E Book Disc 23 Acs Acompanhando Os Ciclos de Vida Das Familias Saude Da Pessoa Idosa e Saude Do Homem 1685546108
E Book Disc 23 Acs Acompanhando Os Ciclos de Vida Das Familias Saude Da Pessoa Idosa e Saude Do Homem 1685546108
E Book Disc 23 Acs Acompanhando Os Ciclos de Vida Das Familias Saude Da Pessoa Idosa e Saude Do Homem 1685546108
ACOMPANHANDO OS CICLOS
DE VIDA DAS FAMÍLIAS
SAÚDE DA PESSOA IDOSA E
SAÚDE DO HOMEM
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 23
Brasília – DF
2023
MINISTÉRIO DA SAÚDE
CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ACOMPANHANDO OS CICLOS
DE VIDA DAS FAMÍLIAS
SAÚDE DA PESSOA IDOSA E
SAÚDE DO HOMEM
PROGRAMA SAÚDE COM AGENTE
E-BOOK 23
Brasília – DF
2023
2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial –
Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra,
desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
bvsms.saude.gov.br
Ficha Catalográfica
1. Agentes comunitários de saúde. 2. Agentes de combate às endemias. 3. Atenção básica em saúde. I. Conselho Nacional de Secretarias
Municipais de Saúde. II. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. III. Título.
CDU 614
Bons estudos!
LISTA DE SIGLAS
35 SAÚDE DO HOMEM
44 RETROSPECTIVA
46 REFERÊNCIAS
SAÚDE DA
PESSOA IDOSA
Você sabia que a
população idosa tem
crescido no Brasil?
O processo de envelhecimento populacional é uma realidade
mundial, sendo que, nos países em desenvolvimento, como o Brasil,
ele ocorre de maneira acelerada. De acordo com o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), a população idosa irá crescer nas
próximas décadas. Atualmente, no Brasil, há aproximadamente 30,2
milhões de pessoas idosas, o que corresponde a 14,6% da população.
Você pode observar na Figura 1, o quanto aumentou a população de
idosos, comparando os anos de 1940, 1980 e 2018. Perceba que a
projeção (a população estimada) de idosos em 2060 é maior ainda.
7
Em 2018, observe que a população de pessoas com 60 anos ou mais foi
maior, quando comparado com anos de 1940 e de 1980. Segundo o
estudo do IBGE, em 2060, a quantidade de pessoas com mais de 60
anos será ainda maior.
Por que é importante saber disso? Isso nos mostra o quanto é preciso
compreender o processo de saúde e adoecimento das pessoas idosas,
identificar suas capacidades funcionais, suas condições sociais e sua
qualidade de vida para a promoção da educação em saúde para essa
população.
8
Desta forma, você, ACS, precisa conhecer e diferenciar as alterações
do envelhecimento e suas fragilidades. Deve estar ciente das
diferenças entre as alterações fisiológicas do envelhecimento
(senescência), e as mudanças patológicas ou de senilidade
associadas ao processo de envelhecimento para acompanhar e
monitorar as necessidades de cada idoso (a) dentro de seu território.
Fonte:PARANÁ, 2018
9
O senhor João, idoso de 78 anos, que mora sozinho, está com sua
capacidade funcional comprometida, ou seja, possui dificuldades
de andar sozinho e sua função auditiva está reduzida. O que você,
ACS, pode fazer para ajudar?
10
A capacidade funcional do idoso é crucial para sua autonomia e
independência. Por isso, sua avaliação multidimensional deve
incluir todas as dimensões da saúde e objetivar o diagnóstico
global e etiológico, além da elaboração do plano terapêutico.
11
Você sabia que existe uma política
específica para a promoção da saúde
da pessoa idosa?
Hoje, os homens idosos e as mulheres idosas são acolhidos pela
Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa (PNASPI),
que está descrita na Portaria Nº 2.528, de 2006. É por meio dessa
política que os profissionais de saúde planejam as ações que serão
desenvolvidas no território com os idosos.
12
A Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa determina
algumas diretrizes para apoiar as ações de saúde no território.
Conheça-as:
13
É preciso considerar a saúde de forma ampla para promover um
ambiente familiar, social e cultural mais adequado às
necessidades da pessoa idosa. No planejamento estratégico da
UBS, principalmente no que diz respeito ao trabalho do (a) ACS, as
atividades em grupo, as ações coletivas na comunidade e o
fortalecimento de redes sociais de apoio aos usuários e usuárias
podem ser algumas das medidas indicadas. Dessa forma, a equipe
da APS consegue atuar nas dimensões cultural e social do
cotidiano dos idosos e das idosas. A participação do (a) ACS
nessas ações é indispensável (Brasil, 2007).
14
Não é só isso! A população idosa ainda sofre com o aumento das
doenças crônicas degenerativas, ou seja, aquelas doenças que
não possuem cura e que aumentam as dificuldades das pessoas
idosas de realizar suas atividades. Elas podem ser
neuropsiquiátricas, cardiovasculares, osteomusculares,
respiratórias e provocam a incapacidade funcional do (a) idoso
(a) e a redução da sua qualidade de vida (Felipe; Zimmermann,
2011).
Substâncias psicoativas:
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Geralmente, os idosos não falam do consumo de algumas
substâncias, como álcool, maconha, crack ou outras drogas, por
vergonha ou medo. O problema é que isso pode dificultar o
trabalho dos profissionais da saúde e retardar a identificação e o
início de um tratamento (Pillon, et al., 2010).
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Quando uma pessoa idosa tem maior possibilidade de desenvolver
alguma doença, falamos que ela está exposta a um fator de risco.
Isso ocorre em decorrência de algum elemento presente na vida do
idoso ou da idosa, na sua família, no seu domicílio, na sua
alimentação ou no seu convívio social. Esses riscos de adoecimento
da pessoa idosa são determinados de acordo com os seguintes
fatores:
Figura 2 – Fatores de risco de adoecimento da pessoa idosa
17
Para isso, é importante que você, ACS, observe alguns fatores, tais
como:
● Se o (a) idoso possui alguma renda, que possa suprir suas
despesas;
● Se a pessoa idosa possui familiares e/ou amigos, que
possam ajudar quando necessário;
● Se as condições de moradia do (a) idoso são adequadas,
com higiene e conforto;
● Se a pessoa idosa usa cigarro, ou bebida alcoólica;
● Se pratica alguma atividade física;
● E se tem uma alimentação saudável.
18
Já outras pessoas idosas precisam de cuidado contínuo para a
realização de alguma atividade cotidiana, ou seja, possuem algum
grau de dependência de cuidados (Brasil, 2018).
19
O plano de cuidados da pessoa idosa não pode se restringir
apenas à doença. É preciso considerar também o grau de
limitação funcional e dependência que o idoso, ou a idosa, tem de
familiares ou de outros cuidadores para suas atividades de vida
(Brasil, 2018).
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Talvez essa seja uma das principais vulnerabilidades da pessoa
idosa porque ela se torna vulnerável por possuir uma limitação
funcional (seja ela motora, auditiva ou visual) que a deixará sob
uma condição de risco de queda, de acidente, de má alimentação,
etc.
21
Na caderneta do idoso
você pode analisar o
Protocolo de
identificação do idoso
vulnerável (VES-13).
22
Nesse sentido, é importante que o serviço de saúde busque
atender cada pessoa idosa de acordo com suas necessidades,
proporcionando acessibilidade e inclusão social ao serviço de
saúde proposto pela APS. Isso pode ser feito por meio do trabalho
atencioso do (a) ACS com idosos (as) portadores de alguma
deficiência, com visitas mais constantes aos seus domicílios, em
busca de alguma necessidade ou informação, para ser reportada
aos profissionais da UBS.
23
Por isso, é importante saber que tipo de doença essa pessoa idosa
possui e qual o seu grau de dependência. Além disso, é importante
saber também se esta pessoa tem alguém que possa lhe ajudar,
algum parente, filho, amigos, etc.
Essa pessoa idosa deve ser monitorada por você, pois ela pode
perder a independência e passar a necessitar de cuidados mais
intensivos, por parte da família/cuidadores e da equipe de saúde. A
perda de independência pode prejudicar o acesso aos serviços de
saúde. O (a) ACS deve ficar atento aos fatores de risco, para
observar, cuidadosamente, as pessoas idosas que têm mais
chances de adoecerem ou terem um agravo de saúde.
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Os principais fatores de risco que podem afetar a independência e
funcionalidade da pessoa idosa estão relacionados ao
comportamento e ao estilo de vida, como, por exemplo, a má
alimentação, a falta de atividade física, o uso de tabaco, o
consumo de bebidas alcoólicas, etc.
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Por exemplo, uma idosa que sofreu uma queda e, em decorrência
disso teve uma fratura no quadril, precisará de mais cuidados com
a saúde. Esta demanda por mais cuidados significa que a equipe
de saúde precisará dar atenção especial a este caso.
2
Você, ACS, pode ajudar a própria pessoa idosa a fazer
adaptações no seu ambiente.
3
Pode, e deve, também envolver familiares e cuidadores da
pessoa idosa nesta conversa sobre como prevenir quedas.
4
Realize orientações educativas que levem em conta os
fatores de risco internos e externos para quedas.
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Alguns fatores de risco externos para
quedas: iluminação inadequada, piso
escorregadio, presença de tapetes, ausência
de barras de apoio para facilitar o acesso a
escadas e degraus, mobiliário que dificulta a
mobilidade e o acesso aos pertences do
idoso, ausência de antiderrapantes e
anteparo para assento durante o banho.
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Assim, podem acontecer problemas, tonturas ou desmaios, pelo
uso incorreto ou por efeito adverso devido ao uso de várias
medicações. Denominamos essa situação de polifarmácia.
28
Há também casos em que a pessoa apresenta dificuldade de
mastigação e/ou deglutição, o que pode provocar engasgos
durante a alimentação e gerar um quadro de insuficiência
respiratória, podendo ser até mesmo fatal. Por isso, a importância
de mapear os (a) idosos (a) que vivem sozinhos (as). A atuação
do (a) ACS é importante no sentido de monitorar esses casos e
articular uma rede de apoio que possa contribuir no cuidado
dessas pessoas.
29
Isso é necessário porque, muitas vezes nas visitas que o ACS realiza
na casa da pessoa idosa, o ACS consegue observar, por exemplo,
situações onde a pessoa idosa está sofrendo algum tipo de
violência. Este é outro ponto relevante e de vulnerabilidade da
pessoa idosa, pois muitos estão expostos a diversos tipos de
violência.
30
Clique aqui e veja quais são os principais
tipos de violência que os idosos sofrem, ou,
se estiver lendo este material no formato
impresso, escaneie o QR para fazer
download.
No entanto, não é somente por meio das visitas que se pode descobrir
uma violência. Os sinais também podem ser denunciados por vizinhos
ou amigos, observados em eventos nos quais a pessoa idosa estiver
presente, como nas ações educativas da UBS, nas consultas, em
praças, centros religiosos e outros locais na comunidade.
Nesse caso, é necessário que o (a) ACS busque apoio dos demais
profissionais da sua equipe, que podem até mesmo precisar do apoio
de outros serviços do município. Juntos devem programar a melhor
forma de abordar aquela pessoa idosa, verificar sua situação e, caso
ela seja mesmo vítima de violência, buscar protegê-la.
31
Então, nessas situações, é importante ficar atento (a) a qualquer
sinal de violência e buscar ajuda com a equipe da UBS, que possui
profissionais capazes de acolher e lidar com essas situações,
incluindo denúncias feitas aos órgãos responsáveis. Nesse cenário,
o papel e a atenção do (a) ACS são fundamentais para ajudar o
idoso vítima de violência.
Vamos praticar?
Lembre-se que, em qualquer caso de
suspeita de violência, é necessário que
algum membro da equipe de saúde
faça a notificação no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação
(SINAN).
32
Você, ACS, junto a equipe da APS, deve oferecer à pessoa idosa e
aos seus cuidadores uma atenção humanizada por meio de
orientações, acompanhamento e monitoramento de suas
demandas e necessidades. Através também de apoio domiciliar,
respeitando todos os valores, culturas e diversidades do
envelhecimento. Essas ações irão ajudar o idoso, ou a idosa, a ter
um envelhecimento ativo e saudável, em um ambiente seguro e
acolhedor (Brasil, 2007).
33
As ações de promoção da saúde da pessoa idosa organizadas na
APS são distribuídas entre todos os profissionais da equipe.
O (a) ACS que cumpre com suas atribuições ajuda a pessoa idosa
a ter um melhor acompanhamento. Assim, consegue cumprir com
todos os cuidados necessários, mantendo uma atenção integral e
contínua à pessoa idosa.
34
SAÚDE DO
HOMEM
E nós homens? Por que
devemos cuidar da
nossa saúde?
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É importante que você conheça os
homens que vivem no território de sua
atuação para saber de suas necessidades,
de acordo com condições familiares, de
trabalho, de moradia, entre outras. Você,
agente de saúde, deve conhecer os fatores
que expõem os homens ao maior risco de
adoecimento, de violência ou de
acidentes. Esse acompanhamento é uma
ação importante para a promoção da
saúde dos homens, e de suas famílias.
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Na unidade, estarão os profissionais de saúde que poderão ajudar
esse homem por meio de tratamentos medicamentosos e/ou
programa de promoção da saúde. Isto é importante porque
aproxima o homem do serviço de saúde, tornando mais fácil o
acompanhamento e a assistência prestada.
38
Assim como as mulheres, as crianças,
os adolescentes e os idosos, os homens
também possuem uma política pública
específica para guiar as ações de
promoção da saúde, por meio dos
profissionais de saúde da APS.
39
Como podemos estimular os
homens a aderirem a ações de
promoção da saúde e a
usarem os serviços de saúde
de Atenção Primária?
Rodas de Palestras;;
conversa; Vacinações;
Realização de
exames (como
Consultas; Planejamento
testes rápidos
reprodutivo;
para sífilis, HIV e
hepatites B e C);
Grupos Pré-natal da
operativos; parceira, entre
Atividades
outras.
preventivas;
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As Unidades são também espaços em que métodos
contraceptivos e insumos para o sexo seguro para os homens se
tornam possíveis. Através da APS, os homens podem ter acesso
a encaminhamento para vasectomia, preservativos femininos
e/ou masculinos, lubrificantes e materiais educativos. Além
disso, o (a) ACS e a equipe devem desenvolver ações de
prevenção e tratamento de infecções sexualmente
transmissíveis (IST) e HIV/aids.
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Por exemplo, uma atribuição que o (a) ACS do território pode
desenvolver com os homens é monitorar sua condição de saúde e
sua exposição a fatores de risco, como o uso de álcool.
Imagine que você, ACS, observou em seu território, por meio de
uma visita, que o senhor Lucas, de 38 anos, trabalhador de linha de
produção industrial, portador de diabetes tipo 2, mora com a
esposa e um filho e faz uso abusivo de bebidas alcoólicas
diariamente.
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Para melhor compreensão, vamos falar de alguns fatores de risco
dos homens que podem provocar o adoecimento e, até mesmo, a
morte prematura.
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Veja algumas das práticas de promoção da saúde do homem que
o (a) ACS pode executar no seu território:
44
RETROSPECTIVA
Com este estudo, vimos que o processo de envelhecimento
populacional é uma realidade mundial, sendo que nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, ele ocorre de maneira acelerada. Vimos,
também, que os idosos são acolhidos pela Política Nacional de Atenção
à Saúde da Pessoa Idosa, e é por meio dela que os profissionais de
saúde planejam as ações que serão desenvolvidas no território,
garantindo o acesso aos serviços de saúde necessários para manter a
qualidade de vida dessa população.
46
REFERÊNCIAS
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mortes
violentas atingem até 11 vezes mais homens que mulheres jovens.
Agência IBGE Notícias, 2017. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia
-de-noticias/noticias/22868-mortes-violentas-atingem-ate-11-vezes
-mais-homens-que-mulheres-jovens
48
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde
Sexual e Saúde Reprodutiva: os homens como sujeitos de cuidado.
Brasília,, 2018. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_reprodut
iva_homens_cuidado.pdf
49
FELIPE, L. K; ZIMMERMANN, A. Doenças crônicas degenerativas em
idosos: dados fisioterapêuticos. Revista Brasileira em Promoção da
Saúde, v. 24, n. 3, p. 221-227, 2011. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/408/40820076006.pdf
50
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde
bvsms.saude.gov.br
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