A Vida de David Gale
A Vida de David Gale
A Vida de David Gale
RA: N210AD7
1° /2° Semestre
ATIVIDADE COMPLEMENTAR:
A VIDA DE DAVID GALE
O filme “The Life of David Gale” ou “A vida de David Gale”, dirigido por Alan
Parker, que além de ator e escritor é também fundador do Directors Guild of Great Britain
(Sociedade de Diretores da Grã-Bretanha), teve a sua produção cinematográfica em 2003
promovida pela Universal Pictures. Frise-se que o filme em tela não foi tão divulgado no âmbito
internacional e norte-americano. O custo para a sua produção foi de US$ 58.000.000,00
(cinquenta e oito milhões de dólares), contudo, não conseguiu suprir os gastos, arrecadando
apenas US$ 38.000.000,00 (trinta e oito milhões de dólares) nas bilheterias. Além de não ter
sido sucesso entre o público, devido a sua temática principal abordar sobre a pena de morte em
um país que defende e atende a essa punibilidade, nos faz refletir sobre sua legitimidade diante
das falhas existentes em um julgamento dessa natureza.
David Gale criticava a prática de execuções da pena de morte e defendia que poderiam
ocorrer falhas diante de um julgamento do qual não caberia revisão posterior, por se tratar de
vidas que seriam ceifadas, considerando assim, um ato ilícito e uma violação aos direitos
humanos.
David Gale foi ao fracasso extremo não tendo mais aonde morar, além de se
transformar em um alcoólatra e perder toda a sua dignidade e a relevância perante a sociedade.
Percebendo o estrago que havia causado em sua vida, a estudante tenta reparar o dano retirando
a acusação, o que não causou mudança alguma, pois bastou a acusação para “acabar” com a
vida de David Gale.
Não obstante, a condenação e a designação da data de sua execução, fizeram com que
ele concedesse a entrevista, para mencionar a sua história e como se deu os seus julgamentos de
estupro (da aluna já mencionada) e da morte da sua amiga de trabalho (Constance).
David Gale tinha ciência que não era o causador do crime, mas, acatou tudo o que lhe
foi imposto, sendo preso e condenado a pena de morte. Tal fato repercutiu justamente por ele
ser conhecido por ser um opositor da dita pena.
Por fim, o professor consegue reaver a sua dignidade perante a sociedade e a sua
família, mesmo abrindo mão da própria vida. Além de comprovar que a “Justiça” pode não ser
tão justa quando se trata de decidir quem merece morrer ou viver.
A pena de morte tem uma longa passagem durante a existência humana, método esse
usado para punir, atender as vontades dos soberanos da época e disciplinar pessoas que saíam
dos padrões exigidos para convivência na sociedade, que por muito tempo foi utilizada de forma
legitimada, aprovada e apoiada pela população.
Desta feita os autores Vinicius Roberto Prioli de Souza e Luciana Laura Tereza
Oliveira Catana se aprofundam e relatam o fato histórico da seguinte maneira:
A pena de morte, segundo ensinamentos bíblicos, foi pactuada entre Deus e Moises
(Gn 9.5, 6) e posteriormente, esta fez parte das denominadas “Leis de Moises” e era prevista
para crimes como: assassinato premeditado (Êx 21.23, 24); sequestro (21.16); falsos profetas
(Dt 13.5-10); adultério e estupro (Lv 20.10-21; Dt 22.2224); incesto (Lv 20. 11, 12, 14), entre
outros. Já no Novo Testamento, apesar de não ser prevista como pena, sua existência é
reconhecida, tanto que o próprio Jesus Cristo foi condenado a pena de morte (Jo 19.11).
Com a transição do Velho Testamento para o Novo Testamento houve mudança
significativa no entendimento da penalidade de morte. No antigo se tratava de princípios justos
e rigorosos; já no novo fica mais passivo, ocorrendo devido as mudanças do conceito justiça
daquilo que é considerado justo, não levando assim as leis ao pé da letra, mas havendo a divisão
daquilo que é bom e mau.
Vemos desse modo que as leis impostas possuem grande vínculo histórico religioso,
em que se mantinha e mantém a crença em um ser divino que nos orienta como conviver
harmonicamente em sociedade. Não obstante, o ser humano em sua essência primitiva conduz
as leis de forma excêntrica, levando ao pé da letra sem nenhuma forma de interpretação, visto
que na época estabelecida eram criadas de um modo que conduzisse ao entendimento do povo
daquela época. Tendo como exemplo a atualidade que por diversas vezes reformam leis a fim de
manter a ordem conforme a evolução humana
Na Roma Antiga se usava a morte para punir delitos de alta relevância, além de usar
os prisioneiros considerados escravos para lutarem entre si até a morte, servindo de grande
espetáculo para população. Não obstante tamanha crueldade, colocavam ainda cristãos diante
leões famintos sem qualquer proteção ou defesa para o divertimento do Imperador e do povo
Romano.
Visto isso, começou o período negro da história da Igreja Católica com a reforma
religiosa, que tinham como objetivo avançar com o protestanismo no mundo e com ela foi
criado o Tribunal da Santa Inquisição, com intuito de punir os hereges e por vezes os queimar
em praça pública quando iam de contra a Igreja, para que servissem de exemplo aos demais.
Nos séculos XVII e XVIII surgiu o Iluminismo que reuniu na Europa cientistas e
estudiosos da época. Esse movimento veio por acabar com a monarquia e extinguir o
pensamento de que estes eram enviados de Deus, surgindo assim, a obra escrita por Cesare
Beccaria, em 1764, dos delitos e das penas, em que ia contrário a forma abusiva dos monarcas
conduziam as leis e ofereceu argumentos que se contrapõe às penas tradicionais.
No século passado a pena capital foi imposta no movimento liderado por Hitler, na
Alemanha, que perseguia os povos considerados inferiores por sua facção, sendo eles: os
homossexuais, os judeus, os ciganos e os que possuíssem qualquer deficiência física, com a
finalidade de se fazer uma “limpeza de povos”, impedindo que houvesse uma miscigenação e
descaracterização da Raça Ariana.
Desta forma, muitos países adquiriram a pena capital como lei até os dias atuais, com
intuito de punir crimes considerados imperdoáveis e manter a ordem na sociedade. Sendo os
seus representantes mais ilustres os EUA, a China, o Irã, a Arábia Saudita, o Iraque, o Iêmen e a
Coréia do Norte; já outros, erradicaram completamente, com a exceção em momentos de guerra
do qual o país enfrente, como no Brasil, mas que antes mesmo de impor a condenação existem
muitas obras alternativas que venha suprir a extremidade da pena de morte.