Relatorio Final Plano Diretor Aieri Vol 4

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 114

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SEDU - SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO


COMEC – COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO

PLANO DIRETOR DA ÁREA DE INTERESSE ESPECIAL REGIONAL

DO IGUAÇU - AIERI

PRODUTO PARCIAL IV

PLANO DIRETOR DA AIERI


VOLUME 4

CONCRESOLO ENGENHARIA LTDA

CURITIBA
DEZEMBRO / 2013
Concresolo Engenharia

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL


MINISTÉRIO DAS CIDADES
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO URBANO
COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA

PRODUTO PARCIAL IV

PLANO DIRETOR DA AIERI


VOLUME 4

ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE CONCEPÇÃO DO

PLANO DIRETOR DA ÁREA DE INTERESSE ESPECIAL REGIONAL

DO IGUAÇU - AIERI

CURITIBA
DEZEMBRO / 2013
Concresolo Engenharia

Contratante: COMEC – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba


Endereço: R. Máximo João Kopp, 274 – Bloco 3 – Santa Cândida
Curitiba/ PR
Contratada: CONCRESOLO ENGENHARIA LTDA.
Endereço Sede: R. Antônio Henrique de Noronha, 51 A – São Cristóvão
Rio de Janeiro/ RJ
Endereço Filial: R. dos Palotinos, 129 – Cristo Rei – Curitiba/ PR
Contrato: nº 015/ 2012/ COMEC
Termo de Compromisso: nº 351.265-12/2011
Data da assinatura: 28/12/2012
Data da publicação: 02/01/2013
Ordem de Serviço: 28/12/2012
Data de término contratual: 31/07/2013
Data de término 1º aditivo: 16/06/2013
Data de término 2º aditivo: 30/09/2013
Data de vigência contratual: 19/09/2013
Data de vigência 1º aditivo: 19/10/2013
Data de vigência 2º aditivo: 30/12/2013
Prazo de conclusão: 210 dias consecutivos
Prazo de conclusão 1º aditivo: 165 dias consecutivos
Prazo de conclusão 2º aditivo: 271 dias consecutivos
Prazo de vigência contratual: 260 dias consecutivos
Prazo de vigência 1º aditivo: 290 dias consecutivos
Prazo de vigência 2º aditivo: 363 dias consecutivos
Valor contratual: R$ 487.217,25

Concresolo Engenharia Ltda.


Elaboração do Estudo de Concepção do Plano Diretor da
Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu: Plano Diretor
- Produto Parcial IV / Concresolo Engenharia Ltda. – 2013.
126 f. : il. color.; 29,7 cm

Produto Parcial IV – Plano Diretor – COMEC, Governo do


Estado do Paraná, 2013.

1. Parque Natural do Iguaçu. 2. AIERI. 3. Drenagem.


I. COMEC. II. Governo do Estado do Paraná. III. PP IV.
Concresolo Engenharia

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

CARLOS ALBERTO RICHA


Governador do Estado

SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO URBANO - SEDU

CARLOS ROBERTO MASSA JÚNIOR


Secretário de Estado

COORDENAÇÃO DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - COMEC

RUI KIYOSHI HARA


Coordenador da RMC

JOSÉ ANTONIO CAMARGO


Diretor Presidente

SANDRO ALMIR SETIM


Diretor Técnico

CARLOS DO REGO ALMEIDA FILHO


Diretor de Transporte Metropolitano

ECOPARANÁ, IAP, AGUASPARANÁ E MINEROPAR


Instituições Intervenientes - Termo de Cooperação 002/2009
Concresolo Engenharia

PLANO DO ESTUDO

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

LISTAS DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

RESUMO EXECUTIVO

INTRODUÇÃO

PROPOSTA DE LIMITE - AIERI

PROPOSTA DE ZONEAMENTO - AIERI

REFERÊNCIAS

TERMO DE ENCERRAMENTO

ANEXO

PP IV – Plano Diretor - AIERI


1
Concresolo Engenharia

SUMÁRIO

PLANO DO ESTUDO ..................................................................................................... 1

SUMÁRIO ....................................................................................................................... 2

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................... 5

LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... 6

LISTA DE TABELAS ..................................................................................................... 7

LISTA DE MAPAS ......................................................................................................... 8

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ........................................................................ 9

RESUMO EXECUTIVO ................................................................................................ 11

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13

2 PROPOSTA DE LIMITE PARA A AIERI ................................................................. 15

2.1 MEMORIAL DESCRITIVO ............................................................................... 21

3 PROPOSTA DE ZONEAMENTO – AIERI ............................................................... 23

3.1 METODOLOGIA PARA A REALIZAÇÃO DO ZONEAMENTO ........................ 23

3.2 PRESSUPOSTOS ........................................................................................... 29

3.2.1 Drenagem ................................................................................................. 29

3.2.2 Cobertura Vegetal .................................................................................... 35

3.2.3 Parques Públicos e Privados .................................................................... 39

3.2.4 Mineração ................................................................................................. 44

3.2.5 Áreas Urbanas Consolidadas e Irregulares .............................................. 47

3.2.6 Outras Pressões ....................................................................................... 52

3.2.7 Sistema Viário .......................................................................................... 55

3.3 SÍNTESE DA ANÁLISE.................................................................................... 62

PP IV – Plano Diretor - AIERI


2
Concresolo Engenharia

3.4 ZONEAMENTO EXISTENTE NOS MUNICÍPIOS INSERIDOS NA AIERI ....... 65

3.4.1 Município de Pinhais ................................................................................ 66

3.4.2 Município de Piraquara ............................................................................. 68

3.4.3 Município de São José dos Pinhais .......................................................... 70

3.4.4 Município de Curitiba ................................................................................ 73

3.4.5 Município de Fazenda Rio Grande ........................................................... 76

3.4.6 Município de Araucária ............................................................................. 79

3.4.7 Município de Contenda ............................................................................. 81

3.4.8 Município de Balsa Nova .......................................................................... 82

3.4.9 Município de Lapa .................................................................................... 84

3.5 ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A AIERI .................................................. 88

3.5.1 Zonas de Parques - ZPAR........................................................................ 89

3.5.2 Zona de Área de Proteção Ambiental - ZAPA .......................................... 93

3.5.3 Zona de Conservação e Recuperação Ambiental - ZCRA ....................... 95

3.5.4 Zona Urbanizada de Risco – ZURI ......................................................... 100

3.5.5 Setor de Infraestrutura – SI .................................................................... 102

3.6 MINUTA DE DECRETO ................................................................................. 104

4 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 106

TERMO DE ENCERRAMENTO ................................................................................. 109

ANEXO A – MINUTA DO DECRETO......................................................................... 110

PP IV – Plano Diretor - AIERI


3
Concresolo Engenharia

APRESENTAÇÃO

PP IV – Plano Diretor - AIERI


4
Concresolo Engenharia

APRESENTAÇÃO

A CONCRESOLO ENGENHARIA Ltda., em cumprimento do Contrato N°


015/2012/COMEC para a elaboração de Estudo de Concepção do Plano Diretor da
Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu - AIERI, Região Metropolitana de
Curitiba, apresenta o Produto Parcial IV referente ao Plano Diretor da AIERI, contendo
os elementos do item 7.1. Estudo de Concepção, das páginas 18 a 19 do Termo de
Referência.
Segue as diretrizes formuladas pelo Termo de Referência elaborado pela
COMEC, sob a orientação da Caixa Econômica Federal – CEF e o Ministério das
Cidades – MCidades, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento PAC 2 –
Drenagem Urbana.
.

_________________________________________________
CONCRESOLO ENGENHARIA LTDA.
MARCELO JOSÉ LEAL GASINO
Engenheiro Supervisor

Curitiba, 20 de dezembro de 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


5
Concresolo Engenharia

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Trecho extremo norte da AIERI, na região dos rios Palmital, Do Meio, Iraí e
Piraquara (deste último, vista parcial)............................................................................ 16
Figura 2 – Trecho da AIERI entre a Estrada do Encanamento e a BR-277................... 17
Figura 3 – Trecho da AIERI, entre a BR-277 e o Contorno Sul ..................................... 18
Figura 4 – Trecho da AIERI ao sul do Contorno Sul, na região de Ganchinho .............. 19
Figura 5 – Trecho da AIERI entre Curitiba e Araucária pela margem direita e Fazenda
Rio Grande pela margem esquerda .............................................................................. 20
Figura 6 – Trecho da AIERI, entre Araucária e Balsa Nova pela margem direita e
Fazenda Rio Grande e Lapa pela margem esquerda .................................................... 21
Figura 7 - Diretrizes aprovadas do Projeto Novo Guarituba - Áreas de relocação
conforme projeto do PAC Habitação ............................................................................. 33
Figura 8 – Trecho da AIERI em Araucária ..................................................................... 45
Figura 9 – Sistema Viário .............................................................................................. 56
Figura 10 – Interligação entre a área onde houve remoção no Guarituba e a área do
Parque Metropolitano, na altura do Jardim Tropical ...................................................... 58
Figura 11 – Intervenções viárias previstas – PAC da Copa........................................... 59
Figura 12 – Aterro da ferrovia ........................................................................................ 60
Figura 13 – Síntese da Análise...................................................................................... 64
Figura 14 – Detalhe dos municípios abrangidos parcialmente pelo novo limite da AIERI
na região do Alto Iguaçu ................................................................................................ 65
Figura 15 – Zoneamento Municipal e da UTP, em Pinhais, na AIERI ........................... 67
Figura 16 – Zoneamento Municipal e da UTP do Guarituba em Piraquara, na AIERI ... 69
Figura 17 – Zoneamento Municipal de São José dos Pinhais, na AIERI ....................... 72
Figura 18 – Zoneamento Municipal de Curitiba e zoneamento da APA do Iguaçu, na
AIERI ............................................................................................................................. 75
Figura 19 – Zoneamento Municipal de Fazenda Rio Grande, na AIERI ........................ 78
Figura 20 – Zoneamento Municipal de Araucária, na AIERI .......................................... 81
Figura 21 – Macrozoneamento e localidades de Contenda, na AIERI .......................... 82
Figura 22 – Zoneamento Municipal e localidades de Balsa Nova, na AIERI ................. 84
Figura 23 – Zoneamento da Lapa, na AIERI ................................................................. 85

PP IV – Plano Diretor - AIERI


6
Concresolo Engenharia

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classes de solos mapeadas na AIERI, com respectivas áreas ocupadas .. 28


Tabela 2 - Causas principais e secundárias da criação dos parques e bosques .......... 39
Tabela 3 – Zona de Parques – ZPAR ............................................................................ 92
Tabela 4 – Zona de Parques – ZPAR-2......................................................................... 93
Tabela 5 – Zona de Conservação e Recuperação Ambiental – ZCRA .......................... 99
Tabela 6 – Zona Urbanizada de Risco 1 – ZURI-1 ...................................................... 101

PP IV – Plano Diretor - AIERI


7
Concresolo Engenharia

LISTA DE MAPAS

Mapa 1 – AIERI x Curva de Inundação ......................................................................... 30


Mapa 2 – Cobertura Vegetal.......................................................................................... 38
Mapa 3 – Unidades de Conservação / Parques ............................................................ 43
Mapa 4 – Atividades Minerárias .................................................................................... 46
Mapa 5 – Áreas Urbanas Consolidadas e Irregulares ................................................... 51
Mapa 6 – Sistema Viário................................................................................................ 57
Mapa 7 – Pressupostos - Mapa Síntese ........................................................................ 61
Mapa 8 – Zoneamento Atual ......................................................................................... 87

PP IV – Plano Diretor - AIERI


8
Concresolo Engenharia

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AGUASPARANÁ Instituto das Águas do Paraná


AIERI Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu
CIC Cidade Industrial de Curitiba
CIAR Cidade Industrial de Araucária
CMPDU Conselho Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Urbano
COHAPAR Companhia de Habitação do Paraná
COMEC Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba
EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental / Relatório de Impacto Ambiental
ETE Estação de Tratamento de Esgoto
IAP Instituto Ambiental do Paraná
IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba
INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
MINEROPAR Minerais do Paraná S. A.
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
PDI-RMC Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Curitiba
PMC Prefeitura Municipal de Curitiba
PRAD Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
PRDE Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Paraná
PROSAM Programa de Saneamento Ambiental da Região Metropolitana de Curitiba
RMC Região Metropolitana de Curitiba
SANEPAR Companhia de Saneamento do Paraná
SEDU Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano
SI Setor de Infraestrutura
SMMA Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SUDERHSA Superintendência do Desenvolvimento de Recursos Hídricos e do
Saneamento Ambiental
SUREHMA Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente
UTP Unidade Territorial de Planejamento
ZAPA Zona de Áreas de Proteção Ambiental
ZPAR Zona de Parques
ZCRA Zona de Conservação e Recuperação Ambiental
ZURI Zona Urbanizada de Risco

PP IV – Plano Diretor - AIERI


9
Concresolo Engenharia

RESUMO EXECUTIVO

PP IV – Plano Diretor - AIERI


10
Concresolo Engenharia

RESUMO EXECUTIVO

O Estudo de Concepção do Plano Diretor da Área de Interesse Especial


Regional do Iguaçu – AIERI se constitui de 07 (sete) partes, sendo elas: (i) Plano de
Trabalho; (ii) Diagnóstico da Situação Atual; (iii) Caracterização da Área de Influência
Direta - AID; (iv) Objetivos da AIERI; (v) Estudos Ambientais Preliminares; (vi)
Proposição de Alternativas Técnicas de Concepção; e (vii) Diretrizes do Plano Diretor
da AIERI. Este Plano Diretor da AIERI se refere à parte: (vii) Diretrizes do Plano Diretor
da AIERI.
Com o objetivo de estabelecer as diretrizes gerais para o Plano Diretor da Área
de Interesse Especial Regional do Iguaçu - AIERI, esta etapa pretende o entendimento
quanto aos pressupostos, zoneamento existente e metodologia para a realização do
novo zoneamento, a definição do novo zoneamento e dos limites da AIERI, bem como
a minuta de decreto. Este documento está em acordo com o estabelecido no Edital
Tomada de Preço 05/2012, Anexo 4: Termo de Referência para Elaboração de Estudo
de Concepção do Plano Diretor da Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu –
AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


11
Concresolo Engenharia

1. INTRODUÇÃO

PP IV – Plano Diretor - AIERI


12
Concresolo Engenharia

1 INTRODUÇÃO
Com base em diagnóstico previamente realizado, este documento apresenta as
potencialidades e as restrições identificadas para o uso e a conservação da Área de
Interesse Especial Regional do Iguaçu - AIERI.
Também apresenta a proposta de zoneamento socioambiental e as respectivas
normas que deverão nortear os usos, as ações de conservação e de preservação
ambiental desta área.
Para o traçado deste zoneamento, após discussões interdisciplinares sobre o
limite preliminar proposto, realizadas entre a Contratante e a Contratada, considerou-se
a importância de se privilegiar a linha de inundação como norteadora dos limites
definitivos da AIERI. Como resultado destas considerações, os limites da AIERI que
direcionaram a fase de diagnóstico foram adequados a este novo parâmetro, além de
incluírem áreas de interesse socioambiental, a fim de consolidar um corredor de
biodiversidade e proteção das várzeas inundáveis do rio Iguaçu.
A seguir estão apresentados a descrição do novo limite da AIERI e a proposta
de zoneamento socioambiental para a mesma. A proposta de zoneamento iniciando
com a metodologia utilizada, seguida dos pressupostos advindos do diagnóstico e
respectiva síntese analítica, um resumo do zoneamento existente dentro dos limites da
AIERI e finalizando com o zoneamento proposto.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


13
Concresolo Engenharia

2. PROPOSTA DE LIMITE - AIERI

PP IV – Plano Diretor - AIERI


14
Concresolo Engenharia

2 PROPOSTA DE LIMITE PARA A AIERI


Conforme disposto no Decreto 3.742/08 o Memorial Descritivo dos limites da
AIERI deverá ser consolidado somente quando da elaboração do seu respectivo Plano
Diretor.
Desta maneira, no diagnóstico deste Plano Diretor, considerando as diversas
variáveis estudadas e o período que se passou entre a criação da referida unidade de
planejamento e o presente momento, várias situações indicam a necessidade de se
readequar os limites preliminarmente definidos para a AIERI, de maneira a que o
zoneamento proposto atenda aos objetivos para os quais ela foi criada.
Dentre os fatores desta readequação destaca-se a observação da diretriz para
limites de ocupação sugerida pelo Instituto das Águas do Paraná e contida nos estudos
do Plano Diretor de Drenagem da RMC. Trata-se das áreas contidas abaixo do nível da
cota de inundação para um período de retorno (ou curva de recorrência) de 100 (cem
anos). O período de retorno de 100 anos significa que temos a probabilidade de 1% em
um ano, de que a área delimitada e situada abaixo desta cota sofrerá com as
inundações.
Outra realidade constatada foi a necessidade de se minimizar o atingimento de
áreas urbanizadas e institucionalmente regularizadas. Os novos limites, por outro lado,
preservam a ampliam a concepção de corredores de biodiversidade ao longo do leito
maior do rio Iguaçu e de seus afluentes neste trecho.
Na sequência estão apresentados os limites da AIERI, conforme previsão inicial,
formalizada através do Decreto 3.742/08 (em vermelho) e os limites revisados após a
realização do diagnóstico circunstanciado decorrente do presente estudo (em amarelo).
Na Figura 1 observa-se que os limites da AIERI, no trecho do rio Palmital, foram
sensivelmente alterados, buscando-se uma menor interferência sobre áreas
densamente urbanizadas. Nos demais trechos desta microbacia, os limites definidos
buscam abranger as áreas de fundo de vale menos antropizadas. Na parte central da
imagem, a maior diferenciação nos limites é num trecho junto ao Jardim Guarituba,
onde a nova proposta elimina da AIERI trechos de urbanização consolidada neste
bairro, utiliza a rodovia João Leopoldo Jacomel como limite ao sul e ao norte incorpora
um trecho maior de várzea nas proximidades do Parque das Águas. No extremo
noroeste, o novo limite da AIERI abrange áreas de várzea do rio Iraí, à jusante da

PP IV – Plano Diretor - AIERI


15
Concresolo Engenharia

barragem (áreas desapropriadas pela SANEPAR para compensação ambiental da


barragem e do reservatório do Iraí).

Figura 1 – Trecho extremo norte da AIERI, na região dos rios Palmital, Do Meio, Iraí e Piraquara (deste
último, vista parcial)
Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

Na Figura 2, no trecho do curso inferior do rio Palmital e a jusante de sua foz, os


novos limites da AIERI acompanham a cota da curva de recorrência de 100 anos.
Na margem esquerda, buscou-se adequar aos limites aos trechos adensados de
bairros de Piraquara e São José dos Pinhais, estendendo-se a área de proteção sobre
alguns remanescentes de várzea neste trecho.
No trecho leste desta mesma figura, os limites da AIERI também foram
estendidos, buscando maior proteção da ampla várzea do rio Piraquara, pela qual
circula a água proveniente da Barragem de Piraquara II, até a Estação de Tratamento
de Água – ETA Iraí.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


16
Concresolo Engenharia

Figura 2 – Trecho da AIERI entre a Estrada do Encanamento e a BR-277


Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

Na Figura 3, no trecho ao norte (margem direita do rio Iguaçu), a diferenciação


dos limites ocorre em função da opção pelo acompanhamento da linha férrea, na
versão anterior da AIERI, e atual opção de acompanhamento da cota da curva de
recorrência de 100 anos no município de Curitiba. No sentido sul, nesta margem, o
novo limite proposto diferencia-se tão somente em função de precisão no
georreferenciamento adotado.
Na margem esquerda, observa-se modificação significativa em todo o trecho,
onde os novos limites abrangem áreas de várzea externas à margem esquerda do
canal extravasor, acompanhando a curva de recorrência de 100 anos.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


17
Concresolo Engenharia

Figura 3 – Trecho da AIERI, entre a BR-277 e o Contorno Sul


Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

No trecho apresentado na Figura 4, à margem esquerda do rio Iguaçu, os limites


da AIERI não são coincidentes com os indicados no Decreto 3742/08, pois, na situação
anterior, buscou-se adotar limites físicos (estradas e caminhos) existentes e que se
encontravam nas proximidades dos trechos da cota da curva de recorrência de 100
anos. Na nova proposta, buscou-se seguir literalmente o referido elemento geográfico
(cota). Desta forma, os limites da AIERI se estendem a montante pelo vale de alguns
tributários do rio Iguaçu.
Na margem direita, os limites acompanham aqueles propostos no decreto de
criação da AIERI, seguindo a área da APA do Iguaçu no município de Curitiba.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


18
Concresolo Engenharia

Figura 4 – Trecho da AIERI ao sul do Contorno Sul, na região de Ganchinho


Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

No trecho da Figura 5, na margem direita, os novos limites da AIERI mantém a


semelhança com os definidos pelo Decreto 3.742/08, incorporando algumas áreas de
floresta ombrófila mista (com araucária) existentes nesta região. A maior diferenciação
nesta margem é a reentrância pelo vale do rio Barigui, onde a AIERI passa a abranger
toda a área situada abaixo da curva de recorrência de 100 anos. No município de
Araucária, pela mesma margem, os limites da AIERI acompanham as bordaduras dos
loteamentos aprovados neste município e adentram o pequeno córrego Cachoeira,
acompanhando a curva de recorrência, coincidindo com os limites do parque urbano
municipal. Pela margem esquerda, o limite da AIERI acompanha o originalmente
proposto, com pequenas adequações deixando de acompanhar estradas e caminhos
para seguir basicamente pela cota da curva de recorrência de 100 anos. No sentido de
jusante, os limites passam a acompanhar exclusivamente trechos da cota da curva de
recorrência de 100 anos.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


19
Concresolo Engenharia

Figura 5 – Trecho da AIERI entre Curitiba e Araucária pela margem direita e Fazenda Rio Grande pela
margem esquerda
Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

No trecho apresentado na Figura 6, o novo limite da AIERI caracteriza-se por ao


invés de interpolar trechos de estradas vicinais e da linha férrea, com a linha da cota da
curva de recorrência de 100 anos, seguir exclusivamente pela referida cota. A
diferenciação maior, portanto, entre o limite do Decreto 3742/08 e o ora adotado, são
as reentrâncias proporcionadas pela referida cota nos trechos dos vales dos cursos
d’água, tributários diretos ao rio Iguaçu.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


20
Concresolo Engenharia

Figura 6 – Trecho da AIERI, entre Araucária e Balsa Nova pela margem direita e Fazenda Rio Grande e
Lapa pela margem esquerda
Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

2.1 MEMORIAL DESCRITIVO

O memorial descritivo da proposta de limite para a Área de Interesse Especial


Regional do Iguaçu – AIERI é apresentado no Anexo II do Anexo A – Minuta de
Decreto.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


21
Concresolo Engenharia

3. PROPOSTA DE ZONEAMENTO - AIERI

PP IV – Plano Diretor - AIERI


22
Concresolo Engenharia

3 PROPOSTA DE ZONEAMENTO – AIERI


O zoneamento socioambiental tem como objetivo estabelecer mecanismos para
viabilizar a utilização ambientalmente correta e orientada das áreas de várzeas
contíguas ao rio Iguaçu e o curso inferior de seus principais tributários situados na
Região Metropolitana de Curitiba (RMC), harmonizando atividades antrópicas e de
proteção ambiental e atendendo aos preceitos da legislação, de forma a suprir a
demanda de minérios para a construção civil e propiciar a interação com a sociedade.
A definição das zonas para a utilização compartilhada da AIERI tem por
finalidade orientar as atividades antrópicas realizadas na região, de maneira a adequá-
las à nova geografia da paisagem local após a extração do minério de areia e às ações
de controle de enchentes.
Da mesma forma, as autoridades e os formadores de opinião pública devem
adotar práticas e ações que promovam os usos múltiplos destas áreas, seja com o viés
de conservação da natureza, seja com o de utilização sustentável pela população.

3.1 METODOLOGIA PARA A REALIZAÇÃO DO ZONEAMENTO

Na elaboração do presente Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE foi


considerado os preceitos do Decreto Estadual nº 3.742, de 12 de novembro de 2008,
publicado no Diário Oficial do Estado nº 7.848 de 12/11/2008, o qual dispõe sobre a
criação da Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu - AIERI na Região
Metropolitana de Curitiba - RMC e apresenta diretrizes gerais para sua
regulamentação.
De acordo com Art. 2º deste decreto e mapa anexo àquele, a AIERI abrange “as
áreas contíguas ao leito do rio Iguaçu, no trecho compreendido entre as barragens do
rio Iraí e do rio Piraquara, e do rio Palmital, a jusante da Estrada da Graciosa, em
Pinhais, até o início da Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana”. No
entanto, o decreto prevê que o Memorial Descritivo dos limites da AIERI deverá ser
consolidado somente quando da elaboração do Plano Diretor desta figura de
planejamento de uso do solo e conservação ambiental.
Por sua vez, o Art. 3º do decreto estabelece os seguintes objetivos para a AIERI:
1) Promover a proteção, manutenção e recuperação ambiental e paisagística
das áreas contíguas ao leito do rio Iguaçu;
2) Propiciar a conservação e preservação dos biomas mais significativos;

PP IV – Plano Diretor - AIERI


23
Concresolo Engenharia

3) Orientar a ocupação da área condicionando‐a a sustentabilidade ambiental e


paisagística;
4) Consolidar a diretriz de Instituição de instrumento legal de proteção das
várzeas do Iguaçu,
5) Integrar as diversas iniciativas de ações pontuais já realizadas;
6) Implementar usos adequados com práticas conservacionistas em áreas
consideradas aptas para tal;
7) Propiciar a recuperação da qualidade hídrica do rio Iguaçu;
8) Proteger, recuperar e conectar (interligar) os fragmentos florestais;
9) Configurar corredores de biodiversidade;
10) Orientar a recuperação de áreas de extração mineral, incorporando‐as a
ações de minimização de inundações e cheias bem como de recuperação de
serviços ambientais prestados pelas várzeas e usos apropriados;
11) Evitar a ocupação urbana inadequada às características das áreas;
12) Disponibilizar usos turísticos, de lazer e recreação às populações do
entorno, com práticas conservacionistas e de educação ambiental;
13) Recuperar, recompor e valorizar a paisagem;
14) Valorizar o patrimônio histórico‐cultural das comunidades do entorno.

O referido decreto, também determina (Art. 8º) que entre outros usos, a AIERI
conterá, no mínimo, as unidades de conservação citadas abaixo, respeitando-se os
seus respectivos regulamentos, quando existentes:
1) Parque Metropolitano do Iguaçu;
2) Parque Palmital;
3) Parque Natural Metropolitano;
4) Parque Piraquara;
5) Área de Proteção Ambiental Municipal do Iguaçu.

Ainda, o decreto estabelece as diretrizes gerais para a regulamentação da


AIERI, na forma da redação de um Plano Diretor que seria “coordenado pela COMEC –
Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba, com a participação das prefeituras
diretamente atingidas e pelos seguintes órgãos setoriais: IAP - Instituto Ambiental do
Paraná, MINEROPAR - Minerais do Paraná S.A. e SUDERHSA - Superintendência do

PP IV – Plano Diretor - AIERI


24
Concresolo Engenharia

Desenvolvimento de Recursos Hídricos e do Saneamento Ambiental, sem prejuízo de


outras instituições públicas e privadas e da sociedade civil organizada”.
Por fim, de acordo com estas diretrizes gerais do decreto, o Plano Diretor
deveria considerar:
1) os compartimentos geomorfológicos;
2) a diversidade de ecossistemas locais;
3) as características hidráulicas, hidrológicas e hidrogeológicas, em especial
quanto ao controle de inundações e cheias;
4) as intervenções públicas e privadas existentes e previstas;
5) as populações da área de influência direta e indireta;
6) os usos e ocupações do solo na área e no entorno;
7) a legislação federal, estadual e municipal incidente;
8) o potencial mineral e atividades minerárias;
9) os planos, programas e projetos existentes, em especial:
a. Planos Regionais de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Paraná –
PRDE;
b. Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Curitiba –
PDI-RMC – 2006;
c. Programa de Saneamento Ambiental da RMC – PROSAM;
d. Plano de Manejo Florestal da RMC;
e. Plano Diretor de Mineração da RMC;
f. Plano Diretor de Drenagem para a Bacia do Alto Iguaçu;
g. Plano de Bacia do Alto Iguaçu e afluentes do Alto Ribeira;
h. Planos Diretores Municipais.

Considerando a supracitada demanda de elaboração do Plano Diretor da AIERI,


o IAP e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMA)
redigiram o estudo com proposta para o “Zoneamento Ambiental” da AIERI, datado de
março de 2010 e ora disponível no site do IAP. Esta proposta deu origem à Portaria
IAP Nº 54, de 30 de março de 2010, que institui o Zoneamento Ambiental Minerário na
Região do Alto Iguaçu.
Mais recentemente, considerando parceria firmada entre o Governo do Paraná
por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDU) e a Caixa Econômica

PP IV – Plano Diretor - AIERI


25
Concresolo Engenharia

Federal e o Ministério das Cidades, no âmbito do Programa de Aceleração do


Crescimento PAC 2 – Drenagem Urbana, a COMEC elaborou Termo de Referência
para a execução do Estudo de Concepção do Plano Diretor da Área de Interesse
Especial Regional do Iguaçu – AIERI, situado nos municípios de Pinhais, Piraquara,
São José dos Pinhais, Curitiba, Araucária, Fazenda Rio Grande, Contenda, Balsa Nova
e Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Na sequência, como vencedora do Edital
de Tomada de Preço 05/2012, a empresa CONCRESOLO ENGENHARIA Ltda.
assinou o Contrato n° 015/2012/COMEC para a execução deste serviço.
Para o cumprimento dos termos do contrato, a Concresolo formou equipe
multidisciplinar para atualização e complementação de estudos técnicos produzidos
anteriormente, através da consolidação de dados secundários e primários obtidos por
intermédio de incursões de campo para a caracterização da área da AIERI,
conciliando-as com aquelas derivadas da utilização e comparação entre imagens
obtidas por sensores remotos (fotografias aéreas e satélites). Como resultado final
destes trabalhos, foram elaborados um diagnóstico e um zoneamento socioambiental,
contendo não somente a proposta de novos limites para a implantação da AIERI como,
também, a sistematização dos conhecimentos das diversas áreas do conhecimento
científico que tradicionalmente compõem os Meios Físico, Biótico e Socioeconômico
em Estudos Ambientais.
A metodologia utilizada na elaboração do diagnóstico e subsequente
zoneamento do Plano Diretor tem como preceitos básicos:
 Valorizar os aspectos do meio físico, especialmente as formas de relevo
identificadas a partir dos mapeamentos anteriormente realizados;
 Ressaltar os atributos de conservação dos últimos remanescentes da flora e
da fauna associada aos ecossistemas típicos da RMC,
 Reconhecer as condições socioambientais dos ocupantes desta região, além
dos vetores para seu crescimento sustentável.

Também foram analisados e compatibilizados os dispositivos legais, estudos


técnicos, documentos e planos de políticas públicas existentes para a área do estudo e
dos municípios envolvidos.
Neste contexto, foram analisados os temas derivados do diagnóstico, que de
alguma forma subsidiariam o novo perímetro da AIERI e o traçado do zoneamento.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


26
Concresolo Engenharia

Estes temas foram descritos de maneira sucinta e, posteriormente, como mapeamento


temático, foram cruzados de forma a se obter as interpretações necessárias.
Vários fatores auxiliaram na interpretação de cruzamentos que revelaram
fragilidades ambientais e potencialidades para o uso antrópico, incluindo o trabalho de
campo, o mapeamento existente, as consultas no Google Earth, além da participação
de instituições das sociedades civil, como a AMAS e da participação dos técnicos dos
órgãos estaduais envolvidos, como Instituto das Águas, COMEC, MINEROPAR e
Ministério Público.
Entre os temas considerados nas sobreposições do mapeamento estão:
 Curva de inundação de recorrência de 100 anos;
 Uso do Solo;
 Sistema viário;
 Cobertura vegetal;
 Ocupações irregulares e ocupações urbanas consolidadas;
 Atividade minerária existente e em processo de aprovação, além das áreas
de interesse futuro;
 Parques existentes, em projeto ou em implantação; e
 Zoneamentos municipais existentes;
 Zoneamentos das APA´s e UTP´s envolvidas.

Na interpretação do uso do solo da AIERI, as classes mapeadas para o traçado


do novo limite foram as seguintes (Tabela 1):
 Floresta com araucária (Floresta Ombrófila Mista Montana);
 Floresta de galeria (Floresta Ombrófila Mista Aluvial);
 Várzea (Formação Pioneira Com Influência Flúvio-lacustre);
 Agropecuária;
 Reflorestamento;
 Cavas (mineração de saibro e areia);
 Áreas urbanas e/ou construídas;
 Solo exposto;
 Corpos d’água.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


27
Concresolo Engenharia

Tabela 1 – Classes de solos mapeadas na AIERI, com respectivas áreas ocupadas

Classe Área (Ha) %

Agropecuária 796,50 4,89

Água 552,19 3,39

Área Urbana / Construída 837,57 5,14

Cavas 3.963,32 24,33

Floresta com Araucária 722,69 4,44

Floresta de Galeria 4.152,15 25,49

Reflorestamento 50,93 0,31

Solo Exposto 246,92 1,52

Várzea 4.969,34 30,50

Total 16.291,62 100,00

Fonte: Concresolo, 2013.

Vale ressaltar que aproximadamente 5 mil, dos 16 mil hectares compreendidos


nos limites propostos da AIERI, respondem à cobertura vegetal ainda existente e que
outros 5 mil são várzeas sem ocupação urbana, a serem incorporadas às áreas de
interesse conservacionista para a formação do corredor de biodiversidade ao longo do
rio Iguaçu e de seus afluentes.
Cabe notar também a significativa área de cavas resultante da extração mineral,
de aproximadamente 4 mil hectares (25% do total), considerada neste plano diretor
como potencial atenuante das inundações e cheias, além de fornecedora de espaços
de lazer, uma vez recuperada a sua qualidade ambiental e/ou trabalhada
paisagisticamente (wetlands).
As áreas agrícola e urbana, somando aproximadamente 1,6 mil hectares (10%
do total), caracterizam a pressão interna por ocupação, ameaçando a preservação da
biodiversidade local e da qualidade das águas, além dos problemas sociais
decorrentes.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


28
Concresolo Engenharia

3.2 PRESSUPOSTOS

A proposição deste estudo é estabelecer um direcionamento para o uso e


ocupação da AIERI que leve em consideração os seus objetivos constantes do Decreto
Estadual nº 3.742/08.
Para isto foram considerados, com base nos dados e informações levantados
para a elaboração do Diagnóstico da Situação Atual, as questões relacionadas a
drenagem, zoneamentos municipais e áreas verdes, preservação da vegetação nativa
existente, compatibilização com as atividades de mineração conforme a Portaria do IAP
nº 54 de 30 de março de 2010, contenção de ocupações em áreas de risco, criação de
espaços que proporcionem lazer à população do entorno, com acessos controlados,
entre outros. Um breve resumo destas questões é apresentado a seguir, os quais
subsidiam não somente a definição do zoneamento proposto para a AIERI, como
também do seu perímetro definitivo.

3.2.1 DRENAGEM

a) Linha de Inundação
A linha de inundação ao longo do rio Iguaçu tem como base os resultados das
simulações apresentadas no relatório “Parque e Controle de Cheias do Alto Iguaçu –
PRA-01” e representam os níveis máximos de enchentes calculados, através de
modelagem hidrodinâmica, para as obras projetadas de ampliação da capacidade do
rio Iguaçu.
A linha de inundação considerada neste trabalho é a correspondente ao tempo
de recorrência de 100 anos. Esta linha de inundação é tida como a cota que define as
áreas de inundação para um período de retorno (ou curva de recorrência) de 100 (cem)
anos. O período de retorno de 100 anos significa que temos a probabilidade de 1% em
um ano, de que a área delimitada e situada abaixo desta cota sofrerá com as
inundações.
O Mapa 1 apresenta a linha de inundação de recorrência 100 anos em relação a
AIERI e as ocupações urbanas existentes, de modo a subsidiar o perímetro proposto.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


29
Concresolo Engenharia

Mapa 1 – AIERI x Curva de Inundação

PP IV – Plano Diretor - AIERI


30
Concresolo Engenharia

b) Intervenções
Entre as últimas obras executadas pelo Governo do Estado, estão as bacias de
contenção em Pinhais, Colombo, Almirante Tamandaré e São José dos Pinhais. Estas
bacias de contenção têm sido dragadas anualmente, o que tem evitado enchentes
maiores. Porém, o projeto destas intervenções que abrange a execução de lagoas de
contenção também a jusante, foram somente até Fazenda Rio Grande. O trabalho de
dragagem para desassoreamento destas lagoas, também está prejudicado por
dificuldade de recursos financeiros.
Junto ao canal do rio Iguaçu nenhuma bacia de contenção foi construída, no
entanto, no canal paralelo, o dique construído, prevê o controle de cheias para um
período de recorrência de 50 anos.
O grande desafio, é que as bacias contribuintes continuam sendo urbanizadas e
se faz necessário mais rigor no cumprimento da legislação que diz que todo novo
empreendimento não pode ampliar a cheia natural, ou seja, os aterramentos de áreas
situadas abaixo da cota de inundação de 100 anos devem ser evitados sempre.
Com relação as cotas de inundação, estão sendo adotadas até hoje as cotas
calculadas pela CH2MHill do Brasil Serviços de Engenharia LTDA durante a
implementação do Programa de Saneamento Ambiental da RMC - PROSAM, para
delimitação das áreas sujeitas a alagamentos. No referido estudo, para as várzeas do
rio Iguaçu foi adotada uma margem de segurança de 30 a 40 centímetros na definição
desta cota.
No loteamento São Judas Tadeu, a cota utilizada para a construção do sistema
de polder e do dique foi a de 50 anos de recorrência. Foram instaladas duas pequenas
bombas que devem ser monitoradas permanentemente. No momento, este sistema
tem funcionamento extremamente precário, sendo monitorado pela população. Com o
agravante de que um dos equipamentos está necessitando de reparos e não existe
agilidade para estes procedimentos.
Segundo técnicos do Instituto das Águas do Paraná (AGUASPARANÁ), a forma
de viabilizar a operacionalidade destes sistemas passa pela sua municipalização,
modelo já utilizado no loteamento Cidade Jardim. Além disso, a recomendação de
caráter urgente urgentíssimo, para a região do loteamento São Judas Tadeu, é
remover toda a população que veio a se instalar nas áreas externas ao polder e sobre

PP IV – Plano Diretor - AIERI


31
Concresolo Engenharia

o dique construído, considerando a demora que geralmente ocorre em processos


normais de relocação.
Quanto às desapropriações, ficou claro a importância de se definir o limite da
área desocupada e proibir a ocupação com a regulamentação e, de preferência, ocupar
a área com outro uso.
Ressaltou-se toda a área do Parque Metropolitano como sendo área de
ocorrência de cheias periódicas, onde nenhuma ocupação poderia ser permitida. O fato
é que as relocações do PROSAM não aconteceram e a área foi ocupada.
No Jardim Guarituba, o Ministério Público exigiu a relocação das famílias que
estavam em risco.
Destaca-se que através de outros projetos a COHAPAR executou obras de
reordenamento territorial em várias áreas de mananciais. Neste programa de relocação
foi incluído parte do Jardim Tropical. O AGUASPARANÁ ficou responsável pela
drenagem, que foi realizada com a bacia de detenção que joga o excedente no canal
paralelo gerando o amortecimento.
Foi providenciado o projeto e execução de um grande interceptor para proteger
o canal de água limpa que abastece a estação de tratamento de água da SANEPAR.
Considera-se que se houver uma boa manutenção este sistema deve funcionar bem e
melhorar a qualidade da água desta importante estrutura do sistema de abastecimento
de água da RMC.
Paralelamente, através do projeto desenvolvido e executado pela COHAPAR
nesta região, estão sendo construídas redes coletoras de esgoto, pavimentação de vias
e drenagem pluvial em conjunto com a SANEPAR.
Quanto às ocorrências de inundações, percebe-se que, muitas áreas indicadas
como áreas de risco, atualmente não mais sofrem com este fenômeno. Este fato se dá,
invariavelmente, pelo aterramento destas áreas de várzeas irregularmente ocupadas.
Este processo, se por um lado libera áreas para a ocupação urbana, por outro restringe
as dimensões dos trechos de várzea disponíveis para o extravasamento natural das
águas das cheias naturais do rio Iguaçu e seus afluentes. Assim, a tendência de longo
prazo é o constante agravamento das inundações a jusante, pela perda de áreas de
amortecimento natural das águas das grandes chuvas, e a montante pelo
estrangulamento das calhas dos rios e dos vales de várzea.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


32
Concresolo Engenharia

Figura 7 - Diretrizes aprovadas do Projeto Novo Guarituba - Áreas de relocação conforme projeto do
PAC Habitação
Fonte: COHAPAR, 2007.

c) Cavas
No decorrer dos estudos ambientais do EIA/RIMA das Atividades de Mineração
de Areia e Saibro na Bacia do Alto Iguaçu - PR, concluídos em 2004 e apresentado
pela Associação dos Mineradores de Areia e Saibro do Paraná – AMAS/PR para o IAP,
houve unanimidade, por parte dos profissionais que elaboraram os estudos, de que as
condições ambientais das áreas de cavas, artificialmente construídas pelo processo de
mineração de areia, são superiores àquelas existentes no leito do curso principal do rio
Iguaçu e alguns de seus principais afluentes, o qual se encontra comprometido pela
poluição (esgotos urbanos, industriais e poluição difusa proveniente do tecido urbano)
no trecho estudado.
A exceção de casos específicos, para efeito de estudos, foi desaconselhado
qualquer procedimento de ligação dos ambientes de cavas pré-estabelecidos, com as
águas do leito reconduzido do rio Iguaçu. Desta forma às obras de drenagem (macro e
microdrenagem), na região da AIERI, deve preceder a realização de estudos

PP IV – Plano Diretor - AIERI


33
Concresolo Engenharia

específicos principalmente sobre a qualidade da água, que indiquem os custos e


benefícios socioambientais destas intervenções.
Conforme identificado nos estudos ambientais do mencionado EIA/RIMA, e já
informado no diagnóstico do presente estudo, os depósitos fluviais no próprio rio Iguaçu
e em seus principais tributários na região apresentam marcante presença de bancos
arenosos que são atualmente explorados pelo sistema de cavas secas, gerando novos
corpos de água alimentados, sobretudo pelo freático. Em condições de equilíbrio de
fluxos, ou seja, quando não há uma extração significativa de água das cavas, estas não
sofrem influência das águas dos rios correspondentes, exceto em períodos de grandes
cheias.
Nas últimas décadas, o crescimento demográfico tem promovido uma pressão
de ocupação de terrenos ainda vagos e impróprios para tal uso, dentre estes as
várzeas do rio Iguaçu e alguns tributários. Dentro de tal quadro, o compartilhamento de
áreas próximas, pela atividade de extração de areia com núcleos habitacionais
precariamente instalados, provocou o comprometimento da qualidade da água tanto de
parte do freático como diretamente de muitas cavas.
Cada cava funciona como um sistema individual, configurando um ecossistema
particular com a qualidade de sua água estabelecida pela biota instalada, substrato
mineral local, características físico-químicas da água que flui do freático, efluentes
outros de origem humana, bem como pelo manejo praticado na cava. Durante a
extração da areia o sistema da cava fica bastante desequilibrado, porém após o fim da
extração do bem mineral que é basicamente a areia e a argila, o sistema tende a entrar
em um equilíbrio dinâmico. Para influir no sentido de um equilíbrio que leve a
manutenção de água com uma boa qualidade, alguns dos fatores controladores da
qualidade da água das cavas podem ser manipulados.
As cavas são uma realidade e como tal, não podem ser vistas como uma mera
desfiguração das várzeas naturais do Iguaçu e tributários e sim, como corpos hídricos
alternativos para usos múltiplos.
A despeito do quadro em que se encontra a ocupação real das várzeas do Alto
Iguaçu, esta área cada vez mais necessita uma priorização para ações ordenadoras
por parte da sociedade organizada, especialmente no que diz respeito à necessária
melhoria da qualidade de seus corpos de água. É neste contexto que se faz necessário
o diagnóstico das condições atuais da qualidade da água das cavas bem como a

PP IV – Plano Diretor - AIERI


34
Concresolo Engenharia

efetivação de um plano de adequação e manejo daqueles corpos de água, no contexto


da ocupação racional das várzeas. O corolário será a melhoria geral da qualidade da
água do sistema hídrico do Alto Iguaçu, com a consequente pressão no sentido da
melhoria da qualidade de vida da população regional.

3.2.2 COBERTURA VEGETAL

Em relação à vegetação natural, verificou-se que a bacia do Alto Iguaçu


encontra-se, atualmente, em lamentável estado de degradação e descaracterização
ecológica, causada por inúmeros fatores antrópicos relacionados com a explosão
demográfica e o uso dos recursos naturais.
Na área da AIERI, a mineração de areia representa uma dentre as principais
fontes alteradoras da paisagem e redutora da área efetiva com ambientes naturais,
como no caso das florestas aluviais e várzeas deste setor da bacia.
Há de se considerar neste aspecto, que interferências antrópicas pretéritas,
relacionadas à ocupação do solo com atividades agropecuária, pesca e caça pela
pressão que o ambiente urbano favorece, muitas vezes, já haviam provocado
modificações no ambiente natural preexistente antes da implantação das frentes de
lavra.
As atividades de extração de areia, por estarem localizadas na zona ripária da
bacia do Alto Iguaçu (ou seja, na AIERI especificamente), afetam principalmente as
tipologias vegetais naturais da Floresta Ombrófila Mista Aluvial e Formações Pioneiras
com Influência Fluvial (várzeas e campos hidromórficos), estando estas formações
relacionadas intimamente com as condições de saturação hídrica dos solos de planície
e da geomorfologia fluvial.
As piores condições apresentadas pela vegetação ao longo do curso do rio
Iguaçu, na AIERI, foram verificadas nos trechos dos municípios de Curitiba, Pinhais e
São José dos Pinhais, onde praticamente não se encontra mais a vegetação campestre
típica, e a porção florestal se resume a pequenos fragmentos de vegetação secundária,
muitas vezes contaminados por espécies exóticas e descaracterizados.
Entre a região urbanizada de Araucária, até a escarpa Devoniana, a vegetação
do vale do rio Iguaçu se torna um pouco conservada, contando com alguns pequenos
trechos menos alterados. Mesmo assim, atualmente sofre pressão das atividades
antrópicas ali realizadas como principalmente, agropecuária, ampliação do tecido

PP IV – Plano Diretor - AIERI


35
Concresolo Engenharia

urbano de sedes municipais - Fazenda Rio Grande, Araucária e Contenda, raleamento


por coleta de lenha, depredação (desmatamentos localizados), queimadas provocadas
e acidentais e obviamente a atividade de extração da areia.
Outro processo que concorre para a descaracterização das áreas de várzea ao
longo do rio Iguaçu e de seus afluentes é a exploração de argila utilizada para
fabricação de tijolos, atividade esta que ocorre, muitas vezes, à margem da lei, por
serem de pequeno porte.
No geral em melhores condições que o Iguaçu, alguns dos seus afluentes
merecem destaque com relação à cobertura vegetal natural por apresentarem esta de
forma muito significativa, como os rios Iraí/Piraquara, Pequeno, Itaqui, Miringuava,
Maurício, Faxinal, Passaúna, Guajuvira, Verde, Itaqui/Tortuoso, Corisco e Amola-faca,
devendo nestes locais ser dada preferência à criação de Unidades de Conservação da
Natureza. Estas áreas remanescentes apresentam características gerais similares, com
estrutura florestal simplificada, com um ou no máximo dois estratos arbóreos, e
predomínio de uma espécie florestal, o branquilho (Sebastiania commersoniana), que
está presente em maior ou menor quantidade na planície aluvial de acordo com as
condições de hidromorfia do solo e do estágio de sucessão ecológica da floresta. O
aumento da diversidade de espécies, da estrutura em extratos arbóreos e a altura total
dos indivíduos ocorrem quanto melhores forem as condições edáficas, sendo que estas
condições podem resultar em um maior avanço sucessional da comunidade arbórea.
Devido à profunda relação entre a cobertura vegetal e os cursos de água que
drenam estas bacias hidrográficas afluentes do rio Iguaçu, pois estas sustentam o
balanço hídrico e o equilíbrio entre os sistemas aquáticos e terrestres, as formações
aluviais devem preferencialmente ser mantidas isoladas e bem preservadas, pois
ocupam as porções mais dinâmicas da paisagem e influenciam em diversos fatores a
qualidade da água. Especialmente considerando que boa parte destes afluentes é ou
será utilizada futuramente como mananciais para abastecimento da grande Curitiba.
Ainda em relação aos aspectos biológicos, é presente a necessidade de
conservação de ambientes de várzea úmida do Alto Rio Iguaçu, embora praticamente
inexistentes em sua forma original.
Neste sentido é que o zoneamento proposto baseia-se, num primeiro momento,
na estruturação de um corredor de biodiversidade ao longo do leito do rio Iguaçu,
interligado aos vales dos seus afluentes dotados de vegetação ainda relativamente

PP IV – Plano Diretor - AIERI


36
Concresolo Engenharia

conservada. Em um segundo momento, passarão a incorporar este corredor, as áreas


mineradas e que uma vez garantida a regeneração natural de seus atributos
ambientais, passam a ser incorporadas a este corredor através dos planos de
recuperação de áreas degradadas das áreas mineradas (PRAD) e de planos
institucionais municipais e estaduais.
O Mapa 2 apresenta a síntese da Cobertura Vegetal existente ao longo do leito
do Iguaçu na área proposta para a implantação da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


37
Concresolo Engenharia

Mapa 2 – Cobertura Vegetal

PP IV – Plano Diretor - AIERI


38
Concresolo Engenharia

3.2.3 PARQUES PÚBLICOS E PRIVADOS

A implantação de parques e bosques tem em si vários objetivos, entre eles a


preservação da natureza e a criação de áreas de lazer, melhorando a qualidade de
vida dos habitantes de uma cidade ou região.
Porém há outros aspectos que também são considerados como a contribuição
na preservação de fundos de vale e de fontes de água, no disciplinamento do uso e
ocupação do solo como barreira à ocupação irregular, invasões e favelização.
Observa-se também que, para além destas questões, estão as relacionadas ao
saneamento urbano e a função de combate às enchentes, com a criação de lagos ou
outras medidas de controle.
Considerando especificamente a cidade de Curitiba, esta multiplicidade de
fatores, que envolve a implantação dos parques e bosques, pode ser constatada na
Tabela 2.

Tabela 2 - Causas principais e secundárias da criação dos parques e bosques

CAUSAS SECUNDÁRIAS DA
NOME ANO CAUSAS PRINCIPAIS DA CRIAÇÃO
CRIAÇÃO
Evitar a proliferação de doenças
Oferecer à elite curitibana uma
Passeio Público 1886 contagiosas e sanear a região central
opção de lazer
da cidade
Preservar a imensa área verde da Não foram encontradas causas
Parque da
1959 cidade que compunha o então Horto secundárias à criação deste
Barreirinha
Barreirinha parque
Evitar enchentes anuais do rio Belém e
Parque São Recuperação e preservação de
1972 proteger o entorno do lago que seria
Lourenço uma área central da cidade
construído para este fim
Oferecer uma área de lazer aos
Evitar enchentes anuais do rio Barigui e moradores da região norte da
Parque Barigui 1972 proteger o entorno do lago que seria cidade; preservar o meio
construído para este fim ambiente e controlar a
qualidade do ar
Não foram encontradas causas
Bosque Boa Preservar o bosque nativo existente no
1973 secundárias à criação deste
Vista local
parque
Preservar o pequeno bosque que havia Não foram encontradas causas
Bosque João
1980 sido plantado por antigos poloneses, secundárias à criação deste
Paulo II
homenageando assim toda comunidade parque
Consolidar a preservação do bosque
Não foram encontradas causas
Bosque Capão nativo e institucionalizar a presença do
1981 secundárias à criação deste
da Imbuia Museu de História Natural Capão da
parque
Imbuia - MHNCI
Controle da ocupação urbana
Evitar enchentes anuais no rio Iguaçu,
Parque Iguaçu 1982 irregular e do saneamento na
protegendo suas áreas limítrofes
região leste da cidade
Resolver os problemas de vandalismo,
Preservar as nascentes de água
Bosque vagabundagem e utilização ilegal da
1986 mineral do local e o bosque
Gutierrez praça para descarga de entulhos, após
nativo
abaixo-assinado dos moradores do

PP IV – Plano Diretor - AIERI


39
Concresolo Engenharia

CAUSAS SECUNDÁRIAS DA
NOME ANO CAUSAS PRINCIPAIS DA CRIAÇÃO
CRIAÇÃO
bairro e do jornalista David Carneiro
Criar uma área de lazer
Parque Acabar com a poluição do balneário
1988 saudável para a população do
Bacacheri Bacacheri
bairro
Aproveitar área abandonada da cidade Homenagear o poeta curitibano
Parque das
1898 como espaço ao ar livre para atividades Paulo Leminski falecido naquele
Pedreiras
artísticas ano de 1989
Não foram encontradas causas
Bosque R. Preservar a única área verde da região
1898 secundárias à criação deste
Maack sudoeste da cidade
parque
Dotar a cidade de um jardim botânico e
Jardim Botânico 1991 resolver o problema das ocupações Realizar uma obra promocional
irregulares da região
Preservação de um dos ricos
mananciais de água da região
Necessidade de controlar a qualidade de Curitiba. Controle do entorno
Parque do
1991 da água e de proteger a represa do da represa contra ocupações
Passaúna
Passaúna irregulares e invasões, esgotos
clandestinos e preservação
ambiental
Não foram encontradas causas
Abrigar a Universidade Livre do Meio
Bosque Zaninelli 1992 secundárias à criação deste
Ambiente - UniLivre
parque
Homenagear o Ciclo das Tropas
Parque dos no Sul e tentar incluir Curitiba no
1994 Cumprir promessa eleitoral
Tropeiros circuito tradicionalista de rodeios
do sul
Proteger a última mata da
Homenagear o presidente de Portugal, região leste da cidade, o fundo
Bosque de
1994 Mário Soares, que estava em visita a de vale do córrego Tarumã,
Portugal
Curitiba evitar as enchentes e promover
urbanização estética do local
Proteger o rio Barigui (evitando as Direcionar o urbanização da
enchente anuais na região), impedir as cidade para a região graças à
ocupações irregulares, as invasões e a valorização advinda da
Parque Tingui 1994
consequente poluição doméstica e construção do parque e criação
impedir a poluição do rio causada pela de uma área verde de lazer no
Indústria Trombini noroeste da cidade *
Preservar fundo de vale e elevar
percentual de área verde no município Proporcionar área de lazer aos
Parque Caiuá 1994 legalmente protegida pela PMC, dando moradores do Conjunto
continuidade ao projeto Curitiba Moradias Caiuá
Sempre Viva **
Preservar fundo de vale e elevar
percentual de área verde no município Proporcionar área de lazer aos
Parque
1994 legalmente protegida pela PMC, dando moradores do Conjunto
Diadema
continuidade ao projeto Curitiba Moradias Diadema
Sempre Viva **
Preservar parte do patrimônio
Preservar mata com araucárias nativa e
Bosque histórico da Chácara da família
1994 criar uma área de lazer aos moradores
Fazendinha Klemtz, pioneira da indústria de
de um dos maiores bairros da cidade
olarias de Curitiba
Reconstruir a identidade
Preservar o bosque nativo e a nascente
sociocultural da cidade através
Bosque Alemão 1996 de água do local e homenagear a
de mais este ponto do roteiro
imigração alemã
das etnias***
Fontes: Oliveira, 1996, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


40
Concresolo Engenharia

*O Memorial Ucraniano (em homenagem aos 100 anos da imigração), que pode ser considerado
parte do projeto de reconstrução da identidade sociocultural da cidade, não foi classificado como causa
secundária por ter sido construído um ano após a inauguração do parque.
** Este projeto tem por objetivo concluir o cinturão verde do município de Curitiba.
*** Expressão cunhada pela PMC a partir da gestão de Rafael Greca (1993-97) no intuito de
reforçar seu projeto de reconstrução da identidade sociocultural de Curitiba.

Outros parques foram formal ou informalmente constituídos não somente em


Curitiba, mas em outros municípios da bacia do Alto Iguaçu, contribuindo para a
preservação/recomposição de áreas verdes, contenção de ocupações irregulares e
invasões, assim como no controle de cheias.
Em Curitiba, podem ser citados como exemplos o Parque Tanguá, que preserva
áreas verdes próximas à nascente do rio Barigui, o Parque Lago Azul, antiga área
particular transformada em parque público em 2008, no bairro Umbará, o Parque Linear
do Cajuru, o Parque das Nascentes do Belém, inaugurado em 2001 que protege as
nascentes deste rio, o maior genuinamente curitibano. O município conta também,
localizados dentro da área do Parque Iguaçu, com o Jardim Zoológico, o Parque
Náutico com sua raia, no Rio Iguaçu, utilizada para esportes náuticos, como remo, vela
e canoagem, e o Parque da Imigração Japonesa, idealizado em homenagem ao
centenário da imigração japonesa no Brasil (2008), inaugurado em dezembro de 2012
após recuperação de terreno degradado no Parque Iguaçu.
Em Araucária tem-se o Parque Estadual Prof. José Wachowicz, criado em 2002,
com um remanescente original da Floresta de Araucária e o Parque Cachoeira, criado
em 1982, o qual conta com um lago artificial formado pelo represamento do ribeirão
Chimbituva (afluente do rio Iguaçu). Há também o Jardim Ambiental Linear, com
extensão desde o Parque das Pontes (Trecho 1 do Jardim Ambiental Linear) até o
Parque Cachoeira, criado para preservar uma importante área de proteção ambiental.
Além destes, o município conta com o Parque Municipal do Passaúna, uma obra do
Programa de Saneamento do governo do Estado (Prosam) inaugurado em junho de
1996.
Em Fazenda Rio Grande há o Parque Verde - Centro Esportivo Ayrton Senna,
situado em área desapropriada em 1979, que abriga a Guarda Municipal, conta com
um lago e constitui-se uma área de lazer para a comunidade.
O município de Balsa Nova conta com o Parque Manancial, localizado na área
urbana. Inaugurado em 2003, oferece em sua área de 162.185m²: playgrounds, trilhas
para caminhadas, canchas, além de um belo mirante para o lago. Parque foi construído

PP IV – Plano Diretor - AIERI


41
Concresolo Engenharia

com o objetivo principal de proteger o manancial de água do município, estando nele


estão localizadas também a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente.
Existem estudos e propostas sendo trabalhadas pelas prefeituras municipais
para ampliação das áreas de parques, em especial ao longo das várzeas dos rios
municipais, tanto para o lazer da população, como para evitar a ocupação irregular.
Alguns destes estudos são: projeto de parque linear em Pinhais, datado de 1998, ao
longo da área urbanizada consolidada referente aos bairros Vargem Grande e Maria
Antonieta, que se estende até a Avenida Iraí e que se estenderia também ao longo do
rio Palmital. Considerando o citado projeto, foi implantada, nesta faixa, uma via ao
longo do Iraí, em nível mais elevado e com taludes laterais, que vem contribuindo para
conter a ocupação irregular.
Na margem esquerda, no município de Piraquara, no trecho mais a montante,
famílias estão sendo retiradas das margens do Canal de Água Limpa, sendo que nesta
área está prevista a implantação de uma Via Parque e as respectivas infraestruturas de
uso público.
Na Fazenda Rio Grande, às margens das várzeas do rio Iguaçu, na área onde
houve a relocação de moradias, está sendo implantada uma área de lazer e de
recreação.
Mesmo não estando situados na área da AIERI, a implantação e manutenção
destas áreas contribuem diretamente com o que ocorre na mesma, haja vista que
ajudam a retenção das águas de chuva seja pela cobertura vegetal, seja pelo “run-off”,
seja pelos lagos e lagoas de retenção / detenção, assim como complementando a
formação de corredores de flora e fauna, ao longo do leito destes cursos de água.
O Mapa 3 apresenta a síntese destas Unidades de Conservação e Parques
urbanos existentes no espaço compreendido pela AIERI e nos municípios onde ela
está inserida.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


42
Concresolo Engenharia

Mapa 3 – Unidades de Conservação / Parques

PP IV – Plano Diretor - AIERI


43
Concresolo Engenharia

3.2.4 MINERAÇÃO

A maior preocupação ambiental relacionada a exploração da areia em áreas de


várzea ao longo do rio Iguaçu e alguns de seus afluentes na Região Metropolitana de
Curitiba diz respeito ao resultado do processo de escavação necessário a explotação
deste bem mineral.
É comum a qualquer cidadão que teve a possibilidade de sobrevoar a região
numa saída ou chegada ao Aeroporto Internacional de São José dos Pinhais, a
observação de que, a partir do tecido urbano construído da Grande Curitiba, se
estende uma também grande quantidade de crateras artificialmente construídas pelo
ser humano de onde foi retirado o bem mineral areia.
É interessante também se perceber, que o impacto resultante da atividade de
mineração da areia tem, muitas vezes, nas mesas de discussão, especialmente da
área ambiental, superado em preocupação, os efeitos do próprio processo de
crescimento das cidades. Ou seja, tornou-se lugar comum as denúncias relacionadas a
invasão da atividade de mineração de areia sobre áreas de várzeas, sendo que por
outro lado, o nocivo procedimento de ocupação com loteamentos regulares e ou
irregulares e invasões permanece obscurecido enquanto agente de degradação do
meio ambiente no entorno da Grande Curitiba.
No diagnóstico da AIERI constatou-se, que a atividade de mineração de areia e
saibro na Bacia do Alto Rio Iguaçu é necessária, mesmo porque é pretérita e
responsável pelo próprio estabelecimento das cidades que lhe deram origem. Ou seja,
não teríamos casas, edifícios, arruamento, bens públicos em geral, sem o usufruto
deste bem mineral que é parte essencial da “cesta básica” da construção civil.
Percebe-se por outro lado, que em várias situações, o resultado final da
atividade de exploração de areia (que são cavas preenchidas com água de chuva ou
de transbordamento do rio Iguaçu quando de enchentes), acaba por inibir o uso e a
ocupação irregular do solo, fato que pode ser melhor percebido em rápido percorrido
pela região leste de Curitiba, entre este os limites deste município e os de Pinhais e
São José dos Pinhais, principalmente.
É evidente, porém, que as maneiras até certo ponto, empíricas e artesanais com
que a atividade de mineração ocorreu, na maioria das vezes, propiciou perda parcial de
jazidas e uma profunda desorganização territorial, dando às áreas exploradas o
aspecto de paisagem lunar.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


44
Concresolo Engenharia

Nas duas últimas duas décadas, com a intervenção do poder público, através do
IAP e MINEROPAR, esta forma primitiva de exploração, deixou de existir, ou pelo
menos foi reduzida a casos muito específicos. Assim a exploração ocorre, tão somente
sobre áreas autorizadas e monitoradas, pelos técnicos do IAP/MINEROPAR, e
acompanhando a execução dos seus respectivos planos de recuperação ambiental.
O Mapa 4 apresenta a síntese das atividades minerárias em desenvolvimento na
área proposta para a AIERI.
Na proposta de zoneamento a ser apresentada, algumas áreas aptas à
mineração, por possuírem a substância mineral areia no subsolo, estão sendo
preservadas deste processo de exploração, visando a manutenção de alguns espaços
intactos, ou seja, guardando as características naturais dos ambientes de várzea do
primitivo leito e entorno imediato (meandros abandonados do rio Iguaçu). A Figura 8
apresenta um exemplo desta iniciativa.

Figura 8 – Trecho da AIERI em Araucária


Fonte: Google Earth, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


45
Concresolo Engenharia

Mapa 4 – Atividades Minerárias

PP IV – Plano Diretor - AIERI


46
Concresolo Engenharia

3.2.5 ÁREAS URBANAS CONSOLIDADAS E IRREGULARES

Durante o levantamento de campo foram observados vários fatores que vem


propiciando a ocupação irregular de áreas de risco e de áreas de proteção ambiental, a
exemplo dos citados abaixo.
 Áreas recém abandonadas pela atividade da mineração e que mantiveram
acessos à trechos urbanizados limítrofes, acabando por ser alvo fácil para as
ocupações irregulares;
 Áreas desapropriadas, por diversos motivos e de propriedade dos governos
federal / estadual / municipal sem uso nem fiscalização, que acabam por ser
um dos principais alvos de movimentos sociais por moradia, sujeitas
portanto a processos de ocupações irregulares, de maneira a pressionar o
poder público a solucionar este tipo de problema;
 Existência de estrutura de passagem de uma margem para a outra do rio
Iguaçu e/ou do canal extravasor que, na medida em que gradativamente vai
consolidando um sistema de circulação, pode se transformar numa
ocupação da área da AIERI (invasão) de um momento para outro;
 Existência de vias entre as áreas de cava, facilitando a circulação e inserção
de moradias nestes locais;
 Histórico de ocupações em áreas de risco onde, embora tenham sido feitas
relocações, novas invasões continuam ocorrendo nestes locais até mesmo
por conta de que os exemplos anteriores de reordenamento tiveram
sucesso, ou seja, os invasores tiveram êxito no intento de possuir imóvel
próprio cedido pelo governo;
 Inoperância ou descontinuidade em se dar utilidade para estas áreas objeto
de limpeza pela transferência das famílias, a exemplo de parques lineares e
equipamentos comunitários, o que poderia conter novas invasões;
 Existência de plantas e loteamentos antigos aprovados na região das
várzeas do Iguaçu, anteriores aos estudos de cheias e a institucionalização
da AIERI;
 Existência de grupos especializados na construção de processos para
desencadear a ocupação de áreas, públicas ou privadas.

Alguns exemplos destas questões levantadas são:

PP IV – Plano Diretor - AIERI


47
Concresolo Engenharia

 Jardim Tropical em Piraquara, localizado dentro da AIERI, objeto de estudos


de delimitação de áreas consideradas para desapropriação e áreas em que
os ocupantes poderiam permanecer, o qual encontra-se em discussão,
inclusive com a participação do Ministério Público. Enquanto a discussão se
prolonga, novas ocupações vêm ocorrendo em áreas consideradas de risco;
 Jardim São Judas Tadeu, em São José dos Pinhais, protegido através de
um dique com a formação de um polder; porém sem a fiscalização do poder
público, a ocupação extrapolou os limites do dique, com várias ocupações
irregulares, em número próximo a 80 unidades com a área já apresentando
um aspecto de profunda alteração;
 Jardim Icaraí, em Curitiba, também objeto de programa de relocação; a área
de remoção e também a área de antigas cavas de extração de areia
apresenta trechos invadidos por ocupações irregulares, com as antigas
cavas servindo de depósito de resíduos em geral;
 Vila Pantanal, Vila 23 de Agosto e Moradas São José em Curitiba, também
objetos de programa de relocação; as áreas de remoção apresentam trechos
invadidos por ocupações irregulares;
 Jardim Independência e Jardim União, em São José dos Pinhais,
apresentam ocupação irregular às margens do canal extravasor; inclusive
próximo ao Jardim Independência, adentrando a via existente entre as áreas
de cava (facilitada pela existência do aterro da ferrovia), ocorre ocupação
irregular. Além disto, principalmente na área de cavas, está ocorrendo o
descarte clandestino de entulho e de lixo que vem ocupando áreas das
cavas que antigamente serviam como armazenamento da água de chuva, o
que veio a tornar inundáveis áreas urbanizadas antes não consideradas de
risco.
 Bairro Caximba, às margens do rio Barigui, em Curitiba, ocorre uma grande
invasão denominada por seus ocupantes de Vila Caximba, com centenas de
moradias recém construídas;
 Existência de um pontilhão sobre o Canal de Água Limpa, o qual dá acesso,
a partir do Guarituba em Piraquara, às áreas a oeste, dispostas ao longo do
Jardim Tropical, justamente as que se pretende manter sem ocupação;

PP IV – Plano Diretor - AIERI


48
Concresolo Engenharia

 Trecho de terras na foz do rio Passaúna, nas proximidades dos bairros Porto
das Laranjeiras e Passaúna, em Araucária, existem locais no entorno das
áreas urbanizadas, principalmente as áreas de várzea, que encontram-se
em risco eminente de invasões.

Por outro lado, esse processo vem, em parte, sendo revertido a partir de ações
do Governo do Estado do Paraná e das prefeituras municipais, através de programas
de reordenamento territorial e de desapropriação de grande parte dessas ocupações
desde a década de 1990 (PROSAM, PAC Habitação, dentre outros).
Alguns exemplos destas ações observadas são:
 Em Pinhais, na margem direita do rio Iraí, numa faixa de 50 metros, foi
implantada uma via ao longo do rio, em nível mais elevado e com taludes
laterais, que vem contribuindo para conter a ocupação irregular;
 Em Piraquara, o Guarituba vem recebendo infraestrutura de saneamento
(drenagem e esgotos), pavimentação de vias e remodelamento geral,
realizados com recursos do PAC Habitação;
 Ações de relocação de famílias de áreas de risco social em várias áreas em
Curitiba, a exemplo do empreendimento habitacional, com 1.411 unidades,
que está em fase final de obras no bairro Ganchinho, nas proximidades do
Contorno Sul;
 Jardim Independência e uma área de invasão ao longo do canal extravasor,
em São José dos Pinhais, para as quais existe um projeto em andamento de
relocação da população;
 São Judas Tadeu, em São José dos Pinhais, confinado no polder formado
em função da construção de um dique de proteção contra enchentes, onde
estão instaladas bombas que drenam as águas do polder para dentro do
canal retificado do rio Iguaçu;
 Jardim União onde a Prefeitura de São José dos Pinhais tem um projeto de
intervenção para retirada de 15 casas, assim como a readequação da área
correspondente às Moradias União I e II onde há perto de 140 famílias, com
a retirada de cerca de 100.
 Em Fazenda Rio Grande, nas bordas dos Bairros Iguaçu I e II, houve a
remoção de habitações localizadas em áreas de risco, sendo que nestes

PP IV – Plano Diretor - AIERI


49
Concresolo Engenharia

locais, e seguindo a borda da área de várzea, o governo municipal vem


construindo infraestruturas de lazer (pequenas praças e ciclovia).

O Mapa 5 ilustra a localização das áreas urbanas consolidadas e áreas de


ocupação irregulares na área de abrangência da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


50
Concresolo Engenharia

Mapa 5 – Áreas Urbanas Consolidadas e Irregulares

PP IV – Plano Diretor - AIERI


51
Concresolo Engenharia

3.2.6 OUTRAS PRESSÕES

a) Urbanização
Os trechos da AIERI mais sujeitos às pressões da urbanização das áreas em
seu entorno referem-se principalmente a:

Em Pinhais:
 Rio Palmital encontra-se em uma área que sofre com a pressão por
ocupação devido à expansão urbana; principalmente à margem direita da
AIERI, com a área urbana adensada e consolidada dos bairros Alto
Tarumã, Pineville e Vargem Grande. Já na margem esquerda, a pressão é
do Jardim Maria Antonieta;
 Rio Iraí, a pressão sobre a AIERI se dá com as áreas urbanizadas e
consolidadas dos bairros Maria Antonieta e Vargem Grande.

Em Piraquara:
 Na margem esquerda da AIERI, no trecho mais a montante, está
implantada a região conhecida por Guarituba que mostrou um crescimento
vertiginoso, chegando a cerca de 44 mil pessoas – população maior que a
de 90% dos municípios paranaenses.

Em São José dos Pinhais:


 Na margem esquerda da AIERI, no trecho mais a montante, estão os
bairros consolidados e adensados Ipê, Independência e Afonso Pena;
 Após a Av. das Torres está o Cidade Jardim, também consolidado e
adensado, porém contando com a contenção do dique ao longo do canal
extravasor;
 Seguindo o curso estão os bairros São Domingos, Aristocrata e mais a
jusante o Jardim União.

Em Curitiba:
 Basicamente todo o trecho da margem direita da AIERI, até o Contorno
Sul, está ocupada com bairros consolidados e adensados (Cajuru,
Uberaba, Boqueirão, Alto Boqueirão, Ganchinho).

PP IV – Plano Diretor - AIERI


52
Concresolo Engenharia

Em Fazenda Rio Grande:


 Bairros Iguaçu I e II, com contenção através de infraestruturas de lazer
(pequenas praças e ciclovia), buscando dar identidade aos limites entre as
áreas destinadas a urbanização e as áreas de várzea que se pretende
conservar no município.

Em Araucária:
 Na margem direita da AIERI, no trecho até a confluência do rio Passaúna,
a área está urbanizada, consolidada e adensada com os bairros Campina
da Barra, Iguaçu, Centro, Porto das Laranjeiras, Passaúna e Capela Velha;
 Na margem direita da AIERI, após a confluência do rio Passaúna até o final
a única área urbanizada é o Distrito de Guajuvira;
 Na margem esquerda da AIERI, em toda a sua extensão, o trecho não
apresenta nenhum tipo de ocupação urbana, mesmo que esparsa.

Em Contenda:
 O trecho da AIERI em Contenda não apresenta nenhum tipo de ocupação
urbana, mesmo que esparsa.

Em Balsa Nova:
 Parte da área urbana do município integra a AIERI, inclusive trechos que
se encontram fora da curva de inundação de recorrência de 100 anos.

Na Lapa:
 O trecho da AIERI na Lapa não apresenta nenhum tipo de ocupação
urbana, mesmo que esparsa.

O Mapa 5 ilustra a localização destas áreas urbanas consolidadas e em


expansão na área de abrangência da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


53
Concresolo Engenharia

b) Esgotos Domésticos, Resíduos Sólidos e Atividades Potencialmente


Poluidoras
Na Área de Interesse Especial Regional do Iguaçu, apenas parte de Curitiba
(região do Cajuru) e parte de Piraquara (região do Guarituba) possuem rede de esgoto.
As demais ocupações e áreas urbanizadas dentro do perímetro da AIERI, que não
contam com tais serviços, despejam efluentes em canais adjacentes ou utilizam valas
de escoamento de efluentes para os rios próximos. Já na porção mais ao sul da AIERI,
onde encontram-se alguns dos municípios com maior percentagem rural na AIERI,
como Contenda e Lapa, os efeitos de poluição são muito pequenos nesta área, que
encontra-se ainda bastante preservada.
Por outro lado, ocorre também a contribuição dos esgotos domésticos do
entorno da AIERI, pois mesmo considerando a situação da maioria dos municípios da
bacia, com 72% de coleta de esgoto, 96% de índice de tratamento do esgoto coletado,
e uma eficiência de tratamento na média da ordem de 75% em termos de carga
orgânica (DBO), ainda assim resta uma carga de lançamento, indo direto para os rios,
equivalente a uma população de cerca de 1,26 milhões de habitantes, equivalente a
45% da população urbana que reside na sua bacia.
Esta situação na área mais urbanizada da AIERI e de seu entorno é sentida na
qualidade das águas do rio Iguaçu e do canal extravasor, onde o trabalho de campo
observou vários pontos de inquestionável poluição, entre eles os trechos dentro do
Parque do Iguaçu, onde encontra-se o Jardim Zoológico de Curitiba.
Apesar de toda esta estrutura de coleta, tratamento e disposição final de
resíduos sólidos na Bacia do Alto Iguaçu, ainda há uma quantidade considerável de lixo
que tem como destino a rede de drenagem e para os rios (poluição difusa) – lixo
orgânico, reciclável, séptico e os resíduos das ruas das áreas urbanas que não são
cobertas pela varrição pública municipal.
Algumas questões a ponderar dizem respeito à frequência e eficiência da coleta,
principalmente nos locais mais distantes e de difícil acesso, assim como a postura dos
geradores na correta separação, acondicionamento e disposição para coleta, fatores
preponderantes na otimização do sistema como um todo, com seu reflexo direto na
gestão dos resíduos sólidos da bacia do Alto Iguaçu.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


54
Concresolo Engenharia

Também há fontes potenciais de poluição relacionadas a passivos ambientais


ligados às atividades extrativistas, ao tratamento e disposição final de resíduos, entre
outros.
Em relação à agropecuária o destaque é para a quantidade de granjas sobre os
mananciais em Fazenda Rio Grande e Mandirituba e com relação à agricultura, áreas
de cultivo, sujeitas ao uso de agrotóxicos, o destaque é para as sub-bacias que estão
sobre os municípios de Contenda e Araucária.
Outra questão levantada diz respeito às fontes potenciais de poluição,
relacionadas à mineração e setor industrial, aterros e lixões desativados, com destaque
para a quantidade de indústrias na sub-bacia do rio Barigui, na região da CIC – Cidade
Industrial de Curitiba e CIAR – Cidade Industrial de Araucária. Nota-se também uma
concentração preocupante de atividades industriais e de mineração nas sub-bacias de
mananciais a leste e ao sul, nos municípios de São José dos Pinhais e Fazenda Rio
Grande.
Outro ponto refere-se ao mercúrio, um dos elementos encontrados numa
pesquisa geoquímica dos sedimentos de fundo dos rios (Mineropar, 2001), em alta
concentração, na região de Curitiba. Outros elementos presentes nos sedimentos nesta
região são os elementos metálicos utilizados nas indústrias como ferro (Curitiba,
Pinhais e Colombo) cobre e vanádio (Curitiba), estanho (Curitiba, Pinhais, Piraquara e
São José dos Pinhais) e níquel (Curitiba e Campo Largo).

3.2.7 SISTEMA VIÁRIO

A AIERI é cortada por importantes vias (Figura 9), algumas de grande volume de
tráfego, as quais constituem potenciais que trazem alguns riscos para a manutenção da
qualidade das águas como a poluição causada por acidentes com cargas perigosas
transportadas por estas vias. Adicionalmente constituem uma barreira física ao
escoamento das águas, em função das estruturas de suas pontes e/ou bueiros, seja no
rio Iraí/Iguaçu e seus tributários, seja no canal de água limpa/canal extravasor.
Considerando a AIERI, de montante para jusante, as principais vias são:
 Rod. João Leopoldo Jacomel que corta os rios Atuba, Palmital, Iraí e
Piraquara;
 Contorno Leste sobre o rio Piraquara;
 Av. Ayrton Senna, trilho do trem e Estrada da Graciosa, sobre o rio Palmital;

PP IV – Plano Diretor - AIERI


55
Concresolo Engenharia

 Av. Affonso Camargo / Av. Iraí sobre os rios Atuba e Iraí e sobre o canal de
água limpa;
 BR 277, Av. das Torres, Mal. Floriano Peixoto e Contorno Sul sobre o rio
Iguaçu e sobre o canal extravasor;
 Rua Nicola Pellanda sobre o rio Iguaçu,
 BR 116 e BR 476 sobre o rio Iguaçu;
 PR 510 sobre o rio Iguaçu.

Figura 9 – Sistema Viário


Fonte: Concresolo, 2013.

O Mapa 6 ilustra a localização destas vias e suas intersecções com a área


proposta para a AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


56
Concresolo Engenharia

Mapa 6 – Sistema Viário

PP IV – Plano Diretor - AIERI


57
Concresolo Engenharia

Dos levantamentos de campo, ficou patente uma preocupação relacionada a


existência de um pontilhão sobre o Canal de Água Limpa, o qual dá acesso, a partir do
Guarituba, às áreas a oeste, dispostas ao longo do Jardim Tropical, justamente as que
se pretende manter sem ocupações (Figura 10). A manutenção desta pequena obra
neste local pode comprometer os investimentos canalizados para o saneamento
ambiental da região.
Este tipo de estrutura é extremamente preocupante na medida em que
gradativamente vai consolidando um sistema de circulação que pode se transformar
numa ocupação da área da AIERI (invasão) de um momento para outro.

Figura 10 – Interligação entre a área onde houve remoção no Guarituba e a área do Parque
Metropolitano, na altura do Jardim Tropical
Fonte: Concresolo, 2013.

Vale destacar que na região do início da AIERI está prevista a duplicação da


Avenida João Leopoldo Jacomel e outras intervenções viárias importantes, entre elas a
do Corredor Metropolitano, o que poderá incorrer em modificações nesta área (Figura
11).

PP IV – Plano Diretor - AIERI


58
Concresolo Engenharia

Figura 11 – Intervenções viárias previstas – PAC da Copa


Fonte: Copa Transparente, 2013.

Outro ponto diz respeito a existência do aterro da ferrovia (novo eixo de ligação
ferroviária entre Curitiba e Paranaguá, projetado e iniciado na década de setenta do
século passado, tendo sido abandonado há alguns anos) (Figura 12). Há uma ligação
com a margem direita, no Jardim Icaraí no município de Curitiba, o que pode facilitar a
invasão da área da AIERI neste trecho, pela facilidade de acesso e ligação com o
Jardim São Judas Tadeu, em São José dos Pinhais, e áreas invadidas. Já na margem
esquerda do canal extravasor há várias construções, inclusive adentrando a via
existente entre as áreas de cava, onde ocorre descarte clandestino de entulho e de
lixo. Com relação a este aterro, o município de São José dos Pinhais estabelece uma
Via Arterial, ainda em fase de previsão.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


59
Concresolo Engenharia

Figura 12 – Aterro da ferrovia


Fonte: Google Earth, adaptado por, Concresolo, 2013.

O Mapa 7 apresenta uma síntese dos pressupostos apresentados, que serviram


de embasamento para a proposta de delimitação e zoneamento da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


60
Concresolo Engenharia

Mapa 7 – Pressupostos - Mapa Síntese

PP IV – Plano Diretor - AIERI


61
Concresolo Engenharia

3.3 SÍNTESE DA ANÁLISE

Considerando os temas anteriormente expostos, pode-se traçar uma visão


prospectiva da AIERI e seu entorno, a qual permite a visualização dos potenciais e das
pressões exercidas sobre esta área. Estes processos orientaram o zoneamento e as
intervenções propostas por este estudo, assim como os demais estudos como o
Parque Metropolitano e as demais áreas destinadas a implantação de parques naturais
e de usos urbanos como o do Itaqui, Palmital, Araucária.
Uma das questões fundamentais, diz respeito aos remanescentes de vegetação
nativa das áreas de várzeas do rio Iguaçu e a estreita relação dessas com a presença,
nas proximidades da AIERI, de Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Neste sentido, a
conservação destas áreas, assim como a estruturação de um corredor de
biodiversidade ao longo do rio Iguaçu, interligando seus afluentes e também facilitando
a conexão com as APAs, é fundamental.
Outro fator é a presença de eixos viários importantes, que cruzam a AIERI, que
representam não somente eixos indutores de ocupação, como também potenciais
riscos à qualidade das águas, além das estruturas hidráulicas implantadas, como
pontes e bueiros, que representam obstáculos ao fluxo normal das mesmas.
A pressão da ocupação urbana com respeito à drenagem das águas pluviais, e o
consequente impacto sobre o fluxo das águas na bacia de drenagem do rio Iguaçu e
suas consequências sobre as cheias e inundações de áreas ocupadas, também é fator
a ser observar. Além disto, ocorre a própria pressão das ocupações já consolidadas,
regulares ou irregulares, em áreas de risco, assim como a pressão por novas
ocupações.
Por outro lado, a histórica implantação de parques e bosques, principalmente em
Curitiba, além de preservação da natureza e a criação de áreas de lazer, vem
auxiliando no controle de cheias e na complementação da formação de corredores de
flora e fauna, ao longo do leito de cursos de água da região. Contribuem também para
o controle de ocupação irregular, invasões e o fenômeno da favelização.
Outra característica da antropização das várzeas do rio Iguaçu, é a atividade de
mineração, a qual, como era executada até passado recente, resultou em
aproveitamento parcial de jazidas. Estas áreas, embora já bastante exploradas,
guardam ainda um certo potencial para a mineração, a qual pode ser retomada nos
novos moldes das mais recentes áreas autorizadas e monitoradas, pelos técnicos do

PP IV – Plano Diretor - AIERI


62
Concresolo Engenharia

IAP/MINEROPAR, com o acompanhamento da execução dos seus respectivos planos


de recuperação ambiental.
Vale também ressaltar que a área da AIERI e seus arredores ainda guardam
aspectos paisagísticos, assim como áreas de beleza cênica que podem ser avaliadas
sob o ponto de vista de novos parques, considerando também a proximidade de áreas
urbanizadas. Estas áreas potenciais, assim como as áreas de recreação e lazer
existentes, constituem potencial turístico para a região.
A Figura 13 apresenta uma síntese da análise feita e que serviu de orientação
para o zoneamento da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


63
Concresolo Engenharia

Figura 13 – Síntese da Análise


Fonte: Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


64
Concresolo Engenharia

3.4 ZONEAMENTO EXISTENTE NOS MUNICÍPIOS INSERIDOS NA AIERI

O zoneamento, dentro dos limites da AIERI, levou em consideração, entre os


dados levantados no diagnóstico, o zoneamento vigente em cada município. A
descrição destas áreas com as respectivas legislações de uso e ocupação do solo
encontra-se detalhada no Diagnóstico da Situação Atual – Meio Antrópico –
Características Urbanas.
A seguir é apresentado um resumo do levantamento realizado no diagnóstico e
a adequação e complementação, para a cobertura da área do novo limite proposto para
a AIERI. Como no diagnóstico, a apresentação segue a orientação natural de montante
para jusante, portanto, no sentido leste, sudeste, sul, sudoeste e oeste na localização
dos municípios, sendo eles: (i) Pinhais, (ii) Piraquara, (iii) São José dos Pinhais, (iv)
Curitiba, (v) Fazenda Rio Grande, (vi) Araucária, (vii) Contenda, (viii) Balsa Nova e (ix)
Lapa (Figura 14).

Figura 14 – Detalhe dos municípios abrangidos parcialmente pelo novo limite da AIERI na região do Alto
Iguaçu
Fonte: Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


65
Concresolo Engenharia

3.4.1 MUNICÍPIO DE PINHAIS

A AIERI no município de Pinhais abrange áreas ao longo do rio Iraí, desde as


proximidades da barragem do Iraí até a foz do rio Atuba. Abrange também as áreas ao
longo do rio Palmital. Dentro do limite da AIERI está parte da UTP de Pinhais e do
zoneamento municipal, com suas diretrizes de uso.
Ao longo do rio Iraí a AIERI inclui o bairro Parque das Águas e parte dos bairros
Maria Antonieta, Vargem Grande e Weissopolis. Ao longo do rio Palmital inclui parte
dos bairros Maria Antonieta, Vargem Grande, Jardim Amélia, Pineville, Alto Tarumã,
Jardim Cláudia e Alphaville Graciosa, onde inclui o Parque Ambiental Palmital. (Figura
15).
No zoneamento Municipal de Pinhais (Lei 1233/2011), na área da UTP a AIERI
engloba ZROs - Zonas de Restrição a Ocupação, tanto ao longo do rio Iraí como ao
longo do rio Palmital. Fora da UTP engloba a faixa ao longo do rio Iraí também em ZRO
- Zona de Restrição a Ocupação e atinge parcialmente o ECS4 - Eixo de Comércio e
Serviços 4. Ao longo do rio Palmital a AIERI atinge somente a ZRO - Zona de Restrição
a Ocupação (Figura 15).
As diretrizes de uso das zonas que compõem a AIERI no município de Pinhais
são as seguintes:
ZRO - Zona de Restrição a Ocupação
Para ambas as ZRO´s, tanto da UTP quanto na área urbana, existe a prioridade
para doação de áreas para a Prefeitura Municipal em troca de potencial construtivo e
são permitidas atividades de lazer e conservação definidas em plano de manejo e/ou
projeto urbanístico específico. São permissíveis desenvolvimento de atividades
mineradoras e uso de interesse público.
ECS 4 – Eixo de Comércio e Serviços 4 – lote mínimo 1000 m² e taxa máxima
de ocupação de 60%. Permitido habitação unifamiliar, condomínio vertical, comércio e
serviço vicinal, de bairro e geral e doação de áreas para a Prefeitura.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


66
Concresolo Engenharia

Figura 15 – Zoneamento Municipal e da UTP, em Pinhais, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de Pinhais, 2006, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


67
Concresolo Engenharia

3.4.2 MUNICÍPIO DE PIRAQUARA

A AIERI no município de Piraquara abrange áreas ao longo do rio Iraí, desde as


proximidades da barragem do Iraí até a foz do rio Itaqui, incluindo parte da UTP do
Guarituba, além da área rural, na localidade de Olaria, com suas diretrizes de uso
(Figura 16).
Dentro do limite da AIERI, o zoneamento da UTP do Guarituba (Decreto
Estadual 6314/2006) prevê para esta área a Zona de Restrição a Ocupação (ZRO), que
se estende ao longo do Rio Piraquara, com exceção do Jardim Tropical, que está
inserido dentro de uma Zona de Urbanização Consolidada (ZUC) e da área
correspondente ao Parque Linear do Guarituba. Em direção ao reservatório do Iraí,
entre a UTP do Guarituba e a APA do Iraí, no zoneamento municipal de Piraquara (Lei
911/2007), a área da AIERI engloba parte da Zona Rural (ZR) (Figura 16).
As diretrizes de uso das zonas que compõem a AIERI no município de Piraquara
são as seguintes:

UTP do Guarituba:
ZRO - Zona de Restrição a Ocupação – usos permitidos: atividades agrícolas;
atividade de lazer e de conservação definidas em plano específico para a área. As
áreas poderão ser computadas no cálculo das áreas reservadas como áreas de lazer
em parcelamentos de solo, como reserva florestal conforme legislação em vigor ou
transferência de potencial construtivo.
ZUC - Zona de Urbanização Consolidada - lote mínimo de 600 m² e taxa de
ocupação de 50%, sendo permitido habitação unifamiliar, condomínios horizontais;
comércio e serviços vicinais, de bairro e geral; equipamentos públicos e comunitários.
Áreas com interesse de consolidação da ocupação urbana, saneando e recuperando
as condições ambientais.
Zoneamento Municipal:
ZR - Zona Rural – é permitida a recomposição florística com espécies nativas,
recuperação de áreas degradadas e turismo em áreas degradadas naturais. São
permissíveis atividades agrossilvipastoris de baixo impacto ambiental.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


68
Concresolo Engenharia

Figura 16 – Zoneamento Municipal e da UTP do Guarituba em Piraquara, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de Piraquara, 2006, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


69
Concresolo Engenharia

3.4.3 MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

A AIERI em São José dos Pinhais abrange áreas ao longo do rio Iguaçu, desde
a foz do rio Itaqui, na divisa com Piraquara, até a foz do rio Cotia, na divisa com
Fazenda Rio Grande. Na sede urbana do município, a AIERI inclui áreas dos bairros,
Parque da Fonte, Afonso Pena, Boneca do Iguaçu, Cidade Jardim, São Domingos,
Aristocrata, Colônia Rio Grande e do Bairro Ipê, que está dentro da UTP do Itaqui.
(Figura 17).
A UTP do Itaqui estabelece (Lei 019/2000), na AIERI, a Zona de Restrição a
Ocupação (ZRO). O zoneamento urbano de São José dos Pinhais (Lei Complementar
16/2005) prevê para a AIERI as zonas SEAV - Setor Especial de Áreas Verdes, ZEOR I
- Zona Especial de Ocupação Restrita I, ZEOR II - Zona Especial de Ocupação Restrita
II, ZR3 – Zona Residencial 3, ZR4 – Zona Residencial 4 e ZRU - Zona Rural (Figura
17).
As diretrizes de uso das zonas que compõem a AIERI no município de São José
dos Pinhais são as seguintes:

UTP do Itaqui:
ZRO - Zona de Restrição a Ocupação - parcelamento só pode ser liberado nos
casos de doação de áreas para compra de potencial construtivo e cujo uso limita-se a
atividades de lazer e de conservação definidas em plano de manejo e/ou projeto
urbanístico específico.

Zoneamento Municipal:
SEAV - Setor Especial de Áreas Verdes – parâmetros de uso e ocupação estão
programados para serem estabelecidos pelo Conselho Municipal de Planejamento e
Desenvolvimento. Compreende as áreas sujeitas às inundações e erosão, onde deve
ocorrer a implantação de parques lineares, destinados às atividades de recreação e
lazer, à proteção de matas ciliares, a facilitar a drenagem urbana e a preservar áreas
críticas. Permissíveis serviços de bairro.
ZEOR I - Zona Especial de Ocupação Restrita I - lote mínimo de 600m² e taxa
máxima de ocupação de 35%. Área com baixíssima densidade de ocupação, destinada
à implantação de moradias unifamiliares, comércio e serviço vicinal, indústria caseira e
microindústria.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


70
Concresolo Engenharia

ZEOR II - Zona Especial de Ocupação Restrita II – lote mínimo de 10.000m² e


taxa máxima de ocupação de 10%. Área com baixa densidade de ocupação, destinada
preferencialmente à implantação de moradias unifamiliares, cuja liberação do Alvará de
Construção depende de análise específica, pelo Conselho Municipal de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano – CMPDU, a fim de garantir a conservação, preservação,
restauração, recuperação ou valorização dos aspectos ambientais, urbanísticos ou
sociais que lhe forem próprios.

ZR3 – Zona Residencial 3 - lote mínimo de 360m² e taxa máxima de ocupação


de 50%, destinada ao uso habitacional de média densidade (entre 151 e 300
habitantes/hectare) e atividade comercial.
ZR4 – Zona Residencial 4 – lote mínimo de 360m² e taxa máxima de ocupação
de 60%, destinada ao uso habitacional de alta densidade (acima de 300
habitantes/hectare) e atividade comercial.
ZR - Zona Rural - lote mínimo de 20.000m² e taxa de ocupação de 5% e onde os
usos considerados como adequados incluem até indústrias, desde caseiras até de
pequeno e médio porte.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


71
Concresolo Engenharia

Figura 17 – Zoneamento Municipal de São José dos Pinhais, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, 2004, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


72
Concresolo Engenharia

3.4.4 MUNICÍPIO DE CURITIBA

No município de Curitiba a área da AIERI se estende desde a foz do rio Atuba


até a foz do rio Barigui, contendo inteiramente a APA do Iguaçu e as áreas atingidas
pela linha da curva de recorrência de inundação de 100 anos. Abrange parcialmente os
bairros Cajuru, Uberaba, Boqueirão, Alto Boqueirão, Ganchinho, Umbará, Campo de
Santana e Caximba.
O uso e ocupação do solo de Curitiba está legislado, dentro da AIERI, pelo
zoneamento da APA Municipal do Iguaçu (Decreto Estadual 192/2000 e Decreto
Municipal 1547/2009) e pelo zoneamento urbano (Lei 9.800/2000).
Na APA estão os setores APP - Área de Preservação Permanente, SARU -
Setor de Alta Restrição de Uso, SMRU - Setor de Média Restrição de Uso, ST - Setor
de Transição, SUE - Setor de Uso Esportivo, PMI - Parque Municipal do Iguaçu e SS -
Setor de Serviços.
No zoneamento urbano estão as zonas SE-CF – Setor Especial da Av.
Comendador Franco, SEHIS – Setor Especial de Habitação de Interesse Social, SE-OI
– Setor Especial e Ocupação Integrada, ZR-2 – Zona Residencial 2, ZS-1 – Zona de
Serviços, ZS-2 – Zona de Serviços 2 e ZI – Zona Industrial.(Figura 18).
O SE-CF faz parte dos setores especiais estruturais, composto pelos principais
eixos de crescimento da cidade, caracterizados como áreas de expansão do centro
tradicional e como corredores comerciais, de serviços e de transportes.
O SEHIS compreende as áreas onde há interesse público em ordenar a
ocupação por meio de urbanização e regularização fundiária, em implantar ou
complementar programas habitacionais de interesse social, e que se sujeitam a
critérios especiais de parcelamento, uso e ocupação do solo.
O SE-OI compreende área reservada a empreendimentos habitacionais, de
comércio e serviço e a equipamentos de uso público, o qual será objeto de plano de
ocupação específico.
A ZR-2 estabelece, de acordo com suas características e intensidade de uso e
ocupação, uma densidade máxima de 80 habitações por hectare, sendo admitidas 3
habitações em lotes de 360m² (lote mínimo para a zona). A taxa de ocupação máxima
é de 50% e é permitido comércio e serviço vicinal em edificações existentes.
A ZS-1 inclui os terrenos com testada para a BR-277 – Curitiba-Paranaguá, no
trecho compreendido entre a Rua São Gabriel e Rua Coronel Francisco H. dos Santos.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


73
Concresolo Engenharia

Nela o lote mínimo é de 450m² com taxa de ocupação de 50%. Permite habitação
transitória, comercio, serviço e uso comunitário. Na área abrangida pela Cidade
Industrial de Curitiba são admitidas indústrias, ouvida a Companha de
Desenvolvimento de Curitiba.
A ZI é destinada à implantação de atividades industriais de grande porte,
localizadas em sua maioria na Cidade Industrial de Curitiba.
As áreas e setores que compõem a APA do Iguaçu e respectivas diretrizes de
uso estão expostos a seguir:
APP - Área de Preservação Permanente - áreas a preservar ou recuperar.
Compreende as faixas marginais mínimas de 100m ao longo do rio Iguaçu e 50m de
seus meandros, de 30m ao longo do Rio Atuba e demais cursos d`água e manchas de
cobertura vegetal além das faixas marginais;
SARU - Setor de Alta Restrição de Uso - Lote mínimo de 5.000m² e taxa máxima
de ocupação de 10%. Permitido habitação unifamiliar. Permissíveis habitação
institucional e transitória e uso comunitário de lazer e cultura.
SMRU - Setor de Média Restrição de Uso - Lote mínimo de 5.000m² e taxa
máxima de ocupação de 20%. Permitido habitação unifamiliar, agricultura, aquicultura,
uso extrativista, comércio e serviço vicinal. Permissível uso agroindustrial, produção de
plantas, piscicultura, habitação institucional e transitória, uso comunitário de lazer,
cultura, culto religioso e ensino.
ST - Setor de Transição - Lote mínimo de 360 m² e taxa máxima de ocupação de
50%. Permitido habitação unifamiliar, habitações unifamiliares em série, comércio e
serviço vicinal. Permissível uso comunitário.
SUE - Setor de Uso Esportivo - Lote mínimo de 5.000m² e taxa máxima de
ocupação de 10%. Permitido uso comunitário de lazer e cultura. Tolerado uma
habitação unifamiliar por lote.
PMI - Parque Municipal do Iguaçu - propriedades municipais hoje utilizadas para
fins de preservação, educação ambiental, recreação, cultura e esporte, bem como as
propriedades particulares, situadas dentro dos limites do parque.
SS - Setor de Serviços - Lote mínimo de 5.000m² e taxa máxima de ocupação de
10%. Permitido habitação transitória, comércio e serviço vicinal e de bairro, setorial e
geral, comunitário. Permissível comunitário lazer e ensino e indústrias que não gerem
efluentes líquidos e emissões atmosféricas.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


74
Concresolo Engenharia

Figura 18 – Zoneamento Municipal de Curitiba e zoneamento da APA do Iguaçu, na AIERI

PP IV – Plano Diretor - AIERI


75
Concresolo Engenharia

Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba, 2004, adaptado por Concresolo, 2013.

3.4.5 MUNICÍPIO DE FAZENDA RIO GRANDE

A AIERI no município de Fazenda Rio Grande se estende desde a foz do rio


Cotia até a foz do rio Maurício, incluindo parte da sede urbana e as várzeas do rio
Iguaçu, onde o município faz divisa com Araucária, nas localidades de Nossa Senhora
da Conceição e Campo do Rio.
Em seu zoneamento urbano (Lei Complementar 06 de 2006) o município de
Fazenda Rio Grande estabelece para a área dentro da AIERI as zonas ZIA1 - Zona de
Interesse Ambiental 1 e ZIA2 - Zona de Interesse Ambiental 2. Pequenas áreas das
Zonas ZR1 – Zona Residencial 1, ZR2 – Zona Residencial 2 e ZS – Zona de Serviços
também estão contempladas dentro da AIERI. Fora da sede urbana (Lei Complementar
04 de 2006) a AIERI está na macrozona Área de Interesse Ambiental (Figura 19).
As diretrizes de uso das zonas que compõem a AIERI no município de Fazenda
Rio Grande são as seguintes:

Macrozoneamento:
AIA - Área de Interesse Ambiental – área das várzeas do Iguaçu que estão fora
do perímetro urbano. Módulo mínimo do INCRA e 2% de possibilidade de construção
para uso residencial. Permitido áreas de lazer ambiental e recreação, educação
ambiental, ampliação da cobertura vegetal, extração de areia, conforme determinações
ambientais.

Zoneamento Urbano:
ZIA1 - Zona de Interesse Ambiental 1 – áreas das várzeas do Iguaçu dentro do
perímetro urbano. O parcelamento não é permitido e a taxa de permeabilidade exigida
é de 100%. Compõem as áreas ao longo do rio Iguaçu e as áreas verdes públicas de
interesse ambiental, que deverão ser destinadas a parques, áreas de lazer e outras
atividades, como educação ambiental. O uso extrativista é tolerado apenas no rio
Iguaçu.
ZIA2 - Zona de Interesse Ambiental 2 – lote mínimo de 20.000m² e taxa máxima
de ocupação de 20%. Usos permitidos são habitação unifamiliar, conjuntos residenciais
e instituições de ensino. O uso agropecuário é tolerado. É assim designada pela

PP IV – Plano Diretor - AIERI


76
Concresolo Engenharia

existência de uma cobertura vegetal de porte e de uma área de preservação do rio


Iguaçu. Inicia-se a leste da BR-116, estabelecendo-se entre a futura via metropolitana e
a divisa com o perímetro urbano do Município de Fazenda Rio Grande.
ZR1 – Zona Residencial 1 – lote mínimo de 360m² e taxa máxima de ocupação
de 50%. Permitidos uso habitacional, comércio e serviços e permissíveis indústria de
pequeno porte.
ZR2 – Zona Residencial 2 – lote mínimo de 360m², passível a 250m² e taxa
máxima de ocupação de 50%. Permitidos uso habitacional, comércio e serviços e
permissíveis indústria de pequeno porte, habitação de interesse social e de uso
institucional.
ZS – Zona de Serviços – lote mínimo de 1000m² e taxa máxima de ocupação de
50%. Permitidos comércio, serviços e indústrias de pequeno e médio porte.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


77
Concresolo Engenharia

Figura 19 – Zoneamento Municipal de Fazenda Rio Grande, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal da Fazenda Rio Grande, 2006 , adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


78
Concresolo Engenharia

3.4.6 MUNICÍPIO DE ARAUCÁRIA

A AIERI no município de Araucária, na sede urbana, contorna os bairros


Campina da Barra, Iguaçu, Centro, Porto das Laranjeiras, Passaúna e Capela Velha.
Na área rural, abrange parte das localidades de Fazendinha, Palmital, Botiatuva, Rio
Abaixinho, Campina das Pedras, Campestre, Boa Vista, Guajuvira de Cima, Guajuvira,
Campestrinho, Colônia Maria Camila, Colônia Ipiranga, Rio Abaixo e General Lúcio
(Figura 20).
Onde a AIERI corta a sede do município, o zoneamento urbano (Lei
2.160/2010), estabelece as zonas ZPA - Zona de Proteção Ambiental, uma pequena
porção da ZR – Zona Residencial, próximo ao Centro da sede municipal e, junto ao rio
Passaúna, uma pequena área da ZI – Zona Industrial. Onde a AIERI corta a área rural,
o Plano Diretor Municipal (Lei Complementar 005/2006) estabeleceu as macrozonas de
Interesse Ambiental e Rural (Figura 20).
As diretrizes de uso das zonas que compõem a AIERI no município de
Araucária são as seguintes:

Zoneamento Municipal:
ZPA - Zona de Proteção Ambiental - não é permitido o parcelamento e a taxa de
permeabilidade exigida é de 100%. Para esta zona a Prefeitura Municipal prioriza a
fiscalização intensa para evitar invasões e a elaboração de projetos para uso adequado
dessas áreas.
ZI – Zona Industrial – lote mínimo de 2.000 m² taxa máxima de ocupação de
50%. Os usos permitidos são atividades manufatureiras e industriais. Os usos
permissíveis são comércio e serviços gerais.
ZR – Zona Residencial – lote mínimo de 250m² e 360m² e taxa máxima de
ocupação de 50% e 67%, respectivamente. Nos lotes de 250m² permitido somente
habitaçc~’ao unifamiliar e nos de 360m² permitido também comércio e serviço vicinal,
sendo permissíveis atividades manufatireiras.
Macrozona de Interesse Ambiental – abrange as áreas de várzea sujeitas a
inundações, pertencentes aos rios Faxinal, das Onças, Guajuvira, Isabel Alves, Iguaçu,
Verde, Passaúna e Barigui. Prevê fiscalização intensa para evitar invasões e
elaboração de projetos para uso e adequação das áreas de várzea. O parcelamento
segue o módulo do INCRA e as atividades permitidas são as rurais, desde que não

PP IV – Plano Diretor - AIERI


79
Concresolo Engenharia

comprometam a qualidade hídrica, estando definidas nos Decretos Estaduais nº


2.375/2000, 5.063/2001 e 6.390/2006.
Macrozona de Uso Rural – com lote mínimo sendo o módulo do INCRA. Prevê
fiscalização para manutenção do módulo mínimo rural, estabelecimento de critérios
adequados de manejo das atividades agropecuárias, de exploração mineral e de
parcelamento do solo, incentivo a atividades rurais ambientalmente sustentáveis,
fiscalização compartilhada para conservação de áreas de preservação definidas pelo
Código Florestal e incentivo a atividades de turismo regional.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


80
Concresolo Engenharia

Figura 20 – Zoneamento Municipal de Araucária, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de Araucária, 2006, adaptado por Concresolo, 2013.
3.4.7 MUNICÍPIO DE CONTENDA

A AIERI no município de Contenda atravessa a área rural, na comunidade de


Itagacava, desde a bacia do rio Isabel Alves até a bacia do Arroio Passo da Guarda.
PP IV – Plano Diretor - AIERI
81
Concresolo Engenharia

No zoneamento municipal (Lei Complementar 009/2010) a AIERI está dentro da


Zona Rural de Contenda, na Macrozona de Proteção do Rio Iguaçu (MPRI), que visa a
preservação e conservação das várzeas do rio Iguaçu e cujo uso e ocupação devem
respeitar as Áreas de Preservação Permanente (APP´s) e a legislação estadual que
rege a AIERI (Figura 21).

Figura 21 – Macrozoneamento e localidades de Contenda, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de Contenda, 2008, adaptado por Concresolo, 2013.
3.4.8 MUNICÍPIO DE BALSA NOVA

A AIERI em Balsa Nova engloba parte da sede urbana e da área rural do


município, na localidade de Balsa Nova. Na área urbana de Balsa Nova o zoneamento

PP IV – Plano Diretor - AIERI


82
Concresolo Engenharia

municipal (Lei 483/2007), estabelece na AIERI a Zona de Uso Misto – ZUM e o restante
está na Macrozona Rural (Figura 22). As diretrizes de uso que compõem a AIERI no
município de Balsa Nova são as seguintes:

Zoneamento Municipal:
ZUM - Zona de Uso Misto - o lote mínimo é de 360m², a taxa de
impermeabilização máxima é 75% e os terrenos com solos aluvionares não podem ser
edificados. Prioriza-se nesta zona a proteção e conservação do patrimônio
socioambiental, em especial os fundos de vale dos trechos urbanos dos rios e também
a instalação de novos empreendimentos industriais e de serviços ao longo dos eixos
viários de ligação regional.
Macrozona Rural – permitido atividades agrosilvipastoris, de extração mineral e
de turismo, visando o desenvolvimento sustentável e o uso industrial, desde que
mantidos a baixa densidade ocupacional, o respeito ao módulo rural, a compatibilidade
de uso com áreas rurais vizinhas e a observância da legislação ambiental.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


83
Concresolo Engenharia

Figura 22 – Zoneamento Municipal e localidades de Balsa Nova, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal de Balsa Nova, 2007, adaptado por Concresolo, 2013.

3.4.9 MUNICÍPIO DE LAPA

A AIERI no município da Lapa está em área rural, que não possui ainda um
macrozoneamento definido pela gestão municipal (Figura 23).
Os Art.31 e Art.32 da Lei de Zoneamento Municipal (Lei 1763/2003)
estabelecem como áreas de preservação permanente fundos de vale, declividades
maiores ou iguais a 30%, remanescentes florestais e demais áreas enquadradas como

PP IV – Plano Diretor - AIERI


84
Concresolo Engenharia

tal em legislação federal, estadual ou municipal. Estabelecem também como Área de


Preservação de Fundo de Vale a faixa de 30m de cada lado de córregos e rios e de
50m nas nascentes, compreendendo áreas não edificáveis e/ou de preservação
permanente, as quais poderão ser computadas como de espaços livres, no caso de
loteamentos, como unidades de conservação, como reserva florestal, como áreas
verdes ou para transferência de potencial construtivo.

Figura 23 – Zoneamento da Lapa, na AIERI


Fonte: Prefeitura Municipal da Lapa, 2003, adaptado por Concresolo, 2013.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


85
Concresolo Engenharia

O Mapa 8 apresenta a síntese dos zoneamentos municipais e das APAs e UTPs


acima apresentados na totalidade do perímetro proposto para a AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


86
Concresolo Engenharia

Mapa 8 – Zoneamento Atual

PP IV – Plano Diretor - AIERI


87
Concresolo Engenharia

3.5 ZONEAMENTO PROPOSTO PARA A AIERI

Tendo por base a caracterização dos ambientes realizada durante o


Diagnóstico, é proposto a adoção de 4 (quatro) zonas e 1 (um) setor para o Plano
Diretor da AIERI:
 Zona de Parques – ZPAR: ZPAR-1 e ZPAR-2;
 Zona de Área de Proteção Ambiental – ZAPA: ZAPA-1 e ZAPA-2;
 Zona de Conservação e Recuperação Ambiental - ZCRA: ZCRA-1 e ZCRA-2;
 Zona Urbanizada de Risco – ZURI: ZURI-1 e ZURI-2;
 Setor de Infraestrutura – SI.

Na sequência da caracterização de cada uma das zonas e setores mapeados na


AIERI, apresentam-se as respectivas diretrizes de uso, as quais foram agrupadas em
três categorias:
a) Usos Permitidos – são aqueles que podem ser realizados na zona ou setor
considerado, sem interferência sobre outros usos e/ou necessidades de
autorizações específicas, desde que realizados dentro das especificações da
AIERI.
b) Usos Permissíveis – correspondem às atividades que podem ser
desenvolvidas sob critérios mais rigorosos (adoção de medidas de controle e
fiscalização), conforme as diretrizes da zona ou setor considerado. Como
orientação geral, estes usos devem receber previamente: i) anuência do
órgão ou instância colegiada de gestão da AIERI; ii) licenciamento e/ou
aprovação da atividade junto ao órgão ambiental estadual; iii) aprovação ou
anuência dos órgãos municipais, quando for o caso.
c) Usos Proibidos - são as limitações integrais ao desenvolvimento de
determinada atividade em determinada área da AIERI (zonas e setores).

Igualmente, o tópico “Ações de Apoio e Controle” deste Zoneamento elenca uma


série de orientações que os órgãos e instâncias de licenciamento, de controle e gestão
e demais atores que atuam na região devem adotar para propiciar a eficácia e
eficiência das atividades propostas ou proibidas para cada uma das zonas e setores
enfocados neste documento.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


88
Concresolo Engenharia

Nos itens abaixo estão descritas as citadas Zonas e Setores, sempre


acompanhadas das respectivas diretrizes de usos.

3.5.1 ZONAS DE PARQUES - ZPAR

A Zona de Parques abrange as áreas periurbanas consolidadas e destinadas à


proteção de remanescentes ambientes naturais e sua biota, quer estejam estas
formalizadas ou não em normas legais municipais. Em paralelo, estas áreas também
são tradicionalmente utilizadas pelas comunidades locais na forma de parques urbanos
destinados à recreação e lazer, independente da infraestrutura existente para
atendimento ao público.
Na ZPAR estão contempladas as áreas de parques já existentes, em projeto e
em implantação. Dentre elas pode-se citar: a) o Parque Regional do Iguaçu e a área do
Jardim Zoológico de Curitiba, no município de Curitiba; b) o Parque Metropolitano do
Iguaçu, situado em parte dos territórios de São José dos Pinhais, Pinhais e Piraquara,
c) o Parque Linear do Iraí, planejado pela Prefeitura de Pinhais, com 50 metros de
largura em média, com início na Avenida Iraí e término na confluência do rio Atuba; d)
Parque São José dos Pinhais, transferido do Parque Metropolitano do Iguaçu para
gestão do Município de São José dos Pinhais; d) Parque Palmital, em Pinhais; e)
Parque Piraquara e Parque Linear do Guarituba, no município de mesmo nome; e, f)
Parque Estadual Prof. José Wachowicz, em Araucária.
A ZPAR é subdividida em duas subzonas, diferenciadas entre si pela liberação,
ou não, do uso para fins de atividades minerárias:
 ZPAR-1: Zona de Parques sem atividade de mineração;
 ZPAR-2: Zona de Parques com atividade de mineração.

Com relação a este aspecto específico das atividades de mineração, vale


destacar a Portaria nº 54/2010 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que instituiu o
Zoneamento Ambiental Minerário na Região do Alto Iguaçu. Este zoneamento
estabelece que uma área significativa de várzeas poderá ser explorada ao longo do Rio
Iguaçu e de alguns de seus principais afluentes, no trecho metropolitano. Neste
sentido, foi observado que dentro da ZPAR-2 existem áreas identificadas e mapeadas,
passíveis de exploração minerária. Estas áreas, invariavelmente, constituem-se de
antigas cavas onde remanescem jazidas de areia, resultantes de exploração pretérita.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


89
Concresolo Engenharia

O princípio da intervenção, nestes casos, é a busca pela exaustão destas jazidas,


atendendo aos princípios básicos do código de mineração. Também algumas áreas
não exploradas no passado, porém sob alto risco de serem invadidas, estão
abrangidas por este setor.
A exploração mineral na ZPAR-2 deverá estar em consonância com planos,
programas e projetos governamentais destinados a atenuar os problemas de
enchentes (obras de macro drenagem), controle de invasões e criação de parques de
lazer, recreação e conservação ambiental.
Em cada autorização individual para mineração que o IAP conceder, cujo plano
de exploração deverá estar de acordo com as diretrizes de projetos de interesse do
poder público, deverá constar o rol dos procedimentos técnicos/legais e os
condicionantes que os empreendedores deverão seguir para o desenvolvimento da
atividade comercial de exploração de areia e saibro.
No que se refere às diretrizes de uso da ZPAR, e suas subzonas em geral, deve-
se observar:

Usos permitidos:
 Atividades e usos de cunho recreativo e de lazer, que não infrinjam a
legislação vigente ou prejudiquem a conservação e a qualidade dos
ecossistemas e da biota destes parques.
 Instalação de estruturas de apoio à fiscalização e controle de acessos às
áreas conservados (casa de guarda-parque; guaritas).

Usos permissíveis:
 Procedimentos para recuperação de áreas degradadas ou sujeitas à
processos erosivos e de assoreamento.
 Realização de pesquisas científicas, desde que previamente autorizadas
pela instância gestora da AIERI e órgão(s) ambiental(is).
 Implantação de vias para acesso aos locais destinados ao turismo,
recreação e lazer.
 Construção de edificações e estruturas de apoio ao turismo, recreação e
lazer – a exemplo de lanchonetes, restaurantes, centro de informação e
orientação aos visitantes, pistas para caminhadas e corridas, quiosques e

PP IV – Plano Diretor - AIERI


90
Concresolo Engenharia

churrasqueiras -, desde que os projetos arquitetônicos e propostas de


localização sejam previamente apresentados e aprovados pelos órgãos
gestor/licenciadores da AIERI.
 Obras, equipamentos e serviços de infraestrutura para o saneamento da
bacia, a exemplo de estação de tratamento de esgotos (ETE), coletores
tronco, emissários e interceptores, estações elevatórias.

Usos proibidos:
 todos os usos que causem alteração da composição da flora e da fauna
nativa;
 atividades antrópicas que representam impactos aos ecossistemas e sua
flora e fauna, a exemplo da agricultura, pecuária, silvicultura, mineração e
loteamentos.

Ações de apoio e controle:


 efetuar a delimitação, demarcação e sinalização padronizada - através de
placas informativas e de cercas, quando for o caso - das diferentes áreas de
uso nestes parques urbanos;
 recuperar áreas de vegetação alteradas utilizando-se de espécies nativas
dos ecossistemas da região. Neste sentido, deve-se evitar o plantio ou
adensamento de plantas arbóreas e arbustivas em áreas onde a vegetação
original corresponde à várzea. Os administradores municipais ou privados
das áreas de lazer e recreação devem providenciar estruturas de apoio aos
usuários, dotadas de: (i) disponibilidade de água tratada; (ii) energia elétrica;
(iii) drenagem pluvial e tratamento de esgoto; (iv) sistema de coleta de lixo e
disponibilidade de recipientes para disposição de resíduos sólidos
recicláveis; (v) disponibilidade de socorristas e equipamentos salva-vidas
(coletes e boias) e infraestrutura para atendimentos de primeiros-socorros;
(vi) sistema de comunicação e sinalização adequado, com placas
sinalizadoras e orientativas; (vii) quiosques com churrasqueiras e
lanchonetes devem ter a planta construtiva e a propostas de localização
previamente apresentadas para aprovação pelos órgãos gestor/licenciadores
da AIERI.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


91
Concresolo Engenharia

Tabela 3 – Zona de Parques – ZPAR

USOS USOS AÇÕES DE


USOS PERMISSÍVEIS
PERMITIDOS PROÍBIDOS APOIO/CONTROLE

 Atividades e  Procedimentos para  Todos os usos  Efetuar a delimitação,


usos de cunho recuperação de áreas que causem demarcação e sinalização
recreativo e de degradadas ou sujeitas à alteração da padronizada - através de
lazer, que não processos erosivos e de composição da placas informativas e de
infrinjam a assoreamento; flora e da fauna cercas, quando for o caso
legislação vigente nativa; - das diferentes áreas de
ou prejudiquem a  Realização de pesquisas uso nestes parques
conservação e a científicas, desde que  Atividades urbanos;
qualidade dos previamente autorizadas pela antrópicas que
ecossistemas e instância gestora da AIERI e representam  Recuperar áreas de
da biota destes órgão(s) ambiental(is); impactos aos vegetação alteradas
ecossistemas e utilizando-se de espécies
parques;  Implantação de vias para sua flora e fauna, nativas dos ecossistemas
 Instalação de acesso aos locais destinados ao a exemplo da da região. Neste sentido,
estruturas de turismo, recreação e lazer; agricultura, deve-se evitar o plantio
apoio à  Construção de edificações e pecuária, ou adensamento de
fiscalização e estruturas de apoio ao turismo, silvicultura, plantas arbóreas e
controle de recreação e lazer – a exemplo de mineração e arbustivas em áreas onde
acessos às áreas lanchonetes, restaurantes, centro loteamentos. a vegetação original
conservados de informação e orientação aos corresponde à várzea.
(casa de guarda- visitantes, pistas para
parque; guaritas). caminhadas e corridas,
quiosques e churrasqueiras -,
desde os projetos arquitetônicos
e propostas de localização sejam
previamente apresentados e
aprovadas pelos órgãos
gestor/licenciadores da AIERI.
 Obras, equipamentos e
serviços de infraestrutura para o
saneamento da bacia, a exemplo
de estação de tratamento de
esgotos (ETE), coletores tronco,
emissários e interceptores,
estações elevatórias.

Fonte: Concresolo, 2013.


Especificamente, no que se refere às diretrizes de uso da ZPAR-2, deve-se
observar, além do constante na Tabela 3, as diretrizes da Tabela 4.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


92
Concresolo Engenharia

Tabela 4 – Zona de Parques – ZPAR-2

AÇÕES DE
USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROÍBIDOS
APOIO/CONTROLE

 Atividades de  Construção de  Realizar  Manter programas de


mineração de areia e pequenas vias para acesso supressão da automonitoramento para
saibro, desde que em às áreas de extração dos vegetação nativa; aferir os impactos
consonância com minérios e escoamento da ambientais das
planos, programas e produção;  Efetuar atividades de extração
projetos recuperação de de areia e saibro.
governamentais  Utilização da água para áreas degradadas
destinados a atenuar os apoio em atividades de com espécies  Implementar práticas
problemas de extração de areia, desde exóticas, de enriquecimento
enchentes (obras de que obtido previamente a exclusivamente. florestal visando
outorga junto ao Instituto propiciar a ligação entre
macro drenagem),
das Águas do Paraná.  Utilização das remanescentes de
controle de invasões e cavas como vegetação lindeiras às
criação de parques de  Utilização das cavas depósito de lixo e cavas e destas com
lazer, recreação e para controle de cheias e outros resíduos.
conservação ambiental outros fragmentos
melhoria da qualidade das florestais situados na
e desde que águas na bacia do Alto Rio
regularmente ZPAR e na ZCRA.
Iguaçu, por intermédio do
licenciados pelo órgão sistema “Wetland” ou
ambiental. Além das “sistema de banhados”.
exigências já contidas Neste processo, plantas
na licença ambiental, aquáticas são introduzidas
esses nas cavas interligadas
empreendimentos entre si, sendo que ao
deverão manter intactos receber as água do rio
eventuais sítios estas absorvem a matéria
espeleológicos, orgânica e química contida
arqueológicos ou na água para sua nutrição,
paleontológicos que resultando na melhoria da
ocorrerem nas suas qualidade da água.
áreas e responsabilizar-
se pela salvaguarda;
tratar e dispor
adequadamente seus
efluentes líquidos, sem
que se configure
alteração das águas
subterrâneas ou
superficiais; bem como
dispor estéril
adequadamente.

Fonte: Concresolo, 2013.

3.5.2 ZONA DE ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL - ZAPA

A Zona de Área de Proteção Ambiental na AIERI compreende a Área de


Proteção Ambiental do Iguaçu.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


93
Concresolo Engenharia

As APAs são unidades de conservação previstas pela Lei Federal n° 9.985/00,


que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação e possuem como
objetivo conciliar o desenvolvimento econômico e a proteção do meio ambiente.
O planejamento das APAs foi efetuado considerando a capacidade de suporte
da bacia hidrográfica e a manutenção da qualidade da água nas represas de
abastecimento.
A gestão das APA´s é efetuada pelas Câmaras de Apoio Técnico, compostas
por representantes de diversas instituições, que possuem poder consultivo e tratam de
processos que dizem respeito a questões que interferem no espaço da bacia
hidrográfica, notadamente quanto ao uso e ocupação do solo.
A APA Municipal do Iguaçu já possui zoneamento consolidado (Decreto
Municipal nº 1547/2009).
O Decreto Municipal nº 174/2008, que criou a APA do Iguaçu, estabelece seus
limites e as medidas prioritárias para seu funcionamento, além de prever seu
zoneamento e plano de manejo específico. O mesmo decreto cria e define também os
limites do Parque Municipal do Iguaçu, igualmente com seu Plano de Manejo e
Zoneamento.
O Decreto Municipal nº 1547/2009 alterou parcialmente o Zoneamento da APA
do Iguaçu, definindo cinco setores de uso e um sexto específico para o Parque
Municipal do Iguaçu.
O zoneamento na APA do Iguaçu, para o zoneamento da AIERI, será adotado
tal como foi concebido e aprovado. No entanto, são feitas considerações específicas
para as áreas situadas dentro da linha de inundação de cem anos de recorrência, pois
foram identificados no zoneamento desta APA, usos previstos não condizentes com o
objetivo da AIERI de evitar a ocupação dentro da linha de inundação.
Por esta razão, a ZAPA está subdividida em duas subzonas, diferenciadas entre
si pelos limites da linha de inundação:
 ZAPA-1: Zona de Área de Proteção Ambiental localizada fora da linha de
inundação;
 ZAPA-2: Zona de Área de Proteção Ambiental localizada dentro da linha de
inundação.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


94
Concresolo Engenharia

Com relação aos usos previstos na APA, pouco restritivos para o que se
pretende para a AIERI, propõem-se uma adaptação que consistirá na alteração dos
usos permitidos e permissíveis, a ser feita pela Câmara de Apoio Técnico da APA do
Iguaçu para os seguintes setores:
 SMRU - Setor de Média Restrição de Uso, que permite habitação unifamiliar,
agricultura, aquicultura, uso extrativista, comércio e serviço vicinal. Este
setor também prevê como permissível uso agroindustrial, produção de
plantas, piscicultura, habitação institucional e transitória, uso comunitário de
lazer, cultura, culto religioso e ensino.
 SS - Setor de Serviços – que permite habitação transitória, comércio e
serviço vicinal e de bairro, setorial e geral, comunitário e prevê como
permissível uso comunitário, lazer, ensino e indústrias que não gerem
efluentes líquidos e emissões atmosféricas.

Adicionalmente, propõem-se para a ZAPA-2 as seguintes ações:


Ações de apoio e controle:
 Realização de monitoramento dos eventos de cheias e previsões futuras;
 Atividade educativa para a conscientização da população dos riscos de
eventos de cheias na área ocupada;
 Elaboração de planos de contingência para áreas de risco.

3.5.3 ZONA DE CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO AMBIENTAL - ZCRA

A ZCRA constitui as áreas da AIERI cuja intenção é a de conservação, isto é,


não está prevista a ocupação para usos antrópicos, com exceção dos usos permitidos
e permissíveis constantes da Tabela 5.
A ZCRA é subdividida em duas subzonas, diferenciadas entre si pela liberação,
ou não, do uso para fins de atividades minerárias:
 ZCRA -1: Zona de Conservação e Recuperação Ambiental sem atividade de
mineração;
 ZCRA -2: Zona de Conservação e Recuperação Ambiental com atividade de
mineração.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


95
Concresolo Engenharia

Considerando o aspecto da fisiografia, a ZCRA-1 representa as áreas menos


alteradas pela ação humana ao longo da calha do rio Iguaçu, neste trecho em estudo.
Podem ser encontrados nesta zona remanescentes de campos de várzea, de matas de
galeria em diferentes estágios de regeneração, agrupamentos de araucárias nativas e
áreas de preservação permanente (APP´s) já alteradas por obras públicas de
retificação do leito do rio e, eventualmente, por atividades de exploração mineral.
Em curto prazo, as áreas da ZCRA-1 podem funcionar como um corredor ao
longo do alto rio Iguaçu, conectando os remanescentes da vegetação nativa de várzea
com as florestas de araucária contíguas.
A ZCRA-2 trata-se de áreas mais alteradas pela ação humana e/ou com grande
interesse do setor minerário, uma vez que, de acordo com o zoneamento estabelecido
pela Portaria nº 54/2010, citado anteriormente, apresenta áreas de várzea passíveis de
exploração, sejam elas as de empreendimentos em processo avançado de
esgotamento das reservas de areia, com grande número de cavas que inviabilizam a
sua ampliação, as de empreendimentos em exploração e a explorar, assim como as de
empreendimentos desativados.
Na ZCRA-2 as áreas degradadas pela atividade minerária serão destinadas à
recuperação ambiental, com adoção de técnicas para recomposição da vegetação no
entorno das cavas abertas. Após a conclusão desta recuperação, estas áreas serão
incorporadas à ZCRA-1.
A ZCRA-2 deverá obedecer o estabelecido para a ZPAR-2, no que concerne os
usos permitidos, permissíveis e proibidos, mas sem a obrigatoriedade de estarem em
consonância com planos, programas e projetos governamentais, como previsto na
ZPAR-2. Além disto, para as áreas resultantes da atividade minerária, deverão ser
implantados Planos de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD para o
aproveitamento integral das jazidas minerais existentes, readequação das áreas de
cavas orientando a nova conformação às expectativas de uso previstas pelo poder
público, e revegetação das áreas de aproveitamento conforme PRAD.
Adicionalmente, propõem-se para a ZCRA- 2:
Usos permissíveis:
 Chácaras de recreio, condicionados à implantação de infraestrutura de
coleta e tratamento adequado de efluentes sanitários, ao sistema de coleta
sistemática e regular de lixo, com destinação final adequada;

PP IV – Plano Diretor - AIERI


96
Concresolo Engenharia

 Agricultura e pecuária de subsistência sob condições de manejo que


propiciem baixo consumo de recursos ambientais, promovam o
desenvolvimento de tecnologias que associem alta produtividade e redução
de impactos ambientais;
 Produção florestal com utilização de manejo em bases ecológicas,
condicionada à recomposição florística com espécies exóticas ou nativas
em, pelo menos, 20% da área de produção;
 Utilização dos recursos hídricos subterrâneos, de acordo com a capacidade
de renovação das reservas reguladoras.

Ações de apoio e controle:


 Deverá ser estabelecido um Plano de Acompanhamento das atividades de
mineração de areia e saibro na, de forma a aplicar Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas (PRAD) nessas áreas.

A médio e longo prazo, com a exaustão das jazidas minerais, parte destas
áreas, após recuperação, ampliarão em termos quali-quantitativos o corredor de
biodiversidade ao longo deste trecho do rio Iguaçu.
No que se refere às diretrizes de uso da ZCRA e suas subzonas, deve-se
observar:
Usos Permitidos:
 Enriquecimento florestal utilizando-se de espécies nativas dos ecossistemas
da região.
 Desenvolvimento de ações de controle geotécnico para conservação e
recuperação de margens.

Usos permissíveis:
 Adoção de práticas de manejo sustentável que possam reverter em retorno
comercial aos pequenos proprietários, no conceito de Sistemas
Agroflorestais – SAF´s; bem como a prática de meliponicultura (criação de
abelhas nativas) mediante prévia autorização da instância gestora da AIERI
e dos órgãos ambientais;

PP IV – Plano Diretor - AIERI


97
Concresolo Engenharia

 a realização de pesquisas científicas, inclusive com coletas de fauna e flora,


desde que devidamente autorizadas pelo órgão ambiental;
 promover ações de educação ambiental e ecoturismo;
 construção de caminhos para acesso aos locais de beleza cênica;
 acesso à água visando o abastecimento público e a dessedentação de
animais, mediante o pleno cumprimento da Resolução CONAMA 369/06.
 a intervenção ou supressão de vegetação na APP, somente será admissível
mediante autorização do órgão ambiental e anuência do gestor da AIERI,
para o cumprimento da Resolução nº 369/06, no referente às atividades de
utilidade pública, interesse social ou de baixo impacto, especialmente
aquelas relacionadas à manutenção dos canais de drenagem, através de
obras e ações de retirada de sedimentos e entulhos com ou sem
aproveitamento econômico, para desassoreamento do leito dos cursos de
água.
 Obras, equipamentos e serviços de infraestrutura para o saneamento da
bacia, a exemplo de estação de tratamento de esgotos (ETE), coletores
tronco, emissários e interceptores, estações elevatórias.

Usos proibidos:
 A supressão de maciços florestais nativos em estágio primário ou
secundário;
 Conversão do uso do solo das áreas de várzeas para outras finalidades que
não sejam a de conservação ambiental.
 Práticas agrossilvipastoris, especificamente para a ZCRA-1;
 Recuperar áreas degradadas com espécies exóticas, exclusivamente;
 Efetuar manejo de culturas e do solo por intermédio do uso do fogo;
 A utilização de agrotóxicos e outros biocidas;
 Construir edificações, mesmo que de uso público ou coletivo, em locais com
remanescentes florestais ou de várzeas;
 Instalação de infraestrutura de saneamento e tratamento de água e esgoto,
bem como destinação de resíduos sólidos e efluentes líquidos.

Ações de apoio e controle:

PP IV – Plano Diretor - AIERI


98
Concresolo Engenharia

 As instituições que atuam na AIERI devem estabelecer um Plano de


Fiscalização para a esta Zona.

Tabela 5 – Zona de Conservação e Recuperação Ambiental – ZCRA

AÇÕES DE
USOS PERMITIDOS USOS PERMISSÍVEIS USOS PROIBIDOS
APOIO/CONTROLE
 Adoção de práticas de
 Enriquecimento  A supressão de  As instituições
manejo sustentável que
florestal utilizando- maciços florestais nativos que atuam na AIERI
possam reverter em retorno
se de espécies em estágio primário ou devem estabelecer
comercial aos pequenos
nativas dos secundário; um Plano de
proprietários, no conceito
ecossistemas da Fiscalização para a
região;
de Sistemas Agroflorestais  Conversão do uso do esta Zona;
- SAFs; bem como a solo das áreas de várzeas
 Desenvolvimento prática de meliponicultura para outras finalidades  Deverá ser
de ações de controle (criação de abelhas que não sejam a de estabelecido um
geotécnico para nativas) mediante prévia conservação ambiental; Plano de
conservação e autorização da instância Acompanhamento
recuperação de gestora da AIERI e dos  Práticas das atividades de
margens. órgãos ambientais; agrossilvipastoris; mineração de areia e
 A realização de  Recuperar áreas saibro na ZMC, de
pesquisas científicas, degradadas com espécies forma a aplicar
inclusive com coletas de exóticas, exclusivamente; Planos de
fauna e flora, desde que Recuperação de
devidamente autorizadas  Efetuar manejo de Áreas Degradadas
pelo órgão ambiental; culturas e do solo por (PRAD) nessas
 Promover ações de intermédio do uso do áreas, em paralelo
educação ambiental e fogo; com as mesmas
ecoturismo;  A utilização de atividades na ZRAA.
 Construção de agrotóxicos e outros
caminhos para acesso aos biocidas;
locais de beleza cênica;
 Acesso à água visando  Construir edificações,
o abastecimento público e mesmo que de uso
a dessedentação de público ou coletivo, em
animais, mediante o pleno locais com
cumprimento da Resolução remanescentes florestais
CONAMA 369/06; ou de várzeas;
 a intervenção ou  Instalação de
supressão de vegetação na infraestrutura de
APP, somente será saneamento e tratamento
admissível mediante de água e esgoto, bem
autorização do órgão como destinação de
ambiental e anuência do resíduos sólidos e
gestor da AIERI, para o efluentes líquidos;
cumprimento da Resolução
nº 369/06, no referente às  A intervenção ou
atividades de utilidade supressão de vegetação
pública, interesse social ou na APP, somente será
de baixo impacto, admissível mediante
especialmente aquelas autorização do órgão
relacionadas à manutenção ambiental e anuência do
dos canais de drenagem, gestor da AIERI, para o
através de obras e ações cumprimento da
de retirada de sedimentos Resolução nº 369/06, no
e entulhos com ou sem referente às atividades de
aproveitamento econômico, utilidade pública,
para desassoreamento do interesse social ou de

PP IV – Plano Diretor - AIERI


99
Concresolo Engenharia

leito dos cursos de água. baixo impacto.


 Obras,
equipamentos e serviços
de infraestrutura para o
saneamento da bacia, a
exemplo de estação de
tratamento de esgotos
(ETE), coletores tronco,
emissários e interceptores,
estações elevatórias.

Fonte: Concresolo, 2013.

3.5.4 ZONA URBANIZADA DE RISCO – ZURI

A Zona Urbanizada de Risco (ZURI) corresponde às áreas ocupadas, seja de


forma irregular ou com a aprovação das prefeituras municipais, dentro da curva de
inundação de recorrência de 100 anos, consequentemente situadas em zonas de risco
de enchentes.
Na ZURI estão inseridas áreas urbanizadas já consolidadas de diversos bairros
e localidades dos municípios que integram a AIERI. São áreas onde o processo de
ocupação do território foi sistematicamente suprimindo as características naturais para
dar lugar à ocupação urbana ocorrendo, consequentemente, a degradação e o
comprometimento dos ambientes naturais do local.
Nesta zona estão diferentes tipologias de usos, entre eles os comerciais,
residenciais e de serviços. Constituem áreas que devem ser destinadas
preferencialmente à contensão da expansão da ocupação urbana, aliada a realização
de programas de recuperação da qualidade ambiental, programas de conscientização
da população dos riscos de se morar nesta zona e de planos de contingência para as
áreas mais críticas
A ZURI é subdividida em duas subzonas, diferenciadas entre si pela sua
localização na AIERI, dentro ou fora da APA do Iguaçu.
 ZURI-1: Zona Urbanizada de Risco 1 – compreende as áreas urbanizadas
dentro da linha de inundação localizadas fora dos limites da APA do Iguaçu;
 ZURI-2: Zona Urbanizada de Risco 2 - compreende as áreas urbanizadas
dentro da linha de inundação localizadas dentro dos limites da APA do
Iguaçu.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


100
Concresolo Engenharia

No que se refere às diretrizes de uso da ZURI-1, deve-se observar:


Usos Permitidos:
 usos residencial, comercial e de serviços, observadas as condições de
implantação de arruamentos, obras de drenagem e controle de erosão,
compatíveis com as vulnerabilidades geotécnicas e hidrogeológicas dos
terrenos, bem como a existência de obras de drenagem que assegurem o
livre e completo escoamento das águas;
 Parques urbanos, dotados de infraestrutura para esportes, lazer, centros de
convenções e exposições, condicionados à implantação de infraestrutura de
saneamento básico;
 Instalação de áreas de lazer, incluindo trilhas de observação, destinadas à
educação ambiental;
 Implantação de infraestruturas de coleta e tratamento de água e esgoto
sanitário.

Usos permissíveis:
 Indústrias de pequeno porte e baixo potencial de contaminação ambiental,
observadas a compatibilidade com as exigências relativas ao controle e
disposição de efluentes sanitários e industriais, resíduos sólidos e emissões
sonoras e atmosféricas.

Usos Proibidos
 A implantação e operação de indústrias com alto potencial de poluição.
 Disposição “in natura” de efluentes ou de resíduos urbanos ou industriais, e
outros resíduos perigosos/contaminantes.

Ações de apoio e controle:


 Deverá ser adotado um plano para divulgação da AIERI e seu respectivo
zoneamento, procurando compatibilizá-lo com os distintos instrumentos
norteadores de uso e ocupação do solo, adotados nos municípios da RMC
com área territorial inseridas na AIERI.

Tabela 6 – Zona Urbanizada de Risco 1 – ZURI-1

PP IV – Plano Diretor - AIERI


101
Concresolo Engenharia

USOS AÇÕES DE APOIO/


USOS PERMITIDOS USOS PROIBIDOS
PERMISSÍVEIS CONTROLE
 Indústrias
 Usos residencial, comercial  A implantação e  Deverá ser adotado
de pequeno porte e
e de serviços, observadas as operação de um plano para
baixo potencial de
condições de implantação de indústrias com alto divulgação da AIERI e
contaminação
arruamentos, obras de potencial de seu respectivo
ambiental,
drenagem e controle de erosão, poluição; zoneamento,
observadas a
compatíveis com as procurando
vulnerabilidades geotécnicas e
compatibilidade  Disposição “in compatibilizá-lo com os
hidrogeológicas dos terrenos,
com as exigências natura” de efluentes distintos instrumentos
relativas ao ou de resíduos
bem como a existência de norteadores de uso e
controle e urbanos ou
obras de drenagem que ocupação do solo
disposição de industriais, e outros
assegurem o livre e completo adotados nos
efluentes sanitários resíduos perigosos/
escoamento das águas; municípios da RMC
e industriais, contaminantes. com área territorial
 Parques urbanos, dotados resíduos sólidos e
inseridas na AIERI.
de infraestrutura para esportes, emissões sonoras
lazer, centros de convenções e e atmosféricas.
exposições, condicionados à  Obras,
implantação de infraestrutura de equipamentos e
saneamento básico; serviços de
infraestrutura para
 Instalação de áreas de lazer, o saneamento da
incluindo trilhas de observação, bacia, a exemplo
destinadas à educação de estação de
ambiental; tratamento de
 Implantação de esgotos (ETE),
infraestruturas de coleta e coletores tronco,
tratamento de água e esgoto emissários e
sanitário. interceptores,
estações
elevatórias.

Fonte: Concresolo, 2013.


No que se refere às diretrizes de uso da ZURI-2, deve-se observar o que rege a
APA do Iguaçu.
Adicionalmente, propõem-se para a ZURI (1 e 2) as seguintes ações:
Ações de apoio e controle:
 Realização de monitoramento dos eventos de cheias e previsões futuras;
 Atividade educativa para a conscientização da população dos riscos de
eventos de cheias na área ocupada;
 Elaboração de planos de contingência para áreas de risco.

3.5.5 SETOR DE INFRAESTRUTURA – SI

Considerando a necessidade da existência de uma regulamentação de proteção,


tanto das margens das vias que cruzam a AIERI, que podem sofrer com o tráfego

PP IV – Plano Diretor - AIERI


102
Concresolo Engenharia

intenso, onde são transportados todos os tipos de carga, inclusive as perigosas


contendo produtos químicos e inflamáveis, como da passagem do rio sob estes
cruzamentos, com a menor barreira possível para um fluxo razoável, propõem-se este
Setor de Infraestrutura que prevê, entre outras medidas, a manutenção da limpeza
constante do rio nestes locais, assim como avisos de que se trata de uma área especial
de interesse ambiental, para o caso de acidentes.
Este setor compreende uma faixa de 50 (cinquenta) metros em ambos as lados
de vias importantes que atravessam a AIERI, contados a partir de suas margens. São
elas:
 Rod. João Leopoldo Jacomel que corta os rios Atuba, Palmital, Iraí e
Piraquara;
 Contorno Leste sobre o rio Piraquara;
 Av. Ayrton Senna, trilho do trem e Estrada da Graciosa, sobre o rio Palmital;
 Av. Affonso Camargo / Av. Iraí sobre os rios Atuba e Iraí e sobre o canal de
água limpa;
 Aterro da ferrovia (novo eixo de ligação ferroviária entre Curitiba e
Paranaguá, projetado e iniciado na década de setenta, para o qual o
município de São José dos Pinhais estabelece uma Via Arterial, ainda em
fase de previsão;
 BR 277, Av. das Torres, Mal. Floriano Peixoto e Contorno Sul sobre o rio
Iguaçu e sobre o canal extravasor;
 Rua Nicola Pellanda sobre o rio Iguaçu,
 BR 116 e BR 476 sobre o rio Iguaçu;
 PR 510 sobre o rio Iguaçu.

Ações de apoio e controle:


 Colocação de placas indicativas no início e no final dos trechos das vias que
cortam a AIERI;
 Avaliação da abrangência do sistema de coleta de resíduos sólidos nas
áreas urbanas da AIERI e de seu entorno, ampliando o atendimento se for o
caso;
 Ações de educação ambiental para a população residente na AIERI e
entorno, de modo a minimizar o descarte irregular de resíduos sólidos na

PP IV – Plano Diretor - AIERI


103
Concresolo Engenharia

área, no sentido de minimizar as obstruções nas travessias ocasionadas


pelo acúmulo de resíduos;
 Realização de inspeções periódicas das condições das estruturas de
travessia, como pontes e bueiros, a fim de detectar possíveis obstruções
para o fluxo normal das águas dos rios e canais existentes na AIERI;
 Realização de limpeza das obstruções detectadas durante as inspeções.

3.6 MINUTA DE DECRETO

Como parte integrante do Relatório Final do Estudo de Concepção está a


elaboração de minuta de Decreto Estadual, contendo o perímetro e o zoneamento da
AIERI, a qual é apresentada no Anexo A.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


104
Concresolo Engenharia

4. REFERÊNCIAS

PP IV – Plano Diretor - AIERI


105
Concresolo Engenharia

4 REFERÊNCIAS

COMPANHIA DE HABITAÇÃO DO PARANÁ – COHAPAR. Plano de recuperação


ambiental e urbanização do Guarituba. Curitiba: COHAPAR, 2007.

Copa Transparente – Portal de acompanhamento de gastos para a Copa de 2014


http://www.copatransparente.gov.br

MINEROPAR – Minerais do Paraná S. A. – Atlas Geoquímico da Folha Curitiba:


Geoquímica dos Sedimentos de Fundo – Curitiba, 2001.

OLIVEIRA, Márcio de. Imaginário da urbanização brasileira, um estudo de caso:


Curitiba, seus parques e bosques. Curitiba, 1996.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAUCÁRIA. Plano Diretor do Município de


Araucária. Araucária, 2006.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BALSA NOVA. Plano Diretor de Balsa Nova. Balsa


Nova, 2007.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CONTEDA. Plano Diretor Municipal de Contenda.


Contenda, 2008.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA. Plano Diretor de Curitiba. Curitiba, 2004.

PREFEITURA MUNICIPAL DE FAZENDA RIO GRANDE. Plano Diretor de Fazenda


Rio Grande. Fazenda Rio Grande, 2006.

PREFEITURA MUNICIPAL DE LAPA. Plano Diretor do Município da Lapa. Lapa,


2003.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PINHAIS. Secretaria Municipal de Gestão Tributária e


Desenvolvimento. Mapa da Lei nº 731 de 27 de abril de 2006, que dispõe sobre a
criação de bairros no município de Pinhais. Pinhais, 2006.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


106
Concresolo Engenharia

PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA. Plano Diretor do Município de


Piraquara. Piraquara, 2006.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS PINHAIS. Plano Diretor do


Município de São José dos Pinhais. São José dos Pinhais, 2004.

SEPL - SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL


& PROSAM - PROGRAMA DE SANEAMENTO AMBIENTAL DA REGIÃO
METROPOLITANA DE CURITIBA. (1996) Parque e Controle de Cheias do Alto
Iguaçu: Estudos Hidrológicos - Hidrodinâmicos do Rio Iguaçu. Curitiba - PR, vol.
1 e 2. Curitiba, 1996.

SOCIEDADE DA ÁGUA CONSULTORIA AMBIENAL – SOCIEDADE DA ÁGUA.


Estudo de Impacto Ambiental – EIA das Atividades de Mineração de Areia e
Saibro na Bacia do Alto Iguaçu-PR. Curitiba, 2004.

SOCIEDADE DA ÁGUA CONSULTORIA AMBIENAL – SOCIEDADE DA ÁGUA.


Relatório de Impacto Ambiental – RIMA das Atividades de Mineração de Areia e
Saibro na Bacia do Alto Iguaçu-PR. Curitiba, 2004.

PP IV – Plano Diretor - AIERI


107
Concresolo Engenharia

TERMO DE ENCERRAMENTO

PP IV – Plano Diretor - AIERI


108
Concresolo Engenharia

TERMO DE ENCERRAMENTO

Este Volume PLANO DIRETOR DA AIERI, referente ao Contrato


015/2012/COMEC para elaboração de Estudo de Concepção do PLANO DIRETOR DA
ÁREA DE INTERESSE ESPECIAL REGIONAL DO IGUAÇU - AIERI, situado nos
municípios de São José dos Pinhais, Piraquara, Pinhais, Curitiba, Araucária, Fazenda
Rio Grande, Contenda, Balsa Nova e Lapa, da Região Metropolitana de Curitiba,
Estado do Paraná, conforme termo de referência e normativas estabelecidas para
contratação e execução de programas e ações do Ministério das Cidades, com o
objetivo de minimizar impactos e criar condições para uma gestão sustentável da
drenagem urbana, conforme Termo de Compromisso nº 351.260-62/2011, no âmbito do
Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2 possui 1 (hum) volume com 121
(cento e vinte e uma) folhas numeradas em ordem sequencial crescente, inclusive esta.

Curitiba, 20 de dezembro de 2013.

_____________________________________
Marcelo José Leal Gasino
Engenheiro Supervisor

PP IV – Plano Diretor - AIERI


109

Você também pode gostar