Como Abrir Empresa em Portugal 2edicao

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O Guia Completo

para abrir uma


empresa em
Portugal
2ª edição
Introdução
Abrir uma empresa em Portugal sem cometer erros, nem sempre é
uma tarefa fácil. Portugal é um país burocrático, e quem não estiver
familiarizado com alguns procedimentos poderá sentir dificuldades
em constituir o seu negócio.

Conhecendo bem esta problemática, há 25 anos que a Mário Moura


Contabilidade ajuda empresários, portugueses e estrangeiros, a abrirem
as suas empresas em Portugal.

O nosso principal foco é ajudar as empresas dos nossos clientes a


prosperar. Não nos limitamos a tratar da sua contabilidade, fiscalidade
e processamento dos salários dos colaboradores. Por isso, criamos
desde o primeiro contacto um relacionamento transparente, para
percebermos os objetivos e necessidades de cada empresa.
E o engraçado, é que muitas das histórias de sucesso dos nossos
clientes começaram com um pedido de ajuda para abrir uma empresa
em Portugal. Alguns deles chegaram até nós confusos, sem saberem
que documentos tinham que entregar ou com dúvidas sobre a forma
legal que deviam escolher para a sua empresa.

E por sabermos tão bem que este período é um turbilhão de emoções


com muitas questões à mistura, queremos ajudá-lo nesta etapa.
Neste e-book, terá acesso a toda a informação que precisa, de uma
forma simples e resumida, para que no final, saiba exatamente que
documentos precisa e que decisões deve tomar para abrir uma empresa
em Portugal sem cometer erros.

Esperamos que lhe seja útil e elucidativo.


M á r i o M ou r a
2
ÍNDICE
MÁRIO MOURA
CONTABILIDADE

Introdução
Como abrir uma empresa em Portugal: Os pontos principais
Estatuto jurídico
A escolha do nome da empresa
A escolha do pacto social
Documentos necessários no dia da abertura da empresa
Os custos de abrir uma empresa em Portugal
Abrir uma empresa em Portugal enquanto cidadão
estrangeiro não residente
Principais impostos de uma empresa em Portugal
IRC
IVA
Segurança Social/TSU
Imposto de Selo
Quanto Custa um colaborador
Definição do Salário
TSU
Subsídio de Alimentação
Outros custos
Perguntas e respostas frequentes
Empresa na Hora
Empresa Online
Sobre a Mário Moura Contabilidade
Imprensa
Conclusão

3
ABRIR UMA
EMPRESA EM PORTUGAL:
OS PONTOS PRINCIPAIS
4
SE ESTÁ A ESTUDAR A HIPÓTESE DE ABRIR
UMA EMPRESA EM PORTUGAL, É SINAL
QUE ESTÁ NA DIREÇÃO CERTA.
Afinal, antes de constituir uma empresa ou começar um negócio, é
fundamental que estruture as suas ideias, verifique a viabilidade das
mesmas, e, claro, esteja informado sobre todas as questões legais e
burocráticas do país.

Caso já tenha analisado o mercado português e tenha um plano de negócios


pronto a implementar, então é hora de focar-se na constituição da sua empresa.

E embora este não seja um processo demorado, abrir uma empresa em Portugal
requer que esteja bem informado sobre todos os procedimentos. Caso contrário,
um documento em falta pode ser o suficiente para, no dia da constituição da sua
empresa, atrasar todo o seu processo.

E para evitar este tipo de percalços, há seis pontos a reter sobre a abrir
uma empresa em Portugal, sendo estes:

1 A definição do estatuto jurídico da sua empresa;

2 A escolha do nome da empresa;

3 A escolha do pacto social;

4 Estar a par dos documentos necessários no dia da abertura da empresa;

5 Estar devidamente informado sobre os valores e métodos de pagamento


para abrir a sua empresa;

6 Entender os procedimentos específicos para quem reside noutro país e


pretende abrir uma empresa em Portugal.

Se não faz ideia do que estamos a falar ou tem dúvidas sobre alguns destes
pontos, não se preocupe. Nas próximas páginas explicamos cada um destes
pontos.
5
Estatuto Jurídico

Um dos passos que gera mais dúvidas entre os empresários, na hora de abrir uma empresa, é a escolha do estatuto
jurídico. Se começarmos pela base, importa saber que o estatuto jurídico não é nada mais do que a forma legal de uma
empresa. Ou seja, é através deste estatuto que se define, legalmente, a constituição da sua empresa.

Em Portugal, existem diferentes tipos de estatutos jurídicos, tanto para empresas singulares como colectivas. E cada um
dos estatutos estabelece um modelo de funcionamento, que envolve, por exemplo:

O montante específico do capital social;


Número mínimo de sócios;
As responsabilidades de cada sócio;
Se há património afeto à empresa;
Entre outros contornos relativos ao seu negócio.

Por isso, vamos explicar-lhe de forma resumida que estatutos jurídicos existem, e assim poderá perceber qual é o melhor
estatuto para a atividade que vai exercer.

6
Estatutos jurídicos para
atividades a título singular

Em Portugal, quem pretende abrir uma empresa a título singular, onde


a responsabilidade legal recai apenas sobre uma pessoa, tem três
estatutos jurídicos a analisar:

1 Empresário em Nome Individual;

2 Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada;

3 E a Sociedade Unipessoal por quotas.

Como cada um destes estatutos tem as suas próprias características,


vamos fazer um resumo para ficar com uma ideia geral das suas
vantagens e desvantagens.

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1. Empresário em Nome Individual
Ser Empresário em Nome Individual (ENI) é a forma mais simples de iniciar uma
atividade profissional em Portugal. Ao contrário da maioria dos estatutos, os
ENI apenas têm que abrir a sua atividade (nas Finanças e Segurança Social), de
forma a ser feito o devido enquadramento, e cumprir com as suas obrigações
fiscais e tributárias.

No entanto, existem alguns pontos chaves a reter antes de tomar esta decisão,
como por exemplo:

• A atividade profissional apenas é exercida por um único indivíduo ou uma


pessoa singular;

•Na firma ou no nome comercial apenas pode ser usado o nome civil
completo ou abreviado do empresário.

(É possível incluir uma expressão alusiva ao negócio ou como a empresa será


divulgada no meio comercial. Caso se trate de uma atividade económica
lucrativa, há a possibilidade de ter uma denominação ou expressão referente
ao ramo de atividade)

• Não há um montante mínimo obrigatório para o capital social;

• A sua responsabilidade enquanto ENI é ilimitada e não existe qualquer


separação entre o seu património pessoal e o património da sua atividade
económica.

(Caso contraia dívidas ao longo da sua atividade, é o único responsável por


elas e os seus bens pessoais podem ficar em risco)

• Se o volume de negócios não for superior a 200 mil euros, pode optar
pelo regime simplificado de IRS, não tendo a obrigação de possuir
contabilidade organizada.

• Há a possibilidade de ficar isento de IVA quando o volume de negócios


anual é inferior a 13.500 euros em 2023; 14.500 euros em 2024 e 15.000
euros em 2025.

• Durante o primeiro ano de atividade profissional fica isento das


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contribuições à Segurança Social.
MÁRIO MOURA
2. Estabelecimento Individual de
Responsabilidade Limitada

CONTABILIDADE
Este estatuto jurídico destina-se também a um único indivíduo ou pessoa singular, como o
ENI, mas existem várias diferenças.

Por exemplo, no Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada a firma deve


ser composta pelo nome civil por extenso ou abreviado do empreendedor. No entanto,
pode ser acrescida a referência do ramo de atividade, mais o aditamento obrigatório de
Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada ou E.I.R.L.

Contudo, as diferenças mais sonantes são as seguintes:

• No E.I.R.L existe separação entre o património pessoal do empreendedor e o


património afeto à empresa.

(Em caso de dívida que resulte da atividade, apenas respondem os bens que estão afetos a
esta. Mas em caso de falência do empreendedor, se for comprovado que não há separação
total dos bens, este responde com a totalidade do seu património pelas dívidas contraídas)

• O capital social não pode ser inferior a 5 mil euros. A entrega do capital social pode ser
feita em numerário, coisas ou direitos que possam ser alvo de penhora. Contudo, terá
que depositar em dinheiro, obrigatoriamente, o mínimo de ⅔ do capital social exigido.

• Só é possível criar a empresa através do método tradicional, sendo o registo feito num
balcão do IRN (Instituto dos Registos e Notariado).

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3. Sociedade Unipessoal por Quotas
O último estatuto jurídico a título individual é a Sociedade Unipessoal por Quotas, que permite que um úni-
co sócio detenha a totalidade do capital social. Em termos do nome da firma pode usar a expressão “Socie-
dade Unipessoal” ou “Unipessoal”, seguida da palavra “Limitada” ou “Lda”.

Os pontos principais a destacar de uma Sociedade Unipessoal por Quotas são:

• É uma forma jurídica independente da esfera pessoal, (o seu património pessoal não é afeto à ativi-
dade), onde terá um NIPC (Número de Identificação de Pessoa Coletiva).

• O único sócio é responsável pela totalidade do capital social que no mínimo tem que ser 1 euro, po-
dendo ser fixado outro valor no contrato de sociedade;

• Há possibilidade de deduzir ao lucro todas as despesas da empresa. (No caso dos ENI só é possível
deduzir 25% das despesas da atividade)

• É obrigatório ter contabilidade organizada;

• Se no futuro pretender adicionar outros sócios à sua empresa, poderá modificar a sociedade através
da divisão e cessão da quota única ou de um aumento de capital;

• Pode criar uma Sociedade Unipessoal por Quotas através da Empresa Online ou num dos balcões da
Empresa na Hora.

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Estatutos jurídicos para
atividades a título coletivo
No caso de pretender abrir uma empresa em Portugal com mais de um sócio, então deve informar-se sobre os
vários estatutos jurídicos a título coletivo que existem, sendo estes os seguintes:

1. Sociedade em Nome Coletivo;

2. Sociedade por Quotas;

3. Sociedade Anónima;

4. Sociedade em Comandita;

5. Cooperativa.

Vamos então fazer um breve resumo de cada um destes estatutos jurídicos, para que perceba qual é a opção
de acordo com as necessidades e objetivos da sua futura empresa.

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1. Sociedade em Nome Coletivo
Numa Sociedade em Nome Coletivo os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais da emp-
resa, mas também subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente entre si.

Na prática isto significa que caso venham existir dívidas da sociedade, os sócios respondem com a sua
entrada na empresa, de dinheiro ou bens, mas também com o seu património pessoal. Contudo, existe
a possibilidade de um único sócio pagar as dívidas da sociedade. Mas nestas situações, este sócio pode
exigir aos restantes o pagamento da parte correspondente a cada um.

Além disso, numa Sociedade em Nome Coletivo:

• Não existe um montante mínimo obrigatório para o capital social;

• São admitidos sócios de indústria, mas as contribuições em indústria não são computadas no valor
do capital social;

• A firma pode ser composta pelo nome completo ou abreviado, o apelido ou a firma de todos, alguns,
ou pelo menos de um dos sócios, sempre seguido de “e Companhia”, “Cia”, sendo possível outras
expressões que demonstrem a existência de mais sócios, como por exemplo “e irmãos”.

2. Sociedade por Quotas


Numa Sociedade por Quotas, os principais pontos a reter são:

• Tem que ter obrigatoriamente dois ou mais sócios;


• O montante do capital social pode ser livremente fixado no contrato de sociedade;
• A responsabilidade dos sócios é limitada ao capital social detido;
• A denominação pode ser composta pelo nome completo ou abreviado de todos os sócios, de
alguns ou apenas de um, mas também por uma expressão alusiva ao ramo da atividade, seguida
do aditamento “Limitada” ou “Lda”.

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3. Sociedade Anónima
A Sociedade Anónima destina-se a quem pretende abrir uma empresa em maior escala.
As suas principais caraterísticas deste estatuto são:

• No mínimo a empresa tem que ser composta por 5 sócios;


• O capital social mínimo exigido são 50 mil euros (este valor é dividido por ações de igual valor nominal);
• A responsabilidade dos acionistas é limitada ao valor das ações subscritas;
• Há uma maior facilidade de transmitir os títulos da sociedade, de ter acesso a créditos e investimentos;
• A firma pode ser composta pelo nome de algum ou de todos os sócios, por uma denominação particular ou reunião
dos dois. No seguimento destes deve constar, de forma obrigatória, o aditamento “Sociedade Anónima” ou “SA”;
• Uma sociedade Anónima também pode ser constituída por um único sócio, desde que este seja uma sociedade.

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4. Sociedade em 5. Cooperativa
Comandita
Como última opção, existe o estatuto jurídico
A sociedade em Comandita provoca algumas
de uma Cooperativa. No entanto, este destina-
dúvidas por ser uma sociedade mista. Neste
se a quem pretende criar uma entidade
estatuto jurídico existem dois tipos de sócios:
coletiva autónoma sem fins lucrativos, de livre
constituição.
Os comanditários: Respondem apenas pela
sua entrada de capital na sociedade, ou seja, a
Por norma, o objetivo de uma cooperativa é
responsabilidade é limitada.
satisfazer os interesses dos seus associados. Estes
interesses podem estar ligados a obter bens a
E os comanditados: Respondem pelas dívidas da
preços inferiores aos do mercado, mas também à
sociedade, através de responsabilidade ilimitada
venda de produtos, eliminando os intermediários.
e solidariamente entre si. (aplica-se o mesmo
conceito das sociedades em nome coletivo).
Quanto ao capital social e à composição,
estes variam de acordo com as necessidades e
Outros dos pontos importantes a reter sobre uma
aspirações económicas, sociais e culturais de
Sociedade em Comandita, é que esta pode ser
quem constitui a cooperativa.
constituída como uma sociedade em comandita
simples ou por ações. Na forma simples, não
Numa cooperativa em primeiro grau, o número
há representação do capital por ações. Na
de membros não pode ser inferior a cinco. Já
comandita por ações, só as participações dos
nas cooperativas de grau superior (as que são
sócios comanditários podem ser representadas
filiadas sob a forma de uniões, federações ou
por ações.
confederações), o número de membros não pode
ser inferior a dois.
Já em relação à firma, a sociedade em comandita
é formada pelo nome de um dos sócios, no
Em termos de responsabilidade, os membros
mínimo, seguido do aditamento “Em comandita”,
estão limitados ao montante do capital subscrito,
se for simples, ou “Comandita por ações”.
podendo a responsabilidade ser diferente se for
determinado no estatuto.

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A escolha do nome da empresa
Após ter definido qual é o estatuto jurídico, é hora de refletir sobre o nome da sua empresa. Em Portugal existem duas
opções possíveis:

Escolher um nome pré-aprovado para a sua empresa;


Pensar num nome a seu gosto e pedir posteriormente a sua aprovação.

Na prática, a forma mais simples é escolher um nome pré-aprovado para a sua empresa. Nesta opção, basta consultar a lista
de nomes pré-aprovados online ou através de um balcão “Empresa na Hora”, e escolher aquele que mais lhe agrada.

Caso não pretenda esta solução por ter um nome em mente para a sua empresa, então terá que pedir um certificado de
admissibilidade de firma ou de denominação.

E o que é um Certificado de Admissibilidade? É o documento que comprova que o nome da sua empresa foi aprovado.

Para ter acesso a este documento deve submeter o seu pedido através do site ePortugal.
Após a emissão do certificado, este documento é válido durante 90 dias. Se pretender acelerar este processo, pode optar
por constituir a sua empresa através de um balcão do Registo Nacional de Pessoas Coletivas, uma vez que a aprovação do
nome é feita no momento da criação da empresa.

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A escolha do pacto social
Após ter escolhido o nome da sua empresa, terá que focar-se na escolha de um modelo de pacto social, caso pretenda criar
uma sociedade unipessoal por quotas, sociedade por quotas ou anónima.
O pacto social é o contrato da sua sociedade. Ou seja, é neste documento onde estão descritos:

o estatuto da sua empresa;


o capital social;
o número de sócios;
entre outros dados, que em conjunto vão funcionar como uma espécie de regulamento interno da sociedade.

Para facilitar este procedimento, hoje em dia existem modelos de pactos sociais previamente elaborados. No entanto, existe
a possibilidade de elaborar um contrato de sociedade que reflita todas as necessidades dos sócios da sua empresa.

Caso pretenda aceder a um modelo previamente elaborado, basta aceder ao site Empresa na Hora, no separador Pactos.

Para a constituição de uma sociedade unipessoal por quotas apenas está disponível um pacto social. Já no caso das
sociedades por quotas ou anónimas existe mais que uma opção. Por isso, leia atentamente cada uma e escolha o pacto mais
apropriado para as necessidades e objetivos da sua empresa.

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DOCUMENTOS NECESSÁRIOS NO DIA DA
ABERTURA DA EMPRESA
Se reside em Portugal e já refletiu sobre os pontos • Cartão do Cidadão dos representantes legais da
anteriores, a forma mais fácil de constituir a sua empresa empresa que quer criar;
é através de um balcão da “Empresa na hora”, pois terá
acesso às listas pré-aprovadas de nomes e de pactos • A ata de deliberação da Assembleia-Geral, que deve
sociais. Além disso, o valor a pagar pela criação da sua estabelecer os representantes legais e dar poder aos
empresa será mais acessível, dado os preços estarem mesmos para criar a associação;
tabelados.
• Certidão da escritura ou documento de constituição
No dia em que se dirigir a um dos balcões que existem ou ainda o pacto social atualizado das entidades
de norte a sul do país, deve fazer-se acompanhar por coletivas.
todos os sócios da sua empresa. Caso algum dos sócios
não consiga estar presente, há a possibilidade de outra No dia da constituição da empresa terá ainda que indicar
pessoa representá-lo. No entanto, esta pessoa terá que um Contabilista Certificado que ficará responsável pela
levar uma procuração e ter consigo o Cartão do Cidadão. contabilidade organizada da empresa.

Em termos de documentos, todos os sócios devem levar Caso prefira entregar a declaração de início de atividade
consigo o Cartão do Cidadão. Se um dos sócios for um nas Finanças, tem até 15 dias para o fazer a contar da
cidadão estrangeiro, deve fazer-se acompanhar pelo data de criação da sua empresa.
passaporte ou pela autorização de residência.
Por fim, tem 5 dias para depositar o capital social da sua
No caso de existirem sócios que sejam pessoas coletivas, empresa ou de cada sócio na conta bancária da empresa.
então deve apresentar: Existe ainda a possibilidade de fazer a entrega do capital
social nos cofres da sociedade até ao final do primeiro
• O cartão de identificação de pessoa coletiva ou exercício económico.
apresentar o código de acesso ao Cartão Eletrónico;

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Os custos de abrir uma empresa
Abrir uma empresa em Portugal acarreta alguns custos que podem variar consoante o método de criação da sua
empresa.

Se optar por fazer todo o processo através da Empresa na hora, a criação de uma empresa através de um pedido
standart tem o valor de 360 euros.

No entanto, está estabelecido o valor de 200 euros para o caso de existir uma marca associada com uma classe
de produtos ou serviços. Se pretender adicionar mais uma classe, cada uma tem o valor adicional de 44 euros.

Se o capital social incluir bens que não sejam dinheiro, terá que somar a estes valores, os seguintes custos:
• 50 euros por cada imóvel, quota ou participação social;
• 30 euros por cada bem móvel;
• E 20 euros por cada ciclomotor, motociclo, triciclo ou quadriciclo com cilindrada até 50 cm3. (o valor
máximo estabelecido é de 30 mil euros).

18
Abrir uma empresa em Portugal
enquanto cidadão estrangeiro
não residente
Se é um cidadão estrangeiro e não reside em Portugal é normal que tenha dúvidas sobre a possibilidade de
abrir uma empresa. Antes de falarmos de procedimentos e documentos, importa referir que em Portugal não há
restrições à entrada de capital estrangeiro na constituição de uma empresa.

Ou seja, uma empresa Portuguesa pode ser criada por cidadãos estrangeiros e não existem limitações à
distribuição de lucros ou dividendos para o estrangeiro.

A maioria dos procedimentos para os cidadãos estrangeiros são semelhantes aos dos cidadãos portugueses.
No entanto, os cidadãos estrangeiros não residentes precisam, para efeitos fiscais, obter um número de
identificação fiscal Português.

19
Como obter o seu número de identificação fiscal - NIF
Em primeiro lugar deve saber que este pode ser solicitado por qualquer cidadão a qualquer momento nos
serviços das Finanças, através do agendamento prévio para atendimento presencial ou no e-balcão do portal
das Finanças.

Em termos de documentos, o pedido deve ser acompanhado pelas seguintes informações:

• Nome completo, sem abreveaturas;


• N.º do Cartão de Cidadão, Bilhete de identidade ou Passaporte;
• Residência;
• Nome e morada do representante fiscal em Portugal;
• Documento que comprove a titularidade da representação fiscal ou contrato de mandato com
representação, dos quais conste expressamente a aceitação da representação fiscal.

Caso esteja com dúvidas sobre a temática da representação fiscal, saiba que ao não residir em Portugal irá
precisar de designar um representante fiscal que tenha domicílio em Portugal. Este representante pode ser uma
pessoa singular ou coletiva, mas a escolha mais comum costuma recair sobre um advogado.

Embora esta norma seja aplicada à maioria dos cidadãos não residentes, estão isentos desta obrigação os
cidadãos nacionais residentes na UE, na Islândia ou na Noruega. Nestes casos a representação fiscal passa a ser
facultativa.

20
Preciso de um visto para abrir
uma empresa em Portugal?

NO CASO DE SER UM CIDADÃO ESTRANGEIRO QUE


NÃO RESIDE NUM ESTADO MEMBRO DA UE, DO ESPAÇO
ECONÓMICO EUROPEU OU NA SUÍÇA, IRÁ PRECISAR DE
UM VISTO PARA EXERCER ATIVIDADE PROFISSIONAL
INDEPENDENTE OU PARA ABRIR UMA EMPRESA EM
PORTUGAL.

Embora existam algumas possibilidades, a escolha mais comum


nestas situações é obter um visto de empreendedor.

Este visto tem a designação oficial de “Visto de residência para


o exercício de atividade profissional independente ou para
emigrantes empreendedores”.

E como é que pode obter este visto? Dirigindo-se a um posto


consular português ou a uma Embaixada/Consulado que detém
a jurisdição, caso não haja um posto consular português no país
onde reside.

No entanto, prepare-se para apresentar diversos documentos


para conseguir este visto, que por norma são:

• Requerimento em modelo próprio para obtenção do visto


de empreendedor em Portugal;
• Passaporte ou outro documento de viagem válido;
• Duas fotografias, tipo passe, iguais, atualizadas e com boa
resolução;
• Título de transporte que assegure o seu regresso;
• Seguro de viagem válido, (que cubra eventuais despesas
médicas, como assistência médica urgente e eventual
repatriamento);
21
• Requerimento para consulta do registo criminal português
pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF);
• Registo criminal do país de origem ou do país onde o
requerente resida há mais de um ano;
• Comprovativo das condições de alojamento;
• Comprovativo da existência de meios de subsistência.

Além disso, terá que apresentar outros documentos consoante o seu


objetivo profissional.

Caso o objetivo seja exercer uma atividade profissional


independente, terá que apresentar:

• Contrato de sociedade ou proposta ou contrato de prestação


de serviços no âmbito de profissões liberais;

• Quando aplicável, declaração emitida pela entidade


competente para verificar se cumpre os requisitos do
exercício da profissão em Portugal.

Já no caso de se encaixar no perfil de empreendedor, então os


documentos a apresentar são:

• Declaração de que realizou ou pretende realizar uma


operação de investimento em Portugal, com a indicação da
sua natureza, valor e duração;

• Comprovativo de possui meios financeiros disponíveis em


Portugal, incluindo os obtidos junto de instituição financeira
em Portugal, e da intenção de proceder a uma intenção de
investimento em território português devidamente descrita
e identificada.

O pedido do visto de empreendedor tem um custo de 90 euros.

22
Principais impostos e obrigações
fiscais das empresas em Portugal
Como muitas pessoas sabem, ser empresário não é um mar de rosas, principalmente quando chega
a hora de pagar impostos e cumprir as obrigações fiscais.

Em Portugal, os impostos representam um peso significativo do volume de negócios de uma


empresa. E por isso, antes de criar a sua empresa, deve estar a par de todas as suas futuras
obrigações.

Uma empresa em Portugal está sujeita aos seguintes impostos:

• IRC;
• IVA;
• Segurança Social/TSU;
• Imposto de Selo.

Nas próximas páginas vai encontrar um resumo de como são aplicados cada um destes impostos.

23
IRC - Imposto Sobre o Rendimento das
Pessoas Coletivas
O IRC é conhecido como o imposto das empresas. De uma forma simples, este imposto incide
sobre os rendimentos das empresas que tenham uma atividade de natureza comercial, industrial
ou agrícola em Portugal. Contudo, ele pode ser cobrado a empresas não residentes, caso estas
tenham obtido rendimentos no território nacional.

Para quem não está familiarizado com o funcionamento do IRC, o seu funcionamento é um
pouco complexo de entender. Embora este imposto seja calculado com base nos lucros do ano
anterior, a sua fórmula de cálculo não é simples, pois existem diversos fatores que influenciam o
valor a pagar.

F at o r e s q u e i n f l u e n c i a m o va l o r d o I R C

Taxa de IRC: A maioria das empresas é tributada em 21%, o que corresponde à taxa normal de
IRC. No entanto, se a sua empresa está sediada nas ilhas o valor do IRC é diferente. Na Madeira e
nos Açores houve recentemente uma redução desta taxa, e atualmente esta é de 14,7%. Já se a
sua empresa for uma PME, a taxa de IRC é reduzida a 17%, mas apenas nos primeiros 50.000€ de
matéria coletável.

Lucro Tributável da empresa: Valor dos rendimentos obtidos através da sua atividade, menos
os gastos que teve.

Análise da matéria coletável: Deve analisar o valor do lucro tributável, e subtrair os benefícios
fiscais e os prejuízos fiscais que são passíveis de dedução.

Derrama Municipal: Corresponde à receita que os municípios recebem sobre o lucro tributável
das empresas locais. Esta é atualizada anualmente.

Tributação Autónoma: Imposto sobre alguns custos específicos que a sua empresa poderá
ter, como por exemplo, despesas não documentadas, despesas com viaturas, despesas de
representação, ajudas de custos, entre outras.

Derrama Estadual: Quando uma empresa apresenta um lucro tributável superior a 1 milhão e
meio de euros, terá que suportar taxas adicionais.
• Entre 1.500.000€ – 7.500.000€ a taxa é de 3% para o Continente e 2,1% para a Madeira e os
Açores;
• Entre 7.500.000€ – 35.000.000€ – é de 5% para o Continente e 3,5% para a Madeira e os
Açores;
• E a partir de 35.000.000€ - a taxa adicional é de 9% para o Continente e 6,3% para a
24
Madeira e os Açores.
Todos os anos a sua empresa terá que apresentar a declaração anual de IRC. Esta declaração é feita
através do Modelo 22, e é sempre referente ao apuramento de IRC do ano anterior.

Quanto ao pagamento do IRC, saiba que poderá ter que liquidar este imposto mais de uma vez. Ou seja,
até dia 31 de maio terá que entregar a declaração modelo 22.

Posteriormente, há três datas que todas as empresas devem estar a par, pois dizem respeito aos
pagamentos por conta. Estas são:

• 31 de julho;
• 30 de setembro;
• E 15 de dezembro.

Contudo, até 31 de março e 31 de outubro são realizados os pagamentos especiais por conta, designados
como PEC. Embora algumas empresas estejam isentas deste pagamento, aconselhamos consultar o seu
Contabilista Certificado para perceber se a sua empresa tem ou não direito a esta isenção.

25
IVA - Imposto de Valor Acrescentado
Como consumidores, estamos habituados a pagar IVA sempre que compramos um produto ou quando um
serviço nos é prestado. E quando abrir a sua empresa, à partida, o IVA também fará parte do dia-a-dia do
seu negócio.

A diferença é que quando faz uma venda ou presta um serviço, irá cobrar ao seu consumidor final o IVA,
caso não esteja isento deste imposto.

O IVA liquidado, aplicado aos clientes pelos comerciantes ou prestadores de serviço, não é entregue ao
Estado Português, uma vez que existe a possibilidade de deduzir o IVA das suas aquisições.

Ou seja, a sua empresa apenas tem que pagar ao Estado Português a diferença entre o IVA liquidado e
o IVA dedutível. No entanto, nem todo o IVA pode ser dedutível, pois existem regras estabelecidas na
legislação que inviabilizam algumas deduções, mas também permitem a dedução total ou parcial de
certas despesas.

A dedução do IVA depende sempre das faturas que tem em sua posse em cada declaração periódica de
IVA, seja mensal ou trimestral.

Aconselhamos a consulta do CIVA, Código do IVA, de forma a estar a par da legislação em vigor em
Portugal e de alguns pormenores mais específicos que podem aplicar-se à sua atividade.

26
TA X A S D O I VA E M V I G O R E M P O R T U G A L

Existem três tipos de taxas de IVA, a normal, a intermédia e reduzida, e a sua percentagem varia em Portugal
Continental, Madeira e Açores.
• Portugal Continental: A taxa normal é de 23%, a intermédia é de 13% e a reduzida é de 6%
• Madeira: a taxa normal é de 22%, a intermédia é de 12% e a reduzida é de 5%.
• Açores: a taxa normal é de 16%, a intermédia é de 9% e a reduzida é de 4%.

Embora a maioria dos produtos e serviços tenham a aplicação da taxa normal, existem produtos alimentares,
farmacêuticos, transportes de passageiros, publicações periódicas, livros ou bens de produção agrícola em que é
aplicada a taxa reduzida.

Já a taxa intermédia, por norma, é aplicada a alguns produtos alimentares, serviços de restauração, a espetáculos e
exposições, entre outros, desde que estes estejam a beneficiar da isenção prevista no CIVA.

I s e n ç ã o d o I VA

Embora a maioria das operações estejam sujeitas a IVA, a legislação portuguesa estabelece algumas situações e
operações que concedem isenção do IVA.

Contudo, existem operações que estão isentas de IVA, mas não têm direito à dedução do imposto pago. Estas
operações são consideradas isenções incompletas. Por outro lado, existem operações que estão isentas e têm direito
a fazer dedução de IVA. Estas operações designam-se de isenções completas.

São consideradas isenções incompletas, as seguintes operações isentas de IVA:


• Operações de seguro e resseguro;
• Prestações de serviços médicos;
• Serviços de interpretação de língua gestual portuguesa;
• Prestações de ensino ou formação profissional;
• Algumas prestações de serviços que sejam realizadas por organismos sem fins lucrativos;
• Algumas operações financeiras;
• Os serviços de alimentação e bebidas que são fornecidos pelas entidades empregadoras aos seus
colaboradores;
• A transmissão e arrendamento de bens imóveis;
• Entre outras.

Atenção, há a hipótese de renúncia à isenção de IVA em algumas destas operações, caso tenha interesse em deduzir
o IVA. Deve sempre analisar qual é a opção mais vantajosa para a sua empresa, se é estar isenta ou fazer a dedução
do IVA.

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Em termos de isenções completas, são consideradas as seguintes operações isentas de IVA:

• As exportações, operações assimiladas a exportações e os transportes internacionais;


• Transmissões intracomunitária de bens;
• Algumas transmissões a título gratuito;
• E as transmissões de bens que se destinam a ser colocadas em entrepostos aduaneiros e fiscais durante o
período em que os bens estiverem sob um regime suspensivo.

O PROCESSAMENTO DO IVA E A DECLARAÇÃO AO ESTADO PORTUGUÊS


Para compreender melhor como funciona o IVA, saiba que este passa a ser devido assim que os bens são
colocados à disposição dos clientes ou no caso das prestações de serviço assim que estas sejam realizadas.

No caso de haver emissão de fatura/fatura simplificada, o IVA passa a ser devido no prazo máximo de 5 dias
úteis, sem prejuízo do que se aplica no regime de IVA de caixa.

Em termos de declarações, tudo começa pela declaração de início de atividade, onde é feito o enquadramento
do IVA. Depois, as empresas têm que fazer declarações periódicas, que podem ser realizadas mensalmente ou
trimestralmente.

• Declarações periódicas mensais: Até ao dia 20 do segundo mês seguinte ao que diz respeito às operações;
• Declarações periódicas trimestrais: Até ao dia 20 do segundo mês seguinte àquele a que respeitam as
operações.

Outras declarações:
Declaração recapitulativa: Até ao dia 20 do mês seguinte ao da realização das transmissões de bens e
prestações de serviços intracomunitárias.

Movimentações intracomunitárias - Declaração de Intrastat: até ao dia 15 do mês seguinte ao da


movimentação.

Declaração Anual / Informação Empresarial Simplificada: Até ao dia 15 de julho ou então até ao 15º dia do
7º mês posterior à data do termo do período de tributação em sede de IRC. Esta só se aplica caso seja referente
a um ano civil diferente.

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SEGURANÇA SOCIAL/TSU
Se está a ponderar contratar trabalhadores para a sua empresa, saiba que enquanto entidade empregadora
vai ter que pagar à Segurança Social a Taxa Social Única, TSU, que consiste no pagamento de contribuições
e quotizações.

E caso não saiba a diferença entre estes dois conceitos passamos a explicar.
Contribuições: Impostos a cargo da entidade empregadora;
Quotizações: Impostos a cargo do beneficiário, ou seja, do trabalhador.

Na prática, isto significa que as contribuições são pagas pela a sua empresa, mas as quotizações são
descontadas dos salários dos seus trabalhadores. Contudo, as empresas são responsáveis pela entrega de
ambos os valores à Segurança Social.

Na maioria das situações, as taxas contributivas a aplicar são as seguintes:

A Taxa Social Única, representa as contribuições/quotizações pagas à Segurança Social mensalmente,


corresponde, na maioria dos casos, a 34,75% do salário bruto de um trabalhador.

No entanto, a sua empresa só vai suportar a taxa de 23,75%, que corresponde às contribuições à SS. Já os
restantes 11% correspondem às quotizações, e vão ser descontados do salário mensal do trabalhador.

29
Contudo, isto não significa que não estejam previstas outras taxas contributivas para grupos mais específicos, como
Membros dos órgãos estatutários, praticantes desportivos profissionais, trabalhadores em regime de contrato de
muito curta duração, entre outros grupos.

No Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social pode consultar todas as taxas
contributivas existentes.

Fórmula de cálculo das contribuições à Segurança Social

De uma forma simples, o valor das contribuições à Segurança Social é, regra geral, apurado através da aplicação de
uma taxa contributiva à remuneração ilíquida do trabalhador, designada de base de incidência.

No entanto, a base de incidência abrange várias componentes da remuneração, como a remuneração base, subsídios
de férias e natal, comissões, prémios de produtividade, assiduidade, diuturnidades, entre outros.

Já a fórmula de cálculo para apurar as contribuições à Segurança Social por parte de uma entidade empregadora é
muito simples. Basta pegar no salário bruto mensal de cada trabalhador e multiplicá-lo pela taxa contributiva.

Por exemplo, se o salário bruto mensal for de 1000 euros e a taxa contributiva de 23,75%, a fórmula de cálculo é:

1000 euros x 23,75% = 237,50€

O pagamento das contribuições/quotizações deve ser feito pelas empresas entre o dia 10 e o dia 20 do mês seguinte
àquele a que as remunerações dizem respeito.

30
IMPOSTO DE SELO

Por fim, a nível dos impostos mais conhecidos aplicados às empresas temos o imposto de selo. Ao contrário do que
acontece com os outros impostos, o imposto de selo é devido apenas em determinadas situações e atividades, e não
se aplica ao volume de negócios da sua empresa.

Este é o mais antigo imposto cobrado pelo Estado Português. No entanto, a taxa aplicável varia consoante a tabela
geral do imposto de selo e apenas incide sobre determinados atos que não estão sujeitos ao pagamento do IVA.

Por exemplo, poderá pagar imposto de selo nos seguintes atos:

• Aquisição de imóveis;
• Arrendamento e subarrendamento;
• Operações financeiras;
• Garantias de obrigações;
• Seguros;
• Trespasses;
• Entre outras situações e atos mais específicos.

Para apurar o valor deste imposto, basta consultar a Tabela Geral do Imposto de Selo, ver qual a taxa aplicável ao ato,
contrato ou situação, e identificar sobre que montante este incide. Contudo, deve antes consultar as situações em que
há direito à isenção deste imposto.

31
Quanto custa um colaborador
Um negócio sustentável, por norma, começa com o mínimo de pessoas essenciais para que a
atividade seja prestada. Mas à medida que a faturação aumenta, a maioria das empresas ponderam a
contratação de mais colaboradores. Afinal, uma equipa especializada pode fazer toda a diferença no
sucesso de um negócio.

O problema é que numa fase inicial nem sempre é fácil perceber quanto custa um colaborador a uma
empresa, e o impacto que essa contratação terá no negócio.

E antes de abrir a sua empresa, vamos ajudá-lo a ter noção destes custos. Como a contratação de
colaboradores representa um peso significativo no orçamento empresarial, deve ponderar bem o
salário que vai oferecer, de forma a conseguir suportá-lo a longo prazo.

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REMUNERAÇÃO DO TRABALHADOR
Para saber exatamente que remuneração pode oferecer a um trabalhador deve ter alguns fatores em
consideração.

Por exemplo, para apurar o custo médio mensal com o salário, a multiplicação não deve ser feita
pelos 12 meses do ano. E isto porquê? Porque um empregador não paga 12 meses de salário, mas sim
14 meses (12 ordenados + o subsídio de férias e de natal).

Vamos a contas concretas. Se está a pensar oferecer um salário ilíquido de 1000 euros, a fórmula de
cálculo será:

1000 € x 14 = 14.000 € /12 = 1.166,6 €

Isto significa que o custo médio mensal com o salário do seu colaborador será de 1166,6€.

Mas os custos não terminam por aqui. A sua empresa terá que pagar a Taxa Social Única - TSU,
Seguro de Acidentes de trabalho, garantir Formação Profissional, Medicina do Trabalho, Higiene
e Segurança, e na maioria das empresas é concedido o subsídio de alimentação aos seus
colaboradores.

Vejamos algumas contas adicionais para apuramento final do custo de um colaborador.

TAXA SOCIAL ÚNICA - TSU


Embora neste e-book já tenha sido explicada a TSU, esta taxa afeta diretamente o custo de um
trabalhador para as empresas, e por isso é fundamental relembrar o seu impacto.

Se mantivermos o mesmo exemplo em que o salário bruto mensal é de 1000 euros, e aplicarmos
a taxa contributiva mais comum da TSU que é de 23,75%, a fórmula de cálculo será a seguinte:

1000 euros x 23,75% = 237,50€

No entanto, se quiser apurar o custo anual com as contribuições à Segurança Social de


cada trabalhador, vai ter que multiplicar o salário bruto por 14 meses e depois aplicar a taxa
contributiva.

Ou seja:

1000 x 14 meses = 14000 € anuais


Valor anual das Contribuições para a Segurança = 14000€ x 23,75% = 3325 €

Isto significa que um trabalhador com um salário bruto mensal de 1000 euros, representa uma
despesa anual de 3325 euros em contribuições para a Segurança Social.

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SUBSÍDIO DE ALIMENTAÇÃO
Quanto ao subsídio de alimentação, o setor privado não é obrigado a concedê-lo, se este não estiver
contemplado no contrato de trabalho. No entanto, a maioria das empresas opta por atribuir este benefício aos
trabalhadores, uma vez que existem despesas acrescidas para o trabalhador com a alimentação fora de casa.

O subsídio de alimentação é uma remuneração que não tem um valor fixo, e por norma, o seu valor é
estabelecido pela empresa ou por acordo com o trabalhador.

Contudo, muitas empresas acabam por seguir os valores de referência do subsídio de alimentação atribuído
na Função Pública. Para ficar com uma noção, em 2023 o Estado Português paga aos seus colaboradores 6,00
euros de subsídio de alimentação. Este valor serve de referência também para a isenção em termos de IRS.

Ou seja, caso o pagamento em dinheiro seja superior a este valor, o seu trabalhador vai ter que pagar IRS na
quantia que ultrapassar este limite.

Mas esta não é a única opção para o pagamento do subsídio de alimentação. Caso seja mais conveniente, a
sua empresa pode pagar o subsídio de alimentação em cartão de refeição. Nesta situação específica, existe
isenção de IRS para subsídios de alimentação pagos em cartão até 9,60 euros.

Dito isto, quando está a calcular os custos de um colaborador deve também somar a despesa que vai ter com o
subsídio de alimentação. Os cálculos de referência são os seguintes:

Subsídio de alimentação pago em dinheiro por 22 dias de trabalho = 6,00 € x 22 = 132,00€


Subsídio de alimentação pago em cartão refeição por 22 dias de trabalho = 9,60€ x 22 = 211,20 €

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Outras despesas que aumentam os custos
de um colaborador
Além dos custos anteriores, a sua empresa terá que suportar custos adicionais com Formação Profissional,
Medicina do Trabalho, Higiene e Segurança e com um Seguro de Acidentes de Trabalho.

Estes são apenas os custos mais comuns, mas existem muitas outras despesas que encarecem os custos de
um colaborador, como os benefícios extrassalariais atribuídos para reter talentos.

E por isso, deve informar-se com antecedência sobre todas as despesas associadas à contratação de um
colaborador, de forma a garantir que as suas obrigações legais são cumpridas e o seu orçamento permite
suportar estes custos.

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Perguntas e Respostas mais frequentes

1) Todas as empresas podem ser criadas através da “Empresa na Hora”?


A maioria das sociedades podem ser criadas através do serviço “Empresa na Hora”. Por exemplo, as sociedades
comerciais e civis sob a forma comercial, sejam estas por quotas ou sociedades anónimas podem ser criadas
através da Empresa na Hora. No entanto, as sociedades anónimas europeias ficam de fora deste serviço.

2) Vi um nome de firma pré-aprovado que quero para a minha empresa. Posso reservá-lo?
Não. Não é possível a reserva dos nomes pré-aprovados de firmas. Embora possa consultar os nomes pré-
aprovados da base de dados, só irá garantir um nome de firma na hora de constituir oficialmente a sua empresa.

3) Um dos sócios da minha empresa irá fazer uma entrega de capital em espécie. Podemos constituir a nossa
empresa através da Empresa na Hora?
Sim. Contudo, quando há entradas em espécie de bens imóveis ou móveis, os sócios devem dirigir-se aos postos de
atendimento que estão sinalizados “Com procedimento de constituição com Entradas em Espécie”. Caso se dirija a
um posto sem esta menção, não conseguirá concluir a constituição da sua empresa.

4) Já tenho um certificado de admissibilidade. Posso usá-lo para constituir a minha empresa?


Se este estiver válido, ou seja, se a sua emissão não tiver sido há mais de 3 meses poderá usá-lo para constituir a
sua empresa.

5) Se optar por criar a minha empresa através da “Empresa na Hora”, o registo nas Finanças e na Segurança
Social é automático?
Não. Se indicar um Contabilista Certificado, o seu contabilista pode apresentar a Declaração de Início de Atividade
pela Internet. Nestes casos a Conservatória disponibiliza os dados necessários para a comunicação do início
de atividade à Inspeção-Geral do Trabalho, bem como os dados para a inscrição na Segurança Social. Caso não
indique um contabilista certificado na hora da constituição, terá que proceder à inscrição da empresa junto das
Finanças, no prazo limite de 15 dias. Em caso de atraso corre o risco de serem aplicadas coimas.

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6) Usei o serviço “Empresa Online”. Quantos dias tenho para proceder ao pagamento final?
Após concluir os procedimentos para constituir a sua empresa através da “Empresa Online” tem o prazo máximo
de 48 horas úteis para proceder ao pagamento.

7) Conclui o processo de constituição da minha empresa, mas fui notificado sobre algumas inconformidades
no processo. O que devo fazer?
Quando o processo de constituição de uma empresa apresenta inconformidades, estas são listadas na notificação
que recebeu. O primeiro passo é corrigir rapidamente as inconformidades detectadas. É importante que saiba
que tem o prazo de cinco dias para proceder a todas as correções. Contudo, não se esqueça que terá que pagar 30
euros pelas correções.

8) A minha empresa terá um sócio que é uma pessoa coletiva estrangeira. Que documentos são
necessários?
Quando os sócios são pessoas coletivas estrangeiras, os documentos a apresentar são os seguintes:
• Comprovativo da existência legal da sociedade no país de origem;
• Estatutos da sociedade;
• Ata da deliberação da participação da sociedade na constituição de outra sociedade;
• Identificação dos representantes legais da sociedade e os respetivos NIFs;
• Solicitar junto do RNPC o número de pessoa coletiva que identifique a sociedade em Portugal.

Todos os documentos devem estar traduzidos para português, excepto se forem redigidos em língua inglesa,
francesa ou espanhola e o funcionário que está a tratar do processo dominar o idioma em causa.

9) Não sei qual o melhor estatuto jurídico para a minha sociedade. A quem posso recorrer?
Nem sempre é fácil os sócios chegarem a um acordo sobre o melhor estatuto jurídico para a empresa. Por isso,
nestas situações, é aconselhável pedir auxílio a um contabilista certificado experiente que analise o caso ao
pormenor.

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CONCLUSÃO
Como pôde ler, para abrir a sua empresa em Portugal e evitar inúmeros problemas na
legalização da sua sociedade, deve possuir vários conhecimentos que o ajudem a fazer
uma análise prévia e a tomar as melhores decisões.

Afinal, precisa de planear o seu negócio, escolher o estatuto jurídico, o nome da


firma, o pacto social, estar informado sobre os documentos a apresentar, e ainda ter
consciência do peso financeiro de todos os impostos e de cada colaborador.

E por isso, independentemente de ser um cidadão português ou estrangeiro, não


tenha pressa para abrir a sua empresa. Lembre-se que este é o ponto de partida para
alcançar os seus objetivos, logo só deve dar este passo após ter respostas para todas as
suas questões.

Embora este e-book reúna a informação essencial para abrir uma empresa em
Portugal, se ainda tiver dúvidas, peça aconselhamento junto de um gabinete de
contabilidade experiente.

Desta forma, no dia de abertura da sua empresa estará seguro das suas decisões e
poderá começar a sua jornada no mundo empresarial português.
Esperamos ter ajudado.

Nota: os valores apresentados neste e-book podem sofrer reajustes.

38
MÁRIO MOURA
SOBRE A MÁRIO MOURA CONTABILIDADE
A Mário Moura Contabilidade, fundada em 1998, é especializada na gestão empresarial nas áreas da
contabilidade, fiscalidade, recursos humanos e outsourcing.

O nosso trabalho baseia-se numa cooperação com o cliente, de forma a alcançar os objetivos definidos
e satisfazer as necessidades criadas, acrescentando valor à organização do cliente com a perspetiva da
excelência empresarial.

Para acompanhamento mais próximo e partilha em tempo real, os nossos clientes têm acesso ao nosso
software de Gestão Empresarial OyO|Organize Your Office que ofertamos gratuitamente para organização
e maior controlo financeiro e documental da sua empresa.

Com clientes atuantes no mercado imobiliário, tecnológico, comércio e serviços, temos desenvolvido e
especializado os nossos serviços de consultoria fiscal e contabilísticas para os novos negócios baseados na
tecnologia blockchain, criptoativos e DeFi.

Temos ajudado empresas e empreendedores, nacionais e estrangeiros, de diversos setores, a estabelecer


seus negócios em Portugal.

A nossa equipa está sempre disponível para ajudá-lo a si e à sua empresa.

Teremos todo o gosto em esclarecer as suas dúvidas e aconselhá-lo sobre os próximos passos a dar. Para
isso, basta entrar em contacto connosco da forma mais cómoda para si.

M á r i o M ou r a
Tel: (+351) 210 202 444
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MÁRIO MOURA CONTABILIDADE
na imprensa
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