A Evolução Das Instituições Jurídico
A Evolução Das Instituições Jurídico
A Evolução Das Instituições Jurídico
Sem que isso represente uma intenção de muitos dos seus defensores (embora o seja de
alguns), as finanças intervencionistas marca um certo declínio de instituição parlamentar (e
originam-no também). A concentração dos poderes nos Governos, a tecnocratização e a
burocratização das decisões, originam uma certa decadência dos parlamentos, reforçada pelo
predomínio dos instrumentos de planeamento e programação, e pela importância das políticas
monetárias, tratadas pela cooperação técnica Governo-Banco Central.
Das duas causas antes referidas, decorre que o princípio da legalidade, podem assumir
sentidos amplamente pervertidos, se coincidir com a concepção “governamentalista” do
Governo, como fonte do poder legislativo, que surge com os Estado autoritários e totalitários,
e vão alastrando com a componente tecno-burocrática dos Estados Modernos. Pode assumir
um sentido mais limitado, com a partilha de muitos poderes entre Parlamento e Governos
(finanças e para finanças; tributos e receitas parafiscais), competência legislativa do Governo
concorrente ou subordinada a do parlamento, abuso das autorizações legislativas,
transferência do crédito público (nomeadamente externo), para instituições monetário-
financiais, imunes ao controlo publico, alastramento de empresas públicas e para-empresas
subtraídas ao controlo não-governamentais.
Instituições Financeiras
a) O Ressurgir do Património
b) Saturação Fiscal
Ao mesmo tempo, a importância do imposto é grande, como nas finanças clássicas. Mas ele
passa a ser utilizado, numa perspectiva extra fiscal, como instrumento de política económica
ou de política social (servindo, por exemplo, para redistribuir a riqueza ou para combater a
inflação); e carga fiscal (real e psicológica), sobe continuamente, atingindo limites sociais e
políticos, levando-a para o problema de saturação fiscal.
Tal como já se referiu a propósito da evolução recente no domínio dos factos, os oitenta
representa uma certa viragem – alguns dirão inversão – da tendência dominante das épocas
anteriores. Assiste-se ao declínio do marxismo, e, em geral, os socialismos colectivistas. Ao fim
do dirigismo e a crise do planeamento; a separações das duas gerações do keinesianismo por
correntes neo-liberais e/ou monetaristas (Hayek, Mises e Milton Friedman); a revalorização do
mercado e do lucro no âmbito de valores, políticos e instituições crescentemente
individualistas; há um certo predomínio da liberdade, da propriedade e da iniciativa privada,
em detrimento da igualdade, da solidariedade e da justiça social; a desregulação e as
privatizações em vez da direcção (planificadora ou burocrática) das estatizações; a uma certa
crise do papel e da função do Estado combinado abertura internacional e reforço das
economias fortes, dos grandes grupos e dos mercados e instituições financiais com
nacionalismos e regionalizações.
No domínio das finanças públicas, daqui resultam importantes consequências. Torna-se central
a discussão das fronteiras, e dos critérios das escolhas entre os sectores públicos e privados,
prevalecendo a aceitação duma vocação produtiva do segundo e da vocação infra-estrutural e
redistributiva do primeiro. Reabilitam-se os critérios de contenção do crescimento e da busca
da neutralidade na configuração e gestão dos instrumentos financeiros: busca-se o equilíbrio
orçamental, tenta-se conter a divida (até pela dimensão da divida nacional externa de muitos
países do terceiro Mundo…e dos Estados Unidos), visa-se limitar a burocracia e a despesa
publica corrente, procura-se aliviar a carga fiscal para estimular a despesa e a produção, reduz-
se a progressividade e duvida-se da eficiência e da justiça do imposto de rendimento,
desvaloriza-se a política orçamental e revaloriza-se a Política monetária, tenta-se limitar a
despesa social (saúde, educação e segurança social), privatizam-se empresas, participação e
bens patrimoniais estatais, reforça-se a orçamentação, o controlo parlamentar e o controlo
externo jurisdicional ou independente da receita e da despesa, tenta-se devolver aos
contribuintes o poder de “consentir” os impostos corrigindo por referendo os abusos da
tributação. O plano monetário e o orçamento reafirmam-se como instrumento por excelência
da intervenção do Estado…