ITO 33 - Proteção e Defesa Civil

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 97

COMANDANTE-GERAL

CORONEL BM EDGARD ESTEVO DA SILVA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CORONEL BM ERLON DIAS DO NASCIMENTO BOTELHO

ELABORAÇÃO
MAJ BM IVAN SANTOS PEREIRA NETO
MAJ BM RAFAEL NEVES COSENDEY
MAJ BM HERBERT AQUINO MARCELINO
CAP BM RAFAEL DE FIGUEIREDO BARBOSA
CAP BM FILIPE SILVANO ANDRADE
CAP BM NÁGELA LAMIM DA SILVA FREIRE
CAP BM PAULO HENRIQUE CAMARGOS FIRME
CAP BM TALES ROBERTO DA SILVA
CAP BM RICARDO AUGUSTO FERREIRA QUADROS
CAP BM FABRICIO CORREA VALÉRIO
CAP BM CARLOS EDUARDO GUILARDUCCI FONSECA
CAP BM FILEMOM HENRIQUE COSTA FERNANDES
1º TEN BM LEANDRO FIGUEIREDO GOMES
1º TEN BM DANIEL DA SILVEIRA MORAIS JÚNIOR
1º TEN BM HERMAN ZIYANG MARTINS AMENO
1º TEN BM FILIPE ROCHA DE ALMEIDA COSTA
1º TEN BM JORGE DORNELLAS DOS SANTOS JÚNIOR
1º TEN BM MATHEUS FELIPE CIMINO MOTA ROCHA
1º TEN BM CARLOS MARCIO FERREIRA NETO
2º TEN BM MARCO ANTÔNIO DE OLIVEIRA NETO
2º TEN BM HENRIQUE CÉSAR BARCELLOS DE SOUZA
2º TEN BM ÁLVARO ÉLIO BELLI BIGONHA
2º TEN BM JOÃO FERNANDES CAIXETA
SUBTEN DENILTON DIAS FERREIRA
2º SGT BM BRUNO GOMES DE FREITAS
CB BM JOÃO PAULO VIEIRA COTTA
REVISÃO TÉCNICA/METODOLÓGICA
TEN-CEL BM MOISÉS MAGALHÃES DE SOUSA
MAJ BM PAULO AFONSO MONTEZANO CRISPIM
CAP BM PAULO HENRIQUE CAMARGOS FIRME
1º TEN BM HERMAN ZIYANG MARTINS AMENO
2º TEN BM IÂNCOR DIEGO CASTRO DE A. PEREIRA
2º TEN BM ANDRESA VICENTE AMANTE
2º SGT BM THIAGO FARIA DE ARAÚJO

REVISÃO TEXTUAL/GRAMATICAL
3º SGT BM MARIA LUCIANA DE OLIVEIRA

CAPA/ARTES GRÁFICAS
2º SGT BM GILMAR LUÍS PINTO
3º SGT DENNIS HENRIQUES PEÇANHA

DIAGRAMAÇÃO
CAP BM ELISEU WASHINGTON G. MARQUES
3º SGT BM FLÁVIA SILVA CAMILO
Todos os direitos reservados ao CBMMG.
É permitida a reprodução por cópia para fins de estudo e pesquisa.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C787 Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.


Instrução Técnica Operacional 33 : Proteção e Defesa
Civil . 1.ed. Belo Horizonte: CBMMG, 2022.

96 p. il.

1. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.


2. ITO 33. 3. Instrução Técnica Operacional 4.
Proteção e Defesa Civil. I. Título.

CDD 363.35

Ficha catalográfica elaborada por Andréia Júlio CRB6/2095

Versão digital disponível em:


https://drive.google.com/drive/folders/1n39X9USjvU6MKrpZDjvsNrfJ0XRB5stf?usp=s
haring
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABM Academia de Bombeiros Militar

ANA Agência Nacional de Águas

APP Aplicativo para Smartphone

ART Anotação de Responsabilidade Técnica

AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

CBMMG Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

CEDEC Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil

CEMADEN Centro Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres Naturais

CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais

CENAD Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres

CEPED Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil

CGMAT Centro de Geotecnologias e Monitoramento Ambiental Territorial

CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas

COB Comando Operacional de Bombeiros

COBOM Centro de Operações de Bombeiros

COBRADE Classificação e Codificação Brasileira de Desastres

COMPDEC Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil

CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais

CPTEC Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos

CSM Centro de Suprimento e Manutenção

DIAO Diretriz Integrada de Ações e Operações

DMATE Declaração Municipal de Atuação Emergencial

DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EMBM3 Terceira Seção do Estado-Maior


FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente

FIDE Formulário de Informações do Desastre

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

GMG Gabinete Militar do Governador

GRD Gestão do Risco de Desastre

Gu BM Guarnição Bombeiro Militar

IGAM Instituto Mineiro de Gestão das Águas

IICPP Índice de Incentivo à Cultura de Prevenção e Proteção à Vida, ao


Patrimônio e ao Meio Ambiente

INMET Instituto Nacional de Meteorologia

IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas

IRRD Índice de Redução do Risco de Desastre

ITO Instrução Técnica Operacional

NUPDEC Núcleo de Proteção e Defesa Civil

ONG Organização Não Governamental

ONU Organização das Nações Unidas

OSCIP Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

PAM Plano de Auxílio Mútuo

PDC Proteção e Defesa Civil

PMMG Polícia Militar de Minas Gerais

PNPDEC Política Nacional de Proteção e Defesa Civil

POP Procedimento Operacional Padrão

REDS Registro de Eventos de Defesa Social

RINEM Rede Integrada de Emergência

S2ID Sistema Integrado de Informações sobre Desastres

SACE Sistema de Alerta de Eventos Críticos


SCO Sistema de Comando em Operações

SEDEC Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil

SIMGE Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais

SINPDEC Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil

SISEMA Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos

UEOp Unidade de Execução Operacional

UNDRR United Nations Office for Disaster Risk Reduction (Escritório da ONU
para Redução do Risco de Desastre)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Representação dos conceitos de ameaça, risco e vulnerabilidade na


comunidade .............................................................................................. 28
Figura 2 - Elevação do nível de um rio provocada pelas águas da chuva, do nível
normal a inundação .................................................................................. 32
Figura 3 - Fluxo para emissão dos avisos meteorológicos ........................................ 48
Figura 4 - Classificação da intensidade das chuvas.................................................. 49
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Conceitos das Ações de Proteção e Defesa Civil .................................. 18


Quadro 2 - Conceito dos Componentes do Risco de Desastres .............................. 22
Quadro 3 - Monitoramento em Nível Federal ........................................................... 51
Quadro 4 - Monitoramento em Nível Estadual (Minas Gerais) ................................. 53
Quadro 5 - Graus da Categorização do Risco Geológico ........................................ 80
Quadro 6 - Tipologia de processos hidrológicos ...................................................... 82
Quadro 7 - Vulnerabilidade e tipologia construtiva ................................................... 83
Quadro 8 - Intensidade da periculosidade em relação ao impacto direto ................. 83
Quadro 9 - Grau de risco preliminar segundo arranjo entre cenários hidrológicos e
vulnerabilidades das habitações. ........................................................... 84
Quadro 10 - Grau de risco final segundo arranjo a inter-relação dos cenários
hidrológicos, vulnerabilidade das habitações e periculosidade .............. 84
Quadro 11 - Passo a passo para acesso ao S2ID e para o preenchimento dos
formulários obrigatórios .......................................................................... 89
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 12
1.1 A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC) ..................... 13
1.2 O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) ................... 15
2 FINALIDADE E OBJETIVOS ....................................................................... 17
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS ..................................................... 18
3.1 Proteção e Defesa Civil .............................................................................. 18
3.1.1 Ações de proteção e Defesa Civil comparativamente entre a SEDEC e a
UNDRR ..................................................................................................................... 18
3.2 Ações de Prevenção................................................................................... 19
3.3 Ações de Mitigação .................................................................................... 19
3.4 Ações de Preparação ................................................................................. 19
3.5 Ações de Resposta..................................................................................... 20
3.6 Ações de Recuperação .............................................................................. 20
3.7 Desastre ...................................................................................................... 20
3.8 Situação de Emergência ............................................................................ 20
3.9 Estado de Calamidade Pública .................................................................. 21
3.10 Ameaça ........................................................................................................ 21
3.11 Vulnerabilidade ........................................................................................... 21
3.12 Evento Adverso .......................................................................................... 21
3.13 Risco de desastre ....................................................................................... 21
3.13.1 Componentes do Risco .............................................................................. 21
3.14 Identificação do Risco ................................................................................ 22
3.15 Análise de Risco ......................................................................................... 22
3.16 Gestão do Risco de Desastres .................................................................. 23
3.17 Gestão de Desastres .................................................................................. 23
3.18 Plano de Contingência ............................................................................... 23
3.19 Ações de Socorro ....................................................................................... 24
3.20 Ações de Assistência às Vítimas .............................................................. 24
3.21 Ações de Restabelecimento de Serviços Essenciais .............................. 24
4 ATIVIDADES DE COORDENAÇÃO E CONTROLE .................................... 25
4.1 EMBM........................................................................................................... 25
4.2 Comando Operacional de Bombeiros ....................................................... 25
4.3 Unidade de Execução Operacional ........................................................... 26
5 PREVENÇÃO ............................................................................................... 28
5.1 Risco Geológico ......................................................................................... 29
5.1.1 Identificação do Risco Geológico ............................................................. 29
5.2 Risco Hidrológico ....................................................................................... 31
5.2.1 Identificação do Risco Hidrológico ........................................................... 32
5.3 Risco Climatológico ................................................................................... 33
5.4 Risco Tecnológico ...................................................................................... 34
5.5 Mapeamento das Áreas de Risco .............................................................. 34
5.6 Campanhas Educativas ............................................................................. 36
5.7 Vistorias Relacionadas à PDC ................................................................... 37
6 MITIGAÇÃO ................................................................................................. 38
7 PREPARAÇÃO ............................................................................................ 40
7.1 Plano de Contingência ............................................................................... 40
7.2 Plano de Auxílio Mútuo – PAM .................................................................. 40
7.2.1 Objetivos do PAM ....................................................................................... 41
7.2.2 Estrutura do PAM ....................................................................................... 42
7.2.3 Criação do PAM .......................................................................................... 43
7.3 Auxílio Mútuo entre Municípios................................................................. 44
7.3.1 Rede Integrada de Emergência (RINEM) .................................................. 45
7.4 Treinamentos .............................................................................................. 45
7.5 Simulados ................................................................................................... 46
7.6 Previsão Meteorológica ............................................................................. 46
7.6.1 Sistema de Emissão de Alertas de Chuva em Minas Gerais .................. 47
7.6.2 Fontes de Informações Meteorológicas ................................................... 50
7.7 Sistemas de Monitoramento, Alerta e Alarme .......................................... 50
7.7.1 Monitoramento ............................................................................................ 50
7.7.2 Alerta ........................................................................................................... 55
7.7.3 Alarme ......................................................................................................... 56
8 RESPOSTA .................................................................................................. 58
8.1 Socorro ........................................................................................................ 58
8.2 Assistência à população atingida ............................................................. 58
8.3 Restabelecimento dos serviços essenciais ............................................. 59
8.4 Ações do CBMMG em Resposta ............................................................... 60
8.5 Apoio ao Município para o Cadastro da COMPDEC no S2ID .................. 61
8.6 Apoio ao Município para a Decretação de Situação de Emergência ou
Estado de Calamidade Pública .............................................................................. 61
9 RECUPERAÇÃO.......................................................................................... 63
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 64
ANEXO I - CODIFICAÇÃO BRASILEIRA DE DESASTRES (COBRADE) .............. 68
ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO ...................................... 75
ANEXO III - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE INUNDAÇÃO ..... 82
ANEXO IV - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE ENXURRADA ... 87
ANEXO V - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE ALAGAMENTO .. 88
ANEXO VI - ORIENTAÇÕES PARA DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE
ANORMALIDADE ..................................................................................................... 89
ANEXO VII - PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS PARA A DECLARAÇÃO
DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA .... 93
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 12

1 INTRODUÇÃO

O aumento da urbanização global a partir dos anos 1960 e a falta de planejamento


para o ordenamento do território – sobretudo naquelas regiões propensas ao risco
materializado por diversas ameaças – aliado aos constantes desastres, antes
denominados como “naturais”, exigiu a mudança do foco conceitual de defesa civil.

Então, o termo “defesa civil”, originalmente delimitado pelas medidas defensivas da


população no período da Segunda Guerra Mundial e nos anos posteriores, foi
substituído pela expressão “proteção civil”, pois era preciso proteger a população
dos crescentes desastres que traziam prejuízos financeiros incalculáveis e danos
humanos escalonados de forma progressiva, evidenciando o risco que envolvia
grande parte da população mundial.

Esforços internacionais de conscientização e sensibilização foram feitos por diversas


frentes, sendo a mais notável no final do século XX, a partir da declaração pelas
Nações Unidas da década de 1990 como a “Década Internacional para Redução de
Desastres Naturais” – talvez a primeira iniciativa global de gestão de risco de
desastres.

Anos após, a nomenclatura “proteção civil” sofreu nova alteração. Com o ataque
terrorista do World Trade Center em 2001, nova preocupação com a defesa da
população ganhou dimensões intercontinentais. A partir desse momento, a
expressão “Proteção e Defesa Civil” (PDC) começou a ser utilizada tanto para a
gestão de desastres – e seus riscos – quanto para as preocupações relacionadas a
ataques e conflitos sociais.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, define em seu art. 1441 que as atividades
de defesa civil são de competência dos Corpos de Bombeiros Militares. O processo
constituinte definiu os agentes originários para a atividade:

1
Art. 144, inc. IV, §5º: Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem
pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.
INTRODUÇÃO 13

Nas calamidades públicas, inundações, terremotos, em que a defesa civil é


acionada, os corpos de bombeiros militares são os primeiros a ter a
incumbência de executar tais atividades, nitidamente de defesa civil, ao lado
dos cidadãos. Pelo Texto Constitucional, tal incumbência é,
primordialmente, do corpo de bombeiros, devendo, todos os outros
organismos de defesa acionáveis, secundar a ação de tais servidores
militares, mais habilitados a conduzir essas atividades. Ao dizer, pois, o
constituinte, que “incumbe a execução”, a meu ver, deu a condução de tais
atividades aos corpos de bombeiros militares (BASTOS E MARTINS, 1997,
p. 260 e 261).

Para que as ações de gestão do risco de desastres e a gestão de desastres sejam


empregadas de forma unificada no CBMMG, é importante que haja a normalização
da linguagem utilizada e, principalmente, que haja o entendimento das ações que
devem ser empregadas por cada bombeiro militar em cada fase do ciclo de gestão.

O presente documento busca definir e orientar os Bombeiros Militares acerca das


principais atividades de Proteção e Defesa Civil que devem ser realizadas no âmbito
de competência do CBMMG de acordo com a Política Nacional de Proteção e
Defesa Civil, dentro do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil.

1.1 A Política Nacional de Proteção e Defesa Civil (PNPDEC)

A Lei Nacional nº 12.608, de 10 de abril de 2012, instituiu a Política Nacional de


Proteção e Defesa Civil, e definiu, logo no art. 2º, o dever da União, Estados, Do
Distrito Federal e dos Municípios adotarem as medidas necessárias à redução do
risco de desastre.

Com base nesse dever inicial estabelecido, a PNPDEC definiu, nos artigos 4º e 5º,
seis diretrizes e quinze objetivos da política, a saber:

Art. 4º São diretrizes da PNPDEC:


I - atuação articulada entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios para redução de desastres e apoio às comunidades atingidas;
II - abordagem sistêmica das ações de prevenção, mitigação, preparação,
resposta e recuperação;
III - a prioridade às ações preventivas relacionadas à minimização de
desastres;
IV - adoção da bacia hidrográfica como unidade de análise das ações de
prevenção de desastres relacionados a corpos d’água;
V - planejamento com base em pesquisas e estudos sobre áreas de risco e
incidência de desastres no território nacional;
VI - participação da sociedade civil.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 14

Art. 5º São objetivos da PNPDEC:


I - reduzir os riscos de desastres;
II - prestar socorro e assistência às populações atingidas por desastres;
III - recuperar as áreas afetadas por desastres;
IV - incorporar a redução do risco de desastre e as ações de proteção e
defesa civil entre os elementos da gestão territorial e do planejamento das
políticas setoriais;
V - promover a continuidade das ações de proteção e defesa civil;
VI - estimular o desenvolvimento de cidades resilientes e os processos
sustentáveis de urbanização;
VII - promover a identificação e avaliação das ameaças, suscetibilidades e
vulnerabilidades a desastres, de modo a evitar ou reduzir sua ocorrência;
VIII - monitorar os eventos meteorológicos, hidrológicos, geológicos,
biológicos, nucleares, químicos e outros potencialmente causadores de
desastres;
IX - produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de
desastres naturais;
X - estimular o ordenamento da ocupação do solo urbano e rural, tendo em
vista sua conservação e a proteção da vegetação nativa, dos recursos
hídricos e da vida humana;
XI - combater a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis e de risco e
promover a realocação da população residente nessas áreas;
XII - estimular iniciativas que resultem na destinação de moradia em local
seguro;
XIII - desenvolver consciência nacional acerca dos riscos de desastre;
XIV - orientar as comunidades a adotar comportamentos adequados de
prevenção e de resposta em situação de desastre e promover a
autoproteção; e
XV - integrar informações em sistema capaz de subsidiar os órgãos do
SINPDEC na previsão e no controle dos efeitos negativos de eventos
adversos sobre a população, os bens e serviços e o meio ambiente
(BRASIL, 2012).

Outra matéria que merece destaque na PNPDEC é a atribuição de competências


aos entes federados, com a definição de competências para a União, Estados e
Municípios.

No que diz respeito aos Estados, a PNPDEC atribui as seguintes competências:


Art. 7º Compete aos Estados:
I - executar a PNPDEC em seu âmbito territorial;
II - coordenar as ações do SINPDEC em articulação com a União e os
Municípios;
III - instituir o Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil;
IV - identificar e mapear as áreas de risco e realizar estudos de identificação
de ameaças, suscetibilidades e vulnerabilidades, em articulação com a
União e os Municípios;
V - realizar o monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das
áreas de risco, em articulação com a União e os Municípios;
VI - apoiar a União, quando solicitado, no reconhecimento de situação de
emergência e estado de calamidade pública;
VII - declarar, quando for o caso, estado de calamidade pública ou situação
de emergência; e
VIII - apoiar, sempre que necessário, os Municípios no levantamento das
áreas de risco, na elaboração dos Planos de Contingência de Proteção e
INTRODUÇÃO 15

Defesa Civil e na divulgação de protocolos de prevenção e alerta e de ações


emergenciais.
Parágrafo único. O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil conterá, no
mínimo:
I - a identificação das bacias hidrográficas com risco de ocorrência de
desastres; e
II - as diretrizes de ação governamental de proteção e defesa civil no âmbito
estadual, em especial no que se refere à implantação da rede de
monitoramento meteorológico, hidrológico e geológico das bacias com risco
de desastre.
[...]
Art. 9º Compete à União, aos Estados e aos Municípios:
I - desenvolver cultura nacional de prevenção de desastres, destinada ao
desenvolvimento da consciência nacional acerca dos riscos de desastre no
País;
II - estimular comportamentos de prevenção capazes de evitar ou minimizar
a ocorrência de desastres;
III - estimular a reorganização do setor produtivo e a reestruturação
econômica das áreas atingidas por desastres;
IV - estabelecer medidas preventivas de segurança contra desastres em
escolas e hospitais situados em áreas de risco;
V - oferecer capacitação de recursos humanos para as ações de proteção e
defesa civil; e
VI - fornecer dados e informações para o sistema nacional de informações e
monitoramento de desastres (BRASIL, 2012).

Dessa forma, o conteúdo apresentado na presente ITO e em demais normativas do


CBMMG na área de proteção e defesa civil tem como parâmetro o cumprimento das
diretrizes e objetivos da PNPDEC, dentro da competência atribuída aos Estados.

1.2 O Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC)

Para que as atividades de Proteção e Defesa Civil pudessem ser realizadas em


território nacional – considerando as dimensões continentais do Brasil – e ainda, a
necessidade de interlocução e apoios logístico, técnico e financeiro, é natural que
houvesse uma articulação entre o governo, os entes federativos e suas instâncias
locais para um alinhamento das atividades e conhecimento das realidades locais.

Essa articulação é desenhada por meio do SINPDEC, em que figuram os entes


públicos (União, Estados e Municípios) além de agências de governo, iniciativa
privada e o próprio cidadão. Esses são os principais atores do Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil.

Por natureza, o SINPDEC possui o início das suas atividades no município, pois são
nas cidades que acontecem os desastres. Então, o município é quem responde
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 16

primeiramente às ações de gestão do risco, de resposta e de recuperação aos


desastres. Quaisquer atividades ou soluções necessárias à realização das
atividades de PDC que transcendam à capacidade do município sobem à esfera
federativa imediatamente superior – o Estado.

O Estado, por sua vez, deve ser capaz de coordenar as atividades de PDC e apoiar
os municípios quando necessário. O Estado, e nesse propósito, o CBMMG, devem
apoiar os municípios com conhecimento técnico de gestão do risco de desastres,
além de força de resposta a desastres.

A articulação de várias frentes pode acontecer sem a participação da esfera federal.


Esta é sim, inevitável, quando existe a necessidade de utilização de verba federal
por meio de transferência obrigatória ou voluntária.

Temos então, os principais atores públicos de PDC no cenário nacional:

a) SEDEC: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil;


b) CEDEC: Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil;
c) CBM: Corpos de Bombeiros Militares – atuam na coordenação e execução
das fases de Gestão de Risco e de Gestão de Desastres;
d) COMPDEC: Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil;
e) NUPDEC: Núcleos de Proteção e Defesa Civil (instância intramunicipal).
2 FINALIDADE E OBJETIVOS 17

2 FINALIDADE E OBJETIVOS

Esta Instrução Técnica Operacional (ITO) tem por finalidade definir o papel do Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e orientar sua atuação nas ações
de Proteção e Defesa Civil no âmbito do Estado de Minas, promover nas Unidades
do CBMMG a atuação na gestão dos riscos de desastres e na gestão dos desastres,
por meio das cinco fases contidas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil –
PNPDEC, aprovada pela Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012, que, embora
distintas, estão intimamente relacionadas: prevenção, mitigação, preparação,
resposta e recuperação.

Nesse sentido, os objetivos específicos são:

a) apresentar a terminologia e os conceitos utilizados nas atividades de Proteção


e Defesa Civil;
b) definir competências e padronizar as ações de Proteção e Defesa Civil
(prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação) em todas as
Unidades do CBMMG;
c) definir metodologias padronizadas para o desenvolvimento das ações de
Gestão do Risco de Desastres e Gestão de Desastres, de modo a orientar e
potencializar os trabalhos das Unidades do CBMMG.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 18

3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS

A seguir, serão apresentadas as definições básicas relacionadas às ações de


Proteção e Defesa Civil, no âmbito do Estado de Minas Gerais.

3.1 Proteção e Defesa Civil

É o conjunto de ações de: prevenção; mitigação; preparação; resposta e


recuperação, destinadas a evitar ou minimizar os efeitos decorrentes de desastres,
com o intuito de preservar o moral da população, restabelecer a normalidade social e
torná-la resiliente (BRASIL, 2020).

3.1.1 Ações de proteção e Defesa Civil comparativamente entre a SEDEC e a


UNDRR

No Quadro 1 os conceitos de Proteção e Defesa Civil da SEDEC e do United


Nations Office for Disaster Risk Reduction (Escritório da ONU para Redução do
Risco de Desastre) – UNDRR foram apresentados para permitir uma comparação.

Quadro 1 - Conceitos das Ações de Proteção e Defesa Civil

Ação Fonte Conceito

UNDRR Atividades e medidas para evitar riscos de desastres novos e existentes.


Prevenção
Medidas e atividades prioritárias destinadas a evitar a instalação de riscos
SEDEC
de desastres.

UNDRR Redução ou minimização dos impactos adversos de um evento perigoso.


Mitigação
Medidas e atividades imediatamente adotadas para reduzir ou evitar as
SEDEC
consequências do risco de desastre.

Conhecimento e capacidades desenvolvidas por governos, organizações


de resposta e recuperação, comunidades e indivíduos, para efetivamente
UNDRR
Preparação antecipar, responder e se recuperar dos impactos de desastres prováveis,
iminentes ou atuais.

Medidas desenvolvidas para otimizar as ações de resposta e minimizar os


SEDEC
danos e as perdas decorrentes do desastre.
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS 19

Ações realizadas imediatamente antes, durante ou imediatamente após


um desastre, a fim de salvar vidas, reduzir os impactos na saúde, garantir
UNDRR
a segurança pública e atender às necessidades básicas de subsistência
Resposta
das pessoas afetadas.

Medidas emergenciais, realizadas durante ou após o desastre, que visam


SEDEC ao socorro e à assistência da população atingida e ao retorno dos
serviços essenciais.

A restauração ou melhoria dos meios de subsistência e saúde, bem como


ativos, sistemas e atividades econômicas, físicas, sociais, culturais e
UNDRR ambientais de uma comunidade ou sociedade afetada por desastres,
alinhando-se com os princípios de desenvolvimento sustentável e

Recuperação “reconstruir melhor”, para evitar ou reduzir o risco de desastres futuros.

Medidas desenvolvidas após o desastre para retornar à situação de


normalidade, que abrangem a reconstrução de infraestrutura danificada
SEDEC
ou destruída, e a reabilitação do meio ambiente e da economia, visando
ao bem-estar social.

Fonte: BARBOSA, 2020 apud BRASIL (2016) e ONU (2016).

3.2 Ações de Prevenção

São medidas prioritárias destinadas a evitar a conversão de risco em desastre ou a


instalação de vulnerabilidades (BRASIL, 2020).

3.3 Ações de Mitigação

São ações indicadas a reduzir, limitar ou evitar o risco de desastre (BRASIL, 2020).

3.4 Ações de Preparação

São providências designadas a otimizar as ações de resposta e minimizar os danos


e as perdas decorrentes do desastre (BRASIL, 2020).
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 20

3.5 Ações de Resposta

São as ações de caráter emergencial, executadas durante ou após a ocorrência do


desastre, orientadas a socorrer e assistir à população atingida e restabelecer os
serviços essenciais (BRASIL, 2020).

3.6 Ações de Recuperação

São medidas desenvolvidas após a ocorrência do desastre destinadas a


restabelecer a normalidade social que abrangem a reconstrução de infraestrutura
danificada ou destruída e a recuperação do meio ambiente e da economia (BRASIL,
2020).

3.7 Desastre

Refere-se à grave perturbação do funcionamento de uma comunidade ou de uma


região causando perdas humanas, materiais, econômicas ou ambientais
generalizadas, que excedem a capacidade local ou regional para responder ao
desastre com recursos próprios (UNDRR, 2009).

No Brasil, o conceito de desastre é definido pelo resultado de evento adverso


decorrente de ação natural ou antrópica sobre cenário vulnerável que cause danos
humanos, materiais ou ambientais e prejuízos econômicos e sociais (BRASIL, 2020).

3.8 Situação de Emergência

Situação anormal provocada por desastre, ocasionando danos e prejuízos que


impliquem o comprometimento parcial da capacidade de resposta do Poder Público
do ente federativo atingido, ou que demande a adoção de medidas administrativas
excepcionais para resposta e recuperação (BRASIL, 2020).
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS 21

3.9 Estado de Calamidade Pública

Situação anormal provocada por desastre, que causa danos e prejuízos acarretando
o comprometimento substancial da capacidade de resposta do Poder Público do
ente federativo atingido, ou que demande a adoção de medidas administrativas
excepcionais para resposta e recuperação (BRASIL, 2020).

3.10 Ameaça

Pode ser classificada como um evento físico ou fenômeno de origem natural, assim
como de origem tecnológica ou resultante das atividades humanas, que pode causar
doenças ou agravos, óbitos, danos materiais, interrupção de atividade social e
econômica ou degradação ambiental (BRASIL, 2017).

3.11 Vulnerabilidade

É a exposição socioeconômica ou ambiental de cenário sujeito à ameaça natural,


tecnológica ou de origem antrópica (BRASIL, 2017).

3.12 Evento Adverso

Evento adverso é uma ocorrência desfavorável, prejudicial ou imprópria, que


acarreta danos e prejuízos, constituindo-se no fenômeno causador de um desastre
(BRASIL, 2007).

3.13 Risco de desastre

É o potencial de ocorrência de ameaça de desastre em um cenário socioeconômico


e ambiental vulnerável (BRASIL, 2017).

3.13.1 Componentes do Risco

Os conceitos sobre os componentes do risco de desastre serão expostos e


explicados no Quadro 2 a seguir:
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 22

Quadro 2 - Conceito dos Componentes do Risco de Desastres

Componente Fonte Conceito

Um processo, fenômeno ou atividade humana que pode causar perda


UNDRR de vidas, lesões ou outros impactos à saúde, danos à propriedade,
perturbação social e econômica ou degradação ambiental.
Ameaça
Evento em potencial, natural, tecnológico ou de origem antrópica, com
SEDEC elevada possibilidade de causar danos humanos, materiais e ambientais
e perdas socioeconômicas públicas e privadas.

As condições determinadas por fatores ou processos físicos, sociais,


econômicos e ambientais que aumentam a suscetibilidade de um
UNDRR
indivíduo, uma comunidade, ativos ou sistemas aos impactos das

Vulnerabilidade ameaças.

Exposição socioeconômica ou ambiental de um cenário sujeito à


SEDEC ameaça do impacto de um evento adverso natural, tecnológico ou de
origem antrópica.

A situação das pessoas, infraestrutura, habitação, capacidade de


UNDRR produção e outros ativos humanos tangíveis que estão localizados em
Exposição
áreas sujeitas à perigos.

SEDEC ---

A combinação de todos os pontos fortes, atributos e recursos


UNDRR disponíveis dentro de uma organização, comunidade ou sociedade para
Capacidade
gerenciar e reduzir os riscos de desastres e fortalecer a resiliência.

SEDEC ---

Fonte: BARBOSA, 2020 apud BRASIL (2016) e ONU (2016).

3.14 Identificação do Risco

A ação de identificação de risco se refere aos trabalhos de reconhecimento de


ameaças ou perigos e de identificação das respectivas áreas de risco de um
determinado local (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2006).

3.15 Análise de Risco

É uma metodologia de estudo que permite a identificação e a avaliação das


ameaças de eventos ou acontecimentos adversos de maior prevalência em
3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES BÁSICAS 23

determinado contexto. Ao mesmo tempo, permite a identificação dos corpos


receptores e das comunidades vulneráveis a essas ameaças, dentro de um
determinado sistema receptor, cenário de desastres ou região geográfica (CASTRO,
2007).

3.16 Gestão do Risco de Desastres

É o planejamento, a coordenação e a execução de ações e medidas preventivas


destinadas a reduzir os riscos de desastres e evitar a instalação de novos riscos
(BRASIL, 2017).

Processo sistemático de utilizar diretrizes administrativas, organizacionais, destrezas


e capacidades operacionais para executar políticas e fortalecer capacidades de
enfrentamento, para reduzir o impacto adverso das ameaças e possibilidade de
ocorrência de desastres (UNDRR, 2009).

3.17 Gestão de Desastres

É a organização e gestão de recursos e responsabilidades para lidar com todos os


aspectos da emergência (UNDRR, 2009).

Quando o desastre não pôde ser evitado, uma boa gestão de risco de desastres
garante a eficiência e a eficácia da gestão de desastres, diminuindo perdas e
prejuízos.

3.18 Plano de Contingência

Conjunto de medidas preestabelecidas destinadas a responder a situação de


emergência ou a estado de calamidade pública de forma planejada e
intersetorialmente articulada, elaborado com base em hipóteses de desastre, com o
objetivo de minimizar os seus efeitos (BRASIL, 2020).
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 24

3.19 Ações de Socorro

São ações imediatas de resposta aos desastres com o objetivo de socorrer a


população atingida, incluindo: a busca e o salvamento, os primeiros-socorros, o
atendimento pré-hospitalar e o atendimento médico e cirúrgico de urgência, dentre
outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional (SEDEC, 2017).

3.20 Ações de Assistência às Vítimas

São ações imediatas destinadas a garantir condições de incolumidade e cidadania


aos atingidos, incluindo: o fornecimento de água potável, a provisão e meios de
preparação de alimentos, o suprimento de material de abrigamento, de vestuário, de
limpeza e de higiene pessoal, a instalação de lavanderias, banheiros, o apoio
logístico às equipes empenhadas no desenvolvimento dessas ações, a atenção
integral à saúde, ao manejo de mortos, dentre outras estabelecidas pelo Ministério
da Integração Nacional (BRASIL, 2020).

3.21 Ações de Restabelecimento de Serviços Essenciais

São ações de caráter emergencial destinadas ao restabelecimento das condições de


segurança e habitabilidade da área atingida pelo desastre, incluindo a desmontagem
de edificações e de obras de arte com estruturas comprometidas, o suprimento e
distribuição de energia elétrica, água potável, esgotamento sanitário, limpeza
urbana, drenagem das águas pluviais, transporte coletivo, trafegabilidade,
comunicações, abastecimento de água potável e desobstrução e remoção de
escombros, dentre outras estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional
(BRASIL, 2020).
4 ATIVIDADES DE COORDENAÇÃO E CONTROLE 25

4 ATIVIDADES DE COORDENAÇÃO E CONTROLE

Dentre as Unidades de atividades de coordenação e controle estão:

4.1 EMBM

Possui a responsabilidade de:

a) coordenar em todo estado as ações de Proteção e Defesa Civil desenvolvidas


pelo CBMMG;
b) supervisionar os trabalhos de Proteção e Defesa Civil desenvolvidos pelo
CBMMG no âmbito do estado;
c) elaborar planejamentos que visem aumentar a resiliência no estado.

4.2 Comando Operacional de Bombeiros

Possui a incumbência de:

a) desenvolver as ações de Proteção e Defesa Civil, em conformidade com as


diretrizes do Estado-Maior;
b) supervisionar os trabalhos de PDC desenvolvidos pelas UEOPs;
c) manter o controle de informações sobre as COMPDECs de sua área de
articulação, conservando em arquivo, no mínimo, as seguintes informações:
Lei, Decreto, Portaria de nomeação da COMPDEC e do Conselho, nome do
coordenador, telefone, e-mail;
d) elaborar planejamentos que visem aumentar a resiliência dos municípios
incluindo diretrizes para a atuação junto às Defesas Civis Municipais,
observando as etapas que antecedem os períodos críticos, com o
detalhamento de ações do ciclo de PDC;
e) supervisionar as atividades desenvolvidas pelas Unidades de Execução
Operacional com as Instituições de Ensino/Pesquisa, por meio dos projetos e
informações a serem enviados ao Comando Operacional;
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 26

f) realizar estudo dos dados e informações estatísticas fornecidas pelo EMBM


sobre ocorrências atendidas pela instituição, a fim de subsidiar os
planejamentos e o desenvolvimento das ações de PDC;
g) acompanhar em sua área de articulação as ações de Resposta e
Recuperação desenvolvidas pelas Unidades de Execução Operacional nos
municípios atingidos pelos eventos adversos de grande impacto de origem
natural (ex. chuvas intensas) ou tecnológico;
h) apoiar as UEOp no trabalho de fomento à criação, formalização e
operacionalização das COMPDEC.

4.3 Unidade de Execução Operacional

Possui a obrigação de:

a) manter o controle de informações sobre às COMPDECs de sua área de


articulação, mantendo em arquivo, no mínimo, Lei, Decreto, Portaria de
nomeação da COMPDEC e do Conselho Municipal de PDC, nome do
coordenador, telefone, e-mail;
b) desenvolver as ações de Proteção e Defesa Civil, em conformidade com as
diretrizes do Comando Operacional de Bombeiros;
c) registrar todas as ações de Proteção e Defesa Civil em toda sua área de
articulação, com atenção direcionada para o atendimento das diversas
naturezas que compõem o Índice de Redução do Risco de Desastre (IRRD),
conforme Diretriz Integrada de Ações e Operações (DIAO);
d) estabelecer estratégias para monitorar e elevar o Índice de Redução do Risco
de Desastre (IRRD) em toda sua área de articulação;
e) desdobrar os planejamentos na sua área de articulação que visem aumentar
a resiliência dos municípios incluindo diretrizes para a atuação junto às
Defesas Civis Municipais, observando as etapas que antecedem os períodos
críticos, com o detalhamento de ações do Ciclo de PDC;
f) fomentar e coordenar junto as COMPDEC a elaboração de planos, visando o
aumento da resiliência dos municípios, com foco na redução dos riscos de
desastres;
4 ATIVIDADES DE COORDENAÇÃO E CONTROLE 27

g) promover reuniões periódicas com as COMPDEC dos municípios, visando a


troca de conhecimentos e integração entre os órgãos;
h) promover parcerias com Universidades/Institutos de Pesquisa, bem como
estimular parcerias com entidades públicas/privadas com atuação significativa
na área de PDC, para troca de conhecimentos, visando a execução de
projetos de mapeamento e monitoramento da susceptibilidade a riscos físico-
ambientais, apoio em vistorias técnicas, desenvolvimento de capacitações
para o público externo e interno, dentre outros projetos nas áreas de
pesquisa, ensino e extensão, devendo informar ao Comando Operacional as
atividades executadas;
i) providenciar o mais breve possível, após o recebimento de notícias relativas a
eventos adversos de grande impacto de origem natural (ex. chuvas intensas)
ou tecnológico, o despacho de guarnições BM para o local afetado a fim de
realizar possíveis ações de busca, salvamento e socorro, com registro em
REDS, comunicando ao Comando Operacional as ações em sua área;
j) promover em sua área de articulação a coordenação técnica das ações de
Resposta e Recuperação, visando o restabelecimento da normalidade social
da comunidade afetada o mais breve possível, adotando as medidas
necessárias em apoio ao órgão municipal de Proteção e Defesa Civil;
k) incentivar a formalização e a operacionalização das COMPDECs, observando
peculiaridades dos cenários municipais onde esta Coordenadoria já se
encontra estruturada ou sequer existe.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 28

5 PREVENÇÃO

A prevenção é uma das atividades do ciclo da PNPDC, no qual, por meio de ações
integradas entre a comunidade local, as Unidades devem anteceder e identificar
situações que possam causar danos aos cidadãos, seus bens materiais, à sociedade
e ao ambiente.

A prevenção deverá abranger um conjunto de ações desenvolvidas de modo a evitar


os desastres e impedir a instalação de riscos. Tais ações estão interligadas entre si,
sendo:

a) identificação, mapeamento e monitoramento do risco;


b) medidas estruturais (obras de engenharia – ex. implantação de sistemas de
drenagem, retirada de populações, construção de pontes etc.);
c) medidas não estruturais (ligadas às políticas públicas - planejamento do uso
de solo, planos preventivos etc.).

Para a adoção das ações de prevenção é necessário conhecer quais são os


principais riscos e como eles se estabelecem nos diversos níveis da sociedade. A
graduação do risco é o produto entre a ameaça identificada e a vulnerabilidade
instalada no local. Esta relação é expressa pela equação Risco = Ameaça x
Vulnerabilidade, e pela Figura 1 abaixo:

Figura 1 - Representação dos conceitos de ameaça, risco e vulnerabilidade na comunidade

Fonte: CEPED UFSC (2011).


5 PREVENÇÃO 29

Embora a ameaça constitua o principal parâmetro para indicação do risco, é preciso


considerar também a vulnerabilidade da comunidade a uma ameaça, visto que duas
residências podem possuir vulnerabilidades diferentes no tocante à mesma ameaça,
devido ao tipo de construção ou localização frente a ameaça.

A Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) divide os tipos


de desastres em duas categorias principais: desastres naturais e desastres
tecnológicos. As ações de prevenção se direcionam aos casos em que não seja
possível a eliminação dos riscos dos desastres elencados.

Além da classificação em categorias, a COBRADE cataloga os diversos desastres


em grupos e subgrupos, tipos e subtipos, além de fornecer uma numeração e
descrição detalhada de cada um dos tipos de desastres existentes.

Na presente Instrução Técnica Operacional serão citados os principais tipos de


riscos de desastres, conforme a COBRADE, que estão associados aos aspectos
naturais (geológicos, hidrológicos e climatológicos) e aspectos tecnológicos, nos
quais serão apresentados os elementos que são observados para a sua correta
classificação e o seu devido mapeamento.

5.1 Risco Geológico

Compreende condições que possam originar desastres decorrentes de fenômenos


naturais relacionados a terremotos, emanação vulcânica, movimentos de massa e
as erosões.

5.1.1 Identificação do Risco Geológico

No Estado de Minas Gerais são comuns os movimentos de massas, que são


fenômenos de origem natural, mas que podem ser potencializados e induzidos pela
ação humana.

Num contexto urbano, os movimentos de massa estão associados às áreas de


encosta onde há uso e ocupação do solo desordenado, sendo comum cortes em
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 30

ângulos acentuados no terreno aos fundos das casas e aterro lançado na parte da
frente, sem acompanhamento e avaliação técnica, que contribuem, junto com outros
fatores a serem avaliados, para a instabilidade do terreno.

Conforme o Anexo I da COBRADE, os movimentos de massa dividem-se em:

a) rolamentos, tombamentos e quedas;


b) deslizamentos (pequeno raio de alcance);
c) corridas de massa (grande raio de alcance);
d) subsidência e colapsos (afundamento do solo).

Para a tomada de decisão, pode-se considerar os seguintes aspectos:

a) padrão construtivo (madeira ou alvenaria): para uma mesma situação a


construção em alvenaria deve suportar maior solicitação e, portanto, deve ser
colocada em classe de risco inferior à moradia de madeira;
b) tipos de taludes: taludes naturais estão, normalmente, em equilíbrio. Taludes
de corte e de aterro são mais propensos a instabilizações;
c) distância da moradia em relação ao topo ou à base dos taludes: deve ser
adotada como referência uma distância mínima com relação à altura do talude
que pode sofrer a movimentação;
d) a presença de água deve ser criteriosamente observada. A existência de
urgências nos taludes e a infiltração de água sobre aterros devem ser
tomadas como sinais de maior possibilidade de movimentações;
e) a chave para a classificação é a presença de sinais de movimentação/feições
de instabilidade. Essa presença pode ser: expressiva e em grande número,
presente, incipiente ou ausente.

Para a Categorização do Risco Geológico, verificar as orientações constantes no


Anexo II.
5 PREVENÇÃO 31

5.2 Risco Hidrológico

São os fenômenos de aspectos hidrológicos, como as inundações, as enxurradas e


os alagamentos que, na COBRADE, constituem o segundo grupo da codificação.

Por definição, a inundação é o transbordamento da água de um rio/curso d’água; as


enxurradas são os movimentos bruscos de água, com grande energia e capaz de
arrastar pessoas; já os alagamentos são acumulações de água muitas vezes
associados à deficiência do sistema de drenagem.

As Unidades Operacionais devem ter ciência que há formas de se mapear áreas de


risco sujeitas à inundação, sem a necessidade de contratação de empresas
especializadas e aquisição de dados mais técnicos, quando estes recursos não
puderem ser contratados pelas autoridades locais envolvidas.

Além disso, as Unidades devem buscar parcerias e convênios com as


Universidades do município ou região, para tentar encontrar a solução mais efetiva
e com menores custos, levando a um mapeamento dos riscos de forma participativa
com a comunidade local.

Caso não seja possível a contratação de serviços ou parcerias, as Unidades devem


adotar a metodologia de levantamento de registros de eventos adversos anteriores
por meio de consulta aos REDS gerados, entrevistas com moradores do local do
evento e/ou registros em mídias jornalísticas que comprovem a recorrência do
evento em determinado local específico.

É importante frisar que a enchente não é considerada desastre pela COBRADE,


tendo em vista que este fenômeno hidrológico ocorre até o limite da capacidade de
drenagem da calha do curso de água, não afetando regiões adjacentes, ao contrário
da inundação que excede a capacidade de drenagem do curso de água, causando
submersão de áreas próximas ao curso de água.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 32

Figura 2 - Elevação do nível de um rio provocada pelas águas da chuva, do nível normal a inundação

Fonte: GOERL; KOBIYAMA, 2005.

5.2.1 Identificação do Risco Hidrológico

Em áreas sujeitas à inundação, deve-se identificar as ruas que são mais atingidas,
verificando se alguma residência apresenta vulnerabilidade suficiente que ofereça
risco aos ocupantes em situações de inundação, devendo coletar a coordenada
geográfica.

Importante frisar que as casas de palafita e casas construídas nas margens do rio
apresentam uma vulnerabilidade maior, pois estão sujeitas a solapamentos e são
facilmente atingidas em caso de cheia do curso d’água.

Para fazer a setorização, deve-se demarcar a área ao redor das margens do rio que
foram afetadas em eventos anteriores já registrados.

A instalação de réguas de medição nas calhas dos rios e cursos d'água facilitam o
monitoramento e obtenção de dados, caso não existam outros recursos
tecnológicos presentes no local.
5 PREVENÇÃO 33

Para a Categorização do Risco Hidrológico de Inundação, deve-se verificar as


orientações constantes no Anexo III. O Risco Hidrológico de Enxurrada consta no
Anexo IV e o Risco Hidrológico de Alagamento consta no Anexo V.

5.3 Risco Climatológico

Alinhando-se com a COBRADE, traz-se a esta ITO o tipo de desastre causado por
efeitos do clima, mais especificamente pelo subgrupo da seca. Valendo-se da
definição dada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa:

“Seca é um fenômeno natural que não possui uma definição rigorosa e


universal. Pode ser entendida como deficiência em precipitação (chuva) por
um extenso período de tempo, resultando em escassez hídrica com
repercussões negativas significativas nos ecossistemas e nas atividades
socioeconômicas. O conceito depende das características climáticas e
hidrológicas da região abrangida e do tipo de impactos produzidos”
(EMBRAPA, 2021).

De acordo com a COBRADE, dentro do subgrupo seca têm-se os seguintes tipos de


desastres: estiagem, seca, incêndios florestais e baixa umidade do ar.

Observa-se que há um campo vasto onde a Corporação pode atuar junto as


COMPDEC, para implementação do Ciclo de Proteção e Defesa Civil.

Importa destacar o risco de incêndio florestal (vegetação), devido às atribuições


constitucionais do CBMMG, uma vez que a seca, a estiagem e a baixa umidade do
ar são fatores que aumentam o risco de incidência deste tipo de desastre, sem
desconsiderar os danos advindos desses eventos isoladamente.

Assim sendo, considera-se a existência do risco de incêndio em vegetação pela


seguinte condição: existência de vegetação adensada ou acumulada, compondo
mata, florestas, pastos, culturas agrícolas e demais tipos de formação natural ou
antrópica.

Para isso, fomenta-se a atuação da Corporação nas práticas de prevenção,


mitigação e preparação, além de estruturar planos de ações e de resposta junto dos
órgãos relacionados, gestores de parques, reservas ambientais e prefeituras.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 34

5.4 Risco Tecnológico

Compreende todos os riscos relacionados diretamente à atividade humana e,


constante no Anexo I - COBRADE, no qual está relacionado como “tecnológico”.

Não obstante aos riscos de origem natural, a sociedade também está exposta aos
riscos de origem tecnológica, cada dia mais presente em nossas vidas, na forma do
produto final ou dos processos industriais, causando danos aos indivíduos e,
principalmente, ao meio ambiente.

As Unidades devem identificar em suas respectivas áreas de atuação, os riscos de


desastres de origem tecnológica aos quais as comunidades estão sujeitas,
trabalhando em conjunto e de forma participativa com a Defesa Civil local e/ou
Prefeitura Municipal. Como exemplo, cita-se os riscos advindos das barragens de
contenção de rejeitos de mineração ou água.

Para a definição do grau de risco deve-se estabelecer a associação à atividade do


empreendimento (tipo de ameaça) e a densidade de pessoas vulneráveis situadas
no entorno, sendo que em alguns casos, a indicação do grau de risco dependerá da
análise e percepção dos agentes envolvidos no mapeamento. Isto é, se um
determinado trecho de rodovia tem histórico de acidente com produtos perigosos, o
grau de risco no mapeamento deve ser elevado caso este local possua manancial
de captação de água.

5.5 Mapeamento das Áreas de Risco

A área de risco de desastres se caracteriza por uma localidade delimitada


geograficamente que pode ser descrita por atributos espaciais, como um endereço
(logradouro do município), latitude e longitude. Nesse sentido, o mapeamento de
áreas de risco consiste no processo de representação cartográfica das áreas de
risco de determinado município. Logo, este mapeamento visa identificar locais com
probabilidade de um tipo de desastre, devido ao grau de vulnerabilidade do cenário
e evolução histórica da região.
5 PREVENÇÃO 35

O mapeamento de áreas de risco é o resultado de etapas sequenciais. Inicialmente,


a identificação das áreas de risco ocorre mediante vistorias em campo e coleta de
dados estatísticos históricos que sinalizem a incidência de determinado risco na
região.

A delimitação da área em polígonos georreferenciados é imprescindível para o


mapeamento. Em seguida, deve ocorrer a categorização do risco, com base na
doutrina técnica acerca do tipo de risco envolvido. Esta classificação, em geral,
distingue riscos altos, médios e baixos. A etapa de validação dos dados coletados é
importante para conferir confiabilidade ao mapeamento. Nesta fase, as informações
coletadas em campo são confrontadas com modelos teóricos ou computacionais, de
modo a confirmar a existência e a categoria do risco.

Por fim, o cadastro das informações devidamente checadas finaliza o mapeamento,


relatando o risco naquela área e demais informações pertinentes a um eventual
desastre (número de residências afetadas, pessoas envolvidas, rotas de fuga,
pontos de encontro, recursos emergenciais disponíveis, dentre outras). Este
cadastro deve se manter atualizado, disponível e de fácil consulta aos órgãos
envolvidos num eventual cenário emergencial naquela localidade.

Tal exigência de disponibilidade tem demandado que a representação cartográfica


das áreas de risco esteja vinculada a plataformas informatizadas de acesso remoto,
com rápida visualização. Nesse sentido, as técnicas de geoprocessamento
apresentam boa aplicabilidade a este processo, sobretudo na gestão de um
Sistema de Informações Geográficas (SIG ou GIS, do inglês Geographic Information
System), como plataforma interativa para o mapeamento das áreas de risco.

Diversas plataformas informatizadas são usadas para este mapeamento interativo,


permitindo a visualização das áreas de risco em camadas e a associação a
diferentes mapas temáticos (declividade, altimetria, imagem de satélite, topografia,
hidrografia etc.). Dentre os softwares que cumprem este papel, o ArcGIs®, QGIS®,
Google Earth®, My Maps®, Aplicativo Álea® e Prox® são atualmente usados no
CBMMG.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 36

O diferencial da criação e gestão de um GIS robusto e atualizado está na


capacidade de integração entre as informações de áreas de risco, com diversas
outras igualmente mapeadas e pertinentes ao gerenciamento de um possível
desastre.

Assim, o georreferenciamento de recursos de potencial apoio local, órgãos de


proteção e defesa civil, integrantes do PAM ou RINEM, unidades de pronto atendi-
mento, abrigos temporários, dentre outros mapeamentos, assessoram logística e
estrategicamente o cenário.

O mapeamento das áreas de risco é ferramenta essencial para o desempenho local


das ações de proteção e defesa civil e por isso deve ser alvo das Unidades de
Execução Operacional do CBMMG. A localização de áreas vulneráveis ao risco
permite a prevenção quanto a uma possível instalação do risco, viabiliza a
mitigação de eventual risco instalado e orienta a preparação na elaboração de
exercícios simulados e Planos de Contingência.

Ainda, o mapeamento de riscos, combinado ao mapeamento de recursos, por meio


de um GIS, assessora nas ações de resposta e recuperação. Enfim, a manutenção
desta ferramenta influencia diretamente na tomada de decisão para a gestão do
risco e do desastre no município.

5.6 Campanhas Educativas

As Unidades devem promover a existência de um sistema educativo eficaz, que gere


e difunda uma cultura de prevenção, sendo o melhor instrumento para reduzir os
desastres. As atividades devem abranger todos os níveis de ensino, com a inclusão
de conhecimentos e experiências locais, soluções pragmáticas e que possam ser
colocadas em prática pela própria comunidade.

As propostas devem ser organizadas e executadas por meio de cursos, oficinas,


palestras, manuais, livros e cartilhas que possibilitem a capacitação das equipes
locais e da população.
5 PREVENÇÃO 37

Os conteúdos desses instrumentos devem abranger a identificação dos perigos,


vulnerabilidades, medidas de prevenção e mitigação, legislação e sistemas de
alertas.

O objetivo estratégico 05 da 4ª Edição do Plano de Comando do CBMMG, prevê o


Índice de Incentivo à Cultura de Prevenção e Proteção à Vida, ao Patrimônio e ao
Meio Ambiente (IICPP).

As campanhas educativas como o Bombeiro nas Escolas, o Prodinata e Cursos de


Primeiros Socorros além de serem instrumentos efetivos para a difusão de uma
cultura prevencionista e de autoproteção, contribuem diretamente para a melhoria de
índices estratégicos da Corporação, que são vistos como prioridade de execução.
(CBMMG, 2021).

5.7 Vistorias Relacionadas à PDC

As vistorias dos locais de risco pelo CBMMG, ou em parceria com outros órgãos e
entidades públicas e/ou privadas, são de extrema importância, tendo a finalidade de
detectar locais potencialmente expostos a qualquer tipo de risco, seja de origem
natural e/ou tecnológico, acompanhando as orientações previstas na Diretriz
Integrada de Ações e Operações (DIAO).

As UEOps devem, ainda, atentar para a necessidade de reforçar as ações


relacionadas ao Índice de Redução do Risco de Desastre (IRRD), visando
disseminar a cultura de redução do risco de desastre bem como as ações de
Proteção e Defesa Civil, não só ao bombeiro militar, mas em toda a sociedade
atendida. Nesse sentido destacamos alguns exemplos de ações que podem ser
desenvolvidas junto à sociedade, tais como palestras, cartilhas, campanhas
educativas, projetos institucionais, visitas, dentre outras.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 38

6 MITIGAÇÃO

São ações desenvolvidas pelas Unidades do CBMMG que visam reduzir os impactos
dos desastres nas comunidades locais.

Os desastres são, geralmente, imprevisíveis, no entanto, podemos contribuir para


que vidas não sejam perdidas e os prejuízos econômicos e sociais sejam reduzidos,
considerando a existência de risco já presente naquele cenário.

As Unidades devem manter uma linha de abordagem que siga uma sequência lógica
frente à prevenção, mitigação e preparação para os desastres, devendo:
a) identificar os riscos em sua área de atuação;
b) mapear os riscos;
c) adotar e promover medidas de mitigação de forma colaborativa e participativa
com a comunidade local e órgãos envolvidos em qualquer ciclo frente à PDC;
d) se necessário, enviar REDS relacionados à Proteção e Defesa Civil para a
Coordenadoria Municipal para providências cabíveis.

As Unidades devem realizar o gerenciamento dos riscos detectados, na fase de


mapeamento, promovendo a adoção de medidas mitigadoras junto às Prefeituras
Municipais, com envolvimento colaborativo e participativo. Dentre as ações, devem
adotar e sugerir medidas estruturais e não estruturais nas comunidades sob risco de
desastre, dentro das respectivas áreas de atuação.

Nas medidas não estruturais, compete a Unidade do CBMMG, subsidiar de


informações os demais agentes envolvidos com a Proteção e Defesa Civil, sobre a
necessidade de adoção de políticas públicas que induzem a mitigação, adequação e
melhorias nos planejamentos urbanos; criação/implantação dos planos de defesa
civil, bem como ênfase primordial nas ações de campanhas educativas.

Nesse prisma destaca-se a importância da COMPDEC estar diretamente ligada ao


Gabinete do Prefeito Municipal e o seu coordenador possuir função de Secretário,
para facilitar a relação com as outras secretarias da administração pública municipal,
e com a sociedade. É de grande importância que a atuação da coordenadoria seja
6 MITIGAÇÃO 39

permanente e integral, existindo ou não evento adverso. Outro ponto importante


refere-se aos meios materiais e humanos, uma vez que devem ser suficientes para
manter uma articulação interna mínima, seja nas atividades envolvendo a prefeitura
e suas secretarias ou em ações externas, com as outras entidades da sociedade,
com a capacidade de enfrentar com desenvoltura os desastres no município (NETO
et al., 2014; UFRGS, 2016). Além do conhecimento de legislações de planejamento
urbano (exemplo: Plano Diretor, Código de Obra e de Postura, entre outros) que
apresentam as diretrizes construtivas no município.

Nas medidas estruturais, com base no monitoramento dos riscos, noticiar a


Prefeitura Municipal e demais agentes de Defesa Civil sobre os locais que
necessitam de intervenção com obras de engenharia, visando a mitigar os riscos de
desastres ora detectados, tais como construção de muros de contenção, sistemas
de drenagem, aumento de calhas de cursos d'água ou limpeza destes, bem como
relocação de moradias em situações de risco.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 40

7 PREPARAÇÃO

O Escritório para Redução do Risco de Desastres da ONU (UNDRR) define como


ação de preparação “o conhecimento e as capacidades desenvolvidas por governos,
organizações de resposta e recuperação, comunidades e indivíduos para
efetivamente antecipar, responder e se recuperar dos impactos de desastres
prováveis, iminentes ou atuais” (ONU, 2015).

Este tópico aborda as principais medidas que podem ser adotadas pelas diversas
Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil na ação de Preparação e
qual é o papel dos representantes do CBMMG nesse processo. Temas como Plano
de Contingência, Plano de Auxílio Mútuo, treinamentos, simulados, previsão
meteorológica e Sistemas de Alerta e Alarme serão discutidos nesta seção para que
conceitos importantes de Proteção e Defesa Civil sejam internalizados e
padronizados pelos militares do CBMMG.

7.1 Plano de Contingência

É um documento que registra o planejamento elaborado a partir da percepção e


análise de um ou mais cenários do risco de desastres e estabelece os
procedimentos para ações de monitoramento, alerta, alarme, evacuação, socorro,
assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais, treinamentos e
simulados.

Sob responsabilidade do município, a elaboração do plano de contingência é


realizada no período de normalidade, durante a etapa de preparação. É dever do
CBMMG fomentar a produção desses planos e atuar como assessor técnico, pois
terão responsabilidades específicas a serem desenvolvidas pela Instituição.

7.2 Plano de Auxílio Mútuo – PAM

O Plano de Auxílio Mútuo (PAM) é uma ferramenta que pode ser utilizada para
permitir a integração entre a iniciativa privada, os entes públicos e a sociedade
existentes na área de articulação das diversas UEOp, a fim de que os riscos de
7 PREPARAÇÃO 41

desastres sejam conhecidos em períodos de normalidade e que a adequada


preparação seja executada em época anterior a de maior probabilidade de
ocorrência do desastre.

O PAM pode ser entendido como um sistema que integra os Planos de Ação de
Emergência de diversas instituições privadas de uma determinada localidade e que
prepara as empresas para agirem de forma coordenada e integrada diante de
possíveis desastres industriais ou de impactos de grande porte naquela mesma
região.

O PAM é confeccionado na etapa de preparação do ciclo de Proteção e Defesa Civil,


com articulação direta do representante local do CBMMG e se faz necessário o
envolvimento das principais empresas da área de articulação em que a UEOp está
inserida, para que a sua eficiência seja assegurada.

7.2.1 Objetivos do PAM

O principal intuito do PAM é agilizar as ações de resposta. Quando os atores


envolvidos na gestão do risco do desastre e na gestão do desastre estão bem
articulados, a resposta é mais eficaz: perdas e danos são minimizados
consideravelmente devido à diminuição do tempo resposta.

A integração entre as instituições envolvidas e a otimização de recursos


empenhados numa possível operação de resposta ao desastre é outra vantagem
que o PAM oferece. Nesse sentido, o aprimoramento técnico e a troca de
informações entre os participantes contribuem fundamentalmente para a melhora da
capacidade de resposta aos possíveis sinistros.

Por fim, com a liderança do CBMMG, a integração entre as instituições viabiliza a


efetiva observância das normas pertinentes aos diversos assuntos que compõem o
ciclo de gestão do risco de desastre e proporciona uma padronização por parte dos
entes privados na execução das técnicas previstas no momento da resposta.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 42

Apesar da vocação do CBMMG ao atendimento e à coordenação das ações de


PDC, é importante que, no momento do planejamento e da preparação, a
coordenação das atividades seja da COMPDEC local. A participação da instituição,
neste momento, seria mais importante como auxílio e orientação técnica.

7.2.2 Estrutura do PAM

O representante do CBMMG na localidade é um dos gestores das ações de


Proteção e Defesa Civil em âmbito regional e deve fomentar a criação e manutenção
do Plano de Auxílio Mútuo na região. Nesse contexto, é importante ressaltar que a
gestão do PAM deve ser feita por um comitê formado por representantes das
empresas integrantes. O comitê gestor deve possuir, no mínimo, 1 (um) coordenador
e 2 (dois) secretários para confecção de atas e do Plano de Ação. Nesse contexto,
vale destacar que a adesão ao PAM é voluntária e que sua finalidade não é
lucrativa.

O Plano de Auxílio Mútuo possui estatuto próprio e é interessante que seja


registrado em cartório de registro civil. O responsável do CBMMG deve estimular
que os membros representantes das empresas se reúnam mensalmente para
garantir a integração e a contínua padronização de procedimentos entre as
entidades de iniciativa privada. Importa salientar que o PAM não substitui os
recursos que a empresa possui para o enfrentamento das emergências que possam
surgir em sua área de abrangência.

É necessário o estímulo por parte do representante do CBMMG à elaboração de um


cronograma de treinamentos e simulados entre as empresas envolvidas no PAM.
Cada uma dessas capacitações pode ser mesclada com visitas técnicas às áreas de
risco identificadas como foco no plano.

Por fim, através da gestão participativa, fomentar a realização e divulgação de


estudos técnicos sobre controle e prevenção de emergências, análise de
incidentes/acidentes, a fim de propor medidas preventivas e corretivas de forma a
evitar a sua reincidência.
7 PREPARAÇÃO 43

7.2.3 Criação do PAM

O CBMMG é um dos responsáveis pela coordenação e desenvolvimento do Plano


de Auxílio Mútuo. A participação do representante local na articulação do PAM, seja
naqueles que serão criados como nos existentes, provocará uma padronização de
ações e planejamentos, seguindo as orientações do Comando da Instituição e se
adequando aos potenciais riscos identificados em cada localidade.

Os principais passos para o desenvolvimento de um PAM são:

a) desenvolver um estudo prévio simplificado com as informações disponíveis


sobre:

- registros históricos de ocorrências;


- demanda x capacidade de resposta;
- impactos socioeconômicos e ambientais provenientes do dano
causado por uma ocorrência.

b) estabelecer o cenário de risco com maior potencial de ocorrência na


localidade específica;
c) identificar as entidades/empresas envolvidas no contexto específico,
relacionando-as;
d) constituir o PAM e criar o seu Comitê Gestor;
e) estabelecer um estatuto específico para o PAM e o registrar em um cartório
de registro civil com as empresas arroladas;
f) reunir as plantas das empresas relacionadas (utilizar ferramentas hábeis
aprovadas pelo EMBM3 para condensar as informações);
g) desenvolver o Plano de Ação, que deverá conter no mínimo:

- as ações a serem desenvolvidas na resposta ao desastre/evento


adverso por cada componente;
- o cadastro de recursos humanos e materiais de cada
instituição/empresa disponíveis para apoio às emergências;
- o plano de acionamento.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 44

h) elaborar um cronograma com tarefas, responsabilidades, responsáveis, metas


a serem alcançadas, mecanismos de controle (mensuração de resultados) e
prazos;
i) com o documento pronto, provocar uma reunião com todos os representantes
das entidades/empresas envolvidas para apresentação do plano e posterior
aprovação;
j) aprovar o Plano de Ação;
k) confeccionar um programa de treinamentos e simulados em conjunto;
l) promover visitas técnicas às áreas de risco;
m) articular reuniões mensais entre os representantes das empresas;
n) impulsionar a realização e divulgação de estudos técnicos, análise de
incidentes/acidentes, a fim de propor medidas preventivas e corretivas de
forma a evitar a reincidência;
o) propor a periodicidade de revisão do Plano de Ação.

7.3 Auxílio Mútuo entre Municípios

Sabe-se que a atuação do CBMMG se faz presente nos 853 municípios do Estado
de Minas Gerais, por meio do Plano de Articulação da Corporação. Nesse sentido,
as UEOp devem fomentar a interação dos municípios de sua área de atuação.

Nesse contexto, é interessante que cidades com características semelhantes, que


estejam próximas umas das outras e que, por vezes, passam pelos mesmos tipos de
riscos de desastres (inundações, estiagem etc.) estejam bem articuladas entre si,
para uma melhor resposta aos desastres.

A figura representativa do CBMMG pode ser determinante na orientação e


capacitação dos munícipes, para que essas interações ocorram entre os poderes
executivos locais e que o objetivo de disseminar a cultura da redução dos riscos de
desastres entre os mineiros seja alcançado com excelência.

Nesse sentido, é possível que seja incentivado o uso do consórcio intermunicipal,


que é um instrumento de cooperação técnica e financeira entre municípios, sendo
7 PREPARAÇÃO 45

possível aos entes consorciados terem profissionais qualificados, tendo em vista o


nível de exigência técnica que a atividade de Proteção e Defesa Civil apresenta.

7.3.1 Rede Integrada de Emergência (RINEM)

Existe um conceito mais amplo no que tange a temática de Plano de Auxílio Mútuo
e, neste prisma, a Rede Integrada de Emergência (RINEM) visa trazer uma interação
mais sólida entre empresas públicas e privadas, entidades e órgãos públicos, para
atendimento aos desastres, sob a coordenação técnica do Corpo de Bombeiros
Militar de Minas Gerais.

A RINEM é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, regida por
estatuto próprio, com objetivo de proporcionar a cooperação mútua no atendimento
às emergências que possam oferecer risco à vida humana, ao patrimônio público ou
privado e ao meio ambiente.

Neste entendimento, o CBMMG deve fomentar a implementação dos PAM e das


RINEM, nas diversas localidades do Estado de Minas Gerais e, para tanto, o real
envolvimento de todas as unidades operacionais do CBMMG, até o nível de Posto
Avançado, se faz fundamental para o cumprimento dos objetivos institucionais.

A RINEM é uma ferramenta de integração entre as entidades públicas e privadas. O


trabalho anterior aos desastres e o envolvimento do CBMMG junto à rede civil se faz
importante na Gestão dos Riscos de Desastres. Dessa forma, a RINEM pode
possibilitar aos entes participantes uma estrutura de comunicação com vistas a uma
mobilização rápida de recursos humanos e logísticos. Além disso, os participantes
poderão capacitar seus agentes por meio de simulados, cursos e treinamentos
diversos.

7.4 Treinamentos

O treinamento prepara um indivíduo/organização para agir em um evento adverso.


Entre outros aspectos, objetiva promover a capacitação dos Bombeiros Militares e
demais agentes de Proteção e Defesa Civil para que possam preparar comunidades
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 46

vulneráveis a determinado risco. Os treinamentos são realizados em conjunto com


as COMPDECs para dar suporte às equipes envolvidas no enfrentamento de
eventos adversos e, assim, integrar a gestão do risco de desastres. Os treinamentos
estão inseridos na etapa de preparação para os desastres, dentro do contexto de
redução do risco de desastres.

7.5 Simulados

Os simulados estão inseridos na ação de preparação para desastres e se


caracterizam como exercícios práticos que implicam a mobilização de recursos e
indivíduos para avaliar, em tempo real, o processo de evacuação de pessoas de
áreas com risco de desastres, de acordo com a demanda daquela região, integrando
o gerenciamento de risco. Entre outros aspectos, permitem avaliar as ações
realizadas e os recursos empreendidos. Possibilitam ainda a capacitação e
treinamento dos Bombeiros Militares e demais agentes de Proteção e Defesa Civil,
abastecem comunidades vulneráveis e COMPDECs com conhecimentos para
garantir um suporte para as equipes envolvidas no enfrentamento a eventos
adversos sendo, assim, parte importante da gestão de risco de desastres.

Observa-se que durante o simulado é possível verificar a aplicabilidade das ações


descritas no Plano de Contingência, bem como testar a articulação dos órgãos
envolvidos e sociedade, permitindo readequações necessárias, além de realizar os
testes do Sistema de Monitoramento, Alerta e Alarme.

Existem outras formas de se aplicar um simulado, como por exemplo o simulado de


mesa, que tem por finalidade trabalhar o gerenciamento de ações de grande vulto,
avaliando a fluidez e o adequado direcionamento das informações recebidas e
geradas durante o evento.

7.6 Previsão Meteorológica

A previsão meteorológica é a capacidade de interpretar os modelos de previsão do


tempo existentes na atualidade, tendo como finalidade a antecipação de ações que
7 PREPARAÇÃO 47

minimizem as consequências de possíveis desastres ocasionados pelas chuvas e/ou


estiagem. (BELO HORIZONTE, 2015).

Em Minas Gerais, o clima predominante é o tropical, em que ocorrem elevadas


temperaturas, tendo a média anual por volta dos 20ºC, uma significativa presença de
umidade bem como um índice de chuvas caracterizado de médio a elevado,
principalmente em sua estação chuvosa que ocorre entre outubro e março. Entre os
meses de abril a setembro, o predomínio é de tempo mais seco, com a possibilidade
de ocorrência de estiagem prolongada (NIMER, 1989).

7.6.1 Sistema de Emissão de Alertas de Chuva em Minas Gerais

O Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE) é um


órgão subordinado ao Instituto Mineiro das Águas (IGAM) que integra o Sistema
Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). Integram as suas
atribuições:

a) vigilância e previsão quantitativa do tempo, do clima e do comportamento


hídrico;
b) detalhamento na escala regional;
c) fornecer produtos personalizados às atividades de preservação ambiental,
socioeconômicas e de defesa da população;
d) ênfase nos fenômenos adversos como enchentes, estiagens e temporais
severos; entre outras. O IGAM é o órgão oficial da Meteorologia em Minas
Gerais.

Entre seus produtos destacam-se, para a atividade de Proteção e Defesa Civil, os


boletins de previsão do tempo e de avisos meteorológicos. O fluxo para emissão dos
avisos meteorológicos pode ser ilustrado da seguinte forma:
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 48

Figura 3 - Fluxo para emissão dos avisos meteorológicos

Fonte: SIMGE-SISEMA (2015).

Para a classificação da intensidade das chuvas, foi desenvolvida pelo Sistema de


Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE) uma Escala de
Intensidade da Chuva. O principal objetivo desta escala é decidir a real necessidade
do envio de alertas meteorológicos para as localidades que apresentam a
possibilidade de chuvas consideráveis. Ainda que eventos climáticos extremos de
rápida formação possam ser difíceis de alertar, a escala de intensidade da chuva
fornece um quadro geral que permite aos sistemas locais de PDC organizarem-se
para resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos desses eventos
adversos.
7 PREPARAÇÃO 49

Figura 4 - Classificação da intensidade das chuvas

Fonte: SIMGE-SISEMA 2015 (adaptada).

Assim, ficou estabelecido que o envio de alertas de chuva se dará para as


precipitações acima de 24,9 mm e que em caso de chuvas com índices
compreendidos entre 14,9 a 24,9 mm serão postados avisos de chuva no site do
SIMGE. Entretanto, os avisos podem ser enviados antes, pois se uma localidade já
apresenta um solo saturado devido à ocorrência de dias sucessivos de chuvas,
poderá ocorrer um deslizamento de terra com pequena quantidade de água no solo,
face à possibilidade de o terreno não suportar novas precipitações, ou ainda, se
alguns cursos d’água já apresentarem níveis em limites de extravasamento.

É importante ressaltar que deve ser considerada a peculiaridade de cada município


ou região e incentivada a parametrização de avisos específicos de acordo com cada
realidade. Universidades, Institutos de Agricultura e iniciativa privada que possuam
meteorologistas em seus quadros podem ser parceiros importantes para o
desenvolvimento de modelos de previsão meteorológica dentro da localidade em
que atuam.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 50

7.6.2 Fontes de Informações Meteorológicas

Todos os esforços e tecnologias dispensadas no tratamento das informações,


disponibilizados ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, no âmbito de
Minas Gerais, têm o cunho da melhoria e aperfeiçoamento da Gestão do Risco de
Desastre aumentando a resiliência da sociedade mineira. Alguns canais de
informações sobre meteorologia podem ser úteis para o monitoramento inserido no
planejamento contingencial e melhor preparação dos sistemas econômicos locais
frente aos eventos climáticos extremos que atingem áreas de risco.

7.7 Sistemas de Monitoramento, Alerta e Alarme

Os sistemas de monitoramento, alerta e alarme, serão explicados a seguir.

7.7.1 Monitoramento

De acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC, 2017) os


sistemas de monitoramento são ferramentas de Gestão do Risco de Desastres –
GRD (prevenção, mitigação e preparação) e têm a função de gerenciar informações
preliminares às ocorrências potenciais de desastres. Desse modo, esses sistemas
podem identificar a potencialidade de uma ameaça e, a partir de alertas e alarmes à
população, evitar ou minimizar os efeitos de um desastre.

Em nível federal são mantidos alguns sistemas de monitoramento de abrangência


nacional por meio de órgãos como o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e
Desastres – CENAD, o Centro Nacional de Monitoramentos e Alertas de Desastres
Naturais – CEMADEN, o Instituto Nacional de Meteorologia – INMET, o Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC, e a Agência Nacional de Águas
– ANA (SEDEC, 2017). Conforme Quadro 3 a seguir:
7 PREPARAÇÃO 51

Quadro 3 - Monitoramento em Nível Federal

Órgão Informações (Monitoramento) Acessibilidade

O Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e


Desastres – CENAD foi criado em fevereiro de 2005 e tem
o intuito de gerenciar, com agilidade, ações estratégicas de
preparação e resposta a desastres em território nacional e,
eventualmente, também em âmbito internacional.
Coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa
Civil, o centro possui uma estrutura de monitoramento
constante de informações sobre possíveis desastres em
áreas de risco, atuando 24 horas por dia, inclusive aos fins
de semana e feriados.
A dinâmica de funcionamento do CENAD consiste no
recebimento de informações de diversos órgãos do governo
federal responsáveis pela predição de tempo e Telefone:
temperatura; avaliação de condições geológicas de áreas 0800 644 0199
CENAD
de risco; monitoramento dos movimentos das placas (24 horas)
tectônicas; acompanhamento das bacias hidrográficas;
controle de queimadas e incêndios florestais; e transporte e
armazenamento de produtos perigosos. As informações
recebidas por estes órgãos são avaliadas e processadas no
CENAD e encaminhadas aos órgãos de proteção e defesa
civil de estados e municípios com risco de ocorrência de
desastres, sendo que o alerta ocorre de acordo com a
intensidade do evento adverso:
- Alerta Moderado: encaminhado aos municípios e estados
por e-mail.
- Alerta Alto e Muito Alto: encaminhado aos municípios e
estados por e-mail e SMS. Nestes casos o CENAD ainda
faz contato telefônico com os representantes locais.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de


Desastres Naturais – CEMADEN monitora, 24 horas por
Link:
dia, as áreas de risco de municípios classificados como
http://www.cemaden.go
vulneráveis (821 municípios prioritários) a eventos adversos
CEMADEN v.br/municipios-
em todo o território nacional. Tem como objetivo principal
monitorados/
contribuir para que se evitem mortes acarretadas pelos
desastres e diminuir a vulnerabilidade social, ambiental e
econômica deles decorrentes.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 52

O centro conta com uma rede de observação composta por


radares, pluviômetros automáticos e semiautomáticos e
estações hidrológicas, entre outros equipamentos. A Sala Link:
de Situação, onde ocorrem as atividades de monitoramento
CEMADEN e emissão de alertas, conta com gabinete de crise, http://www.cemaden.go
interligado ao CENAD. Entre outras competências, o v.br/municipios-
CEMADEN envia os alertas de desastres referentes aos monitorados/
municípios prioritários ao CENAD, auxiliando o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil.

O Instituto Nacional de Meteorologia – INMET é um


órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento que tem como objetivo fornecer informações
Link:
meteorológicas à sociedade brasileira e por meio de
INMET http://www.inmet.gov.br
monitoramento, análise e previsão de tempo e de clima,
/portal
que se fundamentam em pesquisa aplicada, trabalho em
parceria e compartilhamento do conhecimento, com ênfase
em resultados práticos e confiáveis.

O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos –


CPTEC, órgão vinculado ao INPE, trabalha com um novo
Links:
supercomputador (CRAY XT6) que vem melhorando a
http://tempo.cptec.inpe.
resolução espacial dos modelos de previsão de tempo, de
br
clima sazonal, ambiental (qualidade do ar) e de projeções
CPTEC https://queimadas.dgi.in
de cenários de mudanças climáticas.
pe.br/queimadas/situac
O CPTEC trabalha também com Monitoramento de
ao-atual
Queimadas e Incêndios. O trabalho consiste na detecção
de focos de calor por satélites e, também, no cálculo e
previsão do risco de fogo da vegetação.

A Agência Nacional de Águas – ANA comporta uma Sala


de Situação para identificação de possível ocorrência de
Link:
eventos críticos, acompanhando as condições hidrológicas
http://www2.ana.gov.br/
ANA dos principais sistemas hídricos nacionais, o que permite a
Paginas/servicos/salad
adoção antecipada de medidas mitigadoras com o objetivo
esituacao/default.aspx
de minimizar os efeitos de secas e inundações.
7 PREPARAÇÃO 53

O Sistema de Alerta de Eventos Críticos – SACE é a


plataforma desenvolvida pelo Serviço Geológico do Brasil
(CPRM) para disponibilizar todas as informações geradas
no contexto dos Sistemas de Alerta Hidrológico (SAHs).
Nele, são reunidas todas as informações disponíveis para
Link:
cada bacia hidrográfica, como o monitoramento automático
http://www.cprm.gov.br/
SACE de chuvas e níveis de rios em diversas estações
sace/index_bacias_mo
(CPRM) hidrometeorológicas, os links para os mapas de riscos dos
nitoradas.php
municípios e todos os boletins de monitoramento e alertas
publicados.
O objetivo dos SAHs é monitorar e gerar informações
hidrológicas de qualidade, para subsidiar a tomada de
decisões por parte dos órgãos relacionadas à mitigação
dos impactos de eventos hidrológicos extremos.

Fonte: Elaborado pelo Grupo Temático Operacional – Proteção e Defesa Civil

Em nível estadual dispomos da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec-


MG), além de órgãos responsáveis pelo monitoramento meteorológico, como o
SIMGE/IGAM, e o monitoramento de barragens, como a CEMIG (barragens
hidrelétricas) e FEAM (barragens de rejeito). Conforme Quadro 4 a seguir:

Quadro 4 - Monitoramento em Nível Estadual (Minas Gerais)

Órgão Informações (Monitoramento) Acessibilidade

A Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil – Link:


CEDEC/MG, em parceria com os órgãos técnicos de cada http://www.gabinetemilit
área, disponibiliza diariamente em sua página na internet as ar.mg.gov.br/boletim-
seguintes informações: diario
GMG/ - Boletim de Defesa Civil;
Cedec- - Balanço Período Chuvoso; Telefones:
MG - Listagem de Municípios Decretados (Situação de (31) 3915-0274
Emergência e Estado de Calamidade Pública). (31) 99818-2400
- Nível de Segurança das Barragens. (Plantão de
Horário de Funcionamento: 08h às 18h (dias úteis), e regime Emergências da
de plantão 24 horas em situações críticas. GMG/Cedec-MG).

O Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM opera o Link:


SIMGE
Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas http://www.simge.mg.g
(IGAM)
Gerais – SIMGE inaugurado no dia 02 de setembro de 1997, ov.br/
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 54

como resultado de um Convênio do Governo do Estado com


o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), objetivando a
modernização da meteorologia e da hidrologia no Estado de E-mail:
Minas Gerais, contando com o apoio científico e tecnológico simge@meioambiente.
do Centro de Previsão e Estudos Climáticos do Instituto mg.gov.br
Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE).
O SIMGE faz, diariamente, e durante todo o ano, a vigilância
e a previsão do tempo e do comportamento hídrico, com Telefones:
detalhamento na escala regional, fornecendo produtos (31) 3915-1254/1255
personalizados às atividades de preservação ambiental,
socioeconômicas e de defesa da população, com ênfase nos
fenômenos adversos como enchentes, estiagens e temporais
severos.

A Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG opera


uma rede hidrometeorológica com 583 pontos de
monitoramento, sendo 232 de chuvas, 224 de vazões nos
Link:
cursos d’água, 74 de acompanhamento dos níveis dos
https://www.cemig.com.
reservatórios e dos rios, e 53 estações climatológicas, que
br/
CEMIG monitoram chuvas, temperatura, umidade do ar, velocidade e
direção do vento, radiação solar e pressão atmosférica. Estas
Telefone:
estações estão distribuídas em locais estratégicos nos
116
estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Santa Catarina, e seus dados são recebidos em
tempo real na sede da empresa em Belo Horizonte.

O Centro de Geotecnologias e Monitoramento Ambiental


Territorial – CGMAT é um ambiente físico, tecnológico e Link:
organizacional especializado, implementado pela Fundação https://feamcgmat.map
Estadual do Meio Ambiente – FEAM para fornecer uma s.arcgis.com/apps/opsd
CGMAT
visão territorial ambiental integrada do sistema ashboard/index.html#/9
(FEAM)
socioambiental, por meio de levantamentos, estudos e 59489855d654d0e9fd5
sistematização de dados para caracterização, b0511056878e
monitoramento, mapeamento, zoneamento e avaliações
ambientais.

Com o objetivo de fornecer fácil acesso às informações E-mail:


oficiais, claras e confiáveis foi desenvolvimento um painel de geaad@meioambiente.
CGMAT bordo para monitoramento da situação envolvendo as mg.gov.br
(FEAM) barragens de rejeitos com o acionamento do nível de
emergência e das correspondentes obras de contenção no Telefones:
vale jusante. (31) 3915-1243/1450
7 PREPARAÇÃO 55

Trata-se de um dashboard que utiliza tecnologia geoespacial


focado na centralização de dados e informações analíticas
para que autoridades e cidadãos compreendam e monitorem
a situação geral e local.

Fonte: Elaborado pelo Grupo Temático Operacional – Proteção e Defesa Civil

Além desses sistemas mantidos pelo governo federal e estadual dos quais as
gestões municipais podem obter informações de monitoramento, é possível trabalhar
com sistemas locais, como o uso de inclinômetros instalados em encostas para
acompanhamentos geotécnicos, réguas limnimétricas instaladas em rios, dentre
outros.

7.7.2 Alerta

Os alertas, conforme a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC,


2017), são emitidos a partir das informações obtidas pelos sistemas de
monitoramento. Os alertas correspondem a informações sobre a potencialidade de
um evento, que podem ser realizados em formato de boletins ou de avisos de
atenção e comunicados por rádio, TV, mensagem de celular ou internet.

Uma das ferramentas utilizadas é a comunicação por mensagem de texto via


aparelho celular (SMS) para emitir alertas à população sobre as possibilidades de
ocorrência de um evento adverso. Para se cadastrar, basta o cidadão enviar uma
mensagem de texto (SMS) com o CEP da rua de interesse para o número 40199 e
uma mensagem de confirmação será enviada na sequência. Os municípios também
podem se cadastrar para emitir alertas através da ferramenta.

Este sistema foi desenvolvido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil
juntamente com as operadoras de telefonia móvel e está sendo viabilizado pelo
Governo Federal.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 56

7.7.3 Alarme

O alarme, de acordo com a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC,


2018), corresponde à informação de ocorrência iminente, que deve corresponder a
uma ação imediata por parte da população, geralmente para não sair de casa (em
caso de vendavais, por exemplo) ou para evacuação (no caso de
deslizamentos). Tem a finalidade de comunicar a população vulnerável, em uma
situação de emergência, sobre a necessidade de se preparar e se deslocar para um
local seguro (ponto de encontro, abrigos ou locais de abrigamentos). Por isso, é de
fundamental importância que esteja integrado ao sistema de alerta definido no
município.

a) para a definição de Sistemas de Alarme efetivos é necessário levar em conta


alguns requisitos básicos (SEDEC, 2018):

 ser de amplo conhecimento da comunidade e abranger toda a


população vulnerável em determinada área de perigo e de risco;
 possuir procedimento de acionamento bem definido, com regras claras
e treinado entre a equipe responsável;
 garantir o seu pleno funcionamento, com revisões periódicas e meios
alternativos para intercorrências previamente estabelecidos;
 levar em conta a característica da população a ser alertada, prevendo,
por exemplo, sinais luminosos para eventuais deficientes auditivos.

b) os moradores das áreas de risco poderão receber os alarmes do município de


diversas formas, por exemplo, via:

 envio de mensagem SMS.


 redes sociais: Facebook, WhatsApp etc.;
 aplicativos diversos;
 sinal sonoro (sirenes);
 sinal luminoso;
 apitos, megafones e sinais dos sinos de igrejas;
7 PREPARAÇÃO 57

 canais de Rádio e/ou TV;


 viaturas e veículos para este fim (carros de som etc.);
 núcleos de Proteção e Defesa Civil (NUPDECs) formados por
lideranças comunitárias e moradores das áreas de risco;
 dentre outras inúmeras formas de comunicação entre os órgãos que
compõem o Sistema de Proteção e Defesa Civil e o morador,
dependendo da infraestrutura do local.

É ideal que os órgãos que atuam na Proteção e Defesa Civil busquem construir
canais de comunicação em tempo real com a população, inserindo-a em todas as
suas ações, divulgando medidas de prevenção, dados de monitoramento e não
apenas no acionamento isolado de alarmes. Essa medida contribui para a percepção
de risco e torna a comunidade protagonista nas ações de PDC.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 58

8 RESPOSTA

Conforme descrito no item 3 desta ITO (Conceitos e Definições Básicas), as ações


de resposta em um desastre compreendem as seguintes atividades:

a) socorro;
b) assistência à população atingida;
c) restabelecimento dos serviços essenciais.

A existência do Plano de Contingência municipal facilitará as ações de resposta ao


desastre, haja vista conter um planejamento prévio das ações a serem adotadas,
informações sobre recursos logísticos e humanos disponíveis a serem mobilizados
etc.

8.1 Socorro

Ações imediatas de resposta aos desastres com o objetivo de socorrer a população


atingida, incluindo a busca e salvamento, os primeiros-socorros, o atendimento pré-
hospitalar e o atendimento médico e cirúrgico de urgência, entre outras
estabelecidas pelo Ministério da Integração Nacional (SEDEC, 2017).

8.2 Assistência à população atingida

As atividades de assistência à população atingida pelo desastre visam garantir o


mínimo de condições dignas de vida a estas pessoas, no que diz respeito à
alimentação, higiene pessoal, limpeza e abrigo.

No que diz respeito à garantia do mínimo de condições dignas de alimentação,


higiene pessoal e limpeza, se destaca a distribuição de materiais de ajuda
humanitária aos afetados: distribuição de cestas básicas e itens de higiene pessoal e
limpeza, que tanto pode ser de estoque prévio da COMPDEC, quanto de
arrecadação da população quando da ocorrência do desastre.
8 RESPOSTA 59

Em relação às condições de abrigo, as pessoas afetadas que tiveram que sair de


suas residências devem ser direcionadas para outras residências que não foram
afetadas e não estão inseridas na área de risco (próprias, de vizinhos, amigos ou
familiares). Não sendo possível ou não havendo residência em condições de recebê-
las, deve-se instalar um abrigo provisório para garantir a condição mínima de
abrigamento dos afetados, até o retorno às suas residências iniciais ou até um
destino definitivo (aluguel social, por exemplo).

8.3 Restabelecimento dos serviços essenciais

As atividades de restabelecimento dos serviços essenciais visam garantir o retorno


do funcionamento dos serviços essenciais da comunidade afetada, no que diz
respeito às condições de acesso (mobilidade), fornecimento do serviço de
água/esgoto, energia elétrica e telefonia.

O restabelecimento consiste em medidas de segurança e habitabilidade e de retorno


dos serviços essenciais à população na área atingida pelo desastre, tais como:
construção de acessos alternativos, viabilização de trafegabilidade em vias
fundamentais, remoção de escombros, desobstrução de vias, desmontagem de
edificações e obras de arte com estruturas comprometidas.

O município desempenha papel importante no restabelecimento dos acessos


obstruídos das áreas afetadas, por meio do emprego de maquinário específico e
servidores para a limpeza de vias.

Em relação ao restabelecimento dos serviços de água/esgoto, coleta de lixo, energia


elétrica e telefonia, as concessionárias e empresas privadas fornecedoras de tais
serviços devem envidar esforços para garantir o retorno à prestação de seus
serviços à comunidade.

Medidas emergências, até a resolução definitiva do problema, podem ser adotadas,


por exemplo:
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 60

a) distribuição de água por caminhão pipa;


b) emprego de geradores elétricos em hospitais, asilos, postos de saúde etc.;
c) abertura de acessos e montagem de pontes provisórias.

8.4 Ações do CBMMG em Resposta

Durante as ações de resposta a um desastre, além das atividades típicas de socorro


ora mencionadas (busca e salvamento), com base em sua competência
constitucional e legal para coordenar as ações de proteção e defesa civil, os
militares do CBMMG devem adotar as seguintes providências:

a) localizar as autoridades municipais (Prefeito ou Coordenador Municipal de


Proteção e Defesa Civil) e levantar as informações primárias sobre o evento;
b) instalar Posto de Comando utilizando os princípios e características do SCO
no município, juntamente com os demais órgãos municipais e solicitar, caso
possua, os planos de contingência e plano de auxílio mútuo municipal;
c) participar junto com a administração municipal e as demais agências
(órgãos) envolvidas da coordenação das ações de resposta ao desastre,
com destaque para as seguintes atividades:

 realizar vistorias nas áreas de risco, providenciando a evacuação dos


moradores em caso de necessidade;
 realizar o levantamento dos afetados pelo desastre, identificando as
necessidades de materiais de assistência humanitária;
 realizar a gestão e distribuição dos materiais de assistência
humanitária para as pessoas afetadas;
 instalar abrigo provisório em caso de necessidade;
 garantir o restabelecimento dos serviços essenciais, mobilizando os
órgãos governamentais e as concessionárias e empresas privadas
prestadoras dos serviços para adoção de providências

d) apoiar os Municípios quanto ao Cadastro da COMPDEC no Sistema Integrado


de Informações Sobre Desastres (S2ID) e no processo de decretação de
8 RESPOSTA 61

Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública. Esclarece-se, que


tais ações serão fundamentais para a obtenção de recursos para resposta e
recuperação, após evento de desastre, com apoio do Governo Federal.

8.5 Apoio ao Município para o Cadastro da COMPDEC no S2ID

O Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres (S2ID) é uma ferramenta do


Governo Federal que tem a finalidade de registrar os desastres naturais e
tecnológicos ocorridos em território brasileiro, utilizada quando o desastre extrapola
a capacidade de resposta do município e este necessite solicitar apoio
governamental.

O S2ID é o único meio possível para o município solicitar o reconhecimento estadual


e reconhecimento federal do decreto municipal de Situação de Emergência ou
Estado de Calamidade Pública. É por meio dele que o município requisita recursos
de resposta e reconstrução com o preenchimento de formulários específicos.

As instruções para a realização deste cadastro estão disponíveis no endereço


eletrônico https://s2id.mi.gov.br/paginas/login/novo_cadastro.xhtml

8.6 Apoio ao Município para a Decretação de Situação de Emergência ou


Estado de Calamidade Pública

O decreto de situação de emergência ou estado de calamidade pública deverá estar


subsidiado por documentos que comprovem a magnitude do desastre, caso o
município decida solicitar o reconhecimento estadual e o reconhecimento federal do
decreto. Para isso, será necessário a utilização do S2ID; da Portaria Federal nº 260,
de 02 de fevereiro de 2022, e da Codificação Brasileira de Desastre – COBRADE.

É necessária atenção quanto ao prazo de envio da documentação (via S2ID) para


solicitar o reconhecimento estadual/federal, que é de 10 (dez) dias da data do
desastre (quando o desastre for súbito), ou da data do decreto de situação de
anormalidade (quando o desastre for gradual).
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 62

Após o reconhecimento federal, o município está apto a receber recursos financeiros


da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC).

O reconhecimento federal é um requisito para que a União forneça apoio


complementar ao ente federativo atingido e se torna válido após a publicação em
diário oficial da Portaria de Reconhecimento Federal. Contudo, o reconhecimento
por si só não garante o recebimento de recursos, visto que o pedido deve ser
motivado e formalizado por meio do S2ID em campo específico quando existir a
necessidade de sua solicitação.

A SEDEC disponibiliza, em seu site, capacitações em formato EAD sobre a


utilização do S2ID e o processo de solicitação de reconhecimento do decreto
municipal de situação de anormalidade, além da solicitação de recursos federais
para as ações de resposta aos desastres.
9 RECUPERAÇÃO 63

9 RECUPERAÇÃO

As ações de recuperação têm por finalidade iniciar a restauração da área afetada, ou


seja, retornar à situação de normalidade. Ao relembrar o conceito previsto no
Decreto Federal nº 10.593/2020, a recuperação consiste em medidas desenvolvidas
após a ocorrência do desastre destinadas a restabelecer a normalidade social que
abrangem a reconstrução de infraestrutura danificada ou destruída e a recuperação
do meio ambiente e da economia.

O município é o grande protagonista no desenvolvimento das ações de recuperação.


Neste sentido, o CBMMG tem a oportunidade de auxiliar na prestação de consultoria
técnica ao município na solicitação de recursos orçamentários do Governo Federal
para as intervenções de recuperação, após o reconhecimento federal da situação de
anormalidade quando da ocorrência do desastre.

Outro ponto a se destacar é que o CBMMG pode orientar o município a adotar


medidas de recuperação tendo como foco a prática de “reconstruir melhor”, de modo
a impedir a instalação de novos riscos, de novas construções em áreas de risco e,
assim, aumentando a resiliência local.

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado-Maior
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 64

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Rafael de Figueiredo. Redução do risco de desastres: estudo das


atividades do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais fomentadas
mediante investimento público no ano de 2019 - municipal e parlamentar
localizado [manuscrito] / Rafael de Figueiredo Barbosa. – 2020. [14], 94 f. : il.
Monografia de conclusão de Curso (Especialização em Gestão, Proteção e Defesa
Civil) – Fundação João Pinheiro, Escola de Governo Professor Paulo Neves de
Carvalho, 2020.

BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentários à Constituição do


Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Editora Saraiva, v. 5,
1997.

BELO HORIZONTE. Sistema de meteorologia e recursos hídricos de Minas


Gerais. Conceitos Básicos de Meteorologia. Apresentação, Belo Horizonte, 2015.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional


promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas
Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas
Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. – 35. ed. – Brasília: Câmara
dos Deputados, Edições Câmara, 2012.

BRASIL. Decreto nº 10593, de 24 de dezembro de 2020. Brasília: Palácio do


Alvorada, 2020. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.593-
de-24-de-dezembro-de-2020-296427343. Acesso em 02 mar. 2022.

BRASIL. Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012. Brasília: Congresso Nacional, 2012.


Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12608.htm. Acesso em: 20Set2020.

BRASIL. Livro Base: Noções Básicas em Proteção e Defesa Civil e em Gestão de


Riscos, 1ª Edição Brasília - DF 2017, Ministério da Integração Nacional. (SEDEC,
2017);

BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional De Defesa Civil.


Glossário de Defesa Civil Estudos De Riscos e Medicina de Desastres. Brasília.
5ª ed. CASTRO, Antônio Luiz Coimbra, 2007.

BRASIL. Ministério das Cidades. Capacitação em Mapeamento de Risco. Gráfica


Copiar. 122 p. Disponível em:http://www.defesacivil.mg.gov.br/images/documentos /
Defesa % 20Civil / manuais/mapeamento/mapeamento-grafica.pdf. Acesso em:
18Fev2020

BRASIL. Ministério das Cidades. Prevenção de Riscos de Deslizamentos em


Encostas. Brasilia: Gráfica Brasil, 2006, 113p.

BRASIL. Ministério das Cidades. Prevenção de Riscos de Deslizamentos em


Encostas. Brasilia: Cities Alliance, 2006, 111 p.
REFERÊNCIAS 65

BRASIL. Módulo de formação: noções básicas em proteção e defesa civil e em


gestão de riscos - livro base. Brasília: Ministério da Integração Nacional, 2017.
Disponível em:
https://defesacivil.es.gov.br/Media/defesacivil/Material%20Did%C3%A1tico/M%C3%
B3dulos%20SEDEC/M%C3%B3dulo%20IV%20-
%20RECONSTRU%C3%87%C3%83O%20-%20Livro%20Base.pdf . Acesso em:
17Set2020.

BRASIL. Portaria Federal nº 260, de 02 de fevereiro de 2022. Brasília: Ministério


da Integração Nacional, 2022. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-
/portaria-n-260-de-2-de-fevereiro-de-2022-378040321. Acesso em 02 mar. 2022.

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DE MINAS GERAIS (Minas Gerais). Plano de


Comando 2015/2026. Belo Horizonte, v. 4ª ed., 2021.

CEPED-RS, Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres - Rio


Grande do Sul. Capacitação em Gestão de Riscos - 2ª Edição. Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, 2016.

CEDEC – Santa Catarina (CEDEC-SC, 2021). Disponível em:


https://www.defesacivil.sc.gov.br .Acesso em 05 de março de 2021.

EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em:


https://www.embrapa.br/tema-convivencia-com-a-seca/perguntas-e-respostas.
Acesso em 30 de setembro de 2021.

FEAM-MG, Fundação Estadual do Meio Ambiente. Plano de Auxílio Mútuo. Minas


Gerais: Portal meio ambiente, 2020. Disponível em: http://www.feam.br/prevencao-e-
emergencia-ambiental/plano-de-auxilio-mutuo-pam . Acesso em: 16Mar2021.

GOERL, R.F.; KOBIYAMA, M. Considerações sobre as inundações no Brasil. In:


SIMPÓSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HÍDRICOS, 16, 2005, João Pessoa,
2005. Porto Alegre: ABRH. 10p. Disponível em:
https://www.labhidro.ufsc.br/Artigos/ABRH2005_inundacoes.pdf Acesso em: 04 mar.
2022.

MARGARIDA, Caroline; NASCIMENTO, Cristiane Aparecida do. Manual de defesa


civil. Florianópolis:CEPED UFSC, 2009

MATTOS, Ubirajara; MÁSCULO, Francisco (orgs.). Higiene e Segurança no


Trabalho. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2011.

MINAS GERAIS. Constituição do Estado de Minas Gerais. 27. ed. Belo Horizonte:
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2021. Disponível em:
https://www.almg.gov.br/export/sites/default/consulte/legislacao/Downloads/pdfs/Con
stituicaoEstadual.pdf. Acesso em: 16Mar2021.

MOURA, Eduardo. Integração das Práticas da Logística Humanitária, Gestão de


Desastres e Plano de Auxílio Mútuo. Ponta Grossa: Universidade Tecnológica
ederal do Paraná, 2018.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 66

NETO, A.B.; MARGARIDA, C.; SOUZA, F.; PANCERI, R.; ALTHOFF, G.C; COSTA,
F.P. A importância da criação e estruturação da defesa civil. Secretaria de
Estado de Defesa Civil: Santa Catarina, 2014.

NIMER, E. Climatologia do Brasil I - 2. ed. - Rio de Janeiro: IBGE, Departamento


de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1989. 422 p.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU - Estratégia Internacional de


Redução de Riscos de Desastres das Nações Unidas. 2006.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Marco de Sendai para a Redução


do Risco de Desastres 2015 - 2030. Sendai: ONU, 2015. Disponível em:
http://www.defesacivil.pr.gov.br/sites/defesa-
civil/arquivos_restritos/files/documento/2018-12/MarcodeSendaiPortugues.pdf.
Acesso em: 17Set2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Transformando Nosso Mundo: A


Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Genebra: ONU, 2015c.
Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2015/10/agenda2030-
pt-br.pdf. Acesso em: 17Set2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Report of the open ended


intergovernmental expert working group on indicators and terminology relating
to disaster risk reduction. Nova Iorque: ONU, 2016. Disponível
em:https://www.preventionweb.net/files/50683_oiewgreportenglish.pdf. Acesso em:
17Set2020.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS - ONU. Como Construir Cidades Mais


Resilientes: Um Manual Para Líderes do Governo Local. Genebra: ONU, 2017.
Disponível
em:https://www.unisdr.org/campaign/resilientcities/assets/toolkit/documents/Handboo
k%20for%20local%20government%20leaders%20%5B2017%20Edition%5D_PT_Ja
n2019.pdf. Acesso em: 17Set2020.

PROJETO DE FORTALECIMENTO DA ESTRATÉGIA NACIONAL DE GESTÃO


INTEGRADA DE DESASTRES NATURAIS (PROJETO GIDES). Acordo de
Cooperação Internacional Brasil – Japão. Manual de Planos de Contingência para
Desastres de Movimento de Massa. Versão 1.0 Última atualização: 30/11/2018
Brasília/DF 2018. (SEDEC, 2018)

SOUZA, Cláudio de et al. Modelo de avaliação de risco para áreas com


possibilidade de escorregamento iminente: uma proposta. 2015. 50 f. TCC
(Graduação) - Curso de Curso de Habilitação de Oficiais, Academia de Bombeiros
Militar do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS). Centro


Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Capacitação em gestão de
riscos. 2. ed. Porto Alegre: Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil –
SEDEC/Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2016, 270 p.
REFERÊNCIAS 67

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro Universitário de Estudos


e Pesquisas sobre Desastres. Capacitação Básica em Defesa Civil / texto Janaina
Rocha Furtado; Marcos de Oliveira; Maria Cristina Dantas; Pedro Paulo Souza;
Regina Panceri. - Florianópolis: CAD UFSC, 2012. 122 p. : 30 cm.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Centro Universitário de Estudos


e Pesquisas sobre Desastres. Gestão de riscos de desastres / texto Janaina
Rocha Furtado. - Florianópolis: CEPED UFSC, 2012. 14 p. : il. color. ; 21 cm. –
(Redução de Riscos de Desastres na Prática).
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 68

ANEXO I - CODIFICAÇÃO BRASILEIRA DE DESASTRES (COBRADE)


GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA
1. Terremoto 1. Tremor de 0 Vibrações do terreno que provocam 1.1.1.1.0
terra oscilações verticais e horizontais na superfície
da Terra (ondas sísmicas). Pode ser natural
(tectônica) ou induzido (explosões, injeção
profunda de líquidos e gás, extração de
fluidos, alívio de carga de minas, enchimento
de lagos artificiais).
2. Tsunami 0 Série de ondas geradas por deslocamento 1.1.1.2.0
de um grande volume de água causado
geralmente por terremotos, erupções
vulcânicas ou movimentos de massa.
2. Emanação 0 0 Produtos/materiais vulcânicos lançados na 1.1.2.0.0
vulcânica atmosfera a partir de erupções vulcânicas.

3. Movimento 1. Quedas, 1. Blocos As quedas de blocos são movimentos rápidos 1.1.3.1.1


de massa tombamentos e e acontecem quando materiais rochosos
rolamentos diversos e de volumes variáveis se destacam
de encostas muito íngremes, num movimento
tipo queda livre.
Os tombamentos de blocos são movimentos
de massa em que ocorre rotação de um bloco
de solo ou rocha em torno de um ponto ou
abaixo do centro de gravidade da massa
desprendida.
1. NATURAIS

Rolamentos de blocos são movimentos de


1. Geológico

blocos rochosos ao longo de encostas, que


ocorrem geralmente pela perda de apoio
(descalçamento).
2. Lascas As quedas de lascas são movimentos 1.1.3.1.2
rápidos e acontecem quando fatias delgadas
formadas pelos fragmentos de rochas se
destacam de encostas muito íngremes, num
movimento tipo queda livre.
3. Matacães Os rolamentos de matacães são caracterizados 1.1.3.1.3
por movimentos rápidos e acontecem
quando materiais rochosos diversos e de
volumes variáveis se destacam de encostas e
movimentam-se num plano inclinado.
4. Lajes As quedas de lajes são movimentos rápidos 1.1.3.1.4
e acontecem quando fragmentos de rochas
extensas de superfície mais ou menos plana
e de pouca espessura se destacam de
encostas muito íngremes, num movimento
tipo queda livre.

2. 1. Deslizamentos de São movimentos rápidos de solo ou rocha, 1.1.3.2.1


Deslizamentos solo e/ou rocha apresentando superfície de ruptura bem definida,
de duração relativamente curta, de massas de
terreno geralmente bem definidas quanto ao seu
volume, cujo centro de gravidade se desloca para
baixo e para fora do talude. Frequentemente,
os primeiros sinais desses movimentos são a
presença de fissuras.
ANEXO I - CODIFICAÇÃO BRASILEIRA DE DESASTRES (COBRADE) 69

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


3. Corridas de 1. Solo/Lama Ocorrem quando, por índices pluviométricos 1.1.3.3.1
massa excepcionais, o solo/lama, misturado com a
água, tem comportamento de líquido viscoso, de
extenso raio de ação e alto poder destrutivo.

2. Rocha/ Ocorrem quando, por índices pluviométricos 1.1.3.3.2


Detrito excepcionais, rocha/detrito, misturado com a
água, tem comportamento de líquido viscoso, de
extenso raio de ação e alto poder destrutivo.

4. Subsidências 0 Afundamento rápido ou gradual do terreno 1.1.3.4.0


e colapsos devido ao colapso de cavidades, redução da
porosidade do solo ou deformação de material
argiloso.
4. Erosão 1. Erosão 0 Processo de desgaste (mecânico ou 1.1.4.1.0
costeira/Marinha químico) que ocorre ao longo da linha da
costa (rochosa ou praia) e se deve à ação
das ondas, correntes marinhas e marés.
1. Geológico

2. Erosão de 0 Desgaste das encostas dos rios que provoca 1.1.4.2.0


margem fluvial desmoronamento de barrancos.

3. Erosão 1. Laminar Remoção de uma camada delgada e uniforme 1.1.4.3.1


continental do solo superficial provocada por fluxo hídrico
1. NATURAIS

não concentrado.

2. Ravinas Evolução, em tamanho e profundidade, da 1.1.4.3.2


desagregação e remoção das partículas do
solo de sulcos provocada por escoamento
hídrico superficial concentrado.

3. Boçorocas Evolução do processo de ravinamento, em 1.1.4.3.3


tamanho e profundidade, em que a desagregação
e remoção das partículas do solo são provocadas
por escoamento hídrico superficial e subsuperficial
(escoamento freático) concentrado.

1. Inundações 0 0 Submersão de áreas fora dos limites 1.2.1.0.0


normais de um curso de água em zonas que
normalmente não se encontram submersas.
O transbordamento ocorre de modo gradual,
geralmente ocasionado por chuvas prolongadas
em áreas de planície.

2. Enxurradas 0 0 Escoamento superficial de alta velocidade 1.2.2.0.0


e energia, provocado por chuvas intensas e
concentradas, normalmente em pequenas
2. Hidrológico

bacias de relevo acidentado. Caracterizada pela


elevação súbita das vazões de determinada
drenagem e transbordamento brusco da calha
fluvial. Apresenta grande poder destrutivo.
3. Alagamentos 0 0 Extrapolação da capacidade de escoamento de 1.2.3.0.0
sistemas de drenagem urbana e consequente
acúmulo de água em ruas, calçadas ou outras
infraestruturas urbanas, em decorrência de
precipitações intensas.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 70

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


1. Sistemas 1. Ciclones 1. Ventos Intensificação dos ventos nas regiões 1.3.1.1.1
de grande costeiros litorâneas, movimentando dunas de areia
escala/Escala (mobilidade sobre construções na orla.
regional de dunas)

2. Marés de São ondas violentas que geram uma maior 1.3.1.1.2


tempestade agitação do mar próximo à praia. Ocorrem
(ressaca) quando rajadas fortes de vento fazem subir
o nível do oceano em mar aberto e essa
intensificação das correntes marítimas
carrega uma enorme quantidade de água
em direção ao litoral. Em consequência, as
praias inundam, as ondas se tornam maiores
e a orla pode ser devastada alagando ruas e
destruindo edificações.
2. Frentes 0 Frente fria é uma massa de ar frio que avança 1.3.1.2.0
frias/Zonas de sobre uma região, provocando queda brusca
convergência da temperatura local, com período de duração
inferior à friagem.
Zona de convergência é uma região que está
ligada à tempestade causada por uma zona de
baixa pressão atmosférica, provocando forte
deslocamento de massas de ar, vendavais,
chuvas intensas e até queda de granizo.

2. 1. Tempestade 1. Tornados Coluna de ar que gira de forma violenta e 1.3.2.1.1


1. NATURAIS

Tempestades local/Convectiva muito perigosa, estando em contato com


3. Meteorológico

a terra e a base de uma nuvem de grande


desenvolvimento vertical. Essa coluna de ar
pode percorrer vários quilômetros e deixa um
rastro de destruição pelo caminho percorrido.

2. Tempestade com intensa atividade elétrica 1.3.2.1.2


Tempestade no interior das nuvens, com grande
de raios desenvolvimento vertical.

3. Granizo Precipitação de pedaços irregulares de gelo. 1.3.2.1.3

4. Chuvas São chuvas que ocorrem com acumulados 1.3.2.1.4


intensas significativos, causando múltiplos desastres
(ex.: inundações, movimentos de massa,
enxurradas, etc.).

5. Vendaval Forte deslocamento de uma massa de ar em uma 1.3.2.1.5


região.

3. 1. Onda de calor 0 É um período prolongado de tempo 1.3.3.1.0


Temperaturas excessivamente quente e desconfortável, onde
extremas as temperaturas ficam acima de um valor normal
esperado para aquela região em determinado
período do ano. Geralmente é adotado um
período mínimo de três dias com temperaturas
5°C acima dos valores máximos médios.
ANEXO I - CODIFICAÇÃO BRASILEIRA DE DESASTRES (COBRADE) 71

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


2. Onda de frio 1. Friagem Período de tempo que dura, no mínimo, 1.3.3.2.1
de três a quatro dias, e os valores de
temperatura mínima do ar ficam abaixo dos
3. Meteorológico

valores esperados para determinada região


em um período do ano.

2. Geadas Formação de uma camada de cristais de gelo 1.3.3.2.2


na superfície ou na folhagem exposta.

1. Seca 1. Estiagem 0 Período prolongado de baixa ou nenhuma 1.4.1.1.0


pluviosidade, em que a perda de umidade do
solo é superior à sua reposição.

2. Seca 0 A seca é uma estiagem prolongada, 1.4.1.2.0


durante o período de tempo suficiente para
que a falta de precipitação provoque grave
desequilíbrio hidrológico.

3. Incêndio 1. Incêndios Propagação de fogo sem controle, em 1.4.1.3.1


florestal em parques, qualquer tipo de vegetação situada em áreas
áreas de legalmente protegidas.
4. Climatológico

proteção
ambiental
e áreas de
preservação
1. NATURAIS

permanente
nacionais,
estaduais ou
municipais

2. Incêndios Propagação de fogo sem controle, em qualquer 1.4.1.3.2


em áreas não tipo de vegetação que não se encontre em
protegidas, áreas sob proteção legal, acarretando queda
com reflexos da qualidade do ar.
na qualidade
do ar

4. Baixa umidade 0 Queda da taxa de vapor de água suspensa 1.4.1.4.0


do ar na atmosfera para níveis abaixo de 20%.

1. Epidemias 1. Doenças 0 Aumento brusco, significativo e transitório 1.5.1.1.0


infecciosas virais da ocorrência de doenças infecciosas
geradas por vírus.

2. Doenças 0 Aumento brusco, significativo e transitório da 1.5.1.2.0


infecciosas ocorrência de doenças infecciosas geradas
bacterianas por bactérias.
5. Biológico

3. Doenças 0 Aumento brusco, significativo e transitório da 1.5.1.3.0


infecciosas ocorrência de doenças infecciosas geradas
parasíticas por parasitas.

4. Doenças 0 Aumento brusco, significativo e transitório da 1.5.1.4.0


infecciosas ocorrência de doenças infecciosas geradas
fúngicas por fungos.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 72

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


2. Infestações/ 1. Infestações de 0 Infestações por animais que alterem o 1.5.2.1.0
Pragas animais equilíbrio ecológico de uma região, bacia
hidrográfica ou bioma afetado por suas
ações predatórias.

2. Infestações de 1. Aglomeração de microalgas em água doce ou 1.5.2.2.1


algas Marés em água salgada suficiente para causar
vermel alterações físicas, químicas ou biológicas em
has sua composição, caracterizada por uma
1. NATURAIS

5. Biológico

mudança de cor, tornando-se amarela,


laranja, vermelha ou marrom.

2. Aglomeração de cianobactérias em 1.5.2.2.2


Cianobactérias reservatórios receptores de descargas de
em dejetos domésticos, industriais e/ou
reservatórios agrícolas, provocando alterações das
propriedades físicas, químicas ou biológicas da
água.
3. Outras 0 Infestações que alterem o equilíbrio 1.5.2.3.0
infestações ecológico de uma região, bacia
hidrográfica ou bioma afetado por suas
ações predatórias.
1. Desastres 1. Queda 0 Queda de satélites que possuem, na sua 2.1.1.1.0
siderais com de satélite composição, motores ou corpos
riscosradioativos (radionuclídeos) radioativos, podendo ocasionar a liberação
1. Desastres relacionados a substâncias radioativas

deste material.

2. Desastres com 1. Fontes 0 Escapamento acidental de radiação que 2.1.2.1.0


substâncias e radioativas em excede os níveis de segurança
equipamentos processos de estabelecidos na norma NN 3.01/006:2011 da
radioativos de uso produção CNEN.
em pesquisas,
indústrias e usinas
nucleares
2. TECNOLÓGICOS

3. Desastres 1. Outras fontes 0 Escapamento acidental ou não acidental de 2.1.3.1.0


relacionados com de liberação de radiação originária de fontes radioativas
riscos de intensa radionuclídeos diversas e que excede os níveis de
poluição ambiental para o meio segurança estabelecidos na norma NN
provocada por ambiente 3.01/006:2011 e NN 3.01/011:2011 da
resíduos CNEN.
radioativos

1. Desastres em 1. Liberação 0 Liberação de produtos químicos diversos 2.2.1.1.0


plantas e distritos de produtos para o ambiente, provocada por explosão/
industriais, químicos para incêndio em plantas industriais ou outros
2. Desastres relacionados a produtos

parquese a atmosfera sítios.


armazenamentos causada por
com explosão ou
extravasamento incêndio
deprodutos
perigosos
perigosos
ANEXO I - CODIFICAÇÃO BRASILEIRA DE DESASTRES (COBRADE) 73

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


2. Desastres 1. Liberação 0 Derramamento de produtos químicos 2.2.2.1.0
relacionados à de produtos diversos em um sistema de abastecimento
contaminação químicos nos de água potável, que pode causar alterações
da água sistemas de nas qualidades físicas, químicas, biológicas.
água potável

2. Derramamento 0 Derramamento de produtos químicos 2.2.2.2.0


de produtos diversos em lagos, rios, mar e reservatórios
químicos em subterrâneos de água, que pode causar
ambiente lacustre, alterações nas qualidades físicas, químicas e
fluvial, marinho e biológicas.
aquífero

3. 1. Liberação de 0 Agente de natureza nuclear ou radiológica, 2.2.3.1.0


Desastres produtos químicos química ou biológica, considerado
relacionado e contaminação como perigoso, e que pode ser utilizado
2. Desastres relacionados a produtos perigosos

sa conflitos como intencionalmente por terroristas ou


bélicos consequência de grupamentos militares em atentados ou em
ações militares caso de guerra.

4. 1. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.1.0


Desastres rodoviário transportados no modal rodoviário.
relacionado
sa
2. TECNOLÓGICOS

transporte 2. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.2.0


de produtos ferroviário transportados no modal ferroviário.
perigosos
3. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.3.0
aéreo transportados no modal aéreo.

4. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.4.0


dutoviário transportados no modal dutoviário.

5. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.5.0


marítimo transportados no modal marítimo.

6. Transporte 0 Extravasamento de produtos perigosos 2.2.4.6.0


aquaviário transportados no modal aquaviário.

1. 1. Incêndios em 0 Propagação descontrolada do fogo em 2.3.1.1.0


3. Desastres relacionados a incêndios urbanos

Incêndios plantas e distritos plantas e distritos industriais, parques e


urbanos industriais, depósitos.
parques e
depósitos

2. Incêndios em 0 Propagação descontrolada do fogo em 2.3.1.2.0


aglomerados conjuntos habitacionais de grande densidade.
residenciais
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 74

GRUPO SUBGRUPO TIPO SUBTIPO DEFINIÇÃO COBRADE SIMBOLOGIA


1. Colapso de 0 0 Queda de estrutura civil. 2.4.1.0.0
edificações
4. Desastres relacionados a obras civis

2. 0 0 Rompimento ou colapso de barragens. 2.4.2.0.0


Rompimento/
colapso de
barragens

1. Transporte 0 0 Acidente no modal rodoviário envolvendo 2.5.1.0.0


5. Desastres relacionados a transporte de passageiros e cargas não perigosas

rodoviário o transporte de passageiros ou cargas não


perigosas.

2. Transporte 0 0 Acidente com a participação direta de veículo 2.5.2.0.0


ferroviário ferroviário de transporte de passageiros ou
cargas não perigosas.

3. Transporte 0 0 Acidente no modal aéreo envolvendo o 2.5.3.0.0


aéreo transporte de passageiros ou cargas não
perigosas.

4. Transporte 0 0 Acidente com embarcações marítimas 2.5.4.0.0


marítimo destinadas ao transporte de passageiros e
cargas não perigosas.

5. Transporte 0 0 Acidente com embarcações destinadas ao 2.5.5.0.0


aquaviário transporte de passageiros e cargas não
perigosas.

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado Maior
ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO 75

ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO

Uma vez que os movimentos de massa ocorrem de forma súbita, não é possível
prever a data e os horários que ocorrerão os eventos, contudo, é possível delimitar
as áreas com maior probabilidade de ocorrência desse fenômeno nos locais de
ocupação humana. Para tal, algumas informações são importantes:

a) o levantamento de informações das áreas de encosta já ocupadas e o


histórico de deslizamentos destes locais junto à comunidade permite
entender o cenário instalado;

b) visitas ao local, coleta de informações, vistoria das áreas de interesse de


monitoramento operacional atentando para uma correta leitura e
interpretação dos sinais que o ambiente oferece são fundamentais para
permitir uma adequada setorização do risco. Dentre os principais fatores a se
observar nas áreas de encosta, destacam-se:
- muros deformados, árvores e postes inclinados: indício de movimento
lento do solo em que estruturas podem ser deformadas. Importante,
pois podem resultar num futuro deslizamento de terra;

Figura 5 - Árvores “inclinadas”

Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil/CEDEC MG.


ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 76

- degraus de abatimento e trincas no solo: trincas no solo indicam que


ele está se movimentando. Se a residência foi construída na metade
do morro, deve-se procurar sinais nos fundos da casa e, também, na
parte frontal, Figura 6;

Figura 6 - Degraus de abatimento e trincas no solo

Fonte: SGB - CPRM.

OBS.: a presença de fragmentos de rocha que podem se desprender constituem os


“rolamentos de matacões”, Figura 7. Caracterizam-se por blocos de rochas com
potencial para atingir locais habitados. É aconselhável o desmonte, contudo, em
caso de impossibilidade, deve haver um monitoramento constante para avaliar o
surgimento de erosão na base da rocha, principalmente após episódios de chuvas
intensas. Figura 7 - Rolamento de Matacão
ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO 77

Fonte: Ministério das Cidades e Mineriopar, 1993

- cortes muito verticais em encostas: normalmente taludes muito


inclinados aumentam a possibilidade de deslizamentos. Taludes de
corte são mais propensos à instabilidade do que as encostas naturais;

Figura 8 - Cortes muito verticais em encostas

Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil/CEDEC MG

- lançamento de água servida, sistema de drenagem insuficiente ou


vazamentos na tubulação: são águas de uso em que o morador
descarta diretamente na encosta onde a casa está construída. O perigo
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 78

é a umidificação incessante do solo que pode resultar em


deslizamentos em períodos de chuva;

- presença de bananeiras e/ou área desmatada: as bananeiras não


possuem raízes profundas e são pesadas, o que faz aumentar a
sobrecarga do terreno em que estão plantadas. As áreas desmatadas,
por sua vez, possuem uma maior vulnerabilidade para a penetração de
água provinda de precipitações pluviométricas, que provocam
superfícies de erosão mais acentuadas nos terrenos e encostas;

- trincas e abatimentos em residências: são trincas normalmente em 45


graus que indicam a movimentação do solo, Figura 9. Em alguns
casos, pode aparecer recalque no piso da casa. Dependendo da
gravidade da situação, é necessária a interdição imediata da
residência.

Figura 9 - Trincas e abatimentos em residências

Fonte: CBMMG.

- proximidade da residência com a encosta/talude/aterro lançado: é


necessário que se examine caso a caso, com um profissional que
possua responsabilidade técnica na área de engenharia civil, a fim de
ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO 79

aferir o risco que a residência possui, pela proximidade com a


encosta/talude/aterro analisado;

- verificação do padrão construtivo da residência: casas de alvenaria tem


maior resistência do que casas de madeira e, portanto, tendem a ser
menos vulneráveis;

- histórico de deslizamentos: para consulta, moradores que residem na


área há mais tempo, notícias de veículos de comunicação locais ou
registros oficiais dos órgãos públicos servem como fonte de pesquisa.

- demais processos erosivos e indícios que levem à suspeita de


instabilidade no terreno: 1) Trincas no solo, em especial na parte
superior do talude; 2) Blocos ou lascas de rochas soltas; 3) Água
minando na base do talude; 4) Rachaduras nas paredes e pisos das
moradias; 5) Árvores, postes e paredes inclinadas; 6) Muros
encurvados (Cemaden, 2016).

c) de posse de material para anotação, notebook e GPS, as residências


consideradas de risco alto e muito alto deverão ser georreferenciadas, os
riscos associados deverão ser identificados, o número de pessoas vulneráveis
àqueles riscos deverá ser estimado e, por fim, o endereço das residências de
maior risco deverá ser anotado;

d) nessa etapa, por meio da associação da vulnerabilidade e ameaças


encontradas, indica-se o grau de risco, com a metodologia aplicada pelo
então Ministério das Cidades. Deste modo, a partir das informações coletadas
em campo, classifica-se o risco em quatro categorias e, para cada uma,
medidas pertinentes são observadas, conforme descrição abaixo.

R1 – Baixo ou sem risco: nenhuma ação momentânea;


R2 – Médio: manter o local em observação;
R3 – Alto: manter o local em observação especialmente após episódios de chuva;
R4 – Muito Alto: providência imediata.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 80

Quadro 5 - Graus da Categorização do Risco Geológico

3 Grau de
Descrição
Probabilidade

1 – os condicionantes geológicos-geotécnicos predisponentes (inclinação,


tipo de terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de baixa ou
nenhuma potencialidade para o desenvolvimento dos processos de
4 Baixo ou sem escorregamentos ou solapamentos;
risco 2 – não se observa(m) sinais/feição/evidência(s) de instabilidade. Não há
indícios de desenvolvimento de processos de instabilização de encostas e
R1 de margens de drenagens;
3 – mantidas as condições existentes não se espera a ocorrência de
eventos destrutivos no período compreendido por uma estação chuvosa
normal.

1 – os condicionantes geológicos-geotécnicos predisponentes (inclinação,


tipo de terreno etc.) e o nível de intervenção no setor são média ou
nenhuma potencialidade para o desenvolvimento dos processos de
escorregamentos ou solapamentos;
Médio
2 – observa-se a presença de algum(s) sinal/feição/evidência(s) de
instabilidade (encostas e margens de drenagens), porém incipiente(s).
R2
Processo de instabilização em estágio inicial de desenvolvimento;
3 – mantida as condições existentes, é reduzida a possibilidade de
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período compreendido por uma estação chuvosa.

1 - os condicionantes geológicos-geotécnicos predisponentes (inclinação,


tipo de terreno etc.) e o nível de intervenção no setor são alta ou nenhuma
potencialidade para o desenvolvimento dos processos de
escorregamentos ou solapamentos;
Alto 2- observa-se a presença de significativo(s) sinal/feição/evidência(s) de
instabilidade (encostas e margens de drenagens), porém incipiente(s).
R3 Processo de instabilização em pleno desenvolvimento, ainda sendo
possível monitorar a evolução do processo;
3 – mantida as condições existentes, é perfeitamente possível a
ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas intensas e
prolongadas, no período compreendido por uma estação chuvosa.

1 - os condicionantes geológicos-geotécnicos predisponentes (inclinação,


Muito Alto
tipo de terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são muito alta ou
nenhuma potencialidade para o desenvolvimento dos processos de
R4
escorregamentos ou solapamentos;
ANEXO II - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO GEOLÓGICO 81

2- os sinais/feições/evidências de instabilidade (trincas no solo, degraus


de abatimento em taludes, trincas em moradias ou em muros de
contenção, árvores ou postes, inclinados, cicatrizes, de escorregamento,
feições erosivas, proximidade das moradias em relação às margens de
córregos, etc.) são expressivas e estão presentes em grande número ou
magnitude. Processo de instabilização em avançado estágio de
desenvolvimento, ainda sendo possível monitorar a evolução do processo;
3 – mantida as condições existentes, é provável a ocorrência de eventos
destrutivos durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no
período compreendido por uma estação chuvosa.

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco - Ministério das Cidades, 2006


(adaptado).

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado Maior
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 82

ANEXO III - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE INUNDAÇÃO

Para ocupações urbanas sujeitas a inundações, os parâmetros, os critérios de


análise e de classificação de riscos a este tipo de processo devem ser seguidos.
Para a análise dos cenários de risco e potencial destrutivo dos processos
hidrológicos ocorrentes devemos:

a) o primeiro critério de análise se refere à identificação do cenário hidrológico


presente em cada área a ser investigada. Nesse sentido, e de forma
orientativa, pode-se considerar as tipologias de processos hidrológicos
referentes aos respectivos cenários de risco anteriormente descritos,
conforme descrito no Quadro 6:

Quadro 6 - Tipologia de processos hidrológicos

Processo Tipo de inundação Código

Processo hidrológico 1 Inundação lenta de planícies fluviais C1

Processo hidrológico 2 Inundação com alta energia cinética C2

Inundação com alta energia de escoamento e


Processo hidrológico 3 C3
capacidade de transporte de material sólido

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco.


(Ministério das Cidades, 2006 (adaptado)).

1ª OBS.: após identificar e delimitar a área de risco, deve-se gerar produtos


cartográficos cadastrais ou imagens com escalas maiores em que seja possível
visualizar cada moradia individualmente, tais como fotos aéreas produzidas por
drones ou aeronaves.

2ª OBS.: para cada um dos processos hidrológicos ocorrentes será utilizado um


critério de análise e de periculosidade, tendo em vista que variam em função da sua
magnitude, energia de escoamento, raio de alcance lateral, extensão e impacto
destrutivo, causando danos sociais e econômicos.

b) segundo critério é a análise da vulnerabilidade da ocupação urbana presente


em cada área de risco. A avaliação da vulnerabilidade compreende a análise
ANEXO III - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE INUNDAÇÃO 83

do padrão construtivo, considerando basicamente duas tipologias


construtivas, conforme demonstra o Quadro 7;

Quadro 7 - Vulnerabilidade e tipologia construtiva

Vulnerabilidade Tipologia construtiva Simbologia

Baixo padrão construtivo em que predominam moradias


construídas com madeira, madeirite e restos de material
Alta V1
com baixa capacidade de resistir ao impacto de
processos hidrológicos.

Médio a bom padrão construtivo em que predominam


Baixa moradias construídas em alvenaria com boa capacidade V2
de resistir ao impacto de processos hidrológicos.

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco.


(Ministério das Cidades, 2006 (adaptado)).

c) o terceiro critério a ser adotado na classificação é o da análise da distância


das moradias ao eixo da drenagem, no qual devemos considerar o tipo de
processo que ocorre na área e seu respectivo raio de alcance, conforme
explicita o Quadro 8;

Quadro 8 - Intensidade da periculosidade em relação ao impacto direto

Intensidade da
Intensidade do impacto Simbologia
periculosidade

Alta possibilidade de impacto direto considerando o raio de


Alta P1
alcance do processo.

Baixa possibilidade de impacto direto considerando o raio


Baixa P2
de alcance do processo.

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco.


(Ministério das Cidades, 2006 (adaptado)).

d) o quarto critério é decorrente da análise e avaliação dos 03 (três) critérios


anteriores que estabelecerão os níveis de risco que ficam definidos em 04
(quatro) categorias:
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 84

- Risco Muito Alto (MA);


- Risco Alto (A);
- Risco Médio (M);
- Risco Baixo (B).

A seguir, a análise de risco de inundações, segundo os 3 (três) critérios adotados


nos Quadros 9 e 10, são descritos:

Quadro 9 - Grau de risco preliminar segundo arranjo entre cenários hidrológicos e vulnerabilidades
das habitações.

Risco Processo hidrológico

Vulnerabilidade C1 C2 C3

V1 M A MA

V2 B M A

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco.


(Ministério das Cidades, 2006, (adaptado)

Quadro 10 - Grau de risco final segundo arranjo a inter-relação dos cenários hidrológicos,
vulnerabilidade das habitações e periculosidade

Risco

Vulnerabilidade X Alta periculosidade (P1) Baixa periculosidade (P2)

Cenário hidrológico

C1 x V1 M B

C1 X V2 B B

C2 x V1 A M

C2 x V2 M B

C3 x V1 MA A

C3 x V2 A M

Fonte: Capacitação em Mapeamento e Gerenciamento de Risco.


(Ministério das Cidades, 2006, (adaptado)).
ANEXO III - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE INUNDAÇÃO 85

A partir do quadro 10, quatro classificações de risco podem ser estabelecidas, com
os seguintes cenários:

I - Cenário de risco muito alto (MA) – Risco R4:

a) inundações com alta energia cinética e alta capacidade de transporte de


material sólido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de baixo
padrão construtivo (V1), situadas em área com alta possibilidade de impacto
direto do processo (P1).

II - Cenários de risco alto (A) – Risco R3:

a) inundações com alta energia cinética e alta capacidade de transporte de


material sólido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de baixo
padrão construtivo (V1), situadas em área com baixa possibilidade de
impacto direto do processo (P2);
b) inundações com alta energia cinética e alta capacidade de transporte de
material sólido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de bom
padrão construtivo (V2), situadas em área com alta possibilidade de impacto
direto do processo (P1);
c) inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com alta
possibilidade de impacto direto do processo (P1).

III - Cenários de risco médio (M) – Risco R2

a) inundações com alta energia cinética e alta capacidade de transporte de


material sólido e elevado poder destrutivo (C3) atingindo moradias de bom
padrão construtivo (V2), situadas em área com baixa possibilidade de
impacto direto do processo (P2);
b) inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com alta
possibilidade de impacto direto do processo (P2);
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 86

c) inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com alta
possibilidade de impacto direto do processo (P1);
d) inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1);
e) atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com
alta possibilidade de impacto direto do processo (P1).

IV - Cenários de risco baixo – Risco R1:

a) inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)


atingindo moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com
alta possibilidade de impacto direto do processo (P1);
b) inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)
atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V2), situadas em área com
baixa possibilidade de impacto direto do processo (P2);
c) inundações com baixa energia cinética e baixo poder destrutivo (C1)
atingindo moradias de baixo padrão construtivo (V1), situadas em área com
baixa possibilidade de impacto direto do processo (P2);
d) inundações com alta energia cinética e alto poder destrutivo (C2) atingindo
moradias de bom padrão construtivo (V2), situadas em área com baixa
possibilidade de impacto direto do processo (P2).

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado Maior
ANEXO IV - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE ENXURRADA 87

ANEXO IV - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE ENXURRADA

Nas áreas sujeitas à enxurrada, é necessária a identificação das ruas e vias de


acessos em que há movimento brusco de água ou histórico de carros e pessoas
arrastadas e, juntamente com a Defesa Civil do município, mapear o risco, devendo
considerar o Risco Muito Alto (R4) e o Risco Alto (R3) para estas situações.

Conforme estudos, não há uma referência clara sobre o grau de risco de


enxurradas em determinado local e devem ser considerados registros históricos de
pessoas e carros arrastados, densidade populacional na área e magnitude da
enxurrada para o mapeamento.

Uma vez estabelecido o grau de risco, as Unidades do CBMMG devem propor


medidas de prevenção, juntamente com a Defesa Civil e/ou Prefeitura Municipal,
para orientar a comunidade a evitar as áreas mapeadas e, ainda: incentivar a
instalação de placas de aviso; realizar o monitoramento da elevação dos níveis das
águas por meio de voluntários da comunidade previamente capacitados e treinados,
conceder autonomia para que voluntários da própria comunidade façam o
isolamento da área atingida, providenciar a instalação de câmeras e liberação das
imagens para permitir que autoridades e população observem o local e a instalação
de alarmes e sirenes para alertar a população da localidade, com possível envio de
mensagem de celular.

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado-Maior
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 88

ANEXO V - CATEGORIZAÇÃO DO RISCO HIDROLÓGICO DE ALAGAMENTO

Nas áreas sujeitas a alagamentos, deve-se identificar ruas e vias de acesso com
histórico de acumulação de água e/ou alagamentos, para verificar as
vulnerabilidades locais e os impactos decorrentes destes eventos.

Durante o mapeamento de riscos, a GuBM deve verificar, nos locais sujeitos a


alagamentos, a existência de prédios com garagens subterrâneas, escolas, postos
de saúde e residências com potencial risco de dano. Os registros destes imóveis
devem ser mantidos no modelo de mapeamento proposto junto ao município.

Para o mapeamento dos riscos, deve-se buscar os históricos de eventos anteriores


no local vistoriado por meio de entrevistas com moradores e pesquisa junto à
Prefeitura Municipal para que os locais e pontos críticos sejam identificados. Nestes
estudos, locais que sofrem com alagamentos, devem ser classificados em Risco
Muito Alto (R4) e Risco Alto (R3).

As Unidades do CBMMG, uma vez estabelecido o grau de risco, devem propor


medidas de prevenção, juntamente com a Defesa Civil e/ou Prefeitura Municipal,
para orientar a comunidade a evitar as áreas mapeadas e, também, estimular a
instalação de placas de aviso, o monitoramento da elevação dos níveis das águas
por meio de voluntários da comunidade previamente capacitados e treinados, a
concessão de autonomia para que voluntários da própria comunidade façam o
isolamento da área atingida, a instalação de câmeras e liberação das imagens para
permitir que autoridades e população observem o local e a instalação de alarmes e
sirenes para alertar a população da localidade, com possível envio de mensagem de
celular.

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado-Maior
ANEXO VI - ORIENTAÇÕES PARA DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE 89

ANEXO VI - ORIENTAÇÕES PARA DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE


ANORMALIDADE

Quadro 11 - Passo a passo para acesso ao S2ID e para o preenchimento dos formulários
obrigatórios
ACESSO AO S2ID
O Coordenador deverá entrar no site
https://s2id.mi.gov.br, e clicar em “não possuo
cadastro” (no local destinado ao preenchimento dos
dados para o login no sistema) e baixar o modelo Se o coordenador já tem
de ofício para solicitar senha. Depois de assinado cadastro e esqueceu a senha,
CADASTRO
pelo prefeito o arquivo deverá ser digitalizado e deverá clicar no item “esqueci a
anexado no mesmo link, onde então preencherá senha”.
seus dados e criará sua própria senha, que será
habilitada pela Secretaria Nacional de Proteção e
Defesa Civil – SEDEC.

A habilitação da senha compete à Secretaria


PROBLEMAS COM Fone: 0800-644-0199 (Plantão
Nacional de Proteção e Defesa Civil, o Estado não
SENHA 24h - CENAD)
tem essa autonomia.

A Portaria GM/MI n. 526, de 6 de


setembro de 2012, tornou
Na primeira página terá uma atualização de obrigatório o uso do S2ID para a
SE JÁ POSSUI cadastro, depois clique em avançar, selecione o tramitação dos processos de
SENHA ícone “Registro e Reconhecimento”, e na próxima solicitação de reconhecimento
tela clique em “novo Registro”. federal. Logo, Estado e União
não aceitam documentos
impressos enviados por correio.
FORMULÁRIOS
CAMPO
Identificação do município e população será automática,
conforme cadastro do usuário, o PIB e Arrecadação Anual
1: Identificação deve ser a apuração do ano anterior, o orçamento será o
que foi aprovado na Lei Orçamentária Municipal, e RCL
anual e mensal.
Tipificação – COBRADE: deve ser a mesma do decreto,
não podendo usar mais de uma, se o evento adverso
impactar o ente federado ocasionando mais de um tipo de
2: COBRADE
FIDE desastre simultaneamente o Estado/Município deverá
utilizar o código do desastre que causou maiores danos
e/ou prejuízos.
Não deve ser posterior a data do decreto e demais
3: Data de
documentos. Quando o desastre for gradual (ex.: seca), a
Ocorrência
data do desastre deverá ser a mesma data do decreto.
Verificar se a área afetada está coerente com o restante
dos documentos contidos no processo. Na descrição,
4: Área Afetada
separar o que faz parte da área rural e o que faz parte da
área urbana.
Descrever o evento que causou o desastre e suas
5: Causas e
características, não colocar danos ou prejuízos neste
Efeitos do
campo.
Desastre
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 90

Contabilizar todas as pessoas que de alguma forma foram


afetadas, ou seja, prejudicadas pelo desastre, não apenas
6: Danos
as que perderam suas posses ou sofreram ferimentos.
Humanos
Incluir aquelas pessoas que de alguma forma tiveram que
mudar sua rotina ou se adequar em função do desastre.
Informar a quantidade e valores dos danos para sua
recuperação ou reconstrução. No campo da descrição
7: Danos
colocar informações de cada item. Incluir relatório detalhado
Materiais
das informações declaradas neste campo. Necessário
relatório técnico assinado por um engenheiro.
Preencher de acordo com porcentagem da população com
atenção para não ficar incoerente com o número de
pessoas afetadas informadas no campo de Danos
8: Danos
Humanos, e se o Dano está em acordo com o tipo de
Ambientais
desastre informado. Na descrição, em caso de exaurimento
hídrico, informar quantas pessoas estão dependendo
exclusivamente do abastecimento por carro pipa.
Os valores deste campo se referem aos valores para
restabelecimento dos serviços, de forma provisória, e não
para recuperação do bem. Os valores devem ser
9: Prejuízos
comprovados com Laudos ou Relatórios assinados pelo
Econômicos
prefeito. As fotos do relatório fotográfico devem estabelecer
públicos
relação com os gastos. Na descrição do campo, inserir
detalhes e quantidade de maquinário “X” dias “X” mão de
obra utilizada etc.
10: Prejuízos Os valores deste campo devem ser apurados pelos órgãos
Econômicos competentes, como por exemplo o relatório da Emater, que
Privados informa os prejuízos na pecuária e agricultura. Indústria e
Comércio por relatórios de associações, como exemplo a
CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).
Preencher demonstrando as medidas e ações em curso, capacidade de atuação
e recursos humanos, materiais, institucionais e financeiros empregados pelo
ente federado afetado para o restabelecimento da normalidade;
As principais dúvidas no preenchimento são:
Campo 1: Os prejuízos econômicos públicos desse desastre foram separados
dos privados? Essa pergunta é uma “pegadinha”, pois é necessário que sejam
DMATE separados no FIDE, então obrigatoriamente a resposta deverá ser “sim”;

Campo 4: Há sempre dúvidas entre o campo 4.1 e 4.2, o primeiro se trata de


recursos humanos, e o segundo recursos materiais empregados, não misturar
ou confundir;
Observar se as informações contidas no DMATE, não estão discrepantes ou
contraditórias das informações contidas no FIDE.

Na Aba 3 do S2ID, clicar em inserir imagem, depois descrever a situação


retratada nas imagens anexadas e sua relação com o desastre, bem como o
nome da localidade onde foi fotografada. As fotos devem ser datadas, com boa
resolução, georreferenciadas e que, obrigatoriamente, demonstrem a relação
RELATÓRIO direta com os prejuízos econômicos e, quando possível, com os danos
declarados no FIDE. Para inserir mais fotos, basta clicar no mini botão de soma
FOTOGRÁFICO
(+), à esquerda da tela, seguindo o mesmo padrão. Exemplos de fotos:
Estiagem: fotos com de abastecimento de água potável, plantações perdidas,
pastos secos, rios e córregos secos. Chuva: casas e/ou instituições, estradas,
pontes e bueiros danificados ou destruídos, pessoas em abrigos, atendimentos
emergenciais, locais alagados, etc.
ANEXO VI - ORIENTAÇÕES PARA DECRETAÇÃO DE SITUAÇÃO DE ANORMALIDADE 91

O Parecer deverá anteceder ao decreto municipal, não podendo a data ser


posterior à data do decreto, pois seu papel é apresentar uma análise
PARECER DO fundamentada da situação pós-evento e sugerir ou não a decretação, conforme
COORDENADOR DE modelo sugerido no S2ID na aba de “modelos de documentos”. O Coordenador
DEFESA CIVIL Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC) é quem deverá assinar este
documento. Incluir os danos e os prejuízos informados no Fide, conforme o
desastre declarado.
Na aba 5 “modelos de documentos”, do S2ID, está disponível o modelo de
decreto municipal, porém ele deverá ser adequado a cada tipo de desastre.

A data do decreto para desastres súbitos (ex: chuvas) é de até 10 dias


contados a partir da data de ocorrência do desastre. E a data do decreto para
desastres graduais (ex: seca) deverá ser a mesma data da ocorrência
informada no FIDE.

Para envio do processo no S2ID solicitando reconhecimento Estadual e/ou


reconhecimento Federal, há um prazo para desastres súbitos de 10 dias da
data do desastre (data da ocorrência), para desastres graduais de 10 dias da
data do decreto.

O decreto não deve conter mais de uma COBRADE, deverá prevalecer o


evento que causou maior impacto. Exemplo, no mesmo dia houve enxurrada e
chuva de granizo, deve-se optar por um, e mencionar o outro no
“considerando” do decreto. A Lei Federal 12.608 de 10 de abril de 2012 e a Lei
DECRETO
Orgânica Municipal deverão ser mencionadas no primeiro parágrafo.
MUNICIPAL DE S.E OU
C.P O decreto será de Situação de Emergência ou Estado de Calamidade Pública,
observando os níveis de desastre correspondente, sendo que:

● Os desastres de nível I e II ensejam a decretação de situação de


emergência, enquanto os desastres de nível III a de estado de
calamidade pública;
● Desastres de Nível I ou de pequena intensidade: aqueles em que há
danos humanos, materiais e ambientais além de prejuízos econômicos
e sociais, mas que a situação de normalidade pode ser restabelecida
com os recursos mobilizados a nível local, por meio do emprego de
medidas administrativas excepcionais previstas na ordem jurídica;
● Desastres de Nível II ou de média intensidade: aqueles em que há
danos humanos, materiais e ambientais além de prejuízos econômicos
e sociais EXPRESSIVOS e que a situação de normalidade precisa ser
restabelecida com os recursos mobilizados em nível local e
COMPLEMENTADOS com o aporte de recursos dos demais entes
federativos; e

● Desastres de Nível III ou de grande intensidade: aqueles em que há


VULTOSOS danos humanos, materiais e ambientais além de prejuízos
econômicos e sociais, com SÉRIO e RELEVANTE comprometimento do
funcionamento das instituições públicas locais ou regionais, IMPONDO-
SE a mobilização e a ação coordenada das três esferas de atuação do
DECRETO Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, e, eventualmente de ajuda
MUNICIPAL DE S.E internacional, para o restabelecimento da situação de normalidade.
OU C.P
Nota: No caso de desastres classificados no nível I, o ente federado atingido
não deverá encaminhar requerimento para o reconhecimento estadual ou
federal, sendo mantida a necessidade de se proceder ao registro do desastre no
sistema informatizado disponibilizado pelo Ministério do Desenvolvimento
Regional.
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 92

Na aba 5 “modelos de documentos” do S2ID, há um modelo de ofício. O ofício


deve explicitar:
OFÍCIO DE ● As razões pelas quais o prefeito municipal deseja o reconhecimento;
● Necessidade comprovada de auxílio federal complementar, data e tipo
SOLICITAÇÃO DE de desastre;
RECONHECIMENTO ● Especificação dos benefícios federais a serem pleiteados para
atendimento às vítimas de desastres, conforme disposto em legislação;
● Deve contemplar a fundamentação legal.

Outros documentos e registros que comprovem as informações declaradas e


auxiliem na análise do processo. Como exemplo, o relatório da Emater, que
informa os prejuízos na pecuária e agricultura. No caso de Indústria e comércio,
solicitar relatórios das associações, como exemplo a CDL. Relatório do
DOCUMENTOS
Secretário de Obras, Relatório da Secretaria de Assistência Social, Relatório da
COMPROBATÓRIOS Secretaria de Saúde e Jornais locais que relatam o ocorrido. Nos casos de
desastres graduais, os relatórios comprobatórios devem ser referentes aos
últimos seis meses (anteriores à data do decreto e conter esse período). Nos
casos de desastres súbitos, os relatórios devem ser referentes exclusivamente
ao desastre declarado.
Fonte: Elaborado pelo Grupo Temático Operacional – Proteção e Defesa Civil

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado Maior
ANEXO VII - PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS PARA A DECLARAÇÃO DE SITUAÇÃO DE
93
EMERGÊNCIA OU ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

ANEXO VII - PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS PARA A


DECLARAÇÃO DE SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA OU ESTADO DE
CALAMIDADE PÚBLICA

O ente federativo atingido por algum evento previsto na Codificação Brasileira de


Desastres – COBRADE, e suas consequências ensejaram a declaração de Situação
de Emergência (desastre de nível II) ou Estado de Calamidade Pública (desastre de
nível III), havendo a necessidade de solicitar o reconhecimento Federal e Estadual,
deverá se cadastrar no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres – S2ID.

O S2ID atualmente é o sistema utilizado para registro do desastre e análise do


reconhecimento federal de SE ou ECP e foi concebido com o objetivo de dar
transparência, celeridade na análise dos processos, além de garantir o acesso a
informações sobre desastres em diversos níveis.

Procedimentos:
1ª Situação – não existe cadastro do município no S2ID

Se o Município ainda não possui usuário cadastrado no S2ID deverá proceder com
os seguintes passos:

a) acessar o endereço eletrônico s2id.mi.gov.br e no campo superior direito


(local destinado ao preenchimento dos dados para login no sistema), clicar no
link "Não possuo cadastro". Ao finalizar essa etapa uma nova aba irá
aparecer e o download do modelo de ofício para a solicitação da senha
poderá ocorrer. Com o documento em mãos é só preencher com as
informações necessárias;
b) enviar ofício original e digitalizado com a solicitação de cadastro para a
Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, no próprio S2ID (preenchido e
assinado);
c) o ofício deverá ser anexado no endereço eletrônico s2id.mi.gov.br (para
acessar o Sistema, utilize o endereço eletrônico apresentado no seu
navegador) na opção "Município/Estado" e clicando no link "Não possuo
cadastro";
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 94

d) após a inserção do ofício, preencher os dados e enviar sua solicitação de


cadastro clicando no botão "Solicitar Cadastro". Após a solicitação do
cadastro, aguarde a confirmação do acesso ao S2ID em mensagem enviada
para o e-mail informado no ofício;
e) a liberação do cadastro de seu Município normalmente é concluída em até 02
(dois) dias úteis. Caso isso não ocorra, ou se for necessário a liberação com
urgência, por motivo de intempestividade do prazo ou outro relevante, entre
em contato com a SEDEC pelo telefone (61) 2034-4627;
f) após o recebimento da confirmação do cadastro no S2ID, proceda conforme
orientações seguintes.

2ª Situação – município possui cadastro no S2ID

a) acesse o sistema no endereço s2id.mi.gov.br, clique em "Município/Estado",


insira o e-mail informado no ofício (login criado para o acesso), insira a senha
cadastrada, preencha todos os formulários e anexe todos os documentos
obrigatórios/complementares para fins de reconhecimento federal;

1ª Observação: todos os formulários do sistema podem ser salvos aos poucos, sem
a necessidade de estarem completamente preenchidos. Esse processo é
aconselhável para evitar a perda de informações devido a problemas de conexão
com a internet. Caso o usuário futuramente retorne ao sistema para complementar o
registro já criado e não concluído, deverá clicar na opção "Pesquisar" e localizar o
registro que deseja editar/alterar, ou fazer a busca pelo número de protocolo gerado
com o início do registro.

2ª Observação: Todos os valores de prejuízos públicos e privados registrados no


FIDE devem ser comprovados por meio de laudos/relatórios emitidos pelos
respectivos órgãos responsáveis e anexados na aba "Anexos" do S2ID.
Após o preenchimento do item anterior, solicite a Homologação Estadual (o
sistema ainda mantém o termo Homologação Estadual no sistema, que pode ser
alterado a qualquer tempo tendo em vista que agora tanto Estado quanto União
RECONHECEM a situação de anormalidade) pela aba "Anexos".
ANEXO VII - PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS PARA A DECLARAÇÃO DE SITUAÇÃO DE
95
EMERGÊNCIA OU ESTADO DE CALAMIDADE PÚBLICA

b) após o retorno do processo para o município, poderão ser solicitadas


eventuais correções no processo, bem com a adição de documentos
obrigatórios/complementares, a pedido do Órgão de Proteção e Defesa Civil
Estadual;
c) o pedido de Reconhecimento Estadual é uma orientação da Secretaria
Nacional de Proteção e Defesa Civil com o intuito de fortalecer o Sistema
Nacional de Proteção e Defesa Civil, bem como atender o dispositivo legal
previsto no inciso VI, do art. 7º, da lei 12.608, de 10 de abril de 2012;
d) com o processo conferido e reconhecido pela Coordenadoria Estadual de
Defesa Civil, envie-o para Reconhecimento Federal clicando no botão "Enviar
para Reconhecimento" na aba "Anexos". Caso o Estado, após a análise, não
identificar nenhuma situação em que haja a necessidade de ajuste, a própria
Coordenadoria Estadual enviará o processo para a análise de
reconhecimento;
e) após a análise da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, o processo
poderá ser retornado para o município, com a solicitação de eventuais
correções, bem com a adição de documentos obrigatórios/complementares, a
pedido da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC;
f) depois de reconhecida a Situação de Emergência e/ ou Estado de
Calamidade Pública, os Municípios/Estados poderão solicitar recursos ao
Ministério do Desenvolvimento Regional.

IMPORTANTE: A tramitação do processo de solicitação de reconhecimento por si só


no S2ID, não garante a liberação de recursos ao ente federado atingido pelo
desastre. Àqueles que necessitarem deste tipo de complemento devem iniciar um
processo de solicitação de recursos que tem sua origem a partir do protocolo de
solicitação de reconhecimento federal nos ícones de RESPOSTA ou
RECONSTRUÇÃO, de acordo com a necessidade da região afetada. Esse é o
principal motivo que faz com que grande parte dos municípios afetados não recebam
recursos federais, já que a motivação no S2ID não existe.

Para ter acesso a recursos federais disponibilizados para ações de resposta aos
desastres e de recuperação dos cenários afetados, é preciso apresentação do Plano
de Resposta e do Plano de Trabalho (Ambos no S2ID).
ITO 33 – PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL 96

Plano Detalhado de Resposta (Ações de Resposta): A formalização da solicitação de


apoio federal de apoio para Ações de Resposta ocorre por meio do preenchimento e
envio do Plano Detalhado de Resposta à SEDEC, onde são apresentadas: as
necessidades de apoio federal, as justificativas e indicação das ações realizadas no
âmbito do Estado e Município.

Plano de Trabalho (Ações de Recuperação e/ou Reconstrução): Para essa


modalidade de transferência devem ser observados padrões na elaboração dos
projetos de engenharia e orçamentação, alcançando a fiscalização da execução das
obras e chegando, finalmente, às prestações de contas dos recursos federais
recebidos e aplicados no município na realização do objeto pactuado.

Nota: O Plano de Trabalho deverá ser elaborado no prazo de 90 dias contados da


ocorrência do desastre.

Quartel em Belo Horizonte, 26 de julho de 2022

(a) Erlon Dias do Nascimento Botelho, Coronel BM


Chefe do Estado Maior

Você também pode gostar