RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROC - EDUC.SOCIAIS - Profa. Aline Domício-.Docx Estágio II
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROC - EDUC.SOCIAIS - Profa. Aline Domício-.Docx Estágio II
RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO PROC - EDUC.SOCIAIS - Profa. Aline Domício-.Docx Estágio II
Universidade de Fortaleza
Centro de Ciências da Saúde (CCS)
Curso de Psicologia
Alunos:
Supervisora: Profa. Dra. ALINE MARIA BARBOSA DOMÍCIO SOUSA (CRP – 11/2018)
Junho de 2023
Fortaleza, Ceará.
Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira
Junho de 2023
Fortaleza, Ceará.
SUMÁRIO
I - Introdução ..........................................................................................................................04
II – Caracterização da Instituição.........................................................................................06
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................17
ANEXOS .................................................................................................................................18
3. Declaração da Instituição/contratante
I – INTRODUÇÃO
A Lei Nº. 11.788/08, é incisiva e política, pois nos seus itens define as atribuições das
instituições de ensino, das empresas e dos agentes de integração, estes são os responsáveis
pela intermediação dos estágios, bem como pela lotação do estagiário na mesma área de
conhecimento do seu curso. Segundo os regulamentos da Lei, a UNIFOR, enquanto
instituição de ensino responsável por seus estagiários, providenciou o pagamento de um
seguro contra acidentes pessoais, competindo a mim, assinar o Termo de Compromisso,
frequentar o estágio, discutir e sanar dúvidas com o orientador e o supervisor de estágio,
aprender, e elaborar relatório condizente à experiência de campo. A proposta do estágio foi
propiciar, a partir de um contexto de prática psicológica, em processos educativos e sociais, a
ação que almeja ser planejada e desenvolver estratégias que facilitem o desenvolvimento dos
indivíduos dentro do seu contexto atual, levando em consideração suas demandas e
necessidades.
II – CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O CAPS Geral, atua como CAPS 1, e é composto por uma equipe multiprofissional,
sendo 04 psiquiatras, 04 psicólogos, 01 assistente social, 02 recepcionistas, 02 agentes
administrativos, 01 coordenadora (formada em psicologia), 01 terapeuta ocupacional, 01
técnica em enfermagem, 01 cozinheira, 01 auxiliar de serviço geral E 01 MOTORISTA. Os
CAPS 1 são destinado a servir locais com população entre 20.000 e 70.000 pessoas, sendo
referência para regiões de até 50.000 habitantes e sem limite de idade para os pacientes,
fazendo acompanhamento, realizando tratamento medicamentoso e psicoterápico, visitas
domiciliares e atendimento às famílias (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). O município de
Aquiraz tem mais de 80 mil habitantes e está em vias de solicitar a habilitação para o CAPS 2.
O apoio matricial, segundo Gonçalves (2011), visa lançar um novo olhar para a lógica
tradicional no qual se baseia o sistema de saúde, por meio de ações mais horizontais, nesse
sentido almeja-se sair dos problemas hierarquizados na verticalidade como, por exemplo, as
transferências de responsabilidade, possíveis falhas de comunicação entre os serviços, o
surgimento das filas de espera e consequentemente uma perda de vínculo dos usuários com a
UBS local. Após uma reunião com a equipe matriciadora composta pela coordenadora
Municipal de saúde mental de Aquiraz, os coordenadores dos CAPS (geral, infantil e AD), a
8
equipe da ESF composta por médicos e enfermeiras da UBS, uma estagiária de psicologia e
duas alunas de estágio em práticas comunitárias da UNIFOR, onde todos foram ouvidos,
ressaltou-se a necessidade em pensar nas questões de diagnóstico, encaminhamentos e
excesso de medicalização da população.
Assim, a equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) revelou o que sabe sobre os
hábitos dos usuários do serviço, informações sobre o contexto familiar dos mesmos, suas
formas de viver em comunidade e sua rede de apoio social ou pessoal. Deste modo, a equipe
de matriciamento contribui com seus conhecimentos sobre saúde mental, possíveis
contribuições nesse sentido e o impacto que a realização desse trabalho pode exercer
positivamente na vida desses usuários (CHIAVERINI, 2011).
Com relação à dinâmica de funcionamento dos grupos, ficou definido que um grupo
aconteceria de forma quinzenal com a facilitação de uma estagiária e co-facilitação dos
estudantes de psicologia comunitária, visando abranger a prevenção às violências contra o
feminino, no entanto, o grupo não conseguiu se formar, foram feitas salas de espera e rodas de
conversa com a população durante um período, porém não obtivemos adesão do público
-alvo. O segundo grupo proposto aconteceu semanalmente e contou com a facilitação de dois
estagiários do CAPS geral. O grupo foi desenvolvido para usuários que já realizaram
tratamento psicológico e/ou psiquiátrico para ansiedade ou ainda em tratamento, cadastrados
na UBS de Patacas e Araçás, e usuários da unidade que fazem uso medicamentoso de
ansiolíticos ou antidepressivos mas que são acompanhados em seu próprio território.
O intuito do projeto tinha como estratégia não somente à criação dos grupos, mas à
facilitação de iniciativas que perdurassem enquanto serviços e conjunto de ações permanentes
dentro da RAPS. Nesse panorama, o projeto Grupo Esperançar: dialogando com a ansiedade,
9
De início, perguntamos para as participantes: O que era ansiedade para você? Tendo
em vista que nosso objetivo no grupo também envolvia um trabalho de promoção de saúde.
Nesse sentido, um dos pontos fundamentais que buscamos operar nos primeiros encontros do
grupo era a possibilidade não só de dialogar com os envolvidos sobre a sintomatologia do
transtorno do espectro da ansiedade, mas justamente propiciar as melhores condições para um
elemento que era fundamental dentro daquele processo: a fala.
Uma das característica já mencionadas aqui é que os membros dos grupos é que a sua
adesão foi integralmente composta por mulheres, das mais diversas faixas etárias, residentes
da região, algumas migraram para a região tem pouco tempo, de classe sociais menos
favorecidas, muitas ligadas ao mercado de confecção, que é forte do polo industrial no
território, mas também cabeleireira, recepcionista, professora, assistente social, empregadas
10
domésticas, donas de casa ou que realizam pequenos serviços. Nesse sentido, todas
apresentavam queixas a respeito de sintomas mais ou menos típicos como dores no corpo,
cansaço, traumas psicológicos, dificuldades para dormir, pensamento acelerado, isso salvo
algumas ocorrência como humor irritadiço, sensação de sufocamento, choro, uma baixa
estima de si e paralisias corporais.
Por contingência, no fato do recorte de gênero, muitas das demandas que elas traziam,
tanto no grupo quanto nos atendimentos individuais e nas entrevistas de acolhimento estavam
também relacionadas às condições ligadas aos papéis socioculturalmente estabelecidos para a
mulher como por exemplo, questões ligadas à maternidade e as dificuldades impostas por
condições estruturais de família menos socialmente favorecidas.
Por fim, é também algo que surgia de forma categórica e quase unânime era o
sofrimento ligado ao trabalho, desde carga horária excessiva, não conseguir tirar férias ou se
aposentar a angústias agudas ligadas a relação com ter que ir trabalhar (ou não conseguir ir),
precisar se manter firme e muitas vezes silenciada em relação a situações de profunda
insalubridade psíquica.
Nesse contexto, nosso grupo apresentou movimentos em que às vezes havia alguns
membros que viam e ficavam, mas que às vezes acabavam faltando num determinado
momento e que hora retornavam. Algumas viam e não voltavam. Com isso, ocorria um
espécie de revezamento dos membros, onde sempre haviam membros novos, portanto sempre
tínhamos que repetir as dinâmicas de apresentação.
De acordo com Andrade & Morato (2004) quanto mais o sujeito se vê reconhecido
em sua singularidade, mais ele potencializa a sua existência, por isso nota-se a importância
desse trabalho na RAPS junto à atenção básica de saúde, realizando práticas que promovam o
acolhimento ao sofrimento humano e o desenvolvimento compartilhamento de vivências e de
produções simbólicas feitas pelo grupo, pois estas intervenções possibilitam um espaço de
12
cuidado, ressignificação de experiências e emoções dos sujeitos a partir do contato com a sua
produção e também ajudam na ampliação de redes sociais, visto que estabelecimento de
vínculos foi uma das demandas que surgiu no grupo. Essas intervenções possibilitaram
momentos de tamanha riqueza nas reuniões grupais.
Francisca Tayhana de Queiroz Oliveira: Fico feliz em concluir neste semestre minha
experiência de estágio na RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) e, especificamente, na UBS
(Unidade Básica de Saúde) de Patacas e Araçás. Foi extremamente importante para o meu
crescimento acadêmico, pessoal e social. Compreender a importância da psicologia
comunitária na saúde da população e vivenciar o Sistema Único de Saúde (SUS) em toda a
sua complexidade e grandiosidade é realmente valioso. Aprender na prática o que muitos
alunos só conhecem nos livros é uma oportunidade única. É inspirador encontrar profissionais
que fazem a diferença e acreditam na possibilidade de uma saúde pública para todos,
respeitando as singularidades e subjetividades de cada indivíduo. Os desafios certamente são
grandes nesse caminho, mas é reconfortante saber que há pessoas engajadas na⁷ construção de
uma saúde pública mais inclusiva. Agradeço a parceria dos colaboradores da UBS de Patacas,
que nos acolheram em seu território e contribuíram para a minha formação como futura
profissional em psicologia. Agradeço também meu colega de jornada que por várias vezes se
perdeu comigo no desbravamento do território e me ajudou bastante nas intervenções dos
grupos. Depositei meu estudo, trabalho, dedicação e afeto nessa região, construindo grandes
histórias que deixaram marcas duradouras em minha trajetória. Por fim, expresso meu
reconhecimento à minha supervisora pelo papel fundamental que desempenhou, fornecendo
orientações, ensinamentos e compreensão diante das dificuldades pessoais e acadêmicas que
surgiram ao longo do percurso. É admirável ter uma referência em psicologia comunitária
latino-americana, alguém que está compartilhando conhecimentos que vão além dos livros.
Termino este semestre, sabendo que minha experiência na RAPS e na UBS de Patacas e
Araçás será um alicerce sólido para minha atuação profissional futura. Continuarei fazendo a
diferença e contribuindo para a construção de uma sociedade mais saudável e acolhedora.
Gabriel Oliveira Silvino: Não foi o meu primeiro contato com uma prática dentro da
psicologia comunitária, mas foi a primeira dentro do sistema público de saúde e também o
primeiro contato com RAPS. Destaco dessa experiência um primeiro momento de
desorientação devido a imensidão e a complexidade que envolvem as dinâmicas da rede, das
instituições envolvidas e interligadas, os múltiplos serviços orientados e campos de atuação, a
gama e a diversificação própria em cada território que detém a sua própria particularidade,
que são elementos que, num primeiro contato, podem levar um certo tempo para se ter uma
certo enquadramento. Quero crer que, passado esse primeiro contato, uma maior apreciação
do contexto em que se está inserido torna e tornou a minha experiência vivida dentro da
15
RAPS como uma imersão não só dentro de uma realidade, mas em múltiplos palcos que
envolvem não só as instituições, mas as pessoas que compõem essas instituições e que
ocupam os espaços criados por elas.
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Ângela Nobre de; MORATO, Henriette Tognetti Penha. Para uma
dimensão ética da prática psicológica em instituições. Natal: Estudos de Psicologia,
2004.
CHIAVERINI, Dulce Helena et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental.
2011.
GONÇALVES, Daniel Almeida et al. Guia prático de matriciamento em saúde mental.
Brasília: Ministério da Saúde, Centro de Estudo e Pesquisa em Saúde Coletiva, 2011.
ANEXOS
3. Declaração da Instituição/contratante
SEMESTRE 2023.1
SEMESTRE 2023.1
DECLARAÇÃO
Declaro, para fins de prova junto à Coordenação do Curso de Psicologia desta Universidade,
que os alunos: FRANCISCA TAYHANA DE QUEIROZ OLIVEIRA - Matrícula: 1911917 e
GABRIEL OLIVEIRA SILVINO - Matrícula: 1712549, regularmente matriculados, durante o
semestre 2023.1, na disciplina de Estágio na ênfase de Processos Educativos e Sociais,
cumpriram 90 horas de estágio, sendo distribuídas em 50 horas de atividades junto ao campo
da Pastoral do Povo da Rua no centro da cidade de Fortaleza/Ceará, 04 horas de formação
continuada ofertada na UNIFOR, além de 36 horas de supervisão (teórica/campo), tendo sido
aprovadas na disciplina com nota máxima de 10,00 pontos.