Artigo 011
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Artigo Número 11
Fabrício de A. Santos
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Introdução
Processamento
produção final. Sua composição pode ser alterada com a exposição prolongada ao ar
em razão de sua fácil deterioração.
Temos, comercialmente, dois tipos de farelo de glúten conhecidos: o farelo de
glúten de milho 21 (Refinazil) e o farelo de glúten de milho 60 (Protenose).
O farelo de glúten de milho 21 é a parte fibrosa do grão de milho que fica após
extração da maior parte do amido, do glúten e do gérmen pelo processo empregado na
produção do amido ou do xarope. O farelo, também, pode conter extrativos
fermentados do milho e/ou farelo de gérmen de milho, bem como, deve ser isento de
matérias estranhas à sua composição.
O farelo de glúten de milho 60 é o resíduo seco de milho, obtido após a
remoção da maior parte do amido, do gérmen e da separação do farelo pelo processo
empregado na fabricação do amido de milho ou xarope, por via úmida, pelo
tratamento enzimático do endosperma (Tardin, 1991).
Composição Química
Fonte: NRC – Gado de Leite (1989), USA – Canadian tables of feed composition
(1989), Latin American tables of feed composition (1974) , Cornell (1990),
Feedstuffs (1992).
Tabela 3 - Composição do glúten de milho
Constituinte Ud Glúten 21 Glúten 60
Matéria seca % 90 90
Energia digestível Kcal/kg 2.990 4.225
Energia metabolizável Kcal/kg 2.605 3.830
Proteína bruta % 21,5 60,2
Gordura % 3,0 2,9
Ácido linoléico % 1,43 1,17
FDN % 33,3 8,7
FDA % 10,7 4,6
Cálcio % 0,22 0,05
Fósforo % 0,83 0,44
Sódio % 0,15 0,02
Cloro % 0,22 0,06
Potássio % 0,98 0,18
Magnésio % 0,33 0,08
Enxofre % 0,22 0,43
Cobre Mg/kg 48 26
Ferro Mg/kg 460 282
Manganês Mg/kg 24 4
Selênio Mg/kg 0,27 1,00
Zinco Mg/kg 70 33
Biotina Mg/kg 0,14 0,15
Colina Mg/kg 1,518 330
Niacina Mg/kg 66 55
Ácido pantotênico Mg/kg 17,0 3,5
Riboflavina Mg/kg 2,4 2,2
Tiamina Mg/kg 2,0 0,3
Vit.B6 Mg/kg 13,0 6,9
Vit. B12 mg/kg 0 0
Vit. E Mg/kg 8,5 6,7
Beta caroteno Mg/kg 1,0 -
Fonte: NRC – Suínos (1998)
Limpeza Milho
Maceração
Água de maceração
Evaporação concentração
1 Moagem
Separador de germe
Amido úmido
Farelo Refinazil Óleo bruto
Proteína úmida
Refino
Secagem
Óleo
Glúten Protenose
Glúten 21(REFINAZIL):
É composto basicamente pelas fibras digestíveis do grão de milho e parte do
glúten, além de parte do amido e frações protéicas não extraídas no processo primário
de separação e enriquecido com água de maceração concentrada. Nas tabelas de
nutrição animal é também denominado “ corn gluten feed”. O produto é largamente
utilizado nos EUA, maior produtor mundial, e exportado para a Europa. É produzido no
Brasil desde a década de 30 pela Corn Products Brasil Ltda., sendo largamente
utilizado pelas fábricas de rações e cooperativas leiteiras, e cada vez mais a nível de
fazendas que misturam suas próprias rações.
Contém as fibras digestíveis do grão de milho, parte do glúten, amido e frações
protéicas não extraídas no processo de separação do amido.
Glúten 60:
O ingrediente protéico do milho Protenose é obtido através da separação e
concentração do glúten extraído do milho pelo proceso de moagem úmida. É
denominado nas tabelas de nutrição animal como “corn gluten meal”. O produto é
utilizado como importante ingrediente para rações avícolas e em especial nos últimos
anos em rações “pet food” (cães e gatos).
O produto apresenta-se sob a forma de pó amarelado com odor característico,
com alto nível de energia metabolizável, alto teor de xantofila (em média 10 vezes
superior ao milho em grão) e rico em beta-caroteno (45,5 mg/kg), sendo que estes
fatores que conferem à pele do frango e à gema do ovo uma coloração amarelo-ouro.
O alto teor de proteína, superior à maioria dos suplementos protéicos de origem
vegetal, com alta digestibilidade e alto teor de proteína by-pass (55%), torna o
produto interessante na composição de rações para diversas categorias animais, em
especial para as vacas em lactação de alto potencial produtivo. Além disso, a proteína
dele é considerada de boa qualidade, com alto teor de metionina, aminoácido limitante
em diversos tipos de ração, e é também rica em ácidos graxos insaturados. Em geral,
o produto substitui o farelo de soja e, em função das diferenças de composição de
aminoácidos dos dois ingredientes, não se recomenda substituí-lo apenas em funções
dos teores de proteína da dieta. Sendo assim, as pesquisas indicaram um nível de
substituição de parte do farelo de soja da ordem de 3 a 6% na dieta, dependendo do
balanceamento efetuado com os demais ingredientes da ração. Assim este produto é
indicado para rações avícolas de corte e postura, possuindo uma vida útil de 6 meses,
e comercializado nas formas de farelo à granel e em sacos de papel multifoliados de 25
Kg.
Teixeira (1990), trabalhando com 240 pintos machos da linha fêmea de matriz
Ross 208, com 7 dias de idade distribuídos em 5 tratamentos ( T1 = Ração basal ; T2
= RB + 5% de protenose; T3 = RB+5% farinha de peixe Quaker; T4 = RB + 5% de
farinha de peixe Tripadali e T5 = RB + 2% de farinha de sangue), avaliou o
desempenho das aves no experimento que teve duração de 35 dias. O uso de 5% de
farinha de peixe Quaker melhorou significativamente o ganho de peso e a conversão
alimentar (P<0,05). Os demais tratamentos não obtiveram efeito significativo
(P<0,05) sobre o desempenho das aves e os resultados obtidos são apresentados na
tabela 9.
Trabalhando com 144 pintos machos da linha fêmea de matriz Ross 208,
Teixeira (1990) testou a substituição de 50% do milho da ração basal por sorgo, com e
sem acréscimo de 2,5% de protenose, de maneira isocalórica, isolisina, metionina +
cistina, cálcio, fósforo disponível e xantofila. Foram três tratamentos( T1 = RB ; T2 =
50% de milho do tratamento 1 substituído por sorgo; T3 = 50% de milho do
tratamento 1 substituído por sorgo, com 2,5% de protenose). As rações contendo
sorgo + protenose apresentaram conversão alimentar significativamente piores
(P<0,05) do que a ração à base de milho.
Tabela 13 - Peso vivo médio (PVM), ganho médio de peso (GMP), consumo médio de
ração (CMR) e conversão alimentar média (CAM), de acordo com o
tratamento e a linhagem.
Variáveis Tratamentos
Linhagens T1 T2 T3 T4 Média
PVM (g) Hubbard 1962 1956 1978 1985 1970 a
Ross 1888 1933 1968 1969 1939 a
Média 1925 a 1945 a 1973 a 1977 a ------
GMP (g) Hubbard 1919 1913 1935 1943 1928 a
Ross 1844 1890 1925 1925 1896 a
Média 1882 a 1901 a 1930 a 1934 a -------
CMR (g) Hubbard 3785 3758 3765 3819 3782 a
Ross 3650 3742 3736 3738 3716 b
Média 3717 a 3750 a 3751 a 3779 a -------
CAM (g/g) Hubbard 1,97 1,99 1,94 1,96 1,97 a
Ross 1,98 1,98 1,94 1,94 1,96 a
Média 1,98 a 1,98 a 1,94 a 1,95 a -------
a,b Para cada variável, médias seguidas da mesma letra, na mesma linha e na mesma coluna,
não diferem (P>0,05) pelo teste de Tukey ,T1= 0%, T2 = 5%, T3 = 10% e T4 = 15% de
Refinazil. Fonte: Freitas (2002A)
Tabela 14- Peso vivo médio (PVM), e peso médio da carcaça e de seus cortes nobres,
e rendimento de carcaça em relação ao PVM ao abate, e de seus cortes
nobres, em relação ao peso médio da carcaça, de acordo com o tratamento
e a linhagem
Variáveis Tratamentos
Linhagens T1 T2 T3 T4 Média
PVM (g) Hubbard 1959 1953 1944 2009 1996 a
Ross 1921 1907 2049 2017 1973 a
Média 1940 a 1930 a 1996 a 2013 a
Carcaça (g) Hubbard 1292 1314 1300 1344 1313 a
Ross 1312 1276 1366 1337 1323 a
Média 1302 a 1295 a 1333 a 1341 a
Peito (g) Hubbard 356 369 362 369 364 a
Ross 364 368 385 388 376 a
Média 360 a 369 a 374 a 378 a
Coxas(g) Hubbard 193 186 196 198 193 a
Ross 182 182 195 190 187 b
Média 188 a 184 a 196 a 194 a
Sobrecoxas(g) Hubbard 236 244 233 257 243 a
Ross 251 235 255 254 249 a
Média 243 a 240 a 244 a 256 a
Carcaça (%) Hubbard 65,95 67,28 66,87 66,89 66,75 a
Ross 68,29 66,91 66,66 66,28 67,04 a
Média 67,11 a 67,09 a 66,78 a 66,61 a
Peito (%) Hubbard 27,55 28,08 27,84 27,45 27,73 a
Ross 27,74 28,84 28,18 29,02 28,44 a
Média 27,64 a 28,49 a 28,05 a 28,18 a
Coxas (%) Hubbard 14,93 14,15 15,07 14,73 14,72 a
Ross 13,87 14,26 14,27 14,21 14,15 b
Média 14,43 a 14,20 a 14,70 a 14,46 a
Sobrecoxas (%) Hubbard 18,26 18,56 17,92 19,12 18,47 a
Ross 19,13 18,41 18,66 18,99 18,80 a
Média 18,66 a 18,53 a 18,30 a 19,09 a
a,b Médias seguidas de letras diferentes, na mesma coluna, diferem entre si (P<0,05)
T1=0%, T2=5%,T3=10% e T4= 15% de Refinazil.
Fonte: Freitas (2002B)
Tabela 15-
Tabela 16 -
Tabela 17 -
Tabela 18 -
Tabela 19 -
Tabela 20 -
Tabela 21 -
Tabela 22 -
Tabela 23 -
Tabela 24 -
(60%) substituiu 30% (na base de MS) da dieta referência. Os animais apresentaram
respectivamente nos períodos os seguintes pesos: 23,5; 40,6 e 64 kg.
Conclusões
Referências Bibliográficas