AnatomoFisiologia Do Sistema Digestório

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 54

Instituto Politécnico Denizard Rivail

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA


TÉCNICO EM ENFERMAGEM
AULA 5
Enf.º Prof.º Breno Mota.
Especializando em Docência em Ciências da Saúde - UniBF.
Mestrando em Enfermagem na Saúde do Adulto (PROESA) - Universidade de São Paulo (USP).
ENF.º BRENO MOTA

SISTEMA
DIGESTÓRIO
Sistema Digestório
ENF.º BRENO MOTA

Funções

1. A ingestão é a entrada de alimento sólido ou líquido no estômago. A rota normal da ingestão é


pela cavidade oral.

2. A mastigação é o processo pelo qual os dentes mastigam os alimentos na boca.

3. A propulsão é o movimento do alimento de uma extremidade do trato digestório para outra. O


tempo total que o alimento leva para atravessar todo o comprimento do trato digestório é
normalmente 24 a 36 horas.

4. A deglutição move líquido ou massas moles de alimento, chamadas bolo alimentar, a partir da
cavidade oral para o esôfago.

5. A peristalse propele o material ao longo de grande parte do trato digestório.


Peristalse
ENF.º BRENO MOTA
Sistema Digestório
ENF.º BRENO MOTA

Funções

6. Ondas peristálticas são contrações musculares que consistem em ondas de relaxamento dos
músculos circulares situados em frente ao bolo alimentar, seguidas por uma onda de contração
intensa dos músculos circulares situados atrás do bolo alimentar, o que força o bolo alimentar ao
longo do tubo digestório.
2. A mastigação Cada
é o processo onda
pelo peristáltica
qual os dentespercorre o os
mastigam comprimento doboca.
alimentos na esôfago em cerca de
10 segundos. As ondas peristálticas do intestino delgado geralmente percorrem somente distâncias
curtas.

7. O movimento de massa consiste em contrações que movem os materiais em algumas partes do


intestino grosso. O movimento de massa estende-se por partes muito mais longas do trato
digestório do que os movimentos peristálticos.

8. Mistura. Algumas contrações não propelem o alimento de uma extremidade do trato digestório
para outra, porém, movem-no para trás e para a frente do trato digestório, misturando- o com as
secreções digestivas e auxiliando na sua fragmentação em pedaços menores. As contrações
segmentares são contrações de mistura que ocorrem no intestino delgado
Contrações segmentares
ENF.º BRENO MOTA
Sistema Digestório
ENF.º BRENO MOTA

Funções

9. Secreção. Conforme o alimento se move ao longo do trato digestório, secreções são adicionadas
para lubrificar, liquefazer, tamponar e digerir o alimento. O muco, secretado ao longo de todo o
trato digestório, lubrifica o alimento e o revestimento do trato. O muco reveste e protege as células
epiteliais do trato digestório contra a abrasão mecânica, o ácido estomacal e as enzimas digestivas.
As secreções também contêm grandes quantidades de água, que liquefaz o alimento, tornando sua
digestão e absorção mais fácil. As enzimas secretadas pela cavidade oral, pelo estômago, pelo
intestino delgado e pelo pâncreas quebram grandes moléculas de alimento em pequenas
moléculas que podem ser absorvidas pela parede do intestino.

Muco: reveste e protege o sistema gastrointestinal

Água: liquefaz o alimento e é passada para o TGI por osmose.

Enzimas: quebram macro em micromoléculas para absorção.


Sistema Digestório
ENF.º BRENO MOTA

Funções

10. A digestão é a quebra de grandes moléculas orgânicas nas partes que as compõem:
carboidratos em monossacarídeos, proteínas em aminoácidos, e triglicerídeos em ácidos graxos e
glicerol.

DIGESTÃO

Mecânica Química

Envolve a mastigação e a Realizada pelas enzimas


mistura do alimento digestivas secretadas ao
longo do trato digestório.
Sistema Digestório
ENF.º BRENO MOTA

Funções

11. A absorção é o movimento de moléculas do trato intestinal para a circulação ou para o sistema
linfático. O mecanismo pelo qual a absorção ocorre depende do tipo de molécula envolvida. As
moléculas atravessam o trato digestório por difusão, difusão facilitada, transporte ativo, simporte ou
endocitose.

12. A eliminação é o processo pelo qual os produtos de excreção da digestão são removidos do
corpo. Durante esse processo, que ocorre principalmente no intestino grosso, água e sais são
absorvidos, alterando o material do trato digestório de líquido para semissólido. Esses produtos de
excreção semissólidos, chamados fezes, são então eliminados do trato digestório pelo processo de
defecação.
Histologia
ENF.º BRENO MOTA

Os plexos submucoso e
mioentérico constituem o
sistema nervoso entérico
(SNE), ou plexo entérico, que é
extremamente importante no
controle da secreção e do
movimento.
Cavidade oral
ENF.º BRENO MOTA

A cavidade oral, ou boca, é dividida em


duas regiões: (1) o vestíbulo (entrada) é
o espaço entre as bochechas ou os lábios
e os dentes, e (2) a cavidade oral própria
encontra-se atrás dos dentes. A cavidade
oral é revestida principalmente por
epitélio estratificado pavimentoso, que a
protege contra abrasões.
Língua
ENF.º BRENO MOTA

A língua move o alimento na boca e, em


cooperação com os lábios e gengivas,
mantém o alimento no lugar durante a
mastigação. Ela também exerce um papel
importante na deglutição. Além disso, a
língua é o principal órgão sensorial para a
gustação e um dos principais órgãos da
fala.
Língua
ENF.º BRENO MOTA
Língua saburrosa
Dentes
ENF.º BRENO MOTA
Glândulas
ENF.º BRENO MOTA

salivares

A saliva previne a infecção bacteriana na


boca por estar constantemente lavando-a.
Lisozima, uma enzima que possui fraca
ação antibacteriana, e imunoglobulina A.
Mucina, um proteoglicano que dá a
qualidade de lubrificação às secreções das
glândulas salivares.
Faringe
ENF.º BRENO MOTA

A faringe é a abertura comum dos


sistemas digestório e respiratório. Ela
recebe o ar da cavidade nasal e recebe
ar, alimento e líquido da cavidade oral.
Esôfago
ENF.º BRENO MOTA

O esôfago é a parte do trato digestório


que se estende entre a faringe e o
estômago. Ele possui cerca de 25 cm
de comprimento e encontra-se no
mediastino, anterior às vértebras e
posterior à traqueia. Ele atravessa o
hiato esofágico (entrada) do diafragma
e termina no estômago. O esôfago
transporta o alimento da faringe até o
estômago.
Deglutição
ENF.º BRENO MOTA

Fase voluntária Fase faríngea

Bolo de alimento é Palato mole se eleva e


empurrado contra o palato fecha a nasofaringe.

duro e mole, posteriormente Faringe e laringe se


na direção da orofaringe. elevam.

Fase esofágica

O bolo é movido pelas contrações peristálticas


esofágicas em direção ao estômago.
ENF.º BRENO MOTA
ENF.º BRENO MOTA
Estômago
ENF.º BRENO MOTA
Secreções do estômago
ENF.º BRENO MOTA

Alimento se mistura com enzimas e forma o quimo

Muco, ácido clorídrico, gastrina, histamina, fator


intrínseco e pepsinogênio. O pepsinogênio é a forma
inativa da pepsina, uma enzima que digere proteínas.

O ácido clorídrico resulta no baixo pH no conteúdo estomacal, que


normalmente está entre 1 e 3. Embora o ácido clorídrico secretado no interior
do estômago tenha menor efeito digestório sobre o alimento ingerido, uma de
suas principais funções é matar as bactérias que são ingeridas com quase tudo
que colocamos em nossas bocas.
ENF.º BRENO MOTA
Produção de HCL-
Fases da secreção gástrica
ENF.º BRENO MOTA
Fases da secreção gástrica
ENF.º BRENO MOTA
Fases da secreção gástrica
ENF.º BRENO MOTA
Intestino delgado
ENF.º BRENO MOTA
Intestino delgado
ENF.º BRENO MOTA

O intestino delgado é composto por três partes: duodeno, jejuno e íleo. O intestino delgado inteiro
possui cerca de 6 m de comprimento (variando de 4,6 a 9 m). O duodeno possui cerca de 25 cm de
comprimento (duodeno refere-se a doze, sugerindo que ele possui 12 polegadas de comprimento).
O jejuno, que compõe dois quintos do comprimento total do intestino delgado, possui cerca de 2,5
m de comprimento. O íleo, que corresponde a três quintos do comprimento do intestino delgado,
possui cerca de 3,5 m de comprimento. As duas principais glândulas acessórias, o fígado e o
pâncreas, estão associadas ao duodeno.

O intestino delgado é o local onde ocorre grande parte da digestão. A cada dia, cerca de 9 L de
água entram no sistema digestório. Isso inclui a água que é ingerida e as secreções fluidas
produzidas pelas glândulas ao longo do trato digestório. Grande parte da água (8 a 8,5 L) move-se
por osmose, junto com os solutos absorvidos, para fora do intestino delgado. Uma pequena
quantidade (0,5 a 1 L) chega ao cólon.
Intestino delgado
ENF.º BRENO MOTA
Intestino delgado
ENF.º BRENO MOTA
Duodeno
ENF.º BRENO MOTA

Principais tarefas do duodeno:

• neutralização do ácido gástrico através da


produção de secreções alcalinas

• processamento mecânico e digestão do


quimo

• misturar a bile e as enzimas pancreáticas

• absorção de água, eletrólitos e nutrientes


(especialmente substâncias solúveis em
água, como monossacarídeos)
Fígado
ENF.º BRENO MOTA

Funções:

Órgão acessório do trato gastrointestinal,


desintoxicação, síntese de proteínas, produção
bioquímica, armazenamento de nutrientes,
dentre outras.

Produz a bile que é armazenada na vesícula biliar.


Fígado - Anatomia
ENF.º BRENO MOTA

Lobo esquerdo

Lobo direito

Lobo quadrado

Lobo caudado
Vesícula biliar
ENF.º BRENO MOTA

Este saco em forma de pera funciona primariamente como


um reservatório para a bile que foi sintetizada ao nível dos
hepatócitos. Ao ingerir uma refeição, a presença de
gorduras e proteínas nos intestinos estimula a liberação de
colecistocinina, que atua ao nível do corpo e pescoço da
vesícula biliar e ductos císticos e extra-hepáticos. Este
hormônio peptídico provoca contração simultânea do corpo
da vesícula biliar e relaxamento do colo da vesícula biliar.

Uma vez que a pressão dentro da árvore biliar atinge 10


mmH2O de bile, há relaxamento do esfíncter de Oddi.
Assim, a bile pode ser liberada tanto da vesícula biliar
quanto diretamente do fígado através da árvore biliar.
Bile, qual a função?
ENF.º BRENO MOTA

O fígado produz cerca de 500 a 600 mL de bile diariamente.

A bilirrubina é produzida na degradação de produtos do


grupo heme provenientes de eritrócitos senescentes e é o
pigmento que dá à bile sua coloração amarelo-esverdeada.

Sais biliares (ácidos biliares) são os maiores componentes


orgânicos da bile.

• Auxiliar na digestão;

• Eliminar certos produtos residuais (principalmente


hemoglobina e colesterol em excesso) do corpo.

Emulsificar GORDURA.
Pâncreas
ENF.º BRENO MOTA

O pâncreas é um órgão complexo composto por tecidos endócrino e exócrino que realiza diversas funções.
O pâncreas é composto por uma cabeça, localizada na curvatura do duodeno, um corpo e uma cauda, que
se estende até o baço.

A parte endócrina do pâncreas consiste em ilhotas pancreáticas, ou ilhotas de Langerhans. Insulina e


Glucagon.

A parte exócrina do pâncreas é composta por glândulas acinares complexas. Os ácinos produzem as enzimas
digestivas.

Os lóbulos são conectados por pequenos ductos intercalares em ductos intralobulares, que deixam os
lóbulos e se juntam aos ductos interlobulares entre os lóbulos.

Suco pancreático = alcalinizar o bolo alimentar. Interagir com o HCL - e formar uma base, para que não haja
comprometimento das microvilosidades do intestino ou lesão.
Pâncreas
ENF.º BRENO MOTA
Bicarbonato
ENF.º BRENO MOTA
Jejuno
ENF.º BRENO MOTA

O jejuno representa aproximadamente 2/5 do comprimento


total do intestino delgado (1,5 a 3,5 metros).

As principais tarefas do jejuno são:

• quebra de nutrientes (ex.: através da amilase e proteinase


ou protease)

• absorção de nutrientes lipofílicos (proteínas, gorduras,


colesterol e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K)

• absorção de água (aproximadamente 90% da água


secretada, 6 a 8 litros/dia). Isto induz um gradiente
osmótico levando a um transporte paracelular de
eletrólitos, carboidratos e aminoácidos.
Íleo
ENF.º BRENO MOTA

O íleo compõe cerca de 3/5 da extensão total do intestino


delgado (2,5 a 3,5 metros).

As principais tarefas do íleo são:

• quebra enzimática de nutrientes

• absorção da vitamina B12 (com fator intrínseco do


estômago), gorduras (especialmente ácidos graxos
(gordos) e glicerol) e sais biliares

• função imunológica (acesso e transferência de antígenos)


Íleo
ENF.º BRENO MOTA

Válvula ileocecal

Na junção entre o íleo e o ceco encontra-se a


válvula ileocecal (óstio ileal), um esfíncter funcional
formado pelas camadas musculares circulares
tanto do íleo quanto do ceco. Ela previne o refluxo
do conteúdo rico em bactérias do intestino grosso
para o intestino delgado.
Íleo
ENF.º BRENO MOTA

Placas de Peyer

Conjuntos de folículos linfáticos da mucosa do


intestino, particularmente no ílio. As placas de
Peyer são em número de 20 a 30 no adulto, têm
forma ovalada e situam-se em posição
antimesentérica e o seu tamanho medeia entre 1 e
4 ou 5 cm. Têm como função principal a produção
de imunoglobulinas e de diversos anticorpos.
Intestino grosso
ENF.º BRENO MOTA
Ceco
ENF.º BRENO MOTA

Ceco
O ceco é o terminal proximal do intestino
grosso, onde ele encontra o intestino
delgado na junção ileocecal. O ceco estende-
se inferiormente cerca de 6 cm após a junção
ileocecal na forma de um saco cego. Unida ao
ceco, há uma pequena estrutura com formato
de tubo com cerca de 9 cm de comprimento
chamada apêndice vermiforme (formato de
verme). As paredes desse apêndice contêm
muitos nódulos linfáticos, os quais contribuem
para as funções imunes.

Apêndice filiforme/vermiforme
O apêndice é parte do tecido linfático
associado ao intestino ou GALT (do inglês gut-
associated lymphoid tissue) e cumpre funções
imunológicas. Além disso, assume-se que ele
serve como um “abrigo secreto” para Apêndice filiforme /
enterobactérias (ex.: em caso de diarreia). vermiforme
ENF.º BRENO MOTA

Cólon Cólon
O cólon possui cerca de 1,5 a 1,8 m de
comprimento, e é composto por quatro partes: cólon
ascendente, cólon transverso, cólon descendente e
cólon sigmoide.
Transverso
A principal tarefa do cólon é a de armazenamento
temporário e transporte das fezes. Diariamente ele
absorve cerca de 1 litro de água, o que leva a um
Descendente espessamento das fezes. Além disso, ele absorve
sódio, potássio e cloreto, mas pode ainda por sua
Ascendente vez secretar potássio no interior do lúmen.

A flora fisiológica intestinal é rica em bactérias


anaeróbicas (aproximadamente 1011/g), que vive em
simbiose com o corpo humano. Ela realiza funções
essenciais como decomposição de ingredientes
alimentares indigeríveis (ex.: celulose), produção
de vitamina K, promoção do movimento
Sigmoide peristáltico e suporte do sistema imunológico.
ENF.º BRENO MOTA

Reto

Reto
O reto faz parte do sistema digestório e é a última parte do
intestino grosso e conecta o cólon sigmoide ao canal anal.
O reto possui cerca de 12 a 16 cm de extensão e pode ser
subdividido em três partes de acordo com a sua posição no
peritônio: o terço proximal encontra-se intraperitonealmente,
o terço médio retroperitonealmente e o terço inferior abaixo
do diafragma pélvico e, portanto, extraperitonealmente.
Similarmente ao cólon, eletrólitos são absorvidos (sódio,
potássio, cloreto) e ingredientes alimentares não digeríveis são
decompostos por bactérias anaeróbicas.
Além disso o reto é parte dos órgãos de continência e possui
um importante papel no mecanismo de defecação.
ENF.º BRENO MOTA

Canal anal Canal anal


O canal anal é a última parte do trato gastrointestinal,
parte do sistema digestório. Ele possui cerca de 3 a 4
cm de extensão e encontra-se completamente
retroperitoneal, ou seja, fora da cavidade peritoneal.

O canal anal é uma importante parte dos órgãos de


continência. Ele é cercado por um sistema esfinctérico
que envolve proximamente o lúmen. O esfíncter anal
interno é permanentemente contraído através do tônus
simpático e relaxa sobre influência parassimpática. O
esfíncter anal externo envolve o canal anal como uma
pinça. Relaciona-se proximamente com o músculo
puborretal (parte do músculo elevador do ânus), que
envolve o reto por trás (sling puborretal) e assim forma
um fechamento em dobra. Tanto o esfíncter anal
externo quanto o músculo puborretal são
voluntariamente controlados.
ENF.º BRENO MOTA
ENF.º BRENO MOTA

Digestão

A digestão é a quebra do alimento em moléculas


pequenas o suficiente para serem absorvidas na
circulação.
ENF.º BRENO MOTA
Transporte e absorção de glicose
ENF.º BRENO MOTA

Intestino

Microvilosidades Célula Capilar sanguíneo Fígado


Transporte e absorção de lipídeos
ENF.º BRENO MOTA

Intestino

Sal
Microvilosidades Célula Linfa
biliar
Transporte e absorção de aminoácidos
ENF.º BRENO MOTA

Intestino

Microvilosidades Aminoácidos Célula Fígado


ENF.º BRENO MOTA

Referências

VANPUTTE, Cinnamon L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. Artmed, 10ª edição.

Porto Alegre: AMGH, 2016.

Site: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/. Acesso em: 03/06/2021.

Você também pode gostar