Colheita de Especimes

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 55

Fundamentos e Procedimentos de Enfermagem II

Aula teórica

Colheitas de espécimes para análise

Elisabete Fonseca – [email protected]


Manuel Chaves – [email protected]
M. Carmo Fernandes – [email protected]

Ano letivo 2013/2014


Colheitas de espécimes para análise
• Considera-se material biológico (amostra), os líquidos (LCR, pleural, sinovial,
amniótico, peritoneal,…), secreções (expetoração), excreções (fezes, urina),
fragmentos de tecido obtidos do corpo humano e que possam ser analisados,
sendo o sangue o mais utilizado;

A reter…
• Uma falha na manipulação pode alterar os resultados e originar nova colheita;
• Deverá evitar-se a sua repetição atendendo ao seu custo, bem como aos
incómodos causados às pessoas
• Deverá ter-se sempre em atenção os protocolos estabelecidos pelos
respetivos Laboratórios.
• O intervalo de valores considerados normais pode variar conforme o método
de análise laboratorial utilizado.
• É importante saber as condições físicas/químicas (ex:temperatura) a que cada
espécime deve ser mantido após a colheita;
Colheitas de espécimes para análise

Realizam-se com a finalidade de …


 Identificar os agentes causais de patologia
 Estabelecer medidas profiláticas
 Avaliar a evolução de uma doença ou de um processo
fisiológico
 Estabelecer diagnósticos
 Instituir uma terapêutica adequada
 Avaliar a resposta do indivíduo ao tratamento
 Preparar para uma cirurgia ou para um meio auxiliar de
diagnóstico
Colheitas de espécimes para amostra
ESPÉCIMES MAIS COMUNS PASSIVEIS DE SEREM ANALISADAS:

 Sangue venoso
 Sangue arterial
 Urina
 Fezes
 Expetoração
 Exsudatos
 Conteúdo gástrico
 Liquido Céfalo-raquídeo
 Liquido amniótico
 Liquido pleural
• Colheita de dados inicial e avaliação contínua da pessoa;
• Assegurar que fez a preparação prévia para a colheita (ex: jejum prévio, hora do dia…)
• Informação à pessoa;
• Obter o consentimento informado para a colheita;
• Proceder à preparação da pessoa
• Preparação do material e/ou equipamento;
• Técnica assética/medidas de proteção universais;
• A identidade deve ser sempre conferida com pessoa (ex: questionar o nome completo)
e/ou confirmada através das fichas/notas de entrada e processo clínico (ou pulseira
de identificação);
• Apoio à pessoa durante a colheita:
Comunicação com a pessoa, dedicando-lhe atenção e explicamos os procedimentos de
Qualidade da amostra enviada ao laboratório
Fatores que podem afetar o resultado dos exames durante a colheita e o transporte :

• Conhecimento inadequado do pessoal envolvido na colheita;


• Uso de dispositivos inadequados para colheita ( ex: agulha de calibre incorreto podem provocar
hemólise e/ou resultados anormais na colheita de sangue);
• Uso dos tubos laboratoriais não recomendados para colheita;
• Interpretação dos resultados para gestão clínica;
• Quantidade da amostra insuficiente;
• Amostras sem identificação e/ou incorretamente identificada e/ou ilegível ou não acompanhadas
pela requisição;
• Amostras alterada por intercorrências na colheita (ex. excesso/défice de amostra, manipulação
incorrecta dos recipientes; local anatómico da venopunção);
• Tempo que decorre desde a colheita e transporte ao laboratório;
• Condições inapropriadas de acondicionamento e transporte ( atenção: condições especiais de
colheita e acondicionamento)
Colheita de Sangue para Análise
Riscos para os profissionais de saúde
Atenção - Contam-se entre as práticas perigosas:
• recapsular agulhas usadas empregando as duas mãos
• recapsular e desmontar tubos para colheita a vácuo e suportes
• trabalhar a sós com pacientes confusos ou desorientados, que podem
mover-se inesperadamente contribuindo para sofrer picadas de agulha.

A flebotomia implica o uso das agulhas longas e ocas que estiveram dentro de um vaso
sanguíneo. As agulhas podem dar passagem a um grande volume de sangue que, em caso de
perfuração acidental, pode ter probabilidade de transmitir uma doença, mais do que outros
objetos corto perfurantes (hepatite B; HIV).
(OMS, 2010)

Exemplos de dispositivos
de Sistemas fechados e
com proteção da agulha
Colheita de sangue
O QUE É?

 Obtenção de amostras de sangue para análises laboratoriais diversas, através


do procedimento de punção venosa (outros conceitos: venopunção, venipunção
ou flebotomia)
AS MAIS FREQUENTES…

Bioquímica – tubos sem anticoagulante, com soro ou plasma; gel seco ( separar
sangue do soro na centrifugação); tubo sem preparação – permite obtenção
de soro para bioquímica e sorologia( Frasco Vermelho/ Amarelo)
Hemograma – Anticoagulante EDTA - ácido etilenodiaminotetracético. Obtém-se
sangue total para hematologia ( ex: hemograma e tipagem sanguínea) (frasco
Roxo)
Coagulação – tubos com citrato de sódio para obtenção de plasma para provas
coagulação ( tubo Azul)
Glicose – Tubo adicionado com fluoreto de sódio para obtenção de plasma e
glicose (agente antiglicolítico que preserva a glicose até 5 dias) (tubo Cinza)
• Velocidade de sedimentação
Velocidade com a qual os GV se separam
do plasma – útil para diagnóstico de • Bioquímica/ Sorologia
estados inflamatórios, … Análise dos componentes do plasma sanguíneo/
e testes sorológicos ex: IG.

• Hemograma (Análise dos elementos Ex: Glicose;


figurados do sangue)
HbA1C (Hemoglobina Glicosilada)
Ureia;
• Eritrograma
Eritrócitos Creatinina;
Hemoglobina Ionograma (Sódio, Potássio, Cloro)
Hematócrito Ácido Úrico
V.G.M Fosfatase Alcalina
C.H.G.M Gama – GT
• Leucograma Colesterol Total
Leucócitos Colesterol HDL
Neutrófilos Colesterol LDL
Eosinófilos
Triglicerídeos
Basófilos
Proteinograma (Proteínas totais,
Linfócitos
Albumina…)
Monócitos
• Plaquetas sanguíneas
Outras análises sanguíneas frequentes

• Hemocultura
• Provas de coagulação
• Determinação do grupo sanguíneo, …)

Nota Importante
 As cores dos frascos variam em função dos aparelhos e
dos laboratórios que os fornecem. E das
recomendações de entidades como é ex: Comité
Nacional de Normas para laboratórios clínicos dos Estados
Unidos (OMS,2010)

 Deverá sempre confirmar para que tipo de análise é


que se destinam.
Algumas contraindicações para punção do
membro
 Celulite ou flebite;
• Drenagem venosa e/ou linfática comprometida;
• Existência de fluidos em perfusão, pelo risco de alterar os valores
analíticos;
• Existência de fístula arteriovenosa.

Ex: Celulite do
membro superior

(Matos, 2004)
Colheita de sangue para análise

• Locais anatómicos para punção (exemplos)


Dispositivos: Calibres das agulhas

Fonte: OMS, 2010


A reter…
Algumas considerações gerais:

 Se o doente tiver soros em perfusão interrompa-a 5 min. antes da colheita. Faça a


colheita numa veia do membro oposto.
 Usar uma agulha por punção (ex: caso não consiga a colheita na 1ª punção);
 Não fazer colheitas em cateteres periféricos (Só em casos muito especiais…);
 Atendendo que os tubos de colheita, na sua maioria, são de Vácuo, as colheitas devem
ser feitas por vácuo (circuito fechado);
 Com a colheita de sangue por vácuo a quantidade colhida é a pretendida;
 Evitar agitar tubos sem qualquer preparação ou com gel separador (ex: bioquímica);
 Se a colheita for feita em sistema aberto, retire a agulha e encoste o orifício da seringa à
parede do tubo, esvaziando a seringa lentamente para evitar a hemólise.
 As amostras de doentes com H IV – SIDA ou Hepatite (outras doenças de risco), devem
ser acondicionadas e identificadas antes de serem enviadas o Laboratório (ex: Orientação
do CHC);
Material
 Tabuleiro;

 Tubos adequados à amostra, que devem ser armazenados secos e em posição vertical num
suporte, etiquetados/identificados;
 Dispositivos para colheita de amostras de sangue; (Agulha, butterfly ou agulha com sistema
“de vácuo” (a escolha depende do calibre da veia, tipo de análise e da acessibilidade);
 Garrote;

 Luvas não estéreis bem ajustadas

 Compressas/ bolas estéreis de tecido não tecido com álcool de 70%.

 Penso rápido ou adesivo;

 Prescrição médica/requisição

 Resguardo;

 Contentor para material corto-perfurante;

 Saco para adequado aos resíduos.

(Matos, 2004; OMS)


Colheita de amostra de sangue- procedimento
(Adaptado de Potter, Perry & Elkin, 2005; OMS, 2010)

Ações de Enfermagem
1. Consultar processo clínico/colheita de informação (alergias, fobias, história de
síncope, ansiedade, entre outros);
2. Identificar a preparar a pessoa - pedir que diga nome completo; confirmar a
correspondência à identificação da pessoa; assegurar privacidade, conforto e
obter consentimento informado;
3. Identificar tubos (etiquetas ou identificação manual);
4. Preparar/reunir equipamento/material;
5. Encaminhar o material para junto da pessoa;
6. Dispor material na bancada;
7. Higienizar as mãos;
8. Posicionar a pessoa de acordo com os princípios de segurança para
executante e pessoa (posição supina, decúbito dorsal, semi-fowler, sentado)
Colheita de amostra de sangue- procedimento
(Adaptado de Potter, Perry & Elkin, 2005; OMS, 2010)

9. Escolher o membro e local para a punção (veia de grande calibre – ex: veia cefálica
ou basílica – técnicas: observação, inspeção, palpação com recurso à aplicação do
garrote);
10. Colocar o resguardo no membro a puncionar;
11. Calçar luvas não estéreis bem ajustadas;
12. Aplicar pressão com o garrote firme mas suave para executar a colheita - 15
cm acima do local a puncionar;
13. Desinfetar a região a puncionar, respeitando o tempo de atuação do
antissético;
14. Fixar a veia, segurando o braço da pessoa e colocando dedo abaixo do local
punção;
15. Pedir à pessoa para fechar a mão para evidenciar a veia;
16. Colocar a agulha com bisel virado para cima, formando um angulo de 30º ou
menos e avisar que se vai proceder à punção;
Colheita de amostra de sangue- procedimento
(Adaptado de Potter, Perry & Elkin, 2005; OMS, 2010)

17. Diminuir o ângulo da agulha com a pele, logo que visível a presença de sangue
na conexão agulha/seringa, progredindo ligeiramente com a agulha na veia;
18. Confirmar a presença da agulha na veia aspirando suavemente;
19. Aliviar a pressão do garrote e aspirar a quantidade de sangue necessária
(algumas recomendações indicam aliviar o garrote assim que começar fluxo de sangue);
20. Retirar a agulha delicadamente;
21. Fazer compressão direta com compressa/bolas de tecido não tecido/algodão
embebida em antissético;
22. Pedir à pessoa para não fletir o braço para não causar hematoma;
23. Distribuir a amostra de sangue pelos frascos atendendo à prioridade e
quantidade (caso não seja sistema de vácuo);
24. Descartar o material perfurante no contentor de cortantes/perfurantes;
Colheita de amostra de sangue- procedimento
(Adaptado de Potter, Perry & Elkin, 2005; OMS, 2010)

25. Fazer a homogenização do sangue com anticoagulante de forma suave;


26. Colocar um penso estéril no local punção;
27. Retirar o resguardo;
28. Remover as luvas
Reposicionar a pessoa;
Higienizar as mãos;
Assegurar o acondicionamento das amostras de acordo com a norma da
instituição e envio das amostras para o laboratório;
Assegurar a recolha e distribuição do material utilizado;
Executar registos: (Data e hora, Local da punção, Tipo de análises, Reação da pessoa,
Intercorrências/Complicações/problemas , Orientações/informações - pessoa/família)
Sequência do enchimento dos frascos para análise

A sequência para o preenchimento dos tubos/frascos deve ter em


consideração as orientações da instituição
Na literatura é possível encontrar mais que uma opção:
 Devido ao tipo de anticoagulante utilizado em cada frasco deve ser respeitada
a seguinte sequência para a colocação das amostras de sangue:
1º Frasco para estudo da coagulação e velocidade de sedimentação (VS) com
anticoagulante*; 2º - Frasco para hemograma, associação de potássio com
EDTA ; 3º - Frasco para bioquímica, sem preparação*.
ou
 Distribua o sangue sempre em 1º lugar para o tubo seco e só depois para os
outros tubos para evitar contaminações com os anticoagulantes.
Se houver pedidos de hemocultura a ordem recomendada é: hemocultura,
tubo seco, tubo com citrato, tubo com heparina e finalmente tubo com EDTA.
Problemas decorrentes da punção venosa
 Dor no local da punção;
 Perfuração da veia/flebite provocada por reação ao material de punção
 Hemorragia local;
 Hematoma;
 Lesão de estruturas anatómicas nas proximidades da entrada da agulha;
 Punção acidental de artéria;
 Lesões de nervo;
 Ansiedade;
 Síncope/ Lipotimia;
 Reação vaso vagais;
 Perda dos sentidos com crises convulsivas tónico clónicas;
 Lesões por material corto perfurantes
Hemocultura

É um exame que pesquisa e identifica bactérias (análise bacteriológica)


presentes no sangue através do uso de meios de cultura específicos
(punção venosa com técnica assética – luvas e compressas esterilizadas
e antissético), podendo identificar a agente patogénico causadora da
patologia e qual medicação a utilizar.
Hemocultura
• Sempre que possível fazer as colheitas antes do início da terapêutica antibiótica.
• Realizar as colheitas respeitando o número e o intervalo de tempo adequados à
situação clínica (Em regra deve fazer-se, pelo menos, 2 colheitas distintas nas
primeiras 24 horas).
• A colheita de hemoculturas NÃO deve ser condicionada pela existência de pico febril.
O pico febril não é o momento em que a concentração bacteriana é mais elevada, além de atrasar o
momento da colheita e poder assim impossibilitar o isolamento do agente. Normalmente esta situação
resulta da lise dos microrganismos. O momento ideal será no “calafrio” (antes da subida da
temperatura).
• Escolher o local de punção: evitar os membros inferiores e a zona inguinal e não
devem obter-se amostras através de cateteres.
• O sangue deve ser colhido por punção duma veia periférica. É incorreta a colheita
através de cateter I.V.
• Para cada hemocultura deve efectuar-se uma punção distinta
• O volume de sangue a inocular nos frascos é o recomendado pelo laboratório de
Microbiologia para cada tipo de frascos (ver normas de colheita do laboratório).
• Quando a tampa de proteção do frasco da hemocultura é retirada e não é de imediato
inoculado o sangue, desinfetar o local de inoculação com álcool a 70%.

(DGS, 2004)
Hemocultura
• Não é necessário mudar de agulha antes de introduzir o sangue no frasco.
• Quando se realiza a colheita com a finalidade em simultâneo se proceder a outros
exames analíticos, da mesma amostra, o frasco de hemocultura tem de ser o
PRIMEIRO a ser inoculado. Se assim não se proceder há o forte risco de contaminar a
agulha e de inquinar a hemocultura.
• Desinfetar o local da punção com antissético ajustando de acordo com a política de
antissépticos da instituição
• Deixar o antisséptico secar.

IMPORTANTE - Não palpar a veia após a antissepsia da pele e antes de inserir a agulha. Se
isto acontecer repetir todo o processo.

• Desinfetar a rolha de borracha do frasco com álcool. Aspirar o sangue e inocular o(s)
frasco(s), sem mudar de agulha, não ultrapassando a proporção recomendada pelo
fabricante.
• Nunca refrigerar as hemoculturas após a colheita. Enviar ao laboratório logo após a
colheita. Se não for possível deve guardar-se em estufa a 37º ou enviar ao laboratório
de urgência. Nunca refrigerar.
(DGS, 2004)
Colheita de urina para análise
Colheita de urina para análise
• Exame sumário de urina ou Urina Sumária (Tipo II) - O frasco usado na colheita
podem ser de vários tipos (consoante a disponibilidade da instituição): frascos
estéreis (Fig.1) com tampa fácil de colocar e remover (Fig.3), segura para prevenir
extravasamentos durante o transporte, ou utilizar-se um tubo para recolha de urina,
sem conservante (“Monovette” de tampa amarela- Fig 2. ).

• Para evitar contaminação, a urina deve ser colhida para um recipiente limpo ou
estéril e transportada ao laboratório o mais rapidamente possível. Se não for possível,
deverá ser refrigerada a 4º C e processada até às 24 horas após a colheita (DGS,
2004). É aconselhável a colheita do jato urinário médio e matinal.

Fig.1 Fig. 2

Fig. 3
Colheita de urina para análise
 Urina das 24 h
Para a execução de alguns testes laboratoriais é necessário a colheita de urina por um
período de 24 h, sendo fornecido ao doente um ou mais recipientes com ou sem
conservantes. A urina de 24 horas é necessária para as dosagens bioquímicas.
Como fazer:
 Rejeitar a 1ª urina da manhã. Registar a data e hora.
 Recolher a partir da 2ª micção para um recipiente (ex: garrafa grande 1,5 l ou para o frasco
fornecido pelo laboratório).
 Não urinar diretamente para o frasco.
 Pôr imediatamente no frigorífico (2-8ºC).
 Juntar, no mesmo recipiente, toda a urina emitida durante o dia, mantendo-o sempre
refrigerado.
 Terminar a colheita com a recolha da 1ª urina da manhã seguinte, à mesma hora do dia
anterior.
 Transportar o mais rapidamente possível ao laboratório.
 Informar o uso de medicamentos, peso e altura.
Colheita de urina para análise
UROCULTURA
Objetivo: Análise microbiológica da urina

Para o diagnóstico de infeção do aparelho urinário são válidas as seguintes


amostras de urina
1. Micção “ jacto médio “
2. Punção de cateter urinário
3. Punção supra-púbica
4. Drenagem de nefrostomia / ureterostomia
5. Saco colector em crianças

•Nota: Nunca colher urina de arrastadeira, urinol ou saco de algália.


Colheita de Urina - Jato médio na Mulher
• Antes de iniciar o procedimento, a pessoa deve lavar as mãos com água e sabão;
• Instruir a pessoa que deve fazer a higiene intima;
• Lavar a região vaginal, de frente para trás (de cima para baixo), com água e sabão;
• Secar com toalha de pano limpa, de papel descartável ou com uma gaze esterilizada
(urocultura – as mãos não podem tocar na parte interior do frasco e tampa pois
contaminariam a amostra);
• Com uma das mãos afastar os grandes lábios;
• Com a outra mão, segurar o frasco de colheita destapado;
• Desprezar na sanita o primeiro jacto urinário;
• Sem interromper a micção, urinar diretamente no frasco de colheita;
• Desprezar a restante urina existente na bexiga, na sanita;
• Fechar o frasco de colheita e identificar.

NOTA 1 -
NOTA 2 -
NOTA 3 -
Colheita de Urina - Jato médio no Homem
• Antes de iniciar o procedimento, a pessoa deve lavar as mãos com água e sabão;
• Instruir a pessoa (não-circuncisado) a fazer a retração do prepúcio de modo a expor o
meato urinário;
• Lavar a glande com água e sabão;
• Secar, usando uma gaze esterilizada ( no caso de colheita estéril - urocultura) ou toalha
limpa e seca (sumária), a partir da uretra e afastando-se dela;
• Com uma das mãos expor e manter retraído o prepúcio;
• Com a outra mão, segurar o frasco da colheita destapado;
• Desprezar na sanita o primeiro jacto urinário;
• Sem interromper a micção, urinar diretamente no frasco de colheita;
• Desprezar o restante da urina existente na bexiga;
• Fechar o frasco de colheita e identificar adequadamente;
• Ofereça ajuda se a pessoa não for capaz de seguir o procedimento recomendado.

IMP: O enfermeiro deve usar luvas esterilizadas.

NOTA 1 -
NOTA 2 -
Colheita assética de urina para análise microbiológica
Urocultura
Na pessoa algaliada

Clamp
A colheita de urina para exame
microbiológico deve ser feita por
aspiração no local referenciado do
sistema para o efeito, ou por punção da
algália.
(INSRJ, 2004)

Local referenciado para a colheita


Colheita assética de urina para análise microbiológica
Urocultura
Na pessoa algaliada
A colheita de urina para exame microbiológico deve ser feita por aspiração
no local referenciado do sistema para o efeito, ou por punção da algália.

Clamp

Local da Punção na algália para a


colheita
Colheita assética de urina para análise microbiológica
Urocultura
Na pessoa algaliada
Deve ser usado material estéril e técnica asséptica, passando pelos seguintes
passos:
• Clampar a algália durante alguns minutos (10 - 20min);
• Preparar o material necessário;
• Higienizar as mãos;
• Colocar luvas esterilizadas;
• Desinfetar o local de punção com álcool antes da colheita;
• Aspirar 5-10 ml de urina, puncionando na parte oposta do canal do balão
com um ângulo de 45º, e colocar no frasco esterilizado devidamente rotulado,
• Retirar a pinça ou clamp e limpar o local de punção após a colheita;
• Enviar a amostra de urina para o laboratório, o mais rápido possível (no prazo
máximo de uma hora ou refrigerar a amostra a 4ºC;
• É muito importante que a requisição que acompanha a amostra contenha a
informação referente à presença da algália e antibioterapia que a pessoa
possa estar a fazer. (INSRJ, 2004)
Colheita de fezes para análise
• O exame de fezes compreende análises macroscópicas, microscópicas e
bioquímicas para a detecção precoce de sangramento gastrointestinal,
distúrbios hepáticos e de sucos biliares e síndromes de má absorção;
• De igual valor diagnóstico são a detecção e identificação das bactérias
patogénicas e parasitas;
• As infeções do aparelho gastrointestinal têm uma alta incidência na
população em geral, com grande morbilidade em determinados grupos
etários (crianças e velhos)
• A colheita de fezes tem recomendações especiais, segundo as finalidades do
exame a que se destinam.
• Algumas das principais finalidades do exame às fezes são:
•O
Colheita de fezes para análise

Coprocultura (Exame Bacteriológico)

• Colher para um recipiente limpo e seco ( cedido pelo laboratório) e


transferir as fezes para recipiente, escolhendo a porção com pús, muco ou
sangue do tamanho de uma noz.
• Usar meio de transporte fornecido pelo Laboratório.
• Enviar de preferência até três colheitas (embora uma seja habitualmente
suficiente) em três dias sucessivos ou consoante o “ritmo” do doente.
Embora tradicionalmente seja aconselhado a colheita até um total de 3 amostras de
dejeções diferentes, nos casos agudos uma amostra é quase sempre suficiente.

• Não usar papel higiénico para colher as fezes, pois pode conter sais de bário,
que são inibitórios (DGS, 2004).
• Quantidade de amostra (volume de uma noz);
• Escolher, de fezes recentes, porções que contenham sangue, muco ou pus
visíveis.
• Enviar o mais rápido possível ao laboratório ou em alternativa refrigerar.
Colheita de fezes para análise
Exame Parasitológico (Pesquisa de helmintas e protozoários nas fezes)

• Usar contentor de plástico fornecido pelo Laboratório.


• Devem ser colhidas três amostras em três dias alternados.
• De preferência, os exames deverão ser executados em fezes recentes, após
emissão espontânea.

Se o doente tomou certas substâncias que deixam resíduos, as amostras não


devem ser colhidas nessa altura e deve aguardar-se mais ou menos uma
semana; por exemplo, compostos antidiarreicos, antiácidos, bismuto, bário,
laxantes oleosos. Os antibióticos e os meios de contraste podem diminuir o
número de parasitas durante 2 a 3 semanas.

• As amostras não devem ser contaminadas com urina ou com água.


• Devem ser enviadas imediato ao Laboratório. Se não for possível, refrigerar,
por um curto período de tempo.

(DGS, 2004)
Colheita de fezes para análise
Pesquisa de Sangue Oculto
• 7 dias antes de fazer a colheita, a pessoa não deverá beber qualquer tipo de
bebida alcoólica, ou tomar medicamentos com ferro, aspirina e vitaminas,
principalmente vitamina C;
• Durante 4 dias, não comer carne de qualquer tipo (nomeadamente salsichas,
morcelas), alimentos com qualquer tipo de corante, frutas cítricas como limão,
laranja, kiwi, uva, ameixa, passas, maça, melão, melancia, tomate, nabo,
rabanete, couve-flor, pipocas, amendoins, castanhas e nozes;
• Colher as fezes ao 4º dia após o início da dieta;
• Após colher as fezes podem voltar a ter uma alimentação normal.
• Caso não consigam colher as fezes no 4º dia, manter a dieta até conseguir.
__________________
Nota 1 - Frasco colector de polipropileno com tampa de rosca de
aproximadamente 80 ml;
Nota 2 - Anotar medicamentos utilizados nos últimos 2 dias.
Nota 3 -Não colher amostras até 3 dias após a menstruação.
Colheita de expetoração para análise
Colheita de expetoração para análise

• Colheita de uma secreção proveniente dos brônquios e traqueia, eliminada


através da tosse;

• Deve ser realizada colheita quando existe suspeita de infeção respiratória,


podendo ser testada em simultâneo a sensibilidade aos antibióticos;

Considerações:

 Expetoração induzida: Se o doente não conseguir expetorar esta pode ser


induzida por Cinesioterapia respiratória ou Nebulização efetuada apenas com
NaCl 0,85% (inalar 20 a 30 ml de uma solução de3 a 10% de NaCl 0,85% em
H2O). Procedimento não recomendado em caso de suspeita de tuberculose. ( DGS,
2004)

 A amostra deve provir da árvore brônquica, obtida através da tosse, e não a que
se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, muito menos a que
contém somente saliva. A quantidade ideal está compreendido entre 5 a 10 ml.
Colheita de expetoração para análise
• Não é necessário estar em jejum. A amostra deve ser colhida de manhã após
o doente lavar a boca, gargarejando só com água para reduzir a contaminação
da flora orofaríngea (DGS, 2004).

• Antes de iniciar as orientações à pessoa, o enfermeiro deverá reunir todo


material, e verificar se está vedado bem como a sua identificação (nome da
pessoa, data e hora da colheita colada no corpo do recipiente e nunca na tampa, tipo
de amostra, ou de acordo com as orientações da instituição).

• A amostra deve resultar de tosse produtiva e ser colhida para contentor


estéril de boca larga.

• Para o exame bacteriológico, uma única amostra de expetoração, é suficiente.


Para a pesquisa de micobactérias, é aconselhável pelo menos três amostras
de expetoração, em três dias diferentes. (DGS, 2004).
Colheita de expetoração para análise
Material
• Requisição de exame.
• Frascos plásticos, descartáveis, estéreis, com boca larga, hermético.
• Rótulo (etiqueta ou fita adesiva).
• Papel ou toalha de papel.
• Saco plástico.
• Luvas não estéreis (proteção do enfermeiro)

Nota – podem ser dadas orientações à pessoa no sentido de facilitar a colheita


de expetoração ( ex: ensino da tosse). O enfermeiro deve avaliação a
compreensão das instruções dadas, uma vez que é fundamental a sua
colaboração.
Colheita de expetoração para análise

• Explicar a importância do exame para a pessoa utilizando termos claros e de


fácil entendimento;
• Orientar para a necessidade de seguir os passos da colheita, pois o material
para exame de expectoração deve ser proveniente da árvore brônquica e não
da orofaringe;
• Ensinar a inspirar profundamente, retendo por alguns instantes o ar nos
pulmões; Orientar a pessoa a tossir e a “lançar” o material diretamente no
frasco de colheita.
• Orientar a repetir este procedimento de modo a atingir a quantidade
necessária ao exame (5 a 10 ml);
Colheita de expetoração para análise

• Ensinar a ter cuidado de modo a que o material não escorra do lado externo
do frasco.
Após cada colheita a pessoa deverá higienizar as mãos.
• Tapar o frasco fixando-o firmemente.
• O enfermeiro deverá verificar a quantidade e qualidade da amostra, sem
abrir o frasco. Caso a quantidade seja insuficiente, deve-se pedir para que a
pessoa repita o procedimento até obter uma amostra adequada.
• Transporte imediato ao Laboratório. Se não for possível, refrigerar.
• Orientar resíduos para local adequado
• Higienização mãos
Colheita de expetoração para análise
Através de uma cânula/tubo endotraqueal

• A colheita deve ser realizada com técnica asséptica rigorosa utilizando luvas
esterilizadas e uma sonda de aspiração com reservatório acoplado;
• As amostras de expetoração podem ser também obtidas por outros
métodos invasivos tais como a broncofibroscopia.
Colheita de outros espécimes para análise

Outros exemplos…

• Pele
• Pelos
• Unhas
• Crostas
• Líquido cefalorraquídio – Punção lombar
• Medula óssea - Medulograma
• Secreções vaginais e Microflora
• Saliva ( ex: IgA)
Colheita de exsudato para análise
Zaragatoa
• Zaragatoa é um exame laboratorial,
realizado com o objetivo de identificar
microrganismos presentes em determinado
local do nosso corpo e determinar o os
antibióticos específicos.
• O material utilizado para a colheita é um
cotonete comprido com ou sem meio de
cultura, fornecido dentro de um invólucro
esterilizado ou não.
• Os locais mais frequentes onde são
executadas zaragatoas são ao nariz,
garganta e feridas infetadas.
Colheita de exsudato para análise
Zaragatoa ao exsudato de um ferida
• Informar a pessoa sobre o procedimento e obter consentimento;
• Preparar o material;
• Higienizar as mãos;
• Posicionar de acordo com o local da colheita;
• Calçar luvas limpas;
• Lavar a ferida abundantemente com soro fisiológico;
• Recolher amostra do meio da ferida, em tecido viável, rodando a zaragatoa. Não
forçar demasiado os tecidos para não provocar lesões.
• Não utilizar zaragatoas secas;
• Devem ser realizadas duas para aumentar a fiabilidade dos resultados;
• Acondicionar a zaragatoa em meio de transporte apropriado (substancia existente
frasco);
• Identificar a amostra referindo o nome da pessoa e local anatómico da colheita;
• Enviar para o laboratório de imediato;
• Efetuar o registo do procedimento.
Bibliografia

ADMINISTRAÇÃO CENTRAL DO SISTEMA DE SAÚDE – Manual de Normas de Enfermagem - Procedimentos Técnicos. Lisboa: Ministério da
Saúde, 2011.

DIREÇÃO GERAL DE SAÚDE (2004). Orientações para a elaboração de um manual de boas práticas em bacteriologia Disponivel em:
http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008546.pdf

HENRIQUES, Fernando; SANTOS, Célia; AMARAL, António - Técnicas de Enfermagem I . 3ª edição. Coimbra: Edições Sinais Vitais, 2004.

INSTITUTO NACIONAL SAÚDE RICARDO JORGE (2004). Recomendações para a Prevenção da Infeção do Trato Urinário – Algaliação de Curta
Duração. Disponível em http://www.umcci.min-saude.pt/SiteCollectionDocuments/RecPrevInfTratoUrinario.pdf

PAUCHET-TRAVERSAT, Anne-Françoise - Cuidados de Enfermagem: fichas técnicas. 3ª ed. Loures: Lusociência, 2003. ISBN 972-8383-51-7.
[137 a 170]

PAULINO, C.; TARECO, I.; ROJÃO, M. - Técnica e Procedimentos em Enfermagem. Coimbra: Formasau, Formação e Saúde Lda., 2007.

POTTER, Patrícia A. e PERRY, Anne Griffin - Fundamentos de Enfermagem : Conceitos e Procedimentos. 5ª Edição. Loures: Lusociência,
2006. [357 a 413]

SORENSEN e LUCKMANN – Enfermagem Fundamental: Abordagem Psicofisiológica – 3.ª edição. Lisboa: Lusodidacta,1998.

WILSON, Jennie - Controlo de infeção na prática clínica. London : Central Public Health Laboratory. . Loures: Lusociência, 2001.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (2010) Diretrizes da OMS para tiragem de sangue: boas práticas em flebotomia. Disponível em
http://www.who.int/injection_safety/sign/drawing_blood_best/en/
Bibliografia

Você também pode gostar