Unid 2
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Unid 2
Sempre Dentro do
Triângulo Verde
(máximo 4 linhas)
PSICOLOGIA
Nome do Autor no Triângulo
DO
DESENVOLVIMENTO:
CICLO VITAL
THIAGO PEREZ BERNARDES DE MORAES
Unidade 2 – Desenvolvimento
e Desenvolvimento Cerebral e
Cultura
Introdução
A infância representa um período singular no desenvolvimento do indivíduo,
principalmente se considerarmos que é nessa fase em que se desenvolvem funções
superiores da mente, entre elas a atenção, a memória e a linguagem, constructos que
serão recrutados ao longo de toda vida.
Objetivos da Aprendizagem
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:
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Desenvolvimento de Funções Superiores da Mente:
Linguagem, Memória e Atenção
A perspectiva da psicologia histórico-cultural vai entender a linguagem como um
sistema simbólico com papel protagonista nos relacionamentos humanos e entre
humanos e o mundo. Por meio dos sistemas simbólicos e da falha que se plasma
em diversos meios, como os sinais, a comunicação é possibilitada, um com o
outro, possibilitando expressão, atenção compartilhada, planejamento, reflexões
e intenções referentes ao passado ou ao futuro. A linguagem relaciona-se com a
evolução do indivíduo, compreendendo-a como indispensável no desenvolvimento
da autoconsciência, o que oportuniza maior controle em relação a autonomia do
pensamento, contemplando as possibilidades de ação do indivíduo em relação ao
mundo (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
Saiba mais
O trabalho a seguir traz uma discussão atualizada sobre as
abordagens terapêuticas que podem ser empregadas tendo como
foco o desenvolvimento da linguagem e os aspectos motores e
cognitivos em crianças com autismo.
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Linguagem.
Atenção
A língua é mais do que uma capacidade trivial, é o que nos faz
humanos, é tanto nosso canal de comunicação quanto a forma
de organizarmos nossos conhecimentos para transmiti-los às
gerações seguintes de forma dinâmica, constante e coletiva.
Por séculos, a criança foi considerada como um tipo de incapaz, ou seja, alguém
desprovido de forma objetiva de vez e voz, um completo desprovido de importância,
alguém cujas especificidades e particularidades não deveriam ser consideradas.
Dito de outra forma, por um longo período histórico, considerou-se as crianças como
um tipo de extensão dos adultos, ou seja, um adulto em “miniatura”. Em contraste
com o passado, atualmente podemos falar em diferentes infâncias, assim como em
distintas crianças em razão tanto da cultura quanto de distinções de gênero, raça,
etnia, políticas e econômicas que as involucram em cada cenário (PILETTI; ROSSATO;
ROSSATO, 2014).
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Atenção
A forma como a criança é vista e o tratamento dispensado a ela
mudou radicalmente com o passar do tempo até chegarmos aos
dias de hoje, em que há reconhecimento não só doutrinário, mas
também legal de que a criança é um sujeito em estágio peculiar de
desenvolvimento, demandando atenção e garantias fundamentais.
Sujeito freudiano
Infância Direitos
Mais recentemente, passa a se reconhecer
Fase da vida que antecede a adolescência e a
que as crianças, por sua condição peculiar
vida adulta. Marca um cenário de dependência
de desenvolvimento, demandam de direitos
em relação aos adultos.
e garantias.
Fonte: elaboração do autor (2022).
#pratodosverem: quadro explicitando o conceito de infância e a ideia de direi-
tos associados a esta condição.
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escassez típica do sistema feudal e das sociedades agrárias (PILETTI; ROSSATO;
ROSSATO, 2014).
Infância
A Criança e o Brincar
Jean Delval (2013) pontua que o brincar representa uma fonte de ação complexa para
crianças, conforme pontua-se a seguir:
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algum modo, remetendo às atividades ancestrais. Essa foi uma explicação
desenvolvida por Stanley Hall, que atualmente goza de poucos defensores.
• Controle – A brincadeira serve para a criança ter meios objetivos de adqui-
rir controle em relação a si mesmo por meio da experimentação de condu-
tas complexas. Um dos maiores defensores dessa perspectiva é Bruner, que
atualizou toda uma corrente de pensamento nesse sentido.
• Pré-exercício – A brincadeira é um tipo de exercício de preparação no que diz
respeito ao desenvolvimento de habilidades e competências que são deman-
dadas nos adultos, nesse sentido, é dizer que as crianças estão constante-
mente ensaiando atividades de adultos, mas sem ter que arcar com o ônus
real da responsabilidade, ou seja, a criança tem um papel privilegiado, pois
pode experimentar para aprender, contudo sem lidar com os riscos. Existe
um consenso na literatura para a ideia de que as brincadeiras de cunho sim-
bólicas com regras que preparam o sujeito para o exercício posterior de ati-
vidades de cunho social.
• Desejos inconscientes – A brincadeira é um tipo de atividade que permite ao
indivíduo satisfazer uma série de necessidades ou desejos que não poderiam
se dar na realidade, ou por ser contra a norma ou por não haver meios obje-
tivos. Na brincadeira, diferente do universo da realidade cerceado por meios
objetivos e balizas, o sujeito é livre para desenvolver a ação e a imaginação
da forma como desejar. Essa é uma noção que versa em larga medida com
as ideias desenvolvidas por Freud.
Diferente do trabalho, a brincadeira é algo que tem fim nela mesma e o que mantém
o indivíduo em curso é o prazer que a atividade proporciona. É um tipo de atividade
autotélica, ou seja, com finalidade introduzida que traz consigo significativo prazer
funcional. A brincadeira, diferente do trabalho, dá-se no universo da espontaneidade
(DELVAL, 2013).
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Brincar
Saiba mais
Este artigo traz uma rica reflexão acerca do papel do brincar
dentro do contexto da Educação Infantil, sobretudo por estimular
de forma expressiva o desenvolvimento motor e cognitivo das
crianças.
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Da psicologia histórico-cultural do desenvolvimento a teoria psi-
cossexual de Freud
Jean Delval (2013) ensina que para Freud a mãe da criança realiza ações que levam
à satisfação das suas necessidades no que diz respeito à alimentação e ao cuidado,
ou seja, necessidades primárias, tornando-se uma relação secundária de afeto entre
os dois, ou seja, mãe e criança.
Freud
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vez perpassam da conduta dos pais em relação às crianças, compreendendo
também o meio no qual o indivíduo está inserido, a sociedade e as condições
morais impostas por ela. Existe um inevitável e constante conflito entre o id
e o superego.
• Ego – A mediação dos conflitos entre id e superego e o ego, que integra a per-
sonalidade, fundamenta-se em cima do princípio de realidade. Para denotar
a robustez do conceito de ego, Freud fez referência à sexualidade da criança,
também considerando ela como dotada de conflitos e desejos.
Sujeito freudiano
Id Superego Ego
Representa o escopo de Diz respeito às balizas e
Unidade que intermedia o
pulsões e necessidades do restrições impostas em relação
conflito entre id e superego.
sujeito. ao id.
Fonte: elaboração do autor (2022).
#pratodosverem: tabela explicitando de forma sintética os conceitos de id,
superego e ego na lógica freudiana.
Atenção
O que define o núcleo duro da teoria freudiana não é nem o ego,
nem o superego, nem o id por si só, mas as relações que se
travam entre eles. Se o id traz consigo pulsões, o superego impõe
limitações, ao passo que o ego media a relação entre um e outro.
A escola, assim como a família na vida da criança, garante proteção imediata, garantia
quanto a socialização, representando o caminho objetivo para que ela descubra a si
mesma e ao mundo e vislumbre-se como um ser que tem necessidades próprias e com
capacidade de empreender esforços no desenvolvimento de novos. Fala-se tanto no
desenvolvimento de autonomia, como a capacidade de planejar ações. A linguagem,
nesse sentido, é um divisor de águas com a maior parte do seu desenvolvimento se
dando por via da socialização em um processo dialético que vai dos 2 aos 7 anos de
idade (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
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Reflita
É consensual na literatura em Psicologia o reconhecimento que
na infância se dá a parte mais relevante do desenvolvimento da
linguagem. Nesse sentido, cabe aqui a reflexão: como os pais, a
escola e a comunidade podem ajudar a criar uma atmosfera mais
propícia para as crianças desenvolverem a linguagem?
É a interação que a criança tem com seu meio, sobretudo com outros falantes, que
possibilita a ela se apropriar da linguagem levando-a a estar apta a falar e a se
comunicar com os demais. Nesse processo, a criança passa a aprender como dar
nome aos objetos em seu entorno, tomando ações e vontades. A partir do momento
em que a criança se insere de forma mais efetiva no mundo da linguagem, ela passa
a ter mais subsídios para compreender a si mesma e para distinguir-se do outro,
respeitando a necessidade de se ouvir o outro e dando oportunidade para que os
sujeitos se expressem de forma ativa no processo de aquisição de linguagem. A
linguagem não é desconectada do indivíduo, ao contrário, representa um continuum
dele e, nessa circunstância, acompanha as crianças em suas atividades cotidianas,
auxiliando nas práticas, fazendo o papel de norteador de ações e ajudando a
persecução dos objetivos. (PILETTI; ROSSATO; ROSSATO, 2014).
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Conclusão
A infância é um período que não se repete no ciclo vital humano, antecedendo a
adolescência, a fase adulta e a velhice. A infância é fundamental no ciclo vital do
sujeito, considerando ser a fase onde o indivíduo desenvolve sua atenção, memória
e linguagem. Para Freud, as experiências da infância, mais especificamente seu
desenvolvimento psicossocial, trazem consigo impactos por toda a vida. Nesse
contexto, o papel do brincar, para além de uma atividade com fim em si mesmo,
representa um meio de as crianças adquirirem desenvolvimento cognitivo e motor.
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Referências
DELVAL, J. O desenvolvimento psicológico humano. Petrópolis: Vozes, 2013.
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