Atividade 1º Ano 08-08-2023 (Resposta)
Atividade 1º Ano 08-08-2023 (Resposta)
Atividade 1º Ano 08-08-2023 (Resposta)
O diálogo apresenta a reação das personagens femininas ao incidente doméstico com o objeto
de decoração no palacete de Botafogo. Assinale a alternativa que justifica a fala final de Nina.
X a) A destruição do espelho a leva a desejar a morte, pois sugere o alívio para a frustração
amorosa.
b) A quebra do espelho lhe provoca o temor da morte, uma vez que antecipa a ruína financeira.
c) A destruição do espelho traz a certeza da morte, pois sinaliza o suicídio do ser amado.
d) A quebra do espelho a faz desejar a morte, pois sugere a catástrofe amorosa do casamento.
Rubião fitava a enseada, – eram oito horas da manhã. Quem o visse, com os polegares
metidos no cordão do chambre, à janela de uma grande casa de Botafogo, cuidaria que ele
admirava aquele pedaço de água quieta; mas em verdade vos digo que pensava em outra
coisa. Cotejava o passado com o presente. Que era, há um ano? Professor. Que é agora!
Capitalista. Olha para si, para as chinelas (umas chinelas de Túnis, que lhe deu recente amigo,
Cristiano Palha), para a casa, para o jardim, para a enseada, para os morros e para o céu; e
tudo, desde as chinelas até o céu, tudo entra na mesma sensação de propriedade.
– Vejam como Deus escreve direito por linhas tortas, pensa ele. Se mana Piedade tem casado
com Quincas Barba, apenas me dano uma esperança colateral. Não casou; ambos morreram,
e aqui está tudo comigo; de modo que o que parecia uma desgraça...
Machado de Assis, Quincas Borba.
O primeiro capítulo de Quincas Borba já apresenta ao leitor um elemento que será fundamental
na construção do romance:
a) a contemplação das paisagens naturais, como se lê em “ele admirava aquele pedaço de água quieta”.
b) a presença de um narrador-personagem, como se lê em “em verdade vos digo que pensava
em outra coisa”.
X c) a sobriedade do protagonista ao avaliar o seu percurso, como se lê em “Cotejava o
passado com o presente”.
d) o sentido místico e fatalista que rege os destinos, como se lê em “Deus escreve direito por
linhas tortas”.
e) a reversibilidade entre o cômico e o trágico, como se lê em “de modo que o que parecia uma
desgraça...”.
03. (Unicamp 2021)
“O vento da vida, por mais que cresça, nunca pode chegar a ser bonança; o vento da fortuna
pode chegar a ser tempestade, e tão grande tempestade, que se afogue nela o mesmo vento
da vida.”
(Antônio Vieira, “Sermão de quarta-feira de cinza do ano de 1672”, em A Arte de Morrer. São
Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 56.)
No sermão proferido na Igreja de Santo Antônio dos Portugueses, em Roma, Vieira recorre a
uma metáfora para chamar a atenção dos fiéis sobre a morte.
“Repartimos a vida em idades, em anos, em meses, em dias, em horas, mas todas estas partes
são tão duvidosas, e tão incertas, que não há idade tão florente, nem saúde tão robusta, nem
vida tão bem regrada, que tenha um só momento seguro.”
(Antônio Vieira, “Sermão de Quarta-feira de Cinza – ano de 1673”, em A arte de morrer. São
Paulo: Nova Alexandria, 1994, p. 79.)
05. (FAMERP/2018)
[…] dia desses, uma equipe de reportagem de um canal por assinatura veio até minha casa
para me entrevistar sobre a Era Vargas. O repórter que conduziria a conversa advertiu-me,
antes de o operador ligar a câmera: “Pense que nosso telespectador típico é aquele sujeito
esparramado no sofá, com uma lata de cerveja numa mão e o controle remoto na outra, que
esbarrou na nossa reportagem por acaso, durante o intervalo de um filme de ação”, detalhou.
“É para esse cara que você vai falar; pense nele como alguém com a idade mental de 14
anos.”
Sou cortês, mas tenho meus limites. Quase enxotei o colega porta afora, aos pontapés.
Respirei fundo e procurei ser didático, sem me esforçar para parecer que estava falando com o
Homer Simpson postado ali do outro lado da lente. Afinal, como pai de duas crianças, acredito
que há uma enorme distância entre o didatismo e o discurso toleirão, entre a clareza e a
parvoíce.
(“A TV virou um dinossauro”. Folha de S.Paulo, 09.07.2017.)
Segundo o repórter, o telespectador típico
X a) tem dificuldade para entender a Era Vargas
b) é capaz de entender qualquer explicação
c) é imaturo
d) evita mudar de canal
e) busca informações históricas ao acaso
“Para inaugurar é preciso ter um defunto. Mas, por desgraça, nenhum turista se afoga,
nenhuma calamidade se abate sobre a cidade e os moribundos têm o desplante de
ressuscitarem. Na ordem estabelecida por Odorico, o bem vira mal e o mal, bem.”
(Anatol Rosenfeld, “A obra de Dias Gomes”, em Teatro de Dias Gomes. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1972, p. xxvii.)
O feminismo negro não é uma luta meramente identitária, até porque branquitude e
masculinidade também são identidades. Pensar feminismos negros é pensar projetos
democráticos. Hoje afirmo isso com muita tranquilidade, mas minha experiência de vida foi
marcada pelo incômodo de uma 1incompreensão fundamental. 2Não que eu buscasse
respostas para tudo. Na maior parte da minha infância e adolescência, 3não tinha consciência
de mim. Não sabia por que 4sentia vergonha de levantar a mão quando a professora fazia uma
pergunta já supondo que eu não saberia a resposta. 5Por que eu ficava isolada na hora do
recreio. Por que os meninos diziam na minha cara que não queriam formar par com a
“neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e inadequada, e, na maioria das vezes, fazia
as coisas no automático, 6me esforçando para não ser notada.
Djamila Ribeiro, Quem tem medo do feminismo negro?.
O trecho que melhor define a “incompreensão fundamental” (ref. 1) referida pela autora é:
a) “não que eu buscasse respostas para tudo” (ref. 2).
b) “não tinha consciência de mim” (ref. 3).
c) “Por que eu ficava isolada na hora do recreio” (ref. 5).
X d) “me esforçando para não ser notada” (ref. 6).
e) “sentia vergonha de levantar a mão” (ref. 4).
08. (ETEC)
Historicamente, o Brasil envia soldados para participar de operações de paz. Em 2004, foi
criada pelo Conselho de Segurança da ONU a Missão das Nações Unidas para Estabilização
do Haiti (Minustah).
De acordo com o texto, essa missão foi criada para
Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a
vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e
até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando
as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava
prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto
de instruções!
Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall,
não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que
era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.
— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.
Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora
não consigo botar a campainha de volta!
Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um
livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou
seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei
usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que
olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?
Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microndas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer
pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se
emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um
botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para
confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a
mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano!
Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos,
não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de
que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas
acaba fazendo!
(Walcyr Carrasco, Veja SP, 19.09.2007. Adaptado)
* Livro do escritor russo Liev Tolstói. Com mais de mil páginas e centenas de personagens, é
considerada uma das maiores obras da história da literatura.
Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que
a) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares e
computadores.
b) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em
prática são improdutivos.
c) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das
qualidades prometidas pelo aparelho.
d) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa
assumida nos dizeres impressos na capa.
X e) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes últimos
entenderiam as funções básicas do equipamento.
10. (Fuvest)
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor
a) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
b) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
X c) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
d) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
e) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.