Aba Apostila

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O que é ABA? 5

O que é DTT? 7

Comportamento 19

Observando e medindo comportamentos 23

Foco no Comportamento Verbal 66

Currículo 82

Instrução 103

Manejo de dados 118

Referências Bibliográficas 142


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O que é ABA?
Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis; abreviando:
ABA) é um termo advindo do campo científico do Behaviorismo, que observa,
analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a
aprendizagem. Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação
pode ser implementado para modificar aquele comportamento.
O Behaviorismo concentra-se na análise objetiva do comportamento
observável e mensurável em oposição, por exemplo, à abordagem psicanalítica, que
assume que muito do nosso comportamento deve-se a processos inconscientes.
(Lembre-se de Freud!).
Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e B.F. Skinner foram os
pioneiros que pesquisaram e descobriram os princípios científicos do Behaviorismo.
São considerados os “Pais do Behaviorismo”. O livro de B.F. Skinner, lançado em
1938, “The Behavior of Organisms” (O comportamento dos organismos), descrevia
sua mais importante descoberta, o Condicionamento Operante, que é o que usamos
atualmente para mudar ou modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem.
Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um
estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele
comportamento ocorra no futuro.
Em português claro isso significa que, à medida que você vai levando a vida,
vão lhe acontecendo coisas que vão aumentar ou diminuir a probabilidade de que
você adote determinado comportamento no futuro. Por exemplo, se durante seu
caminho para o trabalho você acena e sorri para o motorista do carro ao lado, e ele
deixa que você atravesse na sua frente, você provavelmente vai tentar a mesma
estratégia no dia seguinte.
Seu comportamento de acenar e sorrir ficará mais freqüente, porque foi
reforçado pelo outro motorista! Todos nós aprendemos através de associações e
nosso comportamento é “modificado” através das conseqüências. Tentamos coisas
e elas funcionam; então as fazemos novamente.
Tentamos coisas e elas não funcionam; então é menos provável que as
façamos novamente. Nosso comportamento foi “modificado” pelo resultado ou
conseqüência.
Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os
termos: SD (Estímulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador
(Reinforcer), Controle de Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction),
Esquemas de Reforçamento (Schedules of Reinforcement) e Modelagem (Shaping).
Todos esses conceitos podem ser aplicados para trabalhar com uma vasta gama de
comportamentos humanos.
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ABA é um termo “guarda-chuva”, descreve uma abordagem científica que


pode ser usada para tratar muitas questões diferentes e cobrir muitos tipos
diferentes de intervenções. Educação, especificamente Educação Especial para
crianças com autismo, é uma das aplicações dessa ciência.

Como ABA é usada para ensinar crianças com autismo?


Para ensinar crianças com autismo, ABA é usada como base para instruções
intensivas e estruturadas em situação de um-para-um. Embora ABA seja um termo
“guarda-chuva” que englobe muitas aplicações, as pessoas usam o termo “ABA”
como abreviação, para referirse apenas à metodologia de ensino para crianças com
autismo. Um programa de ABA freqüentemente começa em casa, quando a criança
é muito pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica
também pode beneficiar crianças maiores e adultos.
A metodologia, técnicas e currículo do programa também podem ser
aplicados na escola. A sessão de ABA normalmente é individual, em situação de
um-para-um, e a maioria das intervenções precoces seguem uma agenda de ensino
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em período integral – algo entre 30 a 40 horas semanais. O programa é nãoaversivo


– rejeita punições, concentrando-se na premiação do comportamento desejado. O
currículo a ser efetivamente seguido depende de cada criança em particular, mas
geralmente é amplo; cobrindo as habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de
cuidados pessoais, motoras e de brincar. O intenso envolvimento da família no
programa é uma grande contribuição para o seu sucesso.

O que é DTT?
O Ensino por Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching – DTT) é uma das
metodologias de ensino usadas pela ABA. Tem um formato estruturado, comandado
pelo professor, e caracteriza-se por dividir seqüências complicadas de aprendizado
em passos muito pequenos ou “discretos” (separados) ensinados um de cada vez
durante uma série de “tentativas” (trials), junto com o reforçamento positivo
(prêmios) e o grau de “ajuda2 ” (prompting) que for necessário para que o objetivo
seja alcançado.
Pense em aprender a jogar futebol – você não começou colocando um
uniforme do seu time e apresentando-se como centro-avante. Provavelmente,
começou aprendendo como chutar e controlar a bola com os pés. Então, depois que
desenvolveu essas habilidades, começou a chutar a gol. Se foi sortudo, teve alguém
– pai, mãe, um irmão mais velho – que lhe proporcionou muitas oportunidades para
praticar (“tentativas!”), muito encorajamento (“reforçamento positivo!”) e que lhe
ajudou a se posicionar corretamente para chutar a bola quantas vezes fosse
necessário (“dando ajudas!”).
É importante notar que apesar do termo “DTT” ser freqüentemente usado
como sinônimo de “ABA”, ele não o é. A ABA é muito mais abrangente e inclui
muitos tipos diferentes de intervenções, estratégias de ensino e manejo
comportamental. DTT é um método dentro do campo da ABA.
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Quem é Ivar Lovaas?


Ivar Lovaas é um psicólogo que foi a
primeira pessoa a aplicar os princípios da ABA e
DTT para ensinar crianças com autismo. Por isso
muitas pessoas falam do “método Lovaas”
quando se referem sobre o ensino de crianças
com autismo.
Em 1987, Lovaas publicou os resultados
de um estudo de longo prazo sobre o tratamento
de modificação comportamental em crianças
pequenas com autismo. Os resultados do
seguimento destas crianças mostraram que, em
um grupo de 19 crianças, 47% dos que
receberam tratamento atingiram níveis normais
de funcionamento intelectual e educacional, com
QIs na faixa do normal e uma performance bem
sucedida na 1ª série de escolas públicas. 40% do
grupo tratado foram depois diagnosticados como portadores de retardo leve e
freqüentaram classes especiais de linguagem, e os 10% remanescentes do grupo
tratado foram diagnosticados como portadores de retardo severo.
Comparativamente, em um grupo de 40 crianças, somente 2% do grupo controle
(aqueles que não receberam o tratamento de ABA usado por Lovaas), atingiram
funcionamento educacional e intelectuais normais, 45% foram diagnosticados como
portadores de retardo leve e 53% foram diagnosticados como portadores de retardo
severo.

Catherine Maurice
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Em 1993, Catherine Maurice escreveu


“Let Me Hear Your Voice: A Family Triumph
Over Autism”, publicado pela Fawcett
Columbine Books (“Quero escutar sua voz: a
vitória de uma família sobre o autismo” –
ainda sem tradução em português).
O conhecimento público do método
ABA deve-se ao relato da sua luta para
encontrar um tratamento eficaz pra seus dois
filhos com autismo. O sucesso do tratamento
– seus filhos são considerados “recuperados”
ou indistinguíveis dos seus colegas – inspirou
muitos pais a considerar a ABA como opção
de tratamento para seus filhos.
Vale a pena ler o livro para entender
como ABA funciona dentro de uma família
real. Também é uma boa maneira para
ajudar amigos e parentes a entender o que
você está se propondo fazer com um
programa ABA.

Qual a maneira correta de usar a ABA?


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Apesar de Lovaas ter sido o primeiro a usar as metodologias da ABA para


ensinar crianças com autismo, desde então muitos psicólogos vêm fazendo muitas
contribuições e refinamentos a essa abordagem. Como com qualquer ciência, a
ABA continua a evoluir. Muitas técnicas têm sido descobertas e tornado o ensino de
ABA mais eficiente e efetivo ainda.
Essas “práticas melhoradas” serão incorporadas no Programa “Ajude-nos a
aprender” (“Help Us Learn”). Há muitas escolas, organizações e indivíduos que
usam ou oferecem consultoria em metodologias do tipo ABA e cada um tem seu
jeito próprio de aplicá-las, mas todos usam os mesmos conceitos básicos (ou
deveriam usar!).
A ciência que apóia a intervenção – a Análise do Comportamento Aplicada –
é a mesma; somente a maneira de aplicá-la varia! Pense em ABA fazendo uma
analogia com tocar piano. Quando você aprende a tocar, pode tocar rock, música
clássica, blues ou jingles. Os sons podem variar, mas todos eles usam a mesma
metodologia básica e seguem convenções musicais aceitas por todos.
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Comportamento Verbal

Em 1958, Skinner publicou um livro chamado “O Comportamento Verbal”


(edição brasileira lançada pelas editoras Cultrix/EDUSP, 1978, esgotada), que
descreveu a aquisição de linguagem como outro tipo de comportamento humano
influenciado pelo reforçamento. Skinner acreditava que nós aprendemos linguagem
através de associações e reforçamento.
Por exemplo, um bebê que emite sons de balbucio e gorjeio ao acaso, pode
emitir o som “maa”, que será então reforçado por um sorriso e um abraço da mãe.
Isso serviria para aumentar a probabilidade do bebê fazer o som “maa” de novo,
esperando a mesma reação da mãe. Skinner acreditava que você associou o item
“bala” com a palavra “bala” porque quando você fez aquele determinado som (bala),
freqüentemente apareceria uma bala reforçando, assim, a associação entre o som
“bala” e o objeto concreto.
Assim trabalha o Condicionamento Operante. Isso foi uma virada e tanto para
a comunidade científica, cuja crença até então era que “a linguagem fosse
autogerativa” e inata. Skinner criou um novo conjunto de termos para descrever as
diferentes unidades funcionais da linguagem – “operantes verbais”. (Você pode ter
ouvido alguns desses termos – Mando, Tato, Intraverbal, que foram todos cunhados
por Skinner).
Skinner acreditava que as pessoas precisariam aprender as associações
para palavras em todas as suas categorias funcionais antes que pudessem
realmente entender e usar a palavra como parte da sua linguagem. É interessante
notar que, embora Skinner tenha usado o termo Comportamento Verbal (Verbal
Behavior – VB), ele também é aplicável para pessoas que usam sistemas de
linguagem de sinais ou comunicação aumentativa em vez de linguagem vocal. Hoje
em dia você pode ouvir pessoas dizendo que estão fazendo “VB”, em oposição à
“ABA”, como no exemplo a seguir: “nós fazíamos ABA, mas agora fazemos VB”.
Por favor, lembre-se que eles não são diferentes. Comportamento Verbal
refere-se ao ensino da linguagem seguindo os princípios da Análise do
Comportamento Aplicada. Comportamento Verbal é ABA. Jack Michael, Mark
Sundberg, James Partington, Vince Carbone e Patrick McGreevy são, atualmente,
alguns dos mais respeitados psicólogos e pesquisadores no campo do
Comportamento Verbal e ABA. Sundberg e Partington são coautores do livro
“Teaching Language to Children with Autism or Other Developmental Disabilities”
(Ensinando linguagem para crianças com autismo ou outras deficiências de
desenvolvimento, ainda sem tradução em português), que é amplamente usado
para orientar pessoas na estruturação de programas de Comportamento Verbal.
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O suplemento desse livro é o “ABLLS” (pronunciado como “ables”, em inglês)


que é a abreviatura de “Assessment of Basic Language and Learning Skills”
(Avaliação de habilidades básicas de linguagem e aprendizagem). O ABLLS é um
guia curricular, um método de avaliação e um instrumento para monitorar a
aquisição de habilidades.

Generalização
A meta do ensino é, obviamente, que o aprendizado adquirido na sessão de
um-para-um, seja generalizado para situações mais cotidianas, como as de casa e
da escola. Um bom programa de ABA sempre inclui a generalização do
aprendizado.
À medida que a criança progride pode tornar-se mais capaz de “aprender
incidentalmente”, o que significa simplesmente assimilar linguagem ou conceitos ou
habilidades que não são ensinadas diretamente em sessões individuais.
Neste ponto, ele ou ela podem estar prontos para entrar em uma sala de aula
ou em uma brincadeira em grupo onde haverá contato com outras crianças. Um
bom currículo de ABA deve ter algum equilíbrio entre as atividades – trabalho de
mesa, brincar, motora ampla, motora fina, etc; uma variedade de locações – sala de
terapia, casa da família, quarto de dormir, carro, etc; e uma variedade de
professores ou terapeutas. Tudo isso ajudará que a generalização das habilidades
fique mais fácil.

Tudo o que você sempre precisou saber?


Planejar todas as diferentes necessidades e situações que podem surgir
quando estiver ensinando uma criança é simplesmente impossível. Você precisará
usar seu bom senso e resolver problemas à medida que forem aparecendo nas
sessões.
Talvez seja necessário elaborar novos programas ou modificar os já
existentes. Você pode ter que lidar com questões comportamentais não previstas
por nenhuma fonte de consulta. Você só será capaz de desempenhar esses papéis
de maneira eficiente se conhecer muito bem os princípios básicos da ABA. Esse é o
objetivo do “Ajude-nos a aprender”.
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Quão eficaz é este tipo de programa?


Há muitos estudos publicados que comprovam a eficácia da abordagem
ABA​:

● Behavioral Treatment and Normal Education and Intellectual


Functioning in Young Autistic Children. Ivar O. Lovaas. Journal of
Consulting and Clinical Psychology, 1987. Vol. 55 (1), páginas 3 - 9. Este
conhecido estudo mostrou que, de 19 crianças pequenas participantes de um
programa de ABA por dois anos, 47% atingiram funcionamento intelectual e
escolar normais, com QIs dentro da faixa do normal. No grupo controle (que
não recebeu a terapia ABA intensiva), somente 2% das crianças conseguiram
atingir funcionamento intelectual e escolar normais.
● Age at intervention and treatment outcome for autistic children in a
comprehensive intervention program. Edward Fenske, Stanley Zalenski,
Patricia Krantz, Lynn McClannahan. Analysis and Intervention in
Developmental Disabilities, 1985, vol. 5 (1-2), páginas 49-58. Este estudo,
realizado no Princeton Child Development Institute, comparou resultados do
tratamento em crianças incluídas em um programa amplo de intervenção
antes e depois dos 5 anos de idade: 6 das 9 crianças que entraram com
menos de 5 anos tiveram resultados positivos, enquanto 1 entre 9 das
crianças incluídas com mais de 5 anos conseguiu o mesmo resultado.
● Long Term Outcome for Children with Autism Who Received Early
Intensive Behavioral Treatment. John McEachin, Tristram Smith, Ivar
Lovaas. American Journal on Mental Retardation, 1993, vol. 97 (4),
páginas 359-372. Este é um seguimento do estudo original de Lovaas
(acima), que reporta que o grupo experimental (aqueles que receberam
terapia intensiva ABA), manteve seus ganhos sobre o grupo controle
(aqueles que não receberam terapia ABA intensiva). Os autores concluem
que a intervenção comportamental pode produzir ganhos significativos e
duradouros para crianças pequenas.
● The Murdoch Early Intervention Program After 2 years. J.S. Birnbrauer.
David J. Leach. Behavior Change, 1993, vol. 10 (2) páginas 63-74. Este
estudo foi planejado para replicar o programa de Lovaas e concluiu que 4 de
9 crianças (44%) com autismo submetidas ao programa de Lovaas estavam
se aproximando dos níveis normais de funcionamento, enquanto 1 de 5
crianças (20%) de um grupo controle (que não recebeu a mesma
intervenção) apresentou os mesmos resultados.
● Preschool education programs for children with autism. Sandra L.
Harris, Jan S. Handleman, 1994. ​Este livro revisou 10 diferentes programas
de educação pré-escolar e mostrou que mais de 50% das crianças com
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autismo que participaram de um programa pré-escolar de ABA foram


integradas com sucesso em classes regulares.

● Intensive Home-Based Early Intervention with Autistic Children. Stephen


R. Anderson, Debra L. Avery, Ellete K. DiPietro, Glynnis L. Edwards et al.
Education and Treatment of Children, 1987, vol. 10(4), páginas 352-366.
Este trabalho relata a eficácia de um modelo de intervenção na casa das
crianças. A maioria do grupo tratado (14 crianças com idade de 18 a 64
meses) apresentou ganhos significativos de linguagem, cuidados pessoais,
sociais e acadêmicos.

Visão geral de um programa de ABA (e o Lingo)


Apresentamos aqui uma rápida visão geral dos elementos que compõem um
programa de ABA. O restante vai explicar e elaborar cada uma dessas partes, com
exemplos e exercícios.

Currículo
O currículo usado será dividido em uma série de categorias, ou “programas”,
tais como habilidades de cuidados pessoais, habilidades sociais, habilidades de
linguagem, habilidades acadêmicas etc, organizadas em níveis de dificuldade, de
maneira que você comece com habilidades básicas, muito simples, e depois as use
para desenvolver as mais complexas.
Os programas que você seleciona para trabalhar formam seu currículo:
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Uma vez selecionados, os programas serão estabelecidos de maneira que


todos saibam quais instruções dar, como apresentar os materiais que podem ser
usados e qual resposta é aceitável. Há uma terminologia que geralmente é usada
para ajudar nisso:

Estímulo / SD
● Conhecido e chamado de “SD” ou “Estímulo Discriminativo”.
● A instrução inicial, a exigência, ou comando a ser dado.
● Também conhecido como o antecedente.
● Especifica a fala e/ou a apresentação dos materiais.
Tentativa
● A seqüência completa de apresentar um SD, obter uma resposta (usando
quantas dicas/ajudas forem necessárias) e o reforçar da resposta.
● Unidade básica de um programa individual, que é praticada durante a
sessão.
Resposta
● A(s) resposta(s) esperada(s) e aceitável(is).
Reforçador
● “Estímulo reforçador” abreviado para “SR+”
● também conhecido como reforçamento ou conseqüência.
● A conseqüência que segue imediatamente a resposta da criança.
Ajudas/ Dicas
● Estímulos ou dicas suplementares dadas pelo professor.
● Usadas antes ou durante a execução do comportamento.
Estímulos
● Uma lista de palavras ou ações, uma coleção de materiais, itens, etc. que
estão sendo usados para determinado programa (por exemplo: figuras de
animais, lista de palavras para praticar, conjunto de blocos de montar,
cartões de pistas).
Aula
● O tempo de atividade gasto trabalhando com a criança no seu programa.
● Também chamada “sessão” por pessoas que preferem usar linguagem
terapêutica. Domínio
● Os critérios que determinam quando a criança aprendeu a habilidade e está
pronta para seguir em frente.
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● A maioria das pessoas está adotando o critério de “fluência” (100% correto e


rápido) das pesquisas de Comportamento Verbal.
● Outras pessoas podem preferir permanecer com o tradicional “80%, ou
melhor, em 3 sessões sucessivas de 10 tentativas cada”.

Dados
● Registrar simplesmente como a criança age em cada tentativa. A resposta de
uma criança a cada SD pode ser:
- correta (indicada por um ‘+’ou um ‘9’)
- incorreta (indicada por ‘-‘ ou um “x”)
- sem resposta (indicada por um NR /SR)
- Aproximação muito próxima (indicada por um ‘A’ ou você pode encontrar ‘S’,
para Aproximação Sucessiva)
● Anotar dados e monitorar o progresso é uma parte vital da ABA. Se você não
tiver uma visão clara e acurada de como a criança está, você pode correr o
risco de frustrar e aborrecer a criança e você não vai saber quando está na
hora de mudar para um novo programa.
Método
● Descreve qualquer apresentação especial de material, lugar ou estrutura
usada.

Exemplo de um programa de ABA


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Aqui está um exemplo de ensino ABA, usando um programa de imitação de


um currículo inicial com um método de aprendizagem sem erro.

Começando
O programa foi planejado de maneira que cada capítulo depende do
conhecimento obtido no capítulo anterior: é muito importante que todos os conceitos
estejam bem entendidos antes de passar para o capítulo seguinte. Boa sorte.

Objetivos de Aprendizagem
Ao completarem este manual, os participantes serão capazes de:

1) Entender e descrever a Análise do Comportamento Aplicada,


Comportamento Verbal e Tentativas Discretas de Ensino, de maneira que uma
pessoa leiga entenda.
2) Entender e definir os termos: antecedente, estímulo, SD, comportamento,
resposta, conseqüência, reforço.
3) Observar, analisar e descrever eventos em termos comportamentais.
4) Entender, descrever e identificar funções de um comportamento.
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5) Conduzir uma análise funcional de comportamento.


6) Descrever e demonstrar o uso correto de vários reforçadores e esquemas
de reforçamento.
7) Entender e explicar Reforçamento Diferencial e suas aplicações.
8) Entender e demonstrar estratégias para lidar com comportamentos difíceis.
9) Entender e explicar Comportamento Verbal e operantes verbais, incluindo
Tatos, Mandos, Ecóicos, Linguagem Receptiva, FFC, Intraverbais, Imitação, Textual
e Transcritivo.
10) Entender, saber descrever e demonstrar uma série de dicas.
11) Entender e demonstrar técnicas de aprendizagem sem erro em uma
situação de ensino.
12) Entender e usar técnicas de instrução, tais como misturar e variar
instruções, usar um esquema variável de reforçamento, técnicas de pareamento,
instrução rápida, modelagem, momentum comportamental, encadeamento,
compressão, esvanecimento, extinção, bloqueio, redirecionar, generalização e
aprendizagem incidental.
13) Entender, definir e usar notação comportamental, como SD, SR +, R, +, -,
NR e A.
14) Coletar e registrar dados, demonstrar o preenchimento correto das folhas
de registro.
15) Entender e descrever domínio e fluência.
16) Ser capaz de analisar dados e identificar tendências ou problemas e fazer
recomendações de programas.
17) Demonstrar capacidade de preparar e montar adequadamente uma
sessão.
18) Ser capaz de montar e manejar uma Pasta Curricular.

Comportamento
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O que é Comportamento? O ABC do Comportamento. Observando e


Medindo Comportamento.
No mundo da Análise do Comportamento Aplicada (ABA - Applied Behavior
Analysis), o conceito de comportamento é crítico. O que, exatamente, é um
comportamento? Simples: um comportamento é o que uma pessoa faz e diz. É uma
ação (“chorar”) e não uma característica da pessoa (“alta”). Aquelas coisas que
estão “na sua cabeça”, como pensamentos, intenções, idéias, planos, etc., não são
comportamentos.
Nota dos tradutores: A fim de manter o caráter científico da ABA e a necessária precisão conceitual, os tradutores se vêm
obrigados a corrigir a afirmação acima. Para a Análise do Comportamento, da qual a ABA deriva, os eventos que ocorrem “por
detrás dos olhos” são considerados comportamentos como quaisquer outros que ocorrem “na frente dos olhos". Imaginar,
sentir e pensar (falar consigo mesmo) são coisas que ocorrem "por detrás dos olhos". A única diferença que a Análise do
Comportamento faz entre um comportamento que ocorre "por detrás dos olhos" e um que ocorre "na frente dos olhos" é
exatamente esta: no primeiro caso, somente a pessoa que se comportou (imaginou, pensou, sentiu) teve acesso direto ao
evento e pode, portanto, falar sobre ele, que é, por isso mesmo, chamado de um evento privado ou comportamento encoberto,
sendo o outro chamado um comportamento público ou aberto. Ao lidarmos com pessoas especiais com problemas de
comunicação, reconhecer estes eventos que ocorrem "por detrás dos olhos" como comportamentos - e portanto passíveis de
aquisição e treinamento - pode fazer uma grande diferença: sem habilidades para comunicar seus eventos privados, pessoas
especiais muitas vezes sofrem por não poder pedir aos seus cuidadores uma solução para seus estados internos, como dor,
sensação de fome, etc. Skinner, B.F. - About Behaviorism. New York: Knopf, A., Inc., 1974. Baum, W. - Para compreender o
behaviorismo. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999

O que há em um nome?
Costumamos aplicar rótulos a pessoas e seus comportamentos como um tipo
de “síntese”. Esses rótulos podem ser enganosos e até perigosos. Por exemplo,
podemos dizer que alguém é convencido e passar a evitá-lo, quando essa pessoa
pode ser, na verdade, tímida e precisar de nós para uma primeira aproximação.
Os rótulos que usamos para descrever pessoas podem ser uma reação
emocional a uma situação (por exemplo, “convencido”), uma interpretação de uma
atitude (por exemplo, “preguiçoso”) ou a tentativa de encontrar uma causa
subjacente (por exemplo, “ansioso”).
Adicionalmente, mesmo se houver concordância com o rótulo, sua definição
de “babaca” é provavelmente muito diferente da definição aceita pelo seu vizinho. A
forma como rotulamos pessoas tem efeito direto sobre a forma como interagimos
com elas. Olhar para uma descrição detalhada do comportamento ao invés de
nossa interpretação dele vai ajudar a evitar erros, e será muito mais efetivo ao lidar
com indivíduos com atrasos do desenvolvimento.
Por exemplo, uma descrição comportamental de uma criança rotulada como
“mandona” pode ser lida como:
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Em um período de 5 minutos, Aldo se aproxima de um grupo de crianças e


dá seis ordens: diz a elas para arrumar suas tintas; diz à professora “é hora
da merenda”; diz a todos que estão sendo “muito barulhentos” e “falem para
dentro”; espera enquanto a professora explica a próxima atividade e então
diz: “ouçam a professora” (duas vezes).

Note como os números são usados – número de ocorrências dentro de um


certo período de tempo.

Como manejamos ou alteramos o comportamento?


Condicionamento operante é o processo que usamos para ajudar a modificar
ou trocar um comportamento que é indesejável, ou para reforçar um comportamento
desejável. Os princípios do Condicionamento Operante foram descobertos e
descritos por B.F. Skinner.
A coisa mais importante a se entender é:

Um comportamento seguido de um estímulo reforçador resulta em um


aumento da probabilidade daquele comportamento se repetir no futuro.

Por exemplo, se você preparou e serviu um jantar elaborado e todos os seus


convidados a elogiam e dizem quanto seu salmão à Wellington é delicioso,
provavelmente você tornará a fazê-lo. Por outro lado, se todos brincarem e disserem
que o gosto é de papelão salgado cozido em meias velhas, provavelmente você
nunca mais vai voltar a cozinhar um salmão de novo.
As conseqüências positivas ou negativas de seu comportamento determinam
se você vai repeti-lo ou não. Os métodos e técnicas envolvidos em modificar ou
mudar comportamento são o foco deste Programa de Treinamento.

Os ABC´s: Antecedente, Comportamento e Conseqüência (ABC – Antecedent,


Behavior & Consequence)
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O antecedente é aquilo que acontece logo antes do comportamento. O


comportamento é a resposta ao antecedente e a conseqüência é o que ocorre logo
depois do comportamento. Isso é conhecido como os ABC´s do Behaviorismo.

Os ABC´s
A = Antecedente (ou SD – Estímulo Discriminativo)
B = Comportamento (Behavior) ou resposta
C = Conseqüência (ou Reforçador)

O telefone toca (antecedente), você atende (comportamento) e o operador de


telemarketing lhe prende ao telefone, fazendo com que atrase o jantar
(conseqüência). A conseqüência poderá ser tanto positiva, negativa ou neutra (no
caso acima, foi negativa). O tipo de conseqüências determinará se você repetirá o
comportamento no futuro. Baseado neste exemplo, você provavelmente estaria
menos afeito a atender ao telefone na hora do jantar, da próxima vez em que
tocasse.
A ciência do comportamento visa trocar as condições sob as quais o
comportamento ocorre, ou trocar as conseqüências de um comportamento para
conseguir efetuar mudança no comportamento. Aqui estão alguns exemplos:

Antecedente:​ Você assiste a um filme triste.


Comportamento:​ Você chora.
Conseqüência: ​Você se sente triste. Você pára de assistir a filmes tristes.

Agora, troque as condições sob as quais o comportamento acontece, ou o


antecedente; e você mudará o comportamento e a conseqüência:
Antecedente:​ Você assiste a um filme engraçado.
Comportamento:​ Você ri.
Conseqüência:​ Você fica feliz. Você assiste a outros filmes engraçados.

Eis um outro:
Antecedente:​ O sinal ficou amarelo.
Comportamento:​ Você acelera.
Conseqüência: Você é multado. Você ficará menos propenso a furar o
amarelo no futuro.

Seu comportamento futuro foi modificado pelas conseqüências desse


comportamento. Você foi multado. No futuro você estará menos disposto a furar o
sinal amarelo. Agora, troque a conseqüência e você trocará o comportamento
subseqüente:
Antecedente: ​O sinal ficou amarelo.
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Comportamento:​ Você acelera.


Conseqüência:​ Você não é multado. Você continua a furar o sinal amarelo.

De novo, a conseqüência deste comportamento vai moldar seu


comportamento futuro. Neste caso, seu comportamento foi positivamente reforçado.
E assim você tenderá a repetilo.

Observando e medindo comportamentos

Uma característica chave do comportamento é que ele é observável e


mensurável. Comportamento é geralmente medido com base em sua:
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● Duração: quanto tempo leva fazer uma coisa – por exemplo, “levou 3 minutos
e meio para Sílvio amarrar seus sapatos”, ou “levou 15 minutos para Sandra
fazer seu dever de Matemática”.
● Freqüência: quão freqüentemente ocorre – por exemplo, “João bateu palmas
16 vezes em um período de 5 minutos”, ou “Caio fez 5 pedidos em um
período de 45 minutos”.
● Intensidade: quanta energia, força física ou intensidade esteve envolvida em
realizar o comportamento – por exemplo, “Zeca carregou 15 quilos de
mantimentos”, ou “os gritos de Rita atingiram 100 decibéis”.

Geralmente, quando você quer substituir um comportamento, é porque


considera que há excessos ou déficits nele. A primeira coisa que você precisa fazer
é coletar alguns dados para determinar a linha-de-base ou ponto de partida em
relação ao qual vai medir mudanças.
Há alguns métodos diferentes de coletar esses dados:

1. Observação direta – observar e registrar o comportamento identificado


como ele ocorre. Você pode decidir observar o dia todo e registrar cada vez
que o comportamento ocorrer, ou você pode definir um período de tempo tal
como o recreio ou a hora de dormir para coletar dados sobre o
comportamento visado.
2. Métodos de contagem – Você pode simplesmente colocar marcas de
verificação (9999), ou “marcar palitinhos” (IIII) em um pedaço de papel, ou
usar um contador manual.
3. Avaliação indireta – entrevistar pais, professores, amigos, ou deixar com
eles listas de verificação (“checklists”), questionários ou escalas de
classificação.
4. Experimentos – criar condições para testar o comportamento – este é
deixado para os psicólogos.

Reforçamento
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O que é reforçamento? Reforçamento positivo. Reforçamento negativo.


Punição. Reforçadores primários e secundários. Idéias de reforçadores. 112 formas
de dizer “Muito bem”
Esquemas de reforçamento. Como usar reforçadores. Todos precisamos de
reforçamento, e todos trabalhamos por ele.
Pode ser o reconhecimento do chefe, um abraço da esposa, uma risada
depois de contarmos uma piada, uma boa nota em um exame ou o salário no fim do
mês. O truque para reforçar é descobrir o que é poderoso o suficiente para causar o
comportamento desejado acontecer de novo.
Reforçamento é um processo no qual um comportamento é fortalecido pela
conseqüência imediata que seguramente segue a sua ocorrência (Miltenberger,
2001). Quando um comportamento é fortalecido é mais provável que aconteça no
futuro.
Anteriormente você aprendeu que as conseqüências dos comportamentos
podem ser positivas ou negativas. Quando as conseqüências são positivas são
chamadas de Reforçadoras, porque tendem a reforçar o comportamento que
seguem.
Quando conseqüências são negativas, são chamadas de punição. Ao usar
ABA para ensinar crianças com autismo, usamos apenas conseqüências positivas,
ou reforçadoras.
Agora, eis o macete:​ um mesmo reforçador pode ser positivo ou negativo.

Reforçamento positivo
Um Reforçador Positivo (SR+) é a adição de alguma coisa que resulta no
fortalecimento do comportamento. Por exemplo: você faz um trabalho, e é pago por
ele. Você tende a continuar fazendo o trabalho! Você canta uma música e todos o
aplaudem – você quer fazer de novo; um bebê fala “da-da” e seus pais sorriem e
aplaudem – assim, o bebê repete a gracinha; uma criança escova os dentes sem
ninguém pedir e ganha um cartão em um quadro – a criança volta a escovar seus
dentes na noite seguinte; um garoto apara seu gramado e recebe R$ 10,00 por isso
– ele vai querer repetir a tarefa na semana seguinte; você entra em uma dieta
milagrosa e perde cinco quilos em sete dias – vai se manter no regime na semana
seguinte; uma criança mostra a cor azul quando lhe perguntam e ganha um
pequeno chocolate –da vez seguinte, vai apontar com mais facilidade quando lhe
pedirem.

Reforçamento negativo
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Um Reforçador Negativo (SR–) é a remoção de alguma coisa desagradável


que resulta no fortalecimento de um comportamento. Ele é também chamado de
‘aversivo’. Por exemplo, você retira a etiqueta de uma camisa nova que está
irritando sua nuca. Sua nuca se sente bem e você retirará todas as etiquetas de
suas camisas novas. Ou você fecha seu guarda-chuva quando está ventando para
evitar que ele vire do avesso.
Seu guarda-chuva não estraga e, assim, da vez seguinte você mantém o
guarda-chuva fechado quando estiver ventando. Colocar seu cinto-desegurança
pára o barulho irritante do alarme e, assim, você passa a pôr o cinto ao entrar no
carro; digitar seu código faz cessar o alarme da sua casa e, então, você digita seu
código cada vez que entra em casa. Deixar a sala quando alguém lhe pede alguma
coisa faz com que pare de pedir e, dessa forma, você tende a sair da sala quando
as pessoas pedirem alguma coisa. Lembre-se que, se aparece aqui a palavra
REFORÇADOR, há a tendência de aumentar o comportamento.
Tanto reforçadores positivos quanto os negativos tenderão a fortalecer ou
aumentar o comportamento. Perceba a notação: SR+ e SR–. Estas são as notações
usadas para Estímulo Reforçador Positivo e Estímulo Reforçador Negativo.

Reforçadores Primários versus


Secundários
Quando falamos de reforçadores, estamos nos referindo a reforçadores
secundários, ou seja, coisas de que aprendemos a gostar, de preferência a
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reforçadores primários, que são coisas que precisamos para sobreviver, como ar,
água e comida.
Nunca negamos reforçadores primários. São reforçadores primários
poderosos? Certamente. Sempre trabalharemos para obter os reforçadores
primários acima de qualquer coisa.
Se não pudermos respirar, faremos de tudo para conseguir oxigênio! Se
estivermos famintos, a comida se tornará muito motivadora. Se tivermos sede, água
é nossa prioridade. Quando usamos comida ou bebida como reforçadores, eles são
como um brinde extra, uma coisa prazerosa ou reforçador secundário, nunca o
sustento necessário à sobrevivência!

Reforçadores secundários são coisas como:


● Tangíveis: bijuterias, brinquedos, livros, figurinhas, etc.
● Comestíveis: doces, frutas, biscoitos, batata frita, guloseimas, etc. (brindes
extras).
● Atividades: um filme, videogame, ciranda-cirandinha, tempo livre, um jogo,
tempo no computador, etc.
● Sociais: um elogio, sorrisos, um aceno de cabeça, aplausos,
polegar-para-cima, uma piscadinha, etc.
● Físicos: cócegas, abraços, beijos, tapinhas nas costa, um toque, um balanço,
etc.

Punição
Punição é algo que tem um significado específico entre os termos
comportamentais. Punição quer dizer qualquer coisa que tende a enfraquecer o
comportamento que segue. Não tem o componente adicional de ferir outra pessoa
que comumente associamos à palavra punição.
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Por exemplo, não permitir a uma criança que assista a seu programa de TV
porque bateu em sua irmã seria considerada uma punição se o comportamento de
bater fosse enfraquecido como resultado. Se o comportamento de bater NÃO
diminuir, então, “comportamentalmente” falando, a retirada da TV não seria
considerada uma punição.
Mandar alguém para a prisão por cometer um crime é punição se reduzir o
comportamento criminoso no futuro. Eis alguns outros exemplos de punição: um
homem beija uma mulher e leva um tapa, portanto ele tenderá a diminuir seu
comportamento beijoqueiro – ao menos com essa mulher. Uma mulher cheira uma
flor e é picada por uma abelha e assim ela tenderá a não mais cheirar flores no
futuro.
Você faz um discurso e, se todos na audiência o vaiarem, tenderá a não falar
mais em público. Você come uma salada de batata em um piquenique e adoece –
no futuro evitará saladas de batata, ao menos em piqueniques.

Idéias para reforçadores


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Esta lista foi desenvolvida em janeiro de 2005 por participantes da Comunidade Virtual Autismo no Brasil. A versão
original, em inglês, “98 Ways to Say Very Good” foi desenvolvida principalmente por pais, num projeto conjunto da Canadian
Child Day Care Federation e a Canadian Association of Toy Libraries and Parent Resource Centres.
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Escolhendo reforçadores que


funcionem com a criança

Antes de realmente começar a ensinar a criança, é muito útil verificar que


tipos de coisas são reforçadores para ela. Faça uma lista e, antes de tudo, separe
estes itens.
Você pode querer separar certos brinquedos e bugigangas especialmente
para o horário de trabalho, para que sejam especiais. Você pode querer reservar
também guloseimas favoritas, vídeos, jogos, etc., só para estas horas.
Como descobrir quais devem ser estes reforçadores?
Pergunte​ à criança, mãe, pai, babá, irmãos, professores, etc
Observe Olhe o que a criança escolhe para brincar por si só. Lembre-se,
poderão ser coisas pouco usuais que interessam a ela – uma caixa de vídeo, um
papel brilhante, um barbante, um espelho, um cobertor. Não se preocupe, por ora,
se estas opções são pouco usuais.
Teste ​Deixe a criança escolher dentre diferentes itens de uma caixa. Troque
as escolhas. Pode ser interessante ter uma caixa com várias coisas legais, assim
você poderá dar-lhe três ou quatro coisas diferentes de cada vez. Lembre-se de
apresentar diferentes categorias de reforçadores, tais como comida, brinquedos,
vídeos, oportunidades de brincar, etc.
Force uma escolha Dê à criança a escolha entre dois – “Você quer
figurinhas ou um biscoito?”.
Tente coisas diferentes Dê um reforçador diferente a cada vez e observe
qual é o mais eficaz e convidativo.
Use muitos reforçadores interessantes e variados À medida que você
conhece seu aluno aprenderá quais os seus interesses particulares – brinquedos,
carros, quebra-cabeças, vídeos, etc. Mas lembre-se: suas preferências vão mudar,
e sua tarefa é ajudá-lo a desenvolver novos e variados interesses.
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Usando reforçamento positivo para ensinar habilidades

Quando você for ensinar uma habilidade pela primeira vez, a recompensa
deve ser dada depois de cada tentativa bem-sucedida. Isto é chamado um esquema
de reforçamento contínuo.
À medida que a criança domina cada habilidade, gradualmente reduzimos
nosso reforçamento, passando de contínuo (toda vez que ela faz alguma coisa),
para intermitente (de vez em quando). Pense em uma criança aprendendo a andar –
a mamãe e o papai estão tão felizes que aplaudem a criança todas as vezes que ela
dá um passo, o que a encoraja a continuar.
Conforme ela vai se tornando um bom caminhante, naturalmente mamãe e
papai diminuem seu reforçamento. Alguém já ouviu um pai falar “MUITO BEM,
ANDOU LEGAL” para uma criança de dez anos? Por que diminuir o reforçamento?
Por que NÃO reforçar comportamentos desejados o tempo todo, todo o tempo?
Porque não queremos que a criança fique dependente de nosso reforçamento para
fazer algo. Queremos que ela o queira fazer por si mesma.
Reforçamento contínuo não é um esquema natural e, conseqüentemente,
precisamos copiar o ambiente natural.

Esquemas de reforçamento
Há dois tipos principais de esquemas de reforçamento: Contínuo e Intermitente. ,

Esquema de Reforçamento Contínuo


Um esquema de reforçamento contínuo é usado quando ensinamos um
comportamento ou habilidade pela primeira vez (aquisição).
É Reforçamento Positivo que segue imediatamente a cada ocorrência do
comportamento.
Uma máquina de vender guloseimas é um exemplo de Reforçador Contínuo
– você obtém alguma coisa a cada vez que puser dinheiro nela.

Esquema de Reforçamento Intermitente


Nem toda a ocorrência de um comportamento desejado é reforçada. É usado
para manter comportamentos adquiridos.
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Uma máquina de apostas é um exemplo de um Reforçador Intermitente –


você não obtém alguma coisa a cada vez que põe dinheiro nela.
Um número variável de comportamentos precisa ocorrer antes do reforçador
ser dado. É o mais sustentável, e é mais próximo do ambiente natural. (Eis porque
as loterias são tão populares – você nunca sabe quando você receberá um prêmio!).

Há quatro tipos:
Razão Fixa (FR) ​– o reforçamento é dado depois de um número fixo de
respostas corretas. Por exemplo, uma criança pode receber uma figurinha depois de
cada 10 respostas corretas a questões de matemática, ou um trabalhador recebe o
pagamento previsivelmente a cada mês.

Razão Variável (VR) ​– similar a Razão Fixa, mas aqui o reforçador é dado
depois de um número médio de respostas corretas. Por exemplo, se a razão
variável é 25, o reforçamento pode variar de 10 a 50, mas se você tomar a média,
verá que a criança foi reforçada para um comportamento positivo, na média, a cada
25 vezes. Isto é comumente usado em situações de ensino em que as habilidades
já foram aprendidas.

Intervalo Fixo (FI) – O reforçamento é dado para a primeira resposta correta


depois que um intervalo específico de tempo tenha se passado. Por exemplo, um
professor checa se os alunos estão estudando na biblioteca a cada 30 minutos e dá
uma estrela na ficha de comportamento por estudarem em silêncio. O problema com
o padrão de Intervalo Fixo de reforçamento é que os alunos rapidamente
aprenderão que só precisam “dar a resposta correta” (estudar em silêncio) ao final
de cada período de 30 minutos.

Intervalo Variável (VI) – similar ao Intervalo Fixo, mas aqui o reforçamento é


ministrado depois de decorrido um intervalo variável de tempo. Por exemplo, o
professor verifica os alunos na biblioteca a intervalos variados de tempo, que seriam
imprevisíveis. Ele poderia aparecer após 10 minutos, depois após 35, então após 15
minutos, etc. Porque os alunos não sabem quando ele virá, tenderão a estudar mais
silenciosamente.
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Como usar reforçadores


Associe a si mesmo com o reforçamento positivo. ​Esta é provavelmente
a coisa mais importante que você pode fazer como professor. Para aprender com
você, o aluno precisa estar ligado a você. Antes mesmo de fazer qualquer coisa
como professor, gaste algum tempo com a criança estabelecendo uma relação
reforçadora positiva. Pareie-se a todas suas coisas favoritas. Se ele gosta de
biscoitos, então você será a pessoa a lhe dar os biscoitos. Se o interesse é por
quebra-cabeças, seja a pessoa que traz os quebra-cabeças. Lembre-se: parear é
uma situação sem demandas. Você não estará pedindo à criança para fazer nada
além de ficar perto e gostar de você.

Torne o ambiente de trabalho reforçador. ​Faça do ambiente de trabalho


um lugar divertido. Tenha uma atividade favorita sobre a mesa para quando a
criança chegar para seu trabalho. Não deixe que a recompensa pelo trabalho seja
para o não-trabalho (Alguns professores usam uma parada no trabalho como
reforçador). Embora isto possa parecer uma boa idéia, o que você estará dizendo é
que o trabalho não é divertido – e ele deveria ser tão divertido quanto possível.

Fixe um esquema inicial ao ensinar e passe logo que possível a um de


Razão Variável. Vá de um esquema de Reforçamento Contínuo para um
Intermitente – “VR”, ou “Razão Variável”, com a meta final de fazer o reforçador ser
como na vida real sem perder a resposta desejada. A idéia é manter a
aprendizagem enquanto se vai esvanecendo a necessidade de reforçamento. Isto
dá condições à criança de aprender mais prontamente no ambiente natural, porque
este não reforça de maneira previsível. Antes de ensinar, tenha uma idéia do
esquema VR que usará. Por exemplo, se você começa com um esquema VR5 você
reforçará a uma média de cada 5 respostas. Então, tão rápido quanto possível,
amplie o esquema – para 10, 15, 25, 50... Você perceberá se está muito alto quando
começar a perceber comportamentos negativos na criança.

Dê a recompensa imediatamente após o comportamento – e nós


queremos dizer imediatamente! Mesmo um pequeno atraso pode permitir que outro
comportamento aconteça. Por exemplo, você pede à criança para tocar sua cabeça
e ela toca. Então, enquanto você olha de lado para dar seu reforçador, ele toca seus
joelhos. Quando você der o prêmio, o que estará reforçando? Não se surpreenda se
da próxima vez que pedir que toque sua cabeça ele puser a mão no joelho! Ou ele
dá a resposta certa, mas introduz um tapa, se você for lento demais em premiá-lo.
Você, sem dúvida, não quer reforçar comportamentos negativos!
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Mude seu grau de reforçamento de acordo com o nível de realização.


Isto se chama reforçamento diferencial, porque varia de acordo com as
circunstâncias:
● Fazer algo certo ao primeiro pedido requer um grande reforçador – faça uma
festa: ​“UAU! VOCÊ É O MAIOR! MUITO BEM! GUARDOU SEUS
BRINQUEDOS! É ASSIM QUE SE FAZ!”, junto com um abraço e um
pequeno doce, por exemplo.
● Fazer algo com uma dica recebe um reforçamento menor: “Bom trabalho!
Guardou seus brinquedos!”.
● Uma tarefa que requer ajuda total geralmente recebe apenas uma
confirmação do que foi feito: “É assim que se faz, guardou os brinquedos”.
A razão para isso é que você quer que a criança responda ao primeiro pedido, ou
SD. Se ela recebeu um reforçador tão grande mesmo quando foi preciso dar-lhe
uma dica, não haverá motivo para fazê-lo prontamente. Ela ficaria, assim,
“dependente de dica”.

Mantenha a sua entonação consistente com sua mensagem. Tenha


certeza de que seu “sim” ou “muito bem” seja positivo e entusiasmado. Quando
disser “não” ou “tente de novo” no contexto de uma aula, seu tom deve ser
absolutamente neutro. Você quer que sua voz seja consistente com sua mensagem
– quando está reforçando, ela soa positiva, alegre, com vários graus de entusiasmo;
quando você não está reforçando, sua voz não terá emoção. “Não” e “UAU!”, devem
soar de maneira diferente. Um erro comum é falar “Não” com voz pausada, esticada
no final: “NÃÃÃÃOOOO”. Isto pode soar como positivo a uma criança com pouca
linguagem receptiva. Uma boa idéia é ter certeza que, se alguém que não fala sua
língua estivesse ouvindo, entenderia sua mensagem apenas pelo tom de voz.

Seja consistente. ​Tenha certeza de ser consistente no quê você elogia.


Tenha certeza de verificar nas tabelas de SD o que seria uma resposta aceitável.
Não reforce umas vezes por dizer “uá uá” para em outras aguardar um pedido de
“água, por favor”. Não vá pedir à criança que coloque um objeto em sua mão e da
próxima vez permitir que apenas aponte para ele.
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Quando começar um novo programa ou se você for um novo professor,


reforce mais freqüentemente. Quando ensinar um novo comportamento, tenha
certeza de reforçar consistentemente toda vez que a criança realiza a nova tarefa.
Você quer construir competência e confiança o mais rápido possível. Novos
professores também deveriam reforçar em um esquema contínuo. Eles precisam
parear a si mesmos com reforçadores tangíveis por algum tempo, até que eles
mesmos se tornem uma fonte de reforçamento positivo. À medida que a capacidade
ou a familiaridade se desenvolve, o esquema de reforçamento pode ser esvanecido,
e mais reforçadores sociais podem ser usados. É possível ter a mesma criança
usando diferentes esquemas de reforçamento durante o mesmo programa e com
diferentes instrutores. Sempre haverá dias em que será preciso temporariamente
aumentar os reforçadores porque a criança está com problemas de prestar atenção
ou apenas não se sente bem ao trabalhar.

Varie sua voz, tom e frases usadas. Tenha em mente que a variedade é
importante quando você está usando elogios verbais. Você não ficaria enjoado em
ouvir “Bom trabalho” ou “Uau!” duzentas vezes por dia?

Seja específico sobre o que você está reforçando. Sempre deixe claro o
que você está reforçando. Isso não apenas permitirá à criança saber por que você a
acha “Genial”, mas vai ajudá-la a aprender o nome de itens ou ações. “Muito bem, o
cachorro está pulando” é melhor do que apenas “Muito bem!”. “Você é grande,
encontrou os círculos!” é melhor que “Você é grande!”. “Eu gosto de ver você
trabalhando assim, quietinho!” é melhor que “Eu gosto de ver você trabalhando!”.

Monitore a eficácia dos reforçadores e varie-os. ​Acredite ou não, é


possível enjoar de comer o chocolate M&M. Uma vez que a criança atingiu o limite
para uma coisa que antes lhe era prazerosa, esta vai perder sua eficácia como
reforçador. Isto é chamado “saciedade”. Se a criança já estiver comendo batatinhas
fritas antes da aula e você decidir usá-las como reforçador, deve se lembrar que não
haverá eficácia, porque a criança já estará saciada de batatinhas. Freqüentemente,
os professores reservam coisas de interesse e brinquedos especiais para a aula e,
assim, o interesse neles e a motivação será alta. Reforçadores funcionam melhor
quando a criança não os tem à disposição o tempo todo. Lembra como esperava
pela Ceia de Natal antes de se empanturrar? Como “peru” soa no dia seguinte? No
outro dia? Você não precisará monitorar constantemente a eficácia dos seus
reforçadores. Apenas observe – no que a criança está interessada hoje? Esteja
preparado para mudar de reforçador imediatamente se ele não for mais eficaz.
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Amplie o repertório de reforçadores. ​Você deve observar constantemente


para verificar quais são os reforçadores mais desejados/poderosos e trabalhar para
ampliar o repertório da criança. Você não quer que ela trabalhe apenas para ter o
boneco Barney. O que acontecerá se ele se perder? E se a criança se cansar do
boneco? Você deve desenvolver e expandir seu repertório de reforçadores, assim
ela poderá se manter interessada e aprender sobre muitas outras coisas. Associe o
Barney a outros reforçadores para construir seu repertório. Quando você associa
algo novo (vamos dizer, o Bob Esponja) com alguma coisa que já tem valor
reforçador (por exemplo, o Barney), então o Bob Esponja eventualmente vai ganhar
o valor do velho item reforçador (Barney) e se tornar um reforçador por si só. Isto é
chamado “procedimento de pareamento” (“pairing procedure”).

. Associe recompensas com elogios. Reforçar freqüentemente começa


com tangíveis e comida. Associá-los a elogios sociais, abraços ou cócegas poderá
fazer com que os elogios venham a ser tão eficazes quanto aqueles. Pode ser que
os reforçadores sociais possam vir a serem usados sozinhos. Isto acabará por
ajudar a criança a internalizar o sentimento de bem-estar sobre si mesma. E este
sentimento de orgulho poderá se tornar um reforçador ele mesmo.

Pegue a criança fazendo algo certo no ambiente natural, também.


Reforçamento positivo é o mais poderoso instrumento para ajudar a criança a
aprender. É usado na aula quando a criança faz algo certo. Deve ser usado também
fora da aula, na vida diária, quando a criança faz algo certo. Não é necessário
esperar que a criança faça algo grande direito, ou faça algo que você pediu.
“Alguma coisa certa” pode ser apenas que ela esperou sua vez direitinho, ou, se
sentou enquanto comia seu doce, tanto quanto dar a “resposta certa”. Pegue-a
fazendo a coisa certa o máximo que você puder.

. Tome cuidado com o poder dos reforçadores. Assim como o reforçador


ajuda uma criança a aprender comportamentos e habilidades novos, desejáveis, o
mesmo também se aplica no sentido de ensinar-lhe comportamentos ​indesejáveis​.
Por exemplo, uma criança tem um piti (tantrum, acesso de raiva) na loja; a mãe lhe
compra um brinquedo para que fique quieta. Da próxima vez que quiser um
brinquedo, o que fará? Uma criança chora porque não quer ir para a cama; o papai
senta com ela até que caia no sono. O que acontecerá na noite seguinte? O
professor pede que a criança guarde seus brinquedos e ela se recusa; o professor
deixa que ela vá embora. Quais são as chances de ela guardar os brinquedos da
próxima vez? Depois de lhe ser dito para não comer na sala, uma criança continua
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nela com um pirulito; a mamãe finalmente se cansa de insistir e a deixa lá com seu
pirulito. Qual a chance que a mãe tem de mantê-la fora da sala com sua comida?

Apesar de provavelmente tornar-se bem sucedido para reforçar comportamentos positivos “no
programa”, você deve manter-se atento para reforçá-los no seu ambiente natural. Isto quer dizer:
sempre levar até o fim a execução de um pedido, demanda, ou decisão.

Regra Prática: Se você não está preparado para ir até o fim sem fraquejar, não
apresente uma demanda.
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Manejo do Comportamento

Comportamentos indesejáveis podem emergir quando uma criança está


cansada, faminta, frustrada, aborrecida, desocupada, excitada, ou em uma situação
nova ou difícil.
Por causa de limitações de linguagem, a criança pode ser incapaz de
identificar seus sentimentos ou intenções. Para lidar adequadamente com
comportamentos, você terá que observar e entender as suas funções. O que fará
para lidar com estes comportamentos dependerá completamente da função que
eles têm para cada criança em particular.
Por exemplo, embora um comportamento possa parecer agressivo (como
bater), isto não significa necessariamente que a intenção ou função do
comportamento também seja agressiva. Bater em alguém poderia ser um modo
inadequado de comunicar-se e dizer “oi!”. Para outra criança, bater pode ser usado
para dizer “não”; e para outra criança pode ser puramente um gesto agressivo.
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Funções do Comportamento
Modificar um comportamento significa mudar os eventos ambientais
(antecedentes e conseqüências) sob os quais ele ocorre. Para fazer isto,
precisamos entender bem a relação funcional entre essas condições e o
comportamento. Em outras palavras, o comportamento que está acontecendo tem
alguma função para a pessoa, ou não estaria acontecendo. Iwata (1993)4 e
Miltenberger (1999)5 descreveram as quatro funções do comportamento.

Reforçamento Social Positivo


Este reforçamento é proporcionado por outra pessoa.
● Uma pessoa presta atenção a uma criança quando esta exibe um
comportamento específico ou um conjunto de comportamentos.
● Uma pessoa apresenta atividades reforçadoras ou tangíveis para uma
criança, tais como brinquedos, comida, etc., quando ela apresenta um
comportamento específico ou conjunto de comportamentos.
● Isto pode ser prestar atenção a uma criança (ou dar lhe seu brinquedo
favorito) porque ela está fazendo birra ou batendo em alguém.
● Freqüentemente chamado COMPORTAMENTO DE BUSCA DE ATENÇÃO.

Reforçamento Social Negativo


Este reforçamento é mediado por outra pessoa.
● A pessoa interrompe uma interação aversiva, tarefa ou atividade, quando a
criança exibe certos comportamentos.
● Quando a criança apresenta uma crise de birra e alguém a deixa escapar de
fazer a tarefa, como resultado desta birra, isso também é reforçamento social
negativo.
● Comportamento freqüentemente chamado ​COMPORTAMENTO DE FUGA
DE DEMANDA

Reforçamento Positivo Automático


Este reforçamento é uma conseqüência automática do próprio comportamento.
● Fazer algo para satisfazer sua própria necessidade é Reforçamento Positivo
Automático.
● Comportamento auto-estimulatório (“stims”) que provê estimulação sensorial,
tal como se balançar, “agitar mãos”, repetir frases continuamente, são
exemplos de Reforçamento Positivo Automático.
● Comportamento muitas vezes chamado​ “stim”​.
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Reforçamento Negativo Automático


Apresentar este comportamento tem o efeito de remover ou reduzir uma
condição aversiva.
● Exemplo: você fecha a janela quando está com frio.
● “Agitar as mãos” ou balançar-se para reduzir a ansiedade é um exemplo de
reforçamento negativo automático.
● Isto também pode caracterizar COMPORTAMENTO
AUTOESTIMULATÓRIO. (Nota: a diferença entre o Positivo Automático e o
Negativo Automático é que o primeiro lhe dá algo positivo, enquanto o
segundo retira algo negativo).
● A criança que puxa sua orelha para tentar reduzir a dor (Reforçamento
Negativo Automático) pode ter uma infecção de ouvido. A criança que deita a
cabeça na mesa pode estar tentando aliviar o cansaço ou ter dor de cabeça.
A criança que tira a roupa pode estar tentando reduzir o desconforto por estar
quente ou molhada. Isto é freqüentemente chamado de RAZÕES
TANGÍVEIS.
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Avaliação Funcional
Avaliação Funcional é “o processo de coletar informações sobre os antecedentes
e conseqüências que estão relacionadas funcionalmente à ocorrência de problemas
de comportamento”. (Miltenberger, 2001).

B.F. Skinner foi o primeiro a usar o termo “Avaliação Funcional” ao referir-se


a eventos ambientais que são relacionados funcionalmente ao comportamento.
Existem relações funcionais tanto entre comportamentos adaptativos como mal
adaptativos.
A pesquisa do Dr. Brian Iwata começou a desenvolver protocolos para
selecionar tratamentos baseados nas funções do comportamento. Anteriormente,
intervenções ou tratamentos se baseavam na topografia (forma) do comportamento
em vez da função. Esta abordagem, na verdade, poderia resultar no fortalecimento
do comportamento em vez de sua redução. Pense, como exemplo, em uma criança
fazendo birra na “hora do círculo” na escola.
A professora vê a forma do comportamento (chorar e bater) e intervém
retirando a criança do círculo (porque esta é sua política de lidar com o
comportamento de bater). O resultado é que o comportamento de bater fica
fortalecido, porque o que a professora fez de fato foi dar Reforçamento Social
Negativo – permitiu à criança escapar da exigência “hora do círculo”. Amanhã a
criança exibirá o mesmo comportamento de bater PARA SAIR DA “HORA DO
CÍRCULO”.
Se a professora tivesse feito uma avaliação funcional para ver o porquê da
função de bater, provavelmente ficaria aparente que era um comportamento de
Fuga de Demanda. Como resultado, a intervenção dela provavelmente seria outra.
Uma Avaliação Funcional é planejada para determinar: onde e quando o
comportamento ocorre; com quem ocorre; com que freqüência; e o que acontece
antes e depois que o comportamento ocorre. Então, com base nos dados da
avaliação, os próximos passos são decididos e uma intervenção ou plano de
tratamento é posto em ação.
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Três Métodos de Conduzir Avaliações Funcionais

1. Avaliação Indireta: ​entreviste professores, pais, amigos; crie e distribua


questionários (use escalas de avaliação de pais, professores, etc.).
2. Observação Direta: ​observe e registre o comportamento-alvo tal como
ocorre. Isto, provavelmente, é o mais preciso e mais fácil de fazer. Escolha o
momento em que você pensa que o comportamento tem probabilidade de se
manifestar. Não há nenhum sentido em observar “tempo de história” se a
professora relata que, nesta situação, a criança apresenta seu melhor
comportamento. Pergunte qual a hora do dia ou quais eventos que tendem a
produzir mais comportamentos-problema. Uma precaução: ainda que os
comportamentos PAREÇAM os mesmos, as funções podem ser diferentes,
dependendo das circunstâncias; assim seja cuidadoso quanto a generalizar
uma intervenção de mudança de comportamento para outras circunstâncias
além das que você observou.
3. Manipulações experimentais: ​(deixe para os profissionais!).

Observação
Amostra de uma Folha de Observação e Avaliação Funcional:
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O tipo de coisas que você está procurando nos ​Antecedentes​ é:


● Quando o comportamento-problema usualmente ocorre?
● Onde o comportamento-problema usualmente ocorre?
● Quem esteve presente quando o comportamento-problema ocorreu?
● Que atividades ou eventos aconteceram imediatamente antes da ocorrência
do comportamento?
● O que as outras pessoas disseram e fizeram imediatamente antes do
comportamentoproblema ocorrer?
● A criança emitiu quaisquer outros comportamentos antes do
comportamento-problema?
● Quando, onde, com quem e sob que circunstâncias é menos provável do
comportamento-problema ocorrer?

O tipo de coisas que você está procurando nas​ Conseqüências ​é:


● O que aconteceu depois que o comportamento-problema ocorreu?
● O que outras pessoas fizeram quando o comportamento-problema ocorreu?
● Que mudanças ocorreram depois da ocorrência do
comportamento-problema?
● O que a criança recebeu depois da ocorrência do comportamento-problema?
● O que a criança evitou ou do que ela escapou depois do
comportamento-problema?

Exemplo de uma “checklist” observacional (adaptado de Miltenberger, 1999).

Este método de lista de observação é geralmente usado após os


comportamentos-problema terem sido identificados através de uma entrevista com o
professor ou pai e é usada para obter dados mais específicos.
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Lidando com o Comportamento


Uma vez que tenha analisado os dados, estará na posição de descobrir
algumas funções dos comportamentos, podendo começar a lidar com elas através
de intervenções apropriadas. Aqui há algumas idéias para lidar com cada função do
comportamento:

Comportamento de fuga de demanda (Reforçamento Social Negativo)


Quando um comportamento é realizado com a intenção de atrasar ou evitar
uma exigência ou tarefa requerida, é chamado de “fuga de demanda”. Por exemplo,
a professora pede a uma criança que aponte o Tigrão; a criança a belisca; a
professora a coloca sentada em “tempo-fora”.
O que realmente aconteceu foi que a criança achou uma estratégia eficaz
para deixar de fazer o que a professora pediu. Na próxima vez em que a professora
lhe pedir que faça algo que não quer, é provável que ganhe um beliscão. Como agir
nestas situações...

Ir até o fim com a exigência (ensinando obediência). O professor sempre


deveria ir até o fim com a exigência feita, usando o nível de ajuda necessário
para que a mesma seja completada. Não reforce se você tiver que superar os
obstáculos criados pela criança. Se for impossível completar a exigência original – a
criança tem uma crise de birra violenta, por exemplo – uma opção é reduzir o nível
da exigência e pedir à criança que faça algo mais fácil, como “toque seu nariz” ou
“bata palmas”. Isto é para que ela não saia de forma gratuita da situação ao
intensificar o comportamento a ponto de você desistir de fazê-la obedecer.
Exigências físicas são boas neste momento, porque o professor sempre pode dar
ajuda física para garantir que a criança complete a atividade. ​Não reforce a criança
nesta situação.

T​ente dar atenção mínima para o comportamento que está sendo exibido,
assegurando-se de que a criança e outros estão seguros.

Ensine à criança linguagem funcional apropriada. ​Ensine a criança a


pedir “mais 2 minutos” em vez de gritar, ou mesmo a dizer “não quero”. Uma criança
frustrada é uma pessoa que não consegue se fazer compreendida ou ter suas
necessidades conhecidas. Reconhecer a razão de sua raiva – “você está furiosa
porque o picolé acabou” ou “você não gosta de cortar o cabelo” – ou induzi-la a
dizer “vá embora”, “me dá”, ou “eu estou brava”, pode freqüentemente ajudar a
aliviar uma situação. Isto pode ser usado como uma oportunidade de ensino para
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ajudar a nomear sentimentos e solucionar problemas com a criança, como: “Eu sei
que você está triste – o que poderia fazer você sentir-se alegre?”.

Antecipar e Evitar. Antes que o comportamento surja ou se torne muito


severo, você pode dar uma volta para gastar energia? Adiantar a hora do lanche
para afastar a fome? Fazer um carinho e cantar uma canção ou ler uma história de
cinco minutos? Deixar a criança ter um brinquedo ou objeto que a acalme, uma
chupeta, bicho de pelúcia ou manta favorita? Escutar música? Dar uma volta de
bicicleta? Apenas lembre-se de não reforçar comportamentos negativos –
assegure-se de não recompensar a criança com um carinho ou biscoito se ela
acabou de fazer uma birra. Ao invés, você pode usar estas “rotinas neutralizadoras”
como reforçadores durante uma aula, quando você vê que a criança está
começando a ficar agitada ou pensa que ela poderia ficar. Pode até ser uma
atividade programada, como um intervalo.

Bloquear e Redirecionar. ​Você não tem que deixar a criança lhe agredir,
enquanto você “agüenta”. Use suas mãos ou o corpo para bloquear fisicamente o
comportamento ou interrompê-lo, impedindo-a de entrar em contato consigo.
Redirecione-a para um comportamento mais desejável. Cuidado para não reforçá-la

Comportamento Auto-Estimulatório (Reforçamento Automático)

Todo o mundo tem comportamentos auto-estimulatórios. Quando você


balança o pé, enrola o cabelo, ou clica sua caneta, está se engajando em
comportamentos auto-estimulatórios. Estes podem ser tanto calmantes como
excitantes, dependendo da pessoa.
Comportamentos auto-estimulatórios se tornam um problema quando são
excessivos e interferem com o aprendizado ou a interação adequada com pessoas
ou objetos. Uma criança com TID/Autismo pode apresentar comportamentos
auto-estimulatórios estereotipados, como “agitar as mãos” (flapping), balançar-se
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(rocking), enfileirar objetos, fixar o olhar em luzes, repetir verbalizações, cantarolar,


etc.
Comportamentos auto-estimulatórios são os mais difíceis de manejar, porque
são automáticos e por definição auto-reforçadores. Você precisa achar um
reforçador MAIOR do que o desenvolvido pela criança: freqüentemente, um grande
desafio.

O que fazer nestas ocasiões?


Coloque os comportamentos auto-estimulatórios sob controle do
professor. Neste caso, a criança precisaria estar envolvida em uma atividade de
aprendizagem para ganhar o comportamento auto-estimulatório como reforçador. O
professor controla a quantidade e o momento do mesmo. Em última instância ele
seria pareado com e substituído por outro reforçador mais apropriado.

Redirecione o comportamento para um substituto mais apropriado. ​Por


exemplo, se a criança tem um comportamento auto-estimulatório de bater palmas,
você poderia interrompê-lo e redirecioná-lo para uma atividade de música, como
bater num tambor, ou tocar pratos, caso o ruído das palmas seja o que mantém o
comportamento. Se for a estimulação sensorial que estiver mantendo o
comportamento, o comportamento poderia ser redirecionado para uma atividade
com massinha ou argila.

Faça perguntas ou pratique ecóicos para interromper comportamentos


autoestimulatórios verbais​, ou atrapalhe a emissão do mesmo. Por exemplo, se
ela gosta de repetir uma frase inúmeras vezes, você pode inserir uma palavra na
frase para que esta perca seu valor reforçador. Imagine-se tentando cantar uma
canção e alguém interrompendo com observações bobas, ou com um tom errado:
provavelmente vai acabar desistindo porque a canção perdeu valor para você.

Excluir o comportamento auto-estimulatório (“stim”). ​Você pode manter


a criança tão ocupada com várias tarefas e ordens que simplesmente não há tempo
para este comportamento. Preencha a programação de uma criança de forma que
comportamentos inapropriados (perseverativos ou auto-estimulatórios) não tenham
chance de ocorrer – eles são “excluídos”. Isto talvez seja necessário em nível micro
ou macro. Por exemplo, algumas crianças podem precisar de um “micro-manejo”,
em que a professora ou o pai fique próximo a ela o tempo todo, durante todas as
atividades, e se antecipem ou redirecionem comportamentos inapropriados
imediatamente (por exemplo: uma criança está colorindo e quer enfileirar os gizes
de cera ao invés de colorir; a professora intervém para prevenir ou redirecionar até
que isto não seja mais um hábito). Outras crianças podem requerer uma supervisão
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mais solta. Apenas ter um horário cheio, ou escola e atividades de jogo bem
estruturadas podem ser suficientes para prevenir que aconteçam comportamentos
perseverativos ou auto-estimulatórios.

Use um programa de Reforçamento Diferencial onde você reforça a


intervalos de tempo quando o comportamento não acontece. Estes tipos de
programas são explicados adiante, ainda neste capítulo.

Causas “tangíveis” de Comportamento (Reforçamento Negativo)

Este comportamento é o de uma criança tentando remover ou reduzir uma


condição aversiva que seria considerada aversiva para a maioria das pessoas. Isto
inclui coisas como estar doente, cansado, faminto, sedento, com calor, etc. O que
fazer nestas ocasiões...
Corrija isso!
Confira os motivos óbvios e lide com eles. Entretanto, cuide para que a
criança não aprenda ser este um modo bom para escapar de tarefas!

Comportamento de Busca de Atenção (Reforçamento Social Positivo)


Este comportamento visa ganhar atenção, atividades ou tangíveis. Por
exemplo, assim que a mãe pega o telefone, a criança começa a choramingar; ou
quando a professora passa a trabalhar com outro aluno, a criança lhe bate ou joga
os gizes de cera no chão.
Geralmente, a melhor conseqüência para isto é IGNORAR o comportamento.
Lembre-se que toda a atenção é reforçadora para a criança; assim, dizer “eu não
gosto disso” pode ter o mesmo efeito de dizer “jóia!”. Um exemplo clássico é o da
criança no jardim de infância que não obedece às instruções e constantemente
corre ao redor da sala durante “a hora do círculo”.
A solução da professora? O menininho se senta agora no colo dela durante
esta atividade. Ele aprendeu que seu comportamento negativo é recompensado
com atenção especial da professora.
O que fazer a respeito…
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Preste o mínimo de atenção ao comportamento negativo – A regra é


prestar o mínimo de atenção ao comportamento, assegurando-se que ninguém se
machuca. Obviamente você terá que intervir se a criança agredir fisicamente uma
outra criança ou estiver prestes a machucar-se. Mas o objetivo é conhecer
suficientemente bem seu aluno, de forma a antecipar a maioria destes ataques e,
assim, poder controlar a situação sem dar-lhe muita atenção.

Se a criança quiser algo que você ​está preparado a lhe dar, mas apresentar
um comportamento impróprio para solicitá-lo, você pode dizer-lhe que pare o
comportamento, contar alto até 10, e então fazer a criança pedir adequadamente e
lhe dar o que pediu.

Se a criança quiser algo que você ​não está preparado a lhe dar, e ela
apresentar um comportamento impróprio para pedi-lo, diga lhe que pare, vire-se ou
afaste-se da criança (para tirar a atenção) e espere até que o comportamento pare
por aproximadamente um minuto. Então você pode voltar e redirecioná-la para algo
que ela pode ter ou fazer.

Ensine como obter atenção adequadamente​. Pratique como chamar a


mamãe ou o professor, ou como tocar gentilmente no seu braço.

Reforce por obter atenção adequadamente. ​Lembre-se de procurar


oportunidades para “pegar” a criança fazendo algo apropriado, de modo que você
possa dar-lhe muita atenção e reforçamento.

Ponha o comportamento em extinção​. Extinguir significa reter ou remover


o que está reforçando o comportamento.

Extinção de Comportamento
Extinção acontece quando o reforçamento é retido. O termo “extinção” é
freqüentemente usado incorretamente. Muitas pessoas o usam para significar
“ignorar”. Embora ignorar possa resultar em extinção, há vezes em que isso não
ocorre.
Ignorar pressupõe que a atenção é o reforçador; em muitos casos, o
comportamentoproblema (ou outro comportamento) não é reforçado por atenção.
Por exemplo, se uma criança está roubando comida do prato de outra, ela é
reforçada pelo ganho da comida. Ignorar o comportamento de roubo da comida não
extinguirá o comportamento.
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Para extingüir o comportamento, você teria que remover o reforçador – ela


não pode ter êxito na obtenção de comida dos pratos. Se rebobinar vídeos é
reforçador, ignorá-lo não o extinguirá. Para extinguir o comportamento, você teria
que remover o reforçador e não permitir acesso ao botão de rebobinar durante
apresentação de vídeos.
Se choramingar por uma guloseima na loja sempre resultou na mãe dar
chocolate para a criança, neste caso ignorar o comportamento ESTARIA
extinguindo-o, uma vez que o comportamento é do tipo busca de atenção.
Picos de extinção Porém, quando um comportamento não está mais sendo
reforçado, ele aumenta muitas vezes brevemente em freqüência, duração ou
intensidade. Comportamentos novos e maravilhosamente desafiadores podem
emergir, tais como agressão ou emoção.
O pensamento da criança é: “mamãe parece um pouco lenta em entender;
terei que fazer mais força para obter a atenção dela”. Assim, ela aumenta o volume
de voz e seu esforço. Este fenômeno interessante é chamado um “pico de extinção”.
Isto significa que, antes de um comportamento ser extinto ou eliminado, haverá um
tipo de “pico” ou aumento de atividade.
Por exemplo, uma criança que cutuca sua irmã sem obter resposta poderá
cutucá-la várias vezes, depois tentar bater-lhe, pôr a língua para fora, xingá-la –
usando todo seu repertório para provocá-la.
Como a irmã continua ignorando a provocação, a criança intensifica o seu
comportamento. Isto é parte do “pico”; ​SE RESPONDER NESTE PONTO, TERÁ
REFORÇADO TODOS OS ESFORÇOS DA IRMÃ e garantido que esta fará isto
novamente. Por outro lado, se, por mais difícil que possa ser, ela a ignorar, em
algum momento ela se cansará, irá embora, e aceitará que este procedimento não
funciona com sua irmã.
Estará menos disposta a tentar o mesmo no futuro. Ainda que possa levar
algumas vezes para que ela o perceba, isso acontecerá. Esta é a parte da
“extinção”.
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A sucessão completa fica parecida com:

Note que o comportamento aumenta antes de começar a cair. Quinze dias é


apenas um exemplo – alguns comportamentos podem demorar bastante para
extinguir-se: semanas ou meses de cuidadosa extinção.

Utilizando Reforçamento Diferencial para Lidar com


Comportamentos-problema
Uma vez que você entenda o conceito básico e o poder do reforçamento,
poderá variar o modo de aplicá-lo para ajudar em situações difíceis ou desafiadoras.
“Reforçamento Diferencial” é uma técnica que visa mudar a maneira de reforçar com
base nas circunstâncias. Isto é útil quando você está tentando eliminar
comportamentos indesejáveis, como autoestimulatórios, agressão, birras, ou falar
fora de hora. Primeiro, você deve identificar o comportamento que quer eliminar.
Então, escolha o tipo de Reforçamento Diferencial que julgar efetivo.Três tipos
serão tratados aqui:
DRO = Reforçamento Diferencial de OUTRO Comportamento

Aqui, você identifica um comportamento indesejável, e então reforça a


criança quando este NÃO ocorreu durante um certo período. (Defina quanto tempo
é razoável ou possível esperar que a criança se abstenha do comportamento
indesejável e, então, gradualmente aumente o tempo em que ela tem êxito). Por
exemplo, se o comportamento indesejável for sair de um veículo enquanto está
andando, você reforçaria a criança por “sentar legal no veículo”, depois de ter ficado
sentada por, digamos, 1 minuto. Você poderia, evidentemente, usar um reforçador
tangível (um brinquedo, um doce etc.) juntamente com seu elogio para torná-lo mais
poderoso.
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Outros exemplos são:

● Uma criança que pula na cadeira quando trabalhando é recompensada com


um vídeoclipe ao término de cada período de 2 minutos que não pulou.
(“Muito bom! Trabalhou em silêncio!”) Você aumentaria gradualmente o
período de tempo para trabalhar entre os reforçadores, modelando o
comportamento.
● Uma criança que gosta de acender e apagar luzes é recompensada com
adesivos ao fim de cada período de 3 minutos no qual ela não piscou as
luzes. Gradualmente, aumente o tempo requerido para reforçamento. Nota: É
melhor não chamar atenção para o negativo: "Legal não bater na Mamãe”
poderia apenas lhe recordar que batesse! Ao invés, recompense o positivo:
"Eu gosto como você coloriu o desenho".

Temporizador (“timer”)
Este é um “temporizador”, que mostra visualmente
um período de tempo. Quando o vermelho passou, o
tempo acabou. Para usar: Ponha-o perto da área de
trabalho, onde a criança pode vê-lo. Ajuste para um
intervalo muito pequeno de tempo – digamos, um
minuto – e reforce com elogio social e um presente
especial quando o tempo passou sem ocorrência de
comportamentos. Uma vez que a criança entenda o
conceito, comece a aumentar o intervalo de tempo. Se
a criança emitir o comportamento indesejável antes que
o tempo acabe, reajuste o relógio para começar o período novamente. Não é
necessário verbalizar isto para a criança. O temporizador está disponível em
www.timetimer.com., assim como também em várias companhias que vendem
materiais de ABA.
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DRI = Reforçamento Diferencial de Comportamento INCOMPATÍVEL

Basicamente, você dá para a criança algo a fazer que é incompatível com o


comportamento indesejável.
Por exemplo, se você está tentando reduzir comportamento repetitivo verbal,
você poderia fazer a criança soprar bolhas, visto que é impossível – ou incompatível
– falar e soprar ao mesmo tempo. Então, você reforçaria positivamente o
comportamento incompatível, neste caso soprar bolhas.
Outros exemplos são:
● Uma criança que gosta de beliscar outras crianças recebe maracas para
tocar na aula de música e é recompensada por fazer música agradável. (É
impossível beliscar alguém quando você está tocando maracas).
● Uma criança, que bate nas crianças enquanto espera pelo lanche, recebe a
bandeja de frutas para passar e é reforçada com frases como “Que ajudante
jóia!” ou “Excelente ajuda!” (Não se pode bater quando as mãos estão
ocupadas).

Novamente: não lembre a criança do comportamento indesejável ​dizendo: "Eu


estou contente que você não bateu nas crianças”; enfoque, ao invés, o
comportamento positivo (tocar as maracas ou passar o lanche).

DRA = Reforçamento Diferencial de Comportamento Alternativo


Defina claramente o comportamento que você está tentando eliminar, assim como o
comportamento alternativo que você reforçará. Certifique-se de que o
comportamento desejado ocorre pelo menos ocasionalmente. A criança ainda está
recebendo a estimulação que o comportamento indesejável traz, mas ele ocorre
com uma atividade apropriada. Por exemplo, a criança que gosta de jogar coisas é
elogiada e reforçada por jogar uma bola no cesto.
Outros exemplos:
● A criança que bate nas crianças é reforçada com uma bala quando dá socos
em um “João Bobo” inflável (um brinquedo apropriado para bater).
● A criança que belisca é reforçada com elogio verbal sempre que usa
massinha de modelar (uma atividade apropriada para beliscar).

Dica: para lembrar este procedimento, pense no “A” em DRA que significa
"substituição Apropriada”.
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Ajudas e dicas

O que são ajudas e dicas ? Tipos de dicas. Aprendizagem sem erros. Esvanecendo
as dicas. Diretrizes para uso de dicas.

Para ajudar o processo de aprendizagem, usam-se vários níveis de dica.


Uma dica é um estímulo extra que ajudará o comportamento desejado a ocorrer sob
o estímulo correto.
A meta é usar o menor nível possível de dica necessário para conseguir o
efeito desejado e então esvanecer (remover gradualmente) as dicas o mais
rapidamente possível, de maneira que a criança possa fazer tudo sozinha. Todos
usamos dicas na vida cotidiana. Quando escrevemos lembretes para nós mesmos,
isto é uma dica. Quando lembramos nossos filhos de dizer “obrigado”, estamos
usando uma dica. Muitos de nós usamos agendas eletrônicas que nos lembram de
um compromisso 30 minutos antes.
Quando estamos aprendendo a sacar no tênis, primeiro observamos alguém
demonstrando – estamos recebendo uma dica. Quando queremos que crianças
aprendam habilidades e conceitos, precisamos ajudá-las dando-lhes dicas
suficientes para que possam executar determinada tarefa com sucesso.
As dicas vivem acontecendo em situações naturais. Aparecem nas
propagandas, no rádio, TV e em especial nos programas de computadores.
Tomando consciência delas, você perceberá que as usa de maneira freqüente e
natural com seu esposo, filhos, amigos e colegas.
Quando você vê um anúncio de um produto, você está recebendo uma dica.
Quando assiste a um programa de culinária, ou segue um tutorial no computador,
ou recebe uma chamada do seu dentista lembrando-lhe que está na hora do seu
check-up dental, você esta recebendo uma dica.
Você está se dando uma dica quando marca seu aniversário no calendário,
esperando que seu marido note.
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Tipos de Dicas
Há dois tipos principais de dicas: Dicas de Resposta e ​Dicas de Estímulo
(Alberto & Troutman, 19867 ; Cooper e cols., 1987)8 . Uma Dica de Resposta
envolve o comportamento de outra pessoa que ajuda na efetuação da resposta.
Pode ser:
Verbal ​– pode ser verbal parcial (VP) ou verbal total (VT). Verbal total é dar a
resposta inteira – dizendo, por exemplo: “Qual é a capital do Brasil? Brasília”, antes
de fazer a pergunta “Qual é a capital do Brasil?”. Verbal parcial significa dar apenas
uma parte da resposta, um tipo de começo, como em: “Qual é a capital do Brasil?
Bra...”.

Gestual – é apontar para a resposta correta ou indicá-la olhando de relance ou na


direção da resposta correta. Pode ser um outro tipo de movimento, como inclinar a
cabeça para dar um sinal ou começar a executar uma ação. Vamos dizer que você
está ajudando uma criança a brincar de esconde-esconde e procurando uma
criança escondida. Você poderia dar uma dica para a criança procurar no closet
inclinando sua cabeça na direção do closet. Se perguntasse para a criança “O que é
alguma coisa bem alta com degraus onde os bombeiros sobem?” e fizesse
movimentos de subir escadas usando os braços e as pernas, esta seria uma dica
gestual.

Modelação - é quando se mostra à criança como fazer alguma coisa: Ao pedir para
uma criança observar como você anda de bicicleta, está fazendo uma modelação.
Quando pede para uma criança tocar a própria cabeça e, ao mesmo tempo, executa
o movimento, está modelando o comportamento.

Física – Você ajuda fisicamente a criança a completar uma tarefa pondo sua mão
sobre a dela para pegar brinquedos, empilhar blocos, segurar um giz de cera,
escolher um objeto sobre a mesa, usar um garfo ou colher. Também é chamada
condução Mãosobre-Mão (Hand-Over-Hand, ou HOH). HOH também pode significar
pegar a criança e conduzi-la até o local desejado. Iniciação é um outro tipo de dica
física. É uma espécie de “cutucada”. Pode ser feita com uma leve pressão sobre o
braço, costas ou ombro. Pode ser feito começando delicadamente um movimento,
como tocar um braço para indicar que está na hora de levantar a mão, tocar as
costas para relembrar a criança de começar a andar, ou dar tapinhas no ombro para
indicar “é a sua vez”.
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Uma ​Dica de Estímulo é alguma coisa que você faz para tornar o estímulo mais
saliente e mais provável de ser escolhido.
Há dois tipos:
● Dica Intra-estímulo: você muda alguma coisa do estímulo para que se
destaque e tenha mais chances de ser escolhido. Por exemplo, mudando o
tamanho (tornandoo maior que o resto); a forma (pode ser redondo quando
todo o resto é quadrado); a cor (a escolha correta pode ser colorida quando o
resto é branco-e-preto).
● Dica Extra-estímulo: (Schreibman, 19759 ) – alguma coisa que você
adiciona ao estímulo para ajudar a criança a responder corretamente. Por
exemplo, poderia colocar um adesivo de estrela sobre o cartão que traz a
resposta correta. Posteriormente você poderá remover o adesivo
(esvanecê-lo) e, ainda assim, esperar pela resposta correta. Algumas vezes
as mães escrevem um “D” ou “E” nos sapatos das crianças para tornar mais
fácil distinguir direita da esquerda, porque o próprio sapato como dica não é
suficiente.
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Aprendizagem sem erros


Apesar do termo e da técnica de ​Aprendizagem Sem Erros existir há um
bom tempo, tornou-se mais conhecida e mais usada há poucos anos, através da
popularização das técnicas de Comportamento Verbal, trazidas pelo livro “Teaching
Language to Children with Autism or other Developmental Disabilities” (“Ensinando
linguagem a crianças com autismo e outros problemas de desenvolvimento”, sem
edição em português) de Mark Sundberg e James Partington, e por psicólogos e
pesquisadores como Patrick McGreevy e Vince Carbone. Aprendizagem sem erro
significa que você garante que seja dada a resposta correta.
É um sistema de dicas que vai da ajuda MÁXIMA para a ajuda MÍNIMA​.
Você começa com a maior dica disponível e gradualmente esvanece para dicas
menos evidentes, até retirá-las completamente. Aprendizagem sem erro significa
que o aluno dará muitas respostas corretas (não cometerá muitos erros) e, portanto,
o valor de fugir da situação de aprendizagem diminuirá. Imaginese tentando
aprender alguma coisa nova (como um programa de computador!) e errando muito.
Você provavelmente vai querer desistir bem rápido e, se for forçado a
continuar, provavelmente não ficará muito feliz. Se você conseguir ser bem
sucedido, provavelmente se sentirá melhor em relação à situação toda, vai querer
ficar mais tempo e, como prêmio extra, experimentaria o que significa ter sucesso.
DICA:​Quando estiver ensinando uma nova habilidade, comece com uma dica
grande, para manter a aprendizagem sem erro, e depois esvaneça gradualmente as
dicas.

Exemplo de Aprendizagem sem erro com Dica Verbal Total.

Professor: Onde você mora? Rio de Janeiro. ← ​O professor usa uma dica verbal total
imediatamente depois de fazer a pergunta.

Criança: Rio de Janeiro. ← ​A criança repete (ecoa) a resposta.

Professor: Certo! Você mora no Rio de Janeiro!


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Esvanecendo a Dica
Você vai querer retirar a dica o mais rapidamente possível. Nos programas
tradicionais mais antigos de Ensino por Tentativas Discretas, esse processo seguia
um formato préestabelecido, onde a criança tinha que dominar completamente a
habilidade em cada nível de ajuda antes de passar progressivamente para um nível
de ajuda menos intenso. Isso poderia levar um longo tempo e tornar-se bem
tedioso.
Também poderia fazer com que a criança acabasse cometendo muitos erros
– talvez até dois terços do tempo de aprendizagem. Imagine como aumentaria o
valor da fuga para esta criança.
Ela ficaria com muita vontade de livrar-se dessa situação muito difícil e
desestimulante. Por isso, você começará a ver emergirem comportamentos difíceis
e crianças que não querem “ir trabalhar”. Como professor, você deveria estar
preparado para aumentar ou diminuir o nível de dicas de tentativa para tentativa,
conforme o necessário, para produzir todas as vezes a resposta correta da criança.
Geralmente, estará trabalhando para transferir a resposta ao estímulo, usando a
menor dica que puder.
Por exemplo, usando o nosso exemplo “Onde você mora?”, pode ser
suficiente dizer simplesmente “Rio de ...” (uma dica verbal parcial). No entanto,
esteja preparado para voltar para uma dica total se a parcial não funcionar.

Exemplo de Aprendizado sem erro com Dica Verbal Parcial.

Professor: Onde você mora? Rio de ...? ← ​O professor dá uma ajuda verbal parcial (Rio de...)
imediatamente depois de fazer a pergunta.

Criança: Rio de Janeiro! ← ​A criança repete (ecoa) a resposta.

Professor: Certo! Você mora no Rio de Janeiro!

Dica “Não-Não” (também conhecida como NNP)


A dica “não-não” se refere a uma técnica em que é feita uma pergunta para a
criança e lhe é permitido que dê duas respostas incorretas antes de receber uma
dica. É o reverso da aprendizagem sem erro, uma vez que segue uma estratégia de
dicas da MÍNIMA para a MÁXIMA. Ela ​NÃO ​deveria ser usada para ensinar
habilidades novas! Também NÃO está sendo recomendada aqui como técnica de
ensino, mas está apenas sendo mencionada somente porque existe muita confusão
sobre o que ela é e se deveria ser usada. Veja o exemplo a seguir.
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Exemplo de dica “não-não”.

Professor: Onde você nada?

Criança: Parque.

Professor: Não, onde você nada? ​← Não

Criança: Nada.

Professor: Não, onde você nada? “Piscina ​(dica)​”. ​← Não

Criança: Piscina.

O que realmente acontece é que o professor presume que a criança saiba a


resposta e, então, dá à criança duas chances para que ela acerte. O problema é
que, embora a criança soubesse a resposta na última vez, ela não consegue acertar
agora. O professor precisa responder ao que está acontecendo naquele momento.
Algumas vezes, os professores cometem o erro de usar a técnica “não-não”
para ensinar habilidades novas. Isso significa que a criança errará muito e que a
situação de aprendizagem se tornará menos reforçadora e possivelmente aversiva.
Isto pode também ensinar uma cadeia de erros – da próxima vez que você
perguntar pra a criança “onde você nada?”, ela poderá responder
“parque-nada-piscina”.
Ela encadeou todas as respostas associadas com aquela situação de ensino.

O que fazer se a criança dá a resposta errada

Assim que a criança der a resposta errada, você deve voltar para a aprendizagem
sem erro e fazer um​ procedimento de correção.
Exemplo de procedimento de correção:

Professor: Onde você nada?

Criança: Parque. ​← Resposta incorreta.

Professor: Onde você nada? PISCINA​. ← O professor corrige, repetindo a


pergunta (SD) com a dica.

Criança: PISCINA. ​ ← A criança responde corretamente.


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Professor: Onde você nada? ​← O professor repete a pergunta

Criança: Piscina.​ ← A criança responde corretamente sem a dica.

Professor: Muito bem, você nada na piscina!

Diretrizes para o uso de dicas

1. Quando estiver ensinando novas habilidades, use os níveis mais altos de


dica – pode ser mão-sobre-mão, verbal total ou um modelo.
2. Quando estiver ensinando uma habilidade nova, não deve haver demora
entre a apresentação do SD e a dica (0 segundos).
3. Quando você achar que a criança já pode ter aprendido a nova habilidade,
você pode esperar dois segundos entre a apresentação do SD e a dica para
ver se a criança responde corretamente. No entanto, se ela responder
corretamente dessa vez, mas não na vez seguinte, retroceda imediatamente
e adicione uma dica – a menor necessária para conseguir a resposta
desejada.
4. Use o procedimento de transferência para ter certeza de que a criança está
realmente respondendo a pergunta, ou respondendo ao estímulo, e não
simplesmente te ecoando.
5. Sonde as habilidades já dominadas. Esteja preparado para retroceder e
ajudar, se necessário.
6. Aumente e diminua o nível de dicas tentativa por tentativa, conforme for
necessário para que a criança responda corretamente todas vezes.
7. As ajudas precisam ser esvanecidas (gradualmente removidas) o mais rápido
possível.
8. Deveriam ser evitadas as dicas não planejadas. Isto pode ser tão mínimo
quanto voltar seu olhar para o item correto ou, inadvertidamente, colocar um
item em uma posição favorável à escolha.
9. Nem todos os tipos de dicas se aplicam a todos programas. Por exemplo,
não é possível usar a dica mão-sobre-mão para conseguir uma resposta
verbal.
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Foco no Comportamento Verbal

O que é Comportamento Verbal? Os Operantes Verbais: Tatos, Mandos,


Linguagem Imitativa, Ecóica, Receptiva, FCC (Função, Característica, Classe),
Intraverbais, Textual, Transcritivo. Ensinando Mandos.
Procedimento de Transferência de Controle de Estímulo. Procedimento de
Correção. Uma Olhada no ABLLS. Comportamento verbal é o título do livro de B. F.
Skinner, publicado em 1957.
Nele, o autor aplicou os princípios do condicionamento operante à aquisição
de linguagem. Isto significa que ele acreditava que a linguagem desenvolveu-se não
por ser um mecanismo inato com que todos nascemos (como era a crença
prevalente), mas sim que se desenvolveu da mesma maneira que as outras
habilidades – pelo reforçamento que sucedia um “comportamento verbal”.
Desta forma, aprenderíamos a dizer “leite” porque fomos reforçados pelo
comportamento verbal de dizer “leite” (enquanto nos apresentavam o leite).
Inicialmente provavelmente ecoamos nossa mãe, que dizia “leite”, quando nos dava.
Então começamos a dizer “leite” ou alguma coisa semelhante e o leite aparecia
novamente.
Nosso reforçador por dizer leite foi receber leite, então aprendemos a
nomeá-lo e pedi-lo. Skinner identificou diversos “operantes verbais” ou unidades
funcionais de linguagem, cada uma com uma função diferente. Skinner acreditava
que a unidade não era a palavra em si mesma, mas a combinação da palavra e das
circunstâncias sob as quais a palavra é apresentada.
Skinner cunhou alguns termos novos para nomear estes operantes verbais.
Por exemplo, a pessoa tem que ser capaz de nomear leite (TATO) quando o ver,
pedir leite (MANDO) quando o quiser, falar sobre as características do leite, sua
função e sua classe (FCC), e responder perguntas (INTRAVERBAIS) sobre leite
para ter uma compreensão completa sobre leite.
Quando você quer ensinar linguagem a uma criança, precisa ensinar-lhe as
palavras com todos os seus significados, porque os significados não irão se
generalizar por si só. Simplesmente aprender a chamar uma figura de um copo de
leite de “leite” não significa que ser capaz de dizer “leite” quando alguém pedir que
nomeie um produto lácteo para beber.
Segue uma explicação breve das categorias (operantes verbais) de Skinner:
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Os operantes verbais:

Ecóico
Um ecóico é uma imitação vocal. É repetir precisamente o que foi ouvido,
usualmente de imediato. Um exemplo poderia ser a tendência a dizer “bolha” porque
alguém acabou de dizer “bolha”.

Imitação
Imitação Motora (também chamada mimética) é copiar os movimentos de
alguém, com correspondência de um a um. Um exemplo poderia ser fazer o sinal de
“por favor” porque alguém sinalizou “por favor”. A habilidade de imitar sons e ações
é crítica para a aprendizagem.

Tato
Tato é um rótulo. Quando você nomeia ou identifica objetos, ações,
propriedades, etc., você está “tateando” (“tacting”). Um exemplo seria dizer “bala”
quando você vê: É um erro acreditar que uma vez que uma criança consiga nomear
itens diversos, ela consiga também pedi-los ou falar sobre eles.

Estas habilidades ainda não foram ensinadas! Para Skinner, a criança não
tem o significado completo da palavra; você não pode simplesmente ensinar tatos e
esperar que a compreensão irá se estender a situações que demandem o uso
desta.
O uso da palavra em outras situações também deve ser ensinado. Para
ensinar a nomear, você deve usar um simples procedimento de transferência de
ecóico para tato, fazendo primeiro a criança ecoar a palavra que é dita. Se a criança
aprender a dizer a palavra “bicicleta” por imitação dos seus pais dizendo “bicicleta”,
então será possível ensinar a criança a dizer “bicicleta” na presença de uma
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bicicleta através do uso de um procedimento de transferência de controle de


estímulo.
O pai aponta ou toca a bicicleta e diz “isto é uma bicicleta, diga BICICLETA” e
a criança ecoa “bicicleta”. Depois de algumas tentativas deste tipo, os pais podem
dizer: “O que é isso?”, e apontar para a bicicleta – e a criança irá aprender a dizer
bicicleta sem a dica ecóica. Nesta condição, a criança aprendeu a nomear bicicleta.

Mando
Um mando é um pedido. Pense em deMANDA, coMANDO. Trata-se de pedir
itens reforçadores que se desejam, tais como objetos, atividades ou informação. Um
exemplo poderia ser pedir “suco” quando existe uma motivação para tal, como estar
com sede. Uma criança típica pode fazer de 500 a 1000 mandos por dia, o que
constitui aproximadamente metade de sua linguagem.
Uma criança com autismo pode fazer muitos poucos mandos, ou fazê-lo de
uma forma indesejável – um comportamento tal como bater, gritar ou fazer birra
pode ser um mando (pedido) para que alguma coisa pare ou comece. Mandos são
as formas de comunicação mais motivadoras porque a pessoa que faz o pedido é
reforçada pela obtenção de algo em troca (qualquer coisa que tenha sido pedida),
por isto os mandos são naturalmente reforçadores.
Os mandos são usualmente a primeira forma de linguagem a ser adquirida,
uma vez que o mando produz um reforçamento imediato e específico. O mando
beneficia o falante. Eu falo e consigo coisas! (objetos, atenção, informação... “Me dá
o brinquedo”), enquanto que fazer um tato beneficia a outra pessoa (“Olhe lá fora,
está calor!”; “Tem um avião!”).
Você pode constatar que os mandos são uma forma potente de começar a
ensinar linguagem porque eles fazem com que as necessidades e os desejos da
criança sejam satisfeitos.
Este é o motivo pelo qual o ensino do mando é considerado de fundamental
importância no ensino de Comportamento Verbal. Os MANDOS são o ponto de
partida. Antes de começar a ensinar mandos, você deve entender as chamadas
Operações Estabelecedoras ou Operações Motivadoras (OE’s ou OM’s).
Esta é a chave para ajudálo a estabelecer as condições para a criança
aprender a emitir um mando.
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Ensinando Mandos: OEs (EO’s)

Pensando em Motivação.
Uma OE ou Operação Estabelecedora é basicamente uma situação que
muda o valor de algo como reforçador. Muda também a freqüência de qualquer
comportamento que tenha funcionado no passado para conseguir este reforçador.
Por exemplo, estar com fome muda o valor de comida como reforçador. Estar
satisfeito depois do jantar também muda a valor de comida como reforçador. No
primeiro caso, alguém irá se esforçar para conseguir comida como reforçador (alta
freqüência de comportamento de conseguir comida) e, no segundo caso,
provavelmente não irá se esforçar para conseguir comida como reforçador (baixa
freqüência de comportamento de conseguir comida).
Através da manipulação das OEs, você pode tornar o mando mais ou menos
valioso para a sua criança. Se existe um estado de privação, por exemplo, a criança
não recebeu bala por um certo tempo, ela tenderá mais a querer pedi-las como
reforçador.
Se existe uma situação aversiva, digamos, a música está muito alta, a
criança tenderá mais a pedir a remoção da música como reforçador. Por outro lado,
se existe um estado de saciação onde ela está simplesmente “entupida” de bala, a
bala tenderá a ter uma baixa OE – seu valor como reforçador irá diminuir. O ensino
do mando deve acontecer no ambiente natural do dia-a-dia, no qual a motivação
tende a ser alta. Existem duas formas de ensinar mandos no ambiente natural:
através da captação e do planejamento de oportunidades.

Ensinando mandos: Captação e Planejamento em Ambiente Natural

Captação significa simplesmente que você está alerta, “de olho”, para
“captar” no que a criança está interessada e dar a dica que a leve a produzir um
mando antes de entregar o item reforçador.
Você está se valendo de uma situação reforçadora que acontece
naturalmente. Por exemplo, se a criança quer um caminhão de brinquedo
(presumivelmente num momento em que o valor da OE do caminhão é alto), você
pode inserir um ecóico “CAMINHÃO” e esperar a criança o ecoe. Quando ela o fizer,
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entregue o caminhão. Se ela não diz a palavra, uma prática padrão é dizer três
vezes a palavra caminhão (você está construindo a associação entre a palavra e o
objeto) e então entregar o objeto.
Não o entregue até que a criança realmente diga a palavra, senão você
estará liquidando a OE.

Exemplo de ensino de um Mando

Criança: estende o braço para um caminhão de brinquedo.

Pai, ou mãe: (segura o caminhão à frente da criança) “CAMINHÃO”.

Criança: (ecoa) “Caminhão”.

Pai: (dá o caminhão para a criança) “CAMINHÃO! Você quer o caminhão!”

Ou, se a criança não te ecoa

Criança: (estende o braço para pegar o caminhão).

Pai: (segura o caminhão à frente da criança) “CAMINHÃO”.

Criança: (não diz nada).

Pai: (segura o caminhão à frente da criança) “CAMINHÃO!”.

Criança: (não diz nada).

Pai: (segura o caminhão à frente da criança) “CAMINHÃO” – e dá o


caminhão.

Se a criança ecoar de forma consistente o você diz, você pode adicionar a


“tentativa de transferência” para o primeiro exemplo. Você transfere a resposta da
criança para o estímulo “caminhão”, ao invés de fazer a criança ecoar a palavra que
você diz. No final você poderá esvanecer gradualmente as dicas ecóicas.

Criança: (estende o braço para pegar um caminhão de brinquedo).


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Pai: (segura o caminhão à frente da criança) “CAMINHÃO.”

Criança: (ecoa) “Caminhão.”

Pai: (retendo o caminhão) “O que você quer?”

Criança: “Caminhão”.

Pai: (dá o caminhão para a criança). “CAMINHÃO! Você quer o caminhão!”

Planejamento significa montar uma situação no ambiente (ao invés de se


valer de uma situação de ocorrência espontânea) que irá aumentar o valor de um
reforçador para a criança. Por exemplo, se você está brincando com um
quebra-cabeça e mantém uma peça escondida, a criança terá uma forte OE para
pedir “quebra-cabeça” a fim de completá-lo.
Há uma grande quantidade de maneiras de planejar uma situação para
conseguir que a criança produza um mando. O mando por itens que estão faltando
é provavelmente o mais fácil de fazer. Diga à criança para se aprontar para ir ao
parque e esconda os sapatos – de repente os sapatos passam a ter uma
importância que não tinham um momento antes, porque você planejou uma situação
para criar uma OE para produzir um mando pelos sapatos.
Dê a ela sorvete sem apresentar a colher – você planejou uma OE para
produzir o mando pela colher. Diga a ela para se sentar num lugar que não tenha
cadeira, e você planejou uma situação na qual a cadeira é importante. No começo
você deve esperar somente mandos de uma só palavra.
Espere até que a criança tenha um repertório muito amplo e esteja
produzindo mandos de forma consistente, antes de adicionar frases-suporte, tais
como EU QUERO, ou POSSO PEGAR. Enfim você pode estender a produção de
mandos fazendo a criança pedir informação (“Onde está a mamãe?” “O que tem
dentro da caixa?” etc.), mas estes são mais difíceis de ensinar e mais adequados
para um aluno mais avançado.
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O que Levar em Conta ao Escolher as Primeiras Palavras para Ensinar como


Mandos.

Na página 113 do seu livro Teaching Language to Children with Autism or


Other Developmental Disabilities (“Ensinando linguagem para crianças com autismo
ou outros transtornos do desenvolvimento”, sem edição em português) Sundberg e
Partington (1998) sugerem que, quando se começa a ensinar mandos para uma
criança, devem se considerar as seguintes questões:

● Escolha palavras que são reforçadores. Estas devem ser:


● Consumíveis (comida, bebidas);
● De curta duração (bolhas de sabão, cócegas);
● Fáceis de serem retiradas do aluno (música, vídeos);
● Fáceis de dar;
● Passíveis de serem dadas em múltiplos momentos;
● Serem consistentemente potentes.
● Selecione palavras que demandem uma resposta verbal curta e fácil para
crianças verbais, ou sinais que sejam icônicos (eles se parecem com os
objetos que representam) para crianças que sinalizam.
● Escolha palavras que sejam relevantes para a vida cotidiana – coisas que a
criança vê e usa freqüentemente.
● Selecione palavras de diferentes categorias – comida, brinquedos, vídeos.
● Não escolha palavras ou sinais que soem ou sejam muito parecidos ou irá
ser difícil distingui-los. Por exemplo, os sinais para comer e para beber são
muito similares, as palavras bola e bota tem um som muito parecido
(exemplos em inglês meat e eat).
● Evite palavras que possam ser aversivas para a criança, tais como “cama” e
“banheiro”.

Linguagem Receptiva

Linguagem receptiva é seguir instruções ou atender os pedidos de outras pessoas.


Um exemplo seria dar um beijo em alguém quando este lhe diz “Me dê um beijo”.

“Linguagem Receptiva” é, de certo modo, um termo errôneo – o ouvinte não está


realmente usando “linguagem”, mas sim respondendo à linguagem de outra pessoa.
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RFCC​ – Receptiva por Função, Característica, Classe


Precisamos saber mais sobre um item ou objeto do que simplesmente seu
nome. Precisamos saber qual a sua função (fazer torrada, carregar coisas, dirigir);
quais suas características (redondo, tem rodas, cauda, cabelo); e em que classe ou
categoria se encaixa (brinquedos, utensílios de cozinha, alimentos, animais).
Em outras palavras, precisamos aprender as “conexões intraverbais” ou
associações entre as palavras. Nem sempre sabemos como as coisas são
chamadas, então podemos dizer coisas tais como “me dê aquela ‘coisinha’
quadrada e vermelha que fica sob um copo” se precisamos de um pires e não
sabemos o seu nome. RFCC é a habilidade de responder a itens no ambiente
quando é dada uma descrição deles e não os seus nomes. Um exemplo seria
apontar para “avião” quando alguém diz “Mostre-me alguma coisa que voa no céu”.

TFCC é a mesma coisa, mas com a adição de fazer um tato ou nomear o


item ao invés de simplesmente indicá-lo receptivamente. Um exemplo seria dizer
“flores” quando alguém diz “Mostre-me alguma coisa que tenha um cheiro muito
bom”. Observe que você ensinaria ​RFCC ou ​TFCC somente com itens que já
estivessem dominados receptivamente e dominados enquanto tatos.

Intraverbal

Intraverbal: ​Conversas não soam como uma lista de tatos (“céu, passarinho,
casa, cachorro, livro!”). São uma troca entre pessoas. Um intraverbal é responder
perguntas do tipo “por quê”, ou estabelecer uma conversação de forma que o que
você diz é determinado pelo que seu interlocutor diz.
Os estímulos não estão presentes – em uma situação de ensino isto
significaria que “não há nenhum cartão na mesa”. A pergunta e a resposta não se
‘emparelham’. Um exemplo: dizer “pizza” quando alguém pergunta “o que você
gosta de comer?”. Outros exemplos de intraverbais são: dizer “gato, cachorro,
cavalo” quando é pedido que nomeie animais; ou dizer “uva” quando é pedido que
nomeie uma fruta, ou responder “elefante” para a pergunta “Que animal tem
tromba?” Um passo no ensino para atingir este ponto é usar “preencher o espaço
em branco”, tal como “Um, dois, feijão com .............”.
Um procedimento para o ensino de intraverbais é usar os cartões que você
tem na mesa como FCCs (como no exemplo acima). Assim que a criança responde
“Fale para mim o nome de alguma coisa que voa no céu” (“AVIÃO”), você viraria o
cartão na mesa com a figura para baixo e repetiria a pergunta. Pronto. A criança
está respondendo a pergunta sem que o estímulo esteja presente. Isto é
tecnicamente chamado transferência de um tato para intraverbal.
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Agora mude para uma pergunta do tipo “o que?”, alterando levemente as


palavras: “O que voa no céu?”. Obviamente o objetivo é que a criança enfim seja
capaz de responder perguntas sem passar por todo o procedimento.
Você pode perceber como este é o começo de habilidades de conversação?

Pai:​ O que você comeu de lanche hoje?


Filho: Batata frita.
Pai:​ Batata frita é um tipo de .......?
Filho: Comida.
Pai:​ O que você bebeu junto com suas batatas fritas?
Filho: Suco de laranja.
Pai: ​O que você está fazendo?
Filho: Assistindo um vídeo.
Pai:​ Que vídeo?
Filho: Castelo Rá-Tim-Bum.

Textual (Ler)
Fala-se em repertório textual quando uma resposta vocal está sob o controle
de um estímulo visual escrito. Em outras palavras, ler palavras escritas em voz alta.
Um exemplo, poderia ser dizer a palavra gato porque você viu a palavra escrita:
G–A–T–O. É diferente da compreensão de leitura, que é muito mais complexa.

Transcritivo (Escrever)
Isso é escrever e soletrar palavras que são faladas para você. Um exemplo
seria escrever a palavra “escola” quando pedido.
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Técnicas de Ensino usadas em Comportamento Verbal

Exemplos de ensino sem erro

Professor: ​Qual é o seu nome(​ SD)​? José. ​← Dica verbal total – nenhuma demora entre
SD e a dica.

Criança: ​José.​ ​← A criança responde repetindo ou ecoando o professor.

Professor: ​Legal, José!​ ​← ​Reforçador

Agora, você pode ver que a criança não está realmente respondendo à
pergunta. Está meramente ecoando ou repetindo o que o professor disse. Este
comportamento é chamado “dependente de dica”.
Você não quer que a criança meramente ecoe suas dicas, quer que aprenda
a responder corretamente à pergunta (estímulo) “Qual é o seu nome?”. A próxima
tarefa é transferir a resposta, produzida a partir de sua dica, para o estímulo ou SD
(o “Qual é o seu nome?”).
Isto é “colocar o comportamento sob controle de estímulo”. Sundberg e
Partington (1998), no seu livro “Teaching Language to Children with Autism or Other
Developmental Disabilities” (“Ensinando linguagem para crianças com autismo ou
outros transtornos do desenvolvimento”, sem edição em português) identificam um
“procedimento de transferência rápido” fazendo o seguinte:

Conceito-Chave para Usar o Procedimento de Transferência de Estímulo

Se a criança apresentar a resposta correta numa única situação, isolada que


seja (operante verbal), então você pode transferir esta resposta para qualquer outra
situação através do procedimento de transferência de controle de estímulo.
No exemplo acima, sabemos que a criança sabe ECOAR o professor, então
usamos o eco e transferimos sua resposta para um estímulo INTRAVERBAL.
(Lembre-se, do capítulo anterior, que intraverbal significa que o que você diz é
determinado pelo que a outra pessoa diz – é responder perguntas, ou responder
aos comentários de alguém com seu próprio comentário).
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Transferência de Ecóico para Tato


Digamos que seu aluno sabe ecoar “cachorro”. Isto significa que, quando
dizemos “cachorro”, ele irá dizer “cachorro”. Gostaríamos de fazê-lo nomear por si
mesmo a figura de um cachorro.
Professor:​ (aponta para a figura do cachorro) CACHORRO.
Criança: CACHORRO.
Professor:​ O que é isto? (aponta para a figura do cachorro).
Criança: CACHORRO.

Transferência de Tato para FCC (função, característica, classe).


Agora que seu aluno pode nomear fluentemente “CACHORRO”, vamos
transferir este conhecimento para a Função, Característica ou Classe de um item.

Professor:​ O que é isto? (apontando para a figura do cachorro).


Criança: CACHORRO.
Professor:​ Diga o nome de um animal.
Criança: CACHORRO.

Transferência de Tato para Intraverbal


Digamos que seu aluno tem agora um amplo vocabulário de tatos, e
queremos fazê-lo responder a algumas perguntas (intraverbais).

Professor: ​(apresenta à criança uma série de figuras). Diga-me alguma coisa que
você come.
Criança: (vê figuras de uma banana, vaca, casa e bicicleta). BANANA.
Professor: ​(vira a figura para baixo de forma que a criança não a veja, porque se
ela puder vê-la isto seria um tato). O que você come?
Criança: BANANA.

O que fazer se a Resposta é Incorreta: Usando o Procedimento de Correção

O que acontece se a criança não responde ou responde incorretamente?


Para conseguir a resposta correta você precisa usar um procedimento de correção,
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juntamente com a dica o menos intrusiva necessária para obtenção da resposta


correta.
Aqui está um exemplo de procedimento de correção com uma dica verbal
completa:

Exemplo de Procedimento de Correção:

Professor: “O que você quer?” ​← SD sem nenhuma dica.

Criança: (estendendo o braço em direção à água) “Suco” ← ​Resposta incorreta.

Professor: “O que você quer? Água”. ← ​Repete o SD com dica verbal completa, sem
chance de erro.

Criança: “Água”. ←​ A criança ecoa.

Professor: “O que você quer?” ← ​Repete o SD para transferir a resposta para o estímulo.

Criança: “Água”. ← ​Resposta correta.

Como Saber a Seqüência para ensinar Comportamento Verbal?

Felizmente, Mark Sandberg e James Partington escreveram o livro Teaching


Language to Children with Autism or Other Developmental Disabilities (1998
–“Ensinando linguagem para crianças com autismo ou outros transtornos do
desenvolvimento”, sem edição em português), assim como uma série de manuais
chamados The Assessment of Basic Language and Learning Skills – The ABLLS
(1998 – “A avaliação de habilidades básicas de linguagem e aprendizagem”, sem
edição em português). Esse livro explica o Comportamento Verbal em detalhes, e o
ABLLS é o guia de planejamento do currículo e elaboração do programa.

Uma olhada no ABLLS


O ABLLS tem 25 categorias, ordenadas em seqüência de desenvolvimento,
partindo do mais fácil para o mais difícil. Para cada uma delas, há uma lista com 6 a
52 tarefas diferentes. Cada tarefa é então subdividida em 2 a 4 critérios, ou passos,
que devem ser dominados. A seguir são apresentados alguns exemplos de itens do
ABLLS.
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Exemplo tirado da Sessão D, Imitação, página 19 do ABLLS.

Exemplo tirado da Sessão G, Nomeação, página 29 do ABLLS.

Um pai ou professor terá primeiro que completar o ABLLS, percorrendo cada


tarefa em cada uma das categorias e calculando o nível de funcionamento atual da
criança em cada tarefa. É dado um escore, que é então marcado em uma grade.
Depois de completar este exercício, que pode levar muito tempo, o pai obterá uma
representação gráfica do conjunto das habilidades atuais da criança, que irá ser um
guia para o planejamento do programa.
Na página a seguir, é apresentado o perfil de um “Aprendiz Iniciante”. Ele tem
algumas habilidades e tem evoluído entre as datas de avaliação, como evidenciado
pelas diferentes cores (tons de cinza) nos quadrados.
Observe que, enquanto as habilidades desta criança agrupam-se na base da
grade, como esperado para um Aprendiz Iniciante, ela tem algumas habilidades
dispersas nos níveis mais elevados. Veja B13, ou G30. Quando estiver consultando
o ABLLS para ajudá-lo com o planejamento do currículo, o melhor procedimento é ir
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direto para trás e começar com o primeiro quadrado branco em cada categoria.
Mesmo se a criança tem 3 pontos de um possível escore 4, dominar o critério para
atingir um escore ‘4’ será muito importante para a construção da aprendizagem
futura. Não é necessário trabalhar todas as 25 categorias ao mesmo tempo. Você
pode escolher suas prioridades.
É também adequado trabalhar com algumas tarefas de cada categoria ao
mesmo tempo. Algumas delas dispensam explicação. Lembre-se somente de não
superestimar as habilidades da criança. Isto pode frustrar os seus esforços mais
tarde, caso essas habilidades não estiverem firmes em uma área anterior. Algumas
das tarefas do ABLLS têm apêndices anexados, a partir dos quais você pode obter
listas de itens ou atributos para usar no seu programa.
Você mesmo terá que criar algumas, e outras atividades irão demandar que
você use outros recursos curriculares para ajudá-lo a montar um programa
específico.
Perfil do Aprendiz Iniciante no ABLLS – página 1 de 3
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Como Aprender Mais sobre Comportamento Verbal


Existem algumas fontes excelentes para aprender mais sobre Comportamento
Verbal e o uso do ABLLS. Confira estes websites:
http://behavioranalysts.com/
http://www.verbalbehaviornetwork.com/
http://www.christinaburkaba.com/
http://www.mariposaschool.org/
http://www.drcarbone.net/

Também vale a pena entrar num grupo de discussão da internet. Você poderá
postar e fazer perguntas especificamente relacionadas com a H26: em geral, as
pessoas saberão do que você está falando e lhe darão idéias para a
implementação.

Vá ao website http://www.yahoogroups.com/ e faça uma busca por:


“DTT-NET” ou por “Verbal Behavior”
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Currículo
Decida por onde começar. A “Pizza” Curricular. Análise de Tarefas. Montando a
Pasta Curricular: Formas de Usar. Dicas para Planejamento do Currículo.

Uma vez que você começa a entender ​COMO ​ensinar usando uma
metodologia ABA, você precisa saber ​O QUE ensinar. Irá precisar selecionar um
currículo que supra as necessidades específicas de seu aluno. Um currículo é o
plano norteador para ensinar as habilidades e os conhecimentos que a criança
precisa aprender e para a seqüência em que serão apresentados.
Um currículo cuidadosamente pensado acompanha a criança a partir do
ponto em que ela está atualmente, constrói as habilidades de base para
aprendizagem e progride através de várias áreas fundamentais do desenvolvimento.
Um currículo é usualmente desenvolvido ou escolhido depois que uma avaliação
inicial tenha indicado em que nível de habilidade a criança está funcionando
atualmente. Esta avaliação é tipicamente feita por um Psicólogo ou Consultor da
Área Comportamental.
Talvez você já esteja trabalhando ou procurando por um consultor para
ajudá-lo a desenvolver seu programa. Entretanto, muitas pessoas decidem montar e
gerenciar sozinhos o currículo programático por causa do custo, acesso limitado a
um consultor ou uma lista de espera para tais serviços insuportavelmente longa. Se
foi isto que decidiu fazer, então você pode usar os currículos disponíveis. Não é
difícil determinar um ponto de partida razoável e avançar sozinho. Este capítulo lhe
dará orientação para montar seu próprio currículo.
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Decida Por Onde Começar

Isto é conhecido como a determinação das “falhas de desempenho”. A falha


de desempenho é a distância entre as habilidades e conhecimentos atuais e as
habilidades e conhecimentos almejados. Como então você calcula as habilidades
atuais de seu aluno? Você pode usar três métodos:

1. Avaliação profissional – você pode já ter alguma avaliação feita por um


psicólogo ou consultor da área comportamental. Em caso negativo, tente o
método 2.
2. Avaliação dos pais – na realidade, existe apenas um instrumento para usar
(veja o capítulo anterior para uma revisão extensiva do ABLLS):
3. O ABLLS – The Assessment of Basic Language and Learning Skills – The
ABLLS (James W. Partington & Mark L. Sundberg, 1988 – “A avaliação de
habilidades básicas de linguagem e aprendizagem”, sem edição em
português) – é um recurso fabuloso porque é um método de avaliação, um
guia curricular e instrumento (ou recurso) para rastrear e monitorar a
aquisição de habilidades em 25 categorias abrangentes.

Cada categoria é organizada partindo do nível mais fácil para o mais difícil
em termos de aprendizagem. Uma vez que você terminou a avaliação – detalhada e
inteiramente – , pode realmente mapear os escores de seu aluno para lhe ajudar a
identificar as áreas curriculares que precisam ser trabalhadas.
O ABLLS tem um sistema de rastreamento que permite ver a evolução e
ajustar seu programa. Cada uma das 25 categorias é dividida em 6 a 52 tarefas
diferentes; cada tarefa é dividida em níveis com critérios para aquisição e exemplos.
As tarefas são organizadas do nível mais fácil para o mais difícil em cada categoria:

A. Habilidades Básicas X Seções A – P.


B. Habilidades Acadêmicas X Seções Q – T.
C. Habilidades de Auto-Ajuda X Seções U – X.
D. Habilidades Motoras X Seções Y – Z.

O ABLLS é, na verdade, um conjunto constituído por dois livros. O primeiro


livro contém o ABBLS e o segundo contém as instruções para pontuação, assim
como para converter os objetivos do ABBLS em um PEI (Plano Educacional
Individual – em inglês, IEP16) para a escola. Está disponível em diversas fontes:
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www.behavioranalysts.com ou em www.difflearn.com (Different Roads to


Learning17). Está disponível no Canadá através do Parentsbooks18 (livros para
pais) em Toronto em www.parentsbook.ca. Custa por volta de 60 dólares
americanos, ou 100 dólares canadenses, mas é tão valioso que você pode usá-lo
por anos para orientar seus programas.

O terceiro modo de encontrar um ponto de partida para o programa de seu


aluno é o método “adote sua melhor estimativa”: você conhece sua criança e,
provavelmente, tem uma idéia de seus níveis de habilidade nas diversas categorias.
Você sempre pode fazer ajustes, se encontrar alguma coisa que
superestimou ou subestimou. A preocupação com este método é que você pode
escolher habilidades que estejam fora da seqüência de desenvolvimento, ou tentar
ensinar habilidades que exijam conhecimento prévio que não tenha sido ensinado.
Os livros apresentados abaixo podem ajudá-lo com o conteúdo do programa geral,
logo que decidir o que quer ensinar:

1. Behavioral Intervention for Young Children with Autism, de Catherine


Maurice, Gina Green e Stephen Luce (1996), contém um Guia Curricular
nos níveis Iniciante, Intermediário e Avançado. Apesar de não ser preparado
nos moldes de uma avaliação, você pode percorrer as listas de habilidades
para determinar as áreas de competência versus déficits em/de habilidades e
conhecimento. Tem programas pré-escritos, apesar de ser mais difícil saber
exatamente o que se deveria estar trabalhando.
2. A Work in Progress, de Ron Leaf e John McEachin (1999). Outro bom livro
para o conteúdo curricular, apesar de não ser organizado para servir de
instrumento de avaliação. Portanto, você tem que saber o que está
procurando. Tal como o manual anterior, de C. Maurice e cols., também
contém boas informações sobre como aplicar programas de ABA. É um
grande recurso de idéias e conteúdo programático. 20
3. Teaching Individuals With Developmental Delays, de O. Ivar Lovaas
(2003). ​É uma atualização do manual Teaching Developmentally Disabled
Children; The Me Book, publicado por Lovaas em 1981. Aborda uma ampla
gama de informações e idéias valiosas para elaboração de programas.
Também é fantástico para conteúdo programático, apesar de não ser
organizado como um instrumento de avaliação.
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A “pizza” curricular

Ao criar um currículo, pode ser difícil avaliar por onde começar; por isso a
“Pizza Curricular” divide as áreas de aprendizagem em 6 categorias amplas. É um
modelo útil quando consideramos tanto o currículo geral quanto o específico.
Observe que, se você decidir usar o ABLLS, não necessita da “Pizza Curricular”
como guia.
O ABLLS abrangerá todas as categorias de ensino. Se você está apenas
começando, provavelmente vai querer um currículo bem equilibrado, com
programas que contemplem cada uma das áreas da “Pizza Curricular”.
À medida que seu aluno progride e as habilidades se desenvolvem, você
pode decidir dedicar mais ou menos tempo a várias áreas. Enfim, à medida que os
programas se tornam mais complexos, você verá que áreas começam a se fundir
(ex. Habilidades Sociais e Brincar podem se tornar uma área, ou Linguagem pode
ocorrer em todas as áreas do currículo). Por outro lado, pode ser proveitoso mais
tarde dividir as áreas (ex. dividir Linguagem em Expressiva e Receptiva, ou dividir
Brincar em Brincar Individual, Brincar com Iguais, Brincar de fazer de conta, etc).
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Exemplo de Conteúdo em Cada Categoria da “Pizza Curricular”

● Autocuidado
● Usa independentemente xícara, colher e garfo.
● Veste e tira a roupa independentemente.
● Habilidades de toalete.
● Habilidades de higiene – pentear cabelos, escovar os dentes, lavar o
rosto e as mãos, tomar banho.

● Motora (Fina e Ampla)


● Desenhar, colorir.
● Copiar, escrever.
● Cortar, amarrar.
● Usar o teclado, usar o mouse.
● Correr, andar, pular, balançar.
● Usar equipamentos (bolas, raquetes etc.).

● Social
● Responde a saudações.
● Responde perguntas sociais (ex. “Como vai você?”, “Qual é o seu
nome?”).
● Imita colegas.
● Responde às propostas dos amigos.
● Inicia brincadeiras com colegas.
● Interage verbalmente com colegas (comenta, pergunta, oferece ajuda).

● Linguagem / Comunicação
● Receptiva – identifica objetos, partes do corpo e figuras; segue
instruções de 1, 2 e 3 passos....
● Expressiva – faz pedidos, nomeia figuras, objetos, pessoas e verbos;
pede itens desejados; diz “sim” e “não”; repete frases; permuta
informações; responde a perguntas do tipo “por quê”21.
● Abstrata – conversa sobre coisas ausentes, responde questões do tipo
“por quê?”, antecipa conseqüências, explica ações, relata estórias,
inventa estórias.
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● Brincar
● Brincar sozinho de modo apropriado com brinquedos.
● Brincar em paralelo – brincar ao lado de outras crianças, sem
interação.
● Brincar com foco compartilhado – brincar com os mesmos itens, tal
como as outras crianças, sem interação.
● Brincar com ação compartilhada – brincar que demanda alguma
colaboração com outras crianças (ex.: construir torre, empurrar
balança).
● Brincar de faz-de-conta – capaz de assumir uma outra identidade.
● Brincar com colegas de faz-de-conta e de representar papéis.

● Acadêmica (e Pré-acadêmica)
● Habilidades de imitação.
● Identificação de números e letras.
● Leitura – palavra inteira e fônica.
● Soletração.
● Habilidades de matemática e números.
● Habilidades de uso do computador.
● Habilidades escolares – participa de um grupo, espera a vez, recita em
uníssono.

Pode ser mais fácil concentrar-se em uma área da “Pizza Curricular” por vez.
Quando estiver avaliando, verifique se a habilidade é “sólida” – ou seja, se ela
ocorre consistentemente cada vez. Caso a criança apenas execute a habilidade ou
demonstre seu conhecimento esporadicamente, sob certas condições – com ajuda,
só para você, ou se ela está relacionada com um momento, lugar ou evento
específicos (ex:. responde “sim” ou “não” somente na presença de comida) – você
pode querer incluir tais habilidades como uma área necessária.

Quantos Programas Ensinar de Uma Só Vez?


Quantos programas incluir de uma só vez é sempre uma questão. A resposta
dependerá do aprendiz e da quantidade de tempo disponível. Se for uma criança
pequena que tira sonecas e vai para a escola maternal, você não conseguirá
ensinar muitos programas.
Como regra geral seria melhor ensinar um número menor de programas a
uma freqüência maior, do que ter um programa muito amplo que você não consegue
terminar num dia. Uma prática mais intensiva é sempre melhor para a taxa de
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aquisição. Como diretriz geral, tente começar, talvez, com 10 programas e veja
como ajustá-los daí por diante.
Se conseguir passar por todos os programas em uma manhã, com muito
tempo de sobra para mandos e emparelhamentos em ambiente natural,
provavelmente está no caminho certo. Você pode repetir o mesmo programa à
tarde. Mas, se tomar todo o dia e você não tiver tempo para mandos e
emparelhamentos em ambiente natural, então 10 programas serão provavelmente
um número excessivo.

Análise de Tarefa
Se não puder encontrar um programa que ensine uma habilidade específica
desejada, você pode criar seu próprio programa. Precisará começar com uma
“análise de tarefa”. Uma análise de tarefa é simplesmente o processo de conseguir
uma descrição, passo-a-passo, de todas as etapas que compõem uma tarefa ou
atividade.
Como fazer uma Análise de Tarefa

● Decida que tarefa ou habilidade você quer ensinar. (ex. Escovar os dentes).
● Observe um executor competente fazendo a tarefa. Você pode querer ver
algumas pessoas diferentes fazendo a tarefa antes de decidir qual seria a
maneira mais fácil, mais direta de executá-la. Outros métodos de obter as
informações incluem entrevistar pessoas, fazer com que “especialistas”
preencham questionários ou mesmo auto-observação.
● Liste, em ordem linear e seqüencial, todas as atividades ou passos que são
executados para a conclusão daquela tarefa específica. (ex. Escovar os
dentes)
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● Agora, tente ver um executor inexperiente (ou uma criança da mesma idade)
fazer a tarefa. Isto pode destacar as áreas difíceis de aprender ou que
possam demandar análise adicional (ex.: pôr pasta de dentes na escova
pequena).
● Concentre-se em ensinar as seqüências mais comuns –não precisa incluir
todas as exceções ou circunstâncias especiais. (ex.: a pasta de dentes
escorreu).
● Decida o quão curtos ou longos precisam ser os passos. Você pode precisar
alterálos ao observar como vai o ensino. Pode precisar dividir os passos
listados em mais etapas curtas e detalhadas ou talvez possa “concentrar”
algumas. Dependerá do aprendiz e da tarefa.
● Veja os pré-requisitos. (ex. o aprendiz será capaz de selecionar a escova de
dente ‘vermelha’? Identifica cores? Conhece direita e esquerda, em cima e
em baixo?).
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● Selecione o verbo de ação correto para descrever a tarefa ou passo. Isto


ajuda no desenvolvimento do SD (ex. vá até, abra, pegue, vire, escove,
limpe...).
● Depois de concluída a análise de tarefa, decida COMO você ensinará a
tarefa.
● Encadeamento de frente para trás ensina cada passo individualmente na
ordem em que irá ocorrer. Não é necessário começar do começo. O
encadeamento de trás para frente ensina os passos em ordem inversa e
trabalha do final para o começo da seqüência. Aprender primeiro o último
passo significa que a criança estará próxima da finalização da tarefa e será
naturalmente reforçada por terminála. A apresentação da tarefa completa
significa que você faz todas os passos do começo ao fim, todas às vezes.
Você pode também querer ensinar alguns passos mais difíceis (ex. apertar a
pasta de dentes ou encher o copo de água), antes de ensiná-los em
seqüência.
● Cada passo da análise de tarefa pode se tornar um programa que você
ensina. Usando uma folha de SD fornecida no Ajude-nos a aprender (Help us
Learn), escreva cada passo como um programa.

Montando a Pasta Curricular

Quer você esteja usando o ABLLS, o currículo de um livro, um consultor ou


criando seus próprios programas, você precisará estabelecer um sistema para lhe
ajudar a orientar e conduzir os programas que estará ensinando. Uma
pasta-fichário, contendo todos os programas em uso com suas “folhas de registro de
SD” e “folhas de registro de dados”, irá organizar seus programas num formato
consistente, de modo que qualquer pessoa possa ter acesso a estes e entendê-los.
Também guardará os resultados de cada sessão, permitindo a todos avaliar o
progresso da criança. O professor ou o aplicador irão consultá-lo toda vez que
estiverem se preparando para uma sessão ou vão usá-lo para montar o gráfico dos
resultados. O supervisor do programa o usará para revisar os sumários das
sessões, revisar o progresso nos programas individuais e atualizar ou criar novos
programas.
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Divisões na Pasta Curricular


Você provavelmente vai desejar umas três divisões na sua Pasta Curricular.
Depois de ter trabalhado com estas por um tempo, será capaz de adicionar ou
eliminar partes que sejam mais ou menos úteis para você e seu programa
específico. Observe que todas as folhas de registro estão disponíveis no Guia do
Supervisor do “Ajude-nos a Aprender”.

1. Administração
● A criança terminou os itens do ABLLS? (Caso você o estiver usando).
● Relatórios Diários –deve ser um resumo rápido do dia. Todos deveriam lê-lo
antes de começar uma sessão.
● Folha de Acompanhamento Mensal do Programa – útil caso várias pessoas
estejam ensinando a criança e você queira acompanhar e garantir que todos
os programas sejam realizados todos os dias.
● Escala de Avaliação BALSH (opcional) – um formulário para avaliação rápida
do Comportamento, Atenção, Linguagem, Comportamento Auto-Estimulativo
e Hiperatividade (Behavior, Attention, Language, Self-stimulatory Behavior
and Hyperactivity).
● Formulário para Controle de Alimentação e Medicação (opcional).

2. Programas
● Uma folha divisória com o rótulo de cada programa. Cada folha divisória
conterá:
● A folha de registro de SD.
● Os gráficos de dados.
● Opcional: um plano do programa contendo uma lista de itens para selecionar,
tais como tatos a serem usados, ou ações.
● Uma seção para “rastreamento” de mandos. Inclui a Folha de Dados de
Mandos e um gráfico.
3. Sondagens
● A seção de sondagens é usada para garantir que os itens dominados foram
retidos. À medida que os itens forem sendo dominados, devem ser
transferidos para a seção de sondas onde serão checados por algum tipo de
programação préorganizada – talvez uma vez por semana. Os itens que não
“passarem” nas sondagens podem ser reintegrados ao programa.
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Folhas a usar para montar sua Pasta Curricular

A Folha de Registro de SD
A folha de registro de SD dá, de imediato, instruções para a execução de cada
programa específico. Estas são combinadas com um sistema de coleta de dados
para tornar as coisas mais simples.

● Folha Geral de Dados – use-a com o ABLLS ou outro currículo.


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Como usar a Folha de Registro de SD e a Folha de Registro de Dados

Uma vez que você identificou o programa que deseja ensinar, precisará
estabelecer estímulos para o programa. Pode ser uma lista de ações imitativas (bata
palmas, pule, mostre a língua); palavras ecóicas (dá, suco, mamãe, não); comandos
de uma etapa (toque sua orelha, bata palmas, faça “tchau”); figuras para nomear
(irmã, cachorro, carro, Cebolinha).
Apesar de não haver regras para estabelecer quanto ensinar de cada
categoria, geralmente quanto mais iniciante for o aprendiz, menos habilidades
devem ser trabalhadas ao mesmo tempo. Provavelmente será bom começar com
aproximadamente 3 a 5 habilidades por tarefa.

Na Folha de Registro de SD você irá ver:

● Espaço para o nome da tarefa.


● A categoria no ​ABLLS ​(se você estiver usando-o; do contrário, ignore) escrita
com uma letra e número – por exemplo, C14.
● O SD, que lhe dará algumas idéias do que dizer quando apresentar a tarefa.
● R ​– a Resposta ​- usada para indicar qual a forma da resposta aceitável. Por
exemplo, em um programa de imitação verbal, pode ser importante observar
que o melhor esforço ecóico da criança para ​“bolacha” ​é “​ACHA​”. Observar
a pronúncia usual da criança será útil para determinar o escore considerado
correto para ela. Isto é especialmente importante se você tem mais de uma
pessoa trabalhando com ela.
● A ​data de início​ e a​ data de domínio​ da habilidade.
● Os​ estímulos​ (as palavras exatas, ações e figuras que você irá usar).
● Os boxes para anotar a ​data em que a sondagem foi realizada.
● Os boxes para circular “Sim” (S) ou “Não” (N) ao fazer uma sondagem dos
dados, indicando se a criança foi capaz de realizar a tarefa sem dica (S), ou
se precisou de dica (N).
● Adicionalmente, você poderá querer anotar quaisquer instruções ou métodos
especiais na folha de SD, tais como “continuar o videoclipe sem rebobinar” ou
“esconda os objetos dentro de recipientes antes da sessão”.
● Folha de Dados para Mandos – use-a com o Currículo do ABLLS para
contagem de mandos.
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Como usar a Folha de Dados para Mandos


O ​MANDO deve ser uma categoria dentro da sua ​pasta curricular e uma
habilidade para se trabalhar constantemente, tanto nas sessões quanto no ambiente
natural. Você pode querer manter dados contínuos (o dia todo) ou pode querer
escolher certos períodos do dia para medir o número de mandos (pedidos). Pode
achar proveitoso usar um contador manual (tipo “tally counter”). Muitas pessoas
acham que manter um desses contadores pendurado no pescoço, não só torna
mais fácil o monitoramento dos mandos, como também serve de lembrete (dica!)
para o professor ou pai capturar e planejar mandos.
Uma dica: se você optar por colher os dados em certos períodos do dia, seja
cauteloso em relação a generalizar o escore para o resto do dia: isto pode não ser
correto. Por exemplo, se você está trabalhando com uma criança e contando os
mandos durante o brincar, isto não resultará necessariamente num nível de mandos
consistente quando você não estiver trabalhando ativamente com ela.
● Folha de Dados para FCC (funções, características e classe)
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Como usar a Folha de Dados para FCC


Esta folha SD é usada para ensinar funções, características e classes ​de
objetos ou coisas. Para tanto, cartões com figuras são usados como estímulos, que
podem usados tanto para receptivos, onde é pedido que a criança aponte, toque ou
indique a resposta da pergunta, como para tatos (nomeação), quando é pedido que
a criança diga o nome da figura quando responde.
Observe que, embora existam 5 espaços ao lado do nome de cada estímulo
para listar funções e classes, nem todas os objetos/coisas têm 5 atributos, enquanto
alguns podem ter mais.
● Folha de Planejamento para Ensino em Ambientes Naturais (NET)
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Como usar o planejamento NET


Em primeiro lugar, o Ensino em Ambiente Natural acontece no ambiente
natural, enquanto brincamos, e não em uma mesa de aula. Você pode querer
procurar ou planejar uma oportunidade que seja naturalmente reforçadora ou
interessante para a criança e então trabalhar as habilidades durante a sessão de
brincadeiras.
Tenha cuidado para não tornar a atividade muito estruturada. Você pode
brincar gratuitamente e colocar algumas demandas à medida que brinca. Lembre-se
somente de manter a situação muito divertida e reforçadora.
O planejamento antecipado ajuda a garantir que VOCÊ sabe o que estará
trabalhando. Sem um plano é muito fácil ficar “emperrado”, pedindo à criança para
nomear tudo (Ficar perguntando “O que é isto?”, “O que é isto?”, “O que é ISTO?”
não será muito divertido para a criança!). Se você não tem certeza do que a criança
gosta de fazer, observe-a por um tempo. Se ela gosta da bola grande de exercício,
talvez você possa fazê-la divertir se com você e a bola. Você pode fazer uma
grande quantidade de NET no parque ou nos fundos da casa. Não esqueça de
continuar a fazer de si mesmo um reforçador para a criança, só por estar por perto.
Dê a ela alguns reforçadores “de graça”, simplesmente pelo fato de ficar
perto de você.
● Exemplo de Folha de Sumário da Sessão (Lado A)
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● Exemplo de Folha de Sumário da Sessão (Lado B)

Dicas para a Elaboração do Currículo


O ABLLS foi mencionado numerosas vezes do começo ao fim deste manual,
e ele torna a feitura do estabelecimento do currículo bem mais fácil para você.
Entretanto, se optar por estabelecer seu próprio currículo, talvez usando um dos
recursos mencionados, aqui estão algumas dicas.

1. Mantenha-o apropriado em termos de desenvolvimento. Se você não está


usando o ABLLS, tenha certeza de tentar ensinar habilidades que sejam
adequadas em termos de desenvolvimento e na seqüência correta. Se as
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crianças com 3 anos de idade geralmente não são boas em compartilhar,


então esta pode ser uma habilidade que deveria ser ensinada mais tarde, em
um momento do desenvolvimento mais apropriado. Pergunte a si mesmo: “Eu
esperaria que uma criança da mesma idade e com um desenvolvimento
típico tivesse esta habilidade?” Da mesma forma, só porque seu aluno tem 8
ou 9 anos, você não deveria esperar que ele desempenhasse neste nível,
sem construir gradualmente tal competência. Comece onde o seu aluno está
e vá daí para a frente. Deixe que os dados e observações do seu aluno o
guiem nas decisões quanto à programação.
2. Considere os pré-requisitos. O que seu filho/aluno precisa saber ou tem que
ser capaz de fazer antes de aprender uma nova habilidade? Tem que ser
capaz de identificar as letras e seus sons antes de ser capaz de ler
fluentemente. Tem que ser capaz de contar de frente para trás e de trás para
frente antes de somar e subtrair. Se seu filho/aluno está com dificuldades ou
não está conseguindo “pegar” alguma coisa, você pode ter pulado um passo
intermediário.
3. Esteja atento quanto às “Habilidades de Jardim de Infância”. Como nossas
crianças estão freqüentemente em idade pré-escolar ao começar um
programa ABA, pode haver talvez uma tendência a começar ensinando
habilidades de pré-escola, tais como letras, números, cores, formas. Cuidado.
Se seu aluno não é verbal, ou é um “verbal emergente” ensinar tais
habilidades pode não ser a melhor forma de usar o tempo da criança, que
pode ser mais bem empregado no ensino de mandos, no seu ambiente
natural. Além disto, o quanto é funcional ensinar cores para a criança se ela
ainda não sabe pedir suco quando está com sede, ou pedir seu vídeo
preferido? Comida e vídeos são concretos e naturalmente reforçadores.
“Oval” ou “losango” são conceitos muito abstratos, e de qualquer maneira
provavelmente seu aluno não precisará pedir alguma coisa oval no decorrer
do dia.
4. Comece com habilidades funcionais ou pré-requisitos. As habilidades e
conhecimentos funcionais são aqueles que seu aluno/filho irá precisar
freqüentemente durante o dia. As habilidades ou conhecimentos
pré-requisitos são aqueles que irão conduzir ao domínio de outros conceitos.
Por exemplo, emparelhar é uma habilidade pré-requisito para a leitura.
5. Não superestime as habilidades de seu aluno. Garanta que a habilidade
esteja consistente antes de considerá-la dominada. Dominar uma habilidade
é mais do que “sabê-la de cor” – ou em termos de CV (comportamento
verbal): “rápido, correto e sonoro”.
6. Comece com pouco. Comece com poucos programas e sessões curtas. Você
pode gradualmente adicionar programas e aumentar a sessão. Também
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pode passá-los duas vezes durante uma sessão, se achar que há tempo e a
criança está pronta para mais.
7. Trabalhe com o estilo de aprendizagem de seu aluno. Algumas crianças são
aprendizes visuais e podem responder bem ao computador, ou precisam
VER como alguma coisa é feita. Alguns são aprendizes auditivos e podem se
dar bem com instruções verbais. Alguns garotos são aprendizes cinestéticos
e precisam manipular fisicamente as coisas. Algumas vezes funciona uma
abordagem combinada. Entretanto, lembre-se que, se quiser levar seu aluno
na direção de um estilo de aprendizagem mais típico, pode precisar
desenvolver nele a habilidade de aprender em diferentes áreas.
8. Existem diferentes maneiras de ensinar tudo. Se um programa não estiver
funcionando, você pode mudar o estímulo, o local ou o método? Por
exemplo, você pode ensinar números usando fichas (flashcards) 24 ou seja,
colocando as fichas sobre uma mesa; mas também pode ensinar números
escrevendo-os com giz na calçada ou na rua e fazendo seu aluno pular ou
pisar sobre eles quando pedido. Seja criativo. Continue tentando coisas
diferentes.
9. Lembre-se que a linguagem receptiva pode estar presente antes da
linguagem expressiva. Não espere até que a criança possa dizer verbalmente
“vermelho” antes de ensinar cores – a criança pode muito bem ser capaz de
demonstrar compreensão e de aprender “não-verbalmente”.
10. Vários tipos de estilos de ensino podem ser incluídos. A ABA é uma área
ampla e pode incluir uma variedade de abordagens, tais como DTT25
(Ensino por Tentativa Discreta), NET (Ensino em Ambiente Natural),
“Floortime”26, etc. Contanto que você siga os fundamentos do reforçamento
positivo, divida as tarefas em passos pequenos, dê dicas e modele, estará
usando a metodologia da ABA. Você pode decidir ensinar alguns programas
em ambientes naturais na medida em que oportunidades apareçam; para
outros programas, pode querer seguir o método DTT.
11. Mantenha-o atual. Revise os dados. Observe seu aluno/filho e as sessões.
Ajuste o foco sempre que necessário. O programa está funcionando? O
currículo continua pertinente? Se não, você pode mudar como está
ensinando ou o que está ensinando. É correto “dar um tempo” aos
programas: se preciso, ponha-os “em espera” ou mude o método. O
programa e o planejamento do currículo é um processo contínuo e interativo.
12. Não continue ensinando uma habilidade após sua conclusão lógica. Se seu
aluno/filho consegue identificar os sons ambientais mais comuns, por
exemplo, provavelmente você não precisa que ele seja capaz de distinguir
entre os sons de uma motocicleta e uma bicicleta cheia de lama, ou
identificar um pandeiro. Quantas vezes ele precisará dizer “Ouça mamãe, eu
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ouvi um pica-pau de crista vermelha?” O tempo da criança será


provavelmente mais bem gasto aprendendo uma nova habilidade.
13. Incorpore informações de outros profissionais. Se você estiver trabalhando
com um Fonoaudiólogo, Terapeuta Ocupacional, Ludoterapeuta, etc., pode
incluir as idéias deles no planejamento curricular. Embora uma sessão de
meia hora semanal possa ser útil, pode ser mais proveitoso incorporar suas
técnicas e sugestões no currículo, de forma que a criança possa trabalhar
freqüentemente tais habilidades durante o dia. Por exemplo, um
Fonoaudiólogo pode ser capaz de orientar você na montagem de exercícios
articulatórios que você pode aplicar algumas vezes ao dia, todos os dias. Um
TO pode ajudar a montar um programa de “dieta sensorial” para ser usado
durante cada sessão.
14. Lembre-se que todas as crianças são diferentes. As crianças
desenvolvem-se de diferentes maneiras e vão precisar de uma maior ou
menor atenção em áreas específicas. Se seu aluno/filho é excepcional em
atividades motoras amplas ou habilidades para brincar, mas tem déficits de
linguagem e habilidades acadêmicas, você pode precisar concentrar mais
atenção nessas áreas. Os déficits em uma certa área podem merecer mais
tempo e esforço do que os de outras áreas.
15. Coordene a aprendizagem com o currículo escolar – se isto fizer sentido. Por
exemplo, se a pré-escola está estudando o tempo, você pode decidir
trabalhar com palavras e conceitos tais como sol, vento, chuva, etc. Pode
incluir fotos das crianças da sala-de-aula como parte de um exercício sobre
pessoas conhecidas.
16. Não se preocupe em classificar os programas em categorias “corretas”. Não
existem categorias corretas – somente aquelas que fazem sentido para o
nosso aluno. Por exemplo, algumas pessoas incluem cores e formas em
“Conhecimentos Gerais”, outras vão incluí-las em “Linguagem Receptiva” e
algumas podem decidir que se ajustam em “Pré-Acadêmica”. Você pode
descobrir que as categorias precisam mudar com o passar do tempo –
podem ser combinadas (Brincar + Habilidades Sociais) ou mudar para refletir
categorias mais parecidas com as escolares (Leitura, Escrita). Divida sua
“Pizza Curricular” da maneira que você quiser – se achar melhor, acrescente
“fatias”!
17. Fique de olho nos objetivos. Saiba quais são seus objetivos de curto e longo
prazo e garanta que o que está ensinando levará a criança nesta direção.
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Instrução
Torne o ambiente de aprendizagem reforçador. Prepare o ambiente de
aprendizagem. Combine e varie demandas de ensino. Intercale tarefas fáceis e
difíceis. Aumente gradualmente o número de demandas. Agilize o ritmo de
instrução. Ensine fluência das habilidades. Cartões de dicas para professores.
Contato visual. Técnicas comportamentais usadas em ABA. Exemplo de currículo,
espaço de trabalho e aulas.

Ensinar ABA é ciência e arte. Uma vez que você compreendeu os conceitos
e a metodologia, você precisa saber quando e como aplicá-los. Você terá de tomar
decisões por si mesmo. Toda criança pode aprender – seu trabalho é descobrir a
melhor maneira de ensiná-la. Há algumas coisas que você pode fazer para tornar a
experiência mais fácil e agradável para ambos.

Torne o ambiente de aprendizagem reforçador

● Comece com “pareamento”. Antes de tentar ensinar qualquer coisa para a


criança, gaste um bom tempo apenas ficando com ela e pareando-se com
reforçadores. Se ela adora assistir vídeos, seja a pessoa que faz os vídeos
acontecerem; se adora comer batata frita, então seja a pessoa que sempre
tem batata frita; se ama brincadeiras “brutas” e movimentadas, seja um
lutador. Você estará se pareando com reforçadores conhecidos, de forma
que as propriedades reforçadoras sejam transferidas para você: ficará
associado a uma condição reforçadora.
● Estabeleça um “atrativo” para a criança, de maneira que, quando ela entra na
sala, haja alguma coisa divertida que a atraia para a mesa. Dependendo do
seu interesse, pode ser um quebra-cabeça, um livro de colorir, um livro de
figurinhas adesivas, massinha de modelar, um jogo etc. Gaste algum tempo
divertindo-se com a criança nessa atividade inicial. Lembre-se que você quer
se parear com uma situação reforçadora!
● Torne o ambiente de aprendizagem divertido. Não consulte seu relógio e
anuncie para a criança que o tempo de brincar acabou e que agora é hora de
trabalhar. Seu papel é fazer do trabalho o mais divertido possível. É trabalho
para você, mas não deve ser percebido como tal para a criança. Não tenha
medo de parecer ridículo, fazer barulho, cantar, dançar, sujar-se e rolar pelo
chão. Não tem problema manter a massinha na mesa enquanto você começa
a trabalhar no programa. Você pode lhe mostrar algumas figuras e pedir-lhe
para tateá-las enquanto brinca. Talvez você possa incorporar a massinha no
trabalho para conseguir uma transição suave. Por exemplo, se uma parte do
programa é ensinar FCC sobre animais, você pode fazer um cachorro de
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massinha e falar sobre os atributos de um cachorro (“Estou fazendo um


cachorro; onde fica a perna do cachorro? O que faço agora?” ou “Eu fiz um
cachorro, você pode tocar a sua cauda? Como o cachorro fala?”). A criança
terá menos vontade de escapar da situação de ensino se ela for divertida e
reforçadora.
● Comece com um número menor de tentativas para cada programa e aumente
gradativamente. No começo, você provavelmente não conseguirá terminar
todos seus programas.
● Comece com sessões mais curtas. Aumente a duração da sessão em função
da capacidade da criança. Reflita sobre o tempo de concentração no
aprendizado que poderia ser esperado de uma criança de desenvolvimento
típico.

Prepare o ambiente de aprendizado


● Garanta que todo o material de ensino – reforçadores, cartões de dicas etc. –
sejam facilmente alcançáveis pelo professor. Você não vai querer interromper
a aula para procurar estímulos ou um reforçador favorito.
● No começo você provavelmente vai querer escolher um ambiente de ensino
que seja livre de distrações, como telefones, TV ou música e longe dos
lugares barulhentos da casa, como entradas e corredores. Após algum
tempo, o ensino pode ocorrer em todo e qualquer lugar –mesa da cozinha,
caixa de areia, carro etc – sem que as várias fontes de distração causem
problemas significativos.
● Algumas pessoas preferem organizar os assentos de maneira que o
professor tenha um alto grau de controle. Um exemplo seria ter a criança
sentada em frente ao professor, com os joelhos do professor envolvendo os
da criança. Essa posição dominadora pressupõe que a criança
provavelmente vai querer fugir e o professor deve se posicionar de maneira a
prevenir a fuga. A criança QUERER escapar é uma boa indicação de que a
situação de ensino, ou o professor, tornou-se aversivo, sendo necessário um
esforço reparador para que tanto o professor como o ambiente se tornem
reforçadores.

Material necessário na sala:


● 2 cadeiras,
● mesa própria para crianças,
● material de ensino (estímulos),
● cartão de dicas do professor,
● reforçadores em um recipiente – sacola, caixa ou baú –,
● material para sondagem de dados e canetas (se o dia for de fazer
sondagem),
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● opcional: uma TV e vídeo-cassete/DVD se você planeja usar vídeos como


reforçadores,
● opcional: uma câmera de vídeo é uma ferramenta útil para rever aulas, dar
retorno (feedback) para professores, demonstrar métodos, etc.

Intercale e varie “demandas de instrução”

Alterne os programas.
Quando estiver trabalhando com a criança, apresente uma mixagem de SDs
de todos os programas de maneira que não fique repetindo o mesmo SD em
tentativas consecutivas. Pesquisas indicam que esta técnica de variação tende a
diminuir o valor de fuga e os comportamentos negativos.
Os programas de ABA à moda antiga tendiam a ensinar tudo de um
programa, então tudo do programa seguinte, e depois o seguinte etc, o que pode
ser tedioso – chato – para a criança, resultando em um aumento do valor de fuga.
Comportamentos negativos podem aumentar quando você chega a um programa
que a criança não gosta e, mesmo assim, precisa permanecer por um determinado
número de tentativas antes de seguir em frente.
Além disso, a criança pode parar de escutar um SD específico se você
repeti-lo muitas vezes:

● “Toque seu nariz” (programa de comando de um passo).


● “Toque sua orelha” (programa de comando de um passo).
● “Toque sua cabeça” (programa de comando de um passo).
● “Toque seu braço” (programa de comando de um passo).

Em vez disso, um programa combinado exige que a criança preste atenção a


cada SD (como na vida real) e pode parecer alguma coisa do tipo:

● “Mostre-me a vaca” (programa receptivo).


● “Toque sua cabeça” (programa de comando de um passo).
● “Qual o seu nome?” (programa de habilidades sociais e intraverbal).
● “Você pode dizer ‘bolacha’?” (prática ecóica).
● “Toca aqui!” (programa receptivo).

Varie o enunciado dos SDs.


Embora você procure manter seus SDs curtos e claros, tente usar linguagem
normal e varie as palavras. Por exemplo, se você quiser que a criança indique
entendimento receptivo, você pode dizer: “Aponte para a coisa que você usa” ou
“mostre aquilo que o papai dirige” ou “onde está?”. Fica mais parecido com a
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linguagem de vida real e, como você está usando técnicas de aprendizagem sem
erro e de transferência de estímulo, a criança será bem sucedida com vários SD s.

Aprendizagem sem erro


Esta técnica está bem discutida no capítulo 5, sobre Dicas. Aprendizagem
sem erro é prover uma situação de aprendizagem que garanta que não sejam feitos
erros durante a tentativa em curso e que o reforçamento possa ser dado. Por
exemplo, colocar uma figura de uma maçã sobre a mesa, mostrar à criança outra
figura de maçã e pedir-lhe que emparelhe as maçãs; dar à criança um
quebra-cabeça que, montado em qualquer ordem, ainda esteja certo; perguntar à
criança: “Mamãe está indo na loja. Onde mamãe está indo?”.

Intercale tarefas fáceis e difíceis


Se todas as tarefas e demandas feitas à criança forem difíceis, o valor de
fuga vai aumentar, o que significa que a criança vai estar mais interessada em sair
do que ficar. Intercale tarefas difíceis entre outras mais fáceis.

Aumente gradualmente o número de demandas


Certifique-se de, quando começar a ensinar, exigir poucas tarefas da criança
antes de dar o reforçador. Aumente gradualmente o número de tarefas necessárias
para consegui-lo. Isto significa que a criança vai trabalhar por períodos cada vez
mais longos antes de obter o reforçador. Garanta que a sua taxa de reforçamento
variável VR sempre seja atingida, de forma a manter baixo o valor de fuga.

Ritmo rápido de instrução


● Mantenha o tempo entre as tentativas curto. O tempo entre tentativas é
chamado “intervalo entre tentativas” (ITI). É neste espaço entre tentativas que
comportamentos tendem a ocorrer. Esperar por pegar outro programa,
procurar por material ou registrar dados pode significar ITIs longos. Os ITIs
devem ter, no máximo, cerca de 2 segundos. É um período de mudanças
rápidas (alta rotatividade) e requer que os professores estejam totalmente
preparados e familiarizados com o programa da criança.
● Instrução rápida tem implicações na coleta de dados. Programas de VB
(Comportamento Verbal) usam uma técnica de sondagem de dados “teste e
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ensine”, que significa que os dados não são registrados continuamente ao


longo de cada tentativa de aprendizagem e ao longo de cada aula. Os dados
podem ser sondados no começo do dia, a cada dois dias, ou uma vez por
semana, etc. (o professor pode determinar a freqüência com base no ritmo de
aprendizagem da criança) e então as folhas de registro de dados são
deixadas de lado e começa o ensino

Ensine fluência das habilidades


Fluência é um termo interessante. Em VB, significa CORRETO, RÁPIDO e
CLARO (significando audível e confiante). Em termos leigos, diríamos “saber na
ponta da língua” para indicar quão firme um conhecimento deve estar. Isto adiciona
um componente ou dois ao critério de domínio da habilidade. A resposta não só
deve ser correta, mas deve ser dada rapidamente. Isso tem o efeito de reduzir a
latência (ou demora) entre o SD e a resposta. Quando conversamos com outra
pessoa, normalmente respondemos as questões imediatamente (ou usamos
“recheios” como “hummmm...”). Crianças com autismo podem ter períodos de
latência mais longos nas suas respostas do que as crianças de desenvolvimento
típico. Por exemplo, se uma criança de desenvolvimento típico perguntar a uma
criança autista “Qual o seu nome?”, e precisar esperar 10-12 segundos por uma
resposta, ela não a ouvirá porque já se afastou, supondo que estava sendo
ignorada. Exigir fluência ajuda a corrigir essa demora. Isto significa que, se uma
criança não responder em 1 a 2 segundos, a dica será dada, mesmo que você saiba
que a criança sabe a resposta! Se a resposta não for fluente, não estará correta!

Cartões de dicas para professores


● Para usar todas essas técnicas de ensino, o professor precisará de um
sistema que lhe permita movimentarse rapidamente entre e dentro dos
programas. Segurar abertamente uma pasta e ficar folheando as folhas de
SDs para intercalar tentativas durante uma aula não é uma boa solução, nem
folhear loucamente a Pasta Curricular. Algumas opções mais adequadas
seriam ter uma lousa branca ou quadro negro na área de ensino, onde os
vários programas com os estímulos estejam listados. Algumas pessoas
gostam de usar cartazes, que são mais fáceis de afixar temporariamente na
parede. Outro método é usar “displays” de plástico, encontrados em
papelarias (são como porta-retratos sem molduras, transparentes de ambos
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os lados, que medem 22x28 cm). Seja qual for o método escolhido,
certifique-se que a informação esteja visível para o professor, possa ser
seguida por todos envolvidos com o ensino da criança, seja regularmente
atualizada e seja legível!
● O que colocar nos cartões de dicas? Segue uma amostra que pode ser
escrita ou digitada e colocada em um suporte plástico. Isto não deve ser
usado como modelo de programa – é somente uma amostra de um cartão de
dicas.
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Amostra de Cartão de Dicas para professores

● Cada criança deve ter seus Cartões de Dicas, dependendo dos programas do
seu currículo. O número de divisões dos Cartões de Dicas dependerá do
número de programas que estão sendo feitos com esta criança. Você pode
querer ter um cartaz separado para cada programa.
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Algumas palavrinhas sobre contato visual


● Não é necessário nem aconselhável começar cada tentativa com um
comando OLHE PARA MIM ou mesmo ficar chamando o nome da criança
antes de apresentar o SD. Há uma série de problemas com isso.27 A criança
poderá atrasar o começo do programa recusando-se a olhar; você poderá
acabar tendo uma criança que SOMENTE presta atenção depois de ouvir o
“olhe para mim” ou o seu nome; e seu objetivo pode não ser que a criança
olhe para você – e sim para os cartões na mesa ou para o computador, por
exemplo.
● O Dr. Stephen Gutstein desenvolveu alguns trabalhos muito interessantes
sobre Habilidades de Relacionamento (no programa RDI, ou Relationship
Skills) para crianças com autismo ou síndrome de Asperger. Ele diz que
solicitar que uma criança estabeleça contato visual ou olhe no seu rosto pode
fazer você sentir-se melhor, já que ela estaria se comportando como uma
criança típica, mas isso não ajuda a criança antes dela ser capaz de tirar
alguma informação do seu rosto. É por isso que nos olhamos, afinal: estamos
buscando informações sobre o grau de interesse da outra pessoa, sua
confusão ou resposta ao que apresentamos a ela. Gutstein diz que fazer uma
criança com autismo olhar para você é como ter uma criança com dislexia
segurando um livro e fingindo que lê – pode ser a maneira “certa” de se
comportar, mas ela não está obtendo nenhuma informação disto. (O
programa de Gutstein – RDI – tem exercícios que ajudam a criança a
aprender a obter informações ao olhar rostos).

Técnicas comportamentais usadas em ABA


Há uma série de técnicas usadas em ABA que são úteis de serem
conhecidas. A verdadeira arte de ser professor de ABA depende da habilidade de
avaliar uma situação rapidamente e determinar qual a melhor opção para ajudar a
criança a aprender e ter sucesso em situações variadas. Aqui estão algumas das
técnicas básicas:

● Técnica da Transferência de Estímulo – Sobre essa técnica essencial, veja o


capítulo sobre Comportamento Verbal.
● Modelando o Comportamento – Modelagem é um procedimento de reforçar
diferencialmente sucessivas aproximações ao comportamento desejado. Isto
significa simplesmente que, quando tivermos uma meta – sentar-se em uma
roda por 15 minutos, por exemplo – estejamos preparados para esperar e
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recompensar por menos, no começo. Poderíamos esperar que a criança se


sentasse por 3 minutos no começo, e depois por 4, 5, 7, 10, etc. Uma das
chaves é fazer com que a criança sempre termine com um sucesso. Assim,
se sabemos que ela vai se aborrecer após 10 minutos; faremos com que
fique sentada por 9 minutos e então dizemos que fez um bom trabalho e que
agora pode ir brincar. Assim, estaremos no controle do tempo, ela aprende a
nos ouvir, sente-se bem pela realização e provavelmente ficará feliz em
repetir o feito. Expandiremos lentamente os limites, até que ela esteja
cumprindo a tarefa por quanto tempo ou da maneira planejada. Um problema
poderia ser como isso pareceria para outras crianças na classe, que
poderiam perguntar por que alguém é tratado de maneira diferente. A
resposta poderia ser: “O Caio é novo e ainda está aprendendo nossas
regras” ou “Nós vamos ajudar o Caio a aprender a escutar uma história por
mais tempo e ele vai nos ajudar com o quebra-cabeça”.
● Momentum Comportamental – Significa passar rapidamente por uma série de
comandos que a criança pode realizar facilmente e então passar para um
mais difícil dentro da série. O “momentum”, construído por uma série de
respostas corretas e reforçamentos, facilitará o sucesso de uma demanda
mais difícil. A idéia é deixar a criança habituada a responder. (Pense em
“Macaco Simão diz” ou “siga o mestre”). Os SDs devem ser repassados
rapidamente para construir o momentum. Por exemplo: “Toque seu nariz! –
Bata palmas! – Bata os pés! – Toque suas orelhas! – Diga Papai!”.
● Encadeamento – é ensinar todos os passos de uma tarefa individualmente na
ordem que resulta no comportamento final desejado. O encadeamento de
tráspara-a-frente ensina o último passo primeiro, então o penúltimo e assim
por diante. Esse método é muito usado para ensinar linguagem. Por exemplo,
as crianças podem achar mais fácil completar a última palavra de uma
canção, por exemplo: “Ciranda, cirandinha, vamos todos __________”. O
Encadeamento de frente-para-trás ensina cada passo a partir do começo, isto
é: “Primeiro ligue o computador, depois clique no ícone do Chico Bento,
então jogue”.
● Diminuir uma demanda – Como sempre desejamos que a criança complete
uma tarefa com sucesso, é correto facilitar a demanda ou a tarefa quando
esta é muito difícil. Deste modo, a criança continuará trabalhando sem “fugir
da demanda”. Um exemplo poderia ser: “Diga ‘Bom dia, Dona Maria’”, então
“Diga ‘Bom dia’” então só “Diga ‘Ôi’”.
● Esvanecimento - É a remoção gradual da ajuda ou de dicas. Por exemplo,
em um programa de nomeação expressiva de objetos, você pode começar
mostrando uma figura do Cascão, perguntando “Quem é esse? Cascão!” e
então gradualmente vá para “Quem é esse? Cas...” e depois finalize com
“Quem é esse?”. Outro exemplo poderia ser traçar uma letra sobre uma já
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impressa, depois traçar sobre muitos pontos formando a letra, depois sobre
poucos pontos e finalmente sem nenhum modelo. Pode ser também mamãe
permanecer na escola por 30 minutos no primeiro dia, 20 minutos no
segundo, 15 minutos no terceiro e assim por diante. Quando ensinamos a
andar de bicicleta sem rodinhas extras, gradativamente retiramos o apoio – à
medida que ganham competência. O esquema de esvanecimento dependerá
da criança e da dificuldade da tarefa. Se continuarmos dando dicas ou
ajudando quando já não é mais necessário, a criança pode tornar-se
“dependente de dica”, isto é, incapaz ou desmotivada a fazer a tarefa sem a
assistência extra.
● Generalização – Uma resposta reforçada na presença de um estímulo resulta
em uma tendência a responder da mesma maneira aos estímulos que
compartilhem propriedades semelhantes. A generalização é uma coisa boa –
geralmente. Permite que identifiquemos uma caneta corretamente mesmo
que ela seja vermelha ou azul, Bic ou Cross, tinteiro ou esferográfica, etc.
Nós queremos que- as crianças generalizem boas maneiras, de modo que
digam “por favor” e “obrigado” não apenas quando a mãe está por perto, mas
todas as vezes que alguém lhe dê alguma coisa.

Queremos que as crianças generalizem no tempo, através de ambientes e


com diferentes pessoas. Isto é, não queremos que a criança só aprenda a identificar
a cor vermelha durante uma situação um-para-um na sala de terapia e não seja
capaz de identificar algo vermelho na cozinha.
Para ajudar no processo de generalização, gostamos de usar vários
professores diferentes e variados ambientes de aprendizagem. Uma
supergeneralização normalmente acontece quando a criança começa a nomear
coisas antes de ser capaz de fazer discriminações mais finas. Por exemplo, uma
criança pequena chama seu pai de “Papai”, mas também chama de “Papai” todos
os outros homens adultos.
Até que a criança tenha um vocabulário mais amplo, uma palavra ou frase
pode servir – ser generalizada – para muitas coisas. “Colo” pode significar ao
mesmo tempo me pega, estou com sono, quero ir embora, etc.

DICA: ​Procure por algo positivo todo dia Pense nos ganhos em vez de sempre se
concentrar nas falhas. Alguns dias serão mais difíceis que outros. Lembre-se que
este é um processo de aprendizagem gradual e não segue uma progressão linear
perfeita.
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Juntando as coisas: exemplos de um programa de ABA


Apresentamos aqui uma amostra de currículo, que usaremos para
demonstrar uma aula. Se fosse real, cada um desses programas estaria listado na
folha de registro de SDs da pasta curricular. Todos os estímulos em uso – cartões e
objetos – deveriam estar sobre a mesa.
O esquema de reforçamento VR 10 é razoavelmente baixo e significa que a
cerca de 10 respostas corresponde um reforçamento. (Lembre-se: SR+ significa
Reforçamento Positivo).
Na nossa amostra de programa, a criança é reforçada após a 12ª tentativa e
de novo após a 22ª tentativa. Observe como é usada a aprendizagem sem erro.
Uma tentativa sem ajuda sempre sucederá a uma tentativa com ajuda, de maneira
que a resposta seja transferida para o estímulo. Veja como o programa mistura SDs
de diferentes programas e varia o enunciado dos SD s.

Exemplo de Currículo:
● Linguagem receptiva 1: Tocar diferentes partes do corpo (estímulos: cabeça,
ombros, joelhos, dedos dos pés).
● Linguagem receptiva 2: Tocar um item comum (estímulos: livro, giz de cera,
Bob Esponja, peça de Lego).
● Desempenho visual: Parear figuras iguais (estímulos: 10 pares de figuras).
● Imitação: imitar movimentos com objetos (estímulos: vários).
● Imitação vocal: Imitar palavras quando solicitado (estímulos: bolo, suco, urso,
carro, sim, não).
● Nomeação: Nomear objetos comuns (estímulos: DVD, livro, xícara, cobertor,
carro, Bob Esponja).
● Intraverbal: Completar palavras de canções (estímulos: “Atirei um pau no
gato”, “Ciranda cirandinha”, “Bambalalão”, “Palma, palma, palma”).
Exemplo de espaço de trabalho:
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Exemplo de Aula:
Tentativa 1
Professor: Davi, diga “BISCOITO”.
Criança: “Bicoto”.
Professor: Muito bem!

Tentativa 2
Professor: Ponha a mão na cabeça.
Criança: (Sem resposta.)
Professor: (Usa HOH para ajudar) Assim que se põe a mão na cabeça. Você pode
pôr a mão na cabeça?
Criança: (Toca a cabeça.)
Professor: Legal!

Tentativa 3
Professor: Faça isto: (modela beber de xícara).
Criança: (Bebe da xícara).

Tentativa 4
Professor: Faça isto: (empurra um carrinho).
Criança: (Empurra um carrinho).

Tentativa 5
Professor: Ponha a mão na sua cabeça.
Criança: (Toca a cabeça)
Professor: É isso aí! Testa para ver se a habilidade da tentativa 2 foi retida

Tentativa 6
Professor: O que é isso? (mostrando um carrinho) Carro.
Criança: Carro. (a criança ecoa)
Professor: Certo, isso é um carro. O que é isso?
Criança: Carro. Observe a transferência de ecóico para tato

Tentativa 7 Professor: Vamos cantar! (canta uma música inteira, depois repete).
Atirei o pau no gato to to, mas o gato _____.
Criança: to to
Professor: ...não morreu! Muito bem! Bom trabalho Davi!

Tentativa 8
Professor: Quer cantar de novo? Sim.
Criança: Sim.
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Professor: Podemos cantar de novo?


Criança: Sim. Observe a transferência de ecóico para intraverbal

Tentativa 9
Professor: (canta) Atirei o pau no gato ____
Criança: to to
Professor: ...mas o gato to to não_____ (pausa para a criança completar)
Criança: (Não responde.)
Professor: MORREU. Mas o gato to to não morreu.

Tentativa 10
Professor: Diga “suco”.
Criança: Suco.

Tentativa 11
Professor: O que é isso? (mostra um livro) Livro.
Criança: Livro.
Professor: O que é isso? (Mostra o livro de novo).
Criança: Livro.

SR + Professor: UAU! Você está fazendo um ótimo trabalho! (Dá um brinquedinho


e um biscoito como reforçadores).

Tentativa 12
Professor: Você consegue mostrar o livro? (Professor mostra o livro – uma dica de
modelação).
Criança: (Mostra o livro.)
Professor: Onde está o livro?
Criança: (Mostra o livro.)
Professor: Ótimo!

Tentativa 13
Professor: Mostre o Cebolinha (Modela apontando.)
Criança: (Mostra o Cebolinha.)
Professor: Muito bem! Você pode me mostrar o Cebolinha?
Criança: (Mostra o Cebolinha.)
Professor: Está certo!

Tentativa 14
Professor: Você pode emparelhar essa figura? (Dá à criança a figura de uma casa e
usa HOH para ajudar a criança emparelhar.)
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Criança: (Emparelha as figuras com a ajuda do professor.)


Professor: Esta é a casa. Vamos emparelhar a casa?
Criança: (Emparelha as figuras.)

Tentativa 15
Professor: Cadê o Cebolinha?
Criança: (Toca o Cebolinha.)

Tentativa 16
Professor: (Pega o Cebolinha) Quem é este?
Criança: “Ceboinha.”
Professor: Isso! Este é o Cebolinha!

Tentativa 17
Professor: Me mostra o livro. Criança: (Pega o livro.)

Tentativa 18
Professor: O que você está segurando?
Criança: Livro.

Tentativa 19
Professor: O que é isso? Vídeo.
Criança: Vídeo.

Tentativa 20
Professor: Você quer assistir a um vídeo?
Criança: Sim.

Tentativa 21
Professor: Qual vídeo você quer assistir?
Criança: (Olha os vídeos, escolhe um).
Professor: Você quer assistir Xuxa. Diga Xuxa.
Criança: Sussa.
Professor: Qual vídeo?
Criança: Sussa.

SR+ Professor: Você trabalhou muito bem, vamos assistir à Xuxa e tomar um
lanchinho! (Põe um vídeo e serve um lanchinho).
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Manejo de dados
Sondagem de dados versus coleta contínua de dados. Como fazer uma sondagem
de dados. Anotando a pontuação. Domínio e fluência. Critérios de domínio. Fazendo
gráficos e analisando os dados.

O manejo de dados é uma parte crítica de um programa de ABA. O dados


mostrarão se uma criança está aprendendo e em que velocidade. Vai informá-lo
quando o programa está “dominado” e se está na hora de seguir em frente. Os
dados indicarão um problema e permitirão que você corrija o problema antes que
ele afete a criança e sua aprendizagem.
Os dados mostrarão a taxa média de aprendizagem da criança, permitindo
que você identifique problemas quando a aprendizagem é significativamente
diferente e procure por explicações. Revisão dos dados nas reuniões de equipe é
uma ferramenta valiosa, tanto para o coordenador do programa como professores,
permitindo que todos possam acompanhar a evolução do trabalho.

Sondagem de Dados versus Coleta Contínua de dados


A sondagem de dados consiste na coleta de dados em certos pontos do
programa, como uma vez por dia ou em dias alternados, ou uma vez por semana.
Coleta de dados contínua significa que você avalia cada uma das respostas feitas
pela criança durante a aula.
A maioria das pessoas que usa a estratégia Comportamento Verbal (VB)
preferirá usar a sondagem de dados, porque esta permite que a aula caminhe mais
rápida, permite que você varie a apresentação do programa e que possa manter
toda a sua atenção sobre a criança.

Como fazer uma Sondagem de Dados


Decida com que freqüência você coletará dados. Algumas pessoas gostam
de verificá-los diariamente, outras preferem outros esquemas – a cada 2 ou 3 dias
ou uma vez por semana.
Tomem todas as suas fichas de SD que contenham espaço para coletas de
dados e faça o que é chamado de “sondagem a seco”. Isso significa que você
testará a criança antes que ela tenha a chance de praticar a habilidade em questão.
Você quer saber se ela já sabe alguma coisa antes de praticar. Pode ser produtivo
ter alguém anotando os resultados enquanto você trabalha os SD s com a criança.
Dependendo do tamanho do seu programa, a sondagem pode levar 20 minutos a
meia hora.
Depois, você pode gastar o resto do dia ensinando. Você não coletaria mais
dados nesse dia. Esse método também é conhecido como método “teste e ensine”.
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Anotando os resultados.
Há diferentes formas de anotar os resultados. O método mais simples é usar
um sistema “sim ou não”, onde você marca o ​S para “sim, correto” e o N para “não,
errado” ou ainda “certo ou errado”, onde marca o ​C para “certo/correto” e o E para
“errado”. Também pode usar “​+​” e ​“–​”, ou ​“I” para independente e ​“P​” (ou “​A​”, ou
“​D​”) para resposta com ajuda/dica. Importante é que você, ou qualquer pessoa que
consulte suas anotações, as entenda, não importa quanto tempo depois vá usá-las:
é conveniente ter o registro do que significam esses símbolos. Outra idéia que
funcionará para alguns programas que usam cartões, por exemplo, é fazer duas
pilhas, ou ter duas caixas – uma para as respostas corretas e uma para as
erradas.Você pode trabalhar todo o programa e ir colocando os cartões nas caixas
ou pilhas correspondentes e mais tarde marcar os resultados no papel. Quando
estiver marcando resultados, dê o SD ao aluno ​SEM nenhuma dica ou ajuda e anote
a resposta. Para ser considerada correta, a resposta deve ser ​CORRETA E
RÁPIDA ​– dada dentro de 1 a 2 segundos. Você pode continuar a tentativa usando
o procedimento de correção de erro de maneira que a criança acabe acertando,
mas ​você vai anotar a PRIMEIRA resposta da criança, dada sem qualquer dica ou
ajuda.

Exemplo 1 de uma Folha de Registro de SDs, mostrando os dados coletados

Não é melhor ter mais dados?


Algumas pessoas gostam de ter mais informações e podem querer detalhar o
nível de sondagem (HOH, Verbal, Gestual etc): se a resposta foi considerada errada
porque estava incorreta, porque não foi respondida ou porque estava quase certa,
mas não o suficiente (aproximação sucessiva). Mesmo que coletar mais dados
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pareça uma boa idéia, se eles não forem utilizados para tomar decisões, sua coleta
estará apenas tomando tempo e tornando a análise dos dados mais complicada do
que o necessário.
Os dados devem capacitá-lo a acompanhar a evolução da criança e tomar
decisões sobre o programa: mais não significa necessariamente melhor. Mais dados
podem dificultar a análise e fazer as pessoas acharem que é muito complicado
coletá-los. O melhor é começar com coleta básica de dados e, se necessário,
expandi-la mais tarde. Por exemplo, se você tem um programa que não está indo
bem e não consegue descobrir o porquê com as informações existentes, pode fazer
testes mais extensivos para tentar determinar a causa. Nesse caso, vale a pena
verificar os níveis de sondagem ou se estão acontecendo muitas aproximações
sucessivas.

Domínio e Fluência
A coisa mais importante que os dados mostrarão será o momento em
que um programa foi dominado. Dominado significa que a criança atingiu os
critérios do programa. Em relação a esta questão, há diferentes abordagens.
Geralmente, um programa de Comportamento Verbal exigiria 100% de ​fluência​, ou
seja, ​CORRETO e RÁPIDO ​– e, algumas vezes, ALTO (isto é, confiante e audível).
Isso corresponderia a respostas corretas em três sondagens de dados,
independentes e diferentes. As folhas de registro de dados do Ajude-nos a aprender
(“Help Us Learn”) são estruturados desta maneira. Programas de ABA mais antigos
podem preferir estabelecer critérios de aprendizagem a 80% ou melhor, através de
três aulas. Note que isso significa que a criança está errando uma em cada cinco
respostas. Não seria um bom exemplo de fluência da criança nesta tarefa.

Quando um programa é considerado dominado e fluente?


Depois que o aluno conseguir SIM em três sondagens de dados consecutivas
(pode ser em 3 dias seguidos ou em dias alternados por 6 dias, ou uma vez por
semana ao longo de 3 semanas), você pode considerar o programa dominado ou
fluente. Então você deverá fazer três coisas:

1. Indicar a data de domínio no espaço destinado a isso na folha de SD.


2. Marcar os três SIM consecutivos com uma caneta marca-texto (ou circundar
cada um com uma caneta comum). Isto é somente um recurso visual para
que você relembre que o programa está dominado na próxima vez que for
coletar dados.
3. Mova o programa para a seção “Sondagens” ou “Programas aprendidos” da
sua Pasta de Programas. Você deverá devotar algum tempo do programa
para reavaliar habilidades APRENDIDAS; assim poderá checar
periodicamente se o aluno manteve a habilidade. Isso poderá ser feito a cada
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três sondagens de dados, ou sondar um programa ou habilidade aprendida a


cada sondagem de dados: basta adicioná-lo ao conjunto existente quando
fizer uma sondagem.

Exemplo 2 de uma Folha de Registro de SD indicando domínio

Três “SIM” consecutivos indicam que este estímulo está aprendido, portanto deve
entrar no gráfico de dados como novo item aprendido. Também deve ser realçado
(para indicar aprendido) e ser registrado na seção Sondagem de Aprendidos da
Pasta Curricular.
Observe que, se conectar os certos e errados, pode surgir uma “mini
tendência” para cada estímulo. Ela pode apontar se a criança apresenta algum
problema com ele.

Plotando os dados
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Uma vez que você tiver os dados das sondagens, precisará transferi-los para
um gráfico que permita analisar a evolução do aluno. Provavelmente, o gráfico mais
fácil de usar é o que apresenta o número cumulativo e a taxa dos itens dominados.

Exemplo 1 de Gráfico de Dados


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O gráfico mostra cumulativamente o número de itens dominados para este


programa. Ao olhar o primeiro dia do gráfico, você poderá verificar que o aluno tinha
um total de 11 nomes aprendidos.
Em 25 de janeiro, passou para um total acumulado de 16 nomes. Note que,
para fins de demonstração, o gráfico acima começa no número 11 e vai até 31.
Novos gráficos começariam em 1 e continuariam aumentando o quanto fosse
necessário (os critérios estariam especificados no ABLLS). Como este gráfico é
CUMULATIVO, os dados sempre vão aumentar.

O que você aprende a partir de um gráfico?


Os pontos-chave que você quererá saber em um programa de ABA são: O
aluno está aprendendo? O aluno está aprendendo no ritmo apropriado? No Exemplo
1 de Gráfico de Dados acima, você pode observar que o aluno tem um ritmo bom e
estável de aprendizagem.
Quase todas as vezes que os dados foram coletados (isso foi feito a cada
dois ou três dias) a criança conseguiu nomear mais itens. Note que algumas vezes
o total permanece o mesmo por dois dias (veja 16 e 18 de janeiro) e algumas vezes
o aluno aprendeu vários itens de uma só vez. (veja 5, 9, e 15 de fevereiro).

Exemplo 2 de Gráfico de Dados.


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A primeira coisa que você nota é que a linha se mostra muito horizontal. Isso
demonstra que o aluno não está adquirindo novos itens muito rapidamente.
A tendência mostrada por este gráfico pode significar algumas coisas
diferentes:

1. Pode ser o ritmo de aprendizagem normal daquela criança. Verifique os


outros gráficos do programa para ver se apresentam tendências
semelhantes. Lembre-se que alguns programas podem ser mais difíceis que
outros, por isso não espere que a taxa de aquisição seja a mesma para
todos.
2. Há um problema com o ensino (o que o Dr. Vince Carbone chama de
“desensino”). O professor pode não estar usando a aprendizagem sem erros
de maneira apropriada, ou pode não estar fazendo o procedimento de
transferência corretamente. Você poderia assistir a uma aula ou, se for o
professor, revisar suas anotações e pedir que alguém observe uma aula sua
e lhe dê um retorno. Se não tiver ninguém que possa ajudá-lo, grave uma
aula em vídeo e revise-a você mesmo.
3. O programa é muito difícil para o aluno. Isto pode ser resultado de um
problema na avaliação, ou seja, o aluno não foi colocado em um programa
apropriado para o seu nível de habilidade. Retorne ao ABLLS e certifique-se
de que o aluno foi colocado no nível adequado ou, se você não estiver
usando o ABLLS, verifique os programas precedentes e certifique-se de que
foram solidamente dominados.
4. Outros fatores podem estar interferindo na aprendizagem. Por exemplo, o
aluno pode estar tendo um grande número de comportamentos (negativos), o
que significa que o professor precisa passar mais tempo se “pareando” ou em
procedimentos de manejo de comportamento como extinção. Também é
possível que este programa em particular não venha tendo o treino suficiente
dentro da aula. Mais uma vez, você poderia observar ou gravar em vídeo o
professor ou a si mesmo.
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Exemplo de Folha de Registro de Mandos

Esta folha coleta dados sobre o número de mandos que a criança produz.
Algumas pessoas preferem manter uma folha de registro de mandos com dica
versus mandos sem dica, especialmente no começo. Se você quiser fazer assim,
apenas nomeie uma folha “com dica” e outra “sem dica”.
Outra sugestão útil é ter dois contadores manuais (tally counters) rotulados
“com dica” e “sem dica”. Para conseguir o total por hora, divida o total diário pelo
número de horas em que coletou os dados de mando. Apesar de ser tentadora a
generalização dos dados para o dia todo, lembre-se de que a criança provavelmente
não produz o mesmo nível de mandos quando estes não estiverem sendo
“capturados” e planejados para a “hora de trabalho”. Por isso, você não pode
multiplicar o número médio por 24 para obter o número de mandos por dia!
Se você quiser estabelecer uma meta para uma hora de trabalho, calcule
quantas horas de trabalho serão dedicadas ao treino de mandos e divida este
número por 500. Esse é, aproximadamente, o número de mandos diários feitos por
uma criança com desenvolvimento típico.
Por exemplo, se você está trabalhando com mandos por quatro horas ao dia,
500 divididos por 4 é igual a 125. Portanto, você precisa que a criança produza 125
mandos por hora durante cada hora de trabalho. Isto parece muito, e você poderia
fazer uma de duas coisas. Aumente as horas que você trabalha com mandos (500
dividido por 6 é igual a 83) ou reduza sua meta. Isso ilustra como você precisará
trabalhar com mandos durante o dia para chegar a um nível desejável de mandos.
Exemplo de Gráfico de Mandos
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Dramatização
O objetivo deste exercício é simular como seria um programa real de ABA do
preparo para a execução. Faça alguém representar o papel de aluno enquanto você
representa o professor.
Professor: ​Estabeleça as Folhas de Registro de SD usando o currículo
abaixo e as quatro Folhas de Registro de SD nas páginas seguintes. Você também
é responsável por montar a sala e obter os reforçadores e estímulos já preparados
para serem usados. Você precisará recortar os estímulos (figuras para usar no
programa) que são fornecidos nas páginas seguintes. Certifique-se de decidir por
um esquema VR e segui-lo!
Aluno: ​Você é o aprendiz e suas respostas podem variar de corretas a
incorretas, até nenhuma resposta. Entretanto, não se desvie a ponto de ser um
aprendiz tão difícil. Você também pode ajudar dando feedback ao professor depois
da dramatização. Tenha certeza de reforçar o que ele fez bem, além de indicar
áreas a serem trabalhadas.
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Currículo para Dramatização

Variações
1.​ Refaça a dramatização enfocando o manejo de comportamentos difíceis.
2.​ Refaça a dramatização e adicione a compilação de dados (sondagem dos dados).
Montando o Espaço de Trabalho
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Recorte estas figuras para Nomear Itens Comuns
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Recorte (imprima) esta figura para Linguagem Receptiva: Apontar para partes
do corpo na figura.
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Lista de Avaliação do Ensino
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Anotações da Dramatização Use esta folha para anotar seu desempenho como
professor na dramatização, com base no feedback (retorno) de seu “aprendiz”
e “observador”
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