Relatório Final TTP
Relatório Final TTP
Relatório Final TTP
O Lar Francisco de Assis é uma instituição filantrópica, que atua como centro de
conveniência para pessoas idosas e seu núcleo familiar. “Fizemos nosso projeto de
extensão nesse lugar maravilhoso onde para alguns foram boas recordações do
contato com os idosos e para outros a primeira experiência, agregando um
conhecimento único na vida de todos, fizemos um planejamento antes de irmos a
campo conseguindo obter um êxito maravilhoso no final do processo, acredito que
todos da equipe tiveram seus momentos únicos de conhecimento, aprendizagem e
capacitação que levaremos para a vida toda, tivemos momentos de musica-terapia,
rodas de conversas e muito amor de ambas as partes e o principal de tudo levamos e
aprendemos a importância da psicoterapia para o público da terceira idade.” O lar
Francisco de Assis atende a um público beneficiário composto por cerca de cento e
vinte idosas, predominantemente no bairro salinas e adjacências, o trabalho envolve
cerca de cinquenta e cinco trabalhadores voluntários e três empregados, nossa equipe
composta por nove membros levou conhecimento e muita vontade de aprender,
Tivemos momentos de planejamento, organização, amor, carinho, execução do projeto,
alegrias, sorrisos e experiências maravilhosas como, por exemplo, de abraça dona
Vera e nos alegrarmos depois dela contar um pouco da sua história, como outras
também que tiveram participações, esses momentos guardaremos para sempre em
nossas memórias.
3
OBJETIVOS:
Além de serem trabalhadas as questões psicológicas que afetam os idosos (solidão, paciência,
falta de resiliência) no próprio ambiente familiar, era perceptível a alegria nos momentos que
fazíamos os registros em fotos, vídeos, canto e nas dinâmicas em geral. Sempre todos
pontuais, os funcionários muito atenciosos tanto conosco que estávamos fazendo as visitas no
lar quanto para os idosos. Essa experiência foi muito enriquecedora, teve resgate de músicas
da juventude, danças com tocas de instrumentos, e detalhe os idosos não se cansavam, não
queria que terminasse a psicoterapia aplicada do dia, como se fosse um refúgio para aquecer o
coração e o resgate de memórias marcantes para cada participante isso foi muito gratificante
acredito que para todos que participaram do projeto. Imaginamos que algum idoso já tenha
seus filhos morando em outras casas, bairros e para manter contato com um familiar fica difícil
acesso por suas limitações tanto físicas quanto financeira. A tecnologia permite o contato não
só pela voz como também pode-se ver o outro e perceber sentimentos que não seriam
detectados caso não fosse possível a transmissão de imagens e o Lar para a maioria que
frequenta é indispensável por permitir essas vivências e visitas.
METODOLOGIA:
O presente projeto de extensão foi realizado com a colaboração dos idosos assistidos pelo Lar
Francisco de Assis, instituição filantrópica (CNPJ: 07.945.769/0001-21), situada na Av.
Rogaciano Leite, nº 1650, Bairro Salinas, em Fortaleza-CE, a qual funciona como centro de
convivência não só para os idosos, mas também para crianças e todo o núcleo familiar destes.
Inicialmente realizamos contato remoto com a direção do Lar Francisco de Assis para
comunicar nossa intenção de realizar o projeto de extensão com os idosos daquela instituição e
esclarecer, de forma sucinta, a finalidade de nossas visitas e intervenções, bem como para
obter informações acerca do tipo de público com o qual poderíamos trabalhar, ao que fomos
prontamente acolhidos e imediatamente agendamos a primeira visita ao local. Foram
realizadas cinco visitas, ao todo, sendo a primeira durante a Etapa I do projeto, para realização
4
ETAPA I
alguns cochilavam durante a palestra, o que nos levou a compreender que, por mais que o
assunto seja importante e de interesse da assistência, a maneira mais eficaz de prender a
atenção dos idosos era com atividades dinâmicas e envolventes.
Ao final da palestra nossa equipe foi apresentada aos idosos pela Coordenadora do Lar
Francisco de Assis, Sra. Ana Lourdes.
Após breve apresentação e calorosa acolhida por parte dos idosos, nos dividimos em dois
grupos.
Enquanto um grupo explicava para os idosos a finalidade do nosso projeto de extensão e colhia
informações acerca da rotina e das principais necessidades destes, o segundo grupo se reunia
com a coordenação do lar para alinhamento dos objetivos e atividades do projeto, programação
das visitas e início da elaboração do plano de ação.
ETAPA II
Iniciamos nossas atividades com um breve e cuidadoso alongamento, para que pudessem
movimentar seus corpos e despertar, já que haviam permanecido algum tempo sentadas
durante a atividade anterior.
• “Você conviveu com seus avós paternos e maternos? Fale deles, como eram, o que faziam e
como era sua convivência com eles…”
• “Qual foi sua profissão que mais lhe deu alegrias? Foi a sua profissão principal?”
• “Se pudesse ter tido qualquer outra profissão daquela que seria a principal de sua vida, qual
seria? E por quê?”
• “Quais foram as lições mais valiosas que você aprendeu com seus pais?”
Como esperado, tivemos boa adesão na atividade proposta, com muitas experiências
compartilhadas entre o grupo. Observamos durante a aplicação da atividade que algumas eram
mais contidas e respondiam às perguntas de forma objetiva e direta, enquanto outras
manifestavam satisfação pelas lembranças trazidas à tona e algumas expressavam queixas e
mágoas de experiências passadas, demonstrando a necessidade de serem ouvidas a esse
respeito e de ressignificar tais experiências marcantes.
Para a realização desta atividade pensamos em três tipos de estímulos: O primeiro consistia na
apresentação a todo o grupo de pequenos cartazes contendo imagens coloridas de gravuras
que pudessem disparar gatilhos na memória para acertarem as músicas folclóricas, como
PEIXE (Peixe vivo), CANOA (A canoa virou), CRAVO e ROSA (O cravo e a rosa), dentre
outras. Apesar de serem músicas bastante populares, observamos um pouco de dificuldade
para identificá-las.
O segundo estímulo utilizado eram cartões dobrados contendo na parte frontal três palavras
soltas da letra da música e no seu interior o nome do cantor respectivo, que distribuímos entre
os presentes para que tentassem acertar a música previamente selecionada. Nos
preocupamos em escolher músicas de sucesso em épocas que pudessem ter sido marcantes
para os idosos.
No entanto, não levamos em consideração a região onde tais músicas fizeram maior sucesso,
razão pela qual observamos que poucos idosos conseguiam lembrar de tais músicas com as
dicas apresentadas. Ao perceber isso, imediatamente buscamos por músicas regionais, como
as do Luiz Gonzaga, por exemplo, e lançamos as dicas verbalmente, sendo prontamente
• Tem momentos na vida que você sente vontade de falar para alguém sobre como se sente,
mas tem medo de ser mal interpretado?
• Sabe onde encontrar ajuda quando sentir que precisa da intervenção de um psicólogo?
• Quais são as maiores dificuldades que você acha que enfrentará quando não puder mais
tomar banho ou comer sozinho e não puder mais sair para resolver seus compromissos ou
para se divertir?
• Quais são as dificuldades que um cuidador de idosos vai enfrentar quando precisar passar
por isso?
7
Algumas das perguntas elaboradas seriam direcionadas a familiares e cuidadores dos idosos,
pois a intenção era conscientizá-los da importância de estimular os idosos a buscar ajuda na
psicoterapia para a prevenção, manutenção ou restabelecimento de sua saúde mental.
Entretanto, pela ausência de tais colaboradores por ocasião da execução da atividade, tais
perguntas foram suprimidas nas rodas de conversa. Observamos que muitas das idosas
aproveitaram a ocasião para contar experiências positivas e também para desabafar.
Finalizamos as discussões ressaltando a importância da escuta individual e incentivado os
participantes a buscar ajuda profissional, caso tenha percebido a necessidade. Exortamos as
idosas a refletirem sobre as atividades que realizamos desde o primeiro encontro para que
pudessem avaliar se houve alguma mudança, a partir de nossas intervenções, entre a maneira
como viam a psicoterapia antes e como veem atualmente, para que nos forneçam um feedback
no nosso último encontro.
Alguns afirmaram não saber responder e outros permaneceram calados por estarem ali pela
primeira vez. Pensando antecipadamente na dificuldade em expressar referido feedback,
escolhemos 3 idosas para uma entrevista em particular, ocasião em que tivemos um feedback
mais completo, todos positivos, para nossa satisfação e incentivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante a execução deste projeto procuramos conscientizar os idosos acerca das possíveis
alterações decorrentes do envelhecimento e da importância do apoio através da psicoterapia
para entender como ocorre este processo e como lidar com seus efeitos indesejados.
A receptividade dos idosos e dos trabalhadores do lar nos possibilitou realizar as intervenções
de forma fluida e livre. Porém, observamos a necessidade de orientação mais cuidadosa e
individual para compensar a dificuldade de atenção e concentração de alguns durante
momentos de verbalização sobre o tema. Durante as atividades realizadas uns manifestaram
maior interesse em se expressar do que outros, o que pode ser considerado normal, devido às
variações de personalidades comuns em grupos.
Apesar de não podermos afirmar com tanta propriedade, tivemos a impressão de que os idosos
frequentadores do Lar Francisco de Assis não aparentam sérios comprometimentos cognitivos
ou sinais evidentes de depressão. Entendemos que é possível que o ambiente descontraído
oferecido na instituição, aliado à atenção e auxílio emocional e social que recebem ali,
provoquem com menor intensidade e frequência a percepção da necessidade do
acompanhamento psicológico.
Em geral notamos que as atividades oferecidas na instituição são terapêuticas e, até certo
ponto, suprem a necessidade de socialização e exercícios mentais, emocionais e físicos dos
idosos, o que os leva a perceber menos a necessidade de cuidar da saúde mental. Outro
obstáculo encontrado por nossa equipe foi o curto espaço de tempo disponível para a
execução das atividades, sendo insuficiente para criar a esperada conscientização acerca da
importância dos cuidados com a saúde mental através da psicoterapia, já que é normal haver
certa resistência à mudanças de crenças em tal fase da vida e na maioria dos idosos podem ter
sido construídas, e fortalecidas ao longo do tempo, crenças negativas a respeito da velhice e
da aplicação de psicoterapia.
É possível também que se tivéssemos incluído nas atividades perguntas mais objetivas, sobre
como os idosos se sentem no dia a dia quando estão fora da instituição, ao se depararem com
os desafios cotidianos que surgem na sociedade e no seu lar, obtivéssemos melhores
resultados na observação dos relatos apresentados. Sugerimos para projetos posteriores a
inclusão de tarefas para casa, em que os idosos deverão observar e registrar qualquer
sentimento e reação que se manifestem no decorrer da semana para compartilhar no encontro
seguinte.
Por fim, entendemos que seria de grande importância alcançar os familiares e possíveis
cuidadores dos idosos, pois na convivência direta com estes podem observar alterações no
comportamento e nas demandas diárias e apoiá-los na busca pela ajuda profissional, além de
9
Para isso, seria importante primeiro despertar nos idosos a percepção dos benefícios
possivelmente obtidos caso tivéssemos acesso às pessoas que estão mais próximas deles, ao
que talvez encontrasse objeção, pois muitas vezes tais relações já estão fragilizadas devido às
dificuldades da convivência diária e tentativa de manter sua autonomia e o controle da própria
vida.
5. CONCLUSÃO -
Foi uma troca de conhecimento incrível quando na roda de conversa ouvimos histórias que
deixaram lembranças boas e outras não tão boas. Naquele momento vimos o quanto a escuta
é fundamental em nossa formação, ao vê-las falando com tanta empolgação de suas vivencias.
A teoria baseada nesse projeto foi terapia cognitiva comportamental.
Cada momento no abrigo, nos levou a refletir sobre o conteúdo dado, onde tiramos nossas
conclusões de que realmente queremos ser psicólogos e exercer essa experiência profissional
encantadora. Pichon-Riviere, psiquiatra suíço que passou a vida na Argentina, nos trouxe
grande e original contribuição para compreender os grupos, tendo como pilares
epistemológicos a psicanálise e a psicologia social.
10
6. REFERÊNCIAS -
Temas de Psicologia: Entrevista e Grupos. São Paulo, SP: Martins Fontes. PICHON-RIVIÈRE,
E.(2005)O processo grupal. São Paulo , SP : Martins Fontes ALVES, D. (2010) .