América Latina: Etimologia
América Latina: Etimologia
América Latina: Etimologia
América Latina
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A América Latina (em castelhano: América Latina ou Latinoamérica; em francês: Amérique latine) é uma região
do continente americano que engloba os países onde são faladas, primordialmente, línguas românicas (derivadas do
latim) — no caso, o espanhol, o português e o francês — visto que, historicamente, a região foi maioritariamente
dominada pelos impérios coloniais europeus Espanhol e Português.[1] A América Latina tem uma área de cerca de
21 069 501 km², o equivalente a cerca de 3,9% da superfície da Terra (ou 14,1% de sua superfície emersa
terrestre).[2] Em 2008, a sua população foi estimada em mais de 569 milhões de pessoas.[2] Os países do restante do
continente americano tiveram uma colonização majoritariamente realizada por povos europeus de cultura anglo-
saxônica ou neerlandesa (ver América Anglo-Saxônica).[3] Vale ressaltar algumas exceções, como Québec, que não é
um país independente, mas uma província de maioria francófona que pertence ao Canadá;[4] o estado da Luisiana,
que também foi colonizado por franceses, mas pertence aos Estados Unidos[5] e os estados do sudoeste
estadunidense, que tiveram colonização espanhola.[6]
A América Latina compreende a quase totalidade das Américas do Sul e Central: as exceções são os países sul-
americanos da Guiana e do Suriname e a nação centro-americana de Belize e da Jamaica, que são países de línguas
germânicas. Também engloba alguns países da América Central Insular (países compostos de ilhas e arquipélagos
banhados pelo Mar do Caribe), como Cuba, República Dominicana e Haiti. Da América do Norte, apenas o México é
considerado como parte da América Latina.[7] A região engloba 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá,
Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.[8]
A expressão "América Latina" foi utilizada pela primeira vez em 1856 pelo filósofo chileno Francisco Bilbao[9] e, no
mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo;[10] e aproveitada pelo imperador francês
Napoleão III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir os anglo-saxões —
entre os países com influência na América, citando também a Indochina como área de expansão da França na
segunda metade do século XIX.[11] Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de Europa
Latina, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas.[12] Pesquisas sobre a origem da expressão
conduzem, ainda, a Michel Chevalier, que mencionou o termo "América Latina" em 1836, durante uma missão
diplomática feita aos Estados Unidos e ao México.[13] Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do
século XIX tornando-se comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX.[14] Ao final da
Segunda Guerra Mundial, a criação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe consolidou o uso da
expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos, e tem, em consequência, um
significado mais próximo da economia e dos assuntos sociais.[14]
Convém observar que a Organização das Nações Unidas reconhece a existência de dois continentes: América do Sul
e América do Norte, sendo que esta última se subdivide em Caribe, América Central e América do Norte
propriamente dita, englobando México, Estados Unidos e Canadá, além das ilhas de São Pedro e Miquelão,
Bermudas e a Groenlândia.[14] As antigas colônias neerlandesas (e, atualmente, países constituintes do Reino dos
Países Baixos) Curaçao, Aruba e São Martinho não são habitualmente consideradas partes da América Latina,
embora sua língua mais falada seja o papiamento, língua de influência ibérica (embora não considerada latina).[14]
Etimologia
O termo foi utilizado pela primeira vez em 1856, numa conferência do filósofo chileno Francisco Bilbao[9] e, no
mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo em seu poema Las dos Américas ("As duas
Américas", em português).[10]
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O termo "América Latina" foi usado pelo Império Francês
de Napoleão III da França durante sua invasão francesa no
América Latina
México (1863-1867) como forma de incluir a França entre os
países com influência na América e excluir os anglo-saxões.
Desde sua aparição, o termo evoluiu para designar e
compreender um conjunto de características culturais,
étnicas, políticas, sociais e econômicas.[15]
História
Primeiros povos
É provável que os
primeiros povos vieram
da Ásia para a América,
cerca de 20 mil anos
anteriores à chegada de
Cristóvão Colombo ao Localização da América Latina no globo terrestre.
hemisfério ocidental.[16] Gentílico latino-americano
Esses habitantes
Teotihuacan, atual México, vista da primitivos possivelmente Vizinhos Ásia, África, América
via de entrada dos mortos a partir vieram da Ásia à Anglo-Saxônica,
da pirâmide da Lua. América, passando por Antártida, Europa e
uma ponte feita de terra, Oceania
na era glacial, ou
passando de barco pelo Estreito de Bering, ou, então, Divisões
atravessando ilha por ilha, nas Aleutas.[17] Dirigindo-se para - Países 20
o sul, se espalharam progressivamente pela América.[17] - Dependências 10
Área
Esses habitantes de origem asiática, denominados, hoje, de
- Total 21 069 501 km²
índios americanos, ou ameríndios, vagueavam pela terra,
Brasil (8 514
perseguindo os animais para matar e tirando os peixes da - Maior país
876,599 km²)
água.[18] Depois de uma grande quantidade de gerações na
El Salvador (21
América, novos modos de vida foram desenvolvidos por - Menor país
041 km²)
certas tribos.[19] Ao invés de vaguear, ergueram
comunidades agrícolas.[19] Foram os primeiros habitantes Extremos de elevação
que plantaram cacau, milho, feijão, favas, batatas, abóbora e Aconcágua, Argentina (6
- Ponto mais alto
tabaco.[20] Nas regiões em que ótimas colheitas foram 962 m nmm)
conseguidas pelos agricultores que viviam tranquilamente, o Laguna del Carbón,
- Ponto mais baixo
crescimento populacional foi acelerado.[19] Argentina (-105 m nmm)
População
A cultura maia foi a mais antiga civilização de alto
- Total 569 milhões habitantes
desenvolvimento no ocidente.[19] Teve início na América
- Densidade 27 hab./km²
Central mais de cem anos antes da época em Jesus Cristo
nasceu.[21] Por volta de 600 a.C., os maias criaram um Idiomas Principais: espanhol e
calendário e um alfabeto de ideogramas.[22] Haviam criado, português
também, estilos arquitetônicos, esculturais, e trabalhos Outros: francês,
metálicos.[23] Tiveram uma boa estrutura de governo[24] e quíchua, aimará,
conheciam muito bem astronomia[25] e agricultura.[26] náuatle, Línguas maias,
guarani, Crioulo haitiano,
Durante a invasão espanhola da América Latina, no século papiamento, Línguas
XVI, aí prosperavam três grandes civilizações ameríndias: a tupis.
maia, na América Central (a qual era influenciada pela
tolteca, do México, a partir do século X d.C.); a asteca, no
México, e a inca no Equador, no Peru e na Bolívia. Essas civilizações exerceram muita influência na prosperidade
latino-americana que veio depois dessa contribuição dada pelos primeiros povos da região.[19] O ouro e prata
existiam em suas minas, e isso fez com que os dominadores espanhóis conquistassem os povos indígenas na maior
rapidez possível.[19]
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Panorama de Machu Picchu, uma antiga cidade do Império Inca em meio aos Andes peruanos, na América do Sul.
Exploração e colonização
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Em 1531, Pizarro saiu do Panamá, velejando em direção ao sul, com mais de 180 homens e 27 cavalos.[41] Chegou no
Peru e, em torno de 1533, depois que venceu facilmente os indígenas, já conquistou a maioria do território do
Império Inca. Pedro de Valdivia (1500-1553), um dos oficiais de Pizarro, havia conquistado o norte do Chile e criou
Santiago em 1541.[42] As regiões dominadas do litoral oeste da América do Sul, do Panamá até o centro do Chile
foram dadas por essa conquista à Coroa de Castela.[35] No Chile, o tempo de sobrevivência contínua dos araucanos
foi de cerca de 300 anos.[43]
Colonização
Entre 1500 e 1800, os colonizadores que vieram da Coroa de Castela e do Reino de Portugal acorreram em grande
número para as novas terras.[44] Os proprietários de terras plantavam algodão, frutas e cana-de-açúcar na maioria
do território que ocuparam, principalmente na Região Nordeste do Brasil, nas ilhas das Antilhas e na América
Central.[45] Grupos de homens agitados que procuravam ouro e prata passavam pela grande área do México até a
Bolívia dos dias de hoje.[45]
Por onde percorriam, os europeus obrigavam que boa parte dos nativos
trabalhassem para eles, nos campos, nas florestas e nas minas.[46] Trouxeram os
primeiros escravos que vieram da África para a América nos primeiros anos do
século XVI.[47] Principalmente, o litoral leste da América do Sul fornecia uma
pequena quantidade de atrativos para os colonizadores.[45] Uma pequena
quantidade de indígenas habitavam a região e nada restou ouro e prata.[45] Por
isso, o litoral leste continuou quase sem exploração até o início do século XVII,
na época em que a fertilidade do solo para a lavoura e a pecuária foi verificada
pelos europeus.[45]
Esquema mostrando como eram
Já se colonizou boa parte do território da América Latina[48] numa época transportados escravos em um
anterior à chegada definitiva dos colonizadores ingleses na América do Norte, navio negreiro
mais precisamente onde é hoje o estado mais antigo dos Estados Unidos, a
Virgínia em 1607.[49][50] A maior parte dos espanhóis e portugueses vindos para
a América Latina queria se enriquecer com rapidez e retornar aos países de onde vieram.[51] Porém, em suas
expedições existiam, também, artesãos e camponeses, os quais queriam iniciar um novo tipo de vida.[46]
Movimentos de independência
As colônias da América Latina ficaram sendo dominadas pela Europa por aproximadamente 300 anos.[52] Entre
1791 e 1824, a maior parte das colônias que batalharam em guerras, foram libertadas do domínio europeu por esses
conflitos.[53] Todo o país possuía seus próprios heróis revolucionários, porém, ambos os homens mereceram
destaque como líderes da América Latina independente.[35] Um dos dois é general venezuelano Simón Bolívar
(1783-1830) que venceu libertando a Venezuela, a Colômbia, o Equador, o Peru e a Bolívia.[54] O outro é José de San
Martín (1778-1850), general argentino e líder de um exército, que saiu da Argentina, e auxiliou para que o Chile se
tornasse independente da Espanha.[55] Contribuiu, também, para que o Peru fosse libertado.[55]
A maior parte das colônias possuía quatro motivos de base para batalhar pela independência:[35]
1. Muitos mestiços enriquecidos que tinham fazendas, pensavam que era obrigatório participar ativamente no
governo de seus países. Em geral, os espanhóis encaravam menosprezadamente os mestiços, que não eram
nada socialmente prestigiados. Sendo dessa forma, os mestiços que influenciaram em cima dos nativos, foram
líderes de rebeliões que destituíram os senhores europeus;[35]
2. Os crioulos (descendentes de espanhóis que nasceram nas Américas) não admitiram a ocupação exclusiva de
cargos da administração pública por funcionários espanhóis. Os crioulos, do mesmo modo que os mestiços,
desejavam possuir representantes ou políticos que defendessem os seus direitos no governo;[35]
3. O comércio entre as colônias na América Latina foi proibido pelos reinos da Espanha e de Portugal, que
obrigavam-na a comerciar com as metrópoles.[56] Os governos da Espanha e de Portugal aboliram uma grande
quantidade de restrições durante o século XIX, porém, o sentimento de injustiça econômica motivou as colônias
a agirem;[35]
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A tentativa de libertação do país de nascimento de Francisco de Miranda (1750-1816), revoltoso venezuelano, foi
infrutífera em 1806 e pela segunda vez em 1811.[64] Simón Bolívar, que seguia Miranda, havia empreendido um
novo tipo de campanha em 1813.[54] A luta de seus exércitos, que finalmente venceram no atual distrito peruano de
Ayacucho em 1824, foi contrária às forças espanholas por mais de 10 anos.[54] Esta glória libertou o total das
colônias do Reino da Espanha na América do Sul.[54]
O Brasil proclamou sua independência de Portugal sem declarar guerra. Em 1808, João VI de Portugal (1767-1826)
encontrou refúgio durante a invasão napoleônica em seu país.[65] Voltou a Lisboa 14 anos depois que Napoleão
Bonaparte foi derrotado.[59] Seu filho Pedro (1798-1834) foi deixado pelo então rei de Portugal para que governasse
o Brasil como regente.[59] Porém, o povo brasileiro, do mesmo modo que os povos que habitavam as colônias do
Reino da Espanha, não desejava que os europeus os governassem.[59] Desejava que o Brasil fosse libertado de
Portugal.[59] No dia 7 de setembro de 1822, proclamou a independência do Império do Brasil e ascendeu ao trono
como Pedro I do Brasil.
Em 1821, a autoridade do Reino da Espanha foi repudiada pelos cidadãos nascidos na América Central.[59] Os
rebeldes não resistiram muito, já que as forças do Reino da Espanha eram reduzidas e o partido dos revolucionários
foi tomado pelo governador espanhol.[59]
Conflitos regionais
As relações internacionais entre os países fronteiriços latino-americanos foram pontilhadas por uma grande
quantidade de lutas menos importantes, além de uma grande variedade de guerras.[66] O maior desses conflitos foi a
Guerra do Paraguai, pela qual os três países da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) e o vilão Paraguai
estiveram envolvidos. Seu tempo de duração foi entre 1864 e 1870.[67] O Paraguai alargou suas fronteiras, e isso
provocou principalmente as lutas, ainda nos tempos atuais se discutem certas fronteiras do país e esses limites
geopolíticos são controversos.[66]
Nos primeiros anos do século XIX, os problemas que existiam dentre ambas as potências de maior dimensão
geopolítica da América do Sul — a Argentina e o Brasil — foram centralizados na área de ocupação do atual
Uruguai.[66] Em 1825, desenvolveu-se a guerra entre Brasil e Argentina. Três anos depois o Império do Brasil e as
Províncias Unidas do Rio da Prata reconheceram a área em disputa como país independente, o Uruguai.[66][68]
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Em 1932, a Bolívia e o Paraguai
guerrearam porque um dos dois
países queria se apossar do Gran
Chaco.[69] As negociações de paz
iniciaram-se em 1935 e, em 1938,
um acordo final dava 237
800 km² de extensão territorial
em litígio para o Paraguai.[66]
Tropas do exército chileno ocupam Ambos os lados não se
Lima, a capital do Peru, durante a satisfizeram.[66] Forças brasileiras (de uniforme azul escuro)
Guerra do Pacífico. lutam contra o exército paraguaio durante a
O Chile batalhou contra a Bolívia batalha de Avaí, na Guerra do Paraguai.
e o Peru entre 1879 e 1883, porque
o Chile desejava discutir sobre nitratos.[70] A guerra foi vencida pelo
Chile, que tomou posse da região a qual era enriquecida de nitrato e que obrigou a Bolívia a deixar o seu litoral antes
banhado pelo Pacífico.[70] A partir de então, a Bolívia não é mais banhada por litoral marítimo.[70] O Chile e o Peru
debateram por questões limítrofes até o acerto finalizado de sua situação geográfica, em 1929.[66]
Equador e Peru batalharam porque um dos dois países queria se apossar de uma área agreste, não disponível nos
mapas, que se estendia do Equador até a região oeste do Brasil.[66] De 1940 até 1941, ambos os países batalharam
porque essa região era litigiada.[66][71] O Peru venceu o Equador, que havia anexado quase o território inteiro aos
peruanos.[71]
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No século XXI houve a guinada à esquerda, que foi um aumento no número de governos de esquerda pelo
continente.[80] Pouco depois, em meados dos anos 2010, houve a onda conservadora, caracterizada pela ascensão,
desta vez, de governos de centro-direita e direita.[81]
Geografia
A América Latina está toda localizada no hemisfério ocidental, sendo cortada pelo Trópico
de Câncer, o qual atravessa o centro do México, pelo Equador, o qual corta o Brasil,
Colômbia, Equador e pelo qual é tocado o norte do Peru; pelo Trópico de Capricórnio, o
qual corta o Brasil, o Paraguai, a Argentina e o Chile.[82][83]
Relevo
A América Latina possui a mesma ordem de formas de relevo, no sentido norte-sul, em todas as latitudes.[84][85]
Dessa forma, há cinco unidades geomorfológicas mais importantes:[84][85]
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Baixadas litorâneas banhadas pelo oceano Atlântico, as quais quer são estreitas e somem, possibilitando o
aparecimento de falésias ou litorais elevados, quer aparecem muito longas, originando grandes balneários
naturais.[84][85]
Clima
Todos os climas regionais são dependentes de uma grande quantidade de fatores: latitude, altitude e relevo disposto,
massas de ar, continentalidade, maritimidade, correntes marítimas, entre outros. Uma pequena ou grande latitude
determina caso uma região esteja mais perto ou mais longe do Equador e, assim sendo, caso faça maior ou menor
calor. Além disso, por causa do relevo, esta região, possivelmente, possui faixas térmicas diferenciadas, de acordo
com a altitude.[86][87]
As altas temperaturas da região equatorial trazem, no inverno, as massas de ar frio, as quais, em geral, causam
chuvas e posterior diminuição da temperatura quando ela passa. No verão, no hemisfério sul, as temperaturas de
maior elevação acontecem no centro da América do Sul, o que atrai ventos do oceano Atlântico.[86][87]
Como qualquer região em que predomina o clima tropical, a América Latina possui vastos contrastes: certas áreas
de grande umidade e demais de desertos ou semidesertos. As primeiras são frequentes na porção equatorial da
América do Sul ou em regiões de litoral. Já as regiões de deserto aparecem principalmente no momento em que os
ventos de umidade são impedidos de passar para o sertão pelo relevo. Há certos desertos (quantidade menor de
250 mm chuvas ao ano) na América Latina: Mexicano; de Atacama, do Chile ao Peru; e da Patagônia, no sul da
Argentina. Essa porção das Américas possui regiões de semideserto nos planaltos mexicanos e no polígono das
secas, na Região Nordeste do Brasil.[86][87]
Uma quantidade chuvosa muito pequena é recebida por estas regiões de estiagem devido ao seu isolamento
litorâneo pelo relevo disposto, dificultando que contatem com os ventos de umidade. O deserto de Atacama
constituiu-se porque a corrente marítima de Humboldt influencia, e isso, quando esfria as águas do Pacífico, causa a
condensação de nuvens cheias de vapor de água em cima do nível do oceano, fazendo elas chegarem secadas no
continente.[86][87]
Hidrografia
Como seu relevo é disposto, a maior parte dos rios americanos, e especialmente latino-americanos, drenam no
sentido oeste-leste, porque o paredão da cordilheira dos Andes faz eles se dirigirem ao Atlântico.[88]
Sendo, geralmente, uma região de grande umidade, a América Latina tem, na maioria de sua extensão, uma grande
rede hidrográfica. Sobressaem: na América do Norte, o rio Grande, na fronteira Estados Unidos-México;[89] na
América Central, em Honduras, rio Patuca;[90] na América do Sul, em sua parte norte, destacam-se os rios
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Madalena, na Colômbia, e Orenoco, na Venezuela, que desembocam no mar das
Antilhas e pelos quais é banhada uma importante região agropecuária da fachada
norte do continente, bem como demais rios principais os quais são projetados
em suas porções central e sul, como o grande Amazonas e os rios Paraná,
Paraguai e Uruguai, os quais compõem a bacia Platina, desembocando
totalmente no oceano Atlântico.[88][91]
Vegetação
A maioria da vegetação a qual cobria a América Latina até o século XVI desapareceu.[92] Porém os países mais
antigos desmatavam áreas consideradas "mato" na Idade Média para ocupar e ampliar as áreas férteis e já
desmatavam as terras desocupadas desde tempos antigos, já que a maioria do território brasileiro ainda é coberto
por matas nativas e a grande parte do território dos Estados Unidos é coberto por florestas nativas e o percentual é o
mesmo desde o século XIX, o desmatamento trouxe mais áreas agrícolas, mas não trouxe enriquecimento
econômico, que só aconteceu após a Revolução Industrial,[93] porém desde 1970, muito tempo após a
industrialização do continente europeu, passaram a recuperar as florestas desmatadas na época anterior as Primeira
e Segunda Guerras Mundiais, porém a exceção ao desmatamento do território no Velho Mundo e na Ásia é o Japão,
onde 68% da vegetação ainda está preservada e possui uma densidade populacional maior que da América
Latina.[94] Só se preservou a cobertura vegetal nos lugares de pouco interesse econômico ou em regiões de relevo
íngreme, no entanto, de qualquer forma, é de grande facilidade a reconstituição da vegetação original, porque ela
resultou do clima e do tipo de solo em que foi desenvolvida. Dessa forma, podem ser identificadas na região:[92][95]
Demografia
A América Latina possui muitas e diversas culturas, por causa da mistura de línguas, etnias e costumes.[96] Apesar
do predomínio do espanhol como língua oficial dos países da América Latina,[97] são falados também português,[97]
francês[97] e, em certas regiões, até mesmo inglês[98] e neerlandês.[99] Existem também muitas línguas nativas,
merecendo destaque o quíchua, legado dos incas e idioma que se fala no Peru, Equador, Bolívia e Argentina.[97]
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Idiomas
Problemas socioeconômicos
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Estigmatizada por uma grande quantidade de diferenças entre seus países formadores (grupos étnicos, dialetos,
corrupção política, infraestrutura, criminalidade, etc.), entendemos que a importância da expressão "América
Latina" está mais para que seja distinta, no continente americano, a parte subdesenvolvida da porção rica e
industrializada do que para que fosse salientada uma noção unitária.[120]
Política
Países
PIB
PIB
(2006)
Maior População Território (2006)[121] per
País Capital Língua Oficial Bilhões
cidade hab km² capita[121]
USD
USD
correntes
(PPP)
Buenos
Buenos Aires Espanhol 40 403 943 2 766 889 920 200 12 080
Argentina Aires
La Paz Espanhol,
(administrativa) Quíchua,
e Aimará
Bolívia La Paz 9 627 269 1 098 581 83 550 2 931
Sucre
(constitucional e outras 34
e judicial)
Brasil Brasília São Paulo Português 207 032 714 8 514 876 3 240 000 10 073
Bogotá Bogotá Espanhol 47 387 109 1 142 748 463 130 8 260
Colômbia
Costa
San José San José Espanhol 4 327 000 83 850 21 466 11 862
Rica
Cuba Havana Havana Espanhol 11 382 820 110 861 137 000 4 100
El San
San Salvador Espanhol 6 881 000 21 041 18 654 5 600
Salvador Salvador
Cidade da Cidade da
Espanhol 14 655 189 108 890 30 299 4 335
Guatemala Guatemala Guatemala
Porto Francês e
Haiti Porto Príncipe 7 500 000 27 750 4 473 1 840
Príncipe Crioulo haitiano
Cidade do Cidade do
México Espanhol 106 202 903 1 958 201 840 012 11 369
México México
Cidade do Cidade do
Espanhol 3 232 000 75 517 17 103 8 593
Panamá Panamá Panamá
Espanhol e
Assunção Assunção 5 734 139 406 752 9 527 5 339
Paraguai Guarani
Peru Espanhol,
Lima Lima 28 675 628 1 285 215 107 000 7 856
Quíchua
Santo Santo
República Espanhol 8 900 000 48 734 31 600 9 377
Domingo Domingo
Dominicana
Caracas Caracas Espanhol 27 730 469 916 445 181 608 7 480
Venezuela
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Consolidação política
Durante o colonialismo, eram obedecidos pelos cidadãos da América Latina as leis que os monarcas distantes
aprovaram e quase não podiam discutir seus próprios assuntos. Como revolta, foram criados pelos latino-
americanos seus próprios países, eram politicamente menos experientes. Por líderes que tiveram sensatez, como
Simón Bolívar, não era considerado com prudência o estabelecimento de repúblicas na América Latina. O
argumento dos líderes sensatos era de que o povo não era experiente em autogoverno. Porém, entre o México e a
Argentina, a impetuosidade dos patriotas tinha visto o rumo da Revolução Francesa e da Revolução Americana. O
desejo dos patriotas impetuosos era um governo republicano, com a esperança de acompanhamento do mesmo
rumo. Para melhor entendimento dos problemas políticos da América Latina o importante é um pouco de
conhecimento da história de certos países.[59]
Até 1829, a Argentina era sucedida por governos fracos.[59] Naquele ano, por
Juan Manuel de Rosas (1793-1877), um rico proprietário de terras que liderava o
seu próprio exército, foi assumido o poder e o político foi tornado ditador. Em
1852, houve a revolta da população contra Rosas e seu poderio foi derrubado. A
partir de então, os milionários controlavam muitas partes da vida do país. Pela
desonestidade das eleições e pelos militares revoltosos eram,
acompanhadamente, colocados governantes autoritários na presidência. Na
Argentina foi eleito o presidente Raúl Alfonsín em eleições diretas, voltando o
país à democracia.[59]
No Chile, foi mantido pelos donos de terras o fato de controlarem o governo por cerca de 100 anos após o país ser
proclamado independente.[66] Com a constituição de 1833 foram estabelecidas eleições livres.[125] O governo,
porém, aprovou uma lei cujas exigências eram as propriedades dos eleitores e a sua alfabetização.[66] O resultado da
lei era a falta de direito do povo ao voto até a abolição do fato de o governo exigir propriedade, em 1874.[66] Em
1920, houve a união dos partidos políticos onde eram incluídos como membros agricultores e operários.[66] Os
agricultores e operários venceram a maioria dos votos válidos das eleições naquele ano e mantiveram sua força
política.[66] Durante quase todo o século XX o Chile elegeu governos civis.[66][126] Em 1970, o Chile foi o primeiro
país do hemisfério ocidental que elegeu, por livre e espontânea vontade, um presidente que tinha o marxismo como
ideologia política.[127] Em 1973, pela primeira vez em aproximadamente 45 anos, houve a subida dos líderes
militares ao poder no Chile.[66][127]
Durante os primeiros tempos da história da república no México, os líderes militares lutaram violentamente pelo
poder.[66] Foi a chamada Revolução Mexicana, cujo tempo de duração foi de dez anos, de 1910 a 1920, que levou a
reformar muitas coisas do país, inclusive a de um programa do governo que redistribuía terras.[128] A partir de 1934,
a estabilidade dos governos já promove o fato de o país progredir, realizando melhorias nas condições da sociedade
e da economia.[66]
Ditaduras têm tido muita frequência em repúblicas centro-americanas, exceto Costa Rica, que, há muitos anos, seu
governo tem estabilidade e constitucionalidade.[66]
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Nas Antilhas, a forma de governo de Cuba é uma república comunista,[129] e, no Haiti, a política tem violência e
lutas assinaladas com pontos.[66] Na República Dominicana, o governo ditatorial do general Rafael Trujillo Molina
foi entre 1930 e 1961, ano em que ocorreu seu assassinato.[130] Nos locais onde não há voto popular em seus
representantes por meio de eleições livres, o governo muda muito, geralmente, pela força.[66] Na maioria dos países
da América Latina, é determinado pelas forças armadas, de maneira frequente, aquele que será o governante de seus
países.[66] Isto já ocorreu na maioria das nações, incluindo a Bolívia, o Equador, Honduras, o Paraguai, o Peru, a
Argentina e a Venezuela.[66]
Relações internacionais
Simón Bolivar compreendeu a importância de se reunirem representantes das Américas.[131] Em 1826, convocou
uma conferência que visava reunir todas as novas repúblicas latino-americanas sob um só governo.[131] Mas as
nações não concordaram.[131] Por mais de 60 anos, certas desconfianças nacionalistas impediram que as repúblicas
tomassem qualquer medida para uma cooperação internacional.[71]
A Organização dos Estados Americanos (OEA) foi criada na nona Conferencia Pan-Americana, realizada em Bogotá,
na Colômbia, em 1948.[132] Inicialmente era constituída por 20 repúblicas latino-americanas e os Estados
Unidos.[132] Em 1962, Cuba, por ter um governo comunista, foi expulsa.[136] Neste mesmo ano, os países da OEA,
apoiaram o bloqueio dos Estados Unidos para impedir o desembarque de mísseis russos em Cuba.[71][137][138] Em
1964, a OEA serviu de mediador na polêmica entre Estados Unidos e Panamá sobre as condições na Zona do Canal
do Panamá.[139] A OEA procura encontrar soluções pacíficas para todos os problemas surgidos entre seus membros,
além de defender os princípios de justiça social, cooperação econômica e igualdade entre os homens, independente
de raça, nacionalidade ou credo.[137] Em 1970, a União Pan-Americana passou a chamar-se Secretariado Geral da
OEA.[137]
Estados Unidos
Os Estados Unidos tomaram sua primeira posição importante nos assuntos relacionados com o hemisfério ocidental
quando formularam a Doutrina Monroe, em 1823.[140] A Doutrina Monroe colocava as nações latino-americanas
sob a proteção dos Estados Unidos.[137] Durante muitos anos, a doutrina causou ressentimentos na América
Latina.[137]
Este ressentimento diminuiu um pouco na Conferência Pan-Americana de 1933.[141] Todas as nações assinaram um
pacto comprometendo-se a respeitar a Política da Boa Vizinhança apresentada por Franklin Delano Roosevelt.[141]
Era um tratado de não interferência que também previa um programa de intercâmbio de professores, estudantes,
líderes culturais, conferencistas e tecnocratas.[137] Os Estados Unidos enviaram vários profissionais das áreas
tecnológicas à América Latina para ajudá-la a desenvolver seus sistemas de agricultura, indústria e educação, e a
melhorar os serviços de saúde.[137]
Em 3 de março de 1961, o presidente John F. Kennedy, dos Estados Unidos, lançou a ideia de um programa de
cooperação multilateral destinado a acelerar o desenvolvimento econômico, cultural e social da América Latina.[142]
No dia 17 de agosto do mesmo ano, as nações latino-americanas aprovaram a iniciativa do presidente Kennedy e
deram-lhe o nome de Aliança para o Progresso. A Aliança foi aprovada em reunião realizada em Punta del Este, no
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Uruguai. O programa inicial da Aliança para o Progresso, previsto para dez anos
(1961-1971) contava com um empréstimo de 20 bilhões de dólares dos Estados
Unidos aos países da América Latina.[143] Este empréstimo deveria ser utilizado
principalmente em cinco áreas:[137][142] incentivo aos programas de reforma
agrária;[142] construção de habitações populares mas de boa qualidade;[142]
redução da mortalidade infantil;[142] distribuição equitativa da renda
nacional;[142] erradicação do analfabetismo.[142] Por volta de 1970, muitos países
latino-americanos já haviam iniciado seus programas de reformas econômicas e
sociais, mas pouco havia sido feito para melhorar os níveis de vida.[137]
O presidente John F. Kennedy com
a primeira dama Jacqueline
Outros países
Kennedy, em La Morita na
As relações do Reino Unido com a América Latina foram quase que Venezuela em 16 de dezembro de
1961. Esta foi a primeira visita de
exclusivamente comerciais.[137] Houve disputas de menor importância com
um presidente estadunidense
alguns países latino-americanos,[137] mas nunca a Grã-Bretanha tentou estender
àquele país. Nesta ocasião os
suas possessões além de Belize, da Guiana Inglesa (hoje Guiana independente),
presidentes Kennedy e Rómulo
das ilhas Malvinas, e de algumas ilhas das Antilhas.[carece de fontes?] Os ingleses Betancourt firmaram o acordo da
investiram somas vultosas na América Latina em fábricas de enlatados, Aliança para o Progresso.
utilidades públicas e estradas de ferro, no século XIX e início do século XX.[137]
As relações com a França foram, principalmente, de caráter cultural.[144] Alguns latino-americanos, em especial os
argentinos, buscavam em Paris inspiração para sua arte.[137] Mas a França pouco participou da vida política das
repúblicas, exceto por um breve espaço de tempo, na década de 1860.[137] Naquela ocasião, Napoleão III enviou um
exército ao México e fez de Maximiliano imperador do México. Entre 1864 e 1867, os mexicanos derrotaram os
franceses e executaram Maximiliano.[137][145]
Na Primeira Guerra Mundial, Brasil, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua e Panamá,
declararam guerra à Alemanha.[146] Apenas o Brasil, porém, enviou um contingente de tropas para a frente de
batalha.[147] Três outros países cortaram relações diplomáticas com a Alemanha, mas a Argentina e outras oito
nações permaneceram neutras.[148] Após a guerra, a maioria dos países latino-americanos ingressou na Liga das
Nações.[137][149]
Na Segunda Guerra Mundial, os latino-americanos recrutaram soldados para dar apoio aos Estados Unidos depois
que o Japão atacou a base norte-americana de Pearl Harbor, Havaí, em dezembro de 1941.[150][151] Todos
declararam guerra às forças do Eixo, embora somente Brasil e México tenham fornecido tropas aos Aliados.[152] Os
países latino-americanos tomaram-se membros das Nações Unidas.[153] Formam um dos grupos mais fortes na
Assembleia Geral das Nações Unidas.[137]
Economia
A maior ou menor presença de população ativa no setor primário é um dos elementos que caracterizam o grau de
desenvolvimento de uma região. Considerando que a América Latina reúne países em desenvolvimento (a exceção é
o Haiti, o único país da região considerado subdesenvolvido), é natural que grande parte da população ocupa o setor
primário. Somente alguns países apresentam significativas parcelas da população economicamente ativa no setor
secundário. Mas, é o setor terciário que mais tem crescido em quase todos os países latino-americanos.[154]
Extrativismo e agropecuária
A caça, como base econômica de sobrevivência, é praticada na América somente por esparsos grupos indígenas em
via de integração. A pesca, além de atividade econômica de valor regional para todos os países que apresentam
extensões litorâneas, tem especial importância para o Peru,[155] maior exportador de pescado da América
Latina,[156] embora o Chile seja o maior produtor.[157]
O extrativismo vegetal aparece sempre como atividade complementar da agricultura e da pecuária, merecendo
destaque a extração do látex da seringueira, em toda a Floresta Amazônica (Brasil, Colômbia, Peru e Bolívia); do
quebracho, no Pantanal (Argentina,[158] Paraguai[159] e Brasil); de madeira, em quase toda a América Central,
Brasil[160] e Chile;[161] e ainda de babaçu e carnaúba, no Brasil.[162]
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O extrativismo mineral tem considerável importância em praticamente todos os países
latino-americanos, ainda que muitas vezes a exploração seja realizada graças a capitais
estrangeiros. Na extração do petróleo, possuem grande destaque México,[163]
Venezuela,[164] Brasil,[165] Argentina,[166] Colômbia[167] e Equador.[168]
A consequência dessa atuação foi a ampliação da produção, o enriquecimento das comunidades do interior e a
agregação de valor à produção.[198] O mais importante de tudo, no entanto, é que essa atuação das cooperativas
propiciou a contínua e crescente libertação dos agricultores associados do jugo da intermediação na comercialização
da produção.[198] Embora o sistema cooperativista tenha vivenciado, também, crises de várias cooperativas em
vários estados, por razões as mais diversas, os benefícios das cooperativas sobrevivente são infinitamente maiores
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O México é o maior produtor mundial de
abacate, um dos cinco principais produtores
mundiais de pimenta, limão, laranja, manga,
mamão, morango, toranja, abóbora e aspargos, e
um dos 10 maiores produtores mundiais de
cana-de-açúcar, milho, sorgo, feijão, tomate,
coco, abacaxi, melão e mirtilo.[200]
Na produção de carne de frango, o México está entre os 10 maiores produtores do mundo, a Argentina entre os 15
maiores e Peru e Colômbia entre os 20 maiores. Na produção de carne bovina, o México é um dos 10 maiores
produtores do mundo e a Colômbia um dos 20 maiores produtores. Na produção de suínos, o México está entre os
15 maiores produtores do mundo. Na produção de mel, a Argentina está entre os 5 maiores produtores do mundo, o
México entre os 10 maiores e o Brasil entre os 15 maiores. Em termos de produção de leite de vaca, o México está
entre os 15 maiores produtores do mundo e a Argentina entre os 20.[207]
Na produção de petróleo, o Brasil foi o 10º maior produtor mundial de petróleo em 2019, com 2,8 milhões de
barris/dia. O México foi o 12º maior produtor, com 2,1 milhões de barris/dia. A Colômbia vinha em 22º lugar com
886 mil barris/dia, a Venezuela em 23º lugar com 877 mil barris/dia, o Equador em 28º com 531 mil barris/dia e a
Argentina em 29º com 507 mil barris/dia. Como a Venezuela e o Equador consomem pouco petróleo e exportam a
maior parte de sua produção, eles fazem parte da OPEP. A Venezuela registrou uma queda acentuada na produção
após 2015 (onde produziu 2,5 milhões de barris/dia), caindo em 2016 para 2,2 milhões, em 2017 para 2 milhões, em
2018 para 1,4 milhões e em 2019 para 877 mil, por falta de investimentos.[208]
Na produção de gás natural, em 2018, a Argentina produziu 1,524 bcf (bilhões de pés cúbicos), o México 999, a
Venezuela 946, Brasil 877, Bolívia 617, Peru 451, Colômbia 379.[209]
O Brasil é o segundo maior exportador mundial de minério de ferro, possui 98% das reservas conhecidas de nióbio
no mundo e é um dos 5 maiores produtores mundiais de bauxita, manganês e estanho, além de ter produções
consideráveis de cobre, ouro e níquel. O Chile contribui com cerca de um terço da produção mundial de cobre. Em
2018, o Peru era o segundo maior produtor de prata e cobre do mundo e o sexto produtor de ouro (os 3 metais que
mais geram valor), bem como era o terceiro maior produtor mundial de zinco e estanho e o quarto de chumbo. A
Bolívia é o quinto maior produtor de estanho, o sétimo produtor de prata e o oitavo produtor de zinco do
mundo.[210][211]
O México é o maior produtor de prata do mundo, representando quase 23% da produção mundial, produzindo mais
de 200 milhões de onças em 2019. Também possui importantes cobre e zinco e produz uma quantidade significativa
de ouro.[212]
Acerca das pedras preciosas, o Brasil é o maior produtor mundial de ametista, topázio, ágata e é um dos principais
produtores mundiais de turmalina, esmeralda, água marinha, granada e opala. Também há produção considerável
de ametista no Uruguai e na Bolívia. Na produção de esmeralda, a Colômbia é o maior produtor mundial. A Guiana
é um grande produtor de diamante.[211][213][214][215][216][217]
Indústria e comércio
O Banco Mundial lista os principais países produtores a cada ano, com base no valor total da produção. Pela lista de
2019, o México tem a 12ª indústria mais valiosa do mundo (US$ 217,8 bilhões), o Brasil tem a 13ª indústria mais
valiosa do mundo (US$ 173,6 bilhões), a Venezuela a 30ª maior (US$ 58,2 bilhões, mas depende do petróleo para
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obter esse valor), a Argentina era a 31ª maior ($ 57,7 bilhões), Colômbia a 46º
maior ($ 35,4 bilhões), Peru a 50º maior ($ 28,7 bilhões) e Chile a 51º maior ($
28,3 bilhões).[219]
Na América Latina, são apenas três países que se destacam pela produção
industrial: Brasil, Argentina,[237] México[238] e, em menor escala o Chile.[239]
Iniciada tardiamente, a industrialização desses países tomou grande impulso a
partir da Segunda Guerra Mundial:[240] esta impediu os países em guerra de
Sanhattan, o centro financeiro de comprar os produtos que estavam habituados a importar e de exportar o que
Santiago, no Chile. Em destaque, o produziam.[241]
edifício Gran Torre Santiago em
Nessa época, beneficiando-se das abundantes matérias-primas locais, dos baixos
construção, o arranha-céu mais alto
da América Latina.[218] salários pagos à mão de obra e de uma certa especialização trazida pelos
imigrantes, países como Brasil, México[238] e Argentina,[237] além de
Venezuela,[242] Chile,[239] Colômbia[243] e Peru,[244] puderam implantar
expressivos parques industriais. [241] De maneira geral, nesses países sobressaem indústrias que exigem pouco
capital e tecnologia simples para sua instalação, como as indústrias de beneficiamento de produtos alimentícios e
têxteis.[241] Destacam-se também as indústrias de base (siderúrgicas, etc.), além das metalúrgicas e mecânicas.[241]
Os parques industriais brasileiro, mexicano, argentino e chileno apresentam, contudo, uma diversidade e
sofisticação muito maiores, produzindo artigos de avançada tecnologia.[241] Nos demais países latino-americanos,
principalmente da América Central, predominam indústrias de beneficiamento de produtos primários para
exportação.[241]
A porcentagem de população ativa empregada no setor terciário depende bastante do nível de desenvolvimento de
cada país. É maior nas nações latinas mais industrializadas - Brasil,[245] Argentina,[166] Colômbia[246] e México[247]
-, reduzindo-se nos demais países.[241] Assim, a atividade comercial, que é a mais importante desse setor, apresenta
pesos diferentes conforme o país, ainda que constitua uma importante fonte de recursos.[241]
As exportações da maior parte dos países da América Latina ainda se apoiam em produtos naturais, cujos preços no
mercado internacional oscilam muito, não representando grande aumento de divisas. Um dos fatores que criam
sérias dificuldades ao desenvolvimento econômico e à integração social da América Latina é a relativa carência de
vias de transporte em boas condições de uso.[241]
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Na região mais densamente povoada da América do Sul e servida pela bacia dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai
(bacia Platina) vem sendo desenvolvida uma hidrovia que fará a interligação fluvial entre os quatro países do
sudeste do continente.[241]
Cultura
A literatura latino-americana inclui as obras de escritores dos países americanos de língua espanhola e do
Brasil.[248]
A maioria dos compositores latino-americanos copiou o estilo musical europeu até o final do século XIX, quando
criaram seu próprio estilo. O compositor brasileiro Antônio Carlos Gomes (1839-1896) usou temas indígenas em sua
ópera O Guarani. O mesmo fizeram, posteriormente, outros compositores, inclusive o chileno Carlos Lavín, o
peruano Daniel Alomías Robles (1871-1942), e o guatemalteco Jesús Castillo (1877-1946).[248]
Na Bolívia, Equador, México, Peru e outros países latino-americanos parte da música mais característica vem
diretamente dos índios. Parte da música latino-americana também mistura tristes melodias indígenas com alegres
canções espanholas. O resultado é chamado música mestiça. Portugueses, índios e negros influenciaram a música no
Brasil. No Caribe, a música negra e espanhola misturou-se para produzir a rumba e outras músicas típicas.[248]
O público de todo o mundo aprecia a música de compositores latino-americanos de destaque, como o brasileiro
Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e o mexicano Carlos Chávez (1899-1978). Entre outros compositores importantes
destacam-se: Alberto Williams (1862-1952), da Argentina, Enrique Soro (1884-1954) e Domingo Santa Cruz Wilson
(1899-1987), do Chile, Manuel Ponce (1882-1948), do México, e Eduardo Fabini, do Uruguai. Os pianistas Guiomar
Novaes (1895-1979), do Brasil, Claudio Arrau (1903-1991), do Chile, e a cantora de ópera Bidu Sayão (1902-1999),
do Brasil, também atingiram fama internacional.[248]
Muitas canções folclóricas latino-americanas servem tanto para cantar como para dançar. A América Latina tem
muitas danças alegres e pitorescas, além dos famosos tango, rumba e samba. Uma delas é o pericón, da Argentina e
Uruguai, em que diversos pares dançam em círculo. Há também o maxixe, a ciranda, o frevo, o coco e outras do
Brasil. Durante o carnaval, os latino-americanos freqüentemente constroem tablados para dançar nos jardins e
praças públicas, além de isolarem certas ruas com cordas, com a mesma finalidade. Esta forma de expressão é uma
parte importante da vida na América Latina. Os índios e negros que vivem no interior têm suas próprias danças que,
quase sempre, são de caráter religioso. As danças formam uma parte importante dos festejos dos feriados.[248]
Belas artes
Os espanhóis incentivaram a arte logo após a conquista da América Latina. Abriram uma escola de arte na Cidade
do México, em 1530 e, logo após, uma outra em Quito, no Equador. Durante o período colonial, os artistas
geralmente pintavam quadros sobre temas religiosos. Depois que as nações latino-americanas tornaram-se
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independentes, muitos artistas foram para a Europa aperfeiçoar seus estudos.
Até meados do século XX, perdurou uma fase de imitação dos estilos europeus.
Foi então que os artistas latino-americanos voltaram-se para temas americanos e
criaram seus próprios estilos.[249]
Ainda existem, na América Latina, edificações erguidas por arquitetos índios centenas de anos antes da conquista
europeia. Os astecas, toltecas e maias construíram grandes templos de pedra no topo de enormes pirâmides no
México e na América Central. Os incas eram excelentes construtores. Suas edificações na América do Sul são tão
resistentes que até hoje mantêm-se firmes, suportando violentos terremotos que causam graves danos a edifícios
modernos. As igrejas e catedrais, geralmente construídas no trabalhado estilo espanhol dos séculos XVII e XVIII,
representam a arquitetura mais importante do período colonial da América Latina, O brasileiro Oscar Niemeyer
(1907-2012) projetou muitos edifícios notáveis, no Brasil, desde 1937. Foi o principal arquiteto-projetista das
edificações de Brasília.[249] Muito antes da chegada de Cristóvão Colombo à América, os índios da América Latina já
eram excelentes artesãos em barro, metal e tecelagem. Ainda fazem coloridas peças de cerâmica e artigos tecidos à
mão, além de peças em cobre, prata e estanho.[249]
Filosofia
A filosofia latino-americana é uma categoria abrangente e de usos diversos que começou a ser elaborada enquanto
um ramo distintivo da história da filosofia na segunda metade do século XX. Foi o filósofo peruano Augusto Salazar
Bondy que lançou, em 1968, o notório questionamento “existe uma filosofia em nossa América?”.[250] Igualmente,
pode significar uma filosofia na América Latina, como também uma filosofia por latino-americanos; o termo por
vezes inclui, e outras vezes exclui, países de herança não-ibérica na América do Sul ou no Caribe.[251] A origem do
ensino e exercício da filosofia na américa latina é comumente situada na fundação das primeiras instituições
coloniais de educação, apesar da crítica descolonial recente que busca retomar e revalorizar os fragmentos de
pensamento filosófico pré-Colombiano, como também o pensamento de sociedades indígenas contemporâneas.[251]
A filosofia na América Latina é historicamente influenciada pelas correntes intelectuais europeias, principalmente
continentais.[251]
A busca pela autenticidade é o motor do questionamento por um filosofia latino-americana, como iniciado em
Bondy, que deu à sua própria pergunta uma reposta negativa, em razão do que considera uma persistência da
relação colonial na cultura, o que, para o pensador, impede o desenvolvimento de uma filosofia propriamente latino-
americana. O questionamento de Bondy, e sua resposta, despertou outras abordagens ao problema. Leopoldo Zea
publica no ano seguinte, 1969, sua obra La filosofía latinoamericana como filosofía sin más (A filosofia latino-
americana como filosofia sem poréns), onde afirma a capacidade atual dos latino-americanos de produzir uma
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filosofia que tome a experiência da colonização e os projetos de libertação como base. A continuidade da
controvérsia entre os autores levou à definição de alguns dos temas centrais da filosofia latino-americana - a
dominação, a alienação, e a libertação.[250]
Definição e Identidade
A menção à filosofia latino-americana despertou desde o início questionamentos sobre que tipo de demarcação se
pretende fazer com essa categoria, com alguns críticos apontando a inconsistência de falar em filosofias nacionais
ou regionais, enquanto outros duvidavam da existência de um corpo substâncial de pensamento filosófico na
América Latina.[252] Em contrapartida, defensores da validade dessa categoria apontaram a naturalidade do uso de
termos como filosofia alemã, ou inglesa, ou francesa, criticando as premisas tachadas de eurocêntricas que
subestimam o desenvolvimento de um pensamento filosófico em outros contextos.[253] Quanto à esse debate,
comentadores como Beorlegui distinguem três posições - universalistas, que negam qualquer demarcação da
filosofia à uma cultura; nacionalistas, que defendem a existência de filosofia nacionais fundadas no caráter de um
povo; e uma postura denominada perspectivista ou intermediária, que admitem uma dimensão universal na
filosofia, mas também enfatizam o engajamento circunstâncial, com uma época e um lugar, de toda produção
filosófica, rejeitando por outro lado o 'essencialismo' expresso pelos nacionalistas.[254]
Referências
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Ligações externas
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