Artigo - Edicao - 220 - N - 1817 - Saneamento Que Exige Novas Soluções

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Saneamento rural: desafio que exige


novas soluções
O Brasil tem quase 30 milhões de pessoas vivendo em áreas rurais,
segundo o IBGE. Isso significa aproximadamente 8,1 milhões de domicílios.
Um dos grandes problemas dessas regiões é a falta de saneamento básico.
Pensando em contribuir e transformar a realidade de comunidades mais
carentes, entram em cena algumas tecnologias inovadoras. Startups,
livros dedicados ao tema e cartilhas que ensinam a construir sistemas
mais sustentáveis são alguns exemplos.
Produção da Foco21 Comunicação (Reportagem: Suely Melo) DOI: https://doi.org/10.4322/dae.2019.052

Um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos atendimento e buscar a sonhada universalização
no setor de saneamento no Brasil é a universali- do saneamento”, frisa Mônica. “O que fazer? A
zação de seus serviços. Se na área urbana os gar- palavra de ordem é inovar”, completa.
galos e desafios são grandes na busca desse ideal,
“Inovar: ‘introduzir novidade em, fazer algo como
nas comunidades rurais eles são ainda maiores.
não era feito antes, de forma completamente nova.
Quase 30 milhões de pessoas vivem em áreas ru-
Inovação: ação ou ato de inovar, ou seja, modificar
rais no país, segundo o último Censo do Instituto
antigos costumes, manias.” Refletindo sobre esses
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reali-
conceitos, a especialista afirma que muitas ações
zado em 2010. Isso significa, aproximadamente,
inovadoras já foram aplicadas com sucesso e têm
8,1 milhões de domicílios nessas localidades. Mas
gerado resultados positivos. Um exemplo de suces-
esses números podem ser ainda maiores.
so é o Sistema Integrado de Saneamento Rural, o
Para a engenheira Mônica Bicalho Pinto Rodrigues, SISAR, utilizado há mais de 20 anos no Ceará, e que
coordenadora da Câmara Temática de Saneamen- foi destaque da edição 187 desta revista (http://
to Rural da Associação Brasileira de Engenharia revistadae.com.br/downloads/edicoes/Revista-
Sanitária e Ambiental (ABES), a inexistência de sa- -DAE-187.pdf). O SISAR atende hoje cerca de 33%
neamento básico na maioria dessas comunidades da população rural, aproximadamente 700.000 ha-
deve-se basicamente a três fatores: a criticidade bitantes, em mais de 1.600 localidades das 8 bacias
de viabilidade financeira; a exigência de soluções hidrográficas do Estado do Ceará.
tecnológicas diferenciadas e a inexistência de cul-
Tecnologias adequadas à realidade rural e tes-
tura objetivando a formação dos técnicos para li-
tadas em campo, a presença de mobilização e
dar com soluções alternativas, com a participação
participação das comunidades e a capacitação
da comunidade na gestão de sistemas.
dos responsáveis pela operação e manutenção
“Essa realidade, conhecida e reconhecida por dos sistemas foram responsáveis pelo sucesso da
técnicos e responsáveis pelo saneamento nas gestão e garantia dos serviços abastecimento de
áreas rurais de nosso país, necessita com urgên- água e esgotamento sanitário realizados pelo SI-
cia de medidas/ações para solucionar o déficit de SAR. No entanto, não existe solução padronizada.

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“Esta realidade, conhecida e Mas foi há cerca de um ano, por meio do encontro
reconhecida por técnicos e de engenheiros permacultores, que a empresa en-
trou em cena. A ideia, conta um dos fundadores da
responsáveis pelo saneamento
Startup, o engenheiro Vitor Chaves, era “criar um
nas áreas rurais de nosso país, empreendimento que tivesse como foco realizar
necessita com urgência de medidas/ projetos que processassem impactos ambientais
ações para solucionar o déficit de e sociais positivos e alinhados com o princípio da
atendimento e buscar a sonhada permacultura, que é o cuidado com a terra, com as
pessoas e a partilha justa dos excedentes”.
universalização do saneamento. A
palavra de ordem é inovar.”
Mônica Bicalho Mas o que é Permacultura?
Criada pelos ecologistas australianos Bill Mollison
e David Holmgren, na década de 1970, a Perma-
O foco deve ser ‘atrair’ investidores e garantir in- cultura quer dizer “cultura permanente”. Concei-
vestimentos. Eles precisam conhecer, acreditar, tualmente, diz respeito ao planejamento de um
confiar, perceber e buscar a atratividade que o sa- ambiente (uma propriedade urbana ou rural) que
neamento rural pode oferecer”, enfatiza Monica. funcione como um ecossistema, sem desperdiçar
Ela explica que para isso é necessária uma ampla os seus recursos e com harmonia e integração en-
divulgação de experiências exitosas. Também é tre os elementos.
preciso haver “definições e diretrizes nas políticas
públicas voltadas para o saneamento rural: instru- “Mas queremos trabalhar em áreas que não têm
mentos legais, administrativos e econômicos, pro- redes de coleta, em comunidades com pessoas
cessos de gestão da informação e soluções apro- que não têm as condições para pagar um projeto
priadas do ponto de vista técnico e social, inseridas ou obra”, enfatiza.
em princípios de sustentabilidade”. Para Mônica Pensando nisso, o grupo de sócios começou a es-
Bicalho, “cada caso é um caso, em função da diver- tudar estratégias para realizar as ações em áreas
sidade e das diferentes realidades do nosso Brasil. vulneráveis.
Esperamos que as experiências de sucesso como
essa possam ser replicadas de forma a assegurar A outra estratégia, conforme explica o engenheiro,
a disponibilidade e a gestão sustentável da água e é buscar parceiros, associações e ONGs para fazer
saneamento para todas e todos”, conclui. crowdfunding (sistema de financiamento coletivo) e
vaquinha online a fim de arrecadar fundos e reali-
zar os projetos de esgoto nessas comunidades, que
não teriam como pagar por falta de condições.
INOVAÇÃO SOCIAL
Atualmente, quando se fala em inovação, as star-
tups são o que há de mais novo no cenário. Defi-
nem-se como empresas jovens “com um modelo Projeto em Parelheiros
de negócios repetível e escalável, em um cenário Foi dessa forma que a empresa conseguiu realizar
de incertezas e soluções a serem desenvolvidas”. uma bela experiência com a Associação Pequeno
No saneamento rural, a startup “Sapiência Am- Príncipe, localizada no distrito de Parelheiros, no
biental” tem chamado a atenção em São Paulo-SP. extremo da zona sul da cidade de São Paulo. A As-

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sociação cuida diariamente de mais de 100 crian- trabalho teve uma duração de quase três meses
ças com idade entre cinco e 12 anos. Segundo Vitor, (do início de fevereiro a meados de abril de 2019).
a associação não tinha uma assessoria técnica em
O resultado foi melhor do que o esperado. “O sis-
saneamento e não estava adequada às normas. ”Fi-
tema de financiamento coletivo ajudou na visibili-
zemos um projeto conceitual de tratamento de es-
dade do projeto com a Associação Pequeno Prínci-
goto ecológico”, conta. “Arrecadamos 50% do valor
pe. A partir disso, alguns coletivos que trabalham
inicial do orçamento por meio do crowdfunding.”
com educação ambiental na região de Parelheiros,
Ilha do Bororé e Grajaú, assim como agricultores,
“Levamos nosso conhecimento começaram a mandar mensagens em nossas re-
técnico e fazemos as nossas des sociais pedindo ajuda”, destaca o engenheiro.

colocações para um desenvolvimento Segundo Vitor Chaves, as pessoas precisam en-


adequado. Mas ouvimos a vontade tender o funcionamento e a importância da tec-
da comunidade ao implementar nologia para serem agentes replicadores disso na
região e para que possam cuidar da manutenção
o projeto, para que as pessoas se
do sistema. “A principal característica do nosso
sintam parte do trabalho, o que é trabalho é a inovação social. As tecnologias e os
fundamental para o sucesso.” sistemas naturais com as quais trabalhamos: fossa
biodigestora, biofiltro plantado, zona de raízes (ou
Vitor Chaves
wetlands), são tecnologias simples e às vezes ficam
O objetivo da iniciativa da Sapiência Ambiental em segundo plano por serem consideradas menos
no local foi desenvolver uma tecnologia capaz de tecnológicas”, salienta. “Cada tecnologia será uma
tratar o esgoto gerado na associação por meio de nova tecnologia porque será pensada com futuros
biodigestão, biofiltração com bambus, zona de usuários, e no processo participativo o beneficiário
raízes, decantação, aeração e fitorremediação. O acaba sendo um co-projetista também.”

Figura 1 – Tratamento na Associação Pequeno Principe por financiamento coletivo

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O OLHAR DA UNIVERSIDADE onde ficam disponíveis cartilhas, vídeos e pu-


O tratamento de esgotos em áreas rurais ou em blicações científicas (http://www.fec.unicamp.
locais onde há potencial para soluções descen- br/~saneamentorural/).
tralizadas também é um tema presente no coti-
Buscando contribuir com o desafio de encontrar
diano de algumas universidades brasileiras, tais
soluções adequadas para o tratamento de esgoto
como a Faculdade de Engenharia Civil, Arquite-
em áreas rurais, o grupo de pesquisa, em parceria
tura e Urbanismo da Universidade Estadual de
com a ABES-SP, representada pela engenheira
Campinas (FEC/Unicamp). A instituição atua no
desenvolvimento de tecnologias acessíveis há Ana Lúcia Brasil, coordenadora da Câmara Te-
mais de 20 anos e um grupo de pesquisa espe- mática de Comunidades Isoladas da ABES/SP,
cífico chama a atenção por sua ampla atuação produziu o livro “Tratamento de Esgotos Domés-
na área. ticos em Comunidades Isoladas: Referencial para
Escolha de Soluções”. Trata-se de obra coletiva
O grupo “Tratamento de Efluentes e Recupera- que conta com a colaboração de diversos auto-
ção de Recursos”, coordenado pelos docentes res, especialistas que, juntos, propuseram-se a
Adriano Luiz Tonetti e Luana Mattos de Olivei- pensar em soluções para o esgotamento sanitá-
ra Cruz, busca não somente desenvolver no- rio em áreas isoladas, com foco em áreas rurais.
vas tecnologias ou aperfeiçoar as já existentes,
A linguagem e o formato do livro foram desen-
mas também disseminar as boas experiências
volvidos para que os profissionais da área e os
já consolidadas. O grupo mantém uma página
próprios usuários dos sistemas de tratamento de
esgoto usufruam das informações, tornando-se
Com base na sua experiência no multiplicadores das boas experiências apresen-
desenvolvimento do trabalho, tadas.O livro foi impresso e teve distribuição gra-
Isabel acredita que “não podemos tuíta e também está disponível para download
resolver o problema do saneamento (http://www.fec.unicamp.br/~saneamentoru-
das áreas rurais atuando de forma ral/index.php/publicacoes/livro/)

puramente acadêmica”. Segundo Segundo o Prof. Adriano Luiz Tonetti, o livro se


a doutora é necessário respeitar valeu das experiências exitosas fruto de um pro-
os conhecimentos dos moradores jeto de extensão universitária financiado pela
da área rural, suas experiências e Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp,
no qual o grupo se envolveu com uma comunida-
criatividade e trabalhar de forma
de rural de Campinas (SP). O conhecimento ge-
participativa. “A imposição de uma
rado a partir desta rica interação entre a univer-
tecnologia seria uma receita certa sidade e a comunidade rural também propiciou a
para o fracasso”. geração da tese de doutorado da bióloga Isabel
Isabel Campos Sales Figueiredo Campos Salles Figueiredo.

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Figura 2 – Grupo de estudantes e proprietários rurais participantes do projeto de saneamento rural.

Para Tonetti, é preciso encontrar O professor Adriano Luiz Tonetti ressalta que não
basta escolher uma das tecnologias disponíveis.
uma maneira de atuação conjunta
“É necessário pensar também na operação e
entre a universidade, o setor público manutenção destes sistemas. Isso seria respon-
e o proprietário rural. São Paulo, por sabilidade do agricultor ou do poder público?
exemplo, conforme o professor, tem Se o agricultor terá que fazer a manutenção do
que atuar não com uma resposta única, sistema, ele precisa ter consciência para a con-
sequência de sua decisão. Se optar por um tan-
pois os contextos e as necessidades
que séptico, ele precisará remover o lodo. Isso
são diferentes. “A própria escolha da demandará um trabalho considerável e também
tecnologia é um desafio”, enfatiza. terá um custo. Quem fará esse trabalho? O mo-
rador sabe como fazê-lo? O município assumirá
a responsabilidade e os custos? Para onde será
Com base na sua experiência no desenvolvi-
destinado o lodo removido?”.
mento do trabalho, Isabel acredita que “não
podemos resolver o problema do saneamento Tanto Adriano como Isabel destacam que ainda
das áreas rurais atuando de forma puramente existem muitas questões que devem ser respondi-
acadêmica”. Segundo a doutora é necessário das no tocante ao saneamento rural. Nesse ponto,
respeitar os conhecimentos dos moradores da reforçam a importância das pesquisas desenvol-
área rural, suas experiências e criatividade e vidas na universidade e a interação com comuni-
trabalhar de forma participativa. “A imposição dades rurais, para que a solução seja construída
de uma tecnologia seria uma receita certa para em presença de participação social e possa, com o
o fracasso”, destaca Isabel. devido apoio do governo, ser mantida.

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Figura 3 – Implantação do sistema de tanque séptico, filtro anaeróbio e vala de bambu

Isabel também destaca que o ponto central do para que possa orientar as ações no longo prazo
uso das tecnologias no saneamento rural é a e possibilitar novas contruções e replicações”. A
manutenção. “A tecnologia adequada para o sa- professora enfatiza alguns pontos centrais para
neamento rural tem que ter permanência. “Hoje, o desenvolvimento dos trabalhos, que necessita-
quem faz essa escolha é o próprio agricultor. Mas ram de aprofundamento pela grande relevância
estamos batalhando para que isso seja incorpo-
e pouca expressão na área de saneamento, e que
rado às políticas públicas que visam ajudar nessa
foram (e serão) temas de dissertações e teses, re-
tomada de decisão”, comenta ela.
sultando também em artigos científicos.
Para Tonetti, é preciso encontrar uma maneira de
atuação conjunta entre a universidade, o setor
público e o proprietário rural.
Isabel Campos também destaca que o
ponto central do uso das tecnologias
O PNSR no saneamento rural é a manutenção.
A professora Sonaly, da UFMG, sintetiza o papel “Essas tecnologias para o tratamento
da academia na construção do Programa Na- de esgoto [as do projeto Saneamento
cional de Saneamento Rural (PNSR) como um Rural] têm baixo custo e são fáceis
“espaço aberto à construção de saberes, orga-
de serem implantadas e mantidas.
nização e planejamento de ações e consolidação
de ideiais, com toda essa construção sendo re- O que é importante a longo prazo.
gistrada em documentos textuais e de imagens, Essa é a diferença”.

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Destacam-se o tema da ruralidade, que é uma ca- pulações rurais, para que se tornem sustentá-
racterística que qualifica o rural a partir de suas veis, mas, também, reforçando a necessidade de
distintas realidades, ou seja, busca traduzir o que responsabilização do poder público pelas ações
é rural sob uma perspectiva que leva em conta necessárias à garantia dos direitos humanos.
a forma como as pessoas se relacionam entre si
e com o território que habitam, incorporando, A professora Sonaly destaca que na página do
também, as políticas públicas e seus resultados PNSR (http://pnsr.desa.ufmg.br/) podem ser
sobre o dito modo de vida das populações rurais. encontradas muitas informações sobre esse
Outra vertente de pesquisa que resultou na com- tema. Além disso, destaca que a valorização das
posição de um panorama mais bem delineado pessoas, de aprimoramento de sua relação com
das distintas ruralidades foi a triangulação de o ambiente, e tendo em conta as especificidades
métodos de pesquisa, pautados em abordagem dos territórios rurais, que se deu a elaboração
quantitativa e qualitativa. Na visão da Professo- dos artigos que compõem essa edição especial
ra, “trata-se de uma abordagem assentada em da Revista DAE. Que possam inspirar avanços em
dados secundários, pelo fato de que o delinea-
ações de saneamento – de natureza tecnológica,
mento da situação do déficit atual é o ponto de
de gestão e de educação e participação social
partida tanto para a discussões sobre as matri-
e atender às expectativas dos habitantes rurais
zes tecnológicas,quanto para caracterizar o ano
de serem contemplados com soluções efetivas e
base do modelo de investimentos, mas também
promotoras de qualidade de vida.
fundamentada por resultados alcançados por
meio de abordagem qualitativa, que trouxe a
realidade de 15 localidades visitadas, nas cinco
macrorregiões do País, contribuindo para uma
TECNOLOGIAS VIÁVEIS PARA A ÁREA RURAL
análise crítica dos dados secundários, uma visão
A fossa verde ou bacia de evapotranspiração
mais apurada sobre as práticas sanitárias adota-
(BET) é um sistema de tratamento para águas de
das, bem como a caracterização da infraestrutu-
vaso sanitário que faz o aproveitamento da água
ra existente e a estrutura de gestão que garante
e dos nutrientes presentes no esgoto.
seu funcionamento.

Paralelamente, o PNSR apresentava o seu do- A BET pode ser dividida em três partes: um com-
cumento central à sociedade, por meio de um partimento central para o recebimento e diges-
seminário nacional e de uma consulta públi- tão inicial do esgoto, uma camada filtrante e
ca, deixando bem marcada a importância de se uma área plantada, onde ocorre a perda da água
desenvolver instrumentos de comunicação que por evaporação do solo e transpiração das plan-
favoreçam a apropriação das soluções pelas po- tas, especialmente bananeiras.

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Figura 4 – Preenchimento da fossa verde com pneus para criação de uma câmara onde é distribuído o esgoto

Outros nomes para o mesmo sistema são: tanque Também há o Círculo de Bananeiras, o qual consiste
de evapotranspiração (Tevap), ecofossa, fossa em uma vala circular preenchida com galhos e pa-
verde, fossa biosséptica, biorremediação vege- lhada, onde desemboca a tubulação. Ele é ideal para
tal, fossa de bananeira e canteiro biosséptico. o tratamento de águas de pias, chuveiro e cozinha.

Figura 5 – Circulo de bananeiras em operação

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Ao redor da vala são plantadas bananeiras e/ou ideal quando o esgoto está misturado, juntan-
outras plantas que apreciem o solo úmido e rico do águas de vasos sanitários (privadas) e águas
em nutrientes. cinzas produzidas no chuveiro, pias e tanque. O
Outro possibilidade seria o tanque séptico as- sistema foi desenvolvido pela Unicamp, tendo
sociado a um filtro anaeróbio e vala de bambu como base as indicações das normas brasileiras
para a infiltração do efluente. Esse sistema é NBR 7.229 e 13.969.

Figura 6 – Construção de Fossa Verde por sistema de mutirão

Mais informações sobre esses sistemas de trata- de publicação da revista havia mais de 200 mil
mento estão disponíveis no seguinte link: http:// acessos. Tamanho número de visualizações de-
www.fec.unicamp.br/~saneamentorural/index. monstra o interesse pelo tema e a percepção de
php/publicacoes/cartilhas-e-videos/. Até a data viabilidade dessas tecnologias.

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