Documento Sem Título
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Em resumo, o princípio da legalidade implica que ninguém pode ser punido ou ter seus
direitos restringidos, a menos que haja uma lei específica que preveja essa punição ou
restrição. Isso protege os cidadãos contra ações arbitrárias ou injustas por parte das
autoridades.
1. Direito Penal-Antes que alguém possa ser condenado por um crime, a ação que constitui
o crime deve estar claramente definida em lei. Por exemplo, se há uma lei que diz que
roubar é crime, alguém só pode ser condenado por roubo se cometer a ação que a lei
descreve como roubo.
“Não há crime sem lei anterior que a defina, nem pena sem prévia cominação legal”
(art. 5)
Segurança jurídica:
Em outras palavras, a segurança jurídica significa que as leis devem ser estáveis e
previsíveis para que as pessoas saibam o que é esperado delas, evitando surpresas
desagradáveis. Isso também se aplica a decisões judiciais, onde os tribunais devem ser
consistentes em suas interpretações e aplicações das leis.
Aqui estão alguns exemplos simples de como o princípio da segurança jurídica funciona:
1. Contratos: Imagine que você assinou um contrato de aluguel para um apartamento por
um ano. De acordo com o princípio da segurança jurídica, você espera que as condições do
contrato sejam mantidas durante esse período. Se o proprietário quiser mudar as regras de
repente, isso violaria a segurança jurídica.
2. Impostos: As leis tributárias também devem ser previsíveis. Se você sabe qual é a
alíquota de imposto sobre a renda e as regras para deduções, pode planejar suas finanças
de acordo. Mudanças súbitas nas leis fiscais podem causar incerteza financeira.
Irretroatividade:
O princípio da irretroatividade é uma ideia importante no campo do direito que significa que
uma nova lei ou regulamentação não pode retroagir e afetar situações que ocorreram antes
de sua promulgação. Em outras palavras, quando uma nova lei é criada, ela se aplica
apenas a partir do momento em que foi estabelecida para o futuro, não podendo alterar as
consequências legais de eventos que aconteceram antes dela existir.
1. Lei tributária: Suponha que um país decida aumentar os impostos sobre certos tipos de
renda. Se essa nova lei pudesse ser aplicada retroativamente, as pessoas seriam obrigadas
a pagar mais impostos mesmo sobre o dinheiro que já ganharam antes da nova lei ser
criada. Isso seria injusto e imprevisível. Portanto, a irretroatividade garante que o novo
aumento de impostos se aplique somente aos ganhos futuros após a lei entrar em vigor.
2. Direito penal: Imagine que um país revogue a pena de prisão para uma determinada
infração, tornando-a agora uma infração sujeita apenas a multa. Se essa nova lei fosse
aplicada retroativamente, pessoas que cometeram essa infração no passado e já cumpriram
pena de prisão não seriam beneficiadas pela mudança da lei. A irretroatividade nesse caso
garante que as pessoas não sejam punidas novamente por um ato que agora é considerado
menos grave.
Esse princípio estabelece que as normas legais devem ser claras e específicas, indicando
de forma precisa quais comportamentos são proibidos ou permitidos. Em outras palavras, a
lei deve enumerar de maneira precisa e completa as situações ou condutas que são
consideradas ilícitas ou legais.
Isso significa que as leis não devem ser vagas, abertas a interpretações amplas ou
subjetivas
Aqui estão alguns exemplos para ilustrar como o princípio da intervenção mínima funciona:
1. Pequenos Delitos: Se alguém comete um delito menor, como furto de baixo valor, o
princípio da intervenção mínima sugere que as autoridades podem optar por medidas como
advertências, programas de educação ou serviço comunitário em vez de prisão imediata.
Isso evita sobrecarregar o sistema prisional com infratores de baixo risco.
No entanto, em algumas situações, pode ser necessário envolver níveis mais altos de
governo. Por exemplo, se várias comunidades estão enfrentando desafios educacionais
semelhantes, pode ser útil que um governo estadual ou nacional forneça diretrizes gerais ou
recursos financeiros para ajudar a resolver o problema de maneira mais abrangente. Isso
ainda está de acordo com o princípio da subsidiariedade, desde que o nível mais alto de
governo não assuma o controle total e respeite a autonomia das comunidades locais na
tomada de decisões.
Fragmentariedade:
Esse princípio serve para evitar que o sistema jurídico se torne excessivamente intrusivo na
vida das pessoas e para garantir que as penalidades sejam proporcionais aos danos
causados. Ao focar nas condutas mais prejudiciais, o sistema legal busca uma abordagem
equilibrada entre a proteção da sociedade e o respeito pelos direitos individuais.
O princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos é uma ideia importante no direito penal,
que se baseia na premissa de que o sistema legal deve se concentrar em proteger os
valores mais essenciais para a sociedade e para o indivíduo. Isso significa que as leis
penais devem ser aplicadas somente quando há uma ameaça real a esses bens
importantes.
Em outras palavras, o direito penal não deve ser usado de maneira excessiva ou
desnecessária. Ele deve intervir apenas quando a conduta criminosa representa um dano
significativo ou uma ameaça direta a certos interesses fundamentais, conhecidos como
"bens jurídicos". Isso ajuda a evitar punições desproporcionais e assegura que a justiça seja
aplicada de maneira equitativa.
1. Homicídio: O bem jurídico protegido aqui é a vida. O direito penal se concentra em punir
casos em que a vida de uma pessoa é tirada intencionalmente ou por negligência grave.
3. Tráfico de drogas: Aqui, o bem jurídico é a saúde pública e a segurança. A lei penal
intervém para combater o tráfico de substâncias que podem causar danos graves à saúde e
à sociedade.
Lesividade (ofensividade):
Exemplo 1: Furto
Imagine que alguém entre em uma loja e pegue um objeto sem pagar. Se a pessoa levar
algo de baixo valor, como um lápis, a ação não causa um dano significativo à loja. Nesse
caso, não haveria lesão real ou ameaça séria ao bem jurídico (no caso, a propriedade da
loja). Portanto, essa ação pode não ser considerada um crime de furto.
Insignificância:
Vou te dar alguns exemplos para ilustrar como o princípio da insignificância funciona:
1.Furto de um item de baixo valor: Imagine que alguém tenha pego uma pequena quantia
em dinheiro de uma mesa, mas o valor é tão baixo que não faria diferença para a vítima.
Nesse caso, o princípio da insignificância poderia ser aplicado para desconsiderar a ação
como um crime.
2. Emergências Médicas: Quebrar uma janela para resgatar alguém preso em um prédio
em chamas é uma ação que normalmente seria considerada vandalismo, mas é justificada
devido ao objetivo de salvar vidas em uma situação de emergência.
Lembrando que a aplicação do princípio da Adequação Social pode variar de acordo com as
leis de cada país e a interpretação dos tribunais. Além disso, não se aplica a todas as
situações, apenas em casos onde há um conflito entre a lei e as normas sociais.
Princípio da culpabilidade:
1. Roubo com Consciência e Vontade: Imagine uma pessoa que entra em uma loja, pega
um produto e sai sem pagar. Se essa pessoa sabia que estava roubando, ou seja, ela tinha
consciência de que pegar o produto sem pagar era errado e ilegal, e mesmo assim fez isso
de forma voluntária, então ela pode ser considerada culpada com base no princípio da
culpabilidade.
2. Acidente de Trânsito sem Culpa: Agora, suponha que alguém estava dirigindo com
cuidado e respeitando todas as regras de trânsito, mas, de repente, ocorre um acidente.
Nesse caso, essa pessoa não agiu de forma consciente e voluntária para causar o acidente,
portanto, ela não pode ser considerada culpada pelo ocorrido, pois não havia intenção
criminosa.
4. Doença Mental e Culpabilidade: Se alguém com uma doença mental grave comete um
crime sem ter o pleno controle de suas ações, o princípio da culpabilidade também pode ser
aplicado de maneira diferenciada. Nesse caso, a pessoa pode ser considerada inimputável,
o que significa que ela não pode ser culpada criminalmente devido à falta de capacidade de
entender a ilicitude de suas ações.
Em resumo, o princípio da culpabilidade se baseia na ideia de que uma pessoa só pode ser
considerada culpada de um crime se ela agiu de forma consciente, voluntária e com
conhecimento da ilegalidade de suas ações. Isso ajuda a garantir que a punição seja
aplicada apenas a quem realmente teve a intenção criminosa, protegendo os direitos
individuais e evitando condenações injustas.
Ação ou Omissão : No direito penal, uma conduta pode ser uma ação ativa (algo
que alguém faz) ou uma omissão (algo que alguém deixa de fazer). Ambas podem
constituir um crime, desde que preencham os outros requisitos.
Típica : Para que uma conduta seja considerada criminosa, ela deve ser
previamente definida em lei como um tipo penal. Em outras palavras, a conduta
deve se encaixar em uma descrição específica e específica de um crime no código
penal ou em outra legislação relevante.
Ilícita : A conduta também deve ser razoável à lei, ou seja, ela deve ser proibida
pela legislação vigente. Isso significa que a lei deve estabelecer que a ação ou
omissão em questão é um ato proibido.
Imagine que uma pessoa chamada João é acusada de roubo de um banco. De acordo com
o princípio do Estado de Presunção de Inocência:
2. Investigação: A polícia investiga o caso para reunir evidências contra João. Durante
essa fase, ele não deve ser considerado culpado publicamente apenas com base na
acusação. A presunção de inocência protege sua reputação até que haja provas
convincentes de sua culpa.
3. Processo Legal: Se a polícia encontrar evidências suficientes para incriminar João, ele
será levado a julgamento. Durante o julgamento, a acusação deve apresentar provas
sólidas e convincentes que demonstrem a culpa de João. Ele, por sua vez, pode apresentar
sua defesa para contestar as evidências.
Humanidade:
O princípio da humanidade no direito penal é uma base ética e legal que preconiza que as
punições aplicadas a indivíduos condenados por crimes devem ser proporcionais, justas e
respeitar a dignidade humana. Isso significa que o sistema de justiça criminal não deve
impor penas cruéis, degradantes ou desumanas aos infratores, mesmo que tenham
cometido crimes graves.
Para entender melhor, vou dar um exemplo: imagine uma pessoa que tenha sido
condenada por roubo. De acordo com o princípio da humanidade, essa pessoa deve ser
punida de maneira proporcional ao crime que cometeu, levando em consideração as
circunstâncias específicas do caso. Isso significa que a pena não pode ser excessivamente
severa a ponto de infringir sua dignidade como ser humano. Por exemplo, seria desumano e
contraproducente impor uma pena de tortura ou mutilação como punição por um roubo.
Além disso, o princípio da humanidade também se reflete em garantias e direitos dos réus
durante todo o processo criminal, como o direito a um julgamento justo, o direito de não ser
submetido a tortura ou tratamentos cruéis e degradantes, e o direito a condições humanas
de detenção enquanto cumprem suas penas.
Proporcionalidade:
Imagine que um país tenha uma lei que criminaliza o furto, com pena de prisão de até 5
anos. Agora, consideremos dois casos diferentes:
- No Caso 1, aplicar uma pena de prisão de 5 anos para o furto de um chiclete seria
desproporcional, pois a pena é muito mais severa do que a gravidade do crime. Isso não
respeitaria o princípio da proporcionalidade.
- No Caso 2, uma pena de prisão de até 5 anos poderia ser considerada proporcional, pois
o furto de uma quantia significativa de dinheiro de um banco é um crime mais grave em
comparação ao furto de um chiclete.
Pessoalidade:
O princípio da pessoalidade, também conhecido como princípio da culpabilidade ou da
responsabilidade pessoal, é uma ideia fundamental no Direito Penal. Ele estabelece que
uma pessoa só pode ser responsabilizada criminalmente por seus próprios atos e não pelos
atos de outras pessoas. Em outras palavras, o sistema penal busca punir somente quem
cometeu efetivamente uma conduta criminosa, levando em consideração sua intenção e
ação.
1. Furto: Imagine que João e Maria planejaram um furto juntos. João, porém, foi quem
entrou na casa e roubou objetos. De acordo com o princípio da pessoalidade, somente João
pode ser responsabilizado pelo furto, já que foi ele quem realizou a ação criminosa.
2. Homicídio: Se Pedro atira em uma pessoa e a mata, somente Pedro pode ser
responsabilizado pelo homicídio. Mesmo que seu amigo Lucas tenha o incentivado a fazer
isso, Lucas não poderá ser punido pelo crime, pois ele não cometeu a ação direta de matar.
Em resumo, o princípio da pessoalidade garante que cada pessoa é responsável por suas
próprias ações criminosas. Isso é crucial para garantir que a justiça seja aplicada de
maneira justa e que ninguém seja punido por atos que não cometeu.
Individualização:
O princípio da individualização no Direito Penal é uma ideia fundamental que busca tratar
cada pessoa de forma única, levando em consideração suas características, conduta e
circunstâncias pessoais ao aplicar uma pena ou medida judicial. Em outras palavras, não se
trata apenas de punir, mas de ajustar a punição de acordo com a situação particular de
cada indivíduo.
Isso significa que o sistema jurídico procura não apenas analisar o que a pessoa fez de
errado, mas também levar em conta aspectos que possam explicar ou atenuar sua conduta.
Aqui estão alguns exemplos de como esse princípio pode ser aplicado no Direito Penal:
Ne bis in idem:
O princípio do "ne bis in idem", também conhecido como princípio da dupla incriminação, é
uma ideia fundamental no Direito Penal que estabelece que uma pessoa não pode ser
julgada ou punida mais de uma vez pelo mesmo fato criminal. Em outras palavras, uma vez
que alguém tenha sido julgado e punido (ou absolvido) por um determinado crime, não pode
ser processado novamente por esse mesmo crime, mesmo que em outro tribunal ou
jurisdição.
Em resumo, o princípio do "ne bis in idem" assegura que ninguém seja submetido a duplas
punições ou processos pelo mesmo crime, com o intuito de garantir a justiça e evitar abusos
do sistema jurídico.
O Direito Penal é uma parte do sistema legal de um país que lida com as regras e
regulamentos relacionados a crimes e punições. Em termos simples, é o conjunto de leis
que estabelecem quais comportamentos são considerados crimes e como esses crimes
devem ser punidos.
Trata-se do ramo do ordenamento jurídico que prevê as condutas humanas que lesionam
ou expõe a perigo de lesão os bens jurídicos mais importantes para a sociedade e lhes
comina penas como consequências jurídicas (leis).
Por exemplo, quando o Direito Penal tipifica e pune o crime de homicídio, está exercendo
sua função primária de proteger o bem jurídico "vida" ao punir aqueles que tiram a vida de
outra pessoa de forma ilegal.
- Prevenção Geral Positiva: Visa a evitar a prática de crimes ao mostrar à sociedade que
as condutas ilícitas são punidas, contribuindo para inibir a transgressão das normas legais.
Funciona como um meio de dissuasão, pois as pessoas temem as consequências do crime
e evitam se envolver em comportamentos ilegais.
- Prevenção Especial: Concentra-se no infrator individual e busca evitar que ele volte a
cometer crimes no futuro. Isso pode ocorrer por meio de medidas de ressocialização,
reeducação e reintegração do condenado à sociedade de maneira que ele não retorne à
criminalidade após cumprir a pena.
As fontes diretas do Direito Penal são os documentos e textos legais que contêm as normas
e regras que definem quais comportamentos são considerados crimes e quais são as
punições correspondentes. No Brasil, a principal fonte direta do Direito Penal é o **Código
Penal**, que é um conjunto de leis que define os crimes e estabelece as penas para cada
um deles. Por exemplo, o Código Penal brasileiro define o crime de homicídio e estipula a
pena de reclusão para quem o comete.
Em resumo, as fontes diretas do Direito Penal são as leis escritas, enquanto as fontes
indiretas incluem princípios, costumes, doutrinas e decisões judiciais que ajudam a
interpretar e aplicar essas leis.
Resumindo:
Direito Penal Objetivo:São as leis que definem os crimes e as punições.
Direito Penal Subjetivo:São os direitos do acusado no processo penal.
Direito Penal Comum Nuclear: São as regras básicas que se aplicam a crimes comuns.
Direito Penal Especial: São leis que lidam com tipos específicos de crimes.
A relação entre esses dois ramos do direito pode ser exemplificada de várias maneiras:
Com o direito administrativo: O Direito Penal e o Direito Administrativo são duas áreas
distintas do sistema jurídico, mas podem estar interligadas em certas situações. Ambos
tratam de diferentes aspectos do funcionamento do Estado e das relações entre os
cidadãos e a administração pública. Vou te dar alguns exemplos de como essas duas áreas
podem se relacionar:
1. Sanções administrativas e penais para o mesmo ato: Em alguns casos, uma conduta
pode ser passível tanto de sanções no âmbito administrativo quanto no penal. Por exemplo,
imagine um funcionário público que comete um ato de corrupção. Ele pode enfrentar um
processo administrativo interno, resultando em medidas disciplinares, como suspensão ou
demissão, no âmbito do Direito Administrativo. Além disso, ele também pode ser
processado criminalmente por corrupção, sujeito a pena de prisão ou multa, no âmbito do
Direito Penal.
O Direito Penal e o Direito Processual Penal são duas áreas interligadas dentro do sistema
jurídico que tratam do crime, sua definição, punição e o processo legal para lidar com casos
de infrações penais. Vou explicar brevemente a relação entre essas duas áreas e dar
alguns exemplos para ilustrar melhor:
1. Direito Penal:
O Direito Penal lida com a definição dos crimes, suas características, elementos e
sanções correspondentes. Ele estabelece os tipos de comportamentos que são
considerados ilícitos, como homicídio, roubo, estupro, entre outros. Além disso, o Direito
Penal estabelece os princípios fundamentais, como a presunção de inocência e o princípio
da legalidade, que limitam o poder do Estado na punição de indivíduos.
1. Diferença fundamental:
- Direito Penal: Envolve a regulação das condutas criminosas que são consideradas
prejudiciais para a sociedade como um todo. O Estado age como parte interessada,
processando e punindo o autor do crime.
- Direito Privado: Lida com as relações entre particulares, envolvendo questões cíveis e
comerciais, onde os indivíduos têm interesses pessoais em disputa. O Estado age como um
árbitro imparcial e não busca punir, mas sim resolver litígios entre as partes.
2. Exemplos:
- Contrato:No Direito Privado, um contrato é um acordo entre partes privadas. Se uma
das partes não cumprir o contrato, a outra parte pode buscar indenização.
- Furto: No Direito Penal, o furto envolve a apropriação indevida de propriedade alheia.
Se um furto ocorrer, além da acusação penal, a vítima também pode buscar indenização por
danos materiais.
Em resumo, a relação entre Direito Penal e Direito Privado envolve situações em que uma
ação criminosa pode resultar em litígios civis, permitindo que as vítimas busquem
compensação além da punição criminal. Ambos os ramos do direito desempenham papéis
diferentes na proteção dos direitos e interesses das pessoas, mas podem interagir em
certos cenários.
Normas penais incriminadoras são regras estabelecidas pelo sistema legal de um país que
definem quais comportamentos são considerados crimes e, portanto, passíveis de punição.
Em outras palavras, são leis que descrevem condutas proibidas e as consequências legais
que uma pessoa pode enfrentar caso as desrespeite.
2. Roubo: Outra norma penal incriminadora pode definir que roubar, ou seja, tomar
propriedade de outra pessoa à força ou ameaça, é um crime. Se alguém comete um roubo,
está sujeito às penalidades previstas na lei.
Esses são apenas alguns exemplos, mas normas penais incriminadoras abrangem uma
ampla gama de comportamentos que a sociedade considera prejudiciais e, portanto,
passíveis de punição legal. A ideia principal é estabelecer regras que ajudem a manter a
ordem e a segurança na sociedade, desencorajando as pessoas de cometerem esses tipos
de atos.
2. Estado de necessidade: Quando alguém comete um ato ilegal para evitar um mal maior,
como quebrar uma janela para resgatar uma criança que está em perigo dentro de um
prédio em chamas, essa ação pode ser considerada estado de necessidade e não resultar
em acusação criminal.
Basicamente, a Lei Penal em Branco estabelece uma norma penal incompleta, indicando
que o comportamento criminalizado somente será configurado quando forem preenchidas
certas condições estabelecidas em outra norma ou regulamento. Isso significa que a
punição ou a aplicação da lei penal depende do conteúdo de outra norma que não está no
Código Penal ou em leis penais especiais.
2. Lei Penal em Branco Imprópria: Nesse caso, a norma penal remete a outra norma de
outra área do direito, como o direito ambiental, tributário ou administrativo. Um exemplo é a
lei que estabelece que a pesca em determinada época é proibida e deixa a regulamentação
sobre as datas específicas para o órgão ambiental.
A Lei Norma Penal em Branco é utilizada para flexibilizar o direito penal, permitindo que ele
se adapte a situações específicas que podem mudar com o tempo, sem a necessidade de
constantes revisões legislativas. No entanto, ela também gera desafios, pois pode tornar a
lei menos acessível e compreensível para o cidadão comum e sujeita a interpretações
diversas.
Portanto, a Lei Norma Penal em Branco é uma técnica legislativa que permite uma maior
flexibilidade na aplicação do direito penal, mas também pode criar complexidades na sua
interpretação e aplicação. É importante que os operadores do direito e a sociedade em
geral estejam cientes dessas questões para garantir a justiça e a clareza no sistema
jurídico.
-MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
A interpretação e ampliação da lei penal envolve a análise e compreensão das leis que
regem o direito criminal. Existem diferentes métodos para interpretar e ampliar essas leis,
cada um com sua abordagem específica.
2. Método Teleológico:
Este método se concentra na finalidade ou no objetivo da lei. Busca entender qual era o
propósito do legislador ao criar a lei e interpretá-la de acordo com esse objetivo. Exemplo:
Se uma lei de proteção ambiental visa preservar a natureza, o método teleológico poderia
ser usado para interpretar a lei de forma a proibir qualquer atividade que prejudique o meio
ambiente.
4. Método Histórico:
Este método leva em consideração o contexto histórico em que a lei foi criada. Busca
compreender os eventos e situações que levaram à criação da lei. Exemplo: Se uma lei
criminal foi promulgada após um aumento significativo de crimes violentos em uma
determinada área, o método histórico pode ajudar a entender que a lei foi criada para
combater essa onda de crimes.
É importante notar que esses métodos não são mutuamente exclusivos e, muitas vezes,
são utilizados em conjunto para uma interpretação mais completa da lei penal. A escolha do
método depende da situação específica e dos objetivos da interpretação.
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO
A) Interpretação Autêntica:
- Isso ocorre quando o próprio legislador (quem faz as leis) esclarece ou expande o
significado de uma lei por meio de novas leis ou emendas.
- É como se o criador da lei dissesse: "Aqui está o que eu quis dizer com essa lei."
B) Interpretação Judicial:
- Isso acontece quando os juízes nos tribunais interpretam as leis em casos específicos.
- Eles analisam a lei em relação aos fatos do caso e decidem como ela deve ser aplicada.
- Os tribunais podem dar diferentes interpretações a uma lei com base nas circunstâncias.
Conceito de Delito:
- Formal: Considera apenas a conduta criminosa em si, independentemente das suas
consequências. O foco está na ação ou omissão típica e ilícita. Exemplo: furto, que é o ato
de subtrair algo alheio.
- Material: Leva em conta tanto a conduta criminosa quanto suas consequências. Além da
ação ou omissão típica e ilícita, considera o resultado do crime. Exemplo: homicídio, que
envolve causar a morte de alguém.
- Analítico Dogmático ou Científico: Divide o delito em elementos, como ação ou
omissão, tipicidade, ilicitude e culpabilidade, para entender melhor sua estrutura.
- Ação ou Omissão Humana Típica, Ilícita e Culpável: Um delito geralmente envolve a
prática de uma ação ou omissão por uma pessoa que se enquadra nos critérios legais de
tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
2. Vacatio Legis: Esse termo se refere ao período entre a publicação de uma lei e sua
entrada em vigor. No Brasil, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDBB),
Decreto-Lei nº 4.657/1942, estabelece um prazo de 45 dias para a vigência de uma lei
dentro do território nacional e 3 meses fora do território brasileiro.
a) Abolitio Criminis: Isso ocorre quando uma nova lei elimina um crime que era previsto
anteriormente.
b) Novatio legis in mellius: Isso ocorre quando uma nova lei beneficia o réu em
comparação com a lei anterior.
6. Conflito Aparente de Normas: Isso ocorre quando há aparente contradição entre duas
normas legais.
- Critério de Especialidade: Quando uma norma é mais específica do que outra, a mais
específica prevalece.
- Critério da Consunção (Absorção): Quando uma infração é absorvida por outra e não
pode ser punida separadamente. Por exemplo, a Súmula 17 do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) trata desse critério.
Tempo do Crime (Artigo 4º, CP): O artigo 4º do Código Penal brasileiro lida com o
momento em que o crime é considerado cometido. Existem diferentes teorias para
determinar esse momento:
1. Teoria da Ação (ou da Atividade): De acordo com essa teoria, o crime é considerado
cometido no momento em que o agente pratica a ação que constitui o delito,
independentemente das consequências.
2. Teoria do Resultado (ou do Evento): Essa teoria sustenta que o crime só é considerado
cometido quando ocorre o resultado prejudicial previsto na lei, como a morte no caso de um
homicídio.
3. Teoria Mista (ou Unitária): Essa teoria busca conciliar os aspectos da ação e do
resultado, considerando o crime cometido quando se inicia a execução da conduta
delituosa, mas levando em conta o resultado quando ele ocorre.
Observação sobre o Código Penal: O Código Penal brasileiro adota a teoria da atividade
para determinar o tempo do crime, exceto em casos específicos, como a prescrição (artigo
111 do CP) e a decadência (artigo 103 do CP).
- Crimes Habituais: São aqueles em que o agente pratica uma série de atos durante um
período, e o crime é considerado cometido após a repetição do ato um certo número de
vezes, como no caso de rufianismo (exploração da prostituição).
- Crime Continuado: Ocorre quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma
espécie e, entre eles, há uma relação de continuidade, de modo que se aplica uma pena
única, considerando-se o conjunto de delitos como um só.
1. Escola Clássica:
- A Escola Clássica do Direito Penal enfatiza a liberdade individual e a responsabilidade
criminal. Suas ideias se baseiam na livre vontade do infrator e na punição proporcional ao
delito.
2. Escola Positiva:
- A Escola Positiva do Direito Penal, liderada por Cesare Lombroso, introduziu a ideia de
que fatores biológicos e sociais influenciam o comportamento criminoso. Ela se concentra
na prevenção e na reabilitação.
3. Escola Crítica:
- A Escola Crítica do Direito Penal critica as desigualdades sociais e a seletividade do
sistema penal. Ela analisa como o direito penal pode ser usado para perpetuar injustiças.
6. Escola Técnico-Jurídica:
- Essa escola se concentra na aplicação estrita da lei e na interpretação precisa das
normas legais. Ela busca garantir a certeza jurídica.
1. O que significa dizer que o delito é composto por uma ação ou omissão humana
típica, ilícita e culpável?
Significa que o delito ocorreu por uma ação ativa que é quando alguém faz, ou por
uma omissão, que é quando alguém deixa de fazer, típica é porque essa conduta
tem que estar prevista e declarada em lei, como criminosa, ilícita porque essa
conduta tem que estar razoável com a lei vigente e culpável porque foi declarado
que o indivíduo agiu consciente, por vontade própria e sabendo que a conduta é
criminosa.
A teoria personalista da ação busca garantir que seja levado em consideração não
só a culpa do indivíduo, mas também as circunstâncias individuais do agente, preza
pela punição justa e proporcional, respeitando a dignidade humana.
A norma jurídico penal em branco significa que essas normas estabelecem uma
regra geral e precisam de uma norma mais específica para ser completa e objetiva,
sendo assim ela pode ser completa por uma norma penal em branco própria que é
quando o seu complemento está previsto na norma penal ou ser completa pela
norma em branco imprópria que é quando o seu complemento está em outra norma
do direito, um exemplo é o direito administrativo.
As leis penais no tempo podem ser resolvidas através de 5 critérios, sendo eles:
Especialidade, que é a lei mais completa prevalecer, cronológica, que é a mais nova
prevalecer, hierárquico, que é a mais superior prevalecer, consunção, que é quando
uma conduta é absorvida pela outra, mas não pode ser julgada separado e por fim,
subsidiariedade, que é quando uma norma completa a outra.
9. Sobre a diferença entre ilícitos o que pode distinguir do ponto de vista da teoria
objetiva um ilícito Penal de um não penal?
10. Sobre a lei penal no tempo Cite quais são e explique sucintamente os critérios
usados para a solução?
As leis penais no tempo são, a lei que passa a valer a partir da sua promulgação, a
lei que vale onde a conduta criminosa ocorreu e a lei que é usada durante o
julgamento, os critérios para a solução são: especialidade, que é quando a lei mais
específica prevalece, hierárquico, que é quando a lei superior prevalece, cronológico
que é quando a lei mais nova prevalece, consunção, que é quando uma conduta
absorve a outra, mas não pode ser julgadas separadas e subsidiariedade, que é
quando uma lei completa a outra.
11. Sobre a lei penal no espaço porque se pode dizer que nosso atual Código Penal a
partir da reforma final de 1984 adotou o princípio da territorialidade temperada quais
são e como eram as imunidades parlamentares atualmente vigentes no Brasil?
A lei penal no espaço diz respeito à extensão territorial da aplicação da lei penal de
um país. O princípio da territorialidade é uma das regras básicas que determina a
jurisdição de um Estado sobre crimes cometidos dentro de seu território. No Brasil, o
atual Código Penal, reformado em 1984, adotou o princípio da territorialidade
temperada, que significa que a lei penal brasileira é aplicável não apenas dentro do
território brasileiro, mas também em algumas situações específicas fora do território
nacional.
12. Explique o seguinte trecho do artigo de Cláudio Brandão porque o direito penal
encerra em si o uso estatal da violência sua compreensão somente pode ser
efetuada por meio da união de seus elementos técnicos dogmático com seu
significado político com efeito a face política do Direito Penal a flora tão normalmente
que ele é apontado como mais sensível Termômetro da pressão política do próprio
Estado.
O trecho citado do artigo de Cláudio Brandão ressalta a ideia de que o direito
penal envolve o uso legítimo da violência por parte do Estado para manter a
ordem e a segurança na sociedade.