TJ ES 2023 (Prova Comentada Pela Equipe Mege)
TJ ES 2023 (Prova Comentada Pela Equipe Mege)
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CURSO MEGE
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Material: TJES 2023 (Prova objetiva comentada)
TJES 20231
2 2
Prova objetiva comentada
1
Conforme Gabarito Preliminar publicado em 29/08/2023
2
Prova Objetiva Seletiva – Tipo 3 - Amarela
OBSERVAÇÕES INICIAIS
A prova objetiva do TJES foi aplicada dia 27/08/2023. Assim que tivemos acesso
ao gabarito preliminar iniciamos a tradicional prova comentada do Mege, nós também
ficamos ansiosos como vocês e corremos para entregar tudo dentro do prazo recursal.
Mais uma vez, missão cumprida!
A nossa intenção neste material é auxiliar nossos alunos e seguidores na análise
da elaboração de seus recursos, além de possibilitar, em formato conclusivo, a revisão
de temas cobrados no certame e verificação de maiores chances de avanço para 2ª fase.
Na verdade, esse estudo já virou uma tradição obrigatória para todo concurseiro de
magistratura.
O material aqui apresentado trata de versão preliminar elaborada com as
finalidades informadas e concluída por nosso time específico de 1ª fase de magistratura,
sem maiores pretensões de aprofundamento ou trabalho editorial neste momento, que
é de puro apoio (e não foca na detectação de questões antecipadas em nossas várias
formas de atuação – pois o tempo é curto para tal fim).
No entanto, a nossa felicidade foi imensa ao constatarmos o quanto nosso
apoio, novamente, foi efetivo em reta final e o quanto nossos alunos do clube da
Magistratura estão bem direcionados independentemente do nível da prova a ser
aplicada. Os feedbacks de vocês enchem nosso coração de alegria! São alunos que
relatam o aumento de pontuação em 15, 20 e até 25 pontos em poucos meses ao nosso
lado. 3
O corte, neste momento, segue estimado em 73/74 acertos para ampla
concorrência. Os(as) candidatos(as) que concorrem às vagas destinadas às pessoas com
deficiência, bem como os(as) candidatos(as) que se inscreveram às vagas reservadas
aos(às) candidatos(as) negros(as), precisam acertar 60 questões para avançarem de
fase.
Os nossos professores entendem que 1 (uma) questão, em especial, está
envolvida em maior polêmica a ser apreciada (06) e, portanto, pode ter sua situação
alterada na fase recursal, o que deixa em aberto a nota de corte para outras
possibilidades.
É claro que podem ter mais questões que venham a ser anuladas ou alteradas
com o gabarito oficial (mas, como a prova foi bem elaborada, não entendemos que a
surpresa seja maior que 1 ou 2 a mais que a nossa previsão. De todo modo, levamos
esse pensamento de probabilidade no mapa mental dos caminhos indicados, que
apresentamos nas páginas seguintes.
Diante disso, em nosso sentimento, ainda é possível sonhar com a aprovação
na ampla concorrência com a nota 71 (tendo como parâmetro o corte atual em 73).
A sua maior ou menor probabilidade dependerá do aproveitamento das
questões mais polêmicas. Trata-se de mera opinião de parâmetro circunstancial de tudo
que temos de informação neste momento.
Em cotas, deve-se analisar o desempenho nas questões que apontamos com
maior probabilidade de mudança, portanto, notas como 58/59 passam a ter chances.
Em nossa experiência, constatamos um parâmetro de que a cada 2 (duas)
questões anuladas a pontuação oficial de corte aumenta em 1 (um) ponto. Essa dica
deve seguir como norte para definição de maiores chances de avanço no certame. Não
temos como cravar quantas questões efetivamente serão afetadas, mas guardem esta
informação de parâmetro para verificarem suas chances reais!
Aos alunos da turma do Mege para o TJES, pedimos que não deixem de reler os
conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será
importante nos próximos desafios e também para a 2ª fase do concurso. Aos que
prosseguirão, já tivemos caso de uma prova discursiva inteira tratada nas rodadas da
turma de reta final para prova objetiva. Isso ocorreu no TJAP, e se repete em
praticamente todo TJ (boa parte da prova discursiva já é tratada desde o estudo para 1ª
fase com o Mege).
Como perceberam, o estudo em sprint final sempre é revertido em pontos
decisivos. As turmas de reta final são um sucesso desde nossa primeira edição. O
trabalho de pesquisa faz a diferença!
É importante mencionar que o Clube da Magistratura também é extremamente
valioso para qualquer nível de prova para carreira (especialmente por tratar de um edital
completo ao longo de 1 ano – e aqui falamos, sem qualquer receio, em todas as fases).
Não fizemos maiores apontamentos sobre sua produção neste material, sobretudo pelo
curto tempo de comparativo temático entre a sua produção e as questões de prova.
No entanto, diante da imensa produção do clube da magistratura, dificilmente
uma prova da carreira apresenta questão que fuja de nossos olhos e produções
(inclusive em Humanística). Com a atualização constante de nossos materiais, as 4
questões aqui tratadas já entram em rota de menção em nossos próximos materiais.
Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é possível evoluir mesmo
em menor prazo. Portanto, ainda há tempo de evoluir para os próximos desafios!
É válido citar que, neste momento, estamos com inscrições abertas para a
turma de reta final para o TJGO (e, a partir de agora, também focaremos no TJPR).
Aos colegas que não estão dentro dessas faixas, indicamos, conforme o caso,
entrar imediatamente no Clube da Magistratura (turma 2023.2). Nossa turma mais
completa para quem se prepara para carreira (inclusive assinante premium ganha
acesso a todas as retas finais de magistratura que atuamos).
Se você presta concursos de magistratura em outros estados, o Clube da
Magistratura conta com tudo que você precisa para preparação em todas as fases do
concurso.
Desde o estudo da lei comentada até correções de provas de 2ª fase de forma
personalizada; e até mesmo a opção de acompanhamento personalizado.
Vale a pena conferir!
Por fim, vale ressaltar que já estamos com inscrições abertas para as turmas de
2ª fase voltadas TJES (onde contaremos com 2 opções: com e sem correções de provas
personalizadas) focada em uma preparação completa para este desafio.
O estudo de sentenças e discursivas (aqui inclusa ainda uma abordagem ampla
para Humanística específica), a experiência de redigir e ter correções de provas
manuscritas, tudo devidamente alinhado ao seu desafio no melhor nível. Uma equipe
que conta com ex-examinadores em correções e um time focado em turmas de 2ª fase
de magistratura desde 2015.
As inscrições já estão abertas em nosso site e você ainda poderá utilizar o os
cupons indicados (caso seja ex-aluno) para garantir sua vaga com 10% de desconto no
carrinho de compra!
Os links para inscrição nas turmas de 2ª fase seguem conforme abaixo (em
promoção de lançamento):
Agora é com vocês, vamos para análise de tudo que caiu na objetiva do TJES.
Seguiremos firmes em um trabalho realmente específico também para 2ª fase deste
desafio!
Após os resultados de TJMA (216 aprovados, 83% da lista) e TJSC (13
aprovados, 81% da lista), nossos alunos somam 1889 aprovações em MAGISTRATURA
ESTADUAL. Líder absoluto em sonhos realizados para quem sonha em ser Juiz ou Juíza
de Direito.
Vamos firmes em busca de novos sonhos realizados.
Bons estudos!
Arnaldo Bruno Oliveira3
Equipe Mege
3
Insta: @prof.arnaldobruno (fiquem à vontade para o envio de mensagens sobre o Mege).
SUMÁRIO
7
BLOCO I: Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito do
Consumidor, Direito da Criança e do Adolescente
1. Quanto aos ausentes e seus bens, de acordo com o Código Civil, é CORRETO afirmar
que:
(A) o cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por
mais de três anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador;
(C) antes da partilha, não pode o juiz ordenar a conversão dos bens móveis, sujeitos a
deterioração ou a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União;
(D) os imóveis do ausente não poderão ser desapropriados nem hipotecados, salvo após
a partilha, quando terão de volta o status da disponibilidade;
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
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(A) não há direito de preferência entre João, Paulo e Pedro, sendo que aquele que
oferecer a maior quantia poderá ficar com a parte de Maria;
(B) há direito de preferência entre João, Paulo e Pedro, sendo que, no caso, preferirá,
em um primeiro momento, o condômino que tiver o maior quinhão;
(C) há direito de preferência entre João, Paulo e Pedro, sendo que, no caso, preferirá,
em um primeiro momento, o condômino que tiver o maior número de benfeitorias
realizadas;
(D) há direito de preferência entre João, Paulo e Pedro, sendo que, no caso, preferirá, 9
em um primeiro momento, o condômino que oferecer a maior quantia;
(E) há direito de preferência entre João, Paulo e Pedro, sendo que, no caso de todos os
condôminos terem interesse, a parte a ser alienada será sempre dividida entre eles de
forma equânime.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) Valentina não tem legitimidade para o pleito, porque não era nascida quando do
inventário nem quando da abertura da sucessão;
(C) Fátima, viúva, que, no inventário, só teve direito à meação, não está sujeita à pena
de sonegados, mesmo que tenha realmente ocultado bens;
(D) a mera ocultação de bens traz ínsita a presunção de dolo, de modo que será
necessária anterior interpelação ou alguma comprovação específica;
(E) somente se algum herdeiro trouxe à tona a matéria no curso do inventário terá
cabimento a ação de sonegados, caso contrário, já precluiu a oportunidade de trazer os
10
bens à colação.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Por unanimidade, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
definiu como marco inicial para contagem do prazo prescricional de uma ação de
sonegados a data do trânsito em julgado da decisão de mérito que estabeleceu que o
imóvel em disputa não pertencia exclusivamente ao suposto sonegador. Com base na
teoria da actio nata, o colegiado entendeu que essa era a única data na qual se podia
afirmar, com segurança, que a parte prejudicada teve ciência inequívoca da lesão ao seu
direito (REsp 1.698.732).
Segundo a relatora, ministra Nancy Andrighi, a prescrição da pretensão de sonegados
deve ser examinada sob a ótica da teoria da actio nata em sua vertente subjetiva, que
se relaciona com o momento em que a violação de direito – em sua existência, extensão
e autoria – passa a ser do conhecimento inequívoco da parte prejudicada.
Demais a mais, decidiu o STJ que a prescrição da ação de sonegados, de dez anos, conta-
se a partir do encerramento do inventário, pois, até essa data, podem ocorrer novas
declarações, trazendo-se bens a inventariar (AgInt nos EDcl no AREsp 1591559).
(C) CORRETA. Chama-se colação o ato pelo qual o descendente, cônjuge ou
companheiro beneficiado pela transferência gratuita feita pelo de cujus, em vida,
promove o retorno da coisa, ou do seu valor, excepcionalmente, ao monte partível, para
garantir a igualdade de quinhões entre os herdeiros necessários (CC, art. 2002).
De acordo com o STJ, a colação possui como finalidade equalizar as legítimas dos
herdeiros necessários, de modo que a pena de sonegados é inaplicável à meação
pertencente à viúva não herdeira (REsp. 1.567.276).
A propósito disso, destacamos:
Código Civil:
Art. 1.992. O herdeiro que sonegar bens da herança, não os descrevendo no
inventário quando estejam em seu poder, ou, com o seu conhecimento, no
de outrem, ou que os omitir na colação, a que os deva levar, ou que deixar de
restituí-los, perderá o direito que sobre eles lhe cabia.
(D) INCORRETA. Segundo o STJ, é possível aplicar a pena de perdimento da herança aos
herdeiros, ainda que estes não tenham sido interpelados pessoalmente, quando
comprovados o conhecimento acerca da ocultação de bens da herança e o dolo
existente na conduta de sonegação desses bens (EDcl no REsp 1.567.276).
(E) INCORRETA. Vide comentários alternativa B. 11
_______________________________________________________________________
(A) o registro civil de pessoas naturais funcionará todos os dias, com exceção dos
feriados nacionais;
(E) o contrato de locação poderá ser averbado no Registro de Imóveis, para fins de
direito de preferência.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Lei Federal nº 6.015/1973:
Art. 8º O serviço começará e terminará às mesmas horas em todos os dias
úteis.
Parágrafo único. O registro civil de pessoas naturais funcionará todos os dias,
sem exceção.
(D) INCORRETA.
Art. 236 - Nenhum registro poderá ser feito sem que o imóvel a que se referir
esteja matriculado.
Art. 237 - Ainda que o imóvel esteja matriculado, não se fará registro que
dependa da apresentação de título anterior, a fim de que se preserve a
continuidade do registro.
______________________________________________________________________
(A) não terá êxito, já que, de acordo com os fatos narrados, o prazo mínimo para
usucapião seria de quinze anos, e o prazo que o bem restou em sua posse limita-se a
seis anos;
(B) não terá êxito, já que, no caso, a existência de contrato de arrendamento mercantil
impede a aquisição pela usucapião, tendo em vista a precariedade da posse recebida e
exercida, independentemente do prazo;
(C) terá êxito, já que as parcelas não pagas do carro estariam prescritas, possibilitando
o transcurso de prazo necessário para configurar a usucapião extraordinária;
(D) não terá êxito, já que o prazo para reaver e/ou cobrar pelo bem é o prazo geral do
Código Civil, ou seja, de dez anos. Além disso, sua posse não pode ser somada à de seu
antecessor, pois não se trata de bem imóvel;
(E) terá êxito, já que bastava estar na posse do bem por três anos para adquiri-lo por
usucapião, independentemente da qualidade de sua posse.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS 13
(A) INCORRETA. Vide comentários alternativa “C”.
(B) INCORRETA. Vide comentários alternativa “C”.
(C) CORRETA. O STJ possui entendimento de que a existência de contrato de
arrendamento mercantil do bem móvel impede a aquisição de sua propriedade pela
usucapião, contudo, verificada a prescrição da dívida, inexiste óbice legal para
prescrição aquisitiva (REsp 1.528.626).
No mais, segundo o art. 1.261 do CC/02: Se a posse da coisa móvel se prolongar por
cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou boa-fé.
(D) INCORRETA. Vide comentários alternativa “C”.
(E) INCORRETA. Vide comentários alternativa “C”.
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(B) a tese sustentada pelo advogado, na inicial, no sentido de que o agente deveria
responder pela morte, está calcada na teoria do resultado mais grave (thin skull rule),
que não tem previsão no ordenamento civil positivo;
(E) para que o pai de Pedrinho, que não morava com a criança, postule danos morais,
deve comprovar seu vínculo afetivo que, nessas circunstâncias, não se presume.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B 14
COMENTÁRIOS
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
i) negativa de indenização securitária por invalidez permanente: cunho subjetivo, nos
termos do enunciado de súmula n. 573 do STJ: “Nas ações de indenização decorrente
de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez, para fins de
contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de
invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte
comprovado na fase de instrução” (REsp 1.388.030).
ii) inadimplemento contratual: aqui temos um viés objetivo, nos termos do entende o
STJ: "na responsabilidade contratual, em regra, o termo inicial da contagem dos prazos
de prescrição encontra-se na lesão ao direito, da qual decorre o nascimento da
pretensão, que traz em seu bojo a possibilidade de exigência do direito subjetivo
violado, nos termos do disposto no art. 189 do Código Civil, consagrando a tese da actio
nata no ordenamento jurídico pátrio” (REsp 1.354.348/RS).
iii) petição de herança quando for incerta a paternidade: Se vislumbra o viés objetivo,
conforme entendimento do STJ: “A Segunda Seção concluiu que o prazo prescricional
para propor ação de petição de herança é contado da abertura da sucessão, aplicada a
corrente objetiva acerca do princípio da actio nata (artigos 177 do Código Civil de 1916
e 189 do Código Civil de 2002)”.
16
(B) INCORRETA. Vide comentários item A.
(C) INCORRETA. Vide comentários item A.
(D) INCORRETA. Vide comentários item A.
(E) INCORRETA. Vide comentários item A.
_______________________________________________________________________
(A) José tem a obrigação de contribuir. O muro vai demarcar a divisão com sua
propriedade, sendo sua obrigação custear metade;
(B) José não tem a obrigação de contribuir. João até pode construir o muro, mas às suas
expensas;
(C) José tem a obrigação de contribuir. Mas, caso não o faça durante a obra, João não
terá direito a ressarcimento após ela concluída;
(D) João não pode construir o muro divisório sem a autorização de José;
(E) José não tem a obrigação de contribuir durante a obra, sendo direito potestativo seu
custear ou não o muro divisório. João não terá direto a ressarcimento após o muro
pronto.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
9. Dr. Teotônio é contratado pelo condomínio Paz Maravilhosa para cobrar as cotas
condominiais do morador do apartamento 202, Cássio.
Quando estava prestes a vencer a quarta prestação, Cássio, que nunca pagou nenhuma
delas, aliena o imóvel a Armínio.
(B) será responsável apenas pelas parcelas vencidas após a alienação, por se tratar de
obrigação ambulatória (propter rem), mas poderá se beneficiar do acordo de
parcelamento;
(C) será responsável pelas parcelas vencidas após a alienação, por se tratar de obrigação
ambulatória (proter rem), mas não poderá se beneficiar do acordo que, para si, é
considerado res inter alios acta;
(D) será responsável por todas as parcelas, inclusive aquelas vencidas antes da
alienação, por se tratar de obrigação ambulatória (propter rem), e não poderá se
beneficiar do acordo que, para si, é considerado res inter alios acta;
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
18
(A) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(B) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(C) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(D) INCORRETA. Vide comentários item “E”.
(E) CORRETA. Registre-se, inicialmente, que as obrigações dos condôminos perante o
condomínio são ordinariamente qualificadas como ambulatórias (propter rem), de
modo que, decorrendo as respectivas prestações da mera titularidade do direito real
sobre o imóvel, incidirão sobre a coisa e irão acompanhá-la em todas as suas mutações
subjetivas. Essa, aliás, é a compreensão que se extrai da leitura do art. 1.345 do CC/2002:
“o adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em relação ao
condomínio, inclusive multas e juros moratórios”. Assim, a obrigação de pagar os
débitos em relação ao condomínio se transmite automaticamente, isso é, ainda que não
seja essa a intenção do alienante e mesmo que o adquirente não queira assumi-la. O
sentido dessa norma é, por certo, fazer prevalecer o interesse da coletividade,
permitindo que o condomínio receba, a despeito da transferência de titularidade do
direito real sobre o imóvel, as despesas indispensáveis e inadiáveis à manutenção da
coisa comum, impondo ao adquirente, para tanto, a responsabilidade, inclusive, pelas
cotas condominiais vencidas em período anterior à aquisição. Daí se conclui que a
obrigação de pagar as verbas de sucumbência, ainda que sejam elas decorrentes de
sentença proferida em ação de cobrança de cotas condominiais, não pode ser
qualificada como ambulatória (propter rem) e, portanto, não pode ser exigida do novo
proprietário do imóvel sobre o qual recai o débito condominial. Em primeiro lugar,
porque tal obrigação não está expressamente elencada no rol do art. 1.345 do CC/2002,
até mesmo por não se prestar ao custeio de despesas indispensáveis e inadiáveis à
manutenção da coisa comum. Em segundo lugar, porque, no que tange aos honorários
de sucumbência, esta Corte, à luz do que dispõe o art. 23 do Estatuto da OAB, consolidou
o entendimento de que constituem direito autônomo do advogado, de natureza
remuneratória. Trata-se, portanto, de dívida da parte vencida frente ao advogado da
parte vencedora, totalmente desvinculada da relação jurídica estabelecida entre as
partes da demanda (REsp 1.786.311-PR).
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10. Maria, com 21 anos de idade, e João, com 65 anos, casaram-se em 2017, sem pacto
antenupcial quanto a regime de bens. Foram morar em uma casa do pai de João, para
que não precisassem pagar aluguel. João, a partir dessa data, inicia uma poupança,
guardando praticamente todo o seu salário, já que Maria pagava as pequenas contas da
casa, água, luz e gás, e eles realizavam as refeições na casa do pai de João, que já tinha
85 anos, sendo que sua cuidadora preparava almoço e jantar todos os dias. Em 2019,
João, utilizando-se de sua poupança, compra um apartamento, no qual o casal passa a
residir e decorar com esmero. Entretanto, nem tudo são flores. João, que sempre foi
ciumento, passa a ficar ainda mais, já que, com o desgaste da relação e a empolgação
da casa nova, Maria passa a lhe dar menos atenção, saindo quase todas as tardes para
visitar lojas de móveis e de decoração. João começa a proibi-la de sair, o que gera mais
briga e desgaste, culminando em uma forte agressão perpetrada por João contra Maria,
levando-a ao hospital em estado grave, onde permanece na unidade de terapia intensiva
por cinco dias. Ao sair, Maria procura um advogado, que requer e consegue, a seu favor, 19
uma medida protetiva de urgência, afastando João do lar e o impedindo de se aproximar
a mais de metro e meio dela. João, por sua vez, requer que Maria lhe pague aluguel, já
que está impedido de usar o imóvel que comprou, não achando justo ela morar lá
sozinha.
Com base no Código Civil, bem como na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
é CORRETO afirmar que João:
(A) terá êxito. O apartamento lhe pertence, já que se casou com 65 anos, fazendo com
que, automaticamente, o regime de bens seja o da separação legal. Além disso, pode
provar que o aporte financeiro para compra do imóvel teve origem em seus próprios
recursos;
(B) terá êxito. O apartamento lhe pertence. Independentemente do regime de bens, tem
como provar que o aporte financeiro para compra do imóvel teve origem em seus
próprios recursos;
(C) não terá êxito. O apartamento pertence ao casal, já que o regime de bens é o da
comunhão parcial. Portanto, Maria usa do bem em nome próprio, o que impede o
arbitramento de aluguel, sob pena de configurar o instituto da confusão;
(D) não terá êxito. O apartamento pertence ao casal, já que o regime de bens é o da
comunhão parcial. O uso exclusivo do bem, por conta de violência doméstica, afasta a
possibilidade de arbitramento do aluguel em favor daquele impedido de usar;
(E) terá êxito. O apartamento pertence ao casal, já que o regime de bens é o da
comunhão parcial. Maria, no caso, ao usar exclusivamente o bem, deve pagar a metade
do aluguel a João, independentemente da razão pela qual ele não o utiliza.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
11. Sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), é CORRETO
afirmar que:
(A) o tratamento de dados pessoais sensíveis somente poderá ocorrer quando o seu
titular autorizar;
(B) poderá ser considerado dado pessoal aquele utilizado para formação do perfil
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada;
(C) é sempre vedado ao poder público transferir a entidades privadas dados pessoais
constantes de bases de dados a que tenha acesso;
21
(D) o operador é o responsável por indicar o encarregado pelo tratamento de dados
pessoais, cuja identidade e informações de contato deverão ser públicas;
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) CORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) INCORRETA.
(E) INCORRETA.
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12. Aquele que se apossa de coisa alheia, antes do prazo de usucapião, poderá:
(A) empenhá-la;
(B) hipotecá-la;
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
13. Paulo e Maria eram namorados quando o primeiro recebeu um convite para
trabalhar na Polônia e para lá seguiu sozinho, em agosto de 2013. Após a conclusão de
seu curso de graduação, e com a intenção de cursar a língua inglesa, Maria também foi
para a Polônia, em janeiro de 2014. Maria ainda cursou um mestrado, na área de sua
atuação profissional, uma das razões para sua permanência no exterior. A partir de
então e durante todo aquele período, passaram a coabitar. Em outubro de 2014, ante o
inegável fortalecimento da relação, Paulo e Maria ficaram noivos, oportunidade em que
Paulo escreveu à mãe de Maria: “Estamos nós dois apostando no nosso futuro, na nossa
vida...”.
Em 2017, antes do casamento com Maria, Paulo falece. Maria e Ksenia se apresentam
ao órgão previdenciário como suas companheiras.
(B) a concomitância de duas uniões estáveis, a gerar direitos apenas para a primeira
companheira;
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
23
(C) se o locador comprovar que o imóvel de José está hipotecado para outro credor,
cessará a proteção ao bem de família, por força da disposição do próprio beneficiário
que dela abriu mão;
(E) é nula a fiança prestada por José, mesmo com representação por seu pai, por falta
de autorização judicial.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CPC, art. 1031, § 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o
26
recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e
remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal.
(B) INCORRETA.
CPC, art. 1031, § 2º Se o relator do recurso especial considerar prejudicial o
recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, sobrestará o julgamento e
remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal.
(C) CORRETA.
CPC, art. 1035, § 4º O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral,
a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
(D) INCORRETA.
CPC, art. 1031, § 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos
serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do recurso
extraordinário, se este não estiver prejudicado.
(E) INCORRETA.
CPC, art. 1034, Parágrafo único. Admitido o recurso extraordinário ou o
recurso especial por um fundamento, devolve-se ao tribunal superior o
conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo
impugnado.
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16. Antônio ajuizou ação com o escopo de ver declarada a usucapião de determinada
unidade autônoma de prédio em condomínio, em relação à qual alega exercer a posse
por lapso temporal superior a vinte anos.
Tendo Antônio argumentado que a sua inicial não padecia de nenhum defeito, o juiz
acabou por indeferi-la, extinguindo o feito sem resolução do mérito. Inconformado, o
demandante interpôs recurso de apelação.
É CORRETO afirmar, nesse cenário, que o recurso interposto pela parte autora:
(A) comporta juízo de retratação, que, não sendo exercido, ensejará a remessa dos autos
ao órgão ad quem, o qual deverá dar provimento ao apelo;
(B) não comporta juízo de retratação, o que ensejará a remessa dos autos ao órgão ad
quem, o qual deverá dar provimento ao apelo;
(C) comporta juízo de retratação, que, não sendo exercido, ensejará a remessa dos autos
ao órgão ad quem, o qual deverá negar provimento ao apelo;
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(D) não comporta juízo de retratação, o que ensejará a remessa dos autos ao órgão ad
quem, o qual deverá negar provimento ao apelo;
(E) comporta juízo de retratação, que, não sendo exercido, ensejará a remessa dos autos
ao órgão ad quem, o qual não deverá conhecer do apelo, por falta de previsão legal.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
De acordo com o art. 321 do CPC, o juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche
os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias,
a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado.
Indeferida a petição inicial por inépcia, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo
de 5 (cinco) dias, retratar-se (art. 331 do CPC).
Ademais, na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente,
exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em
que tal citação é dispensada (art. 246, §3º, do CPC), de modo que o recurso interposto
pela parte autora deverá ser provido.
_______________________________________________________________________
(A) pode ser concedida liminarmente quando as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e ficar caracterizado o abuso do direito de
defesa da parte;
(C) pode ser concedida liminarmente quando a petição inicial for instruída com prova
documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável;
(D) pode ser requerida em caráter antecedente, quando a urgência for contemporânea
à propositura da ação;
_______________________________________________________________________ 28
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CPC, Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
(B) INCORRETA.
CPC, Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
(C) INCORRETA.
CPC Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da
demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo,
quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito
protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente
e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula
vinculante;
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 29
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos
constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de
gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS 30
_______________________________________________________________________
(A) o exequente pode ajuizar execução por título extrajudicial no local em que ocorreu
o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado;
(C) a ação possessória imobiliária será proposta no foro de domicílio do réu ou no foro
da situação da coisa;
(D) a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu próprio domicílio, que
possui competência absoluta;
(E) o autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras
e de nunciação de obra nova.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA.
CPC, Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada
perante o juízo competente, observando-se o seguinte:
(...)
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato
ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais
resida o executado.
(B) INCORRETA.
CPC, art. 381, § 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo
do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu. 31
(C) INCORRETA.
CPC, art. 47, § 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de
situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
(D) INCORRETA
CPC, Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de
domicílio de seu representante ou assistente.
(E) INCORRETA.
CPC, art. 47, § 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo
foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
_______________________________________________________________________
(A) a decisão judicial transitada em julgado pode ser submetida a protesto por parte do
credor a partir da data do trânsito em julgado, independentemente do transcurso do
prazo para pagamento da condenação;
(B) a decisão judicial transitada em julgado pode ser submetida a protesto, devendo o
credor apresentar cópia da decisão perante o cartório de registro imobiliário,
independentemente do trânsito em julgado ou de ordem judicial;
(C) em caso de protesto de decisão judicial transitada em julgado, se o executado ajuizar
ação rescisória para desconstituir o título judicial, poderá requerer, a suas expensas e
sob sua responsabilidade, a anotação da propositura da ação à margem do título
protestado;
(D) para fins de protesto, a certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de
cinco dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o número
do processo, o objeto da ação, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para
pagamento voluntário;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
A solução do caso perpassa tão somente pela análise do art. 517 do CPC:
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a
protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento
32
voluntário previsto no art. 523.
§ 1º Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de
teor da decisão.
§ 2º A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três)
dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o
número do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para
pagamento voluntário.
§ 3º O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão
exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a
anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4º A requerimento do executado, o protesto será cancelado por
determinação do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de
3 (três) dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que
comprovada a satisfação integral da obrigação.
Desse modo, o gabarito é a letra C, diante da previsão do §3º do art. 517 do CPC.
_______________________________________________________________________
(A) o Ministério Público poderá assumir o seu polo ativo na hipótese de abandono da
causa pelo autor original, mas não se este desistir da ação;
(D) o autor tem legitimidade para manejar recurso de apelação, mas não qualquer outro
cidadão, devendo o juiz da causa, na hipótese de sua interposição, negar-lhe
seguimento;
(E) a sentença que julgar procedente o pedido está sujeita ao duplo grau de jurisdição
obrigatório.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(D) INCORRETA.
Art. 19, § 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e
suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o
Ministério Público.
(E) INCORRETA.
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação
está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois
de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá
apelação, com efeito suspensivo.
_______________________________________________________________________
22. O Estado do Espírito Santo possuía contrato com a empresa ABC, que prestava
serviços de informática e tecnologia para o setor de inteligência do governo. O
instrumento previa, entre outras coisas, a convenção de arbitragem. Diante do
inadimplemento de uma das cláusulas contratuais por parte da empresa, foi ajuizada
uma ação judicial pelo Estado do Espírito Santo. Em sede de contestação, a empresa ABC
arguiu, preliminarmente, a existência de convenção de arbitragem, requerendo a
extinção do processo.
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Conforme cediço, na forma do art. 1015, III, do CPC, cabe agravo de instrumento contra
as decisões interlocutórias que versarem sobre rejeição da alegação de convenção de
arbitragem, não cabendo a discussão da questão, portanto, em preliminar de apelação,
diante da preclusão na hipótese de ausência de impugnação.
Se for o caso de acolhimento da incompetência da Justiça Estatal, o Juiz extinguirá o
processo sem resolução de mérito. Contra tal sentença, caberá recurso de apelação sem
efeito suspensivo (art. 1012, §1º, IV, do CPC).
Registre-se que, se for o caso de se buscar a atribuição de efeito suspensivo, deve o
recorrente se valer do disposto no §3º do art. 1012 do CPC:
“§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º
poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-
la;
II - relator, se já distribuída a apelação.”
Ademais, segundo entendimento do STJ, “o cabimento de mandado de
segurança contra decisão judicial é admitido somente de forma excepcional, quando se
tratar de ato manifestamente ilegal e/ou teratológico, não sendo a hipótese dos autos,
na qual há mera inconformidade com o resultado do julgado que lhe foi negativo, sendo
utilizado o mandado de segurança, portanto, indevidamente como um sucedâneo
recursal” (AgInt no MS 28890 / DF, DJe 14/08/2023).
_______________________________________________________________________
23. Márcio e Renata são casados em comunhão parcial de bens. A empresa de Márcio
enfrentou grave crise financeira no período da pandemia e passou a figurar como ré em
algumas ações judiciais. Em uma das demandas, foi instaurado o Incidente de
Desconsideração da Personalidade Jurídica, tendo sido acolhido o pedido para incluir
Márcio no polo passivo da ação, em fase de cumprimento de sentença. Após o ingresso
de Márcio, considerando a ausência de pagamento espontâneo da condenação, houve
a penhora de um dos imóveis registrados em nome de Márcio na constância do
casamento com Renata, que não se tratava de bem de família do casal.
(A) por não se tratar de bem de família, basta a intimação de Márcio, na pessoa de seu
advogado ou da sociedade de advogados a que o causídico pertença, sem necessidade
da intimação de Renata;
(B) a penhora não pode alcançar bens adquiridos por Márcio na constância do
casamento com Renata, por ser a dívida anterior ao matrimônio;
35
(C) por se tratar de penhora de bem imóvel, Márcio deve ser intimado pessoalmente
sobre a penhora de seu bem, ainda que possua advogado constituído nos autos, sob
pena de nulidade;
(D) a intimação de Renata não se afigura necessária, pois, em discussão sobre penhora
de imóvel de um dos cônjuges, o outro cônjuge figura como litisconsorte facultativo;
(E) por se tratar de penhora de imóvel, Renata deve ser intimada, pois é casada em
regime de comunhão parcial de bens com Márcio.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CPC, Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre
imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem
casados em regime de separação absoluta de bens.
CPC, Art. 889. Serão cientificados da alienação judicial, com pelo menos 5
(cinco) dias de antecedência:
(...)
II - o coproprietário de bem indivisível do qual tenha sido penhorada fração
ideal;
(B) INCORRETA. Não há qualquer óbice à penhora de bens imóveis, desde que
respeitado o teor do art. 843 do CPC:
CPC, Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à
quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre
o produto da alienação do bem.
§ 1º É reservada ao coproprietário ou ao cônjuge não executado a preferência
na arrematação do bem em igualdade de condições.
§ 2º Não será levada a efeito expropriação por preço inferior ao da avaliação
na qual o valor auferido seja incapaz de garantir, ao coproprietário ou ao
cônjuge alheio à execução, o correspondente à sua quota-parte calculado
sobre o valor da avaliação.
(C) INCORRETA.
CPC, Art. 841. Formalizada a penhora por qualquer dos meios legais, dela será
imediatamente intimado o executado.
§ 1º A intimação da penhora será feita ao advogado do executado ou à
sociedade de advogados a que aquele pertença.
§ 2º Se não houver constituído advogado nos autos, o executado será
intimado pessoalmente, de preferência por via postal.
(D) INCORRETA.
CPC, Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre
imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem
casados em regime de separação absoluta de bens.
36
(E) CORRETA.
CPC, Art. 842. Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre
imóvel, será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem
casados em regime de separação absoluta de bens.
_______________________________________________________________________
24. Depois de transitar em julgado sentença que havia condenado Luiz, réu revel, ao
cumprimento de obrigação de pagar uma soma em dinheiro, Paulo, o autor da ação,
deflagrou a fase procedimental do cumprimento de sentença.
(E) não lhe poderá atribuir efeito suspensivo, diante de vedação legal nesse sentido.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
CPC, Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado,
independentemente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios
autos, sua impugnação.
§ 1º Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo
correu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes 37
à sentença.
§ 4º Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução,
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de
imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado de seu cálculo.
§ 5º Na hipótese do § 4º, não apontado o valor correto ou não apresentado
o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso
de execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação
será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de
execução.
_______________________________________________________________________
25. A parte X ajuíza ação rescisória em face de Y, visando à rescisão da decisão judicial
que, nos autos de ação monitória, deferiu a expedição de mandado de pagamento. Vale
registrar que, nos autos da ação monitória, a parte X não efetuou o pagamento,
tampouco ofereceu embargos monitórios. No bojo da ação rescisória, a parte X
requereu apenas a rescisão da decisão, sem cumular o pedido de novo julgamento do
processo, e baseou seu pedido em erro de fato verificável do exame dos autos,
pugnando pela produção das provas pertinentes para comprovar os fatos constitutivos
de seu direito.
(A) não cabe a rescisão de decisão judicial que defere a expedição de mandado de
pagamento em ação monitória, em qualquer hipótese, pois a respectiva decisão não faz
coisa julgada material;
(B) é requisito da petição inicial da ação rescisória a cumulação do pedido de rescisão
com novo julgamento, em qualquer hipótese, sob pena de indeferimento liminar da
inicial;
(E) se o relator da ação rescisória constatar que o pedido formulado na petição inicial
esbarra em enunciado de súmula do Superior Tribunal de Justiça, deverá determinar a
citação do réu, pois não se aplica à ação rescisória a improcedência liminar do pedido.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CPC, Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição
38
de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de
obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze)
dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco
por cento do valor atribuído à causa.
§ 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o
mandado no prazo.
§ 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial,
independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento
e não apresentados os embargos previstos no art. 702 , observando-se, no
que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial .
§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a
hipótese do § 2º.
(B) INCORRETA
CPC, Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos
essenciais do art. 319, devendo o autor:
I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do
processo;
(C) INCORRETA.
Art. 966, § 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato
inexistente ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido,
sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto
controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
(D) CORRETA.
CPC, Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o
relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão
rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos
autos.
(E) INCORRETA.
CPC, art. 968, § 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332 do CPC,
que trata da improcedência liminar do pedido.
_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(E) o impetrante poderá interpor recurso ordinário para alvejar acórdão confirmatório
da sentença denegatória da segurança.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(D) INCORRETA.
Lei MS, Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre
que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica
sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade,
seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
CPC, Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento
de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária
envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem
repetição em múltiplos processos.
(B) CORRETA.
CPC, Art. 976, § 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá
obrigatoriamente no incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de
desistência ou de abandono.
(C) INCORRETA.
CPC, Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo
mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos legitimados 42
mencionados no art. 977, inciso III .
(D) INCORRETA.
CPC, Art. 947, § 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante
questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a
composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
(E) INCORRETA.
Art. 976, § 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas
repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissibilidade
não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente
suscitado.
_______________________________________________________________________
29. Marilena, cuja gravidez era de risco, deu entrada em estado grave na emergência da
obstetrícia do Hospital Papa São Pancrácio IX. Devido à superlotação do setor, não houve
disponibilização de sala de cirurgia em tempo adequado e, em razão disso, ocorreu o
óbito do feto no útero materno. Tais fatos são incontroversos.
(A) a responsabilidade civil pelo óbito do feto no útero materno de Marilena é pessoal
e exclusiva do obstetra, sendo aferida mediante a comprovação de sua culpa, por ser
ele profissional liberal;
(C) a responsabilidade civil perante Marilena é exclusiva do hospital, não por fato de
terceiro, mas sim por fato próprio, pois está configurado o nexo de causalidade entre
sua conduta – má prestação de serviço pela demora para disponibilizar a sala de cirurgia
– e o dano causado;
(D) o óbito do feto não pode ser imputado nem ao hospital, diante do adequado
fornecimento de recursos materiais e humanos à paciente, nem ao médico, pois a
gravidez de Marilena era de risco, portanto, o pedido deve ser julgado improcedente;
(E) há culpa concorrente por parte do hospital e do médico, pois o primeiro não
disponibilizou a sala de cirurgia a tempo, e o segundo provocou o óbito do feto por culpa
43
profissional, de forma que ambos respondem solidariamente perante Marilena.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
O assunto da questão foi tratado no material da turma de Reta Final e na aula revisão.
Observe que o enunciado diz que os fatos são incontroversos e que o óbito do feto no
útero materno decorreu da demora na disponibilização de sala de cirurgia. O hospital é
que alegou o óbito teria decorrido de ato técnico praticado de forma defeituosa pelo
obstetra.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
O assunto da questão foi tratado no material da turma de Reta Final e na aula revisão.
Cumpre saber a quem compete comunicar, por escrito, ao consumidor sobre a abertura
45
de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo a seu respeito.
Essa responsabilidade é do órgão mantenedor do banco de dados (ex.: SPC, SERASA) ou
do credor-fornecedor? Do órgão mantenedor!
Súmula 359 do STJ. Cabe ao órgão mantenedor do Cadastro de Proteção ao Crédito a
notificação do devedor antes de proceder à inscrição.
A notificação, além de ser prévia e por escrito, precisa ser acompanhada de prova de
efetiva notificação do devedor (ex.: aviso de recebimento)? Não! A questão também já
foi pacificada pelo STJ.
(B) nas sociedades integrantes de grupo societário sob controle comum, o acionista ou
sócio controlador, os gerentes e os administradores podem ser responsabilizados por
atos da pessoa jurídica, por ordem do juiz, a pedido do consumidor;
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA. Não há qualquer previsão legal neste sentido. Ademais, mister anotar
que a assertiva prevê a possível responsabilização de gerentes e administradores (não
sócios). A aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica no CDC,
porém, não alberga atingir essas figuras, conforme atual entendimento do STJ:
INFO 754: Para fins de aplicação da Teoria Menor da desconsideração da personalidade
jurídica, o § 5º do art. 28 do CDC não dá margem para admitir a responsabilização
pessoal de quem não integra o quadro societário da empresa (administrador não
sócio). O STJ decidiu pela impossibilidade de interpretação extensiva da Teoria Menor
da desconsideração adotada. REsp 1.860.333-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma,
por unanimidade, julgado em 11/10/2022.
I. A sanção pode ser aplicada pela autoridade administrativa, desde que ocorra
incidentalmente no procedimento administrativo, no qual seja assegurado o
contraditório e a ampla defesa.
II. A sanção não pode ser aplicada pela autoridade administrativa, por representar
dissolução compulsória da pessoa jurídica e, por isso, somente pode ser decretada, a
pedido, pela autoridade judiciária.
(A) somente I;
(E) I, II e III.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
48
(I) INCORRETA.
Art. 56.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser
aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
incidente de procedimento administrativo.
(II) INCORRETA.
Art. 56.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, podendo ser
aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
incidente de procedimento administrativo.
(III) CORRETA.
(B) informar, conscientizar e motivar o consumidor, por intermédio dos diferentes meios
de comunicação;
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
49
COMENTÁRIOS
A Secretaria Nacional de Direito Econômico, por sua vez, foi substituída pela Secretaria
Nacional do Consumidor (Senacon), também vinculada ao Ministério da Justiça,
conforme art. 2º do Decreto. As suas competências, incluindo a coordenação da política
do SNDC, estão previstas no art. 3º do Decreto:
34. As irmãs Brenda e Jéssica, de 6 e 8 anos de idade, sofrem abuso sexual praticado
pelo padrasto, com quem residiam no Município de Colatina, sendo-lhes aplicada
medida protetiva de acolhimento institucional. Em razão de ausência de vagas no
serviço municipal de acolhimento daquela localidade, o juiz da Infância e Juventude de
Colatina expede carta precatória para que as crianças sejam acolhidas no Município de
Aracruz. No mês de abril, o magistrado da Comarca de Colatina designa audiências
concentradas nos serviços de acolhimento localizados naquele Município, entendendo
que a medida de proteção aplicada às duas irmãs deve ser reavaliada pelo juiz da
Infância e Juventude de Aracruz, onde se encontram acolhidas.
50
Considerando o disposto no Provimento nº 118/2021 da Corregedoria do Conselho
Nacional de Justiça, é CORRETO afirmar que:
(A) caberá ao juiz da Comarca de Aracruz realizar as audiências concentradas das irmãs
Brenda e Jéssica, com fulcro no Art. 147, II, do ECA;
(D) o juiz da Comarca de Colatina realizará as audiências concentradas das irmãs Brenda
e Jéssica, podendo valer-se de videoconferência;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
(A) inexiste irregularidade no ato praticado por Henrique, que poderia adotar o filho de
Jennifer independentemente de habilitação à adoção, em razão dos vínculos de
afinidade e afetividade existentes entre eles;
(B) houve adoção consensual da criança por Henrique, tendo em vista a anuência de
Jennifer e de Cristian com o registro em cartório da criança;
(C) em razão do registro de nascimento realizado por Henrique, caberá a sua habilitação
à adoção a posteriori, a fim de regularizar a adoção consensual da criança;
(D) Henrique praticou crime e o juiz da Infância e Juventude poderá determinar a busca
52
e apreensão da criança recém-nascida;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Art. 242 do CP - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de
outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando
direito inerente ao estado civil: Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza:
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena.
Considerando o curto tempo de convívio do menor (5 dias) com Henrique, não é possível
considerar que há formação de vínculo socioafetivo e eventual “adoção à brasileira”.
Dessa forma, é perfeitamente possível a busca e apreensão do menor.
_______________________________________________________________________
36. Mauro e Roberta são habilitados à adoção para o perfil de criança de até 7 anos.
Decorrido um ano da prolação da decisão de habilitação, a equipe técnica da Vara da
Infância e Juventude contata o casal para conhecer a criança em acolhimento, Gabriel,
de 7 anos, cujos genitores estão destituídos do poder familiar por sentença transitada
em julgado. Após período de aproximação com a criança, o casal propõe ação de adoção,
obtendo a guarda provisória para fins de adoção de Gabriel. Decorridos seis meses do
início do estágio de convivência, Mauro e Roberta entregam Gabriel na sala da equipe
técnica da Vara da Infância e Juventude, manifestando a desistência em relação ao
pedido de adoção, por entenderem que Gabriel é indisciplinado e agressivo com os
parentes de Mauro. Mauro e Roberta afirmam que a sua decisão é definitiva e não têm
interesse em serem atendidos pela equipe técnica da Vara da Infância e Juventude.
(D) participação obrigatória dos postulantes nas reuniões de grupo de apoio à adoção
habilitado pelo juízo, dispensada a realização de nova avaliação por equipe técnica;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
(A) apesar da não realização da audiência na data de sua designação, o prazo legal para
internação provisória foi observado e a privação de liberdade é legítima;
(D) resta configurado constrangimento ilegal na hipótese narrada, que poderá ensejar a
impetração de habeas corpus visando à liberação do adolescente;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D 54
COMENTÁRIOS
Art. 108 do ECA - A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo
prazo máximo de quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios
suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa
da medida.
38. Rosana, professora do ensino fundamental, suspeita que Adriele, sua aluna de 9
anos, seja vítima de violência física praticada pelos pais, pois a criança comparece à
escola com hematomas visíveis pelo corpo. Visando evitar problemas, Rosana abstém-
se de comunicar os fatos à Direção da escola e ao Conselho Tutelar, entendendo que
não há provas suficientes das agressões supostamente sofridas pela criança. Em um dos
episódios de agressão, Adriele é internada no hospital municipal, com graves
ferimentos, sendo acionado o Conselho Tutelar, que procede ao registro de ocorrência
em sede policial e à aplicação da medida protetiva de acolhimento a Adriele, em caráter
emergencial, durante a madrugada. A conselheira tutelar que atendeu à ocorrência
reúne-se com o colegiado do órgão, que ratifica a medida de acolhimento emergencial
aplicada e delibera sobre providências a serem eventualmente adotadas em face dos
pais e da professora.
(A) Rosana não tinha a obrigação legal de noticiar as agressões, na medida em que não
havia provas suficientes de violência física praticada contra a criança;
(B) o Conselho Tutelar não tem autorização legal para realizar acolhimento institucional
em situações de emergência, devendo aguardar o início do expediente forense;
(C) caso confirmada a autoria dos fatos, o Conselho Tutelar poderá ajuizar ação de
destituição do poder familiar em face dos genitores, com pedido de suspensão de
visitas;
(D) o Conselho Tutelar tem capacidade postulatória para ajuizar Representações por
Infrações Administrativas em face dos pais e da professora;
(E) Rosana praticou crime previsto no ECA ao deixar de comunicar ao Conselho Tutelar
a suspeita de maus-tratos praticados contra a criança.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
55
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
Art. 101 do ECA - Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a
autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes
medidas:
(...)
VII - acolhimento institucional;
(C) INCORRETA.
Art. 101, § 10 do ECA - Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de destituição do poder
familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos
complementares ou de outras providências indispensáveis ao ajuizamento da
demanda.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
(B) caso decretada prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade, é
incabível desconto do prazo de cumprimento da medida socioeducativa, por serem
sanções com natureza e finalidades distintas;
(C) considerando que o jovem responde a processo criminal, caberá ao juiz da Infância
e Juventude decidir sobre eventual extinção da medida, cientificando o juízo criminal;
(D) caso aplicada pena privativa de liberdade pela prática do crime, caberá ao juiz
criminal a unificação das penalidades, observado o tempo de cumprimento da medida
socioeducativa, para fins de detração penal;
(E) tendo em vista a prática de crime por Jefferson, a medida socioeducativa está
automaticamente extinta por determinação legal, cabendo ao juiz da Infância e
Juventude proferir, de ofício, sentença.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA.
_______________________________________________________________________
(C) por se tratar de ato infracional praticado com violência e grave ameaça, é vedada a
suspensão da medida, que deverá ser integralmente cumprida pelo adolescente;
(D) em conformidade com o Art. 108 do ECA, a internação psiquiátrica não poderá
exceder o prazo máximo de 45 dias;
(E) a avaliação psiquiátrica do adolescente tem caráter sigiloso, razão pela qual não
deverá ser juntada ao Plano Individual de Atendimento (PIA) do adolescente.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
BLOCO II: Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito
Constitucional, Direito Eleitoral
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59
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
42. Em uma ação penal na qual se imputa ao réu a prática de crime de ameaça contra
sua ex-namorada, com incidência da Lei Maria da Penha, consta que o fato foi cometido
na presença do filho da vítima, de 5 anos de idade.
À luz da legislação penal, a presença da aludida criança na ocasião dos fatos deve ser
considerada:
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O delito de ameaça (art. 147 do CP) não prevê especificamente qualquer
agravante que se amolde à prática do crime na presença do filho da vítima.
Não há, dentre as agravantes genéricas (art. 61 do CP), qualquer previsão de incremento
de pena em face da prática da conduta na presença de filho menor de idade.
(B) CORRETA.O delito de ameaça (art. 147 do CP) não prevê especificamente qualquer
elementar, agravante, causa de aumento ou qualificadora que se amolde à prática do
crime na presença do filho da vítima. Assim, nos termos do art. 59 e 68 do CP, é de dever
considerar o ponto como circunstância judicial desfavorável.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta
social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
(C) INCORRETA. O delito de ameaça (art. 147 do CP) não prevê especificamente qualquer
causa de aumento que se amolde à prática do crime na presença do filho da vítima.
(D) INCORRETA. O delito de ameaça (art. 147 do CP) não prevê especificamente qualquer
qualificadora que se amolde à prática do crime na presença do filho da vítima.
(E) INCORRETA. O delito de ameaça (art. 147 do CP) não prevê especificamente qualquer
elementar que se amolde à prática do crime na presença do filho da vítima.
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43. Hilda, médica veterinária, proprietária de um cão de raça pitbull, efetua a retirada
parcial das orelhas do animal, para fins estéticos, no procedimento conhecido como
conchectomia, vetado em resoluções do Conselho Federal de Medicina Veterinária.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) o crime de omissão de cautela pode ser cometido com culpa ou dolo eventual;
(B) no crime de comércio ilegal de arma de fogo, ser a arma de fogo, acessório ou
munição de uso proibido ou restrito não produz qualquer consequência na pena;
(C) incide nas penas cominadas ao crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de
uso restrito aquele que suprime ou altera marca, numeração ou qualquer sinal de
identificação de arma de fogo, ainda que esta seja de uso permitido;
(D) comete crime equiparado à posse irregular de arma de fogo de uso permitido o
diretor responsável por empresa de segurança e transporte de valores que não
comunica, no prazo de 24 horas, o extravio de arma de fogo, acessório ou munição
pertencente à empresa;
(E) para o reconhecimento do crime de posse irregular de arma de fogo de uso
permitido, a arma de fogo, acessório ou munição deverão necessariamente ser
possuídos ou mantidos no interior da residência ou em dependência desta pelo agente,
não abrangendo qualquer outro local.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
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45. Nélio, colocando a mão sob sua camisa e simulando estar armado, aborda Olímpia,
de 15 anos de idade, e determina que ela o masturbe, sob ameaça de morte. Temendo
por sua vida, por acreditar que ele realmente estivesse armado, Olímpia cumpre a
ordem.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. A vítima possui 15 anos, o que afasta a aplicação da modalidade simples
forçando a aplicação do estupro na modalidade qualificada.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso.
(D) CORRETA.
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter
conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato
libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos.
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é
menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
(E) INCORRETA. A vítima possui 15 anos, o que afasta a configuração do crime de estupro
de vulnerável.
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor
de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
_______________________________________________________________________
46. Ilário, influenciador digital, publica um vídeo na internet, de acesso livre, em que,
usando uma camiseta com a estampa de uma folha de maconha, defende a legalização
da aludida droga.
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Pela decisão, tomada no julgamento de ação (ADPF 187), o artigo 287 do
Código Penal deve ser interpretado conforme a Constituição de forma a não impedir
manifestações públicas em defesa da legalização de drogas. O dispositivo tipifica como
crime fazer apologia de "fato criminoso" ou de "autor do crime".
65
(B) INCORRETA. Nas razões do julgando, franqueou-se as manifestações em favor da
legalização do uso de drogas, desde que, em vez de fazerem incitação ou apologia do
consumo de entorpecentes ilegais, defendam tão somente a descriminalização do uso
dessas substâncias
Incitação ao crime
(C) INCORRETA. Nos fundamentos do julgado (ADPF 187), pode-se extrair que a defesa,
em espaços públicos, da legalização das drogas, longe de significar um ilícito penal,
supostamente caracterizador do delito de apologia de fato criminoso, representa, na
realidade, a prática legítima do direito à livre manifestação do pensamento, propiciada
pelo exercício do direito de reunião, sendo irrelevante, para efeito da proteção
constitucional de tais prerrogativas jurídicas, a maior ou a menor receptividade social
da proposta submetida, por seus autores e adeptos, ao exame e consideração da própria
coletividade.
Apologia de crime ou criminoso
47. No processo em que Alberto é réu por crime de estupro (Art. 213, CP), fato cometido
em 17/05/2022, constam de sua folha de antecedentes criminais, devidamente
esclarecida por certidões cartorárias, as seguintes anotações: 1. Condenação transitada
em julgado em 07/10/2013, por crime de violação de domicílio (Art. 150, CP), fato
praticado em 02/07/2013, com pena de multa cumprida em 02/02/2014; 2. Condenação
transitada em julgado em 14/02/2015, por crime de assédio sexual (Art. 216-A, CP), fato
ocorrido em 15/05/2013, com pena de um ano e dois meses de detenção cumprida em
10/05/2017.
(A) acima do mínimo legal cominado ao crime, em atenção aos antecedentes criminais;
(C) acima do mínimo legal cominado ao crime, em atenção aos antecedentes criminais 66
e à conduta social do agente;
(D) acima do mínimo legal cominado ao crime, em atenção aos antecedentes criminais,
e, na fase seguinte, agravar a pena, reconhecendo a reincidência;
(E) acima do mínimo legal cominado ao crime, em atenção aos antecedentes criminais,
à personalidade e à conduta social do agente.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
48. Dario, funcionário de uma Organização Social (OS) contratada pelo Município de Vila
Velha/ES para gerir um hospital público, responsável pelo almoxarifado, termina seu
turno de trabalho e, ao deixar o depósito onde ficam armazenados diversos insumos
médicos, distraído com um vídeo a que assiste em seu telefone celular, deixa de trancar
a porta. Durante a madrugada, Elisa, enfermeira da mesma OS, escorrega num piso
molhado e acaba esbarrando na porta deixada destrancada por Dario, que se abre.
Curiosa, Elisa entra no cômodo, onde avista valiosos medicamentos. Ela, então, começa
a colocar algumas caixas dos medicamentos em sua bolsa, na intenção de ficar com o
material, porém, ainda no interior do depósito, é flagrada por um segurança do hospital,
que desconfia de sua presença ali, e, percebendo o que estava acontecendo, a detém.
(A) Dario não cometeu crime algum, ao passo que Elisa praticou o delito de furto simples
tentado; 68
(B) Dario cometeu o delito de peculato culposo, ao passo que Elisa cometeu o delito de
peculato doloso, na forma tentada;
(C) Dario cometeu o crime de peculato culposo, na modalidade tentada, ao passo que
Elisa praticou o delito de furto simples tentado;
(D) Dario não cometeu crime algum, ao passo que Elisa praticou o delito de furto
tentado, com a pena aumentada, por ter sido praticado durante o repouso noturno;
(E) Dario cometeu o crime de peculato impróprio, ao passo que Elisa praticou o delito
de furto tentado, com a pena aumentada, por ter sido praticado durante o repouso
noturno.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) Kátia cometeu o crime de furto simples, e Leopoldo, o delito de receptação culposa;
(B) Kátia cometeu o crime de furto qualificado, e Leopoldo, o delito de receptação
culposa;
(E) Kátia cometeu os crimes de furto simples e dano, e Leopoldo, o delito de receptação
culposa.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
50. Gumercindo, num domingo de sol, em uma praia repleta de pessoas, passa a usar
seu aparelho telefônico celular para fotografar, discreta e clandestinamente, algumas
mulheres presentes no local, notadamente aquelas que vestiam os menores biquínis,
procurando, sobretudo, captar imagens de suas nádegas.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Se o ato tiver sido praticado em local público, como numa praia, por
exemplo, o fato é atípico. Não configura registro não autorizado, pois a cena de nudez
ou o ato sexual ou libidinoso deve ter caráter íntimo e privado.
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e
privado sem autorização dos participantes.
(B) INCORRETA. Não configura assédio, porquanto Gumercindo não se prevaleceu da sua
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego,
cargo ou função.
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior
hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou
função.
(C) INCORRETA. Não configura importunação sexual, pois seria necessário que a vítima
do crime seja pessoa certa e determinada, o que não se mostrou no caso enunciado.
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o
objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro.
(E) INCORRETA. Não configura registro não autorizado, pois a cena de nudez ou o ato
sexual ou libidinoso deve ter caráter íntimo e privado. Também não haverá crime se
todos aqueles que participam do ato houverem dado autorização para o registro da
cena.
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio,
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e
privado sem autorização dos participantes.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(A) CORRETA. Caso o agente seja flagrado com sinal de identificação veicular adulterado
ou remarcado, não havendo meios de provar sua participação no delito tipificado do art.
311 do CP, responderá somente pelo art. 180 do CP (receptação), caso tenha a ciência
de que o veículo era produto de crime. Isso porque, para que reste configurada a conduta
do art. 311 do CP, é necessário que o agente adultere ou remarque o sinal identificador, 73
e não que ele circule com o sinal identificador adulterado ou remarcado.
A conduta criminosa, em verdade, foi praticada pelo proprietário da Pizzaria Massa
Italiana, que retirara as placas, com o objetivo de não ser multado em decorrência de
eventuais infrações de trânsito cometido pelos entregadores do restaurante.
(B) INCORRETA. A fraude eletrônica é a figura qualificada do crime de estelionato, o que
não ocorreu no fato narrado no enunciado.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento.
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude
é cometida com a utilização de informações fornecidas pela vítima ou por
terceiro induzido a erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou
envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo.
52. Filomena, camelô irregular, é flagrada por dois agentes da fiscalização municipal,
ocasião em que estes anunciam que irão lavrar um auto de infração e apreender sua
mercadoria, levando-a ao depósito público, de onde poderá vir a ser retirada
posteriormente, mediante os pagamentos devidos, tudo conforme o previsto na
legislação. Inconformada com o fato, Filomena passa a agredir fisicamente os fiscais, no
intuito de impedir que levem sua mercadoria, porém eles reagem, usando força corporal
nos limites necessários para conter Filomena. Como resultado, Filomena e os fiscais
ficam levemente feridos, sendo a mercadoria devidamente apreendida.
(A) Filomena praticou o delito de resistência, ao passo que os fiscais cometeram o delito
de lesão corporal leve;
(C) Filomena praticou o delito de resistência qualificada, ao passo que os fiscais não
cometeram crime algum, pois agiram amparados em excludente de ilicitude;
(D) Filomena praticou os delitos de resistência e lesões corporais leves, ao passo que os
fiscais não cometeram crime algum, pois agiram amparados em excludente de ilicitude;
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Os fiscais ao utilizarem força corporal nos limites necessários para
conter Filomena, não incorreram em crime, pois agiram, sem excesso, amparados em
excludente de ilicitude.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
O ato resistido deve ser legal (em conformidade com a lei), mesmo que seja injusto. Os
fiscais ao utilizarem força corporal nos limites necessários para conter Filomena, não
incorreram em crime, pois agiram, sem excesso, amparados em excludente de ilicitude.
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo,
responderá pelo excesso doloso ou culposo.
_______________________________________________________________________
53. Ao proferir uma sentença condenatória em uma ação penal, o juiz vislumbra que o
réu confessou em juízo a autoria do delito e que constam em sua folha de antecedentes
criminais duas anotações, assinalando condenações anteriores definitivas à prática do
76
crime objeto do processo, cujas penas foram cumpridas um e quatro anos antes,
respectivamente, do cometimento do crime em julgamento.
(E) fixar a pena-base acima do mínimo legal cominado ao crime, reconhecendo os maus
antecedentes, e, na fase seguinte da dosimetria, manter a pena, compensando
integralmente a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(B) a carta testemunhável para dar efeito suspensivo a recurso em sentido estrito
desprovido originariamente deste efeito;
(D) a desistência do recurso por parte do Ministério Público nos crimes de ação penal
pública condicionada à representação do ofendido;
(E) no caso de concurso de agentes, que a decisão do recurso interposto por um dos
réus aproveite aos demais, se fundado em motivos que não sejam de caráter
exclusivamente pessoal.
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. O art. 579 do CPP aduz que, salvo a hipótese de má-fé, a parte não será
prejudicada pela interposição de um recurso por outro.
Ademais, não existe dúvida razoável quanto as hipóteses de admissibilidade desses dois
recursos, configurando erro grosseiro a interposição de apelação em vez do recurso
especial.
Nesse sentido: STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1656690/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa,
julgado em 19/10/2017.
(B) INCORRETA. O art. 646 do CPP aduz que a carta testemunhável não terá efeito 78
suspensivo. Além de que, a carta testemunhável é recurso subsidiário, somente
podendo ser utilizado se não houver um recurso específico para a decisão denegatória.
(C) INCORRETA. Em virtude do princípio non reformatio in pejus não é possível agravar
a situação do réu no julgamento de recurso exclusivo da defesa.
Art. 617, CPP - O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao
disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém,
ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença.
(E) CORRETA. O efeito extensivo, previsto no art. 580 do CPP, consiste na possibilidade
de estender o resultado favorável do recurso interposto por um dos réus a outros
acusados que não tenham recorrido.
Art. 580 do CPP - No caso de concurso de agentes (CP, art. 25), a decisão do
recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam
de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.
ATENCÃO!
b) se invoca extensão da decisão para outros processos que não foram examinados
pelo órgão julgador. Isso porque neste caso, o que o requerente está pretendendo é
obter a transcendência dos motivos determinantes para outro processo, o que não é
admitido pela jurisprudência do STF. STF. 1ª Turma. HC 137728 EXTN/PR, Rel. Min.
Dias Toffoli, julgado em 30/5/2017 (Info 867).
_______________________________________________________________________
55. Paolo ajuizou ação penal de iniciativa privada em face de Franco. Após regular
instrução criminal, em suas alegações finais, Paolo deixou de formular o pedido de
condenação em face de Franco, fazendo apenas um breve relato dos fatos.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
É instituto próprio da ação penal privada propriamente dita, não se aplicando à ação
penal privada subsidiária da pública.
Uma vez reconhecida, implica a extinção da punibilidade do querelado (art. 107, IV, do
CP), ela deriva de atos, fatos ou circunstâncias que fazem presumir o desinteresse do
querelante no andamento da ação penal.
Impede que, pelo mesmo fato, nova queixa seja oferecida pela vítima ou seu
representante legal, ainda que não esgotado o prazo decadencial para apuração do
crime objeto da ação perempta.
Atenção! Não há falar em renúncia, expressa ou tácita, uma vez que, consoante
doutrina majoritária, ela só poderá ocorrer antes do recebimento da queixa pelo
juízo.
_______________________________________________________________________
56. Relativamente às regras e aos princípios que regem a atividade probatória do juiz no
processo penal, é CORRETO afirmar que o juiz:
(A) poderá, quando julgar necessário, ouvir outras testemunhas, além das indicadas
pelas partes, bem como as pessoas a que as testemunhas se referirem;
(B) não poderá determinar o segredo de justiça em relação aos dados e depoimento do
ofendido para evitar sua exposição nos meios de comunicação;
80
(C) não poderá de ofício proceder a novo interrogatório do acusado durante a instrução
criminal;
(D) não poderá determinar a acareação entre testemunha e a pessoa ofendida, quando
estas divergirem em suas declarações sobre fatos relevantes;
(E) poderá determinar de ofício, após a prolação da sentença, diligência não requerida
pelas partes para dirimir dúvida sobre ponto relevante.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
O art. 196 do CPP, por exemplo, faculta ao juiz proceder a novo interrogatório do
acusado, de ofício ou a requerimento das partes; do art. 234 do CPP, permite ao juiz
requisitar documentos ex officio, e do art. 242 do CPP, outorga ao julgador o poder
de ordenar buscas domiciliares e pessoais. Todas estas regras têm em vista a verdade
real.
(B) INCORRETA. Dispõe o art. 201, § 6o do CPP que o juiz tomará as providências
necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido,
podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados,
depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua
exposição aos meios de comunicação.
(C) INCORRETA. Estabelece o art. 196 do CPP que a todo tempo o juiz poderá proceder
a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das
partes.
Art. 156 do CPP A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém,
facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de
provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade,
adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da INSTRUÇÃO, OU ANTES DE PROFERIR
SENTENÇA, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto
relevante.
_______________________________________________________________________
57. Francisco foi condenado a uma pena de quinze anos de reclusão por crime de
homicídio, com sentença transitada em julgado, já tendo cumprido integralmente a
pena, declarada extinta. Contudo, seis anos após a declaração de extinção da pena,
Francisco ajuizou ação de revisão criminal visando à desconstituição da condenação e
requereu uma justa indenização pelos prejuízos sofridos. Alega ter novas provas de sua
inocência e que a injustiça da condenação decorreu de ele ter ocultado provas em seu
poder quando do julgamento.
(B) não poderá ser revista, pois a pena já foi declarada extinta;
(C) poderá ser revista, mas não terá ele direito à indenização;
(D) não poderá ser revista, pois foi ele quem deu causa à injustiça da condenação;
(E) não poderá ser revista, pois ocorreu a decadência do direito de ação.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
82
Nesse caso, ainda que possa restar desconstituída a sentença condenatória, é certo
que Francisco não terá direito a qualquer indenização, pois deu causa ao erro
judiciário. Explica-se.
Art. 5.º, LXXV, da CF, “o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”.
_______________________________________________________________________
58. Luís foi denunciado pelo Ministério Público em razão da prática do delito de roubo
agravado pelo uso de arma. Contudo, a denúncia não expôs a conduta criminosa de Luís
com todas as suas circunstâncias, tampouco especificou a arma utilizada para o
cometimento do delito.
(A) recebida pelo juiz, devendo o Ministério Público emendá-la após a instrução;
(C) recebida pelo juiz, devendo o Ministério Público emendá-la logo após a resposta do
acusado;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
83
COMENTÁRIOS
No tocante a rejeição, de acordo com o art. 395, I, do CPP, a denúncia será rejeitada em
três casos:
• A classificação do crime; e,
No caso narrado, o examinador deixou expresso que a denúncia não foi narrada com
todas as circunstâncias. Isso nos permite concluir que a denúncia em desfavor de Luís é
inepta.
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(A) poderá o Ministério Público oferecer transação penal para as infrações penais
praticadas sem violência ou grave ameaça, cuja pena mínima seja igual a quatro anos;
(C) poderá o juiz oferecer de ofício a transação penal ao autor do fato, se não o fizer o
Ministério Público de maneira fundamentada;
(D) poderá o Ministério Público utilizar como justificativa para o não oferecimento de
suspensão condicional do processo o descumprimento do acordo de não persecução
penal;
(E) poderá o Ministério Público oferecer acordo de não persecução penal, em favor do
agressor, nos crimes praticados com violência contra a mulher por razões da condição
do sexo feminino.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
(A) INCORRETA. Para que seja cabível a transação penal, a infração penal deve ser tida
como de menor potencial ofensivo, assim compreendidas as contravenções penais e
crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 anos, cumulada ou não com
multa, submetidos ou não a procedimento especial, ressalvadas as hipóteses de
violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 89 da Lei 9.099/95. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual
ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha
sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que
autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
(D) CORRETA. Dispõe o art. 28-A, § 11 do CPP que o descumprimento do acordo de não
persecução penal poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o
eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo.
Nos crimes de ação penal privada, prevalece a orientação no sentido de que cabe ao
ofendido realizá-la.
OBSERVAÇÕES:
• O acordo será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério
Público, pelo investigado e por seu defensor.
• Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no
acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja
reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor.
• Para a homologação será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua
voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade.
os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o juízo de execução
penal.
(E) INCORRETA.
Art. 28-A § 2º, CPP - O disposto no caput deste artigo não se aplica nas
seguintes hipóteses:
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou
praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em
favor do agressor.
_______________________________________________________________________
(A) deverão ser declarados perdidos em favor dos Municípios, no perdimento de bens
pelo equivalente, os instrumentos utilizados para a prática de crimes por organizações
criminosas;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
O Pacote Anticrime introduziu no Código Penal o art. 91-A, que disciplina o chamado
confisco alargado (confisco ampliado ou perda alargada), uma espécie de efeito
secundário da sentença penal condenatória que consiste na perda de bens equiparados
ao produto ou proveito do crime.
(A) INCORRETA.
(B) INCORRETA.
89
Art. 91-A, § 3º, CP - A perda prevista neste artigo deverá ser requerida
expressamente pelo Ministério Público, por ocasião do oferecimento da
denúncia, com indicação da diferença apurada.
(C) INCORRETA.
(D) CORRETA.
(E) INCORRETA.
(D) poderá oferecer de ofício acordo de não persecução penal ao indiciado, sem
manifestação do Ministério Público;
(E) poderá decretar de ofício a incomunicabilidade do indiciado por cinco dias, se assim
o requerer o Ministério Público.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
90
(A) INCORRETA. Conforme artigo 5º, §5º, do CPP:
Art. 89 da Lei 9.099/95. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou
inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que
o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da
pena (art. 77 do Código Penal).
(C) CORRETA. O art. 2° da Lei 7.960/89 dispõe que a prisão temporária será decretada
pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em
caso de extrema e comprovada necessidade. O § 1° do dispositivo estabelece que na
hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o
Ministério Público.
(D) INCORRETA. Inserido pela Lei 13.964/2019, o art. 28-A do CPP contempla o acordo
de não persecução penal, que consiste no ajuste celebrado, em determinadas
circunstâncias e presentes os requisitos legais, entre o Ministério Público e o investigado
(acompanhado de seu advogado), por meio do qual são estipuladas condições cujo
91
cumprimento implicará não ajuizamento de ação penal e extinção da punibilidade.
Apenas o Ministério Público, titular da ação penal pública, poderá oferecer o ANPP,
consoante inteligência do art. 28-A do CPP.
(E) INCORRETA. Prevalece na doutrina o entendimento de que o art. 21 do CPP não foi
recepcionado pela ordem constitucional vigente.
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(B) haverá unidade de processo e julgamento quando houver conexão entre crimes de
competência da jurisdição comum e da Justiça militar;
(C) será competente o juízo federal para o crime de lavagem de dinheiro quando o crime
antecedente for da competência da Justiça federal;
(D) haverá unidade de processo e julgamento quando houver conexão entre crimes de
competência da jurisdição comum e do juízo de menores;
(E) será competente o juízo federal para julgar promotor de Justiça acusado da prática
de crimes comuns que ofendam o interesse da União.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA.
(E) INCORRETA. Com base na jurisprudência atual do STF e do STJ sobre o foro por
prerrogativa de função, a Terceira Seção declarou a competência do Tribunal de
Justiça para julgar membro do Ministério Público da respectiva unidade federativa
pela suposta prática de crime comum não relacionado com o cargo.
Relator do conflito no STJ, o ministro Joel Ilan Paciornik explicou que o STF, de fato,
restringiu sua competência para julgar membros do Congresso Nacional apenas nas
hipóteses de crimes praticados no exercício e em razão da função pública. Entretanto, o
ministro ponderou que, na decisão, o STF analisou apenas o foro por prerrogativa de
função dos ocupantes de cargos eletivos.
Por outro lado, o ministro lembrou que o STJ, ao analisar a Ação Penal 878, reconheceu
sua competência para julgar desembargadores acusados de crimes com ou sem relação
com o cargo, não identificando simetria com o precedente do STF. No julgamento, a
Corte Especial entendeu que, se um desembargador tivesse de ser julgado por juízo de
primeiro grau vinculado ao seu tribunal, isso poderia criar uma situação embaraçosa
para o magistrado responsável por decidir a ação.
OBS: O STF, em maio deste ano, reconheceu a repercussão geral da discussão sobre a
possibilidade de o STJ, com base no artigo 105, inciso I, alínea "a", da Constituição,
julgar desembargador por crime comum não relacionado ao cargo (RE 1.331.044).
Diante disso, enquanto pendente manifestação do STF com repercussão geral acerca
do tema, deve ser mantida a jurisprudência até o momento aplicada pela Suprema
Corte, que reconhece a competência dos Tribunais de Justiça para julgamento de
delitos comuns em tese praticados por promotores de Justiça, concluiu o ministro.
_______________________________________________________________________
63. O Ministério Público instaurou procedimento de investigação criminal para apurar a
conduta de determinada organização criminosa destinada à prática dos crimes de roubo
e de extorsão.
(A) poderá o juiz receber a denúncia com fundamento somente nas declarações do
colaborador, mas não poderá proferir sentença condenatória com base nas referidas
declarações;
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(C) CORRETA. De acordo com o art. 4º, § 7º-B da Lei 12.850/13, são nulas de pleno
direito as previsões de renúncia ao direito de impugnar a decisão homologatória.
PARA REVISÃO
Da Colaboração Premiada
95
• O acordo de colaboração premiada é negócio jurídico processual e meio de
obtenção de prova, que pressupõe utilidade e interesse públicos.
• O RECEBIMENTO da proposta para formalização de acordo de colaboração
demarca o início das negociações e constitui também marco de
confidencialidade, configurando violação de sigilo e quebra da confiança e da
boa-fé a divulgação de tais tratativas iniciais ou de documento que as
formalize, até o levantamento de sigilo por decisão judicial.
• Caso não haja indeferimento sumário, as partes deverão firmar Termo de
Confidencialidade para prosseguimento das tratativas, o que vinculará os
órgãos envolvidos na negociação e impedirá o indeferimento posterior sem
justa causa.
• O recebimento de proposta de colaboração para análise ou o Termo de
Confidencialidade não implica, por si só, a suspensão da investigação,
ressalvado acordo em contrário quanto à propositura de medidas processuais
penais cautelares e assecuratórias, bem como medidas processuais cíveis
admitidas pela legislação processual civil em vigor.
• Os termos de recebimento de proposta de colaboração e de confidencialidade
serão elaborados pelo celebrante e assinados por ele, pelo colaborador e pelo
advogado ou defensor público com poderes específicos.
• Na hipótese de não ser celebrado o acordo por iniciativa do celebrante, esse
não poderá se valer de nenhuma das informações ou provas apresentadas
pelo colaborador, de boa-fé, para qualquer outra finalidade.
• No acordo de colaboração premiada, o colaborador deve narrar todos os fatos
ilícitos para os quais concorreu e que tenham relação direta com os fatos
investigados.
SIGILO
• O juiz poderá,
• a requerimento das partes,
• conceder o perdão judicial,
• reduzir em até 2/3 (dois terços) a pena privativa de liberdade ou
• substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado
EFETIVA E VOLUNTARIAMENTE
• a personalidade do colaborador,
• a natureza,
• as circunstâncias,
• a gravidade e a
• repercussão social do fato criminoso e
• a eficácia da colaboração.
O MINISTÉRIO PÚBLICO, A QUALQUER TEMPO, E O DELEGADO DE POLÍCIA, NOS
AUTOS DO INQUÉRITO POLICIAL (com a manifestação do Ministério Público)
•Se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a
metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os
requisitos objetivos.
HOMOLOGAÇÃO
quais sejam:
ATENÇÃO!
RETRATAÇÃO
RESCISÃO
64. Pedro Paulo, denunciado por integrar organização criminosa destinada à prática de
crimes de extorsão e de estelionato, resolveu fazer acordo de colaboração premiada
com o Ministério Público. O juiz competente para homologar possível acordo tomou
ciência das tratativas e intimou o acusado e o Ministério Público, a fim de que pudesse
o órgão jurisdicional participar das negociações.
(A) poderá participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização do
acordo, se o prêmio envolver a concessão do perdão judicial;
(B) não poderá participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização
do acordo, o qual será submetido ao juiz para homologação;
(C) poderá participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização do
acordo, se o prêmio envolver a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva
de direitos;
(D) poderá participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização do
acordo, se o prêmio envolver a aplicação de pena de multa;
(E) não poderá participar das negociações realizadas entre as partes para a formalização
do acordo antes da sentença, podendo, porém, participar das negociações se a
colaboração for posterior à sentença.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
65. Ivan foi condenado à pena de doze anos de reclusão em razão da prática do crime
de extorsão mediante sequestro. O Ministério Público, no prazo legal, recorreu de todo
o conteúdo impugnável da sentença, inclusive visando ao agravamento da pena.
(A) não poderá interpor recurso de apelação, em razão de o Ministério Público ter
recorrido de todo o conteúdo impugnável da sentença;
(B) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de cinco dias, após o recurso do
Ministério Público, caso se habilite como assistente;
(C) não poderá interpor recurso de apelação, mas poderá interpor recurso em sentido
estrito, após o recurso do Ministério Público;
(D) poderá interpor recurso de apelação, no prazo de quinze dias, após o recurso do
Ministério Público, visando ao agravamento da pena imposta a Ivan;
(E) não poderá interpor recurso de apelação, mas poderá interpor recurso em sentido
estrito, caso também recorra a defesa técnica de Ivan.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Tanto é que, ao tratar da apelação do assistente, preceitua o art. 598 do CPP que “nos
crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for
interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das
pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente,
poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito suspensivo”.
Por outro lado, aduz o art. 584, § 1.º, que “ao recurso interposto de sentença de
impronúncia ou no caso do n. VIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e
598”.
66. Marcos, desafeto declarado de João, impetrou habeas corpus liberatório em favor
deste, o qual não concordou com a impetração do habeas corpus em seu favor. Os autos
foram ao Ministério Público para se manifestar sobre a referida ação.
Nesse caso, segundo a jurisprudência dos Tribunais Superiores, será CORRETO afirmar
que o pedido na ação de habeas corpus:
(C) deverá ser conhecido se o Ministério Público opinar no sentido de seu conhecimento;
(E) deverá ser conhecido, pois este pode ser impetrado por qualquer pessoa ou pelo
Ministério Público.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
O habeas corpus é ação autônoma de impugnação, constitucionalmente estabelecida,
objetivando preservar ou restabelecer a liberdade de locomoção ilegalmente ameaçada
ou violada.
Consoante o art. 5.º, LXVIII da CF, “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”.
Impetrante Trata-se da pessoa que impetra o habeas corpus, podendo ser qualquer
pessoa do povo em favor de outrem e, inclusive, o próprio paciente em
seu favor.
Note-se que a própria Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/1993), no
art. 32, I, prevê, expressamente, que compete aos promotores de justiça a impetração
do habeas corpus.
Nada obstante, no RHC 192998 AgR, a Segunda Turma do STF decidiu que o MP, para
interesses da acusação, não pode impetrar habeas corpus, mesmo que motivado pelas
melhores das intenções, ainda mais, NO CASO EM QUE NÃO HOUVE A AQUIESCÊNCIA
DO PACIENTE. É exatamente o narrado na questão em comento. Vejamos:
Assim, consoante o STF, o expresso dissenso do paciente ao pedido feito por terceiro
em seu benefício, por não lhe convir a medida, leva ao não conhecimento do ‘habeas
corpus’ (RT 560/292).
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67. A Lei nº W do Estado Alfa que versa sobre regime jurídico e remuneração dos
servidores públicos estaduais na área da saúde resultou de projeto de lei de iniciativa
do chefe do Poder Executivo e sofreu emendas parlamentares com alterações que
instituíram gratificações e aumentos remuneratórios, estabeleceram obrigação para
realizar concursos públicos e definiram percentuais de cargos comissionados com novos
critérios para incrementos remuneratórios. 103
Diante do exposto e de acordo com a jurisprudência predominante do Supremo Tribunal
Federal, é CORRETO afirmar que a Lei nº W é:
(D) constitucional, pois versa sobre regime jurídico e remuneração dos servidores
públicos estaduais, e as alterações no processo legislativo poderiam promover o
aumento de despesa, pois guardaram estrita pertinência com o objeto da proposta
original;
(E) constitucional, pois a matéria versada não é de iniciativa privativa do chefe do Poder
Executivo, e as alterações no processo legislativo poderiam promover o aumento de
despesa.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
68. Em razão de uma série de notícias publicadas nos principais jornais do país, relatando
que o secretário de Educação do Estado Alfa teria orientado os professores da rede
104
pública a aprovarem, nas provas rotineiramente aplicadas, todos os alunos matriculados
na rede pública estadual, de modo a evitar o excesso de alunos em algumas séries e o
risco de êxodo, a Comissão Permanente de Educação (CPE) da Assembleia Legislativa
decidiu convocar o governador do Estado, o referido secretário de Estado e o
procurador-geral de Justiça para que comparecessem perante o Poder Legislativo e
prestassem as informações que lhes fossem solicitadas pelos integrantes da Comissão.
(C) a CPE somente poderia convocar o secretário de Estado, logo, é ilícita a convocação
das outras duas autoridades;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Tal artigo da Constituição Federal deve ser aplicado no âmbito dos Estados-membros,
tratando-se de norma de reprodução obrigatória, observado o pacto federativo (STF.
Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 - Info 977).
O poder de convocação, conforme previsto no art. 50 da CF/88, é atribuído a qualquer
das Comissões da Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Quanto à convocação de autoridades, embora possível a convocação de Ministro de
Estado, não é permitida a convocação de governador e de Procurador-geral de Justiça,
sob pena de violação à separação de poderes.
105
A propósito:
“O poder investigatório exercido pelas Comissões Parlamentares de Inquérito configura
atribuição de natureza ancilar, destinada a auxiliar o Poder Legislativo no desempenho
de suas funções de legislar e exercer o controle externo da Administração Pública,
sujeito, ipso facto, às restrições e limites que conformam o princípio da separação dos
poderes e o sistema de checks and balances. 2. O Chefe do Poder Executivo da União é
titular de prerrogativas institucionais assecuratórias de sua autonomia e independência
perante os demais Poderes. Além da imunidade formal (CF, art. 86, § 3º) e da
irresponsabilidade penal temporária (CF, art. 86, § 4º), a Constituição Federal isenta-o
da obrigatoriedade de depor ou prestar esclarecimentos perante as Casas Legislativas
da União e suas comissões, como emerge da dicção dos arts. 50, caput e § 2º, e 58, § 2º,
III, da Constituição Federal, aplicáveis, por extensão, aos Governadores de Estado”
(ADPF 848 MC-Ref, DJE 21/10/2021).
“É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a
Assembleia Legislativa convocar o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-
Geral de Justiça para prestar informações na Casa, afirmando que a sua ausência
configura crime de responsabilidade. O art. 50 da CF/88, norma de reprodução
obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque autoridades do Poder
Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público. Não podem os Estados-
membros ampliar o rol de autoridades sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à
sanção por crime de responsabilidade, por violação ao princípio da simetria e à
competência privativa da União para legislar sobre o tema.” STF. Plenário. ADI 2911, Rel.
Carlos Britto, julgado em 10/08/2006. STF. Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes,
julgado em 03/04/2020 (Info 977).
_______________________________________________________________________
69. Em razão de uma grande mobilização popular, o Estado Beta editou a Lei nº X, que
delineou o alcance de determinado direito social de grande importância para o
trabalhador. Pouco tempo depois, o Partido Político Alfa, cujo entendimento fora
vencido no âmbito da Assembleia Legislativa de Beta, constatou que a Lei nº X colidia
materialmente com a Lei nº Y, editada pela União e que veiculara normas gerais sobre a
matéria.
(A) quer a Lei nº Y seja posterior, quer seja anterior à Lei nº X, não será possível a
deflagração do controle, pois a ofensa à Constituição da República de 1988 seria
meramente reflexa;
(B) caso a Lei nº Y seja anterior à Lei nº X, não será possível a deflagração do controle,
em razão da falta de interesse de agir, pois a eficácia da Lei nº X já terá sido suspensa;
(C) caso a Lei nº Y seja posterior à Lei nº X, somente será possível a deflagração do 106
controle caso aquele diploma normativo reproduza comandos da Constituição da
República de 1988;
(D) caso a Lei nº Y seja anterior à Lei nº X, será possível a deflagração do controle, apesar
de a análise pressupor o cotejo com a norma interposta, vale dizer, a Lei nº Y;
(E) caso a Lei nº Y seja posterior à Lei nº X, será possível a deflagração do controle desde
que seja estabelecida controvérsia, em algum processo, em relação à revogação desta
última.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
No caso apresentado, a Lei n° Y, editada pela União Federal e que regulamenta normas
gerais sobre a matéria, foi promulgada antes da Lei nº X.
Sendo assim, a Lei nº X padece de inconstitucionalidade, porquanto colide com
legislação federal que trata de normas gerais, de modo que se afigura possível a
deflagração de controle de constitucionalidade em face da Lei nº X.
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70. A Lei nº Y do Estado Beta fixou as atribuições para o cargo de auditor (ministros ou
conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de Contas, inovando em relação às
fixadas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União, pois, além das funções de
julgamento das contas públicas, teriam a atribuição de emissão de pareceres ou
quaisquer atos opinativos.
(A) constitucional, pois os entes federados possuem autonomia para fixar, em lei, as
atribuições para o cargo de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo
Tribunal de Contas, e podem, inclusive, inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do
Tribunal de Contas da União;
(B) inconstitucional, pois os auditores do Tribunal de Contas não têm função judicante 107
atribuída ao cargo expressamente pela Constituição da República de 1988, uma vez que
emitem pareceres opinativos desprovidos de caráter decisório;
(C) inconstitucional, pois apesar da autonomia para fixar, em lei, as atribuições para o
cargo de auditor (ministros ou conselheiros substitutos) do respectivo Tribunal de
Contas, não podem inovar em relação às fixadas na Lei Orgânica do Tribunal de Contas
da União;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
De acordo com recente entendimento do STF, é inconstitucional norma que preveja que
os auditores dos Tribunais de Contas emitam pareceres opinativos.
Tese de julgamento: “São inconstitucionais normas que atribuem a emissão de
pareceres opinativos aos auditores de Tribunal de Contas estadual, por
incompatibilidade com a função de judicatura de contas estabelecida pelos arts. 73, §
4º, e 75, caput, da Constituição” (ADI 5530, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal
Pleno, julgado em 22/05/2023, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-s/n DIVULG 05-06-2023
PUBLIC 06-06-2023).
Desse modo, no caso apresentado, não é dado à Lei n° Y do Estado Beta atribuir a função
de emissão de pareceres ou quaisquer atos opinativos, diante da incompatibilidade com
a função judicante atribuída ao Tribunal de Contas.
_______________________________________________________________________
(C) a Lei estadual nº X, por força do princípio da especialidade, somente pode ter sua
constitucionalidade apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, não pelo Tribunal de
Justiça do Estado Alfa;
(D) a representação de inconstitucionalidade pode ser conhecida ainda que o autor não
tenha indicado a norma da Constituição Estadual afrontada, desde que o relator, com
base no princípio iura novit curia, aponte essa norma;
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
(D) inconstitucional, pois a contratação de PPP para a execução de obra pública contraria
os princípios constitucionais da Administração Pública;
(E) constitucional, pois a contratação de PPP para a execução de obra pública observa
os princípios constitucionais da Administração Pública.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
73. Em razão do grande fluxo de embarcações nas imediações das praias subjacentes ao
território do Estado Alfa, o que, não raro, resultava em danos ambientais, esse ente
federativo editou a Lei estadual nº X, estabelecendo critérios para o controle de resíduos
de embarcações.
(D) constitucional, pois o Estado possui competência concorrente com a União para
legislar sobre transportes;
(E) constitucional, já que o Estado tem competência concorrente com a União para
legislar sobre responsabilidade por dano ao meio ambiente.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________________
(A) constitucional, pois o reajuste de todos os servidores do Estado pode ser realizado
por ato normativo do chefe do Poder Legislativo;
(B) inconstitucional, pois o reajuste de todos os servidores do Estado deve ser realizado
por lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo;
(C) constitucional, pois a extensão de reajuste dos servidores do Executivo pode ser
realizada por ato infralegal do chefe do Poder Legislativo;
(D) inconstitucional, pois o reajuste de todos os servidores do Estado deve ser realizado
por lei de iniciativa do chefe do Poder Legislativo;
(E) inconstitucional, pois o reajuste dos servidores deve ser realizado por lei específica
de iniciativa do chefe do Poder ao qual é vinculado.
_______________________________________________________________________
GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Sendo assim, o ato normativo é inconstitucional, uma vez que o reajuste dos servidores
deve ser realizado por lei específica de iniciativa do chefe do Poder ao qual é vinculado,
devendo-se observar, portanto, a iniciativa privativa em cada caso. 112
_______________________________________________________________________
75. Maria impetrou mandado de injunção perante o Tribunal de Justiça do Estado Alfa,
em razão da omissão das autoridades estaduais em editar determinada norma legal que
regulamentaria, no plano estadual, comando da Constituição da República de 1988 que
dispunha sobre o exercício de certo direito constitucional. O pedido foi julgado
procedente, sendo estabelecidas as condições para a fruição do referido direito. Após o
trânsito em julgado do acórdão, Maria comentou o êxito obtido com Joana, que se
encontrava em idêntica situação fática e almejava fruir o mesmo direito.
(A) será beneficiada pelo acórdão, pois a eficácia erga omnes é efeito natural em se
tratando de direitos de igual natureza;
(B) não pode ser beneficiada em nenhuma hipótese pelo acórdão, pois não integrou o
polo ativo da relação processual;
(C) pode ser beneficiada pelo acórdão, caso o relator, em decisão monocrática, estenda
os seus efeitos aos demais casos análogos;
(D) pode ser beneficiada caso tenha algum vínculo de natureza subjetiva ou relação
jurídica de base similar àquela que embasou a causa de pedir de Maria;
(E) não pode ser beneficiada em nenhuma hipótese pelo acórdão, pois a eficácia ultra
partes somente é possível quando indispensável ao exercício do direito.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
A solução do caso perpassa pela aplicação do artigo 9º, § 1º, da Lei 13.300/2016, que
assim preconiza:
“Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos
até o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade
ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos
aos casos análogos por decisão monocrática do relator.”
Desse modo, embora, em regra, a decisão tenha eficácia subjetiva e limitada às partes,
é correto dizer que, após o trânsito em julgado da decisão, seus efeitos poderão ser
estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator, como é o caso de
Joana.
_______________________________________________________________________ 113
76. A Constituição do Estado Gama, ao disciplinar a intervenção estadual nos
Municípios, restringiu a possibilidade de intervenção diante do não pagamento de dívida
fundada.
(A) inconstitucional, pois as constituições estaduais não podem acrescentar, mas tão
somente restringir as hipóteses de intervenção estadual previstas na CRFB/1988;
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(C) constitucional, pois a matéria versada na norma não é de repetição obrigatória, mas
está em consonância com as premissas estabelecidas na Constituição da República de
1988;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Considerando o disposto nos Arts. 23, §4º, inciso V e 39, §7º, da Lei nº 9.504/1997 e a
jurisprudência atualizada do Supremo Tribunal Federal, é CORRETO afirmar que:
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
Conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal na ADI 5970, julgada em 2021, é lícita
a participação não remunerada de artistas em eventos de arrecadação de recursos para
campanhas eleitorais. Com isso, conferiu-se interpretação conforme à Constituição ao
art. 23, § 4º, inc. V, da Lei nº 9.504/1997.
Ressalte-se que a proibição, tanto dos showmícios, quanto dos eventos de arrecadação,
segue mantida.
EMENTA Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 39, § 7º, da Lei nº 9.504/1997.
Proibição de showmícios ou eventos assemelhados não remunerados. Ausência de
contrariedade à liberdade de expressão e ao princípio da proporcionalidade. Artigo 23,
§ 4º, inciso V, da Lei nº 9.504/1997. Doações eleitorais mediante promoção de eventos
de arrecadação organizados diretamente pelo candidato ou pelo partido político.
Interpretação conforme à Constituição. Possibilidade de realização de apresentações
artísticas ou shows musicais em eventos destinados à arrecadação de recursos para
campanhas eleitorais. Pedido julgado parcialmente procedente. 1. Por sua natureza de
propaganda eleitoral, o showmício é voltado ao público em geral e presta-se para o
convencimento do eleitorado mediante oferecimento de entretenimento, ou, mais
especificamente, de show artístico no contexto do comício ou de evento eleitoral
realizado para a promoção de candidatura, nos quais o artista e o candidato dividem
o palco/palanque com o objetivo de obter votos. 2. O Supremo Tribunal Federal 116
reconhece a instrumentalidade da liberdade de expressão no contexto político-eleitoral,
visto que se destina a estimular e ampliar o debate público, permitindo que os eleitores
tomem conhecimento dos diversos projetos políticos em disputa. O destinatário último
da troca de informações durante o período eleitoral é o cidadão eleitor, titular do direito
ao voto, que deve ser exercido de forma livre e soberana. Não são admitidas, por
contrárias à liberdade de expressão, limitações que venham a desencorajar o fluxo de
ideias e propostas de cada candidato, ou a exercer uma censura prévia quanto a
determinado conteúdo, cabendo a responsabilização, a posteriori, por eventuais
abusos praticados no exercício desse direito. Precedentes: ADI nº 3.741/DF, Tribunal
Pleno, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe de 23/2/07; ADI nº 4.451/DF, Tribunal Pleno,
Rel. Min. Alexandre de Moraes, DJe de 6/3/19; ADI nº 4.650/DF, Tribunal Pleno, Rel.
Min. Luiz Fux, DJe de 24/2/16. 3. É também assegurado a todo cidadão manifestar seu
apreço ou sua antipatia por qualquer candidato, garantia que, por óbvio, contempla os
artistas que escolherem expressar, por meio de seu trabalho, um posicionamento
político antes, durante ou depois do período eleitoral. A proibição dos showmícios e
eventos assemelhados não vulnera a liberdade de expressão, já que a norma em
questão não se traduz em uma censura prévia ou em proibição do engajamento
político dos artistas, visto que dela não se extrai impedimento para que um artista
manifeste seu posicionamento político em seus shows ou em suas apresentações. (...).
4. A medida se justifica pelo intuito de evitar o abuso de poder econômico no âmbito
das eleições e de resguardar a paridade de armas entre os candidatos. O caráter gratuito
do showmício ou do evento assemelhado não é suficiente para afastar o desequilíbrio
por eles provocado entre os concorrentes a cargos eletivos, havendo clara vantagem
para aquele que tem apresentações artísticas associadas à promoção de sua
campanha, ainda que sem pagamento de cachê. Também se justifica no fato de que a
promoção de uma candidatura por meio do patrocínio de um show destinado ao público
em geral poderia ser considerada como oferecimento de uma vantagem ao eleitor, o
qual acabaria por associar sua experiência de entretenimento ao político homenageado.
5. Enquanto o showmício configura uma modalidade de propaganda eleitoral
direcionada ao público em geral para obtenção de votos, o evento destinado à
arrecadação de recursos para a campanha eleitoral tem finalidade diversa, qual seja,
a de mobilizar os apoiadores da candidatura com o intuito de obter recursos para a
viabilização da campanha eleitoral. A realização de evento dessa natureza tem
respaldo constitucional, por se tratar de uma modalidade de doação que proporciona
ao eleitor, como pessoa física, participar do financiamento da democracia
representativa, o que reflete o espírito republicano da Carta de 1988, pois possibilita
que o cidadão viabilize ativamente o projeto político de sua escolha. 6. Ação direta de
inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente, reconhecendo-se como parte
do escopo do art. 23, § 4º, inciso V, da Lei nº 9.504/1997 a possibilidade de realização
de apresentações artísticas ou shows musicais em eventos de arrecadação de recursos
para campanhas eleitorais, não se aplicando o princípio da anualidade eleitoral a esse
entendimento.
Correta, portanto, a letra B e, pelos mesmos fundamentos, incorretas as demais.
_______________________________________________________________________
(A) nas eleições proporcionais não devem ser computados como válidos para os partidos
políticos os votos dados a candidatos sub judice cujos registros de candidatura estejam
sem análise na data da eleição;
(B) o cômputo, para o respectivo partido ou coligação, dos votos atribuídos a candidato
sub judice fica condicionado, em qualquer hipótese, ao deferimento do seu registro;
(C) devem ser computados como válidos os votos dados, apenas, aos candidatos sub
judice cujos registros de candidatura estejam deferidos pela Justiça Eleitoral na data da
eleição e que, após a votação, sejam indeferidos por decisão judicial;
(D) os votos obtidos por candidato cuja candidatura no dia da eleição se encontrava sub
judice, na hipótese de indeferimento do registro superveniente, serão computados e
considerados na definição de quociente partidário;
(E) excluem-se da contagem para as legendas os votos atribuídos ao candidato cujo
registro tenha sido indeferido no dia da votação.
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
O STF, nas ADIs 4513 e 4542, por unanimidade, decidiu que os votos obtidos por
candidato que, na data das eleições, esteja com o registro de candidatura deferido ou
não apreciado, mas cuja situação jurídica venha a se modificar em razão de decisão
judicial posterior, devem ser computados para o partido pelo qual tiver sido feito o seu
registro. Entender de forma diversa ofenderia os princípios democrático e da soberania
popular, na medida em que despreza a vontade do eleitorado.
Ressalte-se que esta tese não se aplica à hipótese em que o registro de candidatura
venha a ser cassado pela prática de ilícitos eleitorais graves. Nessa situação, os votos são
inválidos e anulados para todos os efeitos.
Tese firmada:
80. Caio teve seu título de eleitor cancelado em decorrência de não ter se apresentado
ao procedimento de revisão eleitoral para o qual foi convocado.
(B) a revisão eleitoral, que se destina à atualização do alistamento eleitoral, não pode
ensejar o cancelamento do título de eleitor, sob pena de violação ao princípio
democrático e ao direito do voto;
(C) é válido o cancelamento do título de eleitor que, convocado por edital, não
comparece ao processo de revisão eleitoral;
(D) eleitor que não comparece ao processo de revisão eleitoral pode ter seu título
cancelado, caso não tenha atendido à convocação efetuada por intimação pessoal;
(E) a revisão eleitoral serve, apenas, para a atualização do alistamento eleitoral, motivo
pelo qual o cancelamento do título de eleitor, pelo seu não comparecimento, não
poderá ensejar indeferimento de eventual registro de candidatura.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
No julgamento da ADPF 541, o Supremo Tribunal Federal julgou válidas as normas que
autorizam o cancelamento do título do eleitor que não atendeu ao chamado para
cadastramento biométrico obrigatório.
Tese firmada:
“É válido o cancelamento do título do eleitor que, convocado por edital, não comparecer
ao processo de revisão eleitoral, em virtude do que dispõe o art. 14, caput e §1º, da
Constituição de 1988.”
Ementa: Direito Constitucional Eleitoral. Cancelamento de título decorrente da sua não 119
apresentação ao procedimento de revisão eleitoral. Violação ao princípio democrático
e ao direito de voto. Inocorrência. 1. O exercício do direito de voto é componente
essencial da democracia representativa. O alistamento eleitoral e sua revisão periódica
são indispensáveis para que esse direito seja exercido de maneira ordenada e segura. 2.
A revisão eleitoral é estabelecida em lei e se destina a atualizar o alistamento eleitoral
previsto na Constituição. Também o cancelamento de título não apresentado à revisão
tem base legal. Inexiste qualquer elemento que sugira ter havido direcionamento, quer
na revisão eleitoral, quer no cancelamento de títulos. 3. Tendo lastro constitucional e
legal, e não tendo havido vício na sua concretização, inexiste violação à democracia, à
soberania popular, à cidadania ou ao direito de voto em decorrência do cancelamento
do título de eleitor que não comparece ao procedimento de revisão eleitoral. 4.
Tampouco é legítimo falar em violação à igualdade. Tal como o alistamento eleitoral, a
revisão eleitoral é exigida de todos sem discriminação. 5. Não há violação à
proporcionalidade. A medida é adequada e necessária, não havendo meio substitutivo
com eficácia equivalente. Tampouco há base para afirmar que o benefício de se
evitarem fraudes e outros comprometimentos à regularidade do voto é menos
importante do que a participação dos que não atenderam ao chamado da Justiça
Eleitoral. (...) 9. Improcedência da ação.
Correta, portanto, a letra C e, pelos mesmos fundamentos, incorretas as demais.
_______________________________________________________________________
BLOCO III: Direito Empresarial, Direito Tributário e Financeiro,
Direito Ambiental, Direito Administrativo, Noções Gerais de
Direito e Formação Humanística
(B) comprovada sua concessão para as substâncias de qualquer espécie, bem como a
modificação de suas propriedades físico-químicas, quando resultantes de
transformação do núcleo atômico, será concedida a patente no Brasil tal como
concedida no país de origem;
(C) a proteção conferida vigora pelo prazo remanescente de proteção no país onde foi
depositado o primeiro pedido, até o prazo máximo de proteção concedido pela lei
brasileira, a contar da data do primeiro depósito no exterior; 120
(D) para gozar da proteção e das garantias previstas em tratado ou convenção em vigor
no Brasil, o titular da patente pipeline deverá realizar seu depósito dentro do prazo de
cinco anos da expedição da carta patente no exterior ou do início de sua exploração,
contados da primeira ocorrência;
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
A resposta correta está no item “C”, que reflete o entendimento do STJ sobre o tema.
"A Lei de Propriedade Industrial, em seu art. 230, § 4º, c/c o art. 40, estabelece que a
proteção oferecida às patentes estrangeiras, chamadas patentes pipeline, vigora 'pelo
prazo remanescente de proteção no país onde foi depositado o primeiro pedido', até o
prazo máximo de proteção concedido no Brasil – 20 anos – a contar da data do primeiro
depósito no exterior, ainda que posteriormente abandonado.” (STJ, AgRg no REsp
1.207.571/RJ, Relator Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, Data do Julgamento
04/11/2014)
_______________________________________________________________________
82. Pedro, administrador judicial da massa falida de Muqui, Viana, Jaguaré & Cia. Ltda.,
propôs no plano de realização do ativo a alienação da empresa, com a venda de seus
estabelecimentos em bloco, mediante processo competitivo organizado, cujo
procedimento foi detalhado em relatório anexo.
(B) não acatar a impugnação do credor, pois a venda não depende da conjuntura do
mercado, a alienação por processo competitivo independe de autorização da
assembleia de credores por ser modalidade ordinária, tal qual o leilão, e a empresa pode
ser alienada ainda que por preço vil;
(E) acatar parcialmente a impugnação do credor, apenas em relação ao preço vil, visto
que a proposta do administrador judicial permite a alienação por preço inferior a 50%
do valor da avaliação, condição que deprecia os ativos em vez de otimizá-los.
_______________________________________________________________________
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Considerando a LFRE, em sua redação atual, apenas uma das impugnações deve
prosperar, a impugnação relativa a necessidade de aprovação pela Assembleia Geral de
Credores do processo de alienação, ainda que seja uma modalidade ordinária de
realização do ativo, conforme o art. 142, §3º-B, inciso I, da LFRE.
_______________________________________________________________________
83. A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976) disciplina as reservas que a 122
companhia pode constituir, dentre elas as reservas estatutárias, de incentivos fiscais e
de lucros a realizar. Sobre elas, analise as afirmativas a seguir.
I. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma, fixe os critérios para
determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua constituição.
II. A assembleia geral poderá, por proposta do acionista controlador ou dos órgãos de
administração, destinar para a reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro líquido
decorrente de subvenções governamentais para investimentos, desde que não seja
excluída da base de cálculo do dividendo obrigatório.
(A) I;
(B) II;
(C) III;
(D) I e II;
(E) II e III.
_______________________________________________________________________
GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Questão sem possibilidade de recurso, fundamentada na Lei 6.404/76 (Lei das SA).
“Art. 194. O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:
[...]
II - fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que
serão destinados à sua constituição; e”
_______________________________________________________________________
84. O trade dress, termo criado nos Estados Unidos, representa o conjunto-imagem de
uma marca, um produto ou serviço. Esse conjunto de características particulares pode
incluir o formato, a cor, ou a combinação delas, o tamanho, a textura, gráficos,
desenhos, embalagem e disposição de elementos visuais e/ou sensitivos do
estabelecimento ou da prestação do serviço.
III. Para configuração de concorrência desleal derivada de imitação de trade dress, não
basta que o titular comprove que utiliza determinado conjunto-imagem, sendo
necessária a observância, para garantia da proteção jurídica, de ausência de caráter
meramente funcional; distintividade; confusão ou associação indevida; e anterioridade
de uso.
(A) somente I;
(E) I, II e III.
_______________________________________________________________________
124
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
[...]
[...]
125
8. Para configuração da prática de atos de concorrência desleal derivados de imitação
de trade dress, não basta que o titular, simplesmente, comprove que utiliza
determinado conjunto-imagem, sendo necessária a observância de alguns pressupostos
para garantia da proteção jurídica (ausência de caráter meramente funcional;
distintividade; confusão ou associação indevida, anterioridade de uso).
_______________________________________________________________________
85. Massas Alimentícias Boa Família S/A contraiu três financiamentos com o Banco de
Itaguaçu S/A, todos para propiciar o incremento da atividade industrial de suas duas
plantas, situadas em Pancas/ES e Ponte de Itabapoana/ES. Foram vinculadas aos
financiamentos cédulas de crédito industrial com garantia fiduciária de diversos bens da
emitente, incluindo a cessão fiduciária de títulos de crédito à ordem (duplicatas e notas
promissórias).
Em embargos à execução, Massas Alimentícias Boa Família S/A sustenta que: (i) não
poderia o credor cobrar antecipadamente todos os financiamentos, pois a maior parte
do débito não tem relação com o contrato inadimplido, já que o credor está estendendo
o inadimplemento de um contrato a outros; (ii) o credor está cobrando comissão de
fiscalização – prevista no contrato – com valor capitalizado, o que configura abuso e
excesso de execução; e (iii) a garantia de cessão fiduciária dos títulos de crédito deve ser
excluída por não ter relação com a atividade industrial.
(A) procedentes, pois o inadimplemento de um dos contratos não se estende aos demais
e às cédulas, a capitalização da comissão de fiscalização é abusiva e a cessão fiduciária
de títulos de crédito não pode servir como garantia de cédulas industriais;
_______________________________________________________________________
GABARITO: D
COMENTÁRIOS
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86. Vestuário Beleza Ltda., atuante no comércio varejista de peças de vestuário, por uma
série de erros contábeis (sem dolo, fraude ou simulação), declarou a menor e pagou a
menor o ICMS devido sobre suas vendas a consumidores finais quanto a fatos geradores
ocorridos entre janeiro de 2019 e dezembro de 2020. A partir de janeiro de 2021, já em
crise financeira, embora tenha detectado o erro contábil e o corrigido, passando a
declarar corretamente, começou a não ter mais recursos para pagar tal ICMS
adequadamente declarado.
(A) quanto a tais tributos declarados a menor e pagos a menor, o prazo decadencial
127
quinquenal para o lançamento de ofício suplementar é contado do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
(B) quanto a tais tributos declarados a menor e pagos a menor, o prazo decadencial
quinquenal para o lançamento de ofício suplementar é contado da data da entrega da
declaração;
(C) quanto a tais tributos declarados a menor e pagos a menor, o prazo prescricional
quinquenal para o lançamento de ofício suplementar é contado da ocorrência do fato
gerador de cada obrigação tributária;
(D) quanto aos tributos devidamente declarados a partir de janeiro de 2021 mas não
pagos, o marco inicial para contagem do prazo prescricional quinquenal para sua
cobrança judicial é o dia seguinte à data estipulada para o vencimento da cobrança do
tributo;
(E) quanto aos tributos devidamente declarados a partir de janeiro de 2021 mas não
pagos, o marco inicial para contagem do prazo decadencial quinquenal para sua
cobrança judicial é o dia seguinte à data estipulada para o vencimento da cobrança do
tributo.
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
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87. Em 2023, projeto de lei ordinária do Estado Alfa, de iniciativa parlamentar, pretende
conceder isenção de ICMS na venda de próteses em favor de pessoas que sofreram
amputações já a partir deste ano. O projeto foi aprovado por votação em Plenário da 128
Assembleia Legislativa. Após a conclusão da votação do texto definitivo, foi elaborada,
pela Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação, estimativa de impacto
orçamentário e financeiro da renúncia de receita quanto ao ano de 2023 e aos dois
seguintes, atendendo-se ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e com previsão
de medidas de compensação por meio do aumento de receita, proveniente da elevação
de alíquota de tributo. O projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa, junto com
a estimativa de impacto, foi enviado ao governador, que o sancionou.
_______________________________________________________________________
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
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88. José, como forma de obter empréstimo junto ao Banco X S/A, deu em hipoteca ao
referido banco o único imóvel de sua propriedade, em que residia, no Município Alfa.
Contudo, ao ser lavrada a escritura pública de hipoteca perante o tabelião Mateus no
Município Beta, sede do banco, não foi recolhido o ITBI pela constituição do direito real
de hipoteca sobre o imóvel. Em razão disso, o Município Alfa realizou lançamento de 129
ofício contra José, cobrando-lhe o ITBI que entendia devido.
(A) por se tratar de uma dívida tributária incidente sobre o próprio imóvel, José não
poderá opor ao Fisco a impenhorabilidade do bem de família;
(B) a lavratura dessa escritura de hipoteca pelo tabelião Mateus, sem que exigisse a
comprovação do recolhimento do ITBI, pode acarretar sua responsabilização tributária;
(C) nos termos do Código Tributário Nacional, o contribuinte do ITBI, em relação àquele
ato, seria o Banco X S/A, em favor de quem a hipoteca está sendo constituída;
(D) o Município Beta, onde foi lavrada a escritura pública de constituição da hipoteca,
que poderia realizar tal lançamento de ofício;
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GABARITO: E
COMENTÁRIOS
Considerando o disposto no inciso II do art. 156 da CF/88, não incide o ITBI sobre os
direitos reais de garantia, ou seja, não será cobrado o imposto quando estivermos
falando sobre a hipoteca (caso da questão), penhor ou anticrese.
Assim, a única alternativa correta é o item “E”, que fala não ser devida a incidência de
ITBI na constituição do direito real de hipoteca.
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89. Etiquetas 100% Ltda., no ano de 2021, com o uso de seus próprios insumos e
equipamentos, produz etiquetas por encomenda para serem afixadas em embalagens
de mercadorias a serem posteriormente vendidas pelos mais diversos varejistas
espalhados pelo país. Por entender que sua atividade se tratava da prestação de um
serviço por encomenda, de acordo com a necessidade de cada um de seus clientes,
recolhia o ISS, à alíquota de 2% fixada em lei do Município Alfa, Estado Beta, onde estava
sua sede. Contudo, foi surpreendida com auto de infração do Fisco do Estado Beta,
cobrando-lhe ICMS sobre esse fornecimento de etiquetas a seus clientes de todo o país.
(B) o ISS sobre tal atividade deveria ser recolhido por seus clientes, na condição de
responsáveis tributários, nos Municípios de suas respectivas sedes;
(C) o ISS sobre tal atividade deveria ser recolhido por Etiquetas 100% Ltda., na condição
de contribuinte, em favor dos Municípios em que estão situados seus clientes;
(D) por se tratar de atividade mista, Etiquetas 100% Ltda. deve recolher ISS ao Município
Alfa e ICMS ao Estado Beta;
(E) a fixação de alíquota em 2% por lei do Município Alfa viola a alíquota mínima prevista
em lei complementar para o ISS, que é de 5%.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
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90. Lei ordinária do Estado Alfa, publicada em dezembro de 2021, fixou as novas bases
de cálculo do IPVA a serem aplicadas a partir de 01/01/2022, acarretando majoração do
tributo a ser pago. Além disso, foi previsto que o IPVA também passaria a incidir,
decorridos noventa dias da data em foi publicada a lei, sobre aeronaves e embarcações,
dotadas ou não de motor de autopropulsão.
(B) violou o princípio da anterioridade tributária nonagesimal ao criar essas novas 131
hipóteses de incidência do IPVA, pois os noventa dias deveriam ser contados a partir de
01/01/2022;
(C) não poderia prever incidência de IPVA sobre quaisquer tipos de aeronaves e
embarcações;
(D) poderia prever incidência de IPVA sobre aeronaves e embarcações, desde que
fossem dotadas de motor de autopropulsão;
(E) por se tratar de mera lei ordinária, não poderia criar novas hipóteses de incidência
de IPVA sobre aeronaves e embarcações sem previsão em lei complementar.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
Embora seja importante ressaltar que tal fato deve mudar com a aprovação da Emenda
Constitucional tratando da reforma tributária, atualmente continua vigorando o
entendimento do STF e, portanto, a alternativa correta é o item “C”.
_______________________________________________________________________
91. O Estado Gama publicou lei proibindo aos órgãos ambientais de fiscalização e à
polícia militar estadual, a destruição e a inutilização de bens particulares, produtos,
subprodutos e instrumentos apreendidos nas operações e fiscalizações ambientais no
âmbito do Estado Gama, e determinando que tais bens sejam vendidos.
(A) inconstitucional, haja vista que viola a competência da União para legislar sobre
normas gerais de proteção ao meio ambiente e afronta a competência privativa da
União para legislar sobre direito penal e processual penal;
(B) inconstitucional, haja vista que viola a competência privativa da União para legislar
sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos
recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 132
(C) constitucional, haja vista que compete à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios legislar concorrentemente sobre proteção do meio ambiente, controle da
poluição e responsabilidade por dano ao meio ambiente;
(D) constitucional, haja vista que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal
legislar concorrentemente sobre proteção do meio ambiente, e a norma estadual é mais
protetiva ao meio ambiente do que a norma editada pela União, com fundamento em
suas peculiaridades regionais e na preponderância de seu interesse;
(E) inconstitucional, haja vista que a lei estadual, ao impor a destinação a ser dada a
produtos e instrumentos utilizados na prática infracional apreendidos em operações de
fiscalização ambiental, usurpou a competência privativa dos Municípios para legislar
sobre produtos ou instrumentos de crime, matéria de procedimento administrativo de
interesse local.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Entendeu o STF que é inconstitucional lei estadual que proíbe os órgãos ambientais e a
polícia militar de destruírem e inutilizarem bens particulares apreendidos em operações
de fiscalização ambiental. Segundo a Corte tal lei estadual viola a competência privativa
da União para legislar sobre direito penal e processual penal e para editar normas gerais
de proteção ao meio ambiente (ADIs 7200 e 7204).
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92. O Ministério Público ajuizou ação civil pública em face da sociedade empresária Alfa,
imputando-lhe a prática de dano ambiental consistente em extração mineral ilegal de
substância conhecida como saibro, sem as licenças e autorizações legais necessárias.
Assim, o Ministério Público formulou pedido de condenação da sociedade empresária
Alfa em obrigação de fazer, consistente em elaboração e, após aprovação do órgão
ambiental competente, execução de plano de recuperação de áreas degradadas (em
relação aos danos passíveis de recuperação), bem como indenização pelos danos
irreversíveis e lucros indevidamente auferidos pelo poluidor.
(B) não merece prosperar, pois a indenização de dano ambiental deve abranger não
apenas a totalidade, mas sim o dobro do valor dos danos causados, tendo em vista o
caráter pedagógico-punitivo da sanção;
(C) não merece prosperar, pois a indenização de dano ambiental deve abranger a
totalidade dos danos causados, não sendo possível serem decotadas em seu cálculo
despesas referentes à atividade empresarial;
(D) merece prosperar, pois a indenização de dano ambiental deve abranger a totalidade
dos danos causados somada aos lucros indevidamente auferidos pelo poluidor, sendo
descontadas, ao final, as despesas referentes à atividade empresarial, sob pena de
locupletamento ilícito;
(E) merece prosperar, pois a indenização de dano ambiental deve abranger a totalidade
dos danos causados, mas é possível serem descontadas, ao final, as despesas referentes
à atividade empresarial, nas hipóteses em que o poluidor pagador não contesta a autoria
do dano ambiental, diante do fomento à boa-fé e à lealdade no processo ambiental.
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GABARITO: C
COMENTÁRIOS
A indenização de dano ambiental deve abranger a totalidade dos danos causados, não
sendo possível ser decotadas em seu cálculo despesas referentes à atividade
empresarial.
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93. O Estado Beta, após declarar o imóvel de Maria como sendo de utilidade pública
para fins de desapropriação e não conseguir chegar a um acordo com a proprietária,
ajuizou ação de desapropriação, requerendo a imissão provisória na posse. Tendo em
vista que o Estado expropriante, apesar de ter alegado urgência para fins de imissão na
posse, não depositou a quantia arbitrada em sede de avaliação do imóvel, segundo os
parâmetros legais, o magistrado determinou a intimação do Estado Beta para que, em
quinze dias, promovesse o depósito da quantia relativa à avaliação do imóvel prevista
no Art. 15 do Decreto-Lei nº 3.365/1941. Diante da inércia do Estado Beta, o magistrado
indeferiu a petição inicial e extinguiu o processo sem resolução do mérito.
(B) corretamente, no que tange à extinção do processo sem resolução do mérito, mas
erroneamente na fundamentação, pois deveria ser reconhecida a ausência de interesse
processual;
(C) corretamente, no que tange à extinção do processo sem resolução do mérito, mas
erroneamente na fundamentação, que deveria apontar a divergência entre o preço
ofertado e o valor real do bem;
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
94. Joaquim atua como substituto interino não concursado do cartório extrajudicial do
Zº Registro Geral de Imóveis no Estado Alfa. Por sua vez, a notária Joana é titular
concursada da serventia extrajudicial do Yº Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais
do Estado Alfa.
(D) Joana não se sujeita ao teto remuneratório constitucional, pois não é considerada
servidora pública, sendo que os serviços de registro são exercidos em caráter privado,
por delegação do poder público, mas Joaquim se sujeita ao teto remuneratório
constitucional, pois se insere na categoria de agente estatal, haja vista que não se
equipara aos titulares de serventias extrajudiciais, dado que não atende aos requisitos
constitucionais para o provimento originário da função;
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GABARITO: D
COMENTÁRIOS
Questão abordada na rodada de reta final do TJES.
Nos termos do art. 236 da CF/88, “Os serviços notariais e de registro são exercidos em
caráter privado, pode delegação do Poder Público”. Exercentes de serviço privado, ainda
que por delegação pública, os notários e registradores titularizados não são
considerados servidores públicos lato sensu, não se submetendo, pois, ao teto
remuneratório, e “Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos
relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro” (§ 2º).
Todavia, diferentemente, conforme entendimento firmado pelo STF em repercussão
geral, os interinos são considerados agentes públicos em sentido amplo, sujeitos,
portanto, à limitação remuneratória constitucional. Vejamos:
DIREITO CONSTITUCIONAL. NOTÁRIOS E REGISTRADORES. TITULARES E SUBSTITUTOS.
EQUIPARAÇÃO. INVIABILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 37, INCISO II; E 236, § 3º, DA
CF/88. REMUNERAÇÃO DOS INTERINOS DESIGNADOS PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
DELEGADA. INCIDÊNCIA DO TETO REMUNERATÓRIO DO ART. 37, INCISO XI, DA CF/88.
OBRIGATORIEDADE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.
1. Os substitutos ou interinos designados para o exercício de função delegada não se
equiparam aos titulares de serventias extrajudiciais, visto não atenderem aos
requisitos estabelecidos nos arts. 37, inciso II; e 236, § 3º, da Constituição Federal,
para o ingresso originário na função. Jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal 137
Federal.
2. Diferentemente dos titulares de ofícios de notas e registros, que se classificam
como agentes delegados, os substitutos ou interinos de serventias extrajudiciais
atuam como prepostos do Estado e se inserem na categoria genérica dos agentes
estatais, razão pela qual se aplica a eles o teto remuneratório do art. 37, inciso XI,
da Carta da Republica.
3. Tese aprovada: “os substitutos ou interinos designados para o exercício de função
delegada não se equiparam aos titulares de serventias extrajudiciais, visto não
atenderem aos requisitos estabelecidos nos arts. 37, inciso II; e 236, § 3º, da
Constituição Federal para o provimento originário da função, inserindo-se na categoria
dos agentes estatais, razão pela qual se aplica a eles o teto remuneratório do art. 37,
inciso XI, da Carta da Republica.”
4. Recurso extraordinário provido.
(STF - RE: 808202 RS, Relator: DIAS TOFFOLI, Data de Julgamento: 24/08/2020,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: 25/11/2020)
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95. O Estado Alfa publicou lei alterando o Estatuto dos Policiais Civis e inseriu norma
dispondo que o corregedor-geral da Polícia Civil decidirá fundamentadamente pelo
afastamento temporário, ou não, do exercício do cargo ou das funções, com supressão
das vantagens previstas nesta lei, do servidor policial civil processado criminalmente. O
policial civil João foi denunciado pelo Ministério Público e a ação penal ainda está em
curso. Ao tomar conhecimento da tramitação do processo criminal, o corregedor-geral
da Polícia Civil praticou ato administrativo afastando João, com supressão de seus
vencimentos, com base no novo dispositivo legal mencionado.
(C) inconstitucional, no que tange à expressão “com supressão das vantagens previstas
nesta lei”, por violação às cláusulas do devido processo legal e da não culpabilidade;
GABARITO: C
COMENTÁRIOS
(A) terá como referência o preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será
estendido aos eventuais termos aditivos;
(E) considerará o preço unitário para cada serviço especificado no edital de licitação, e
os custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção do objeto licitado,
não poderão ser considerados para a definição do menor dispêndio, pois são inerentes
à atividade empresarial do futuro contratado.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
(B) INCORRETA.
Art. 37, caput, I, da Lei Federal n.º 14.133/2021:
Art. 37. O julgamento por melhor técnica ou por técnica e preço deverá ser
realizado por:
I - verificação da capacitação e da experiência do licitante, comprovadas por
meio da apresentação de atestados de obras, produtos ou serviços
previamente realizados;
II - atribuição de notas a quesitos de natureza qualitativa por banca designada
para esse fim, de acordo com orientações e limites definidos em edital,
considerados a demonstração de conhecimento do objeto, a metodologia e
o programa de trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a relação dos
produtos que serão entregues;
III - atribuição de notas por desempenho do licitante em contratações
anteriores aferida nos documentos comprobatórios de que trata o § 3º do art.
88 desta Lei e em registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP).
(D) INCORRETA.
Art. 39, caput, da Lei Federal n.º 14.133/2021: “O julgamento por maior
retorno econômico, utilizado exclusivamente para a celebração de contrato
de eficiência, considerará a maior economia para a Administração, e a
remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma
proporcional à economia efetivamente obtida na execução do contrato”.
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97. O servidor público municipal João, no mês de junho de 2023, dolosamente, deixou
de praticar, indevidamente, ato de ofício. No mesmo mês, a servidora pública municipal
Maria, igualmente de forma dolosa, revelou fato de que tinha ciência em razão das suas
atribuições e que devia permanecer em segredo, mas não chegou a haver qualquer
beneficiamento por informação privilegiada ou risco à segurança da sociedade e do 141
Estado.
Com base apenas nos elementos acima narrados e no atual texto da Lei de Improbidade
Administrativa, em tese:
(B) João e Maria praticaram atos de improbidade administrativa que atentaram contra
os princípios da administração pública;
(C) João não praticou ato de improbidade administrativa, mas Maria praticou ato de
improbidade administrativa que atentou contra os princípios da administração pública;
(D) João não praticou ato de improbidade administrativa, mas Maria praticou ato de
improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário;
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Questão abordada na rodada de reta final do TJES.
(C) racionalismo: afirma o princípio da utilidade como meio para julgar uma ação e dá
ênfase às consequências; empirismo: afirma o imperativo categórico como base para a
ação e dá ênfase aos princípios;
(D) racionalismo: entende o justo como afirmação do bem-estar geral e é uma corrente
teleológica; empirismo: entende o justo como garantia do direito individual e é uma
corrente deontológica;
(E) racionalismo: nega que a evolução do espírito ocorra por meio do processo formado
por tese, antítese e síntese; empirismo: afirma que a evolução do espírito ocorre por
meio do processo formado por tese, antítese e síntese.
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GABARITO: A
COMENTÁRIOS
Para os empiristas, por outro lado, a obtenção do conhecimento deve partir das
experiências sensorial e reflexiva, na medida em que a razão não deveria ser considerada
a fonte primária do conhecimento. Assim, a tese defendida é a da indispensabilidade da
experiência para a obtenção de conhecimento.” (LORDELO, João Paulo. Noções gerais de
direito e formação humanística. 6. ed. São Paulo: Editora JusPodivm, 2022, p. 520-521.)
(A) CORRETA. A dedução é um processo de raciocínio lógico que parte de uma certeza
para a interpretação de dados ou fatos (da causa para os efeitos). Já a indução é o
processo inverso, parte-se de dados ou fatos semelhantes para a definição de uma
certeza comum (dos efeitos para as causas). O racionalismo é majoritariamente
dedutivo e o empirismo é majoritariamente indutivo. Diz-se majoritariamente porque,
embora o empirismo esteja mais ligado ao raciocínio indutivo, ele também pode
incorporar o raciocínio dedutivo em certa medida. O raciocínio dedutivo parte de
premissas gerais e aplica regras lógicas para chegar a conclusões específicas. Mesmo no
empirismo, as teorias podem ser deduzidas a partir de princípios gerais e, em seguida,
testadas ou confirmadas através da experiência e da observação. É importante notar
que o empirismo e o raciocínio indutivo não excluem completamente o uso do raciocínio
dedutivo, e vice-versa. Muitas vezes, essas formas de raciocínio se complementam na
construção do conhecimento científico e filosófico.
(E) INCORRETA. "A tese, antítese e síntese" é um conceito associado à filosofia de Georg
Wilhelm Friedrich Hegel e é frequentemente referido como o método dialético
hegeliano. Esse método é usado para compreender como ideias e conceitos evoluem e
se desenvolvem ao longo do tempo, por meio da interação de contradições e oposições.
Tese: A tese é uma ideia, conceito ou afirmação inicial que é proposta. Ela representa
um ponto de vista ou uma proposição que é apresentada como um argumento.
Antítese: A antítese é uma ideia ou conceito oposto à tese. Ela representa uma oposição,
uma contradição ou uma negação da tese inicial. A antítese é introduzida para criar um
conflito ou contradição.
Síntese: A síntese é a resolução do conflito entre a tese e a antítese. Ela representa uma
nova ideia ou conceito que é uma combinação ou reconciliação dos elementos opostos.
A síntese não é meramente uma média entre os dois, mas algo novo e mais complexo
que emerge da interação.
Dentro da filosofia hegeliana, a evolução do espírito pode ser vista como um processo
racional em que a razão humana é central para a compreensão progressiva do mundo.
O método dialético hegeliano, que envolve a tese, antítese e síntese, sugere um
movimento racional na direção da síntese, que representa um estágio mais elevado de
compreensão. Portanto, em uma interpretação hegeliana, a evolução do espírito
poderia ser considerada uma manifestação da racionalidade humana em sua busca por
uma compreensão mais profunda e abrangente da realidade. Feita esta diferenciação, é
possível concluir que as definições foram postas em sentido contrário na alternativa. O
correto seria “racionalismo: afirma que a evolução do espírito ocorre por meio do 146
processo formado por tese, antítese e síntese; empirismo: nega que a evolução do
espírito ocorra por meio do processo formado por tese, antítese e síntese;”.
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99. Antônio, Pedro e João travaram intenso debate a respeito da correlação existente
entre os contornos filosóficos do pragmatismo e os métodos de interpretação do direito.
Antônio defendia que o pragmatismo é refratário às bases de desenvolvimento do
método concretizador, em especial ao denominado âmbito da norma. Pedro, por sua
vez, ressaltava que ele não se ajusta a qualquer direcionamento utilitarista nas decisões
tomadas pelo intérprete durante o processo de interpretação. Por fim, João ressaltou
que o pragmatismo busca estabelecer um alicerce de segurança jurídica para as decisões
embasadas no realismo jurídico.
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GABARITO: B
COMENTÁRIOS
148
Observação 02: “Pedro, por sua vez, ressaltava que ele não se ajusta a qualquer
direcionamento utilitarista nas decisões tomadas pelo intérprete durante o processo de
interpretação.” – INCORRETA: O pragmatismo jurídico enfatiza a importância das
consequências práticas e dos resultados concretos na interpretação e aplicação das leis.
Essa abordagem argumenta que a lei deve ser interpretada e aplicada de forma a
alcançar resultados justos e benéficos para a sociedade. Os pragmatistas jurídicos
consideram a utilidade das leis e como elas podem ser aplicadas de maneira eficaz para
atender aos objetivos da sociedade. O utilitarismo é uma teoria ética que sugere que a
moralidade de uma ação é determinada pelo grau de felicidade, prazer ou bem-estar
que ela produz para a maioria das pessoas. Quando aplicado à interpretação e aplicação
do direito, o direcionamento utilitarista argumenta que as decisões jurídicas devem ser
tomadas com base nas consequências que maximizam o bem-estar ou a utilidade geral.
Isso significa que as leis devem ser interpretadas e aplicadas de maneira a produzir os
melhores resultados para a maioria das pessoas. Portanto, tem-se que o pragmatismo
jurídico se ajusta a um direcionamento utilitarista nas decisões tomadas pelo intérprete
durante o processo de interpretação.
Observação 03: “Por fim, João ressaltou que o pragmatismo busca estabelecer um
alicerce de segurança jurídica para as decisões embasadas no realismo jurídico.” –
INCORRETA: Realismo Jurídico: enfatiza a importância dos fatores sociais, políticos e
práticos na interpretação e aplicação do direito. Os realistas jurídicos argumentam que
a lei não pode ser entendida isoladamente das influências sociais, culturais e
econômicas que a moldam. Eles também desafiam a ideia de que as decisões judiciais
são sempre objetivas e imparciais, sugerindo que as preferências pessoais, as ideologias
e as considerações políticas podem influenciar as decisões dos juízes. Realismo Jurídico
X Pragmatismo Jurídico: ambas as abordagens enfatizam a importância do contexto e
da prática real na interpretação do direito. No entanto, o pragmatismo jurídico tende a
se concentrar mais nas consequências práticas e nos resultados desejáveis, enquanto o
realismo jurídico amplia essa abordagem para incluir uma análise mais profunda dos
fatores sociais e políticos que moldam a lei e as decisões judiciais. Em resumo, enquanto
o pragmatismo jurídico se concentra na utilidade e nas consequências das leis, o
realismo jurídico aborda a lei como parte de um sistema mais amplo, afetado por várias
influências sociais e políticas. Conclusões: O pragmatismo NÃO busca estabelecer um
alicerce de segurança jurídica para as decisões embasadas no realismo jurídico. Existem
dois grandes desafios para o pragmatismo jurídico no âmbito do Estado de Direito: (i)
segurança; (ii) previsibilidade. Decisões judiciais, que preenchem critérios mínimos de
racionalidade e coerência, tendem a ser previsíveis, e com isso tendem a circunscrever
o exercício do poder pelo Estado nos limites impostos pela lei, e não o contrário.
Decisões como essas tendem a fornecer, ao menos hipoteticamente, um grau maior de
segurança e respeito aos direitos individuais, base para a segurança jurídica. A
racionalidade é assegurada através da utilização de métodos interpretativos, ou mesmo
da ideia de subsunção, revestindo a decisão de um caráter não apenas racional como
também impessoal. O juiz é aquele que revela e aplica. Ao Poder Judiciário incumbe a
aplicação de disposições normativas frutos da soberania popular, que é, por sua vez,
mediada pela atuação do Poder Legislativo. A previsibilidade da decisão, por sua vez,
existe dentro dos limites sintáticos e semânticos que representam o fundamento
jurídico-normativo da decisão. As múltiplas formas de indeterminação que podem
integrar o momento da decisão judicial, como as de ordem semântica e pragmática, são
149
recepcionadas pelo consequencialismo e por outras características que acompanham o
pragmatismo.
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(C) apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da
água e do saneamento;
GABARITO: B
COMENTÁRIOS
OBJETIVO 6
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e o 150
saneamento para todos.
16.2 Acabar com abuso, exploração, tráfico e todas as formas de violência e tortura
contra crianças.
16.9 Até 2030, fornecer identidade legal para todos, incluindo o registro de nascimento.
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