Ensinando Valores Humanos A Crianças e Adolescentes
Ensinando Valores Humanos A Crianças e Adolescentes
Ensinando Valores Humanos A Crianças e Adolescentes
Esclarecendo
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Estamos convencidos de que, se o extraordinário progresso da ciência e da
tecnologia não se fizer acompanhar pelo crescimento também em valores
humanos, haverá pouca esperança para a humanidade.
Assim, embora de forma diminuta, estamos procurando colaborar de acordo
com nossas possibilidades.
Saara Nousiainen
* Utilizamos a palavra aula, na falta de outro termo que melhor defina um
encontro focado em valores humanos.
Instruções ao facilitador
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Para nós, é difícil entender esse tipo de sentimento, porque estamos
acostumados a amar nossos pais, nossos irmãos e amigos... mas não a tudo e a
todos.
Exemplos de amor universal vamos encontrar nos grandes seres, assim como
Jesus, que ama a humanidade inteira; como Francisco de Assis, que ama a todas
as pessoas, e também o Sol, o vento, as pedras, as plantas e os animais,
chamando a todos de irmão e de irmã.
Aqui, no Brasil, temos tido vários exemplos desse tipo de amor, como foi o caso
do Betinho. Mesmo muito doente, ele trabalhou muito para melhorar as condições
de vida das pessoas mais pobres.
Também a irmã Dulce, na Bahia, lutou a vida inteira para ajudar os mais
necessitados. Cuidou de pessoas doentes, transformou o galinheiro do convento
num albergue para pobres. Construiu farmácia, posto de saúde e uma cooperativa
de consumo. Fundou o Círculo Operário da Bahia, que, além de ser uma escola
de ofícios, proporcionava atividades culturais e recreativas. Quase não comia e
não dormia. Todo esse sacrifício pelo bem dos outros resultava em felicidade
para ela, porque, como dissemos, o amor é a própria força da vida.
Quem ama, com esse amor universal, conduz o céu dentro de si.
Algum de vocês é capaz de citar outros modelos de amor universal?
O facilitador deve incentivar respostas.
OBSERVAÇÃO: Certamente alguns indicarão a mãe ou pai como exemplo,
mas cabe aí explicar a diferença, mãe e pai amam seus filhos. É um amor
individualizado. Já o amor universal envolve a tudo e a todos. É como a fonte
que oferece suas águas sem indicar endereço para elas. Os outros tipos de amor
têm endereço certo.
O amor universal é uma força que surte alguns efeitos. Um desses efeitos é a
solidariedade. Quem de vocês sabe o que é isso?
O facilitador deve incentivar respostas.
Nós vamos narrar uma situação que mostra bem o que é solidariedade.
Em novembro de 2008, Mariazinha e seus pais estavam assistindo ao noticiário
na TV, que mostrava imagens da catástrofe ocorrida em Santa Catarina. A chuva
vinha castigando aquele estado há tempo e, nos últimos dias, mais que nunca.
Cidades estavam embaixo da água, e morros se desmanchavam soterrando
casas e pessoas.
Dezenas de milhares de famílias haviam perdido tudo, suas casas, seus
pertences e até mesmo pessoas queridas.
A TV mostrava também entrevistas com desabrigados. Eram homens e
mulheres em desespero por terem perdido tudo e não saberem mais o que fazer,
nem por onde recomeçar.
Mariazinha tinha tendências ao orgulho, que seus pais vinham procurando
combater, mas ela não era má, ao contrário, tinha bom coração. Engasgada pela
emoção, exclamou:
– Nós precisamos ajudar essas pessoas!
Seu Geraldo respondeu:
– Sim, precisamos ajudar de alguma forma. Amanhã vou depositar algum
dinheiro na conta da Defesa Civil de Santa Catarina.
Dona Ilka, com voz embargada, disse:
– Vou separar todas as roupas de que não precisamos e comprar um bocado
de mantimentos...
Seu Geraldo, satisfeito com a atitude das duas, completou:
– E eu vou deixar esse material na Defesa Civil, para eles enviarem.
Mariazinha pensou por instantes e disse:
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– Aquelas pessoas perderam suas casas... e eu fico pensando como seria se
nós tivéssemos perdido a nossa casa...
Pensou mais um pouco e, de repente, exclamou:
– Já sei! Sabem aquele dinheiro que vocês vêm juntando para me levarem à
Disneylândia? Pois eu prefiro que vocês deem esse dinheiro a eles. Acho que vai
dar para ajudar bastante.
– Mas, filha! – exclamou dona Ilka.
Antes que a mãe pudesse continuar, Mariazinha falou em tom decidido:
– É isso mesmo que eu quero, mãe! Como acha que eu iria me sentir nesse
passeio, sabendo que uma família que poderia estar recebendo a sua casa... vai
continuar desabrigada. Não, não. Vou ficar muito mais feliz aqui mesmo, sabendo
que estamos fazendo a nossa parte.
Vou fazer uma proposta a vocês, ou melhor, a todos nós. Já que o amor é a
grande força da vida... Já que ele está em tudo o que é bom, que faz bem, que dá
felicidade... Por que não procuramos desenvolver mais amorosidade em nossos
sentimentos? O que vocês acham? Não é uma boa ideia?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, perguntando aos
presentes o que cada um poderia fazer, como deveria agir, para ser mais
amoroso, mais fraterno.
Hoje vamos falar sobre os outros tipos de amor, como aquele que ocorre entre
irmãos.
Muitos irmãos por vezes brigam e acham que não se gostam, mas, se um deles
fica doente ou tem algum problema mais grave, os outros percebem logo o quanto
gostam dele. É muito importante os irmãos sempre procurarem cultivar amizade
entre si.
Outro tipo de amor é o que ocorre entre pais e filhos. Esse é dos mais fortes e
profundos.
A natureza é tão sábia que colocou muito amor nos corações dos pais por seus
filhos e também nos corações dos filhos por seus pais.
Isto se dá porque as crianças chegam ao mundo completamente necessitadas
de quem cuide delas, e, para cuidar de crianças, é preciso ter muito amor por elas.
Só um amor muito grande pode levar uma pessoa a cuidar do seu bebê, trocar
fraldas, dar alimento, dar banho, passar noites em claro quando ele adoece...
Milhões de pessoas trabalham desesperadamente para conseguir sustentar
seus filhos.
Também existem exceções. Alguns pais não aguentam o sufoco e vão embora.
Algumas mães abandonam o filho recém-nascido em qualquer lugar, porque não
se sentem em condições de criá-lo.
Muitas pessoas também adotam uma criança e sentem por ela o mesmo amor
que sentiriam se fosse seu próprio filho.
Vamos agora fazer um exercício.
O facilitador deve explicar que a respiração profunda é lenta, tranqüila, e é o
abdômen que infla e esvazia nos movimentos respiratórios, não o tórax.
Vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar. (dez
segundos)
Pensemos em nossos pais, em nossas mães ou naquelas pessoas que cuidam
de nós. Vamos visualizá-los, como se os estivéssemos vendo. (dez segundos)
Vamos dizer para eles, só no pensamento: “Muito obrigado por cuidar de mim.
Eu te amo muito” (dez segundos).
Podemos abrir agora os olhos, porque vamos falar sobre outro tipo de amor,
aquele que ocorre entre os casais.
Aí também vemos como a natureza é sábia, fazendo surgir amor nos corações
dos casais, porque esse é um sentimento muito bom, dá felicidade; também é
muito importante para se formar um lar, gerar filhos e cuidar deles.
É verdade que muitos casais brigam muito e alguns acabam se separando e
em muitos casos terminam por formar outra família, mas os pais sempre
continuam amando seus filhos, mesmo que não estejam morando juntos.
Uma prática muito importante na relação familiar é o abraço, pois se trata de
uma troca de energias do afeto, que faz muito bem. Mas não é preciso ficar
abraçando os outros a toda hora. Isto só se deve fazer de vez em quando, para
não abusar.
Por vezes um abraço que damos pode não ser bem recebido porque não há
esse costume na família. Nesses casos é bom repetir o abraço de vez em quando
para criar esse costume, que é muito bom e saudável.
Também pode acontecer que o abraço não seja bem recebido por não ter sido
dado com amor, mas como brincadeira. Por isso sempre é bom lembrar que o
mais importante é o sentimento que acompanha qualquer gesto.
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Um abraço afetuoso enriquece nosso coração com bons sentimentos e nos dá
a impressão de que energias benéficas passam a circular em nós.
Há também um tipo de amor que é maravilhoso por ser desinteressado. É a
amizade.
Gostamos dos nossos amigos não porque são feios ou bonitos, ricos ou
pobres... ou porque são úteis para nós... Simplesmente, gostamos por gostar.
Entre amigos verdadeiros não existe inveja, orgulho nem grandes mágoas.
Se brigamos com um amigo, ficamos muito tristes e com vontade de fazer as
pazes.
Pelo fato de ser um sentimento desinteressado, a amizade pode durar a vida
inteira.
É uma felicidade ter amigos verdadeiros.
O facilitador deve pedir aos presentes para contarem nos dedos quantos
amigos possuem e levantar as mãos para mostrar essa conta; deve também
explicar que não se trata de colegas, mas sim de amigos.
Dissemos que a natureza é sábia e que proporciona à vida tudo de que ela
necessita. Mas será que nós respeitamos a natureza?
O facilitador deve incentivar respostas.
O ser humano não tem respeitado a natureza, pois vem depredando as matas,
poluindo o ar, os rios e até o mar, e por causa disso o clima da Terra vem
mudando e tantas catástrofes vêm acontecendo, porém é fundamental, é
imprescindível que comecemos a criar uma cultura de respeito pela natureza, para
que a vida possa continuar se manifestando na Terra, sem maiores sofrimentos.
O ser humano se orgulha em achar que é o rei da criação, dono do mundo... e
vive cogitando viajar pelo espaço e conquistar outros planetas. Os americanos
que foram à Lua cuidaram logo de plantar lá a bandeira americana, assim como
um conquistador faz ao conquistar um país. Mas, antes de pretendermos
conquistar o espaço sideral, deveríamos aprender a viver melhor em nosso
próprio mundo; dar condições de vida iguais a todas as pessoas; respeitar a
natureza e cuidar dela para que ela possa cuidar de nós.
Quem sabe dizer o que devemos fazer para cuidar melhor da natureza?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, listando as diversas
ações que todos podem fazer para cuidar da natureza.
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Repita mentalmente as seguintes palavras, procurando senti-las em toda a sua
profundidade:
Da mente divina, luz infinita, flua luz para a minha mente... (cinco segundos)
Que a minha mente se ilumine e se enobreça nessa luz... (cinco segundos)
Que essa luz divina percorra todo o meu ser, para que eu vibre na paz e na
harmonia... (cinco segundos)
Do coração do universo, fonte infinita e eterna do amor, flua amor para o meu
coração... (cinco segundos)
Que meus sentimentos se engrandeçam nesse afeto de Deus, nesse afeto que
vibra em todo o universo, dando a tudo e a todos, razões para existir... (cinco
segundos)
Que esse afeto de Deus preencha todos os meus espaços interiores... (cinco
segundos)
Paz e harmonia em todo o meu ser. (cinco segundos)
3º encontro – Responsabilidade
Hoje pela manhã, quando vocês acordaram, quais foram as primeiras pessoas
que viram?
O facilitador deve incentivar respostas.
Agora vamos falar sobre responsabilidade. Quem sabe o que isto significa?
O facilitador deve incentivar respostas.
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E crianças esqueléticas pedem esmola para não morrer de fome.
E nós? Será que podemos fazer alguma coisa para mudar essa situação, aliviar
o sofrimento dessas pessoas, nem que seja só um pouquinho?
Podemos, sim. Podemos procurar alguma instituição filantrópica séria, ou uma
ONG de respeito e oferecer nossa ajuda. Essa ajuda pode ser material, com
doações, e pode ser dada pela figura de um apoiador ou voluntário que contribui
com tempo e conhecimento.
Mas, aqui mesmo no nosso país, também há milhões de pessoas vivendo na
miséria. Há crianças passando fome; outras tendo que trabalhar desde pequenas
para ajudar na manutenção da família.
O facilitador deve mostrar a foto e enfatizar a expressão de sofrimento nos
rostos dessas criancinhas que trabalham quebrando pedras; observar o tamanho
da marreta em mãozinha tão pequena.
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OBSERVAÇÃO: Para os exercícios de relaxamento e visualizações, é
importante que o facilitador leia calmamente, com voz tranquila, dando as devidas
pausas.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
nos harmonizar.... (vinte segundos).
Geraldino era um garotinho muito feliz, até que lhe nasceu um irmãozinho, o
Tiago.
Antes de Tiago nascer, Geraldino era filho único. Seus pais compravam
presentes para ele, quando o dinheiro dava, e o levavam à praia, ao circo e a
muitos outros passeios que ele adorava, mas, depois que nasceu o irmãozinho,
adeus passeios e brinquedos, porque o dinheiro só dava para as despesas com o
bebê.
Como se fosse pouco, a mãe não tinha mais tempo para ele, pois precisava
cuidar de Tiaguinho, que dava muito trabalho.
Geraldino percebia também que ninguém mais ligava para ele. Quando vinham
visitas, todas as atenções eram para o bebê... e os presentes também.
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Geraldino ia pensando nessas coisas ao voltar da escola, sentindo-se
abandonado e infeliz, mas, além de ter esses sentimentos, percebeu que estava
ficando com raiva do irmão... com muita raiva. Não conseguia entender por que a
vida lhe armara essa situação.
Certo dia, Tiaguinho amanheceu com febre; vomitava muito, deixando os pais
bastante preocupados, e Geraldino começou a pensar que, se o irmão morresse,
as coisas voltariam a ser como antes.
Geraldino sabia que esse era um pensamento péssimo, horrível mesmo, mas
não conseguia tirar essa ideia da cabeça.
Naquela noite teve um sonho: ia andando por um lugar deserto e muito escuro.
Estava com muito medo. De repente começou a ouvir gritos estranhos, não sabia
de onde vinham. Tentou fugir, mas não conseguia sair do lugar, era como se
estivesse colado ao chão.
O medo lhe ia crescendo mais e mais. Quis gritar, pedindo socorro, mas a voz
não se formava em sua garganta. Estava horrorizado, apavorado.
De repente, lembrou-se do que lhe dissera a mãe, certa vez: “Meu filho, se
alguma vez você estiver numa situação muito difícil, lembra de pedir ajuda a Deus.
Ele sempre nos socorre nos momentos de aflição”.
Mas, como poderia ele pedir ajuda a Deus, se estava desejando a morte do
próprio irmão?
Sentia-se um criminoso, sem perdão. Mas o medo era tamanho que se
ajoelhou no chão, fechou os olhos e pediu:
– Meu Deus, me perdoa... me perdoa... e me ajuda...
Ficou assim, por algum tempo, chorando e pedindo perdão e ajuda. De repente
percebeu que estava mais calmo. Abriu os olhos e viu que havia uma suave
claridade no ambiente e um jovem olhava para ele com expressão de pena.
– Olá, Geraldino, – foi dizendo o rapaz. – Viu só no que deram seus maus
pensamentos?
– Como sabe meu nome? – perguntou, assustado.
– Não se preocupe com isso, garoto. Preocupe-se consigo mesmo e com os
maus pensamentos que você vem nutrindo.
Geraldino ficou ainda mais assustado. Como é que aquele estranho poderia
saber sobre seus pensamentos?
Sem se importar com sua reação, o jovem continuou:
– Sabe o que foi que produziu toda essa escuridão? Foi a sua consciência, os
pensamentos maus que você fez com relação a seu irmãozinho. Sabia que cada
pensamento ruim que você desenvolve representa mais um pontinho escuro na
sua consciência? Pois é isso. Desde que o Tiaguinho nasceu, você já criou tantos
pontinhos escuros em sua consciência que acabou ficando no escuro.
Geraldino estava atônito. Muito preocupado, perguntou:
– Que é que eu posso fazer para sair dessa sombra, desse escuro?
– É fácil. Todo pensamento bom, todo sentimento de amor e toda boa ação que
praticamos representa um pontinho de luz em nossa consciência.
O jovem sorriu de novo e se afastou rapidamente, deixando Geraldino
novamente sozinho. Mas dessa vez ele não estava mais com medo. Agora sabia
como deveria proceder. Não queria mais ter a consciência na escuridão.
Estava tão entretido com seus pensamentos que custou a perceber que já
estava acordado e que tudo não passara de um sonho mau... Um sonho mau?
Não, claro que não. Foi um sonho muito bom porque fez com que ele percebesse
o mal que estava fazendo a si mesmo.
Levantou-se, foi até o berço de Tiaguinho e ficou um tempão olhando para ele.
Parecia um anjinho dormindo... Era seu irmão e estava doente. Será que iria
morrer?
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Essa pergunta machucou a alma de Geraldino. Agora não queria mais que o
irmãozinho morresse. Queria que ele vivesse e crescesse logo para poderem
brincar juntos.
Ajoelhou-se ao lado do berço e fez a prece mais sentida de sua vida, pedindo a
Deus para curar Tiaguinho.
Sua prece foi tão sincera e fervorosa que conseguiu apagar quase todos os
pontos escuros que criara em sua consciência com seus maus pensamentos e
sentimentos.
No dia seguinte, Tiaguinho amanheceu sem febre e parecia estar muito bem.
A partir desse dia, Geraldino mudou muito. Passou a ser mais afetuoso, mais
fraterno, e a ter muito cuidado para não agir em desacordo com a Grande Lei.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para ajudar a
todos os presentes a viverem sempre de acordo com a Grande Lei, a
desenvolverem sentimentos nobres e fraternos; agradecer a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade...; pedir proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitar auxílio divino para
toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa, etc.
LEMBRETE: a prece não deve ser longa, para não cansar os presentes, e que
seja proferida com clareza, mas com sentimento.
5º encontro – Ambição
Vamos agora fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para nos
harmonizar... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha... (cinco
segundos)
Aqui se pode sentir a paz das alturas, as carícias da brisa ao longo do corpo e
a presença grandiosa da natureza... (cinco segundo)
Cada um de nós vai procurar sentir esta paz em todo o seu ser... (três
segundos), paz em seu coração... (três segundos), paz em sua mente... (três
segundos), paz em todo o seu corpo... (cinco segundos)
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Agora que estamos assim, tão em paz, vamos envolver nosso planeta e toda a
humanidade nesse sentimento.
Vamos dizer mentalmente, mas procurando sentir o que dizemos: Terra em
paz... (três segundos), Terra em paz... (três segundos), Terra em paz... (três
segundos)
Numa tarde chuvosa Mariazinha matutava sobre o que alguns cientistas haviam
dito a respeito de Deus. Eles disseram que haviam descoberto que Deus não
existe e que a vida e o universo são o resultado do acaso.
Sem perceber, adormeceu e sonhou que estava numa época muito anterior à
pré-história, tempo perdido nos confins do tempo, num planeta chamado
Hipotálus. Ali, a civilização era muito adiantada em todos os sentidos. Havia
verdadeira fraternidade, honestidade, respeito e paz. Não existiam pobres nem
ricos, e todos viviam de acordo com o que produziam, mediante o próprio esforço
e capacidade.
Mas, num Congresso de Ciências da Evolução, que reuniu os mais ilustres
cientistas da época, foi apresentada uma tese que dizia não ser Deus o criador de
tudo, mas sim que tudo era obra do acaso.
Os jornais noticiaram essa tese com grande estardalhaço, os canais de TV
abriram espaço para os cientistas falarem da sua descoberta, e em Hipotálus só
se falava nesse assunto.
Aí, tudo começou a acontecer, porque o pensamento daquela gente em torno
do “acaso” foi tão forte que este conseguiu dominar o quintal da casa do Dr. Alcott,
o cientista que havia lançado essa tese no Congresso.
Nesse quintal o doutor, que gostava de cuidar da terra, havia plantado alguns
pés de alface, pimentão e rabanete.
O Acaso, querendo saber seu próprio significado, procurou um dicionário no
qual se dizia que “acaso é alguma coisa que surge ou acontece a esmo, sem
qualquer motivo ou explicação aparente”.
– Puxa! Isto é muito confuso – reclamou. – Como é que eu vou trabalhar no
quintal do Dr. Alcott, se não sei o que fazer?
Resolveu sair pela cidade, já que se sentia completamente livre. Os cientistas
haviam decretado que Deus não existe, e nem mesmo algo assim como uma
mente cósmica responsável pelas leis universais. Com isso ele poderia fazer o
que bem entendesse.
Mas, como não havia mais a coordenação de leis naturais, o pé de alface
começou a crescer ao acaso, derivando para outras condições e estados, e
acabou transformando-se num gigantesco lago de água doce e salgada. O
pimentão cresceu até alcançar a altura de 1.650 metros. Assustou-se com uma
nuvem que passava e encolheu-se tanto que acabou do tamanho de uma laranja,
mas seu peso era de 63 toneladas. Esse peso, num volume tão pequeno,
começou a afundar e, pelo orifício formado, começou a subir fumaça tão quente
que modificou a temperatura da região.
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O pé de rabanete virou milho de pipoca e cresceu tanto que a copa alcançou a
ionosfera e produziu milhões de espigas, cujos grãos gigantescos caíam sobre a
terra. A temperatura elevada, porém, assava os grãos, fazendo-os explodirem.
O Acaso preocupou-se. Que fazer? Haviam colocado responsabilidades vitais
em suas inexistentes mãos. Correu à Biblioteca Pública, decidido a procurar nos
livros alguma lei natural que pudesse voltar a organizar tudo novamente, freando
aquele terrível caos provocado por ele, mas o primeiro livro que tocou desfez-se,
pois as moléculas que o formavam dispersaram-se, já que tinha sido quebrada a
lei natural que as mantinha coesas.
Era uma situação absolutamente nova e inesperada. O pobre do Acaso não
tinha a menor ideia de como solucionar tantos e tão graves problemas. Ele se
acostumara a marcar sua presença dentro da vida, numa organização perfeita,
regida pelas leis universais, mas agora não conseguia mais identificar-se, nem
situar-se na nova posição.
Resolveu, então, apelar para Deus. Talvez Deus pudesse ouvi-lo e recolocar as
coisas em seus devidos lugares. Ajoelhou-se e tentou a prece, mas seu
pensamento, ao sabor do acaso, não conseguia dizer o que deveria. Desistiu.
Os governantes também decidiram apelar para Deus, como sempre haviam
feito nos momentos de aflição. Convocaram os canais de televisão e as emissoras
de rádio para uma cadeia mundial de oração, mas, como os eventos em Hipotálus
já eram todos determinados pelo Acaso, este não se fez presente para comandar
os equipamentos e eles não funcionaram. O rádio ficou mudo e a TV sem imagem
e sem som.
No auge da aflição, o alto comando do planeta enviou mensageiros a todos os
governos, ordenando a convocação geral da população para atos de fé, mas os
aviões não decolaram, os automóveis não funcionaram, os aparelhos de fax
estavam parados e, nos telefones, não havia nem mesmo o sinal de ocupado.
Enquanto isso, o elefante do jardim zoológico, desgovernado pelo Acaso,
cresceu tanto que sua cabeça alcançou uma altura de 12.000 metros e a tromba
deu uma volta no planeta. Ao respirar, causava terríveis tempestades e cada
passada sua gerava terremotos. Em duas horas bebeu toda a água potável de
Hipotálus, secando rios, fontes e lagos.
Os mais fracos já morriam de sede, enquanto os mais fortes agonizavam.
As pipocas gigantes continuavam caindo e explodindo. O sofrimento de todos
os reinos da natureza era terrível, até que duas pipocas gigantes caíram numa
mina de urânio, gerando uma reação em cadeia e… Hipotálus explodiu,
desintegrando-se.
O Acaso, apavorado com seus atos, ficou tão traumatizado que levaria muitos
milhões de anos para se recompor.
Com a explosão, Mariazinha sentiu-se espalhada pelo espaço, distribuída ao
longo da órbita daquele planeta. Chorou amargamente, desesperadamente,
pedindo ajuda, e logo percebeu que se formava uma leve corrente de emoções ao
longo da órbita do extinto Hipotálus. Aos poucos, os fragmentos de ideias,
sensações e sentimentos iam-se reagrupando e tomando forma, movimentados e
atraídos por uma força identificada como sendo o amor.
Percebeu que essa força poderosa e inteligente era do Ser Supremo, Criador
de todas as coisas, e sentiu-se consolada e acalentada.
Custou a Mariazinha perceber que já estava acordada e que tudo não passara
de um sonho, mas, a partir de então, quando ouve alguém dizer que Deus não
existe e que tudo é obra do acaso, ela faz um ar misterioso, sorri e fica calada.
Acha que não vale a pena discutir opiniões.
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O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema; falar da perfeição e
inteligência que a tudo rege e que não é obra do ser humano, nem mero acaso;
que é uma inteligência tão fabulosa que nem conseguimos entendê-la e que a
essa inteligência suprema, causa primária de tudo, chamamos Deus.
Se alguém o achou bonito, certamente viu a sua beleza interior, porque Gandhi
era fisicamente feio, mas muito, muito bonito, por dentro. Ele era muito magro,
quase raquítico, mas conseguiu levar uma grande nação, a Índia, a se libertar do
jugo da Inglaterra. E olha que isto foi feito sem violência, sem armas.
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Gandhi pregou e viveu a não violência.
Apesar de sua feiúra, quando ficamos conhecendo a nobreza da alma desse
homem, a sua luta pela paz, pela não violência, nós acabamos achando-o bonito.
Muito bonito.
É muito importante aprendermos a ver as pessoas além da sua aparência.
Se alguém é bonito por dentro, a aparência externa pouco importa. A beleza da
pessoa não está no seu exterior, porque esse tipo de beleza um dia se acaba. Ela
está em sua riqueza interior, nos seus bons sentimentos, nas suas atitudes justas
e honestas, no respeito que tem por si mesma, pelos outros, pelas leis, pela
natureza...
Gandhi era indiano, pois nasceu na Índia, um país muito grande que fica no
outro lado do mundo, e foi um grande homem... Era grande como pessoa, porque
como vocês viram na foto, era muito magrinho...
Gandhi estudou em Londres, onde se formou como advogado em 1891,
portanto há bem mais de um século. Dois anos mais tarde, foi para a África do
Sul, a fim de trabalhar numa empresa hindu. Lá, começou a sentir o peso do
poderio do Império Britânico, ou seja, dos ingleses, que dominavam muitas
nações do mundo, inclusive a Índia.
Quando voltou para o seu país, Gandhi congregou o povo a resistir ao domínio
dos ingleses, mas de forma pacífica, sem violência.
Imaginem vocês que a Inglaterra havia se apossado da produção de sal na
Índia, e os indianos tinham que comprar dos ingleses o sal que era deles próprios.
Que fez Gandhi, então? Ele informou ao Primeiro-Ministro inglês, que
governava a Índia, que iria dirigir-se ao mar, para extrair o sal, desobedecendo
assim à imposição dos ingleses, que era injusta e absurda.
Partiu, então, com um pequeno grupo de pessoas, iniciando a famosa “Marcha
para o Sal”. Pelo caminho outras pessoas iam se juntando ao grupo, que ia
crescendo cada vez mais. Ao chegarem ao mar, já eram milhares de indianos, que
tinham andado mais de 300 km a pé.
Era uma multidão tão grande que os ingleses nada puderam fazer.
A partir daí os indianos passaram a extrair e a comercializar o sal que era
deles. Com isso, a nação foi se fortalecendo e acabou expulsando os ingleses,
conquistando desse modo a sua independência, sem guerra, sem pegar em
armas.
Mahatma Gandhi foi uma pessoa admirável. Ele deixou um grande exemplo
para nós, para também aprendermos a praticar a não violência.
Alguém sabe definir o que é não violência?
O facilitador deve incentivar respostas.
Praticar a não-violência é nunca ferir ou magoar alguém por palavras ou por
ações.
As pessoas não violentas sempre são mais agradáveis, conseguem fazer mais
amigos, têm mais sucesso na vida e, principalmente, estão obedecendo às leis
universais da paz.
Outro exemplo de luta sem violência foi o que ocorreu nos Estados Unidos na
metade do século passado. A situação dos negros no sul daquele país era muito
ruim, porque eram discriminados pelos brancos. Eles eram proibidos de entrar em
certos restaurantes e lugares públicos. Crianças negras não podiam frequentar as
mesmas escolas que as brancas, e um homem negro podia até ser assassinado
se olhasse para uma mulher branca ou conversasse com ela.
Os negros não tinham direito a voto nas eleições e nos ônibus só podiam
ocupar os assentos do fundo dos veículos. Se o ônibus estivesse lotado, os
negros que estivessem sentados tinham que se levantar para ceder seus lugares
aos brancos. Eles eram frequentemente humilhados e agredidos por racistas
brancos.
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Coisa triste é ver seres humanos tratando outros seres humanos com tanta
crueldade, só porque a cor da pele é diferente, não é?
Em 1955, na cidade de Montgomery, no estado do Alabama, uma mulher
negra, Rosa Parks, recebeu ordem de um motorista de ônibus para ceder seu
assento a um passageiro branco. Ela se recusou e por isso foi presa. Esse
incidente levou a população negra a organizar um boicote: durante um ano, os
negros de Montgomery se recusaram a utilizar os ônibus da cidade.
Eles andavam a pé, de bicicleta, como podiam, mas não entravam num ônibus.
Esse boicote causou muitos prejuízos às empresas de transporte urbano e foi um
fator importante na luta dos negros pelos seus direitos de cidadãos.
Vejam só que coisa importante: os negros encontraram uma forma de lutar sem
violência, e quem coordenou essa e muitas outras lutas pelos seus direitos foi o
advogado e pastor da Igreja Batista, que também era negro, Martin Luther King Jr.
Esse homem liderou protestos contra a discriminação racial sem empregar
violência, mas foi preso, sua família foi ameaçada de morte e sua casa foi
destruída.
Em 1964 ganhou o Prêmio Nobel da Paz, devido a sua luta pacífica pelos
direitos humanos e de forma especial dos negros americanos.
Em 1968 foi baleado e morto por um branco. Seu assassino foi preso e
condenado a 99 anos de prisão.
Martin Luther King Jr. também foi uma pessoa admirável, que lutou e venceu
muitas lutas sem usar violência.
E por falar em paz, ela tem várias faces: está relacionada à própria pessoa;
pode se referir à família, ao bairro, à cidade, ao país... ou então ao nosso planeta.
Também pode ser individual ou coletiva.
Vamos conversar sobre a paz individual.
Quem sabe dizer o que significa paz individual?
O facilitador deve incentivar respostas.
Podemos entender a paz individual como sendo um estado de espírito sem ira,
sem desconfianças e sem esses sentimentos negativos que as pessoas
costumam guardar no coração, como o ciúme, a inveja e o ódio.
A paz é uma condição interior de tranquilidade, de não violência.
Muitas pessoas conseguem manter essa paz interior, apesar de situações
complicadas. Já outras se estressam por qualquer coisa e outras, ainda, partem
para a agressão por qualquer motivo.
Algum de vocês sabe dizer por que a paz é tão importante?
O facilitador deve incentivar respostas, perguntar aos presentes qual deles
gosta de assistir a uma briga, ver pessoas sendo agredidas e machucadas ou
saber de guerras nas quais morrem milhares de pessoas inocentes, etc.
Podemos dizer que a paz é importante por todas as razões, porque o seu
oposto, que está na violência, na agressão, na guerra... só traz desgaste, estresse
e sofrimento... muito sofrimento.
A violência é força destruidora. É contrária ao direito e à justiça. Com ela nada
se resolve, bem ao contrário, pois sempre acaba piorando a situação.
Nos noticiários sempre vemos situações em que pessoas, num momento de
raiva, agridem e até matam outras pessoas. Com isso elas estragam as próprias
vidas, acabam na cadeia enfrentando as piores situações. Além disso, os que têm
uma família para sustentar terão de vê-la passar necessidades e privações anos a
fio. E o pior ainda é a consciência pesando sempre, acusando pela violência ou
pelo crime cometido.
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Quantos estragos podemos fazer em nossas vidas e nas vidas de outras
pessoas, naqueles momentos de ira, de revolta, quando não conseguimos nos
controlar. Por isso é tão importante procurarmos educar a nós mesmos.
Algum de vocês tem uma sugestão sobre o que fazer para nos tornarmos mais
pacíficos?
O facilitador deve incentivar respostas.
Vamos agora fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para nos
harmonizar... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha... (cinco
segundos)
Aqui se pode sentir a paz das alturas, as carícias da brisa ao longo do corpo e
a presença grandiosa da natureza... (cinco segundo)
Procure sentir esta paz em todo o seu ser... (três segundos), paz em seu
coração... (três segundos), paz em sua mente... (três segundos), paz em todo o
seu corpo... (cinco segundos)
Agora que estamos assim, tão em paz, vamos envolver nosso planeta e toda a
humanidade nesse sentimento.
Vamos dizer mentalmente, mas procurando sentir o que dizemos: Terra em
paz... (três segundos), Terra em paz... (três segundos), Terra em paz... (três
segundos)
Quem de nós durante esta semana conseguiu ser uma pessoa pacífica?
O facilitador deve incentivar respostas.
Hoje vamos refletir sobre a paz para os outros. Isto ocorre quando a paz parte
de nós em direção aos outros, numa espécie de doação que podemos fazer.
Antigamente se usava uma saudação muito boa e bonita: “A paz esteja contigo”
ou “A paz esteja neste lar”. Infelizmente não se usa mais.
Quando dizemos, de coração “A paz esteja contigo”, estamos desejando paz ao
outro e ao mesmo tempo criando em nós próprios um estado de paz.
Vamos fazer uma experiência?
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O facilitador deve se aproximar de um dos presentes e, olhando-o com
amorosidade, dizer: “A paz esteja contigo”. Em seguida, perguntar como se sentiu
ao receber esse influxo de sentimento de paz.
Agora, vocês vão olhar para quem estiver mais perto e, sem brincadeiras, dizer
de todo coração: “A paz esteja contigo”.
O facilitador deve incentivar essa ação, mas sem forçar ninguém.
Agora vamos trocar os papéis. Quem recebeu essa saudação, vai devolvê-la à
mesma pessoa, dizendo, de todo coração: “A paz esteja contigo”.
O facilitador deve socializar o tema, perguntando como se sentiram com esse
exercício.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar os ritmos internos... (dez segundos)
Pensem em si mesmos com muito carinho. Imaginem seus corpos envolvidos
numa luz branda, cheia de paz. (cinco segundos)
Pensem agora nas pessoas egoístas e ambiciosas, que tanto mal fazem a tanta
gente... (cinco segundos)
Agora eu vou fazer uma prece e vocês acompanham, só no pensamento:
“Deus, nosso Pai, pedimos tua ajuda para todas as pessoas que são egoístas e
ambiciosas... Ajuda essas pessoas a perceberem o mal que estão fazendo aos
outros e a si mesmos, ao mancharem assim a própria consciência. Também
queremos te agradecer pela vida e por tudo que ela nos dá, pois sabemos que é
ela, a vida, a grande escola do nosso espírito... Assim seja.”
9º encontro - A mentira
Ana Rosa era uma garota inteligente, estudiosa e educada. Era filha de um
empresário bem sucedido, que viajava muito. A mãe era médica e passava grande
parte do seu tempo no hospital. Com isso a garota pouco via os pais.
Tudo começou com uma mentirinha aqui, outra ali, e logo, logo Ana Rosa já
mentia, tanto nas pequenas, quanto nas grandes coisas.
Os colegas sempre lhe diziam que um dia ela se daria mal por causa disso,
mas, como estava gostando muito do que entendia ser apenas uma brincadeira,
não lhes dava importância.
Certo dia, como o pai estava viajando e a mãe de plantão no hospital, ela
achou que poderia pegar um cineminha com as amigas ao sair da escola. Ligou
para casa e, mentindo, disse à cozinheira que iria almoçar na casa de uma amiga
e passar a tarde com ela, mas, assim que pisou na rua, viu-se sequestrada por
dois homens e uma mulher, e levada para um cativeiro.
Apesar de muito assustada e com medo, começou a pensar numa forma de se
libertar. Para isso, precisava estar atenta a tudo e foi assim que conseguiu ouvir
uma conversa entre os sequestradores e reconheceu a voz de um deles. Era o
Antônio, que tinha sido jardineiro da sua casa.
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Ana Rosa era esperta e, aproveitando um descuido da mulher que estava
tomando conta dela, conseguiu apossar-se do seu celular, sem que a mulher
percebesse.
Ligou para casa e foi a cozinheira quem atendeu. Falando baixinho, informou
que tinha sido sequestrada, mas a cozinheira riu e desligou o telefone. Ana Rosa
entendeu que a cozinheira achou que ela estava mentindo, como era seu
costume. Desesperou-se, mas nada poderia fazer, pois precisava devolver o
celular, já que a sua carcereira estava voltando.
Foram doze dias de cativeiro em condições muito precárias. Naquela triste
situação e com medo de ser morta pelos seqüestradores, Ana Rosa teve muito
tempo para refletir. Se não fosse uma pessoa mentirosa, a cozinheira lhe teria
dado atenção e ela lhe teria informado que o Antônio era um dos sequestradores.
Com essa informação a polícia teria muito mais facilidade para encontrá-la, mas
agora... Que seria dela?
Finalmente seu cativeiro foi encontrado e ela posta em liberdade, mas já não
era mais a garota mentirosa de antes. Ana Rosa tinha aprendido a lição.
Depois que Joana foi embora, Mariazinha ficou a matutar sobre a compaixão na
cor azul e sentiu-se feliz por ter tido a oportunidade de praticá-la, acolhendo
Joana. Isto lhe fez muito bem: ver a colega feliz e agradecida foi uma excelente
recompensa para ela.
Agora estava muito interessada em ler o restante do texto sobre as cores da
compaixão. Ela entendia que a compaixão realmente não tinha cores, mas assim
ficava mais fácil entender e praticar.
Na primeira oportunidade voltou à Internet. O texto dizia assim: “O amarelo, um
amarelo dourado, significa generosidade, riqueza, meios. Então, quando vamos
ajudar alguém, além de ouvi-lo, dar-lhe um ombro amigo, também podemos
eventualmente fazer mais alguma coisa. Digamos que o rio subiu e a casa de uma
pessoa foi destruída. Podemos visitar esse desabrigado e dizer: você não se
preocupe tanto... Isto passa. Essa é uma boa ajuda, mas com a cor amarela
podemos ajudar mais, oferecendo, por exemplo, um lugar para a sua família ficar
enquanto reconstroem a casa; também podemos ajudar com materiais de
construção e outros meios de que possamos dispor. Essa é a compaixão na cor
amarela.”
Mariazinha lembrou-se imediatamente do Nilo, um coleguinha que não poderia
continuar a estudar em sua escola porque o pai estava desempregado e o
dinheiro não dava para pagar as mensalidades.
– Não, eu não posso deixar que isto aconteça! – exclamou.
Pensou, pensou e foi procurar o pai contando-lhe a situação do Nilo. Seu
Geraldo prometeu fazer alguma coisa para ajudar. Ele não poderia pagar o
colégio para o Nilo, mas iria falar com a diretora e ver o que poderia conseguir.
No dia seguinte, enquanto aguardava o pai, Mariazinha não se aguentava de
aflição para saber se tinha dado certo. Finalmente seu Geraldo chegou com a boa
notícia. O colégio iria dar uma bolsa de estudos ao Nilo, até que o pai dele
pudesse voltar a pagar as mensalidades. A diretora dissera que o Nilo, sendo um
garoto muito estudioso e dedicado, merecia aquela chance.
Mariazinha saiu correndo para dar a boa notícia ao colega, pensando, com
alegria, que havia praticado a compaixão em duas cores, na azul, acolhendo
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Joana e ajudando-a na sua dificuldade, e, na amarela, conseguindo uma ajuda
material ao Nilo. Ela estava realmente muito feliz.
Que vocês acham de procurarmos nos lembrar do que a Mariazinha aprendeu
sobre a compaixão, nas cores azul e amarela, e procurarmos praticá-la?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar a conversa, enfatizando a
importância de se fazer o bem, já que esse gesto representa verdadeira fonte de
felicidade; tudo que fazemos um dia retorna a nós e, assim, fazendo o bem, o bem
voltará a nós, dando-nos alegria.
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Agora vamos relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar nossos ritmos internos... (quinze segundos)
Vamos imaginar que estamos numa floresta, sentados ao pé de uma grande
árvore, encostados em seu tronco. (cinco segundos)
Em torno de nós, há o verde da vegetação, e, lá no alto, podemos ver o azul do
céu por entre as folhagens das árvores. (cinco segundos)
Vamos inspirar o ar, calmamente, procurando sentir o cheiro das folhas do
arvoredo, da terra e das flores silvestres. (cinco segundos)
Procuremos ouvir com a nossa imaginação o canto dos pássaros, o som das
folhas que se tocam ao sabor da brisa e um pouco mais longe o som da água de
um riacho, correndo por entre as pedrinhas do seu leito. (cinco segundos)
Estamos em plena natureza, sentindo paz, tranquilidade e alegria... (cinco
segundos)
Vamos aproveitar este momento para uma prece: “Deus, nosso Pai, queremos
agradecer-te por todas as bênçãos recebidas; pelo amor, pela amizade... E te
pedimos proteção e amparo aos nossos familiares e a todos que estejam
sofrendo; pedimos também pela humanidade, para que se torne mais fraterna e
mais justa. Assim seja.”
Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamente
nossos olhos.
O facilitador deve perguntar a cada um se conseguiu realizar bem o exercício e
convidar os presentes a procurarem praticar a compaixão também nas cores
vermelha e verde.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para ajudar a
humanidade a vivenciar o amor, a paz e a justiça; também para abençoar os
presentes e seus familiares...
Hoje vamos fazer uma relação dos valores que já foram tratados nos nossos
encontros.
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Sempre que for possível ou viável, o facilitador deve incentivar comentários
e/ou socializar os temas.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
nos harmonizar.... (vinte segundos)
Imagine que você se encontra no campo... (cinco segundos)
Há arbustos floridos ao seu redor... (três segundos)
Olhando para cima, você vê o céu, muito azul, com algumas nuvenzinhas
levadas suavemente pela brisa... (cinco segundos)
Você vê flores e nuvens... As flores nos falam em alegria e amor... Sua
vibração nos transmite ternura e contentamento... (cinco segundos)
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As nuvens, passando, indicam que há céu, há luz, há vida que esplende em
outras infinitas dimensões... (cinco segundos)
Ligue sua alma, sua mente, seu espírito nessa luz... Luz de Deus que está nas
flores e além das flores; que está nas nuvens e além das nuvens; que está no azul
do céu e além desse azul... (cinco segundos)
Repita mentalmente as seguintes palavras, procurando senti-las em toda a sua
profundidade:
Da mente divina, luz infinita, flua luz para a minha mente... (cinco segundos).
Que a minha mente se ilumine e se enobreça nessa luz... (cinco segundos).
Que essa luz divina percorra todo o meu ser, para que eu vibre na paz e na
harmonia... (cinco segundos).
Do coração do universo, fonte infinita e eterna do amor, flua amor para o meu
coração... (cinco segundos).
Que meus sentimentos se engrandeçam nesse afeto de Deus, nesse afeto que
vibra em todo o universo, dando a tudo e a todos, razões para existir... (cinco
segundos)
Que esse afeto preencha todos os meus espaços interiores... (cinco segundos)
Paz e harmonia em todo o meu ser. (cinco segundos)
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para cuidar de
todos os presentes, ajudando-os a viverem sempre de acordo com a Grande Lei;
a desenvolverem sentimentos nobres e fraternos; agradecer a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade; pedir proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitar auxílio divino para
toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa.
O facilitador deve pedir a algum dos presentes que empreste por instantes algo
que esteja com ele, um livro, uma caneta, etc.; pegar o objeto solicitado e devolvê-
lo, dizendo gentilmente “muito obrigado (a)”; perguntar a essa pessoa como se
sentiu ao receber o agradecimento; socializar a discussão, com foco na ideia de
que agradecer é bonito, mostra a boa educação da pessoa, que uma pessoa
educada sempre é mais admirada e muito mais bem recebida em qualquer lugar;
convidar os presentes a passarem a usar sempre o agradecimento a partir desse
dia, sem se esquecerem dos cumprimentos: bom-dia, boa-tarde e boa-noite.
Mas existem várias situações nas quais se falta com o respeito, como em
relação às leis.
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No Brasil temos as leis federais, que valem para todo o país. Temos as leis
estaduais, que valem dentro dos estados, e também as leis municipais, que valem
nos municípios.
Alguém sabe dizer para que servem as leis?
O facilitador deve estimular respostas.
Mas existem também outras leis ou regras de conduta, que são criadas nas
empresas, nas escolas e até mesmo nos lares.
Quem sabe citar alguma dessas regras estabelecidas em sua casa?
O facilitador deve estimular respostas.
Vocês agora vão relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
se harmonizarem.... (dez segundos)
Pensem em si mesmos com muito carinho. Imaginem seus corpos envolvidos
numa luz branda, cheia de paz. (cinco segundos)
Sintam afeto por si mesmos... (três segundos)
Sintam respeito por si mesmos... (três segundos)
Pensem em si mesmos vivendo sempre de acordo com as leis de Deus, sendo
honestos, fraternos e pacíficos. (dez segundos)
Agora vou fazer uma prece e vocês acompanham, só no pensamento: “Deus,
nosso criador, pedimos que nos proteja, a nós e a nossos familiares, e que nos
conduza sempre por caminhos honestos, justos e fraternos. Pedimos teu amparo
para a humanidade inteira. Ajuda os que estão sofrendo, os que estão doentes e
aqueles que não têm um lar... Pedimos também pelos maus... ajuda-os a
compreenderem seus erros e a procurarem se melhorar. Finalmente te
agradecemos por tudo que a vida nos dá, pois sabemos que é ela, a vida, a
grande escola do nosso espírito... Assim seja.”
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16º encontro – Altruísmo
Vocês sabem por que essas crianças estão assim tão magras? É por causa da
fome; não essa fome que a gente sente quando vai chegando a hora da refeição,
mas uma fome sem fim, porque a refeição nunca chega e, quando chega, é só um
pedacinho de alguma comida velha que não dá nem para enganar o estômago.
Existem milhões de pessoas no nosso planeta que quase não têm o que comer.
Pensem no tamanho do sofrimento delas!
Algum de vocês sabe dizer por que existe tanto sofrimento na Terra?
O facilitador deve incentivar respostas.
A imensa maioria dos sofrimentos na Terra é causada pelo próprio ser humano.
Podemos entender que a maior causa desses sofrimentos está num trio de
valores negativos que são cultivados por grande parcela das pessoas.
Quem saberia dizer que valores negativos são esses?
O facilitador deve incentivar respostas.
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A mesma coisa acontece com os orgulhosos que vivem lutando para ter mais
poder e, para alcançar seus objetivos, são capazes de passar por cima dos
outros, gerando muitos sofrimentos.
Mas existe uma qualidade muito valiosa que poderia acabar com a miséria na
Terra. Ela se chama altruísmo.
Alguém sabe o que significa altruísmo?
O facilitador deve incentivar respostas.
Vamos, então, fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar. (10
segundos)
Vamos imaginar que estamos numa nave espacial estacionada à grande altura
e de onde vemos a Terra girando lindamente no espaço. (10 segundos)
Pensemos agora com muito amor no nosso planeta, como se o estivéssemos
abraçando com muito carinho. Afinal, ela é a nossa casa cósmica. (dez segundos)
Pensemos nas belezas da natureza, nas matas verdes... (três segundos), nos
oceanos azuis... (três segundos), nas cordilheiras geladas... (três segundos), nas
terras férteis onde são plantados os alimentos que nutrem os seres humanos e
muitos animais. (três segundos)
Vamos envolver a Terra num sentimento de amor e de gratidão. (dez
segundos)
Vamos abrindo os olhos e continuar sentindo esse sentimento tão bom que é o
amor, em sua forma universal.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus ajuda para todos
que estão passando necessidades, pelas crianças abandonadas e pelos que se
deixaram envolver em vícios; também proteção e amparo aos familiares dos que
se encontram presentes; auxílio para toda a humanidade, para que esta se torne
mais fraterna e mais justa. É importante lembrar ainda de agradecer a Deus por
todas as bênçãos recebidas, pelo amor e pela amizade, assim como pela alegria
que faz tão bem ao corpo e à alma...
Hoje vamos falar sobre o respeito que devemos ter por algumas coisas, tais
como a vida, a natureza, por nós mesmos, pelos outros, pelas leis, etc.
Vamos começar pelo respeito à vida. Quem de vocês sabe definir o que é vida?
O facilitador deve incentivar respostas.
É difícil definir o que é vida, mas sabemos que é uma coisa maravilhosa.
Podemos estudar, brincar, nos divertir, abraçar nossos pais e nossos amigos
porque estamos vivos.
Para que haja vida em nosso planeta, é preciso terra, água, ar e luz do Sol.
A terra produz as plantas.
A água mata a sede das criaturas vivas e serve também de moradia a um
gigantesco sistema de vida, tanto na água salgada, ou seja, nos mares e oceanos,
quanto na água doce, nos rios, lagos e açudes.
Quanto ao ar, ele nutre as nossas células com oxigênio. As plantas, os animais
e as pessoas necessitam do ar para viver. O ar também conduz o som, o perfume
das flores e possibilita o voo dos pássaros e também dos aviões.
Já a luz do Sol realiza a fotossíntese nas plantas. A fotossíntese é um dos
processos biológicos mais importantes do planeta. Foi ela que transformou a Terra
neste lugar habitável onde vivemos.
Sugestão: pedir às crianças para plantarem alguns grãos de feijão a fim de
poderem observar como a vida se manifesta, quando há condições favoráveis.
Elas podem plantá-los, por exemplo, num copo descartável, dentro de um tufo de
algodão; devem molhar diariamente o algodão e deixar esse material num local
onde haja claridade do Sol. Com alguns dias verão os grãos criarem brotos e
crescerem rapidamente.
Agora vamos falar sobre o respeito que devemos ter por nós mesmos.
Quem de vocês sabe o que significa termos respeito por nós mesmos?
O facilitador deve incentivar respostas.
Como vocês podem ver, esses jovens que se enturmam para fazer baderna,
para incomodar os outros, para curtir vícios, não estão tendo respeito por si
mesmos.
Da mesma forma crianças que mentem, enganam, furtam, faltam com o
respeito aos mais velhos, aos professores, crianças que maltratam animaizinhos,
não estão tendo respeito por si mesmos.
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O facilitador deve incentivar respostas, lembrando que respeitar a si mesmo,
dentre outras coisas, é ser do bem, não mentir, cuidar bem do próprio corpo...
enfim, nunca fazer algo que a consciência possa recriminar.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para ajudar a
todos os presentes a viverem sempre de acordo com a Grande Lei; a
desenvolverem sentimentos nobres e fraternos; agradecer a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade; pedir proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitar auxílio divino para
toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna, mais justa e pacífica.
Certo dia Mariazinha chegou da escola toda eufórica e foi logo dizendo:
– Mamãe, um coleguinha me ofereceu um MP3 bem baratinho. Compra pra
mim, mãezinha, compra!
– Bem, se o preço é bom e ele tiver nota fiscal... – respondeu dona Ilka.
– Que é nota fiscal? – perguntou Mariazinha, curiosa.
– A nota fiscal é um documento importante que a loja dá ao cliente, quando
este faz uma compra – explicou dona Ilka. – É a garantia de que aquele produto
não foi roubado.
– Não entendi, mãe. O que essa tal de nota fiscal tem a ver com roubo?
Deixando de lado o que estava fazendo, dona Ilka se pôs a explicar:
– Um objeto que alguém esteja querendo vender sem nota fiscal pode ser
produto de roubo. Os ladrões geralmente repassam os produtos de seus roubos a
outras pessoas para vendê-los. Como não podem apresentar uma nota fiscal, já
que não compraram esses objetos, eles os vendem a preços bem mais baixos.
– Que pena! – murmurou Mariazinha.
Dona Ilka, vendo o ar entristecido da filha, ponderou:
– Pense bem, minha filha. Como você se sentiria se estivesse andando pela
rua com um aparelho desses, ouvindo música e de repente aparecesse alguém
que o arrancasse de você e saísse correndo?
– Horrível, mãe. Não quero nem pensar...
– Pior ainda – continuou dona Ilka – é quando os assaltantes entram numa
casa, rendem todas as pessoas que lá estão, trancam-nas num banheiro e
roubam tudo que podem.
– Ai, mãe, que horror! – exclama Mariazinha com ar assustado.
– E é ainda pior, minha filha, quando eles ferem ou matam pessoas para
roubar.
Mariazinha não sabia o que dizer. Finalmente havia entendido o quanto é
horrível comprar objetos roubados. Comentou:
– Quer dizer que a gente só deve comprar coisas de segunda mão com essa tal
de nota fiscal...
– Exatamente – disse dona Ilka. – A nota fiscal é um documento que mostra
que aquele objeto foi comprado e não roubado. Comprar alguma coisa de
segunda mão, sem essa documentação, só mesmo de pessoas que conhecemos
muito bem, sabendo a procedência do objeto. Se compramos sem nota fiscal,
podemos estar colaborando com os ladrões.
Mariazinha pensou por instantes e disse:
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– Mãe, se todos obedecessem a essa norma, só comprando com nota fiscal, os
ladrões deixariam de roubar porque não teriam a quem vender.
Dona Ilka sorriu orgulhosa da perspicácia da filha e voltou a seus afazeres.
Essa narrativa nos mostra como é importante estarmos sempre atentos para
agir da forma certa e com honestidade.
No Brasil há tanta corrupção porque nós permitimos e colaboramos até mesmo
em situações que nem percebemos, como essa da nota fiscal. Mas há muitas
outras situações assim. Digamos que vamos a um cartório solicitar um documento
e o funcionário nos diz que, se pagarmos uma taxa extra, o documento fica pronto
mais depressa. O que vocês acham? Isto seria honesto?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que o
pagamento dessa taxa não deixa de ser uma propina, já que o cartório tem
obrigação de servir igualmente a todos e, com isso, os outros que terão de
esperar o prazo normal para receberem seu documento acabam ficando
prejudicados.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece agradecendo a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade; pedir proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitar auxílio para toda
a humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa, etc.
Cassiana era uma garotinha perguntadeira. Tudo ela observava e queria saber
o porquê de cada coisa. Seu pai, seu Neves, era funcionário público e a mãe,
dona Miriam, trabalhava numa creche para ajudar nas despesas da casa.
Cassiana sempre ia esperar o pai ao término do expediente para voltarem
juntos.
Certa tarde, quando voltavam para casa, Cassiana perguntou:
– Quem é aquela senhora que desceu as escadas conosco? Que expressão
orgulhosa! Parecia a própria dona do mundo.
– É a dona Gisa, uma colega de repartição – respondeu o pai.
Cassiana tomou ares de censura e disse:
43
– Reparou na roupa dela, papai? Um vestido apertado num corpo tão gordo...
Se ela é vaidosa como aparenta, deveria fazer regime e não engordar daquela
forma.
– Que é isso, minha filha? – admoestou seu Neves. – Não sabe que é feio ficar
reparando a vida dos outros?
Como estavam atravessando uma praça, seu Neves parou, admirando o verde
dos arbustos e o colorido das flores. Cassiana aproveitou para perguntar:
– A dona Gisa é rica, papai?
– Não, minha filha, ela não é rica. O marido dela gasta todo o salário com
bebida e farras. O que ela ganha mal dá para sustentar as despesas da casa.
– Mas por que então ela anda daquele jeito... naquele luxo todo, e com o nariz
tão empinado como se fosse a dona do mundo?
Seu Neves pensou um pouco e respondeu:
– Filha, a maioria das pessoas procura tirar da vida o máximo de prazer que a
vida lhes possa dar. Dona Gisa é vaidosa e gosta de aparecer. Ela se realiza
dessa forma.
– Mas, papai, se ela é pobre e, no entanto, anda por aí toda orgulhosa como se
fosse uma ricaça... isso é uma mentira... é uma farsa. Como é que uma pessoa
consegue sentir prazer numa mentira dessas? Será que ela consegue enganar a
si mesma?
– Filha, todos nós vivenciamos aquilo que temos na intimidade do nosso
espírito. Se nosso interior está cheio de vaidade, nossa conduta reflete essa
vaidade. A humanidade é composta de espíritos mais ou menos imaturos; nem
todo mundo se ocupa em analisar as coisas assim como você está fazendo. As
pessoas imaturas, filha, tratam apenas de viver, procurando gozar com a maior
intensidade possível os prazeres que a vida lhes possa oferecer.
– Entendi, papai.
Cassiana calou-se por instantes e perguntou:
– Qual a idade da dona Gisa?
– Acho que deve ter uns 35 anos – respondeu seu Neves.
– Como é que ela pode ser imatura, com essa idade?
– Filha, existem pessoas em idade madura que são tão imaturas quanto um
adolescente de dezessete anos, e existem crianças que demonstram uma
maturidade própria de um adulto. As pessoas são todas diferentes umas das
outras... Mas, voltando à questão dos prazeres, você sabe o que é propaganda
enganosa, não sabe?
– Sei sim, papai.
– É o mesmo que acontece com inúmeros prazeres. Eles nos parecem
inofensivos, mas, depois que mergulhamos neles, é que vamos ver o engano, mas
aí já é tarde. E o pior é que a maioria das pessoas não se ocupa em selecionar o
que serve e o que não é bom.
– Não entendi, papai.
Seu Neves pensou um pouco e respondeu:
– Veja o que acontece com nossa alimentação. Deveríamos comer para nutrir o
corpo, mas comemos para satisfazer o paladar.
– Ah, isso é verdade, papai – respondeu Cassiana.
A menina continuou:
– Eu mesma sei que deveria comer legumes e frutas, mas não gosto. A
mamãe às vezes me obrigava, mas acabou desistindo. Também sei que
refrigerante é ruim para a saúde, mas não consigo almoçar se não tiver...
– Pois é, minha filha. Existem muitos prazeres que nos prejudicam, mas, como
somos imaturos, apesar da nossa idade, continuamos mergulhados neles. Depois
que sua tia descobriu que está com câncer, sua mãe e eu começamos a
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pesquisar sobre o assunto e descobrimos o quanto a alimentação é importante
para prevenir essa doença*. Assim, resolvemos tomar uma decisão.
Com ar desconfiado, Cassiana perguntou:
– Que decisão é essa?
– Nós chegamos à conclusão de que não vale a pena alimentar prazeres
prejudiciais. A saúde é um bem muito valioso, e nós só entendemos isso quando
ficamos doentes, ou quando adoece alguém próximo de nós. Por isso, vamos
mudar nosso estilo de vida, a começar pela alimentação. Só vamos comer o que
for saudável.
Cassiana fez cara de quem não gostou da novidade. Ficou silenciosa por algum
tempo e depois falou:
– Não gostei, não, papai. Mas o senhor e a mamãe têm razão, e eu acho que a
vida é mais valiosa do que o prazer de comer.
– Não se preocupe, filha, respondeu seu Neves. Você vai sentir falta do
refrigerante, mas só no começo, porque vamos substituí-lo por suco de frutas. E,
quanto à comida, estamos estudando uma série de receitas muito saudáveis e
saborosas.
Cassiana olhou para o pai e sorriu. Ele era a pessoa a quem ela mais amava.
Segurou sua mão e voltaram a caminhar rumo ao lar.
O facilitador deve perguntar aos presentes se têm procurado ser mais fraternos
e educados.
Bruno era um jovem pobre e sem família. Trabalhava durante o dia numa
fábrica de calçados e à noite estudava engenharia mecânica numa universidade.
O dinheiro só dava para as despesas essenciais.
Sua namorada, a Silvana, trabalhava à noite num hospital. Era enfermeira.
Com isso os dois só podiam se ver nos finais de semana, mas era aquela
felicidade! A alegria de estarem juntos valia por todos os dias em que ficavam
longe um do outro, sentindo saudades.
Um dia, tudo mudou. Bruno ganhou sozinho os 15 milhões do acumulado da
Mega-Sena. Foi aquela alegria!
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Seu primeiro gesto foi correr à casa da Silvana e contar-lhe a novidade. Estava
difícil de acreditarem que tudo aquilo fosse verdade, mas era.
– Que vai fazer agora? – perguntou Silvana.
– Eu? Bem, eu vou pedir demissão na fábrica e vou aproveitar para ver a cara
dos meus colegas quando souberem que agora sou um milionário. Você também
vai sair do emprego. Agora somos ricos. Não precisamos trabalhar. Depois... nós
dois vamos comprar uma bela mansão, aqui mesmo em São Paulo, vamos casar
e viver felizes.
Mas a imprensa descobriu, e com a publicidade veio o medo de serem
assaltados ou sequestrados. Tiveram de mudar seus hábitos, e as primeiras
coisas que fizeram foi a contratação de seguranças, a compra de veículos
blindados, a colocação de cercas elétricas nos muros da mansão e de alarmes de
toda natureza.
Silvana começou logo a cuidar dos preparativos do casamento. Queria que
fosse o mais chique do ano, o mais bonito e badalado. Bruno não gostou da ideia
e contestou:
– Prefiro uma cerimônia simples, só com nossos amigos...
– De jeito nenhum! – respondeu Silvana. – Eu sempre sonhei com um
casamento chique, a igreja entupida de flores e, depois... uma recepção pra
ninguém botar defeito.
– Mas, meu bem, nossos amigos não vão se sentir à vontade com todo esse
chiquê. São gente simples.
– Por isso mesmo – retrucou Silvana, meio irritada. – Eu não quero mais saber
dessa gente. Garanto que qualquer dia desses eles vão bater aqui para pedir
dinheiro. E você não seja bobo de dar.
Bruno sentiu-se meio decepcionado com a atitude da noiva, mas, apaixonado
como estava, preferiu nada dizer.
E quanto a vocês, o que acharam da atitude da Silvana? Ela estava certa ou
errada ao não querer mais saber dos amigos pobres depois que ficou rica?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a
importância das verdadeiras amizades, que não foram compradas por qualquer
tipo de interesses.
O facilitador deve perguntar aos presentes se têm procurado ser fraternos, ter
responsabilidade nas ações, ser verdadeiros, etc.
O que vocês acham da atitude de Bruno. Será que ele estava certo ao pensar
que era mais feliz quando pobre?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que a
riqueza não é ruim, mas sim a forma como ela é utilizada.
Mas, voltando ao nosso conto, certa vez, depois de uma festa que durou dois
dias, Silvana teve de ser internada às pressas, em coma alcoólico. Apesar do
esforço da equipe médica, não resistiu e morreu, deixando Bruno ainda mais
solitário.
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Alguns dos amigos que havia adquirido depois que ficou rico foram visitá-lo
levando condolências, mas Bruno não sentiu neles uma amizade sincera. Aquelas
visitas representavam apenas obrigações sociais.
Certo dia, o coração de Bruno bateu forte ao abrir a porta e dar com um grupo
de rostos solidários. Eram seus antigos amigos levando-lhe aquilo de que mais
estava precisando, amizade verdadeira.
No dia seguinte tomou uma decisão. Voltaria aos estudos e ao convívio dos
velhos amigos. Fundaria uma instituição para administrar seus bens e aplicaria
seu dinheiro em ações que iriam ajudar crianças desvalidas e idosos
abandonados pela família. Cuidaria também de criar, nas mais diversas cidades
do país, organizações que atendessem dependentes químicos, ajudando-os a se
curarem. Sabia que assim iria evitar que muita gente passasse pela dor de ver
pessoas queridas mergulhando nos vícios, sem nada poder fazer.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
O pai de Eduardo sempre lhe dizia que as leis de Deus estão gravadas em
nossa consciência e que é por isso que todas as pessoas sempre sabem o que é
certo e o que é errado. Dizia também que o mais importante é obedecer a essas
leis, porque a maior riqueza de um ser humano é ter a consciência tranquila.
A família de Eduardo era pobre, e ele precisava trabalhar para ajudar nas
despesas da casa. Com isso teve de batalhar muito para conseguir formar-se em
Direito e chegar a ser juiz.
Quando isso aconteceu, foi aquela festa, aquela alegria!
Mas certo dia chegou às suas mãos, para análise e julgamento, um processo
contra o senhor Gouveia, pessoa muito importante na cidade. Eduardo, ou melhor,
Dr. Eduardo, ficou preocupado, pois sabia que não iria ser fácil. De fato, no dia
seguinte recebeu a visita do advogado do senhor Gouveia pedindo-lhe para dar
ganho de causa a seu cliente.
Dr. Eduardo respondeu, dizendo que iria julgar os fatos e agir com justiça.
O advogado ofereceu-lhe, então, uma grande importância em dinheiro para
inocentar o senhor Gouveia. Era muito dinheiro, mas Dr. Eduardo negou-se a
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receber a propina e, indignado, ameaçou mandar prendê-lo. O advogado saiu
furioso, dizendo que, por isso, ele, Dr. Eduardo, seria transferido para uma
cidadezinha do interior, a mais distante possível.
Aborrecido e preocupado, Dr. Eduardo foi procurar o pai, que lhe disse:
– Meu filho, estou muito orgulhoso de você. É assim que age uma pessoa de
bem, uma pessoa honesta, que tem respeito por si mesma.
– Eu sei, pai – respondeu Dr. Eduardo. – E mesmo que o senhor Gouveia
consiga que me transfiram, mesmo que seja para o pior lugar do mundo, não me
importo. O que vale mesmo é estar com a consciência tranquila.
Quem de vocês acha que Dr. Eduardo fez bem em recusar aquele dinheirão da
propina que o advogado lhe ofereceu?
O facilitador deve incentivar respostas e socializá-las, com foco na importância
da honestidade.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para abençoar o
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nosso planeta e amparar os que sofrem, dando-lhes fortaleza e ajuda; para
auxiliar os que perderam o respeito por si mesmos; pedir também pelos presentes,
para que tenham saúde e paz.
Hoje vamos falar sobre a paz, lembrando que ela necessita de alguns pilares
para sustentá-la, tais como a afetividade, a alteridade e o respeito.
Vocês sabem por que a afetividade é tão importante na construção da paz?
O facilitador deve incentivar respostas.
Como podemos ver, até os dedos das nossas mãos não são iguais. Assim,
devemos entender a importância das diferenças entre as pessoas, porque sempre
todos temos alguma coisa a aprender uns com os outros.
Até mesmo nas profissões, as diferenças são fundamentais.
Numa construção de um prédio de apartamentos, por exemplo, é preciso haver
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um engenheiro que seja o responsável pela obra, estabeleça todos os cálculos,
etc. É preciso haver pedreiros, serventes, eletricistas, bombeiros hidráulicos... e os
corretores, que vão vender os apartamentos.
Em qualquer setor da vida humana, é preciso haver diferenças para que haja
harmonia. Sendo assim, precisamos respeitar os diferentes, procurar aprender
com eles o que eles têm de bom para nos ensinar e aceitá-los como são. Isto é
alteridade.
No nosso próximo encontro, vamos falar sobre o respeito, que também é um
dos pilares da paz.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Dissemos outro dia que a paz necessita de alguns pilares para sustentá-la, tais
como a afetividade, a alteridade e o respeito; então, falamos obre a afetividade e a
alteridade.
Hoje vamos conversar sobre o respeito, que também é muito importante na
construção da paz.
Quando respeitamos os outros, procuramos agir de forma a não importuná-los;
cuidamos de não invadir a privacidade alheia, nem criar situações de conflito.
Vamos dar um exemplo. Digamos que alguém gosta de ouvir música em alto
volume. Se for uma pessoa que tenha respeito pelos outros, vai cuidar de graduar
o volume de tal forma a não incomodar os vizinhos.
Imaginem como seria ruim se vocês estivessem estudando para uma prova
importante e o vizinho botasse o som num volume alto, atrapalhando a
concentração.
Assim, se não queremos que os outros nos incomodem, também não devemos
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incomodar os outros. Essa, aliás, é uma daquelas leis cósmicas, que estão na
consciência das pessoas e que também estão na base de todas as grandes
religiões.
Quem se lembra como é essa lei?
O facilitador deve incentivar respostas, lembrando que a lei diz respeito a só
fazermos aos outros o que gostaríamos que os outros nos fizessem.
Mas o respeito também faz parte da boa educação. A pessoa bem educada
sempre procura ser gentil e atenciosa com os outros e não incomodá-los.
Assim, o nosso direito de fazer, de falar, de ouvir, só deve ir até onde não
colida com o direito dos outros.
Vamos agora ver outras situações nas quais devemos respeitar os outros.
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema.
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O facilitador deve incentivar respostas e falar sobre as mais diversas formas de
colaborarmos com a natureza, tais como colocar sempre o lixo nas lixeiras, nunca
jogá-lo em outros lugares; proteger as plantas e os animais silvestres; jamais
capturar ou matar passarinhos, etc.
Agora vamos relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar nossos ritmos internos... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos numa floresta, sentados ao pé de uma grande
árvore, encostados em seu tronco. (cinco segundos)
Em torno de nós, há o verde da vegetação, e lá no alto podemos ver o azul do
céu por entre as folhagens das árvores. (cinco segundos)
Vamos inspirar o ar, calmamente, procurando sentir o cheiro das folhas do
arvoredo, da terra e das flores silvestres. (cinco segundos)
Procuremos ouvir com a nossa imaginação o canto dos pássaros, o som das
folhas que se tocam ao sabor da brisa, e um pouco mais longe o som da água de
um riacho, correndo por entre as pedrinhas do seu leito. (cinco segundos)
Estamos em plena natureza, sentindo paz, tranquilidade e alegria... (cinco
segundos)
Vamos refletir sobre o que significa “amar e respeitar a natureza”. (vinte
segundos)
Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamente
nossos olhos.
O facilitador deve perguntar a cada um se conseguiu realizar bem o exercício e
incentivar os presentes a falarem sobre a experiência que vivenciou.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deu ajuda para todos
os presentes desenvolverem os valores do respeito, da honestidade e da
amorosidade, aprendendo a amar e a preservar a natureza; também proteção e
amparo aos familiares e a quem está em dificuldades; auxílio divino para toda a
humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa. Deve lembrar
também de agradecer a Deus por todas as bênçãos recebidas, pelo amor e pela
amizade, assim como pela alegria, que faz tão bem ao corpo e à alma...
E vocês, o que acham? Será que a Mariazinha tem razão? Será que a maioria
das pessoas só quer mesmo se dar bem?
O facilitador deve incentivar respostas.
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Em torno de nós, há o verde da vegetação, e a luz do sol acaricia suavemente
a nossa pele. (cinco segundos)
Respiremos profundamente, sentindo o ar penetrar em nossos pulmões, levar
oxigênio para o corpo... levar vida para o nosso corpo. (dez segundos)
Eu vou agora fazer uma prece de gratidão ao Criador, pelas coisas tão boas e
tão belas que criou, e vocês vão acompanhar, só no pensamento: “Senhor da
Vida, nós te agradecemos pela terra que nos sustenta... pela água, que é tão
importante para nós... Agradecemos pelo ar que respiramos... e pelo Sol, que nos
dá vida e calor. Agradecemos pelo amor, pela amizade, e pedimos que nos ajude
sempre a ser pessoas do bem, a vivenciar os valores mais nobres do espírito.
Pedimos também que nos proteja e a toda a nossa família e que ajude a
humanidade a encontrar caminhos para a fraternidade, a paz e a justiça. Assim
seja.”
Certo dia Mariazinha, como de costume, estava lendo jornais na Internet para
ficar a par do que acontecia no Brasil e no mundo, quando se deparou com uma
notícia revoltante. Saiu correndo à procura dos pais e foi logo dizendo:
– Vocês não vão acreditar... Sabem aqueles donativos que o Brasil inteiro
mandou para os desabrigados das chuvas em Santa Catarina? Pois o jornal está
dizendo que teve voluntários lá furtando objetos...
– O quê!!! – exclamaram os pais a uma só voz.
– Pois é, continuou Mariazinha. – Teve até soldado furtando. Eles mostraram
uma gravação com essas pessoas escolhendo o que levar... Teve um lá que
perguntou a outro o que ele iria fazer com algumas peças de roupa feminina que
havia separado, e o sujeito respondeu dizendo que daria para a namorada.
– Meu Deus, que horror! – exclamou dona Ilka. – Como é que um ser humano
pode agir assim? Esses donativos foram arrecadados para as dezenas de
milhares de pessoas que perderam tudo com as enchentes. Essas criaturas não
têm consciência?
De repente Mariazinha deu um pinote e perguntou:
– E aquele dinheiro que enviamos para os flagelados... aquele que vocês
estavam juntando para me levar à Disneylândia... será que eles roubaram esse
dinheiro também?
– Calma, minha filha, tenha calma – falou seu Geraldo. – As coisas não são
bem assim... O que aconteceu foi uma coisa mínima, diante da grandeza de
atitudes das milhões de pessoas que se mobilizaram para ajudar. Tenho certeza
de que o dinheiro que enviamos será bem aproveitado.
Com uma ponta de revolta na voz, Dona Ilka perguntou:
– Como é que podemos ter certeza disso?
Seu Geraldo esfregou a ponta do polegar no dedo mindinho, gesto que fazia
quando refletia, e disse:
– Isto é revoltante, sem dúvida alguma. E é por esta razão que muitas pessoas
deixam de ajudar. Mas devemos entender que essas pessoas que furtaram e as
muitas outras que furtariam se tivessem oportunidade não são a maioria do nosso
povo.
– Sei não – respondeu dona Ilka. – Há algumas dezenas de anos, ainda havia
uma cultura de honestidade no nosso país. Não muito forte, mas havia. As
pessoas que fossem apanhadas furtando ou num ato de corrupção ficavam
morrendo de vergonha e ficavam malvistas pelos outros... Mas tudo isso mudou.
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Nossa cultura mudou. Hoje, os corruptos ricos e importantes, quando apanhados
em flagrante, aparecem nos noticiários com a maior “cara-de-pau”. Nem
escondem o rosto. Enfrentam as câmeras de cabeça erguida, jurando que são
inocentes. E, quando são presos, os advogados vão lá e soltam.
– Isso é verdade – concordou seu Geraldo. – Mas esses não são a maioria. O
que preocupa é que essa cultura do consumismo vem transformando o mundo
numa espécie de arena do consumo. As pessoas se ocupam muito em ter
(“precisamos ter isto e mais aquilo...”) Mas o essencial, o ser... (“precisamos ser
honestos; precisamos ser fraternos e justos, etc.”) está muito esquecido. A mídia
despeja toneladas de propaganda de coisas para o consumo, e até os bebês já
aprendem a apontar o dedinho para o brinquedo que desejam. E, nessa arena do
ter, sobra pouco espaço para se cultivarem os valores verdadeiros. Os pais
trabalham demais para poder manter a família; outros trabalham demais para ter
mais dinheiro, mais bens. Com isso, qual é o tempo e a disposição que sobram
para ensinar valores aos filhos?
Mariazinha ficou pensativa por instantes e disse:
– Eu estive pensando que a gente não pode deixar de ajudar quem está numa
pior, por medo de que essa ajuda seja desviada pelos desonestos. A
responsabilidade dos furtos é deles, dos desonestos, e eu acredito que um dia as
consciências deles irão cobrar...
– Pois eu acho que o mundo estará perdido se não se começar a ensinar
valores às crianças – disse dona Ilka. – Se a atual geração vai tão mal,
precisamos procurar mudar o rumo da nova geração.
– Por falar nisso – disse Mariazinha – no meu colégio eles começaram um
programa de valores humanos para crianças. Estou adorando.
– Excelente notícia! – exclamou seu Geraldo. – Todas as escolas do país... e
do mundo deveriam fazer isso.
E vocês, o que acham? Será que devemos deixar de ajudar os que estão
necessitados, por medo de essa ajuda ser mal utilizada, ou mesmo desviada?
O facilitador deve incentivar respostas.
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Pois bem, a boa notícia é que há milhões de pessoas em nosso planeta
fazendo alguma coisa para melhorar nosso mundo, e nós também podemos
colaborar. Vocês sabem como?
O facilitador deve incentivar respostas.
Todos podemos colaborar para tornar o mundo melhor, procurando sempre ser
respeitosos, honestos, pacíficos e fraternos. Mas não é só isso, porque, ao
conseguirmos vivenciar esses valores, estaremos também:
a) somando valores à nossa vida pessoal;
b) melhorando nossos relacionamentos;
c) dando bons exemplos às outras pessoas.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias,
lembrando também que, se muitos vivenciam o mal, muitos outros vivenciam o
bem, ajudando a melhorar o mundo, e que cada um é responsável por si mesmo,
por suas ações e omissões.
Vamos agora fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para nos
harmonizar... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha, na hora do
amanhecer. Aqui se pode sentir a paz das alturas, as carícias da brisa ao longo do
corpo e a presença grandiosa da natureza. (cinco segundos)
Ao longe, no horizonte, o Sol começa a surgir com todo o seu esplendor,
iluminando vales e montanhas, despertando a vida... (cinco segundos)
Cada um vai agora observar mentalmente os raios luminosos do Sol nascente,
que ilumina seu peito... (três segundos), penetra em seu coração... (três
segundos), retira do seu coração todo sentimento negativo... retira o rancor... (três
segundos), retira a raiva... (três segundos), retira as mágoas (três segundos),
retira as tristezas (três segundos), retira as preocupações... (três segundos)
Sinta como o seu coração ficou leve... iluminado... feliz... (cinco segundos)
Observe agora, mentalmente, os raios luminosos do Sol nascente, que ilumina
sua cabeça, limpa sua mente de todos os pensamentos contrários às leis
cósmicas. (cinco segundos)
Sinta sua mente toda iluminada com a luz do bem, da verdade, da paz... (cinco
segundos)
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece agradecendo a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade; pedindo proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitando auxílio divino
para toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna, mais justa e mais
pacífica.
Hoje vamos fazer uma relação dos valores que foram tratados nos nossos
encontros desde a última revisão.
Sempre que for possível ou viável, o facilitador deve incentivar comentários
e/ou socializar os temas.
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e que todos voltarão a reencarnar até se decidirem a viver de forma fraterna, justa
e honesta, para que o mundo se torne um lugar bom para todos.
2 – Não importa qual seja a nossa religião. Até mesmo para quem não tem uma
religião, o importante é acreditar que existe um comando superior no universo, um
comando justo, alicerçado no amor, porque o amor é a própria força da vida.
Então, para nos harmonizarmos com o universo e com as leis cósmicas, é
necessário aprendermos a amar, a sentir um amor universal, conforme foi
explicado.
3 – Há pessoas cuja existência se alicerça no amor. Exemplo: Madre Tereza de
Calcutá.
4 – A importância dos nossos sentimentos e emoções, por causa da energia
que geramos com eles. Exemplo: A diferença entre o ambiente de uma igreja e o
de um presídio.
5 – Energias agressivas nos ambientes da Terra são geradas pelas emoções
violentas de milhões de pessoas que assistem a filmes e noticiários com teor
violento, jogam jogos eletrônicos violentos e conversam sobre assuntos que giram
em torno desses temas.
6 – A falta de respeito vale ao ser humano muitos desgostos. Também foram
listadas algumas atitudes de quem tem respeito pelos outros:
- Nunca humilhar a quem quer que seja.
- Tratar a todos com atenção e consideração.
- Não desmerecer qualquer pessoa.
- Não agredir.
- Não xingar.
- Usar sempre de educação no trato com os outros, principalmente com os pais,
com os professores e com os mais velhos.
7 – Há o altruísmo. Por que tantos milhões de pessoas passam fome na Terra?
Causas: egoísmo, ganância e orgulho.
Antídoto: altruísmo (o contrário de egoísmo)
8 – É preciso que tenhamos respeito por nós mesmos. Exemplos:
a) Buda, que soube respeitar a si mesmo, aos seus valores.
b) Dr. Eduardo, o juiz que não aceitou a propina do seu Gouveia, o homem
mais poderoso da cidade, e que preferiu enfrentar os problemas que teria por
causa da sua honestidade.
Falou-se também sobre os jovens que não respeitam a si mesmos, seguindo
falsos líderes, tais como os que se acham os maiores, pelo fato de serem os mais
fortes; os mais bonitos, ou os que possuem um carro ou outra coisa que os outros
não tenham; os que tomam bebidas alcoólicas ou usam drogas; os brigões, etc.
9 – Comprar sem nota fiscal favorece ladrões e bandidos.
10 – As pessoas imaturas tratam apenas de viver, procurando gozar, com a
maior intensidade possível, os prazeres que a vida lhes possa oferecer. Inúmeros
prazeres são como propaganda enganosa, parecem inofensivos, mas, depois que
mergulhamos neles, é que vamos ver o engano, mas aí já é tarde. E o pior é que a
maioria das pessoas não se ocupa em selecionar o que serve e o que não é bom.
Exemplo: alimentação. Deveríamos comer para nutrir o corpo, mas comemos para
satisfazer o paladar.
11 – Há a questão da riqueza. Foi narrado o caso de Bruno e Silvana, que
ficaram ricos, mas o dinheiro não lhes trouxe felicidade, ao contrário. Não se
realizaram. Bruno percebeu que era muito mais feliz quando pobre.
12 – Afetividade, alteridade e respeito são pilares da paz.
13 – É importante se ensinar valores às crianças e aos adolescentes.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
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Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar os ritmos internos.... (dez segundos)
Pensem em si mesmos com muito carinho. Imaginem seus corpos envolvidos
numa luz branda, cheia de paz. (cinco segundos)
Pensem agora nas pessoas que estão doentes... (três segundos), nas pessoas
que estão passando fome ou não têm onde morar... (três segundos), nas crianças
abandonadas... (cinco segundos)
Agora eu vou fazer uma prece e vocês acompanham, só no pensamento:
“Deus, nosso Pai, pedimos tua ajuda para todas as pessoas que estão sofrendo
neste momento. Dá alívio a toda dor e ampara os que estão passando fome ou
não têm onde morar. Ampara as crianças abandonadas e ajuda-as a encontrar
alguém que cuide delas. Finalmente te agrademos por tudo que temos, pela
família, pelo amor, pela vida, pois sabemos que é ela, a vida, a grande escola do
nosso espírito... Assim seja.”
Vamos ver o que seus pais fariam, se estivessem pensando com amor. Com
certeza iriam atender ao pedido do mendigo e dar-lhe o dinheiro do pão. Afinal é
um ser humano que está com fome.
Mas, se estivessem amando com sabedoria, sabem o que seus pais fariam?
Com certeza iriam comprar um prato de comida para o mendigo. Dessa forma,
estariam agindo com amor e com sabedoria, porque muitos mendigos pedem
dinheiro para comer, mas o que estão querendo é comprar bebidas alcoólicas;
outros pedem esmola para sustentar familiares preguiçosos; outros, ainda, o
fazem por achar isto mais fácil do que procurar um meio mais digno para
sobreviver.
Como pudemos ver, pensando com amor e amando com sabedoria, sempre
temos muito mais possibilidades de acertar em nossas ações.
Quando pensamos com amor, estamos desenvolvendo um sentimento
maravilhoso que é o afeto. Essa é uma grande conquista do nosso espírito,
porque o amor é força divina manifestando-se em nós. E, ao agirmos com
sabedoria, não estamos favorecendo a preguiça ou a sem-vergonhice de alguém.
Além disso, estamos também enriquecendo nossos aprendizados na vida.
Há uma ideia muito interessante a esse respeito. Ela diz que a evolução pode
ser simbolizada pelas duas asas de um pássaro. Uma representa o amor, e a
outra representa a sabedoria.
Imaginem como seria um pássaro querer voar só com uma asa.
O mesmo acontece conosco. É importante desenvolvermos amor e também
sabedoria, que é o mesmo que equilíbrio.
Vamos procurar outros exemplos de como se pode pensar com amor e amar
com sabedoria.
O facilitador deve socializar o tema e ajudar os presentes a encontrarem tais
exemplos.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar nossos ritmos internos.... (dez segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha, no finalzinho da
tarde. (cinco segundos)
Ao longe vemos o mar, sob o horizonte luminoso do por do sol...
Mais perto, a paisagem recortada por montanhas, rios e vales...
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Aqui, no alto da montanha, podemos sentir a grandiosa paz das alturas, as
carícias da brisa ao longo do corpo, e a presença grandiosa da natureza. (cinco
segundos)
No alto, algumas estrelas começam a pontilhar o céu como se estivessem
dizendo: “Paz na Terra às pessoas de boa vontade”. (cinco segundos)
E aqui neste lugar, ante ao altar da natureza, vamos erguer nosso pensamento
a Deus, numa oração: “Pai de toda a vida, criador de tudo que há, envolve o
nosso planeta Terra em vibrações de amor e de paz, em toda a sua extensão.
Abençoa a natureza... na água, na terra e no ar. Abençoa o ser humano, ajudando
todas as pessoas a se tornarem mais fraternas, mais pacíficas e mais justas.
Ampara aqueles que estão sofrendo e infunde em seus corações a esperança e a
confiança. Abençoa a todos nós que aqui nos encontramos e também a(as)
nossa(as) família(as). Finalmente te agradecemos por tudo, porque tudo em
nossas vidas representa lições para o nosso crescimento interior.”
Vamos agora fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para nos
harmonizar... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha... (cinco
segundos)
Aqui se pode sentir a paz das alturas, as carícias da brisa ao longo do corpo e
a presença grandiosa da natureza... (cinco segundo)
Procure sentir esta paz em todo o seu ser... (três segundos), paz em seu
coração... (três segundos), paz em sua mente... (três segundos), paz em todo o
seu corpo... (cinco segundos)
Agora que estamos assim, tão em paz, vamos envolver nosso planeta e toda a
humanidade nesse sentimento.
Vamos dizer mentalmente, mas procurando sentir o que dizemos: Terra em
paz... (três segundos), Terra em paz... (três segundos), Terra em paz... (três
segundos)
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar os ritmos internos.... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha... (cinco
segundos)
Aqui se pode sentir a paz das alturas, as carícias da brisa ao longo do corpo e
a presença grandiosa da natureza... (cinco segundo)
Cada um de nós vai procurar sentir esta paz em todo o seu ser... (três
segundos), paz em seu coração... (três segundos), paz em sua mente... (três
segundos), paz em todo o seu corpo... (cinco segundos)
Agora que estamos assim, tão em paz, vamos envolver nosso planeta e toda a
humanidade nesse sentimento.
Vamos dizer mentalmente, mas procurando sentir o que dizemos: Terra em
paz... (cinco segundos), Terra em paz... (cinco segundos), Terra em paz... (dez
segundos)
Vamos aproveitar este momento para uma prece: “Senhor da Vida, pedimos a
tua benção para o nosso planeta. Abençoa a Terra, a natureza e também a
humanidade; ajuda as pessoas a serem mais pacíficas, mais fraternas e a terem
mais equilíbrio em tudo; abençoa nossos lares, nossos familiares e nos ajuda
sempre a vivenciar a Grande Lei, a lei do amor; também queremos te agradecer
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pela vida e por tudo que ela nos dá, pois sabemos que é ela, a vida, a grande
escola do nosso espírito... Assim seja.”
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O garoto estranhou aquela atitude, mas percebeu logo que era de coração e
começou a chorar, dizendo:
– Eu nunca pensei que você fosse gostar de mim algum dia...
Joselito não aguentou... Com um nó na garganta, abraçou novamente o irmão,
sentindo o quanto gostava dele.
Sabia também que, daquele dia em diante, os dois seriam verdadeiros irmãos.
Mesmo que brigassem de vez em quando, o que seria natural, não haveria mais
agressões nem implicância, muito menos inveja.
E quanto a vocês? Quem aqui acha que pode estar sentindo inveja de alguém?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema.
O remorso é um sentimento muito ruim. Por isso, sempre que fizermos alguma
coisa errada, que nos crie remorso, é muito importante procurarmos corrigir o erro,
pedir desculpas, enfim, fazer o possível para aliviar a consciência.
Quem de vocês tem facilidade para pedir desculpas?
O facilitador deve incentivar respostas.
Quem tem dificuldade para pedir desculpas?
O facilitador deve incentivar respostas.
Muitas pessoas pedem uma meia desculpa dizendo, por exemplo: “foi mal”.
Dizer “foi mal” apenas informa que a pessoa entende que não “foi bem”, mas
isto não é exatamente um pedido de desculpas.
As pessoas que não pedem desculpas tornam-se desagradáveis e ficam
conhecidas pela sua falta de educação. Já as pessoas educadas são bem vistas e
bem-vindas em qualquer lugar.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Agora vamos relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar nossos ritmos internos... (vinte segundos)
Vamos imaginar que estamos numa floresta, sentados ao pé de uma grande
árvore, encostados em seu tronco. (cinco segundos)
Em torno de nós, há o verde da vegetação, e lá no alto podemos ver o azul do
céu por entre as folhagens das árvores. (cinco segundos)
Vamos inspirar o ar, calmamente, procurando sentir o cheiro das folhas do
arvoredo, da terra e das flores silvestres. (cinco segundos)
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Procuremos ouvir com a nossa imaginação o canto dos pássaros, o som das
folhas que se tocam ao sabor da brisa, e um pouco mais longe o som da água de
um riacho, correndo por entre as pedrinhas do seu leito. (cinco segundos)
Estamos em plena natureza, sentindo paz, tranquilidade e alegria... (cinco
segundos)
Vamos refletir sobre o que significa “amar e respeitar a natureza”. (vinte
segundos)
Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamente
nossos olhos.
O facilitador deve perguntar a cada um se conseguiu realizar bem o exercício e
incentivar os presentes a falarem sobre a experiência que vivenciou.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para abençoar
nosso planeta e ajudar a humanidade a se tornar melhor, mais pacífica e mais
fraterna; pedindo pela paz, saúde e harmonia no lar, e para que todos possam
desenvolver os valores do espírito.
Immanuel Kant foi um filósofo alemão que viveu no século XVIII. Certa vez ele
disse assim: “Duas coisas me enchem a alma de crescente admiração e respeito:
o céu estrelado sobre mim e a lei moral dentro de mim”.
Que vocês acham disso? Não é bonita essa admiração que ele sentia pelo céu
estrelado e pela lei moral que se encontrava dentro dele?
Alguém sabe o que ele quis dizer com a idéia de a lei moral encontrar-se dentro
dele?
O facilitador deve incentivar respostas.
Kant entendia que todas as pessoas sabem o que é certo e errado, não porque
aprenderam, mas porque a lei moral é algo que faz parte da própria razão do ser
humano. Ela está em nossa consciência.
O importante, então, é sempre agirmos de forma a nunca fazermos o mal a
quem quer que seja, nem a nós mesmos.
É verdade que muitas vezes não sabemos se estamos agindo certo ou errado.
Mas para esses casos há uma regra básica: só fazer aos outros o que
gostaríamos que os outros nos fizessem. Essa regra está na base de todas as
grandes religiões.
Quem não age de acordo com essa regra está violentando a própria
consciência.
E, quanto às pessoas que fazem o mal, que roubam, violentam, matam... será
que elas não têm consciência?
O que vocês acham?
O facilitador deve incentivar respostas.
Há uma lei universal conhecida como lei de causa e efeito. Todo efeito sempre
tem uma causa.
Baseados nessa lei, os grandes mestres da humanidade e os fundadores das
grandes religiões da Terra ensinaram aquela regra de que já falamos: “Só fazer
aos outros o que quisermos que os outros nos façam”.
Vejam só que coisa mais simples, não é?
Quando a humanidade obedecer a essa lei tão simples, não haverá miséria,
nem tanta coisa ruim que a gente vê todos os dias acontecendo por aí.
Mas, quando pensamos em só fazer aos outros o que gostaríamos que eles
nos fizessem, é necessário nos colocarmos no lugar deles.
Digamos que você gosta de fazer pouco caso do seu coleguinha, porque ele é
muito pobre, não tem um celular e nunca jogou “video game”.
Então, antes de fazer pouco caso dele, imagine que o pobre é você; que seu
pai foi embora e sua mãe trabalha muito para sustentar a família; que o dinheiro é
tão pouco que só dá, mal e mal, para comprar comida e pagar o aluguel da
casinha onde você mora.
Pense nas muitas dificuldades que precisa enfrentar para poder estudar e que,
logo, logo vai ter de trabalhar vendendo bombom nas ruas para ajudar a mãe...
Assim, se você se colocar no lugar do outro, vai procurar ajudá-lo, em vez de
criticá-lo ou maltratá-lo, não é verdade?
Vamos fazer um exercício?
Vamos, então, fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar.
(dez segundos)
Agora cada um vai pensar numa pessoa de quem faz pouco caso. (dez
segundos)
Agora vai pensar como seria se estivesse no lugar dessa pessoa. (trinta
segundos)
O facilitador deve socializar o tema, perguntando a cada um o que sentiu ao se
colocar no lugar da pessoa da qual faz pouco caso.
E por falar em causa e efeito, aí vai uma pergunta importante: por que vêm
acontecendo tantas catástrofes como se tem visto nos últimos anos, tais como
enchentes devastadoras, furacões, etc.?
69
A resposta é simples. Trata-se do retorno dos atos do próprio ser humano.
Movido pela ambição, vem ele poluindo o ar com a fumaça das queimadas, das
fábricas, dos veículos motorizados, gerando o efeito estufa, e esse efeito vem
mudando o clima na Terra, provocando essas catástrofes.
Outra pergunta: por que a água potável em nosso planeta está começando a
escassear?
Também é por culpa do próprio ser humano, que vem devastando as florestas,
não respeitando nem mesmo as nascentes de água e as margens dos rios. Além
disso, polui os rios e até mesmo o próprio mar, provocando a diminuição das
populações de peixes, que lhe dão alimento.
Como se não fosse o bastante, o ser humano vai deixando seu lixo por onde
passa. Sacos plásticos que são largados nas praias ou atirados nos rios vão para
o mar, onde são confundidos com alimento e engolidos por tartarugas marinhas e
outros animais, que chegam a morrer.
Como podemos perceber, é muito importante só largarmos o lixo onde venha a
ser devidamente recolhido e, sempre que possível, apoiar e incentivar a coleta
seletiva, mediante a qual grande parte desses resíduos que tanto danificam a
natureza possa ser devidamente aproveitada.
Se queremos um mundo melhor, precisamos nos esforçar, fazendo o que for
possível.
Vamos agora fazer uma relação de ações que podem ser praticadas por
qualquer pessoa, adulta ou criança, para proteger a natureza.
O facilitador deve socializar a conversa, incentivando os presentes a citarem
tais ações e atitudes.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para abençoar
nosso planeta Terra, proteger e amparar a natureza; ajudar as pessoas a
aprenderem a amar a natureza e a cuidarem dela, a se tornarem mais fraternas e
pacíficas; pedir amparo a quem está em dificuldades, paz para a Terra, etc.
70
Seu Timón observa uma pequena bolsa com uma plaquinha onde está escrito:
“Bolsa mágica. Contém sete moedas de ouro. Sempre que seu dono tirar uma,
surge outra igual em seu lugar”.
– Arre!!!... Quer dizer que o dono desta bolsa pode ser a pessoa mais rica do
mundo – diz seu Timón para si mesmo. – É só ir tirando moedas de ouro...
Até Migão apanha um brinquedo, um boneco com cara engraçada. Nesse
momento, abre-se uma porta nos fundos da sala. Os cinco olham desconfiados.
– Se a porta está aberta, acho que é para a gente passar – diz seu Timón,
passando para o outro lado.
As crianças largam os brinquedos nas prateleiras e o seguem, desembocando
numa gruta cheia de estátuas assustadoras. Parecem pessoas petrificadas:
homens, mulheres e crianças. Teca se aproxima para olhá-las mais de perto, dá
um grito e corre a abraçar-se com Gilberto, exclamando:
– Essas estátuas parecem gente!
Mas os sustos não ficam por aí. No fundo da gruta, sentado num grande trono
de ouro todo cravejado de pedras preciosas, está um homem vestido como um rei,
mas com ar muito triste. Tem os pulsos algemados ao trono. Ao ver os visitantes,
por seus olhos passa um reflexo de esperança.
– Sejam bem-vindos – diz com entonação ansiosa. – Eu sou o rei destas
montanhas.
As crianças olham-se, assustadas. Seu Timón apresenta um ar enigmático.
– Aproximem-se por favor – continua. – Não tenham medo... Não estão vendo
que estou algemado?
As crianças e seu Timón aproximam-se, e Migão vai até o trono examinar tudo
com sua natural curiosidade. O Rei continua, com tristeza na voz:
– Antigamente, todos os dias eu cavalgava ao amanhecer, despertando a
natureza...Tudo tinha vida e beleza. As encostas eram cheias de mata, pequenos
riachos e magníficas cascatas. Havia muitos animais silvestres, muitos pássaros...
tudo era alegria.
As crianças estão impressionadas. Teca, penalizada, pergunta:
– O que aconteceu?
– O gênio do mal conseguiu me prender aqui. Não posso mais acordar a
natureza ao alvorecer. Vocês devem ter visto que lá fora está tudo morto.
– E não se pode fazer nada? Ninguém pode soltar o senhor? – pergunta
Serginho.
– Pode sim. Qualquer pessoa pode. Se quiserem, vocês podem me libertar.
O Rei faz pequena pausa e conclui com indisfarçável ansiedade na voz.
– E podem pedir qualquer coisa como recompensa.
Os olhos de Serginho brilham, ao perguntar:
– Podemos pedir o “video game”?
– Podem sim. Qualquer coisa... até mesmo aquela bolsa mágica.
– Bolsa mágica? – pergunta Teca, muito curiosa.
– É uma bolsa com sete moedas de ouro – explica o Rei. – Quando seu dono
tirar uma, aparece outra no lugar.
As crianças, maravilhadas, retornam correndo à sala dos brinquedos. O rei
espera, com expressão terrivelmente ansiosa, pensando: “Será que eles vão cair
na armadilha?”
Na sala dos brinquedos, as crianças continuam olhando tudo para melhor poder
escolher as recompensas. Mas não estão mais tão entusiasmadas quanto antes.
Gilberto externa o pensamento dos três:
– Vocês acham certo a gente pedir recompensa por uma boa ação?
Olham umas para as outras em silêncio, e suas expressões alegres vão
murchando. Sem dizer palavra devolvem os brinquedos às prateleiras. Gilberto tira
o boneco das mãos de Migão, dizendo com carinho, mas firmeza:
71
– Migão, desta vez não vai dar.
Seu Timón sorri sob o bigode grisalho, acompanhando as crianças de volta à
gruta das estátuas. Gilberto, como porta-voz do grupo, dirige-se ao Rei.
– Desculpe, seu Rei, mas nós não queremos recompensa. Basta o senhor dizer
o que é preciso fazer.
Mal acaba de falar, as algemas abrem-se misteriosamente. O Rei levanta as
mãos olhando para elas, quase sem acreditar em tamanha ventura. Quando se
convence de que está livre, uma expressão de indizível felicidade vai se
espalhando por seu rosto. Volta os olhos para o alto em gesto de gratidão,
enquanto duas grossas lágrimas rolam dos seus olhos.
– Até que enfim!!!... Até que enfim, meu Deus!! – exclama. – Eu estou livre...
livre!
As crianças estão mais do que espantadas, e seu Timón sorri abertamente. O
Rei levanta-se e desce daquele trono-prisão, movimentando os braços para fazer
retornar a circulação. Aproxima-se das crianças, ajoelha-se diante delas dizendo,
com lágrimas nos olhos e na voz:
– Obrigado. Muito obrigado. Vocês salvaram mais do que a minha vida. Vocês
me deram a liberdade.
– Mas nós não fizemos nada!! – exclamam os três ao mesmo tempo.
O Rei, profundamente emocionado, explica com a voz embargada pelos
soluços que procura conter:
– Para eu ficar livre, era preciso aparecer alguém grande o bastante para não
aceitar recompensa pela boa ação.
Serginho, sem entender bem o sentido daquelas palavras, replica:
– Mas nós não somos grandes... somos crianças.
Seu Timón não consegue conter o riso, que soa estranhamente naquela cena
repleta de emoção. O Rei olha para ele, levanta-se e vai abraçá-lo, exclamando:
– Como são inocentes essas crianças! Tão dignas e nobres...
Apontando o dedo para as estátuas, continua:
– Estão vendo? Todas elas são pessoas que aceitaram recompensa para me
libertar e foram transformadas em pedra.
Um frêmito de horror perpassa pelo grupo. As crianças, assustadíssimas, ficam
algum tempo olhando para aquelas pessoas transformadas em pedra, pensando
que naquele momento elas próprias poderiam estar assim. Só seu Timón
permanece sorridente, como se já conhecesse aquele enredo. Finalmente,
Gilberto, recuperando-se um pouco do susto, pergunta:
– Quer dizer que, se a gente tivesse aceitado recompensa para libertar o
senhor... agora...
– Agora vocês estariam ali, transformados em pedra – completa o Rei.
O facilitador deve socializar a conversa, lembrando que essa história é
imaginária, mas mostra como agem pessoas de bom caráter e com boa formação
moral. São pessoas que respeitam a si mesmas.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus ajuda para todos
os presentes sempre terem respeito por si mesmos, agirem de acordo com a
própria consciência e não serem ambiciosos, mas sim altruístas e fraternos;
também proteção e amparo à família e a quem está em dificuldades; auxílio
divino para toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa.
Deve lembrar também de agradecer a Deus por todas as bênçãos recebidas, pelo
amor e pela amizade, assim como pela alegria, que faz tão bem ao corpo e à
alma, etc.
72
Vocês se lembram da história da Mariazinha e do seu sonho sobre o planeta
Hipotálus? Lembram que os cientistas de lá haviam concluído que não existia
Deus, ou seja, um ser superior responsável pelas leis universais e pelo comando
do universo? Com isso, o acaso tomou conta de tudo, e a confusão foi tamanha
que o planeta acabou explodindo.
Pois bem, depois que Hipotálus explodiu, Mariazinha sentiu-se espalhada ao
longo da órbita daquele planeta. Foi aí que ela apelou para Deus, o Ser Supremo,
recebendo a ajuda de que precisava.
Mariazinha tinha ficado muito impressionada com aquele sonho e resolveu
saber mais sobre a questão da religiosidade, da fé. Foi então procurar, na
biblioteca do pai, alguns livros sobre Deus e achou a Bíblia. Folheou daqui e dali e
sentiu-se interessada pela história de Jesus.
Mariazinha gostava muito de ler, porque sentia como se estivesse participando
das histórias que lia. Assim, lendo a história de Jesus, era como se ela estivesse
lá, percorrendo os caminhos da Galiléia com ele e seus discípulos, andando à
beira do mar, ou sentada a seus pés quando ele subia ao alto do monte para falar
à multidão de pessoas que acorriam para escutá-lo.
Era confortador ouvir Jesus quando ele dizia que Deus é como um pai que
acode seus filhos na hora da aflição. Mas achou meio estranho quando ele disse
que o maior dos mandamentos é “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos”.
– É aí que mora a dificuldade, pensou Mariazinha. – Se temos de amar o
próximo, ou seja, todas as pessoas... então precisamos amar também a nossos
inimigos.
Preocupada, foi procurar o pai, seu Geraldo, a quem explicou suas dúvidas e
perguntou:
– Acha que é possível olhar para um inimigo e sentir amor por ele?
– Bem, minha filha – respondeu-lhe o pai – acredito que Jesus não quis dizer
exatamente amar um inimigo, porque isto é impossível, é contrário à nossa
natureza humana. Quando pensamos num amigo, nosso coração se abre, feliz,
com essa lembrança, mas, quando pensamos num inimigo, nosso coração não
pode se abrir assim, porque se trata de alguém em quem não podemos confiar.
Eu acredito que Jesus quis dizer que não devemos odiar nossos inimigos, mas
sim perdoá-los e desejar-lhes o melhor.
– Quer dizer que não devemos desejar o mal para nossos inimigos?
Seu Geraldo pensou por instantes e disse:
– Sabia que todos os ensinamentos de Jesus têm fundo científico?
– Como assim, papai? – perguntou Mariazinha, curiosa.
– Veja só que interessante. Pesquisas científicas vêm comprovando que sentir
ódio e rancor faz mal à saúde, mas que o perdão e o amor fazem muito bem ao
nosso organismo; fortalecem o sistema imunológico.
Mariazinha saiu pensativa. Estava começando a achar muito interessantes
todas essas questões.
Procurou um livro que falasse sobre o perdão e, ao abri-lo, foi logo lendo: “Há
dois mil anos o que regia os comportamentos das pessoas era o “olho por olho,
dente por dente”, ou seja, o mal que alguém fizesse lhe era cobrado na mesma
medida.
Isto muitas vezes criava uma espécie de circulo vicioso da vingança. Digamos
que alguém da família “A” dava uma surra em alguém da família “B”. A família “B”,
então, tratava de revidar dando uma surra em alguém da família “A” e assim por
diante. Ninguém levava desaforo para casa e todos achavam que perdoar uma
ofensa era sinal de covardia.
Imagine como seria se nesse cenário aparecesse alguém a pregar a
necessidade de se amar o próximo e perdoar todas as ofensas!
73
Foi isso que aconteceu quando chegou Jesus. Ele fazia muitos milagres, e
sempre havia uma multidão de pessoas em torno dele, por onde andasse. A sua
pregação era toda voltada para a necessidade do perdão, da humildade e do
amor. E foi essa pregação que começou a mostrar ao ser humano o quanto são
importantes esses valores na vida das pessoas e das comunidades. A partir de
então, o mundo cristão começou lentamente a mudar, e hoje já existem milhões
de pessoas que se esforçam para seguir aqueles ensinamentos, procurando amar
as pessoas, perdoar as ofensas e livrar-se dos piores valores negativos que
existem: o egoísmo, a ambição e o orgulho.”
– Que interessante, pensou Mariazinha. As pessoas deveriam conhecer melhor
essa questão do perdão. O mundo seria bem melhor...
E quanto a nós? Quem de nós já consegue perdoar?
O facilitador deve incentivar respostas.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para ajudar a
todos os presentes a perdoarem sempre quaisquer ofensas e a desenvolverem
amorosidade; agradecer por todas as bênçãos recebidas, pela família, pelo amor,
pela amizade; pedir proteção e amparo aos familiares e a quem esteja em
dificuldades; solicitar auxílio divino para toda a humanidade, para que esta se
torne mais fraterna e mais justa.
74
Vocês já viram uma manada de vacas? Sempre há uma que é a líder e que
leva um sino no pescoço. Para onde ela vai, as outras vão também.
O ser humano também tem essa tendência de seguir líderes. Uns são bons
porque levam seus seguidores para boas ações, mas outros não prestam, levam
seus liderados para o lado mau da vida. Esses são daqueles que fazem filmes de
violência, “video games” com jogos violentos que levam a pessoa a se acostumar
com a ideia de agredir e de matar. Também há os que incentivam o fumo e as
bebidas alcoólicas, os que usam drogas e levam outros a isso. Esses líderes do
mal sempre encontram pessoas que as seguem e que passam a agir da mesma
forma que eles.
Isso acontece também com adolescentes e até com crianças. Para se enturmar
com os outros, estes acabam fazendo as mesmas coisas que aqueles.
Por isso, é muita bobagem fazer coisas erradas só para se enturmar, para fazer
parte de um grupo.
Quando a turma é do bem, é diferente. Existem turminhas que se reúnem para
estudar, praticar um esporte, fazer alguma atividade beneficente, etc., e isto é
bom.
O facilitador deve socializar o tema, com foco na realidade local, alertando para
os perigos existentes.
Mas existem também outros tipos de vícios, como os que envolvem jogos
eletrônicos.
Há pessoas que jogam durante algum tempo e depois vão cuidar de outros
afazeres, sem nenhum problema. Mas, quando o jogo se torna um vício, ele passa
a ser prioridade na vida dessas pessoas. É como o caso do Jair. Quando voltava
da escola, já vinha pelo caminho antecipando o prazer que sentiria ao jogar e,
assim que entrava em casa, corria logo para o “video game”.
Mal fazia os deveres da escola e tinha grande dificuldade para levantar pela
manhã, porque ficava jogando até de madrugada. Isto aconteceu até que os pais
descobrissem o que estava ocorrendo. Foi aquela bronca, e Jair prometeu que iria
jogar apenas uma hora por dia, mas, como sempre acontece com os vícios, eles
são fortes, e Jair acabou voltando aos antigos hábitos.
Para solucionar o problema, seus pais tiveram de jogar fora o “video game”,
depois de quebrá-lo, para que não viesse a viciar outras crianças.
Foi muito difícil ao Jair conseguir livrar-se desse vício. Ele sofreu muito, mas
finalmente conseguiu.
Os jogos violentos ou agressivos vão criando a ideia de que agredir e matar é
uma coisa comum, simples, sem problemas... E isto fica no inconsciente,
estimulando a violência e destruindo a afetividade.
Por isso, se for jogar, procure jogos não violentos.
Também os filmes a que assistimos fazem o mesmo efeito. As cenas
marcantes ficam em nosso inconsciente. Por isso, se quiser ver um filme,
procure... há muito filme bom, sem violência e sem terror.
Agora que já falamos sobre vícios e sobre violência, refletindo sobre o mal que
eles nos fazem, vamos fazer um exercício de harmonização.
OBSERVAÇÃO: Se possível, o facilitador pode colocar alguma música suave,
de preferência que tenha canto de pássaros.
Pois bem, quanto à questão da influência, nós somos duas vezes responsáveis.
A primeira é por aquilo que nos vem de fora, ou seja, o que ouvimos, o que
vemos e aquilo que lemos. Somos responsáveis pela acolhida que dermos ao que
é ruim, a tudo que seja contrário às leis cósmicas, ou leis de Deus.
Vamos ver quem de vocês se lembra de algumas dessas leis.
O facilitador deve incentivar respostas e ajudar a elencar essas leis, lembrando
que a mais importante de todas é a do amor.
Então, cabe a nós só acolhermos aquilo que a lei de Deus nos informa que é
bom.
Mas nós também somos responsáveis pela influência que exercemos junto aos
outros. Da mesma forma como os outros podem nos influenciar, também nós
podemos influenciar os outros. Então é aí que também entra a nossa
responsabilidade, ou seja, é importante que a nossa influência seja boa; que os
conselhos que possamos dar a alguém sejam conselhos baseados na
fraternidade, na honestidade, na paz e no que é justo.
Do mesmo modo, é importante que os exemplos que passamos aos outros
sejam bons.
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Vamos ver quem sabe quais seriam esses bons exemplos que podemos passar
aos outros.
O facilitador deve incentivar respostas e socializar a conversa, lembrando que
os bons exemplos que podemos dar aos outros são os da honestidade, da não
violência, do respeito, da fraternidade, da boa educação, etc.
Sugestão: encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus ajuda para todos
os presentes desenvolverem os valores fraternidade, da honestidade e da paz,
aprendendo a viver com equilíbrio e sabedoria; também proteção e amparo à
família e a quem está em dificuldades; auxílio divino para toda a humanidade,
para que esta se torne mais fraterna e mais justa. É importante lembrar-se
também de agradecer a Deus por todas as bênçãos recebidas...
Quem sabe dizer por que no nosso planeta acontecem tantas coisas ruins?
O facilitador deve incentivar respostas.
Na Terra acontecem tantas coisas ruins porque o ser humano abriga muitos
valores negativos em seu coração, assim como a ganância, o orgulho e a falta de
amor.
O que vocês acham que seria necessário mudar nas pessoas para que o
mundo se tornasse um lugar bom para todos?
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema.
Pois saibam que David fez muito bem em devolver o dinheiro que não lhe
pertencia. Assim, ele não manchou a própria consciência e agiu de acordo com a
Grande Lei. Ele sabia que o bem que fazemos aos outros sempre volta para nós
de forma boa, benéfica, e que o mal que fazemos aos outros também volta, mas
de forma negativa, fazendo-nos sofrer.
Vejam só que coisa mais simples, não é? Essa é a lei de causa e efeito, e olha
que ela já era ensinada pelos povos antigos.
Os gregos diziam: "Não faças ao próximo o que não desejas receber dele".
Os persas: "Faz como queres que te façam".
Os chineses: "O que não desejas para ti não faças a outrem".
Os hebreus: "O que não quiseres para ti não desejes para o próximo".
Os romanos: "A lei gravada nos corações humanos é amar os membros da
sociedade como a si mesmo".
Também Jesus ensinou essa lei, e com muita clareza, quando disse: “Tudo que
quiserdes que os outros vos façam, fazei-o também vós”.
Isso significa que sempre, ao fazermos qualquer coisa aos outros, devemos
perguntar a nós mesmos como nos sentiríamos se estivéssemos no lugar desses
outros. Foi o que fez o David. Ele sabia que, se não devolvesse o dinheiro, o caixa
teria de prestar contas com o banco, ou seja, teria de pagar ao banco aquela
importância.
Quando a humanidade obedecer a essa lei tão simples, não haverá miséria,
nem injustiça, nem tanta coisa ruim que a gente vê todos os dias acontecendo por
aí.
Vamos ver outro exemplo.
Digamos que você é bom em matemática e um coleguinha, que está tendo
muita dificuldade com essa matéria, lhe pede ajuda e você nega.
Mas, se você se colocar no lugar dele, vai sentir a sua aflição por não conseguir
entender a matéria... e vai pensar em como se sentiria feliz se recebesse ajuda.
Além disso, você estaria gerando gratidão por parte do seu colega e saberia que
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poderia contar com ele no futuro, em alguma situação em que ele pudesse ajudá-
lo.
Todos os seres humanos que habitam neste planeta formam uma grande
família, a família humana. Por isso devemos nos esforçar, apesar de tudo, para
que essa família viva da melhor forma possível.
Mas como podemos fazer isso?
O facilitador deve incentivar respostas.
Há várias formas de colaborar para que a nossa família humana viva melhor:
1. Pelo bem que pudermos fazer aos outros.
2. Através dos bons exemplos que dermos.
3. Pelos bons ensinamentos que pudermos passar aos outros.
Agindo assim, nós também poderemos nos sentir mais felizes.
O facilitador deve socializar o tema, lembrando que quem ama não agride, não
humilha, não prejudica, mas tudo faz para ajudar os outros a serem felizes.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar os ritmos internos.... (dez segundos)
Pensem em si mesmos com muito carinho. Imaginem seus corpos envolvidos
numa luz branda, cheia de paz. (cinco segundos)
Pensem agora nas pessoas que estão doentes... (três segundos), nas pessoas
que estão passando fome ou não têm onde morar... (três segundos), nas crianças
abandonadas... (três segundos)
Agora eu vou fazer uma prece e vocês acompanham, só no pensamento:
“Deus, nosso Pai, pedimos tua ajuda para todas as pessoas que estão sofrendo
neste momento. Dá alívio a toda dor e ampara os que estão passando fome ou
não têm onde morar. Ampara as crianças abandonadas e ajuda-as a encontrar
alguém que cuide delas. Finalmente te agrademos por tudo que temos, pela
família, pelo amor, pela vida, pois sabemos que é ela, a vida, a grande escola do
nosso espírito... Assim seja.”
Vamos fazer uma experiência. Vocês vão fechar os olhos e imaginar que estão
numa loja de brinquedos, cheia de gente. (três segundos)
Cada um de vocês vai imaginar que está procurando aquele brinquedo que
gostaria de ganhar de presente. (três segundos)
De repente aparece alguém mais apressado e lhe dá um empurrão para poder
passar. (cinco segundos)
Muito bem, podem abrir os olhos e cada um vai dizer o que sentiu quando levou
o tal empurrão.
O facilitador deve incentivar respostas.
Agora fechem novamente os olhos e imaginem que estão na mesma loja cheia
de gente. (três segundos)
Cada um de vocês vai imaginar que continua procurando aquele brinquedo que
gostaria de ganhar. (três segundos)
De repente aparece alguém mais apressado e lhe diz com delicadeza: “me dá
licença?” (cinco segundos)
Agora podem abrir os olhos, e cada um de vocês vai dizer como se sentiu
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quando a pessoa apressada pediu licença para passar.
O facilitador deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando a
importância da boa educação em qualquer lugar e em todas as circunstâncias;
lembrar também que todo mundo admira uma pessoa educada.
Mas há também outros tipos de roubo que não constam das leis humanas.
Acontecem quando roubamos a alegria de alguém, ou então a sua paz; quando
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roubamos o namorado ou namorada de alguém; quando somos ambiciosos
demais e acumulamos bens sem necessidade, que poderiam estar dando
emprego a muitas pessoas e a possibilidade de estarem ganhando o sustento da
família.
Por isso sempre é bom nos acostumarmos a ouvir nossa consciência, para
saber o que é certo e o que é errado.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar nossos ritmos internos.... (vinte segundos)
Imagine que você se encontra no campo... (cinco segundos)
Há arbustos floridos ao seu redor... (três segundos)
Olhando para cima, você vê o céu, muito azul, com algumas nuvenzinhas
levadas suavemente pela brisa... (cinco segundos)
Você vê flores e nuvens... As flores nos falam em alegria e amor... Sua
vibração nos transmite ternura e contentamento... (cinco segundos)
As nuvens, passando, indicam que há céu, há luz, há vida que esplende em
outras infinitas dimensões... (cinco segundos)
Ligue sua alma, sua mente, seu espírito nessa luz... Luz de Deus que está nas
flores e além das flores; que está nas nuvens e além das nuvens; que está no azul
do céu e além desse azul... (cinco segundos)
Repita mentalmente as seguintes palavras, procurando senti-las em toda a sua
profundidade:
Da mente divina, luz infinita, flua luz para a minha mente... (cinco segundos)
Que a minha mente se ilumine e se enobreça nessa luz... (cinco segundos)
Que essa luz divina percorra todo o meu ser, para que eu vibre na paz e na
harmonia... (cinco segundos)
Do coração do universo, fonte infinita e eterna do amor, flua amor para o meu
coração... (cinco segundos).
Que meus sentimentos se engrandeçam nesse afeto de Deus, nesse afeto que
vibra em todo o universo, dando a tudo e a todos, razões para existir... (cinco
segundos)
Que esse afeto preencha todos os meus espaços interiores... (cinco segundos)
Paz e harmonia em todo o meu ser. (cinco segundos)
Sugestão: Encerrar a reunião com uma prece, pedindo a Deus para ajudar a
todos os presentes a viverem sempre de acordo com a Grande Lei; a
desenvolverem sentimentos nobres e fraternos; agradecer a Deus por todas as
bênçãos recebidas, pela família, pelo amor, pela amizade... Pedir proteção e
amparo aos familiares e a quem esteja em dificuldades; solicitar auxílio divino para
toda a humanidade, para que esta se torne mais fraterna e mais justa, etc.
Nós vamos contar o que aconteceu com Marcelo. Ele era um menino muito
inteligente e tinha bom coração, mas gostava de irritar os outros e tinha também a
mania de dizer palavrões.
Marcelo sabia que não se deve dizer palavrões, que isto é falta de educação,
mas acabava sempre soltando alguns no meio de uma frase.
Certa noite, seu pai lhe disse:
– Meu filho, você tem uma noção muito clara do que é certo e do que é errado.
83
Por que você escolhe sempre fazer a coisa errada?
– Ah, pai. É só brincadeira – respondeu. – Eu adoro ver os outros irritados, é
tão engraçado... Mas eles sabem que eu estou brincando. Não faço para ofender.
Quanto aos palavrões, é só o meu jeito descolado, não faço com intenção
agressiva. Como o senhor mesmo disse, sei o que é certo e errado e posso parar
de fazer o errado na hora que eu quiser.
– Cuidado, filho – respondeu o pai. – Costume de casa vai à praça. Além do
mais, devemos aproveitar sempre as oportunidades de fazer o que é certo.
– Fica tranquilo, pai – respondeu Marcelo. – Eu só quero aproveitar o meu
tempo de criança. Quando ficar adulto, eu paro.
No dia seguinte, ao voltar do colégio, para escapar de um carro que vinha em
alta velocidade, acabou tropeçando, caiu e bateu com a cabeça. Ele não tinha se
machucado muito, mas havia perdido a memória. Como não se lembrava do
caminho de casa, ficou perdido. As pessoas em volta tentaram ajudá-lo, mas
Marcelo as assustava e as ofendia, dizendo palavrões e tratando-as de maneira
jocosa. Mesmo com pena do menino, ninguém queria levar para casa, nem
mesmo por uma noite, uma criança tão desbocada e zombeteira. Marcelo acabou
dormindo na rua, triste e solitário.
No dia seguinte acordou assustado em sua própria cama, chorando de soluçar.
Tudo não havia passado de um sonho.
Seu pai, que acordou com o choro do filho, foi vê-lo. Marcelo contou o sonho ao
pai, que lhe disse:
– Filho, acho que deu para você perceber como são importantes os costumes
que adquirimos. Eles são assim como o nosso cartão de visitas em qualquer lugar.
Nós temos inteligência para escolher entre o certo e o errado, mas devemos
também compreender que é importante gravar essas escolhas na alma para o
caso de nos faltar inteligência algum dia.
A partir daquela noite, Marcelo mudou completamente. Também pudera,
não é? Depois de um sonho daqueles...
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias,
enfatizando a questão dos maus hábitos, que sempre acabam dando problemas e
que tornam antipáticas as pessoas que os cultivam.
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– Por favor, senhores, não façam isso conosco. Se os senhores são tristes...
nós não queremos ser.
Os dois não lhe dão a menor atenção. O alto olha o relógio e diz:
– Daqui a cinco minutos, chegam os oficiais da confraria. Aí podemos começar
a cerimônia.
– Pelo amor de Deus, não façam isso com a gente – implora Teca. – Nós temos
mãe e pai... Eles vão ficar desesperados... Por favor!
O baixo derrama um olhar lamentoso sobre as crianças, enquanto diz:
– Vocês não sabem o que estão dizendo. A vida é uma carga escura e pesada
que a gente tem que carregar. Por isso nós criamos a Confraria dos Tristes.
Os três estão desesperados.
Gilberto chama os irmãos para um canto da sala e diz baixinho:
– Não adianta a gente discutir com eles. Temos que encontrar outro jeito.
– Que jeito? – pergunta Teca, com voz chorosa. – Eles vão nos transformar em
criaturas horríveis como eles próprios.
De repente, Serginho arregala os olhos e exclama:
– Eu acho que descobri!
Gil e Teca olham ansiosos para o irmão, que continua:
– O problema deles não é a tristeza, a depressão? Então, vamos jogar alegria
em cima deles...
– Você está sonhando! – exclama Gilberto. – Isso não daria certo. Nós estamos
é perdendo tempo.
– Pois eu acho que não – interrompe Teca. – Talvez o Serginho tenha razão.
Vamos ver... cadê aquela canetinha?
– Está aqui – diz Serginho, pegando o aparelho que Ashtarih lhe dera para o
combate a Ruk Pollus. – Esta ponta azulada é a que dinamiza alegria.
Teca coloca as pontas dos dedos na parte azulada, mostrada por Serginho:
– Vamos, Gilberto, toca aqui... e vamos todos juntos mentalizar alegria para
esses homens.
– Para eles e para toda a sua confraria – completa Serginho.
Os três fecham os olhos para melhor poderem se concentrar. Um sorriso
desenha-se em seus lábios, e suas fisionomias vão tomando expressão de
profunda alegria.
Ouve-se o canto de um pássaro sobre o telhado da casa. Depois outro e mais
outro. Da cumeeira penetram na sala dois pássaros de belíssima plumagem
colorida. Eles pousam sobre as mãos dos dois homens e começam a gorjear. Seu
trinado é suave, belo, e aos poucos vai ficando mais vibrante, cheio de encanto e
de alegria. Os homens não conseguem desgrudar os olhos dos pássaros. Suas
expressões começam a mudar lentamente, muito lentamente. Seus rostos ficam
menos tristes. Aos poucos, um sorriso tímido começa a esboçar-se em seus
lábios, espalhando-se para todo o rosto.
Outros pássaros penetram na sala e ficam voejando em torno dos homens,
juntando seus gorjeios aos demais. As crianças abrem os olhos e ficam
deslumbradas.
– Que coisa fabulosa! – exclama Gilberto. – Nunca vi nada igual... nem na TV.
Os pássaros continuam voando pela sala, soltando no ar seus magníficos
gorjeios. O baixo começa a assoviar, tentando imitar os pássaros. O alto faz o
mesmo. As crianças, felizes, começam a bater palmas e a dançar. Os homens
também começam a dançar, primeiro sem jeito, duros, mas aos poucos vão
relaxando, e logo todos cantam, assoviam e dançam, na maior alegria.
De repente, os pássaros vão embora, deixando a casa silenciosa. O baixo olha
o relógio e fica pálido. O alto prende a respiração. O minicomputador no pulso de
Gil começa a emitir sinais de alarme. Todos estão com medo, olhando uns para os
outros.
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– São os oficiais da confraria que estão chegando – diz o alto, num murmúrio.
– Eu não quero mais voltar a ser triste! – exclama o baixo. – Nem morto!
– Eu também não quero – diz o alto. – Agora que senti o gostinho da alegria,
nunca mais vou ficar triste.
De fora chega o som de lamentos e o ruído de alguma coisa sendo arrastada
pelo chão. Todos correm para a janela a tempo de ver a procissão dos tristes
chegando em frente à casa, arrastando um grande tronco de árvore pintado de
cinza escuro.
– Estão vendo esse tronco? – pergunta o baixo.– Ele simboliza o sofrimento
que os tristes vão arrastando vida afora.
O alto dá um tapa na própria cabeça, como quem tem uma ideia importante, e
pergunta às crianças:
– O que foi que vocês fizeram há pouco, para chamar aqueles pássaros?
– É mesmo – diz o baixo. – Vocês podem fazer isso de novo?
As crianças olham umas para as outras. Serginho pega a canetinha e convida:
– Venham os senhores também.
Os cinco saem para fora, fazem um círculo e tocam a canetinha com os dedos.
Fecham os olhos, e seus rostos vão-se iluminando.
Os da confraria ficam espantados ao ver seus chefes com expressões
sorridentes, em flagrante desobediência ao maior de seus mandamentos, mas,
antes que possam dizer qualquer coisa, os pássaros entram em cena, pousando
sobre suas mãos e trinando alegremente.
Acontece o mesmo fenômeno de antes, e, após mais alguns minutos, estão
todos sorrindo, cantando, assoviando e dançando, em grande alegria, festejando
o fim da tristeza.
O alto corre para dentro da casa e volta com uma lata de querosene. Os outros,
como se fosse num ritual, batem palmas e ajudam a tocar fogo no enorme tronco
que os oficiais haviam deposto no chão do pátio e ficam dançando em torno dele,
até que termine de queimar.
Foi assim que as crianças conseguiram sair-se da difícil situação em que se
encontravam e, ao mesmo tempo, fizeram imenso favor aos ex-tristes, tirando-os
daquela condição tão deprimente.
O facilitador deve incentivar os presentes a se manifestarem sobre os assuntos
que foram tratados e conduzir a conversa para uma salutar troca de ideias.
Vamos agora relaxar... fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para
harmonizar os ritmos internos.... (dez segundos)
Pensem em si mesmos com muito carinho. (cinco segundos)
Imaginem seus corpos envolvidos numa luz branda, cheia de paz. (cinco
segundos)
Pensem agora nas pessoas egoístas e ambiciosas, que tanto mal fazem a tanta
gente... (cinco segundos)
Agora eu vou fazer uma prece e vocês acompanham, só no pensamento:
“Deus, nosso Pai, pedimos tua ajuda para todas as pessoas que são egoístas e
ambiciosas... Ajuda essas pessoas a perceberem o mal que estão fazendo aos
outros e a si mesmos, ao mancharem assim a própria consciência. Também
queremos te agradecer pela vida e por tudo que ela nos dá, pois sabemos que é
ela, a vida, a grande escola do nosso espírito... Assim seja.”
Nós começamos este encontro falando sobre os pássaros e a alegria que eles
nos transmitem, mas é importante observar que existem dois tipos de alegria, uma
boa e outra ruim.
A boa é aquela que brota de dentro de nós, sempre sustentada em situações
que obedecem às leis cósmicas do amor, da paz, da solidariedade...
A alegria ruim é aquela que se sustenta em situações contrárias às leis do amor
e do respeito.
Vamos ver quem sabe apontar algum tipo de alegria boa ou ruim.
O facilitador deve incentivar respostas, lembrando que alegria boa surge
quando tiramos notas boas na escola, quando encontramos um amigo, quando
ganhamos um presente, etc. A ruim surge quando vemos alguém levando uma
queda e achamos graça, quando aquela pessoa de quem não gostamos leva uma
surra ou sofre um prejuízo e rimos, etc.
Hoje vamos fazer uma relação dos valores que foram tratados nos nossos
encontros desde a última revisão.
Sempre que for possível ou viável, o facilitador deve incentivar comentários
e/ou socializar os temas.
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