Material 01 Cuidador de Idosos e Os Procedimentos
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Sumário
O CUIDADO ................................................................................................................................. 4
O AUTOCUIDADO ....................................................................................................................... 4
PAPEL DO CUIDADOR ................................................................................................................. 4
CUIDADOS DE HIGENE ................................................................................................................ 6
ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ....................................................................................................... 11
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL ............................................................................................. 12
ESTOMAS INTESTINAIS E URINÁRIOS ....................................................................................... 14
CATETER VESICAL DE PERMANÊNCIA....................................................................................... 15
DISPOSITIVO URINÁRIO ............................................................................................................ 16
ESTIMULANDO OS MOVIMENTOS............................................................................................ 17
CUIDADOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 19
OXIGENIOTERAPIA .................................................................................................................... 19
CUIDADOS COM CURATIVOS.................................................................................................... 22
ESTRUTURAS ............................................................................................................................. 24
FERIDA ...................................................................................................................................... 26
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS ................................................................................................... 26
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO............................................................................................ 28
ENCAMINHAMENTO AO ESPECIALISTA SEMPRE QUE NECESSÁRIO ........................................ 29
DEBRIDAMENTO ....................................................................................................................... 32
ALGORITMO PARA O TRATAMENTO DE FERIDAS .................................................................... 33
FERIDAS CIRÚRGICAS................................................................................................................ 35
FERIDAS TRAUMÁTICAS............................................................................................................ 37
ÚLCERA POR PRESSÃO (UPP).................................................................................................... 37
ÚLCERAS POR PRESSÃO ESTÀGIO I e II ..................................................................................... 42
ÚLCERAS POR PRESSÃO ESTÀGIO III e IV.................................................................................. 42
ÚLCERAS POR PRESSÃO IMPOSSÍVEIS DE ESTADIAMENTO ..................................................... 42
ÚLCERA VENOSA....................................................................................................................... 43
ÚLCERA ARTERIAL ..................................................................................................................... 48
Plano de Cuidados: Avaliar Risco.............................................................................................. 48
ÚLCERA NEUROPÁTICA - PÉ DIABETICO” ................................................................................. 50
QUEIMADURAS ......................................................................................................................... 56
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O CUIDADO
O AUTOCUIDADO
PAPEL DO CUIDADOR
O cuidador deve ser o vínculo entre a pessoa assistida, a família e a equipe de saúde,
deve estar sempre atento, pronto a ouvir e ser solidário com a pessoa cuidada. As principais
atividades que o cuidador deve desempenhar são:
- Auxiliar nos cuidados de higiene;
- Estimular e ajudar na alimentação;
- Ajudar na locomoção e atividade física;
- Incentivar atividades de lazer e ocupacionais;
- Realizar mudanças de posição, intercalando cama e cadeira;
- Promover medidas de conforto fazendo sempre com dedicação;
- Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de
saúde;
- Comunicar à equipe de saúde sobre alterações no estado de saúde.
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Os demais cuidados técnicos, tais como: aspiração, curativo, oferta de dieta enteral,
entre outros, podem ser realizados, desde que sob orientação/treinamento da equipe de
saúde.
➢ Realizar as mudanças de posição pelo menos a cada 2 horas. Faça isso com
cuidado pois a pele é muito frágil e fina podendo rapidamente se romper;
➢ Proporcionar uma superfície macia para ser utilizada na cadeira ou na cama,
como por exemplo colchão casca de ovo;
➢ Proteger os pontos de pressão com almofadas ou travesseiros e elevação dos
pés. Para pacientes sentados colocar um apoio para os pés;
➢ Usar um forro sobre o lençol abaixo do paciente para que ele seja levantado
durante a mudança de posição;
➢ Avaliar diariamente a pele para identificar precocemente o aparecimento de
alguns sinais, como: mancha vermelha ou roxa que mesmo após o alívio da pressão não
desaparecem;
➢ Hidratar a pele diariamente e oferecer líquidos em pequenas quantidades,
porém várias vezes ao dia;
Manter a pele limpa e seca. Realizar higiene íntima a cada troca de fraldas evitando
que o paciente permaneça com a pele úmida da urina ou das fezes;
➢ Evitar esfregar a pele com força pela fragilidade, facilmente pode se romper;
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X – Não usar almofadas tipo roda d’água ou as de formato arredondadas com buraco
no centro;
X – Não arrastar o paciente ou deixar que a pele fique se esfregando contra os lençóis,
pois ambas causam fricção na pele;
X – Não posicionar o paciente de forma que ele fique em contato direto com
dispositivos médicos (tubos, cateteres e ou outros objetos);
X – Não usar lençóis com costura ou com dobras que ficam em contato direto com o
paciente;
X – Não usar roupas as quais os botões fiquem em contato com a pele;
X – Não posicionar o paciente numa superfície corporal que já apresente uma área com
vermelhidão;
X - Não massagear e nem esfregar vigorosamente a pele que tenha risco para
desenvolver lesões;
X – Não aplicar dispositivo de aquecimento, tais como, bolsas de água quente,
almofadas térmicas diretamente na superfície da pele.
CUIDADOS DE HIGENE
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Higiene corporal
O cuidador deve manter uma rotina diária para o banho, sendo no chuveiro, banheira
ou na cama. É um momento que proporciona, além da higiene, relaxamento, confiança e
oportunidade de avaliação da pele.
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➢ Coloque a pessoa no banho e não a deixe sozinha porque ela pode escorregar
e cair;
➢ Estimule, oriente, supervisione e auxilie a pessoa cuidada a fazer sua higiene.
Só faça aquilo que ela não é capaz de fazer;
➢ Após o banho, ajude a pessoa a se enxugar. Seque bem as partes íntimas,
dobras de joelho, cotovelos, debaixo das mamas, axilas e entre os dedos;
➢ Higienize o cabelo no mínimo três vezes por semana. Observe se há feridas no
couro cabeludo, piolhos, coceira ou áreas de quedas;
➢ Os cabelos curtos facilitam a higiene, mas lembre-se de consultar a pessoa
antes de cortar seus cabelos, pois ela pode não concordar por questão religiosa ou por outro
motivo.
ASSADURAS
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As assaduras são lesões na pele, provocadas pela umidade e calor ou pelo contato com
fezes e urina. As assaduras são portas abertas para outras infecções. Os cuidados importantes
para evita-las são:
➢ Aparar os pelos pubianos com tesoura para facilitar a higiene íntima e manter
a área mais seca;
➢ Fazer a higiene íntima a cada vez que a pessoa evacuar ou urinar e secar bem a
região;
➢ Solicite orientação da equipe de saúde.
VESTUÁRIO
A pessoa idosa, doente ou com incapacidade pode ter diminuída a capacidade de
perceber ou de expressar as sensações de frio ou calor. É importante ficar atento:
➢ Mudanças de temperatura e não espere que a pessoa manifeste querer vestir
ou despir agasalho.
➢ Roupas confortáveis e de tecidos próprios ao clima.
➢ Se possível é importante deixar a pessoa cuidada escolher a própria roupa, pois
isso ajuda a preservar a sua personalidade, eleva a sua autoestima e independência.
➢ Calçados com sola de borracha são ideais para o uso evitando quedas.
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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL
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➢ Procure inserir o feijão pelo menos 1 vez por dia, no mínimo 4 vezes por
semana. O feijão é um alimento rico em ferro. Cuidar com o excesso de consumo de sal e
alimentos gordurosos;
➢ É importante o consumo diário de frutas, legumes e verduras frescas, bem
como a ingestão de carnes, pois esses alimentos são ricos em vitaminas, minerais e fibras e a
carne rica em ferro. O ferro é melhor absorvido quando se come junto com alimentos ricos
em vitamina C, tais como laranja, limão, caju, goiaba, abacaxi e outros;
➢ Estimular o prazer e o apetite com uso de temperos naturais como alho, cebola,
cheiro-verde. Para lanche e sobremesa optar por frutas e evitar o consumo de bolos, biscoitos
e alimentos ricos em açúcar;
➢ Estimular a busca e o consumo da água entre as refeições. Necessário que o
consumo seja diário de líquidos, oferecendo de 1,5 a 2 litros de água, chá, leite ou suco de
frutas, evitando refrigerantes;
➢ Cuidar com as consistências dos alimentos, principalmente quando o paciente
apresenta dificuldade de mastigar e engolir. Nesses casos o cuidador deve picar os alimentos
em pedaços pequenos, amassar ou triturar;
➢ Respeitar a recomendação da equipe de saúde e não oferecer alimento via oral
quando o paciente não apresentar mais possibilidade de alimentar-se pela boca, pois há risco
de engasgo e bronco aspiração.
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CASEIRA INDUSTRIALIZADA
Dieta preparada a base de alimentos É uma dieta pronta, completa em nutrientes e
na sua forma original (in natura), tais como balanceada. Pode ser encontrada na forma de:
arroz, macarrão, carnes e legumes, que - Pó: necessitando de reconstituição ou
deverão ser liquidificados e bem coados para diluição com água;
evitar obstrução na hora da administração. - Líquidas em Sistema Aberto: devendo ser
Deverá ser preparada seguindo envasada em um frasco plástico (descartável);
recomendações, a fim de evitar - Líquidas em Sistema Fechado: necessário
contaminação. somente conectar o equipo diretamente no
frasco da dieta.
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➢ Após aberta, a dieta liquida poderá ser utilizada em até 24 horas, sob refrigeração;
➢ Observar o correto posicionamento do cateter;
➢ Conectar o equipo no cateter;
➢ Abrir o equipo lentamente com gotejamento conforme prescrição;
➢ Se o cateter se deslocar ou se for removido acidentalmente, não tente recoloca-lo,
acione a equipe de saúde.
Frascos e Equipos:
➢ Devem ser lavados com água e sabão, enxaguados com água quente;
➢ Os frascos não poderão ser reutilizados por um período superior a 3 dias;
➢ Separe um frasco para ser utilizado com a dieta e outro para sucos e água.
➢ O equipo deve ser trocado diariamente.
➢
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CUIDADOS:
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DISPOSITIVO URINÁRIO
É uma película fina de borracha e é colocada no pênis como uma camisinha. Existem
vários tamanhos e a mangueira do dispositivo é conectada a uma bolsa coletora de urina.
CUIDADOS
➢ Apare os pelos para facilitar a colocação do dispositivo;
➢ Insira o dispositivo como se ele fosse uma camisinha;
➢ Coloque a fita hipoalergênica em torno, cuidado para não fixar muito apertado;
➢ Não utilize esparadrapo para fixar;
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➢ Frequência de troca é 1x/dia, sempre avalie se o pênis não está com nenhuma
alteração.
ESTIMULANDO OS MOVIMENTOS
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Punhos e mãos: posicione a pessoa sentada ou deitada, segure a sua mão, realizando
somente o movimento de flexão e extensão do punho (movimento para frente e para trás).
Repita o movimento 5 a 10 vezes em cada lado.
Pernas: posicione a pessoa deitada sobre a cama e com as pernas esticadas, segure
com uma de suas mãos no calcanhar e com a outra mão dobre o joelho, levando o membro
de encontro a barriga e em seguida estique a perna. Realize o movimento 5 a 10 vezes em
cada lado.
Tornozelos/Pés: posicione a pessoa deitada sobre a cama e com as pernas esticadas,
segure um dos pés pelo calcanhar apoiando sua mão na sola do pé e também próximo aos
dedos. Realize o movimento de empurrar o pé para frente e para trás. Repita o movimento 5
a 10 vezes em cada lado.
Ombros e cotovelos:
1- Posicione a pessoa sentada ou deitada, peça que dobre o braço tentando
encostar a mão no ombro, esticando logo em seguida. Repetir o movimento 5 a 10 vezes em
cada lado;
2- Com o braço esticado, peça que eleve o braço para cima, mantendo o cotovelo
esticado. Repetir o movimento 5 a 10 vezes em cada lado.
Mãos e punhos:
1- Posicione a pessoa sentada ou deitada, peça que dobre os dedos e em seguida
estique, realizando o movimento de abrir e fechar as mãos. Repetir o movimento de 5 a 10
vezes;
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2- Posicione a pessoa sentada ou deitada, com a mão fechada, peça que realize
movimentos circulares com o punho e em seguida movimento para frente e para trás. Repetir
o movimento de 5 a 10 vezes.
Pernas:
1- Deitado sobre a cama peça que a pessoa dobre e estique a perna, deslizando o
pé na cama. Repetir o movimento de 5 a 10 vezes;
2- Deitado sobre a cama, peça que dobre as pernas e em seguida realize o
movimento de abrir e fechar, encostando e afastando um joelho do outro;
3- Deitado sobre a cama, peça que dobre uma perna e estique a outra elevando o
membro para cima, mantendo o joelho esticado. Repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
Tornozelos/pés:
1- Posicione a pessoa sentada ou deitada, peça que movimente o pé para cima e
para baixo (pé de bailarina). Repetir o movimento de 5 a 10 vezes.
2- Posicione a pessoa sentada ou deitada, peça que realize movimentos circulares
com os pés, no sentido horário e depois no sentido anti-horário. Repetir o movimento de 5 a
10 vezes.
CUIDADOS ESPECÍFICOS
OXIGENIOTERAPIA
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É a abertura realizada na traqueia do paciente para que este respire com mais
facilidade. Nela é introduzida um tubo de metal ou plástico rígido, chamado de cânula, fixado
ao pescoço com o auxílio de um cadarço.
Para realizar os cuidados com a cânula de traqueostomia, deve-se receber treinamento
da equipe de saúde.
Existem dois tipos de cânulas:
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CUIDADOS NA ASPIRAÇÃO
Tem por objetivo remover secreções e com isso ajudar com que o paciente respire
melhor. Este procedimento sempre causa desconforto ao paciente e deve ser realizado da
forma correta e somente quando necessário; pois se feito de maneira incorreta e em exagero,
além do desconforto, pode trazer complicações graves ao paciente, podendo levar à morte.
Deve-se receber treinamento da equipe de saúde para a realização desse procedimento. A
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aspiração deve ser realizada quando o paciente não conseguir tossir e estiver com acumulo
de secreção em seu pulmão.
A aspiração pode ser realizada pela boca, nariz ou traqueostomia.
➢ Explicar o procedimento ao paciente, mesmo se estiver inconsciente;
➢ Proteger os olhos do paciente;
➢ Colocar o paciente com a cabeceira levemente elevada;
➢ Testar o aspirador;
➢ Seguir a técnica orientada pela equipe;
➢ Repetir o procedimento quantas vezes forem necessárias, sempre intercalando
com um período de descanso ao paciente;
Após a aspiração deve-se lavar o cateter com soro fisiológico e depois desligar o
aspirador;
➢ Proteger o cateter em embalagem;
➢ Desprezar o conteúdo aspirado e lavar o recipiente com água e sabão;
➢ Realizar o procedimento somente se sentir seguro e apto, em caso de dúvidas
solicite apoio da equipe de saúde.
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➢ Lavar as mãos com água e sabão, antes e depois de cada curativo. Evitar o
contato direto com a lesão e assim um menor risco de infecção;
➢ A limpeza deve ser feita da área menos contaminada para a área mais
contaminada, evitando-se movimentos de vai e vem nas feridas cirúrgicas. A área mais
contaminada é a pele localizada ao redor da ferida, enquanto que nas feridas infectadas a área
mais contaminada é a do interior da ferida;
➢ Devem-se remover as crostas e os detritos com cuidado; lavar a ferida com soro
fisiológico em jato, por fim fixar o curativo com atadura ou fita hipoalergênica;
O curativo deve ser realizado de acordo com a prescrição do médico ou do enfermeiro;
➢ Deve sempre ser feito após o banho. No banho, lavar a ferida com água
corrente limpa e sabão, com leve fricção sobre a ferida. Após o banho o curativo deve ser feito
com soro fisiológico (limpando levemente a ferida com gaze umedecida em soro fisiológico) e
depois cobrir com gaze seca e limpa. Não aplicar pomadas ou outras substâncias, somente se
tiver orientação do seu médico;
➢ Manter a ferida sempre limpa e protegida de secreções, animais, poeira, água
suja e demais substâncias não conhecidas que podem levar a infecção do local;
➢ Em caso de o paciente referir dor, alteração de cor e temperatura ao redor da
lesão, procurar equipe de saúde para uma avaliação. Não usar antibióticos ou anti-
inflamatórios enquanto não for avaliado pelo seu médico.
PELE
Faz parte do sistema tegumentar junto de seus anexos. Representa 15% do peso
corpóreo, formando revestimento e dando proteção contra agentes nocivos. É um órgão em
perfeita sintonia com o resto do organismo, refletindo o estado de saúde. É de espessura
variável, sua elasticidade está condicionada a idade. A secreção sebácea e sudoreica
determinam o pH que na pele normal esta em torno de 5,4 a 5,6 com variações topográficas.
Ela apresenta duas camadas: epiderme e a derme. Existe uma camada abaixo da pele,
subdérmica, denominada de tecido subcutâneo ou hipoderme.
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FUNÇÕES
ESTRUTURAS
Camada Córnea: suas células são anucleadas, seu citoplasma – filamentos de queratina
(proteína) - é variável conforme a região do corpo sendo mais espessa nas palmas das mãos e
planta dos pés, as células de Langerhans tem função imunológica. A epiderme dá origem aos
anexos cutâneos como unhas, pêlos, glândulas sebáceas e sudoríparas que também se acham
imersos na derme.
Camada granulosa: a presença de grânulos dá a queratinização a pele.
Camada Basal: formada pelas células basais e melanócitos que produzem a melanina
responsável pela coloração da pele, e proteção contra os raios ultravioletas.
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• Mucopolissacarídeos
• Vasos sanguíneos
• Glândulas sebáceas
• Terminações nervosas
• Fibras de colágenos
• Vasos linfáticos
• Fibras elásticas e reticulares
• Folículo piloso
• Glândulas sudoríparas
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FERIDA
Qualquer lesão que provoque a descontinuidade do tecido corpóreo, impedindo suas
funções básicas, podendo ser intencional (cirúrgica) ou acidental (trauma).
QUANTO A CAUSA:
Cirúrgicas Agudas
Não cirúrgicas
Crônicas
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Fase Inflamatória: início no momento que ocorre a lesão, até um período de três a seis
dias:
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Fase Reparadora: início em torno da terceira semana após o início da lesão, podendo
se estender por até dois anos:
FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO
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AVALIAÇÃO
• Cabe ao Enfermeiro avaliar de forma sistematizada, a cada no mínimo 30 dias
ou se necessário.
• Projetar um caminho clínico para a cicatrização através do uso do algoritmo de
tratamento e planejamento dos cuidados preventivos de acordo com a etiologia de cada caso.
• Conhecer as condições sistêmicas do portador.
• Solicitar exames necessários ao tratamento.
• Encaminhar sempre que necessário
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Tipos de tecidos:
GRANULAÇÃO EPITELIZAÇÃO
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Importante:
▪ Não friccionar leito da ferida.
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▪ Umedecer curativo a ser removido se estiver aderido com SF morno (exceto feridas
hemorrágicas ou queimaduras).
▪ Lavar a pele ao redor da ferida e o pé, se for o caso, com água e sabão neutro.
▪ Não umedecer o curativo nem a ferida durante o banho.
DEBRIDAMENTO
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Feridas infectadas: a cobertura secundária deve ser trocada diariamente. Ver capítulo
infecção.
Evitar combinar produtos concomitantemente.
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Feridas infectadas: a cobertura secundária deve ser trocada diariamente. Ver capítulo
infecção.
Evitar combinar produtos concomitantemente.
FERIDAS CIRÚRGICAS
Ferida aguda intencional.
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FERIDAS TRAUMÁTICAS
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2. Estágio II: Perda parcial da epiderme e/ou derme. Pode ter bolha, abrasão ou
ulceração
3. Estágio III: Perda total da pele, com ou sem comprometimento de tecidos
adjacentes
4. Estágio IV: Comprometimento de estruturas profundas (ossos, órgãos e
tendões)
Observação: Impossíveis de estadiamento = quando apresentam quase que 100% de
tecidos inviáveis
▪ Posicionadores
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▪ Reabilitação
ORIENTAÇÕES GERAIS
- Inspecionar a pele uma vez ao dia com atenção especial para proeminências ósseas.
- Orientar quanto ao banho e higiene íntima.
- Evitar uso de água quente.
- Utilizar agentes de limpeza suaves.
- Evitar fricção da pele durante o banho e mudanças de decúbito.
- Evitar massagear proeminências ósseas.
- Manter a pele livre de fezes, urina e suor.
- Evitar posicionar o paciente diretamente sobre trocânter.
- Reposicionar o paciente a cada meia hora quando sentado em cadeiras ou cadeiras
de roda.
- Envolver a família/cuidador na prevenção e tratamento da ferida.
- Orientar o uso de lençol móvel para reposicionar o paciente.
- Em decúbito lateral, não posicionar diretamente sobre o trocânter, apoiando no
glúteo.
- Em cadeira de rodas utilizar almofadas de espuma no assento.
- De acordo com a escala de BRADEM se score de 16 a 11 pontos, garantir avaliação
frequente da equipe de enfermagem.
D) Tratamento
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ÚLCERA VENOSA
ORIGEM:
Avaliar Risco
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Material: manguito, Doppler vascular, papel toalha, gel de USG e fita métrica.
Técnica de aferição:
3. Aferir nos MMSS (artéria braquial) a pressão arterial (PA) sistólica com auxílio
do Doppler vascular, permitindo maior acurácia em relação ao estetoscópio;
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Cálculo:
ITB direito:
Maior pressão do tornozelo direito (entre pulso pedioso e tibial posterior)
Maior pressão dos MMSS
ITB esquerdo:
Maior pressão do tornozelo esquerdo (entre pulso pedioso e tibial posterior)
Maior pressão dos MMSS
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Resultados:
Valores Avaliação
≥ 1,30 Artérias não compressíveis
≤0,9 a 1,30 Aceitável – Circulação Normal
0,71 a 0,89 DAOMI Leve
0,41 a 0,7 DAOMI Moderada
≤ 0,4 DAOMI Grave, dor isquêmica
TRATAMENTO
Quando pode ser aplicada: após avaliação de risco observando se o ITB ≥ 0,9 e na
ausência de diabetes, de hipertensão, e de úlcera mista. Na presença de qualquer destes ou
dúvida sempre encaminhar ao médico vascular para avaliação e prescrição. Atentar para
sinais de rejeição ao produto ou por técnica inadequada de colocação (aumento da dor, piora
do edema, cianose de extremidades e piora da úlcera). Avaliar redução do edema através da
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ÚLCERA ARTERIAL
Ferida isquêmica ocasionada pela insuficiência arterial mais frequentemente
relacionada à aterosclerose. O sintoma mais encontrado é a claudicação intermitente e a dor
severa.
Avaliação
▪ Buscar fatores de risco (tabagismo, DM, HAS, hiperlipidêmica, doença
coronariana)
▪ Queda de pelos, unhas quebradiças
▪ Claudicação
▪ Dor em repouso
▪ Impotência
▪ Diminuição de pulso
▪ Palidez do pé
▪ Cianose rubra
▪ Pés frios
▪ Atrofia muscular
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Exercício Buerger-Allen
Consiste na colocação dos membros em 3 posições:
▪ Elevado
▪ Pendente
▪ Horizontal
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Cuidados de Enfermagem:
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Teste de Semmes-Weistein
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO:
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Classificação de Colleman
0 Pulsos palpáveis
Sensibilidade protetora presente
Sem deformidades
1 Pulsos palpáveis
Sensibilidade protetora ausente Sem grandes deformidades
2 Pulsos palpáveis
Sensibilidade protetora ausente
Com deformidade significativa
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Tratamento
▪ Bolhas / calo
▪ Infecção por micose interdigital
▪ Pequenas Infecções nas unhas
▪ Unha encravada
▪ Pequenos Ferimentos
▪ Fissura
Micose interdigital:
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Bolha serosa:
Unhas:
• Cortar na forma quadrada
• Não utilizar objetos pontiagudos para limpar
• Não utilizar espátula para descolar da base
• Cortar a cada 4 semanas no máximo
Fissura:
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Calos:
Pra a ferida:
Orientações:
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QUEIMADURAS
A queimadura é uma lesão aguda que pode ser provocada por diversas causas:
térmicas, químicas, elétricas e radiação.
As queimaduras são classificadas:
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1º grau ou SUPERFICIAL:
2º grau ou PARCIAL:
3º grau ou PROFUNDA:
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R e g r a d o s n o v e - W a ll a c e
GRAVIDADE:
• Lesões pulmonares;
• Presença de moléstias associadas.
FERIDAS ONCOLÓGICAS
As feridas oncológicas são definidas como infiltração das células malignas nas
estruturas da pele, incluindo vasos sanguíneos e/ou linfáticos. Podem ser derivadas de tumor
primário e/ou daqueles metastáticos. Os cânceres mais comumente associados à formação de
feridas neoplásicas são: mama, cabeça e pescoço, rim, pulmão, ovário, cólon, pênis, bexiga,
linfoma e leucemia.
Inicialmente a ferida pode ser imperceptível e progressivamente acomete derme e
subcutâneo, se fixando no tecido profundo produzindo nódulos palpáveis ou não. A ferida
evolui para uma formação irregular de aspecto vegetativo que passa a denominar ferida
fungosa maligna
As feridas neoplásicas ou tumorais são estadiadas de acordo com Haisfield-Wolfe e
Baxendale - Cox,5 em 1999, ao descrito:
Estádio 1: pele integra. Tecido de coloração violácea e/ou avermelhada. Nódulo visível
e delimitado. Assintomático.
Estádio 1N: ferida fechada ou com abertura superficial por orifícios de drenagem de
exsudato límpido, amarelado ou de aspecto purulento. Tecido avermelhado ou violáceo, lesão
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seca ou úmida. Pode haver dor e prurido. Não apresenta odor e configura-se sem tunelização
e/ou formação de crateras.
Estádio 2: ferida aberta envolvendo epiderme e derme. Ulcerações superficiais
podendo apresentar-se friáveis sensíveis a manipulação, com exsudação ausente (lesões
secas), ou em pouca quantidade (lesões úmidas). Intenso processo inflamatório ao redor, em
que o tecido exibe coloração vermelha e ou violácea e o leito da ferida configura-se com áreas
secas e úmidas. Pode haver dor e odor. Não formam tunelizações, pois não ultrapassam o
tecido subcutâneo.
Estádio 3: feridas que envolvem epiderme, derme e subcutâneo. Tem profundidade
regular, mas com saliências e formação irregular. São friáveis, com áreas de ulcerações e
tecido necrótico liquefeito ou sólido e aderido. Fétidas exsudativas, já com aspecto vegetativo,
mas que não ultrapassam o subcutâneo. Podem apresentar lesões satélites em risco de
ruptura iminente. Tecido de coloração avermelhada violácea. O leito da lesão é
predominantemente de coloração amarelada.
Estádio 4: Feridas invadindo profundas estruturas anatômicas. Tem profundidade
expressiva, por vezes não se visualiza seus limites. Tem exsudato abundante, odor fétido e
dor. Tecido ao redor exibe coloração avermelhada, violácea. O leito da lesão é
predominantemente amarelado.
ASPECTO NUTRICIONAL
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VIT. A 750μg fase proliferativa, fase fígado, gema de ovo, folhas verdes
remodeladora Regula o como brócolis e espinafre, cenoura e
desenvolvimento epidérmico; melão
aumenta a velocidade de síntese do
colágeno, ausência: susceptibilidade
às infecções
VIT. B 3 mg fase remodeladora Fígado, lacticínios, PEIXE
Ausência: ressecamento da pele
VIT. C 100 A 300 mg fase proliferativa Desenvolvimento frutas cítricas, morango, abacaxi,
de colágeno, melhora da força tênsil goiaba, melão e kiwi e vegetais
VIT. K 75μg fase inflamatória homeostase, fígado, óleos vegetais,
coagulação, ativação da resposta vegetais de folha verde escuro como
imune local couve e espinafre
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Escalas
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Escala Comportamental
Escala Qualitativa
0 1 2 3 4 5
(Sem Dor) (Dor Máxima)
Todas as feridas são colonizadas por bactérias, principalmente as abertas. Isso não
retarda a cicatrização e nem significa que todas as feridas ficarão automaticamente
infectadas. Através de uma boa limpeza você consegue minimizar uma colonização crítica e
até mesmo a infecção.
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Colonizantes Infectantes
S. aureus S. aureus
S. epidermidis Streptococcus spp
Streptococcus spp Clostridium spp
Corinebacterium spp Klebsiella spp
Proteus spp Proteus spp
E. coli Bacteroids spp
P. aeruginosa P. aeruginosa
A infecção na ferida:
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Úlcera com
biof ilme aderido
ao tecido de
granulação
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REFERÊNCIA
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