A Batalha de Toda Mulher Livro
A Batalha de Toda Mulher Livro
A Batalha de Toda Mulher Livro
Nova edição
Inclui caderno de exercícios
SHANNON ETHRIDGE
MUNDO CRISTÃO
E85b
Ethridge, Shannon
A batalha de toda mulher : descubra o plano de Deus para a
satisfação sexual e emocional / Shannon Ethridge ; tradução Neyd
Siqueira. - 1. ed. - São Paulo : Mundo Cristão, 2022.
Alguns anos atrás, trabalhei com Fred Stoeker para produzir o livro A batalha
de todo homem. A princípio relutei em me envolver com o projeto porque não
achava que os homens desejariam ler um livro expondo a batalha que todos
eles travam para combater a lascívia e a impureza sexual. Quando, porém,
mais de 400 mil exemplares da série A batalha foram vendidos em dois anos,
isso me surpreendeu e incentivou. Fiquei perplexo com o fato de os livros per-
manecerem na lista de mais vendidos e encorajado ao ver homens em igrejas
de todo o mundo examinando uma área na vida deles que até então permane-
cia em completo segredo. Uma sinceridade renovada levou esperança a mui-
tos homens presos na armadilha do silêncio e do pecado.
Certa manhã, fui apresentado a uma jovem chamada Danielle. Ela me entre-
gou dois livros que pareciam ter sido deixados na chuva e atropelados por um
caminhão de lixo. Os livros eram A batalha de todo homem e O desejo de toda mulher.
Danielle explicou que a aparência esfarrapada deles era porque seu marido, Da-
vid, os lera e estudara muito. Ela contou que David estava liderando um grupo de
homens baseando-se nesses livros e que esta era a segunda vez que ele fazia isso.
Considero surpreendente essa dedicação a esse material e ao assunto em pauta.
Durante nossa conversa, Danielle contou também que sua igreja estava ini-
ciando um novo projeto. Eles começaram a usar o material de A batalha de todo
homem e criaram um grupo para mulheres tratando do mesmo assunto. Tirei
de minha pasta o manuscrito de A batalha de toda mulher, e ela ficou emocio-
nada. Não tanto, porém, quanto eu, ao ver o entusiasmo dela em ajudar outras
mulheres a descobrirem a verdade que seu marido e aquele grupo de homens
haviam encontrado.
Desde que auxiliei a escrever A batalha de todo homem, muitas mulheres me
perguntaram: “Onde está o livro para a nossa batalha?”. Em A batalha de todo
homem coloquei meu endereço de e-mail e pedi aos leitores que entrassem em
contato direto comigo. Tenho me ocupado bastante em responder a milhares
de e-mails de homens comprometidos com a integridade e a pureza sexuais.
Os homens, no entanto, não foram os únicos que se comunicaram comigo.
Mulheres também leram o livro, e muitas fizeram as mesmas perguntas que os
homens. Foi com base nesses e-mails e discussões com mulheres como Danielle
que A batalha de toda mulher emergiu.
Embora possa não parecer tão óbvio para as mulheres como o é para os
homens, há uma batalha que quase toda mulher terá de travar: a batalha da in-
tegridade emocional e sexual. A batalha da mulher de modo geral não começa
com um olhar lascivo ou erradio, como acontece com o homem. Apesar de
as mulheres também serem visualmente estimuladas, sua luta normalmente
é mais sutil e começa em território muito mais profundo. Para as mulheres, a
batalha quase sempre começa com um coração cheio de decepção.
A decepção da mulher com os homens, as circunstâncias, Deus, a vida,
o dinheiro, os filhos e o futuro podem levar seu coração a desviar-se. Se
for solteira pode voltar-se para a fantasia e a autossatisfação, prejudicando
seu potencial para desenvolver uma ligação sexual sadia com seu futuro
marido. Se for casada pode começar a comparar seu marido a outros ho-
mens e, ao fazer isso, ele nunca está à altura. É até possível que se mostre
obcecada ao pensar em tudo que ele não é e que poderia ser. Talvez possa
expressar seus desejos de que ele seja diferente e melhor, fazendo críticas e
queixas em praticamente todas as conversas. As coisas ficam tão sérias que
ela começa a sentir que tem direito a algo melhor, um outro que possa sa-
tisfazer suas necessidades como ela realmente merece. Sem saber, ela trai o
marido em quase todos os seus pensamentos a respeito dele e com alguém
que considere acima dele. A cada comparação a desconexão entre os dois
aumenta e se aprofunda, e a possibilidade de que ela venha a ter um caso
emocional ou até sexual se torna cada vez maior. Mesmo que não faça nada
disso, sua rejeição ao marido destrói para ela a possibilidade de experimen-
tar a satisfação que tanto deseja.
Creio que as mulheres buscam uma ligação que seja profunda com os
homens e que aumente até atingir uma intimidade inseparável, resultando
em grande satisfação tanto no âmbito da amizade como da parceria sexual.
Para que isso aconteça, entretanto, homens e mulheres precisam ter uma vida
P.S.: Este livro foi escrito principalmente para mulheres que são casadas ou que
planejam casar-se. Se você for solteira, este livro será inestimável enquanto
imagina um casamento que a completará sob todos os aspectos. Se não estiver
planejando casar-se, ajudará você a aconselhar sabiamente suas amigas.
Certo dia, meu marido, Greg, trouxe para casa o livro A batalha de todo homem,
jogou-o para mim e disse com ar sério e impassível: “Acho que você deveria
escrever A batalha de toda mulher”.
Minha primeira reação foi dizer: “Tem certeza?”. Não por sentir-me des-
qualificada para escrever um livro assim (sou diplomada na escola de golpes
pesados quando se trata de reconhecer e vencer tentações sexuais e emocio-
nais), mas eu já havia tentado, por mais de um ano, publicar um manuscrito
exatamente sobre esses temas. Vez após vez, ouvi as editoras dizerem: “As
mulheres não lidam o suficiente com questões sexuais para que um livro sobre
esse assunto alcance boas vendas”.
Enquanto isso, A batalha de todo homem estava chegando ao topo da lista de
mais vendidos. Fiquei pensando em como as pessoas podiam ser tão ingênuas
a ponto de imaginar que a integridade sexual é um problema estritamente
masculino. Homens e mulheres foram criados por Deus como seres sexuais,
não foram? Não se dança uma valsa sozinho, e para cada homem que cai nas
garras da tentação sexual, há uma mulher caindo com ele. Ao mesmo tempo
que muitos homens limitam seus casos ao que podem apreciar lascivamente
com os olhos, as mulheres se submetem avidamente a fantasias ou casos sen-
timentais. Algumas comparam o marido a outros homens e ficam desiludidas
por considerá-los fracassados e insuficientes. Muitas de nós, portanto, deixa-
mos de reconhecer como abrimos mão de nossa integridade sexual, como nos
privamos daquilo pelo que mais ansiamos: verdadeira intimidade e satisfação.
Curiosa para saber a razão de meu marido ter gostado tanto de A batalha de
todo homem, li vorazmente o livro. Fiquei então pensando: “Muitos desses pro-
blemas não são comuns só aos homens, mas também às mulheres! Eles apenas
se manifestam de forma diferente!”.
Stephen Arterburn estava ouvindo exatamente a mesma coisa de um
grande número de mulheres e julgou inadiável a necessidade do livro. Eu mal
sabia que dentro de poucos meses Deus reuniria, de maneira divina, Steve e eu
neste projeto (graças a meus amigos Ron e Katie Luce, nossos agentes literários
da Alive Communications e os visionários da WaterBrook Press).
Anime-se então e saiba que seus gritos de socorro foram ouvidos. Este livro
é um manual de instruções que ajudará você a evitar a transigência sexual
e emocional, mostrando como experimentar o plano de Deus para a satisfa-
ção sexual e emocional. Escrevi também um abrangente caderno de exercícios
para acompanhar A batalha de toda mulher. Ele lhe será útil para que examine
sua própria vida, a fim de desenvolver um plano prático para vencer sua bata-
lha particular pela integridade sexual e emocional.
Você quer ser uma mulher íntegra sexual e emocionalmente? Com a ajuda
de Deus você pode. Vamos começar.
Compreendendo
onde estamos
Certa vez, eu estava tendo casos extraconjugais com cinco homens diferentes.
O primeiro foi Scott. Eu o conheci quando trabalhava como voluntária num
acampamento de verão. Scott era extrovertido e conversador. O que primeiro
me atraiu para ele foi sua facilidade em bater papo com qualquer pessoa, não
só para conversas superficiais, mas também para assuntos profundos e signi-
ficativos. Quando eu entrava na sala ele me dava muita atenção, perguntando
tudo sobre como iam as coisas e como eu estava me sentindo. Meu marido,
em comparação, era um homem de poucas palavras, o tipo forte e silencioso.
Em seguida veio meu treinador de mergulho, Mark. Com seu cabelo volu-
moso e grisalho, ele se parecia com o ator Lloyd Bridges. A experiência e amor
de Mark pelo mergulho me intrigavam. Ele me incentivou a vencer o medo
e me ajudou a descobrir meu lado aventureiro debaixo d’água. Sentia-me se-
gura perto dele, como uma filha sente-se segura junto do pai. Meu marido, por
sua vez, era apenas alguns anos mais velho do que eu e não despertava em
mim um sentimento de proteção e segurança como Mark.
Tom era meu professor de contabilidade na universidade. O que me
chamava a atenção nele eram seu espírito brincalhão e sua inteligência. Eu
esperava que contabilidade fosse a mais tediosa das matérias, mas Tom con-
seguia torná-la a parte mais divertida e interessante de meu dia. Meu marido
também era um contador inteligente, mas não me fazia rir como Tom. Sua
espirituosidade era pálida comparada com a de Tom.
Ray veio mais tarde. Fomos namorados antes de me casar com Greg. Ray
era um romântico à moda antiga, enchia-me de elogios e me atordoava com
sua paixão arrebatadora. Experimentei ao lado de Ray uma centelha mágica
que o relacionamento com meu marido parece nunca ter tido. Ray havia esta-
belecido um padrão de romantismo que meu marido não podia alcançar.
Por último havia o Clark. Ele tinha uma beleza rude, mas ao mesmo tempo
suave e gentil. Eu ficava à espera de encontrar-me com ele todas as noites de
sexta-feira. No momento em que eu chegava ao balcão da locadora, o dono ia
automaticamente para a seção de clássicos e pegava qualquer filme de Clark
Gable. Qualquer um servia. Eu gostava de todos. Mesmo com seus dois metros
de altura, meu marido não era páreo para o Clark.
Embora eu não estivesse tendo relações sexuais com nenhum desses outros
homens, ainda assim estava tendo um caso com cada um deles, um caso mental
e/ou emocional. Minhas fantasias de ser a amada de Clark Gable, lembranças
de meu relacionamento romântico com Ray, fascinação pela espirituosidade
de Tom, a maturidade de Mark e os talentos comunicativos de Scott afetavam
meu casamento de um modo tão danoso quanto uma relação sexual.
Eu estava ignorando as inúmeras qualidades de meu marido por estar fo-
cando os atributos negativos dele ou me concentrando nos atributos positivos
de um desses outros homens. Pelo fato de viver com Greg, eu via não só o
que era bom nele, como também o que era mau e feio. Ele deixava a tampa da
privada levantada de madrugada. Roncava e tinha mau hálito pela manhã.
Escovava os dentes e deixava a pasta na pia. Eu sentia às vezes que Greg não
era capaz de fazer nada que me agradasse. Com todas as minhas críticas, ele
provavelmente achava que não podia mesmo fazer nada que me satisfizesse.
Os defeitos dos outros homens, porém, estavam fora de alcance para mim.
Olhava para eles e não via nada além de suas brilhantes qualidades, do tipo
das que inicialmente eu tinha visto em Greg, mas das quais me esquecera com
o passar dos anos por causa de todas as comparações que eu fazia.
Eu me sentia distante e desiludida. Ele poderia excitar-me como os outros
homens faziam? Eu ainda o amava? Será que algum dia ele corresponderia
aos meus sonhos? Algum dia eu poderia viver bem com meu parceiro “menos
que perfeito”?
Felizmente, as respostas positivas a essas perguntas emergiram no mo-
mento em que terminei aqueles casos e mudei meu padrão de medida. Alegro-
-me por poder dizer que nosso casamento de treze anos continua forte e nunca
esteve melhor (embora, como qualquer outro casal, tenhamos nossos momen-
tos difíceis). Sou agradecida por nunca ter trocado Greg por outro modelo e