MR Vol 3 0909
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Volume 3: Convivência
com o Semiárido
experiências, vivências e
transformações
Salvador
2022
Copyright © 2022 – Danilo Uzêda da Cruz
Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida, sejam quais forem os meios
empregados, sem a expressa autorização.
Produção Editorial
Pinaúna Editora
Revisâo
Os organizadores
CDD 370
2022-2501 CDU 37
Introdução ......................................................................................................................37
Considerações Finais................................................................................................... 55
Referências .....................................................................................................................57
Introdução .......................................................................................................................63
Referências .....................................................................................................................88
Por que a agroecologia é um projeto político? Considerações sobre novos paradig-
mas (sobre utopias em tempos de distopias) ............................................................ 91
Danilo Uzêda da Cruz
Introdução ....................................................................................................................... 91
Imtrodução....................................................................................................................143
Metodologia .................................................................................................................145
Referências ....................................................................................................................164
Introdução .....................................................................................................................187
Metodologia ..................................................................................................................188
Considerações Finais................................................................................................208
Referências ..................................................................................................................209
Metodologia ..................................................................................................................221
13 15
Danilo Uzêda da Cruz (Coordenador Geral da Coleção)
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Brasil, mas também com autorias de sujeitos da sociedade civil organizada
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
em colaboração acadêmica com esses centros científicos.
Distribuídos em seis volumes, em temas que se entrecruzam, os 74 arti-
gos recebidos foram analisados e aprovados por pares, em um processo de
envolvimento e dedicação das/os organizadoras/res de cada volume.
O primeiro volume Democracia, participação e Políticas Públicas para
o campo, é organizado por Clovis Roberto Zimmermann, Danilo Uzêda da
Cruz, Diego Matheus Oliveira de Menezes e Nilson Weisheimer e estão re-
unidos artigos que dialogam com o vasto tema da participação e políticas
sociais pra o campo.
Já o segundo volume Educação, ATER e Cooperativismos: processos,
contextos sociais e aprendizagens, organizado por Lilian Freitas Fernandes
Uzêda, Márcio Caetano de Azevedo Lopes, Tatiana Ribeiro Velloso, Lúcia
Marisy Souza Ribeiro e Danilo Uzêda da Cruz estão pesquisas e experiên-
cias que tratam da Educação "do", "no" e "para" o campo, tecnologias sociais
e cooperativismos.
As pesquisas e experiencias do terceiro volume organizado por Dani-
lo Uzêda da Cruz, Gilmar dos Santos Andrade, Jorge Luiz Nery de
Santana e Tiago Pereira da Costa, com o título de Convivência com o
Semiárido: experiências, vivências e transformações situam-se nas múl-
tiplas abordagens que o semiárido pode oferecer e sua diversidade bem
como com o relacionamento das questões históricas, observando a convi-
vência com o semiárido, agroecologia e bem viver.
No quarto volume Terra, territórios e territorialidades é organizado
por Carla Craice da Silva, Renata Alvarez Rossi, Danilo Uzêda da Cruz
e Rafael Buti traz pesquisas envolvendo a questão agrária, assentamentos
e suas diversidades, territórios e as dimensões da identidade territorial.
Em Tensões e dilemas do Rural Baiano contemporâneo: gênero, ge-
ração e comunidades tradicionais, estão reunidos artigos que tratam de
temas de pesquisa no campo das relações sociais de gênero, juventude, po-
pulações de comunidades tradicionais, povos originários e quilombolas. O
volume é organizado por Lidia Cardel, Maria de Lourdes Novaes Sche-
fler, Ubiranela Capinan e Danilo Uzêda da Cruz
O sexto e último volume O desenvolvimento rural e o enfrentamen-
to às desigualdades, organizado por Danilo Uzêda da Cruz, Andreia
Andrade dos Santos, Egla Ray Passos Costa, Ivan Leite Fontes estão
abordados trabalhos em torno da superação dos desafios e dilemas das
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desigualdades, da agricultura familiar e populações do campo na Bahia,
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
como também indicações para pensar a renovação das políticas públicas.
Agradecemos a Pinaúna Editora por aceitar e empreender conjunta-
mente o projeto dessa coleção, mesmo em um momento tão adverso para
toda a sociedade. Em nome de todos as organizadoras e organizadores nos-
so agradecimento. Grato também as autoras e autores que enviaram seus
artigos, as organizadoras e organizadores que atuaram com muita dedi-
cação para que o projeto fosse finalizado.
É uma coleção escrita, organizada e finalizada durante um dos mais
graves momentos mundiais da história, a Pandemia do COVID 19. IO Braisl
pea ausência de políticas de contenção, negacionismos e desmobilização
empreendida pelo governo federal foi amplamente impactado, com mais
de 670 mil mortes e milhões de infectados.
Isso também nos mantém reflexivos, atentos e esperançosos por dias
melhores e mais justos.
Esperamos que as leituras e leitores gostem do resultado desse esforço
acadêmico, que é também político.
Boa leitura!
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Nota da Editora
Carolina Dantas (Pinaúna Editora)
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Apresentação ao Volume 3
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Apresentação ao Volume 3
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Prefácio. Conviver com o semiárido
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Naidison de Quintella Baptista
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Introdução
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Mônica Da Silva Carmo e Antônio Domingos Moreira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Aspectos metodológicos
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A Educação Contextualizada no/do campo/semiárido
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Mônica Da Silva Carmo e Antônio Domingos Moreira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
com as bases, onde, suas ações sempre são voltadas aos interesses
dos sujeitos sociais e suas necessidades.
A importância da organização desses grupos mobilizados é grande. A
força da ação coletiva só é efetiva quando direcionada. Dessa forma,
o surgimento de líderes que representem diretamente as demandas
do grupo e a organização em nome de exigências ou ideias comuns
são os pilares e a força motriz por traz desses grupos.
Portanto, percebe-se que os movimentos sociais estão diretamente li-
gados à resolução de problemas sociais, principalmente na educação
do campo no Semiárido brasileiro. No entanto, eles não se resumem
apenas à reivindicação de direitos ou à demanda pela representação
de um grupo, pois um movimento pode surgir como agente constru-
tor de uma proposta de reorganização social para mudar um ou ou-
tro aspecto de uma sociedade.
Para as bases do movimento, como ressalta Gohn (1999, p. 52) o que se
implantou na consciência popular foi a busca pelo “direito da gente”,
ou direito a ter direitos.
Vasto Semiárido
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A Educação Contextualizada no/do campo/semiárido
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A Educação Contextualizada no/do campo/semiárido
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
p.107), “essas escolas não move o campo, mas o campo não se move
sem essas escolas”. Logo, a educação não cabe em uma escola, mas a
luta pela escola que trabalha uma educação de qualidade, contextua-
lizada, popular, científica, que seja “no e do campo” tem sido uns dos
seus traços principais.
Por isso, Caldart (2008) coloca que, antes (ou junto) de uma con-
cepção de educação, ela é uma concepção de campo: porque, nesse
caso, como pensamos o campo pensamos a educação; se pensarmos
o campo como latifúndio, não temos como pensar a educação trans-
gressora. Conceber a educação juntamente com uma concepção de
campo significa assumir uma visão de totalidade dos processos so-
ciais; nos movimentos sociais, significa um alargamento das ques-
tões da agenda de lutas. Na dimensão da reflexão pedagógica, signi-
fica discutir a arte de educar e os processos de formação humana a
partir dos parâmetros de um ser humano concreto e historicamente
situado. Que sejam “escolas vivas”, “com pessoas vivas”, catalisando
sonhos dentro de um processo cidadão, democrático, respeitoso, hu-
mano e emancipatório.
Fernandes (2005) se posiciona no mesmo sentido quanto ao campo
pensado como espaço de vida, ou como um tipo de espaço geográfi-
co onde se realizam todas as dimensões da existência humana, não
apenas como setor da economia, que entende o campo simplesmente
como espaço de produção de mercadorias.
Os documentos que menciona, norteia e institui a Educação do Cam-
po, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Básica
LDB 9.394/96; Plano Nacional de Educação; Diretrizes Operacionais
para Educação Básica do Campo e o Decreto n° 7.352, de 04 de no-
vembro de 2010, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação
do Campo e sobre o Programa Nacional de Educação na Reforma
Agrária (PRONERA), definem o mundo rural como espaço específico
e diferenciado; defendem a ampliação da oferta da educação básica
nas escolas do campo, por meio de uma política de educação que res-
peite a identidade camponesa, as diversidades culturais existentes
em todas as regiões do país; considera os sujeitos sociais que formam
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A Educação Contextualizada no/do campo/semiárido
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Considerações Finais
Referências
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Mônica Da Silva Carmo e Antônio Domingos Moreira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
_____. III Encontro Nacional da ASA. Carta política. São Luís, 2002. Dis-
ponível em: www.asabrasil.org. Acesso em: 20/09/2018.
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GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Pau-
lo: Atlas, 2007.
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Introdução
1
Não abordaremos aqui todas as complexas discussões sobre o uso do termo cam-
ponês na sociologia e na antropologia rural, mas tomamos como ponto de partida
a diferenciação entre o que denominamos camponês no Brasil e o seu conceito clás-
sico cunhado na Europa para descrever o modo de produção feudal, os dois tipos de
camponeses descritos na literatura histórica eram relativos ao produtor com gleba
própria e aos camponeses dependentes do senhor, exercendo suas atividades em te-
rras que lhes eram alheias, ambas encontravam-se subordinados aos feudos e às au-
toridades urbanas, estes últimos através de pesados impostos. No caso daquela ordem
social a relação entre camponeses e senhores de terra constituía-se na principal con-
tradição, que será subsumida com a ascensão da burguesia e o desenvolvimento ca-
pitalista. No caso do Brasil, esse conceito tem uma dimensão descritiva – a produção
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Modernização agrícola e música sertaneja
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
familiar autônoma – e uma dimensão política. Esta última tem sido mais corrente nos
nossos dias quando a utilizamos para entender movimentos dos sem-terra e outras
categorias no campo como os quilombolas. Essa dimensão política é bem explorada
em Martins, José de Souza – Os camponeses e a política. Ed Vozes. 1980.
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Ver tese de Doutorado: Câmara, Antônio da Silva. Idéologie et Réforme Agraire au
Brésil. .1994-1980, Université Paris 7. 1994.
3
Essa perspectiva pode ser encontrada em Graziano da Silva (1982), George Martine
(1991) e Guilherme Delgado (2001).
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Modernização agrícola e música sertaneja
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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É importante ressaltar que a análise de Palmeira (1989), parte de uma interpretação
que busca preservar certa independência do fenômeno do êxodo rural no Brasil, com-
preendendo-o como mais antigo que a modernização agrícola. No entanto, o autor
não nega que as transformações ocorridas na década de 1960 tenham impulsionado e
aprofundado o fenômeno migratório do campo para a cidade.
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Note-se que de acordo com o último censo demográfico do Brasil em 2010, esse per-
centual sobe para 84, 35% (população urbana) e cai para 15,65% (população rural).
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Modernização agrícola e música sertaneja
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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Quando uma mesma empresa consegue colocar sob seu domínio uma ou mais eta-
pas de produção ou circulação necessária a elaboração de determinada mercadoria.
7
Esse esforço é particularmente perceptível na campanha publicitária Agro é tech,
agro é pop, agro é tudo que intercala a programação diária da Rede Globo.
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Em tese de doutorado Clovis Caribé estuda a expansão capitalista no Oeste baiano
com a produção da soja, o munícipio de Luís Eduardo Magalhaes surgirá da pressão
dos grandes produtores rurais, na sua maioria migrantes da região sul do país, sobre
o governo do Estado para autonomizar o distrito do munícipio de Barreiras.
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Cantor e compositor de música caipira, nascido em São Paulo em 1906 e morto em
1970. Dedica-se a música caipira a partir de 1920, fez duplas com outros cantores re-
conhecidos como Serrinha (entre 1942-1945) e Florêncio (a partir de 1945) (FREIRE,
1996).
10
Dupla caipira formada por Murilo Alvarenga (1912 – 1978) nascido em Minas Gerais
e por Ranchinho. Este último foi substituído duas vezes, de modo que, na história da
dupla houve 3 ranchinhos no total, sendo Homero de Souza Cruz, o último a adotar o
nome artístico (CALDAS, 1987).
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Dupla caipira formada por Antenor Serra (Serrinha) (1917), cantor, violeiro e com-
positor nascido em Botucatu (SP) e por Luiz Marino Rebelo, nascido em Mauá (SP)
(FREIRE, 1996).
12
A dupla composta pelos irmãos João Salvador Perez (1921-2012) em Botucatu, São
Paulo e por José Salvador Perez (1920- 2012), celebrada como a dupla caipira que obte-
ve mais sucesso com suas composições, como recordistas de venda de disco (CALDAS,
1987).
13
Dupla sertaneja formada por Diogo Mulero em Agudos (SP) e Sebastião Alves Cun-
ha (no município de Coromandel (SP) (ALONSO, 2015).
14
Dupla formada por Leonildo Sachi (Leo Canhoto) , nascido em Anhumas (SP) e José
Simão Alves (Robertinho) nascido em Agua Limpa (GO) (CALDAS,1987)
15
Dupla composta por Romeu Januário de matos (1940), nascido em Monte Santo
(MG) e por José Alves dos Santos nascido em São José do Belmonte (PE) (ALONSO,
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2015).
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Inezita Barroso era o nome artístico de Ignez Madalena Aranha de Lima (1925-2015)
nascida em São Paulo. Inezita tornou-se um ícone da música caipira tradicional, ten-
do apresentado durante muitos trinta e cinco anos o programa Viola, minha viola na
TV Cultura em São Paulo com transmissão em rede para todo o Brasil. (ALONSO, 2015)
17
Dupla formada pelos irmãos José Lima Sobrinho (1954) e Durval de Lima (1957) am-
bos nascidos em Astorga-Paraná. Essa dupla é recordista em venda de discos no Brasil
e já obteve reconhecimento internacional ganhando o grammy latino. (ROCHA, 2019)
18
Dupla formada pelos irmãos Luís José Costa (1961-1988) e Emerval Eterno Costa
(1963), a dupla alcançou extraordinário sucesso com venda de mais de 17 milhões de
discos. (ROCHA, 2019)
19
Dupla formada pelos irmãos Mirosmar José de Camargo (1963) e Welson José de Ca-
margo (1973), nascidos em Pirenópolis – Goiás. (ALONSO, 2015)
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Esse debate, incluindo as críticas de Tarik de Souza e Lulu Santos, pode ser encon-
trado na obra de Gustavo Alonso (2015), especialmente nos capítulos 7,8 e 9.
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Essa discussão pode ser acessada a partir dos trabalhos de Caldas, 1987; Alonso,
2015; e Rocha, 2019.
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Podemos ver essa postura a partir de duplas como Chitãozinho & Xororó e Zezé Di
Camargo & Luciano, a primeira ao regravar clássicos do cancioneiro caipira como
No Rancho fundo de Ary Barroso e Lamartine Babo e Cabocla Tereza de Raul Torres e
João Pacífico e a segunda por gravações como Tristeza do Jeca de Angelino de Oliveira.
23
A dupla que se formará posteriormente inspirou-se nessa canção.
24
Almir Sater e Renato Teixeira são dois artistas oriundos, respectivamente de Campo
Grande (MS) e Santos (SP) que elaboraram uma obra que buscam retomar as temáti-
cas e instrumentos da música caipira.
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Dupla sertaneja formada na década de 1950 que ficou famosa após introduzirem na
sua canção gêneros latino-americanos e passarem a se vestir como mariachis mexica-
nos. (ALONSO, 2015)
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Dupla formada em 1980 com ambos oriundos do estado de São Paulo, em muitas de
suas canções, além do romantismo, foi retomada a temática do boiadeiro.
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Neste momento, cabe ressaltar o quanto a hipótese de a música sertaneja romântica
conter o “fenômeno migratório” como um conceito em potencial para se interpretar o
ethos saudoso e deslocado das suas canções encontra ressonância na vida da maioria
dos artistas que compõem as duplas dessa época. Uma vez que estes foram em sua
maioria migrantes, cujo passado agrário (inclusive em condições como as de meeiro,
tal como era a de Leandro e Leonardo) é marcante nas suas biografias.
28
A dupla João Bosco & Vinicius é considerada uma das pioneiras do sertanejo univer-
sitário, dentre suas temáticas, destaca-se o tema da balada e curtição (ALONSO, 2015).
29
César Menotti & Fabiano é uma dupla sertaneja que veio lançar seu primeiro álbum
em 2004, contendo regravações de clássicos da música sertaneja e a apresentação
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Canção famosa a partir da interpretação do Trio Parada Dura.
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O casal Maria Cecília e Rodolfo se conheceram nos corredores da universidade e
constituíram a primeira geração do sertanejo universitário.
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É uma dupla formada em 2006 na cidade de Campo Grande (MS), alcançou a fama
principalmente a partir do quadro musical Garagem do Faustão do programa Domin-
gão do Faustão e da canção Camaro amarelo. (ALONSO, 2015)
36
Artista nascido em Minas Gerais, iniciou sua carreira com canções com temática
sobre balada e passou nos últimos anos a cantar canções com o tema da sofrência, é
considerado um dos artistas mais bem sucedidos na música sertaneja.
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nesse momento desaparece para dar lugar a uma forma mais recente
de vivenciar as relações amorosas.
Para além de um mero relacionamento descompromissado, a “ba-
lada” é o cenário em que se realiza a festa e a curtição (termo que apa-
rece em Balada boa e dá nome ao disco de 2009 de João Bosco & Viní-
cius) e expressa na música sertaneja universitária a concentração de
expectativa social presente no país que passava pelo aumento inter-
nacional do preço das commodities que permitiu, naquele momento,
um avanço do poder de compra do cidadão brasileiro. Nesse sentido,
os versos de Balada boa já apresentavam, que a “nossa” curtição será
longa: “Quero curtir com você na madrugada / Dançar, pular até o
sol raiar”
A ampliação do poder aquisitivo de uma parcela da sociedade e
expresso a partir da expectativa de uma festa longa vai aparecer em
algumas canções sob a forma de ascensão social e ostentação. Como
em Camaro amarelo (2012) de Munhoz & Mariano que explora um
eu-lírico que narra a posse da herança paterna, o que permite a mu-
dança de vida deste, ao adquirir um carro de luxo que lhe garante
o sucesso desejado para com as mulheres, ou em Vó, tô estourado
(2013) interpretado por Israel Novaes em que o eu-lírico declara que
enquanto sua avó lhe aconselhava estudar, o avô fazia o inverso. A
curtição aparece, portanto, como um elemento possível de ser con-
quistado uma vez que a situação social do eu-lírico não exige o diplo-
ma superior para se viver uma vida com acesso ao consumo: “Já dizia
meu vô, ao contrário da minha vó / Meu filho faça o que é melhor /
Escute agora o conselho que eu vou lhe dar / Não tem nada no mun-
do melhor do que farrear”37.
Ainda assim, a música sertaneja universitária, marcada por
canções que representam relacionamentos rápidos e despreten-
siosos, nunca abdicou de cantar o amor e o romantismo, como é
37
Nascido na cidade de Breves no Pará, Israel Novaes é um artista que construiu sua
obra mesclando o gênero baiano do arrocha com a música sertaneja, dentre suas te-
máticas, destaca-se a da ostentação.
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Luan Santana é um artista de Campo Grande (MS) que iniciou sua carreira em
2009 como um astro teen sertanejo que alcançou fama com a canção Meteoro, suas
canções são marcadas pelo romantismo. (ALONSO, 2015)
39
Dupla sertaneja formada em 2007 na cidade de Londrina (PR). É considerada uma
das duplas mais bem sucedidas no país. Sua obra é marcada por representações acer-
ca do amor e romantismo. (ROCHA, 2019)
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Referências
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Introdução
1
questão em torno da qual se reuniam os debates nos movimentos so-
ciais era a prática ou práticas que pudessem ao mesmo tempo valo-
rizar os saberes e conhecimentos das comunidades rurais (tradições
e culturas) e de outro lado promovesse a transformação social ultra-
passando as alterações e inovações técnicas de cultivo. Era, portanto,
outro caminho distinto daquele que surgira nos anos 1980 sob a ro-
tulagem de agricultura alternativa. Tratava-se de uma mudança de
paradigma que envolvia a relação com a natureza, com a terra, com
os grupos sociais (e intra-grupos) como também um novo universo
simbólico de representações, ideias e projetos políticos de socieda-
de (PETERSEN e ALMEIDA, 2004; CAPORAL, e COSTABEBER, 2000,
IBARRA-COLADO, 2006).
O novo paradigma que passou a se tornar hegemônico nos de-
bates acadêmicos e políticos deslocou o olhar da produção agríco-
la para a cultura de produção (PETERSEN e ALMEIDA, 2004: p 32)
principalmente porque se tratava de pensar e transformar valores,
princípios e da construção de um novo modelo de sociedade a partir
dessa relação com a natureza. Enfrentava de um lado o neoliberalis-
mo, o consumismo, o imediatismo individualista e o industrialismo
predatório, e de outros grupos sociais de pensamento progressista
e progressivista, que situavam a agroecologia como um entrave ao
desenvolvimento. Entretanto a ruptura epistemológica em curso
pretendia alcançar tanto os agricultores e agricultoras familiares,
camponeses, populações rurais como movimentos políticos que
impunham bandeiras contra Wall Street ou contra as oligarquias
1
O pesquisador Fernando Caporal é o primeiro a abordar a Extensão Rural Agro-
ecológica - ERA, em sua tese de doutorado em 1998. Antes dele outras abordagens e
pesquisas já vinham sendo desenvolvidas de forma muita esparsas em universidades
brasileiras sob vários rótulos de economia natural, agricultura ecológica, natural ou
mesmo já consolidado e contraditório debate sobre desenvolvimento sustentável. Na
década de 1960 situa os primeiros trabalhos sobre a importância da microbiologia do
solo com Artur e Ana Primavesi, que na décadaseguinte resultará no clássico Manejo
Ecológico do Solo, que influenciará diversospesquisadores, agrônomos etc. Vale citar
também o papel José Lutzenberger, AdilsonPaschoal e Sebastião Pinheiro e Luiz Car-
los Pinheiro Machado
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Por que a agroecologia é um projeto político
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
2
Nem sempre quando falamos sobre “grande rede” estamos nos referindo à quanti-
dade de pessoas, mas de organizações, lideranças políticas e comunitárias, ONGs, etc.
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Danilo Uzêda da Cruz
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
3
Os Anais de dois encontros (II e III) estão disponíveis em https://aba-agroecologia.
org.br/download/anais-do-ii-encontro-brasileiro-de-agricultura-alternativa/.
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Por que a agroecologia é um projeto político
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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Por que a agroecologia é um projeto político
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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https://agroecologia.org.br/
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Por que a agroecologia é um projeto político
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Danilo Uzêda da Cruz
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Considerações finais
Referências
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2014b.
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
SAMBUICHI, Regina Helena Rosa (org) ... [et al.]. A política nacional de
agroecologia e produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo
desenvolvimento rural sustentável. Brasília: IPEA, 2017.
WEID, Jean Marc von der. A agroecologia no Governo Lula. In: INESC.
Orçamento & Política Socioambiental. 2004, n°.10, p.1-12.
WEID, Jean Marc von der. Agroecologia: condições para a segurança ali-
mentar. Agriculturas, v.1 - n°0. 2004.
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Introdução
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ElijalmaAugustoBeserra,LucianaSouzadeOliveira,LuciaMarisySouzaRibeirodeOliveiraeEvaMônicaSarmentodaSilva
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Metodologia
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Caprinovinocultura no Sertão do São Francisco
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Caprinovinocultura no Sertão do São Francisco
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Fonte: DATAMÉTRICA(2015)
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Por outro lado, parece ser evidente que ações de fechamento dos
matadouros tenham de partir do Ministério Público ou mesmo dos
órgãos estaduais, como a Agência de Defesa e Fiscalização Agrope-
cuária do Estado de Pernambuco (ADAGRO). Sobre o signo do anoni-
mato, alguns gestores municipais confidenciaram que gostariam de
se livrar do problema, que são estruturas caras, desde que a iniciati-
va não seja deles. Um gestor, identificado como P2 chegou a dizer “eu
mesmo não fecho, mas se a ADAGRO e o Ministério Público fechar eu
acho é bom” (Depoimento verbal em 04 de novembro de 2021). Claro
está, entretanto, que manter abatedouro consome parte significativa
do orçamento municipal, o que desestimula a ação.
Segundo a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA)
do estado de Pernambuco, a região da Zona da Mata pernambucana
possui oito abatedouros que atuam de forma regionalizada, com ca-
pacidade total de abate de 14.800 animais por mês e 20 entrepostos
de carne, em toda a região. Algumas lições são extraídas das expe-
riências destas plantas industriais, as quais podem contribuir para a
implantação de sistema de abatedouros frigoríficos na microrregião
do Sertão do São Francisco.
A concentração do abate de animais foi de extrema importância
para os municípios e para a região da Zona da Mata, uma vez, que
essa forma de gestão da cadeia produtiva valoriza o desenvolvimen-
to econômico e a melhoria do processo produtivo, permitindo uma
gestão de qualidade nos processos que envolvem o abate. Todavia, os
abatedouros atualmente em operação, incluindo os da Zona da Mata
de Pernambuco implantados através do programa PROMATA, vêm
enfrentando dificuldades na gestão das estruturas, devido os altos
custos de manutenção. Um exemplo claro desta condição foi iden-
tificado na cidade de Cabrobó/PE, que possui um abatedouro man-
tido pela prefeitura, onde são abatidos semanalmente uma média
de 50 animais, todos bovinos, a uma taxa de R$ 70,00 (setenta reais)
por animal, arrecadação insuficiente para arcar com os custos dos
funcionários e insumos. No município de Paudalho, constata-se rea-
lidade semelhante. Trata-se de um equipamento administrado pelo
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Caprinovinocultura no Sertão do São Francisco
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Retrato da comercialização
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Considerações finais
Referências
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Caprinovinocultura no Sertão do São Francisco
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Gil, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 7. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
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ElijalmaAugustoBeserra,LucianaSouzadeOliveira,LuciaMarisySouzaRibeirodeOliveiraeEvaMônicaSarmentodaSilva
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Imtrodução
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Geusa da Purificação Pereira e Marcelo Leles Romarco de Oliveira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Metodologia
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
já ouvi eu não lembro não” (JULIA, 2018); “Eu nunca ouvi falar não”
(FRANCISCO, 2018).
No entanto, embora desconhecendo o termo, os agricultores per-
cebem as transformações no meio ambiente, através dos aspectos
físicos, sociais e culturais. Para essa percepção, estes agricultores re-
correm as questões históricas, ou seja, ao tempo, já que, para falar
do presente, constantemente remetiam-se ao passado, a infância, ou
juventude. Esse revisitar ao passado se manifestava em expressões
tais como “de primeiro”, “antigamente”, “quando eu era mocinha”,
“no tempo dos meus pais”, “quando eu era criança”, dentre outros
termos, tais como evidenciam no relato a seguir:
Menina, eu vou dizer aqui uma coisa, que por vida, teve sol! Mas o
que vem castigando muito é o tempo, que é variado. E o povo tá fa-
lando, tem muitos dizendo... Ai não é eu, é o povo! Defende muito,
dizendo que é as árvores que acabou. Ai que não puxa chuva. A gente
não tem aquele tempo bom. O que a gente sente mais é isso. A desco-
berta do mundo todo. Que de primeiro não era assim, sempre chovia.
Tinha seca, mas sempre chovia mais que agora (VALDEMAR, 2018)
Hoje tem vários animais que você não vê mais. Se você ouve falar
num veado, a gente não vê mais. Tem, mas longe, né? No terreno do
meu pai a gente via. Você ia pegar um cavalo, apartar uma vaca, che-
gava lá tinha um veado, tinha um tatu, tinha um teiú, tinha alguma
coisa. Hoje você não vê nada. Uma nambu, uma codorna. Hoje pra a
gente ver um passarinho é aquela coisa. Raridade! Já ouviu falar em
raridade? A gente sabe que existe, né? A gente sabe que na região
tem a codorna. Tem! Só que é difícil ver. Você tem que andar bastante
para ver onde acha uma escondida (OSVALDO, 2018).
Considerações finais
Agradecimentos
Referências
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Geusa da Purificação Pereira e Marcelo Leles Romarco de Oliveira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
MENEZES, Lucas Chagas Paes de; OLIVEIRA, Bruno Marcel Carneval de;
EL-DEIR, Soraya Giovanetti. Percepção Ambiental sobre Mudanças Cli-
máticas: Estudo de Caso no Semiárido Pernambucano. In: II Congresso
Brasileiro de Gestão Ambiental, 2011, Londrina. II CBGA. 2011.
169
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Geusa da Purificação Pereira e Marcelo Leles Romarco de Oliveira
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
SILVA, João Alberto da, et al. Sensação e percepção no contexto dos estu-
dos em Epistemologia Genética. Revista Eletrônica de Psicologia e Epis-
temologia Genética. Volume 6. Número 2. P.51-67. 2014.
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MudançasclimáticasepercepçãoambientaldeagricultoresfamiliaresdomunicípiodeBaixaGrande,Bahia
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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José da Silva Reis, Klayton Santana Porto e Gilmar dos Santos Andrade
Introdução
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José da Silva Reis, Klayton Santana Porto e Gilmar dos Santos Andrade
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
1
Condições edafoclimáticas são questões características definidas através de fatores
do meio, tais como o clima, o relevo, a litologia, a temperatura, a humidade do ar, a
radiação, o tipo de solo, o vento, a composição atmosférica e a precipitação pluvial.
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Opotencialdacascadolicurinasubstituiçãodalenhadobiomacaatinganoprocessodecombustãoeproduçãodeenergiatérmica
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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Opotencialdacascadolicurinasubstituiçãodalenhadobiomacaatinganoprocessodecombustãoeproduçãodeenergiatérmica
Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
mais utilizada para geração de energia tendo em vista que é uma fon-
te não renovável, ou seja, a qualquer momento pode acabar.
No bioma Caatinga existe uma palmeira denominada como Li-
curizeiro (Syagrus coronata) que apresenta um potencial muito rico
para alimentação humana e animal. Além disso, o Licuri produz uma
biomassa muito rica que pode ser inserido na matriz energética. Esta
palmeira ao longo do tempo conseguiu adapta-se as condições edafo-
climáticas do semiárido brasileiro suportando assim estiagens pro-
longadas devido a capacidade que a planta tem de evitar a perda de
água e de se desenvolver em solos pedregosos, pobres e preferencial-
mente arenosos e ácidos. A palmeira Syagrus coronata está presente
nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas e Norte de Minas Gerais (CAR-
VALHO, 2015, p. 02).
A Bahia é um dos estados que apresenta maior concentração da
palmeira especificamente nos municípios de Monte Santo, Itiúba,
Senhor do Bonfim, Maracas, Milagres e Santa Terezinha, que con-
sequentemente sua produção de casca é altíssima (DRUMMOND,
2007, p. 9).
A casca de Licuri ou endocarpo pode ser utilizado como uma im-
portante biomassa, como forma de substituir o uso de combustíveis
fósseis, além de este ser um resíduo resultante do beneficiamento
do Licuri, que, embora seja produzida em grandes quantidades nas
regiões onde o Licurizeiro é encontrado, na maioria das vezes é des-
prezada pelos extrativistas no momento do beneficiamento do Licu-
ri. Esse material apresenta características muito boas para ser uma
excelente biomassa renovável a ser utilizada como fonte de energia
podendo então contribuir com a preservação ambiental e diminuir
os custos das famílias extrativistas com aquisição de gás GLP para
contribuir no cozimento dos alimentos.
A casca de Licuri representa em torno de 45% do fruto do Licuri,
sendo que este material apresenta uma consistência muito grande
devido a sua alta quantidade de carbono impregnado na mesma, o
que explica também o motivo pelo qual as cascas demoram tanto
para completar seu ciclo de decomposição.
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Considerações Finais
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Referências
BECKERMAN, S. 1977. The use of palms by the barí indians of the Mara-
caibo basin.Principes21:143-154.
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José da Silva Reis, Klayton Santana Porto e Gilmar dos Santos Andrade
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
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Introdução
Metodologia
1
“Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) compara indicadores de países nos
itens riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros, com o
intuito de avaliar o bem-estar de uma população, especialmente das crianças. Varia
de zero a um e é divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(Pnud) em seu relatório anual”. Escalonamento: 0 a 0.499 – Muito Baixo, 0.500 a 0.599
– Baixo, 0.600 a 0.699 – Médio, 0.700 a 0.799 – Alto e 0.800 a 1 – Muito Alto (IPEA,
2008)
2
Existe uma Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), esta apresenta os
níveis que são: grave restrição total do alimento, fome. Moderada quando há privação
da quantidade e qualidade de alimentos e a leve quando há a preocupação de faltar o
alimento.
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Kamilla Ferreira da Silva Souza
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
3
Módulo fiscal é uma unidade de medida, em hectares, cujo valor é fixado pelo IN-
CRA para cada município. Então, 1 módulo fiscal para o município de Retirolândia
corresponde a 50 ha (INCRA, 2013).
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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“A ASA é uma rede que defende, propaga e põe em prática, inclusive através de polí-
ticas públicas, o projeto político da convivência com o Semiárido. É uma rede
porque é formada por mais de três mil organizações da sociedade civil de distintas
naturezas – sindicatos rurais, associações de agricultores e agricultoras, cooperativas,
ONG´s, Oscip, etc.” (ASABRASIL, s/d a)
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Kamilla Ferreira da Silva Souza
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
5
Após o afastamento da presidente do Brasil Dilma Rousseff, em maio de 2016 por
um processo de impeachment, o ex presidente Michel Temer reduziu o número de
ministérios de 32 para 23, Então, houve a primeira alteração da nomenclatura e estru-
tura com a fusão do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS),
com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – ficando com a sigla MDSA (MATOS,
2016, p. 54).No Governo Bolsonaro a pasta ganha novo nome: Ministério da Cidadania
(MC).
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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O PFZ teve vida curta e foi desarticulado em seguida. O Programa Bolsa Família em
2004 tornou-a bandeira política do governo do PT.
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Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
7
Cada tecnologia possui sua Instrução Operacional (IO) que especifica tecnicamente
o processo a ser seguido pelos parceiros executores mediante a implementação da
tecnologia social definida em seu instrumento jurídico. Neste trabalho tratamos das
Instruções relativas às tecnologias de água para produção e pode ser conferido no
sítio do MC http://mds.gov.br/assuntos/seguranca-alimentar/acesso-a-agua-1/mar-
co-legal-1.
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Fonte: Elaborado por Kamilla Ferreira da Silva Souza, 2019. Base de dados: Brasil,
Ministério da Cidadania, 2019.
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
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Após eleição do atual presidente Jair Messias Bolsonaro com o objetivo de redução
dos gastos públicos houve a redução dos ministérios, atualmente são 22 pastas. O Mi-
nistério de Desenvolvimento Social e Agrário passou a ser Ministério da Cidadania.
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Cisterna Calçadão
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Cisterna Enxurrada
Barreiro Trincheira
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Barragem Subterrânea
Cisterna Telhadão
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Referências
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
IPEA. O que é índice de Gini? Brasília, DF, 2004. Disponível em: http://
www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&id=2048:ca-
tid=28&Itemid=23. Acesso em 27 de set. de 2018.
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Kamilla Ferreira da Silva Souza
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antiguidade x modernidade
Introdução
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Essas transformações já têm surtido efeito nas áreas rurais, não so-
mente com a elevação da produtividade do trabalho nas tarefas agro-
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Raimunda Pereira da Silva, Alexsandro Ferreira de Souza Silva e José Raimundo Pereira da Silva
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Metodologia
Cabe destacar que foram feitos dois encontros para melhor cole-
tar as informações, com um período de dois meses de contato com
a comunidade. As questões que nortearam as entrevistas passaram
pelo conselho de ética, antes de ir a campo.
A entrevista foi gravada com aparelho móvel, transcrita fidedig-
namente a fala dos entrevistados, que aqui serão tratados de: P1; P2
e P3. Os dados colhidos foram trazidos nesse texto com o intuito de
originar uma possível reflexão sobre possíveis mudanças ocorridas
na casa de farinha de uma comunidade da Serra, de acordo com os
avanços da contemporaneidade.
Era com uma roda de pau, vinha botava um reio, tira de couro de
cangula; daí os homens puxava aquela roda e ia uma pessoa um mi-
nutinho pra cevar, mais a depois foi indo foi indo, foi modificando
as coisas e ai passou a ser a motor muito tempo o cevador ali é pra
cevar ne?! (P2)
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Coleção Mundo Rural Contemporâneo na Bahia - Vol. 3 - Convivência com o Semiárido
Avemaria, passei foi dias, duas noite de pé enfiado assim, nos penei-
rando massa, imprensando, dançando, tinha violão, tinha cavaquin-
ho, radiola que nesse tempo era radiola, oxe, nos dançava a noite
toda quando parava ali de peneirar corria ia dançar, quando pensava
que não gritava, olha a prensa ai nos corria pra trás, era muita gente.
E era namorado a noite todinha, uns puxando rodo, mexendo farin-
ha outros namorando, fazendo café, cozinhando batata, fazendo bei-
ju. Era bom demais divertido, conversavam de todos os assuntos (P3).
Meu pai plantava muito, muita mandioca a gente passava uma sema-
na na casa de farinha, matava bode pra assar e levar para casa de fa-
rinha. Meio dia o almoço parecia de um casamento a casa de farinha
cheia de gente. Hoje em dia a coisa ta diferente (P1).
“eu não bebo copo seco, ôoh lêh, ôoh lêh ôoh lá (P1)”
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Considerações finais
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Raimunda Pereira da Silva, Alexsandro Ferreira de Souza Silva e José Raimundo Pereira da Silva
Danilo Uzêda da Cruz - Gilmar dos Santos Andrade - Tiago Pereira da Costa - Jorge Luiz Nery de Santana
Referências
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TecnologiassociaisdeacessoàáguaparaproduçãodealimentosedessedentaçãoanimalnomunicípiodeRetirolândia–Ba
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Abel Amado de Lima Oliveira e Jorge Luiz Neri de Santana
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A sua alta nobreza não passa de pretensão, você diz que escreve
tudo, tem uma coisa que não, é a palavra bonita que se chama
educação (Autoria de Capitão Balduíno e Teddy Vieira, gravação
de Zico e Zeca)
Introdução
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Escola família agrícola
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meio de uma ação que tenha por base uma articulação entre esses
elementos, como demonstra o esquema abaixo:
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Considerações finais
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Referências
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Sobre as autoras e autores
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Klayton Santana Porto Licenciado em: Física pela UESB (2008), Ma-
temática pela FTC (2010), Computação pelo Claretiano (2021) e em
Pedagogia pela Intervale (2021). Especialista em: Educação Inclu-
siva e Especial pela FINOM (2009) e em Mídias na Educação pela
UESB (2012). Doutor (2017) e mestre (2014) em Ensino, Filosofia e
História das Ciências pela UFBA/UEFS. Atualmente é professor
adjunto 2 da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. É lí-
der do Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de Ciências e For-
mação de Professores (CNPq). Participa de projetos de pesquisa
e extensão que envolvem investigação em ensino-aprendizagem
de conteúdos de Ciências e Física, com ênfase no desenvolvimen-
to de metodologias qualitativas e quantitativas de avaliação da
aprendizagem e na formação inicial e continuada de professores
com foco no ensino de Ciências, Educação Inclusiva, Informática
na Educação e Educação do Campo. Tem experiência como do-
cente e pesquisador nas áreas de ensino de Ciências e Física, Tec-
nologias Digitais de Informação e Comunicação, Educação a Dis-
tância, Educação do Campo e Educação Inclusiva, na educação
básica e no ensino superior.
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