Semiologia Do Sistema Cardiovascular - Resumo

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Sistema cardiovascular

ANATOMIA BÁSICA o Síncope ou lipotimia;


Base: Localizada anterior ao esôfago (entre as T4-T8 o Palpitações;
em decúbito ou T6-T9 em posição ortostática) e fixada o Edema de MMII;
posteriormente à parede pericárdica – AE, pequena o Fadiga e cansaço;
parte do AD e partes proximais das veias que chegam o Tosse e hemoptise.
neles.
Ápice: Localiza-se no quinto espaço intercostal INSPEÇÃO
esquerdo – formado pela parte inferolateral do VE. Procura de manifestações visíveis – pode haver
Face diafragmática: Face que repousa sobre o reflexão na pele e mucosas: Alteração da
diafragma – VE e pequena porção do VD. temperatura, coloração, umidade, elasticidade e
Face esternocostal: Voltada anteriormente – VD, turgor, causando palidez, rubor, cianose, calor, frio,
parte do AD e parte do VE. secura, sudorese e edema.
Face pulmonar esquerda: Face que se volta para o Abaulamentos: Cardiomegalia ou aneurisma.
pulmão esquerdo – VE e parte do AE. Deformidades: Pectus escavatum/carinatum.
Face pulmonar direita: Voltada para o pulmão direito Impulsão sistólica paraesternal esquerda: Choque,
– VE e AD. causado pela contração ventricular direita, em casos
Valva atrioventricular direita (tricúspide): Três de aumento do VD – pode ser observada na região
cúspides que se fecham durante a sístole. epigástrica. Dilatação do tronco da artéria pulmonar:
Valva atrioventricular esquerda (mitral): Duas Impulsão paraesternal esquerda ao nível dos segundo
cúspides que se fecham durante a sístole. e terceiro espaços intercostais. Aneurisma da parede
Valva pulmonar: Três válvulas semilunares que se anterior do VE: Impulsão um pouco lateralizada.
fecham durante a diástole.
Valva aórtica: Três válvulas semilunares que se Sinal de Hirtz: Palpação da aorta na fúrcula esternal –
fecham durante a diástole. indica dilatação ou aneurisma.
Turgência jugular e pulsação carotídea: Sinal que
reflete a presença de hipertensão venosa e arterial
sistêmica.
Cianose: Coloração arroxeada da pele e mucosas
decorrente da quantidade de hemoglobina reduzida.
Palidez: Pode ocorrer devido vasoconstrição.
Edema: Acúmulo de líquidos no espaço intersticial –
pode ser localizado ou generalizado.
Ascite: Acúmulo de líquido rico em proteínas no
abdome.

PALPAÇÃO
Frêmito: Sensação tátil determinada por vibrações
anormalmente aumentadas – produzidas no coração
ou nos vasos (sopros).
Ictus cordis: Pulsação do ápice cardíaco – deve ser
pesquisado em o paciente em decúbito dorsal. Deve-
Principais sintomas: se identificar localização, extensão, mobilidade,
o Angina; intensidade, tipo e frequência. Normolíneos:
o Dispneia, ortopneia, dispneia paroxística Costuma estar localizado no quinto espaço
noturna e bendopneia; intercostal, na linha hemiclavicular esquerda.
o Hipotensão postural; Brevelíneos: Pode estar deslocado lateralmente 2cm
– quarto espaço intercostal. Longelíneos: Deslocado RITMO NORMAL
medialmente 2cm – sexto espaço intercostal. Origem no nó sinusal (ritmo sinusal – nó sinoatrial) –
o Permite diagnosticar aumentos significativos gerador de onde parte todo o impulso elétrico (porção
do VE. superior do AD).
o Onda P com distância de 0,12-0,20s do
complexo QRS (3 micro-quadrados – cada um 0,04s);
o Começa a contar na base da onda;
o Onda P é positiva (para cima) em D1, D2 e AVF
– despolarização do átrio;
o A onda T tem que ser positiva na maioria das
derivações – repolarização do ventrículo;
o 12 derivações no eletro.
ECG com ritmo e FC normal: Devem ter essas
características e FC entre 50 e 100bpm e QRS até
0,12s.
OBS.: Onda T invertida – sinal de isquemia.

AUSCULTA
Ambiente silencioso, paciente confortável e relaxado,
com o tórax despido e em decúbito dorsal – uso do
estetoscópio para permitir a amplificação dos sons
(bulhas, ruídos pulmonares e ruídos hidroaéreos).
Diafragma: Membrana – capta melhor os sons de alta
frequência (agudo). Campânula: Capta melhor os sons
de baixa frequência (graves).
o Ritmo cardíaco – regular ou irregular
(arritmias);
o Frequência cardíaca;
o Bulhas (1º e 2º) – intensidade e
desdobramento;
o Ruídos adicionais – 3º e 4º bulhas, clicks,
estalidos e ruídos de próteses;
o Sopros cardíacos – fases do ciclo cardíaco, tipo,
localização, duração, intensidade, tonalidade, timbre
e irradiação;
o Atritos.
ARRITMIAS
Supraventriculares: Tem origem ectópica (fora do nó
sinusal) – nos átrios ou acima da junção AV.
o Extrassístolesupraventricular (ESSV): Ectopias
comuns benignas (onda P são visíveis) – antecipação
de batimento;
o Taquicardias supraventriculares (TSV): Podem
ter ritmo irregular (fibrilação atrial) ou regular
(TSVP/TAP – taquicardia supraventricular paroxística);
o Costumam ter o QRS estreito.

OBS.: Quanto mais perto do nó


sinusal, menos grave a arritmia e
menos aberrante é o QRS.
Ventriculares: Têm origem nos ventrículos ou a partir
da bifurcação do feixe de His.
o Extrassístole ventricular (ESV): Ectopias que
podem estar presentes no coração normal;
o Costuma ter ritmo e QRS alargado;
o Fibrilação ventricular é uma arritmia sem pulso
– desfibrilar. CAUSAS DE ALARGAMENTO DO QRS
(>0,12s)
FIBRILAÇÃO ATRIAL BRE: Atraso na condução do ramo esquerdo do feixe
Pulso irregular – ECG com linha de base sem atividade de His – olhando V1 com QRS alargado e negativo.
elétrica organizada, com ausências de ondas P e BRD: Atraso na condução do ramo direito do feixe de
complexos QRS com intervalos irregulares entre eles. His – olhando V1 com QRS alargado e positivo, com
o Foco ectópico; aparência de duas ondas R: R + R’ (orelha de coelho).
o Ritmo irregular; Pode ter onda S depois do QRS.
o QRS estreito;
o Ausência de onda P;
o Átrio está fibrilando – não contraindo.

BULHAS
o Foco tricúspide + foco mitral = TUM (sístole);
o Foco aórtico + foco pulmonar = TA (diástole).

Área mitral: Posição do ápice cardíaco.


TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR Área tricúspide: Quarto espaço intercostal – borda
o Ritmo regular; paraesternal esquerda.
o QRS estreito; Área aórtica: Segundo espaço intercostal – borda
o Ausência de onda P. paraesternal direita.
OBS.: Se tivesse onda P seria taquicardia sinusal. Área pulmonar: Segundo espaço intercostal – borda
paraesternal esquerda.

TAQUICARDIA VENTRICULAR
o Ausência de onda P;
o Taquicardia;
o Ritmo regular;
o QRS largo.
B1: Inicia na sístole ventricular com o fechamento das Desdobramento patológicos – variável: Atraso
valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) – esperado na inspiração e persiste (com menos atraso)
auscultada com maior facilidade na borda esternal na expiração – independente da postura ou posição
esquerda inferior, no ápice cardíaco (intensidade e (BRD não muda com repouso).
desdobramento). Causa: BRD – atraso de P2 pelo atraso na condução
Hiperfonese de B1: Diminuição do enchimento pelo RD.
ventricular – passagem das válvulas não permite
adequado enchimento. Ocorre fechamento rápido
dos folhetos – estados hiperdinâmicos: arritmia,
hipertireoidismo, TQC, febre, início de estenose mitral
etc.
Hipofonese: Fechamento lento das válvulas – Paradoxal: Retardo do componente aórtico.
estenose mitral grave, insuficiência mitral ou aórtica Causa: BRE (paradoxal porque some na inspiração) –
grave (endocardite, IAM etc.), falta de força atraso de A2 pelo atraso na condução pelo RE no feixe
ventricular (IC, uso de betabloqueador), fatores de His.
extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax, choque,
obesidade etc.).
B2: Inicia na diástole e é formada pelos componentes
aórtico (A2 – mais audível nos focos da base e do ápice
cardíaco) e pulmonar (P2 – mais audível no segundo e
terceiro espaços intercostais esquerdos, junto ao
esterno). Fixo: Retardo do componente aórtico – som não
Hiperfonese B2: Aumento da pressão ou volume na modifica na inspiração e expiração.
aorta (HAS, ectasia ou aneurisma), aumento da Causas: CIA (shunt do AE para o AD minimiza na
pressão arterial pulmonar etc. inspiração e aumenta a pressão à esquerda, anulando
Hipofonese B2: Estenose aórtica ou pulmonar grave, o atraso adicional de P2 por SC de volume.
fatores extracardíacos (DPOC, DP, pneumotórax,
choque, obesidade etc.).
Desdobramento de B2: A valva aórtica se fecha um
pouco antes da pulmonar, por diferença de
complacência.
o Comum em adolescentes e crianças –
fisiológico;
o Inspiração – redução da pressão intratorácica
= aumenta o retorno venoso = sobrecarga do volume
à direita = atraso na P2;
o Na inspiração em 70% dos casos;
o Some na expiração e ao sentar-se.

Terceira bulha (B3): Galope ventricular – tanto


fisiológico quanto patológico, no VE ou VD.
o Mais audível na fase inicial da diástole PULSOS ARTERIAIS
(prodiastólico), no foco mitral e em decúbito lateral
esquerdo;
o Fase de enchimento rápido ventricular –
relacionada à sobrecarga de volume (IVE e
insuficiência mitral;
o Origem no VD ou VE – no VD fica acentuada na
inspiração (pré-carga);
o Fisiológica (aumento de demanda) – adultos
jovens, crianças, primeiro trimestre da gestação e
outros estados hiperdinâmicos (some em dec.).
Quarta bulha (B4): Galope atrial – resulta da brusca
expansão e vibração da parede ventricular,
consequente à contração atrial vigorosa
(telediastólica – por isso é uma bulha extra tardia). Normal: A pressão diferencial é aproximadamente de
o Mais audível na fase final da diástole; 30-40mmHg – o contorno do pulso é uniforme e
o BAV grau I, hipertrofia concêntrica de VE arredondado (a chanfradura na inclinação
(doenças infiltrativas – coração está marmorizado descendente da onda de pulso não é palpável).
com outras substâncias, fica restrito); o Ascensão rápida;
o Origem VD ou VE; o Relativamente amplo;
o VD – audível na borda esternal esquerda, o Queda lenta e regular.
subxifoide ou jugular interna – na inspiração; Pressão diferencial: Diferença entre a sistólica e a
o VE – audível na região mitral e na expiração; diastólica.
o Atenua com redução do retorno venoso
(valsava – aumento da pressão torácica interna e
diminuição do volume).

Pulso pequeno (parvus): A pressão diferencial está


diminuída – pulso fraco e pequeno.
o Impulso ascendente é mais lento;
o Pico prolongado.
Causas: Diminuição do volume sistólico – IC,
hipovolemia e estenose aórtica grave. Resistencia
periférica aumentada – exposição ao frio e IC grave.

Pulso em martelo (Célere): A pressão diferencial está


aumentada – pulso forte, aparecendo e
desaparecendo com rapidez.
o Amplitude alta;
o Curta duração;
o Ascensão e queda rápidas;
o Pico breve. Paradoxal: Pode ser detectado como diminuição
Causas: Volume sistólico aumentado e/ou resistência palpável da amplitude do pulso à inspiração tranquila.
periférica diminuída – febre, anemia, hipertireoidismo Se esse sinal for menos pronunciado – necessário
e insuficiência aórtica (clássico). utilizar o esfigmomanômetro para ver PA. A PA
sistólica diminui em mais de 10-12mmHg durante a
inspiração.
Causas: Tamponamento pericárdico, exacerbação de
asma e DPOC e pericardite constritiva.

Bisfério (bisferiens): Trata-se de um pulso arterial


aumentado com um pico sistólico duplo – detectado
durante a compressão moderada da artéria.
Causas: Regurgitacao aórtica pura, estenose e
regurgitação aórticas combinadas (dupla lesão) e
miocardiopatia hipertrófica (raro palpar).

CONCEITOS
Pré-carga: Pressão de volume (sangue) no
enchimento ventricular, que exerce tensão nas
paredes relaxadas do ventrículo (pressão diastólica
final) – medida de volemia. Medir pela PVC.
Pós-carga: Pressão sofrida pelos ventrículos durante a
sístole. Causas de aumento: Aumento da resistência
Alternante: O pulso é completamente regular – arterial, obstrução da via de saída (Ao) e falência na
apresenta contrações fortes e fracas alternadas. contratilidade (sobrecarga contrátil).
Causa: Insuficiência ventricular esquerda. Débito cardíaco (DC): Volume de sangue ejetado
pelos ventrículos por minuto.

𝐷𝐶 = 𝐹𝐶 × 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑠𝑖𝑠𝑡ó𝑙𝑖𝑐𝑜 (𝑒𝑗𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜)

Normal: 5L/m.
Ex.: 70 bpm x 70ml = 4,9L/m.

Fração de ejeção (FE): Porcentagem de sangue


bombeada pelos ventrículos a cada batimento.
Bigeminado (bigeminismo): Pode imitar o pulso Volume sistólico final: Volume residual de sangue que
alternante – causado por uma contração normal fica no ventrículo ao final da sístole.
alternando-se com uma contração prematura Volume diastólico final: Volume no ventrículo ao final
(Extrassístole). O volume sistólico da contração da diástole.
prematura está diminuído em relação ao das
contrações normais e a amplitude do pulso varia de VDF − VSF
acordo com isso. 𝐹𝐸 =
VDF

Normal: 55% ou mais.

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
Síndrome clínica complexa identificada pela presença
de sintomas potencialmente progressivos – dispneia,
fadiga e cansaço, e sinais – edema, crepitações
pulmonares e disfunção renal.
Insuficiência VE: IAM, valvulopatias, HAS,
Hipoxemia Inflamação - miocardiopatias e chagas.
DC reduzido central e ativação de
periférica citocinas ICC: IVE + IVD.

Ativação
Sistema renina- ICC esquerda ICC direita
TNF- endotelina angiotensina-
simpática
aldosterona
Edema pulmonar Ascite

Dispneia Efusão pleural


Disfunção Intolerância ao
endotelial exercício
Ortopneia Edema de membros

IC congestiva: Insuficiência de VE + VD.


Sinais de IVD: Retenção hídrica na periferia – sinal do
cacifo +.

Sinal de IVE: Congestão e edema pulmonar, com


aumento do índice cardíaco ao RX de tórax.

FUNÇÃO VENTRICULAR
IC – Fração de ejeção reduzida: Disfunção sistólica.
IC – Fração de ejeção preservada: Disfunção
diastólica.

DISPNEIA
o Sintoma mais comum – inespecífico;
o Na maioria dos pacientes está relacionada aos
LOCALIZAÇÃO esforços;
Insuficiência VD: Cor Pulmonale (aumento do o Motivo mais comum da procura por
ventrículo esquerdo) e HAP (hipertensão arterial atendimento em pacientes com IC;
pulmonar), TEP (tromboembolismo pulmonar), Causa mais importante: Congestão pulmonar
aumento de pré-carga (volemia), valvopatias (acúmulo de líquido intersticial ou intra-alveolar).
tricúspide e ou pulmonar, cardiopatias congênitas, Outros sintomas: Fadiga, dor torácica, caquexia
IAM de VD e TCC por evolução da IVE. cardíaca, distúrbio cognitivo e distúrbio de humor.
REXAME FÍSICO Testes potenciais: Cateterização, IRM cardíaca,
SINAIS VITAIS hemodinâmicos, capacidade de exercício e biópsia
o Pressão arterial – fator prognóstico; cardíaca.
o Pressão de pulso estreita (IC avançada); Ecocardiograma:
o Peso; o Método de ótima relação custo-benefício;
o FR; o Fornece informações sobre a função
o Temperatura corporal; ventricular (fração de ejeção);
o Aparência e estado geral; o Análise segmentar da contratilidade –
o FC e ritmo – 30% dos pacientes tem fibrilação hipocinesia, acinesia e discinesia.
atrial; Outros métodos:
o Veias jugulares – turgência na ICD; o RNM cardíaca;
o Ausculta pulmonar – crepitações na ICE; o Métodos gráficos: ECG, Holter e Ergometria;
o Ausculta cardíaca – avaliar ritmo (regularidade, o Tomografia;
galope etc.), frequência, sopros, intensidade etc. o Cintilografia.
o Abdome – ascite na ICC;
o MMII – edema e perfusão.

Exame Testes
História Sintomas
objetivo diagnóstico
Dispneia, ortopneia/DPN e Aparência Radiografia de tórax
História familiar bendopneia

Sinais vitais
Edema Eletrocardiografia

História de doença Distensão jugular


cardiovascular Fadiga Ecocardiografia
Avaliação pulmonar
Disfunção cognitiva e Medições de peptídeo
Comorbidades depressão natriurético
Avaliação cardíaca

Dor torácica Testes biomarcadores


Avaliação abdominal
Exposições relevantes
Distúrbios do sono Avaliação das extremidades Testes potenciais
SOPROS o Modificação com a posição do paciente:
Aumento do fluxo sanguíneo em valvas normais ou Sopros da base do coração – mais audíveis quando o
anormais. paciente se encontra na posição sentada e fletido para
o Aumento da velocidade da corrente sanguínea a frente. O “ruflar” diastólico da estenose mitral é
– exercício físico, anemia, hipertireoidismo e mais audível em decúbito lateral esquerdo. O rumor
síndrome febril; venoso aumenta a intensidade quando sentado ou em
o Diminuição da viscosidade sanguínea – pé, e diminui quando em decúbito dorsal.
anemia; o Modificação com exercício físico: Aumenta a
o Obstrução ao fluxo anterógrado – lesões velocidade sanguínea e estimula o sistema
estenóticas; adrenérgico – intensificação dos sopros.
o Fluxo regurgitante por valvar incompetentes –
insuficiências valvares. SISTÓLICOS
Avaliar:
o Situação no ciclo: Sistólico, diastólico ou
contínuo – holo, proto, meso ou tele. DIASTÓLICOS
o Intensidade: 1-6 cruzes.
Grau I: Tão fraco que só pode ser ouvido com grande
esforço. CONTÍNUOS
Grau II: Ainda é fraco, mas pode ser detectado.
Grau III: Sopro proeminente, mas sem grande
intensidade.
Grau IV: Sopro alto e comumente acompanhado de SOPROS SISTÓLICOS
frêmito à palpação. ESTENOSE AÓRTICA
Grau V: Sopro alto e audível mesmo com o o Protótipo do som da obstrução da saída
estetoscópio parcialmente em contato com a parede ventricular;
torácica – frêmito palpável. o Começa após B1, tipo de ejeção, em crescente
Grau VI: Pode ser auscultado mesmo sem o e depois decrescente – antes de B2;
estetoscópio estar em contato – frêmito sempre o Forma de diamante (mesossistólico);
palpável. o 2º espaço intercostal direito – irradiação para
o Localização: De acordo com a ausculta – não fúrcula, carótidas e ápice;
quer dizer que seja gerado por uma alteração na valva o Clique de ejeção presente;
respectiva. o Tipicamente granuloso (áspero) rude e alto;
o Irradiação: Para o tórax – estenose aórtica em o EAo + calcificação da aorta – irradiação do
direção ao pescoço e insuficiência mitral em direção à sopro para o foco mitral, com timbre musical piante
axila. (fenômeno de Gallavardin).
o Timbre e tonalidade: Qualidade do sopro – Causa: Congênita (valva bicúspide) ou adquirida
velocidade do fluxo e o tipo de defeito que causa o (degeneração aterosclerótica e febre reumática).
turbilhonamento sanguíneo. Suave, rude, musical,
aspirativo, granuloso, piante e ruflar.
o Modificação com a respiração:
Manobra de Rivero Carvallo: Diferenciar o sopro
ocasionado pela insuficiência tricúspide da causada
pela insuficiência mitral – paciente em decúbito
dorsal, coloca-se o estetoscópio no foco tricúspide e
observa-se a intensidade do sopro sistólico. Após
inspiração profunda, se o sopro diminui ou não sofre
alteração, diz-se que a manobra é negativa e o sopro
audível é pela irradiação de um sopro de origem na
valva mitral. A respiração profunda produz aumento Tríade:
da negatividade da pressão intratorácica e do retorno o Dispneia progressiva (IC);
venoso no lado direito – ocorre maior aumento do o Tonturas ou síncope – relacionada aos
refluxo sanguíneo através da valva tricúspide = esforços;
intensificação do sopro. o Angina de esforço.
SOPRO HOLOSSISTÓLICO – CIV
o Regurgitação do VE para VD (shunt);
o Cardiopatia congênita mais diagnosticada –
pode ser adquirida;
o Morfologia “em barra”;
o Som depende do tamanho do orifício septal
(<orif, >som) e da resistência pulmonar;
o Auscultado em todo precórdio;
o Presença de frêmito em todo precórdio
(exceto axilar);
o Aumenta com a expiração (<RV, > shunt).

INSUFICIÊNCIA MITRAL
o Regurgitação;
o Morfologia “em barra” – holossistólico;
o 4-5º espaço intercostal esquerdo – linha
hemiclavicular esquerda;
o Irradiação axilar e escápula esquerda;
o Frequência sonora alta;
o Se instalação de lesão abrupta = sopro em
decrescendo (>pressão AE);
o Frêmito + B3 + irradiação = gravidade;
Causas primárias: Prolapso valvar mitral, endocardite
infecciosa, FR, traumas e deformidades congênitas.
Causas secundárias: Isquemia miocárdica,
cardiomiopatia hipertrófica e disfunção ventricular
esquerda sistólica.

SOPROS DIASTÓLICOS
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA
o Regurgitação;
o Começa após B2 – em decrescendo
(protodiastólico);
o 2-4º espaço intercostal esquerdo (aórtico
acessório) – irradiação para ápice;
o Tipicamente tem som aspirativo e baixo.
Causas: Dilatação idiopática da aorta, anormalidade
congênitas (valva bicúspide), calcificação da valva,
doença reumática, endocardite infecciosa,
hipertensão artéria sistêmica, degeneração Dissecção aórtica:
mixomatosa, dissecção da aorta ascendente e o Laceração da camada íntima promovendo dor
Síndrome de Marfan. Pode ser aguda – trauma, torácica súbita e intensa – HAS e aneurisma prévio;
dissecção aórtica e endocardite. o Exames de imagem (ATC/RM) mostram sinal
Sinais e sintomas: de falsa luz;
o Dispneia de esforço, ortopneia e dispneia o Requer estabilização com BB até cirurgia ou
paroxística noturna >IC; tratamento endovascular.
o Síncope;
o Angina; Tipo B: Pode ter abordagem mais conservadora.
o Palpitações. Riscos: Maiores no tipo A – Insuficiência aórtica, IAM,
AVC, dissecção de ramos abd e cervicais etc.

Sinais semiológicos:
o Ictus hiperdinâmico;
o Pulso em martelo – palpado na carótida; Austin Flint: Sopro adicional diastólico mitral
o Maior divergência entre os valores da PA associado à reentrada diastólica do fluxo regurgitante
sistólica e diastólica – aumento da pressão de pulso sobre o folheto mitral.
(com pressão diastólica baixa);
o Múltiplos sinais propedêuticos causados pelo
alto volume sistólico ejetado.

ESTENOSE MITRAL
o Começa após B2 – em decrescendo
(protodiastólico);
o Restrito ao ápice – pouca ou nenhuma
irradiação;
o Timbre grave – ruglar diastólico;
o Intensifica no decúbito lateral esquerdo e na
expiração – quanto mais longo, mais grave;
o B1 com hiperfonese – ↓ do enchimento VE;

Sintomas:
Palpitações. Rouquidão (síndrome de Ortner) é típico
e raro – paralisia do nervo laríngeo recorrente
esquerdo por compressão do AE hipertrofiado.
Manobra de handgrip: Diferencia sopros sistólicos –
fechar a mão em aperto por 20-30s aumenta a
resistência para o esvaziamento do VE.
o O aumento da pressão na aorta torna o sopro
da estenose ao menos audível. Se o sopro não alterar,
significa insuficiência mitral.

Fácies mitral: Hiperemia crônica dos maxilares, com


ou sem teleangiectasias – hipertensão venosa cefálica,
consequente à EM.

Manobra de Valsalva: Reduz o retorno venoso para o


coração – reduzindo o volume para VE e a pressão
arterial.
o Todos os sopros diminuem, exceto o da
SOPRO CONTÍNUO cardiomiopatia hipertrófica – foco mitral.
o Começam da sístole (B1) e persistem por toda
a diástole (ou parte dela);
o Há comunicação do sistema arterial com o
venoso (fluxo de sangue de área de maior pressão
para a de menor).
Extra-cardíaco: Shunt sistêmico-pulmonar –
persistência do canal arterioso (PCA).
Cardíaco: CIA + estenose mitral (Shunt E>D).

MANOBRAS ESPECIAIS
Rivero Carvallo: Se o sopro aumenta de intensidade
durante a inspiração profunda – insuficiência
tricúspide (teste positivo).
Manobra de agachamento: Aumenta o retorno
venoso para o coração e a resistência vascular
periférica. Com o aumento da PA e do sangue em VE:
o Reduz o prolapso da valva mitral – diminui o
seu sopro e o clique;
o Aumenta o volume de ejeção pela valva aórtica
e intensifica o sopro da estenose aórtica.

SOPRO DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA


Ejeção rápida e de menor volume de sangue –
obstrução de fluxo pelo aumento da massa ventricular
(principalmente do septo).
o Valva mitral fica distorcida e pode gerar sopro;
o 3-4º espaço intercostal esquerdo – irradia da
borda esternal para o ápice, de caráter áspero;
o Aumenta com a manobra de Valsalva;
o Ictus cordis persistente, hipercinético e
aumentado de tamanho.

LEMBRETES FINAIS
o Valvopatias mais frequentes em adulto e do
lado esquerdo – mitral e aórtica;
o Palpitações são queixas frequentes dos
portadores de valvopatia mitral;
o Dor torácica anginosa ao esforço e síncope são
frequentes em pacientes com valvopatia aórtica;
OBS.: Todas podem evoluir com sintomas de IC –
dispneia ao esforço, dispneia paroxística noturna,
ortopneia, tosse, chiado, hemoptise, edema
periférico, fadiga e edema agudo de pulmão.

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