Semiologia Do Sistema Cardiovascular - Resumo
Semiologia Do Sistema Cardiovascular - Resumo
Semiologia Do Sistema Cardiovascular - Resumo
PALPAÇÃO
Frêmito: Sensação tátil determinada por vibrações
anormalmente aumentadas – produzidas no coração
ou nos vasos (sopros).
Ictus cordis: Pulsação do ápice cardíaco – deve ser
pesquisado em o paciente em decúbito dorsal. Deve-
Principais sintomas: se identificar localização, extensão, mobilidade,
o Angina; intensidade, tipo e frequência. Normolíneos:
o Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística Costuma estar localizado no quinto espaço
noturna e bendopneia; intercostal, na linha hemiclavicular esquerda.
o Hipotensão postural; Brevelíneos: Pode estar deslocado lateralmente 2cm
– quarto espaço intercostal. Longelíneos: Deslocado RITMO NORMAL
medialmente 2cm – sexto espaço intercostal. Origem no nó sinusal (ritmo sinusal – nó sinoatrial) –
o Permite diagnosticar aumentos significativos gerador de onde parte todo o impulso elétrico (porção
do VE. superior do AD).
o Onda P com distância de 0,12-0,20s do
complexo QRS (3 micro-quadrados – cada um 0,04s);
o Começa a contar na base da onda;
o Onda P é positiva (para cima) em D1, D2 e AVF
– despolarização do átrio;
o A onda T tem que ser positiva na maioria das
derivações – repolarização do ventrículo;
o 12 derivações no eletro.
ECG com ritmo e FC normal: Devem ter essas
características e FC entre 50 e 100bpm e QRS até
0,12s.
OBS.: Onda T invertida – sinal de isquemia.
AUSCULTA
Ambiente silencioso, paciente confortável e relaxado,
com o tórax despido e em decúbito dorsal – uso do
estetoscópio para permitir a amplificação dos sons
(bulhas, ruídos pulmonares e ruídos hidroaéreos).
Diafragma: Membrana – capta melhor os sons de alta
frequência (agudo). Campânula: Capta melhor os sons
de baixa frequência (graves).
o Ritmo cardíaco – regular ou irregular
(arritmias);
o Frequência cardíaca;
o Bulhas (1º e 2º) – intensidade e
desdobramento;
o Ruídos adicionais – 3º e 4º bulhas, clicks,
estalidos e ruídos de próteses;
o Sopros cardíacos – fases do ciclo cardíaco, tipo,
localização, duração, intensidade, tonalidade, timbre
e irradiação;
o Atritos.
ARRITMIAS
Supraventriculares: Tem origem ectópica (fora do nó
sinusal) – nos átrios ou acima da junção AV.
o Extrassístolesupraventricular (ESSV): Ectopias
comuns benignas (onda P são visíveis) – antecipação
de batimento;
o Taquicardias supraventriculares (TSV): Podem
ter ritmo irregular (fibrilação atrial) ou regular
(TSVP/TAP – taquicardia supraventricular paroxística);
o Costumam ter o QRS estreito.
BULHAS
o Foco tricúspide + foco mitral = TUM (sístole);
o Foco aórtico + foco pulmonar = TA (diástole).
TAQUICARDIA VENTRICULAR
o Ausência de onda P;
o Taquicardia;
o Ritmo regular;
o QRS largo.
B1: Inicia na sístole ventricular com o fechamento das Desdobramento patológicos – variável: Atraso
valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) – esperado na inspiração e persiste (com menos atraso)
auscultada com maior facilidade na borda esternal na expiração – independente da postura ou posição
esquerda inferior, no ápice cardíaco (intensidade e (BRD não muda com repouso).
desdobramento). Causa: BRD – atraso de P2 pelo atraso na condução
Hiperfonese de B1: Diminuição do enchimento pelo RD.
ventricular – passagem das válvulas não permite
adequado enchimento. Ocorre fechamento rápido
dos folhetos – estados hiperdinâmicos: arritmia,
hipertireoidismo, TQC, febre, início de estenose mitral
etc.
Hipofonese: Fechamento lento das válvulas – Paradoxal: Retardo do componente aórtico.
estenose mitral grave, insuficiência mitral ou aórtica Causa: BRE (paradoxal porque some na inspiração) –
grave (endocardite, IAM etc.), falta de força atraso de A2 pelo atraso na condução pelo RE no feixe
ventricular (IC, uso de betabloqueador), fatores de His.
extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax, choque,
obesidade etc.).
B2: Inicia na diástole e é formada pelos componentes
aórtico (A2 – mais audível nos focos da base e do ápice
cardíaco) e pulmonar (P2 – mais audível no segundo e
terceiro espaços intercostais esquerdos, junto ao
esterno). Fixo: Retardo do componente aórtico – som não
Hiperfonese B2: Aumento da pressão ou volume na modifica na inspiração e expiração.
aorta (HAS, ectasia ou aneurisma), aumento da Causas: CIA (shunt do AE para o AD minimiza na
pressão arterial pulmonar etc. inspiração e aumenta a pressão à esquerda, anulando
Hipofonese B2: Estenose aórtica ou pulmonar grave, o atraso adicional de P2 por SC de volume.
fatores extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax,
choque, obesidade etc.).
Desdobramento de B2: A valva aórtica se fecha um
pouco antes da pulmonar, por diferença de
complacência.
o Comum em adolescentes e crianças –
fisiológico;
o Inspiração – redução da pressão intratorácica
= aumenta o retorno venoso = sobrecarga do volume
à direita = atraso na P2;
o Na inspiração em 70% dos casos;
o Some na expiração e ao sentar-se.
CONCEITOS
Pré-carga: Pressão de volume (sangue) no
enchimento ventricular, que exerce tensão nas
paredes relaxadas do ventrículo (pressão diastólica
final) – medida de volemia. Medir pela PVC.
Pós-carga: Pressão sofrida pelos ventrículos durante a
sístole. Causas de aumento: Aumento da resistência
Alternante: O pulso é completamente regular – arterial, obstrução da via de saída (Ao) e falência na
apresenta contrações fortes e fracas alternadas. contratilidade (sobrecarga contrátil).
Causa: Insuficiência ventricular esquerda. Débito cardíaco (DC): Volume de sangue ejetado
pelos ventrículos por minuto.
Normal: 5L/m.
Ex.: 70 bpm x 70ml = 4,9L/m.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Síndrome clínica complexa identificada pela presença
de sintomas potencialmente progressivos – dispneia,
fadiga e cansaço, e sinais – edema, crepitações
pulmonares e disfunção renal.
Insuficiência VE: IAM, valvulopatias, HAS,
Hipoxemia Inflamação - miocardiopatias e chagas.
DC reduzido central e ativação de
periférica citocinas ICC: IVE + IVD.
Ativação
Sistema renina- ICC esquerda ICC direita
TNF- endotelina angiotensina-
simpática
aldosterona
Edema pulmonar Ascite
FUNÇÃO VENTRICULAR
IC – Fração de ejeção reduzida: Disfunção sistólica.
IC – Fração de ejeção preservada: Disfunção
diastólica.
DISPNEIA
o Sintoma mais comum – inespecífico;
o Na maioria dos pacientes está relacionada aos
LOCALIZAÇÃO esforços;
Insuficiência VD: Cor Pulmonale (aumento do o Motivo mais comum da procura por
ventrículo esquerdo) e HAP (hipertensão arterial atendimento em pacientes com IC;
pulmonar), TEP (tromboembolismo pulmonar), Causa mais importante: Congestão pulmonar
aumento de pré-carga (volemia), valvopatias (acúmulo de líquido intersticial ou intra-alveolar).
tricúspide e ou pulmonar, cardiopatias congênitas, Outros sintomas: Fadiga, dor torácica, caquexia
IAM de VD e TCC por evolução da IVE. cardíaca, distúrbio cognitivo e distúrbio de humor.
REXAME FÍSICO Testes potenciais: Cateterização, IRM cardíaca,
SINAIS VITAIS hemodinâmicos, capacidade de exercício e biópsia
o Pressão arterial – fator prognóstico; cardíaca.
o Pressão de pulso estreita (IC avançada); Ecocardiograma:
o Peso; o Método de ótima relação custo-benefício;
o FR; o Fornece informações sobre a função
o Temperatura corporal; ventricular (fração de ejeção);
o Aparência e estado geral; o Análise segmentar da contratilidade –
o FC e ritmo – 30% dos pacientes tem fibrilação hipocinesia, acinesia e discinesia.
atrial; Outros métodos:
o Veias jugulares – turgência na ICD; o RNM cardíaca;
o Ausculta pulmonar – crepitações na ICE; o Métodos gráficos: ECG, Holter e Ergometria;
o Ausculta cardíaca – avaliar ritmo (regularidade, o Tomografia;
galope etc.), frequência, sopros, intensidade etc. o Cintilografia.
o Abdome – ascite na ICC;
o MMII – edema e perfusão.
Exame Testes
História Sintomas
objetivo diagnóstico
Dispneia, ortopneia/DPN e Aparência Radiografia de tórax
História familiar bendopneia
Sinais vitais
Edema Eletrocardiografia
INSUFICIÊNCIA MITRAL
o Regurgitação;
o Morfologia “em barra” – holossistólico;
o 4-5º espaço intercostal esquerdo – linha
hemiclavicular esquerda;
o Irradiação axilar e escápula esquerda;
o Frequência sonora alta;
o Se instalação de lesão abrupta = sopro em
decrescendo (>pressão AE);
o Frêmito + B3 + irradiação = gravidade;
Causas primárias: Prolapso valvar mitral, endocardite
infecciosa, FR, traumas e deformidades congênitas.
Causas secundárias: Isquemia miocárdica,
cardiomiopatia hipertrófica e disfunção ventricular
esquerda sistólica.
SOPROS DIASTÓLICOS
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
o Regurgitação;
o Começa após B2 – em decrescendo
(protodiastólico);
o 2-4º espaço intercostal esquerdo (aórtico
acessório) – irradiação para ápice;
o Tipicamente tem som aspirativo e baixo.
Causas: Dilatação idiopática da aorta, anormalidade
congênitas (valva bicúspide), calcificação da valva,
doença reumática, endocardite infecciosa,
hipertensão artéria sistêmica, degeneração Dissecção aórtica:
mixomatosa, dissecção da aorta ascendente e o Laceração da camada íntima promovendo dor
Síndrome de Marfan. Pode ser aguda – trauma, torácica súbita e intensa – HAS e aneurisma prévio;
dissecção aórtica e endocardite. o Exames de imagem (ATC/RM) mostram sinal
Sinais e sintomas: de falsa luz;
o Dispneia de esforço, ortopneia e dispneia o Requer estabilização com BB até cirurgia ou
paroxística noturna >IC; tratamento endovascular.
o Síncope;
o Angina; Tipo B: Pode ter abordagem mais conservadora.
o Palpitações. Riscos: Maiores no tipo A – Insuficiência aórtica, IAM,
AVC, dissecção de ramos abd e cervicais etc.
Sinais semiológicos:
o Ictus hiperdinâmico;
o Pulso em martelo – palpado na carótida; Austin Flint: Sopro adicional diastólico mitral
o Maior divergência entre os valores da PA associado à reentrada diastólica do fluxo regurgitante
sistólica e diastólica – aumento da pressão de pulso sobre o folheto mitral.
(com pressão diastólica baixa);
o Múltiplos sinais propedêuticos causados pelo
alto volume sistólico ejetado.
ESTENOSE MITRAL
o Começa após B2 – em decrescendo
(protodiastólico);
o Restrito ao ápice – pouca ou nenhuma
irradiação;
o Timbre grave – ruglar diastólico;
o Intensifica no decúbito lateral esquerdo e na
expiração – quanto mais longo, mais grave;
o B1 com hiperfonese – ↓ do enchimento VE;
Sintomas:
Palpitações. Rouquidão (síndrome de Ortner) é típico
e raro – paralisia do nervo laríngeo recorrente
esquerdo por compressão do AE hipertrofiado.
Manobra de handgrip: Diferencia sopros sistólicos –
fechar a mão em aperto por 20-30s aumenta a
resistência para o esvaziamento do VE.
o O aumento da pressão na aorta torna o sopro
da estenose ao menos audível. Se o sopro não alterar,
significa insuficiência mitral.
MANOBRAS ESPECIAIS
Rivero Carvallo: Se o sopro aumenta de intensidade
durante a inspiração profunda – insuficiência
tricúspide (teste positivo).
Manobra de agachamento: Aumenta o retorno
venoso para o coração e a resistência vascular
periférica. Com o aumento da PA e do sangue em VE:
o Reduz o prolapso da valva mitral – diminui o
seu sopro e o clique;
o Aumenta o volume de ejeção pela valva aórtica
e intensifica o sopro da estenose aórtica.
LEMBRETES FINAIS
o Valvopatias mais frequentes em adulto e do
lado esquerdo – mitral e aórtica;
o Palpitações são queixas frequentes dos
portadores de valvopatia mitral;
o Dor torácica anginosa ao esforço e síncope são
frequentes em pacientes com valvopatia aórtica;
OBS.: Todas podem evoluir com sintomas de IC –
dispneia ao esforço, dispneia paroxística noturna,
ortopneia, tosse, chiado, hemoptise, edema
periférico, fadiga e edema agudo de pulmão.