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Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul – Brasil. E-mail:
[email protected].
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Resumo
Esta pesquisa é oriunda de discussões realizadas na academia sobre as práticas pertinentes à
educação inclusiva. O objetivo consistiu em verificar o papel do psicólogo escolar na inclusão
de alunos público alvo da Educação Especial. A pesquisa se delimita como qualitativa,
exploratória e do tipo bibliográfica. Para embasar as reflexões apresentadas, recorreu-se a
referências sobre a Psicologia Escolar, além de documentos legais, como as políticas públicas.
A busca foi realizada, por meio digital, em periódicos das áreas da Educação e da Psicologia,
nas publicações em periódicos de relevante nível de impacto classificados no país como
Qualis A2 e B1, que discorrem sobre a atuação da Psicologia Escolar em contexto
educacional inclusivo. Os achados apontaram que o psicólogo escolar tem papel relevante no
processo inclusivo, de modo a atuar em diferentes espaços e níveis de escolarização, podendo
contribuir com suas práticas para a orientação aos professores, aos alunos e a toda a
comunidade escolar. O número de publicações revelou a necessidade de ampliação e
publicação de pesquisas. Ao concluir-se que os ganhos dessa atuação são expressivos tanto
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para o movimento inclusivo quanto para todos os agentes envolvidos, urge divulgar esse
trabalho e reivindicar a presença do psicólogo escolar nas instituições educacionais.
Palavras-chave: Psicologia Escolar. Educação Inclusiva. Educação Especial. Revisão
Bibliográfica.
Abstract
This research comes from discussions, carried out in the academy, about relevant practices
for inclusive education. The aim was to verify the role of the School Psychologist for the
inclusion of target audience students of Special Education. It is defined as qualitative,
exploratory, bibliographic research. To support the reflections presented, references to
School Psychology were used, in addition to legal documents, such as public policies. A
search was carried out by digital means, in journals in the area of Education and Psychology,
in productions with Qualis A2 and B1, which discuss the performance of School Psychology
in an inclusive educational context. The findings showed that the School Psychologist has a
relevant role in the inclusive process, in order to act in different spaces and levels of
schooling. The school psychologist can contribute with its practices, in the orientation of
teachers, students and the entire school community. The number of publications revealed the
need to expand and publish research. When concluding that the gains of this action are
expressive, whether for the inclusive movement, as for all the agents involved, it is urgent to
publicize this work and claim the presence of the school psychologist in educational
institutions.
Keywords: School Psychology. Inclusive Education. Special Education. Literature Review.
Resumen
Esta investigación há surgido de discusiones realizadas en la academia sobre prácticas
relevantes para la educación inclusiva. El objetivo há sido verificar la función del Psicólogo
Escolar para la inclusión de estudiantes del público objetivo en la Educación Especial. Se
define esta investigación como cualitativa, exploratoria y bibliográfica. Para apoyar las
reflexiones presentadas, se utilizaron referencias a la Psicología Escolar, además de
documentos legales, como políticas públicas. Se realizó una búsqueda por medios digitales,
en revistas de las áreas de Educación y Psicología, en producciones calificadas como Qualis
A2 y B1, que discutan el desempeño de la Psicología Escolar en un contexto educativo
inclusivo. Los hallazgos mostraron que el Psicólogo Escolar tiene una función relevante en el
proceso inclusivo, como para actuar en diferentes espacios y niveles de escolaridad. El
psicólogo escolar puede contribuir con sus prácticas, en la orientación de docentes,
estudiantes y de toda la comunidad escolar. El número de publicaciones reveló la necesidad
de ampliar y publicar las investigaciones. Al concluir que los logros de esta acción son
expresivos, ya sea para el movimiento inclusivo, como para todos los agentes involucrados,
urge dar a conocer este trabajo y reivindicar la presencia del psicólogo escolar en las
instituciones educativas.
Palabras clave: Psicología Escolar. Educación Inclusiva. Educación Especial. Revisión
Bibliográfica.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
1 Introdução
Muitas vezes, ao se pensar em escola e inclusão, vem à mente a atuação do professor
da sala regular e do educador especial, sendo que, esse último, dependendo do contexto de
referência do espaço inclusivo, possui formação específica para atuar com o público-alvo da
Educação Especial. Porém, esses não são os únicos responsáveis pela atuação nas escolas, de
forma que diferentes profissionais podem desenvolver suas ações em espaço escolar
inclusivo.
Esse trabalho multiprofissional pode contribuir para as trocas dialógicas, bem como
para a busca colaborativa por estratégias que visem o melhor para os educandos, sendo esses
com ou sem deficiência. Atualmente, com a discussão acirrada sobre a inclusão escolar, além
dos desafios para sua efetivação, problematiza-se a busca por um trabalho em equipe e a ação
de diversos agentes educacionais nas instituições de ensino (BENITEZ; DOMENICONI,
2015).
Nesta escrita, o foco da reflexão está em torno do trabalho do psicólogo dentro dos
muros da escola, compreendendo-se que o binômio saúde e educação pode andar de mãos
dadas, em prol de uma educação inclusiva mais efetiva. Para tanto, precisamos trazer a
diferenciação entre Psicologia Educacional, Psicologia da Educação e Psicologia Escolar. A
Psicologia Educacional pode ser considerada como uma subárea da Psicologia. Entende-se
que essa possui um corpus de saberes organizado e sistêmico, os quais foram produzidos e
apoiados em procedimentos definidos, sendo referentes a determinados fenômenos da
realidade e fundamentados em concepções ontológicas, epistemológicas, metodológicas e
éticas determinadas. A Psicologia da Educação deve ser entendida como uma área de
conhecimento, a qual tem como tendência a produção de saberes relacionados ao fenômeno
psicológico que se constitui no processo educativo. A Psicologia Escolar, por sua vez, é
definida pelo campo profissional, referindo-se ao processo de escolarização e tendo por objeto
a escola e as relações que aí se estabelecem. Fundamenta sua atuação nos conhecimentos
produzidos pela Psicologia da Educação, pelas demais subáreas da Psicologia e por outras
áreas de conhecimento (ANTUNES, 2008).
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Embora a atuação do psicólogo escolar tenha se modificado ao longo dos anos, ainda
apresenta algumas problemáticas, tanto no que se refere ao sistema educacional brasileiro
quanto na formação oferecida àqueles futuros profissionais da Psicologia que optarem por
atuar no campo da educação. A graduação em Psicologia é um tanto deficiente e não
contempla as especificidades presentes nos processos educacionais e no contexto escolar
(GUZZO, 2002; GUZZO, COLS, 2010).
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proximidade com a escola. Ao mesmo tempo, nos últimos vinte anos, vêm-se buscando novas
bases teórico-metodológicas que superem os modelos clínico-individuais, e que partam da
necessidade de se conhecer a realidade escolar, evidenciando-se os processos que acontecem
no dia a dia da escola e no fazer docente, a fim de articulá-los com as dimensões políticas,
sociais, institucionais e pessoais. Nesse desdobramento, almeja-se levar-se à percepção e
compreensão da escola que se tem, e não àquela que se encontra idealizada.
Tendo-se por referência que as discussões sobre inclusão podem ser consideradas
recentes, além de que a preocupação em se aproximar a saúde com a educação demonstra-se
intensificada no cenário atual, abordam-se os seguintes questionamentos: Qual é o papel do
psicólogo no espaço escolar? Em que medida o psicólogo escolar pode contribuir para a
inclusão dos alunos público-alvo da Educação Especial?
Dessa forma, o ser humano é definitivamente social, não podendo ser visto nem viver
isoladamente, pois, de alguma forma, será influenciado pela cultura ou pela sociedade nas
quais está inserido (LA TAILLE, 1992). Seguindo essa perspectiva interacionista, Wallon
(1989) compreende que o homem é um ser psíquico/social e, ainda, orgânico, já que o
pensamento da criança, e também do adulto, não é fixo, imutável e definitivo. Conforme a
fase de vida em que se encontra, as suas verdades mudam, determinando o “conflito que a
verdade nova liberte-o da antiga” (p. 505). Suas obras trazem a afetividade como sendo
determinante na construção do desenvolvimento humano, de modo que o lugar que as
emoções ocupam na fase infantil são fundamentais para a vida adulta, sendo que essas
emoções auxiliam a manter os padrões determinados pela cultura, pela sociedade e pelo meio
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
Esses questionamentos podem ser comuns aos dos leitores, sendo, por isso, que os
mesmos são tecidos e amarrados nesse texto, no intuito de contribuir nesse entendimento.
Definir um conceito fechado, talvez, não seja tão fácil, pois, conforme Barbosa e Marinho-
Araújo (2010), são diversas e divergentes as discussões sobre o papel do psicólogo dentro das
instituições de ensino, devido ao processo histórico que envolve essa atuação. Dentre essas
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vistos como diferentes ou que fugiam dos padrões impostos pela sociedade. Considera-se
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
como marco da educação inclusiva o período compreendido pela década de 90, com a
Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de
aprendizagem (UNESCO, 1990) e a Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994). Por meio da
luta das pessoas com deficiência pelos seus direitos, esses encontros/conferências resultaram
em documentos que passaram a subsidiar as ações voltadas para esse público, impulsionando
práticas inclusivas.
Após os referidos documentos, outras políticas inclusivas foram surgindo, como a Lei
de Acessibilidade, de nº 10.098, de 2000 (BRASIL, 2000); o Plano Nacional de Educação e
pelas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, de 2001 (BRASIL,
2001). Dentre esses, é preciso exaltar a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva
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legais sobre inclusão. Nessa lei, o público da Educação Especial é definido como “pessoas
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação”
(BRASIL, 2008).
Optou-se, neste momento, por trazer o conceito de cada uma dessas terminologias
conforme a legislação brasileira. Dessa forma, iniciando pelo significado de deficiência, pode
ser considerada pessoa deficiente quem “tem impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as
demais pessoas” (BRASIL, 2015, p. 1). Por conseguinte, as deficiências são classificadas em
deficiência física, deficiência mental/intelectual, deficiência auditiva, deficiência visual e
deficiência múltipla.
Ressalta-se, ainda, que outras políticas existentes não foram mencionadas, por serem
menos relevantes para o foco deste estudo. Nessa perspectiva, fica evidenciado que há um
suporte legal que “protege” os direitos daqueles considerados incluídos. Contudo, é preciso
que os textos expostos nas leis, decretos e portarias, cumpram-se cotidianamente das
instituições escolares. Para que se possa ter certeza de que está sendo efetivado na prática o
que consta na legislação, faz-se importante o desenvolvimento de pesquisas científicas que
visam a inserção e a observação desses contextos ditos inclusivos.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
atendimento a necessidades
educacionais especiais. A partir dessa
perspectiva, o objetivo deste artigo é
refletir sobre problemas relatados por
educadores que concretizam esta
política, sobretudo no que concerne às
inter-relações entre saúde e educação.
Para isso, são apresentados resultados
de uma pesquisa em que foram
entrevistadas oito professoras da rede
pública municipal de Santos (SP) que
ensinavam alunos com deficiência
e/ou transtorno global do
desenvolvimento. As entrevistas
abordam uma insuficiência de
articulação entre as duas áreas,
permanecendo a saúde na posição de
saber especializado supostamente
capaz de sanar as mazelas da
educação, o que fortalece processos
de patologização e soluções
medicalizantes, evitando, assim, o
questionamento e rearranjo de
práticas educacionais. O artigo aponta
para a necessidade de uma efetiva
colaboração entre saúde e educação,
em que ambas conservem suas
especificidades e se enriqueçam
reciprocamente.
Fonte: Autoras.
as diferenças e o respeito pelo próximo junto às crianças. Conforme verificado pelo estudo,
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
Dando continuidade à procura por material que atendesse aos critérios de análise,
trocou-se os descritores para “psicólogo e inclusão escolar”. Nesse momento, verificou-se que
havia apenas uma produção, disposta no periódico Psicologia Escolar e Educacional.
realizados testes de leitura e escrita dos alunos com autismo e deficiência intelectual.
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Conforme a escrita, o grupo que foi exposto à atuação do psicólogo apresentou melhoras,
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sendo trabalhado com uma “programação de ensino detalhada em pequenos passos, com
fornecimento de consequências imediatas para o acerto, ensino individualizado, respeitando o
ritmo de aprendizagem individual de cada estudante” (BENITEZ; DOMENICONI, 2018, p.
11). Também foi desenvolvida uma capacitação de pais e professores para a aplicação e
acompanhamento das tarefas escolares, promovida pelo psicólogo-pesquisador. Essa prática é
benéfica e as formações são o caminho pontual para mudanças no universo das instituições de
ensino, pois há, na maioria das vezes, uma marca registrada dessas experiências, ficando o
“cuidado de muitos professores em planejarem suas aulas de forma mais acessível” (LUZ,
2016, p. 103).
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inclusiva defendida
por pesquisadores e
profissionais que se
debruçam sobre esta
questão.
Título/Ano de Inclusão Escolar: o Oficinas vivenciais:
publicação Papel dos Agentes reflexões sobre direitos
Educacionais humanos de pessoas
Brasileiros (2015) com deficiências
Autores BENITEZ, P.; OLIVEIRA, A. L. de M.
DOMENICONI, C. RESENDE, M. C. de
Resumo: O processo de Considerando o aumento
inclusão escolar da atenção para a
envolve diferentes inclusão da pessoa com
agentes deficiência na sociedade,
educacionais. A torna-se fundamental
atuação conjunta para os futuros
entre tais agentes professores, ou seja, os
demonstra resultados alunos dos cursos de
promissores, em licenciatura,
relação à compreenderem como as
aprendizagem social pessoas com deficiência
e acadêmica. O percebem sua vida,
presente manuscrito ajustam-se, vivem o dia
teve como objetivo a dia e participam da
mapear estudos vida em comunidade.
brasileiros Este trabalho se propõe
publicados em a relatar as oficinas
periódicos nacionais, vivenciais do projeto
avaliados com "Vivenciando a
Qualis A1 e A2, nas Deficiência:
áreas de Psicologia e (des)educando para
Educação, que incluir", realizada junto
investigaram a a 638 alunos
atuação dos agentes matriculados na
educacionais em disciplina Psicologia da
relação à inclusão Educação, na
escolar e discutir as Universidade Federal de
principais Uberlândia (MG). As
contribuições desses oficinas foram
achados. Foram realizadas por meio da
estabelecidos quatro vivência de simulação
critérios para a das deficiências, com os
realização do participantes se
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Na mesma revista, foi encontrado o artigo “Inclusão Escolar: o Papel dos Agentes
Educacionais Brasileiros”, resultante de uma pesquisa de revisão bibliográfica sistemática em
periódicos nacionais de Qualis A1 e A2, na área de Psicologia e Educação, sobre a
importância de diferentes agentes educacionais no processo inclusivo. Os resultados
apontaram o baixo número de artigos publicados com foco na temática, incitando a
necessidade de se estudar de forma mais aprofundada a proposta. Dentre os tópicos
salientados para a inclusão, estão a formação de professores, o papel do professor em sala de
aula, condições de trabalho, formação continuada, recursos pedagógicos, a atuação do
psicólogo escolar na consultoria colaborativa com o professor e o papel do educador especial,
além da mediação da família (BENITEZ; DOMENICONI, 2015). Há uma coerência entre os
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autores que pesquisam o assunto, sendo que os fatores citados podem ser observados em
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2015, p. 517).
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Nesse sentido, tais publicações são válidas para se pensar nos mais variados níveis de
formação, respeitando as individualidades e as necessidades educacionais e pessoais nas
diferentes faixas etárias.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
A partir das práticas e estudos relatados nos artigos encontrados, observa-se a tentativa
de superar o olhar clínico e classificatório que traz a história da Psicologia Escolar
(BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). O percurso ainda demanda reflexões, mas é
preciso reconhecer os avanços que vêm sendo destacadamente constituídos nos últimos
tempos.
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6 Considerações Finais
Pesquisas sobre inclusão são sempre relevantes, tendo em vista que, apesar de não
serem recentes as discussões, ainda há muitos desafios a serem sanados quando se deseja
incluir aqueles que, por muito tempo, ficaram à margem da sociedade. Indo ao encontro dessa
perspectiva dialógica, esta escrita teve a pretensão de verificar o papel do psicólogo escolar na
inclusão de alunos público-alvo da Educação Especial.
Tendo como respaldo o contexto atual em que foi aprovada a política nacional sobre a
garantia da presença desse profissional nas escolas públicas, julgou-se pertinente ir em busca
de periódicos que abordassem o tema, utilizando-se descritores que englobassem a Psicologia
Escolar e a Educação Inclusiva até o presente momento, chegando-se ao número de nove
publicações.
Sobre o que foi apresentado nas pesquisas encontradas, afirma-se que o referido
profissional assume papel de extrema relevância nos contextos inclusivos, pois pode
contribuir de diferentes formas, seja na orientação das equipes educacionais e/ou no
desenvolvimento de todo e qualquer aluno, não apenas daquele que apresenta necessidade
educacional especial.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
Ao se deparar com poucas pesquisas, emerge o anseio por divulgar o tema e suscitar outros
leitores a quererem contribuir com tais conhecimentos. Afinal, é notória a relevância social
que a Psicologia Escolar tem para o contexto educacional, compreendendo-se que sua
contribuição está para além mesmo da inclusão.
Referências
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BRASIL. Lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, 2015.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
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LIMA, A., et al. Inclusão no ensino superior: uma proposta de ação em Psicologia Escolar.
Psicol. Esc. Educ., Maringá, v. 20 n. 1, jan./abr, 2016.
MACEDO, M. D. C. S. R. et. al. Histórico da inclusão escolar: uma discussão entre texto e
contexto. Psicol. estud., Maringá, v. 19, n. 2, abr./jun. 2014.
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Escolar e Educacional, São Paulo, v. 19, n. 3, set./dez. 2015.
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pública. Educação: Teoria e Prática. Rio Claro, v. 18, n. 31, jul./dez. 2008.
UNESCO. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades
básicas de aprendizagem. 1990.
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Atuação do psicólogo escolar na educação inclusiva
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