. Effects of stock density on the laying
performance, blood parameter, corticosterone, litter quality, gas emission and bone mineral
density of laying hens in floor pens. Poultry Science, v. 95, p. 2764–2770, 2016. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.3382/ps/pew264>. Acesso em: 22 jun. 2017.
KANG, S.Y.; KO, Y. H.; MOON, Y. S.; SOHN, S. H.; JANG, I. S. Effects of Housing Systems
on Physiological and Immunological Parameters in Laying Hens. Journal of Animal Science
and Technology, v.55, n.2, p.131-139, 2013
LAGANÁ, C.; RIBEIRO, A. M. L.; GONZÁLEZ, F. H. D.; LACERDA, L. A.; KRATZ, L. R.;
BARBOSA, P. R. Níveis dietéticos de proteína e gordura e parâmetros bioquímicos,
hematológicos e empenamento em frangos de corte estressados pelo calor. Revista Brasileira
de Zootecnia, Brasília, v. 36, n. 6, p. 1783-1790, 2007.
LANDERS, K. L.; MOORE, R. W.; DUNKLEY, C. S.; HERRERA, P.; KIM, W. K.;
LANDERS, D. A.; HOWARD, Z. R.; MCREYNOLDS, J. L.; BRYD, J. A.; KUBENA, L. F.;
210
NISBET. D. J.; RICKE, S. C. Immunological cell and serum metabolite resp onse of 60-week-
old commercial laying hens to an alfalfa meal molt diet. Bioresource Technology, v. 99, n. 3,
p. 604-608, 2007.
LIEBOLDT, M. A.; FRAHM, J.; HALLE, I.; GÖRS, S.; SCHRADER, L.; WEIGEND, S.;
PREISINGER, R.; METGES, C. C.; BREVES, G.; DÄNICKE, S. Metabolic and clinical
response to Escherichia coli lipopolysaccharide in layer pullets of different genetic backgrounds
supplied with graded dietary L-arginine. Poultry Science, v. 95, n. 3, p. 595-611, 2016.
LUNDBERG, U. Stress hormones in health and illness: The roles of work and gender.
Psychoneuroendocrinology, v. 30, p. 1017–21, 2005.
MASHALY, M. M.; WEBB, M. L.; YOUTZ, S. L.; ROUSH, W. B.; GRAVES, H. B. Chances
in serum corticosterone concentration of laying hens as a response to increased population
density. Poultry Science, v. 63, p. 2271-2274, 1984.
MATUR E.; ERASLAN, E.; AKYAZI, I.; ERGUL-EKIZ, E.; ESECELI H.; KETEN, M.;
METINER, K. and AKTARAN-BALA, D.. The effect of furnished cages on the immune
response of laying hens under social stress. Poultry Science, v. 94, n. 12, p. 2853-2862, 2015.
MATUR, E.; AKYAZI, I.; ERASLAN, E.; ERGUL-EKIZ, E.; ESECELI H.; KETEN, M.;
METINER, K.; AKTARAN-BALA, D. The effects of environmental enrichment and transport
stress on the weights of lymphoid organs, cell-mediated immune response, heterophil functions
and antibody production in laying hens. Animal Science Journal, v. 87, p. 284–292, 2016.
211
MENCH, J. A.; TIENHOVEN, A. V.; MARSH, J. A.; et al. Effects of cage and floor pen
management on behavior, production, and physiological stress responses of laying hens.
Poultry Science, v. 65, n. 6, p. 1058-69, 1986.
PALME, R. Monitoring stress hormone metabolites as a useful, non-invasive tool for welfare
assement in farm animals. Animal welfare, v. 21, p. 331-337, 2012.
PALME, R.; FISCHER, P.; SCHILDORFER, H.; ISMAIL, M. N. Excretion of infused 14C-
steroide hormone via faeces and urine in domestic livestock. Animal Reproduction Science,
v. 43, p. 43-63, 1996.
PALME, R.; RETTENBACHER, S.; TOUMA, C.; EL-BAHR, S. M.; MÖSTL, E. Stress
Hormones in Mammals and Birds Comparative Aspects Regarding Metabolism, Excretion, and
Noninvasive Measurement in Fecal Samples. Ann NY Acad Sci., v. 1046, n. 1, p. 162-171,
2005.
PATTERSON, P. H.; SIEGEL, H. S. Impact of cage density on pullet performance and blood
parameters of stress. Poultry Science, v. 7, p. 32-40, 1998.
PESTI, G. M.; HOWARTH B. Effects of population density on the growth, org weights, and
plasmacorticosterone of young broiler chicks. Poultry Science, v. 62, p. 1080-1083, 1983.
RUIZ, G.; ROSENMANN, M.; NOVOA, F. F.; SABAT, P. Hematological parameters and
stress index in rufous-collared sparrows dwelling in urban environments. Cooper
Ornithological Society, v. 104, p. 162-166, 2002.
SAAD, C. E. P.; MACHADO, P. Utilização de óleos e gorduras em rações para aves. Aves:
Revista Sul Americana de Ornitofilia., v. 4, p. 23-26, 2000.
SCANES, C. Biology of stress in poultry with emphasis on glucocorticoids and the heterohil to
lymphocyte ratio. Poultry Science, v. 95, p. 2208-2215, 2016.
SHERWIN, C. M.; RICHARDS, G. J.; NICOL, C. J. Comparasion of the welfare of layer hens
in 4 housing systems in the UK. British Poultry Science, v. 51, n. 4, p. 488-499, 2010.
SIEGEL, H. S. Stress, strains, and resistance. British Poultry Science. v.36, n.3, p.22, 1995.
SIEGEL, P. B. The genetic – behavior interface and well-being of poultry. Br. Poult. Sci. v.
30, p. 3-13, 1989.
213
STURKIE, P. D. Body fluids: blood. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian physiology. 4th ed.
Berlin: Springer-Verlag, 1986a. p. 102-120.
STURKIE, P. D. Kidneys, extrarenal salt secretion and urine. In: STURKIE, P. D. (Ed.). Avian
physiology. 4th ed. Berlin: Springer-Verlag, 1986b. p. 359-382.
VIEIRA, D. V.G.; ALVES, C. F.; ALVES, F. A.; PARENTE, I. P.; CONTI, A. C. M.; SOUZA,
M. S.; MELO, T. S.; CAVALCANTI, D. T.; FONTELES, N. L. O.; VILANOVA, C. S.;
SILVA, E. M. Principais aspectos da interrelação nutrição e imunidade em aves sob estresse.
Nutritime Revista Eletrônica, on-line, Viçosa, v. 12, n. 6, p. 4400-4410, 2015.
VO, K.V.; FANGUY, R.C. Rearing density as a stressor in the production of commercial broiler.
Poultry Science, v. 61, p. 1563, 1982.
WASSER, S. K.; HUNT, K. E.; CLARKE, C. M. Assessing stress and population genetics
through noninvasive means. In: AGUIRRE, A. A.; OSTFELD, R. S.; TABOR, G. M.; HOUSE,
C.; PEARL, M. C. (Ed.). Conservation medicine: ecological health in practice. New York:
Oxford University Press. 2002. cap 11, p. 131-144.
YANG, H.; JU, X.; WANG, Z.; YANG, Z.; LU, J.; WANG, W. Effects of Arginine
Supplementation on Organ Development, Egg Quality, Serum Biochemical parameters, and
Immune Status of Laying Hens. Brazilian Journal of Poultry Science, v. 18, n. 1, p. 181-186,
2016.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS