Imagens Digitais e Quimiometria
Imagens Digitais e Quimiometria
Imagens Digitais e Quimiometria
CAMPO MOURÃO
2021
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CAMPO MOURÃO
2021
___________________________________________________________________________
Patrícia Valderrama
Doutorado em Ciências/Química Analítica
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
___________________________________________________________________________
Marcos Antônio Piza
Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
___________________________________________________________________________
Estela dos Reis Crespan
Doutorado em Química Inorgânica
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
CAMPO MOURÃO
2021
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
The pen ink analysis on paper is an important area in forensic chemistry that can be used
to identify forgeries and alterations in a document. However, many of analytical
instrumental methods are expensive and/or destructive, and in this area, document
destruction should be avoided whenever possible. Thus, this work proposes the
application of the parallel factor analysis (PARAFAC) chemometric tool in digital images
obtained from a smartphone (Xiaomi Mi A1) for the non-destructive evaluation of
ballpoint, rollerball, gel, and felt tip pen types. The results suggest that a non-destructive
evaluation can be performed on a document by using a digital image and the
chemometric tool PARAFAC, which showed a distinction between the different pen
types. Replicate mode loadings represent a measure of precision in the repeatability
level, while R (red), G (green), B (blue) channel loadings show the portion of these
channels that influence the separation.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
R - Red
G - Green
B - Blue
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 14
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS ................................................................................ 14
3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 15
3.1 DOCUMENTOSCOPIA ........................................................................................ 15
3.2 QUIMIOMETRIA .................................................................................................. 18
3.3 IMAGENS DIGITAIS E TRATAMENTO DOS DADOS.......................................1919
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 32
REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 33
ANEXO A - Amostras produzidas para aquisição das imagens digitais.
............................................................................................................................... 40
12
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 DOCUMENTOSCOPIA
Existem diferenças nos diversos tipos de tintas para seus diversos fins. No
mercado existem seis tipos de canetas disponíveis que são divididos em dois grupos
e podem ser diferenciados pelo tipo de veículo e colorante usados. Os solventes
também variam de acordo com o tipo de caneta: a caneta esferográfica contém tinta
a base de óleo e o colorante é corante; as não esferográficas, que incluem canetas
como de tinteiro e gel, rollerball, marcadores de texto, contém solventes aquosos e os
colorantes são corantes e/ou pigmentos. (SILVA, 2014, p. 10)
associadas a métodos não destrutivos vem demonstrando, nos últimos anos, uma
capacidade para solucionar esse problema (SILVA, 2014, p. 53).
3.2 QUIMIOMETRIA
A quimiometria teve seu início na década de 70, mas só foi consolidada quando
os microcomputadores chegaram aos laboratórios como ferramentas de análise
(MASSART et al., 1988). Nesta década os microcomputadores ainda não haviam
chegado ao Brasil e os cálculos eram feitos em computadores de grande porte, onde
os algoritmos que eram utilizados eram sofisticados, mas limitados devido a tecnologia
disponível. O primeiro programa quimiométrico chegou no Brasil em 1978, em uma
fita magnética de 730 metros de extensão, pelo correio, o programa chamava-se
ARTHUR, e havia sido produzido pelo grupo do Professor Bruce Kowalski nos Estados
Unidos (NETO, 2006).
O uso da quimiometria cresceu rapidamente no Brasil em diversos campos de
pesquisa, principalmente na química, engenharia química e de alimentos, entre outros.
Até o ano de 2006, os trabalhos no Brasil classificavam-se em três áreas principais:
planejamento e otimização de experimentos, reconhecimento de padrões (métodos
de análise exploratória e classificação) e calibração multivariada (NETO, 2006).
Atualmente, ferramentas quimiométricas para o tratamento de dados de ordem
superior vem se desenvolvendo. Nesse sentido, a análise de fatores paralelos
(PARAFAC - Parallel factor analysis) é uma ferramenta quimiométrica de
decomposição de dados de segunda ordem, tridimensional. Esta ferramenta
possibilita que os dados sejam organizados em formato de um cubo, em vez de em uma
19
Além dos modelos CCD e CMOS existem outros modelos que podem ser
gerados a partir dele, como matriz, saturação e valor (HSV), matriz, saturação e leveza
(HSL) e matriz saturação e intensidade (HSI) (HELFER, 2017).
As imagens digitais são empregadas em diversas áreas da ciência como
medicina, engenharia, biologia, agricultura, biologia e química. Em química, quando
acoplada à análise multivariada, essa aplicação conjunta recebe o nome de análise
multivariada de imagem (MIA – Multivariate Image Analysis) (DAMASCENO, 2015).
Figura 4 – Aplicativo Photometrix. (A) Interface inicial do aplicativo, (B) Janela para captura das
imagens
3 METODOLOGIA
Para cada uma das canetas foram feitos círculos preenchidos de diâmetro 0,5
cm em papel branco com gramatura de 75 g/m 2. As folhas de papel ficaram
acondicionadas em embalagem plástica fechada e guardadas em ambiente escuro
durante uma semana (VALDERRAMA, VALDERRAMA, 2016). Após esse período, um
histograma de cor foi obtido a partir do aplicativo Photometrix empregando um celular
Xiaomi Mi A1 (câmera com resolução 3968 x 2976 pixel, modo HDR (High Dynamic
Range) auto, sem flash), a uma distância média de 30 cm entre a câmera e o
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 6 – Amostra de diferentes tipos de canetas e canais R, G, B. (A) Ballpoint Bic Crystal, (B) Ballpoint Compactor Economic, (C) Ballpoint Paper Mate
Kilometrica, (D) Rollerball Schneider Xtra 825, (E) Gel Tilibra Flow, (F) Felt Tip Compactor Microline
Os resultados obtidos sugerem que uma avaliação não destrutiva pode ser
realizada em um documento, a partir de uma imagem digital e da ferramenta
quimiométrica PARAFAC. Dessa forma, se um documento foi assinado ou escrito com
uma caneta do tipo ballpoint das marcas e venha a ser rasurado com uma caneta dos
tipos felt tip, gel ou rollerball, essa fraude pode ser exposta a partir da metodologia aqui
apresentada.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tintas de canetas pretas do tipo Ballpoint, Rollerball, Gel e Felt tip foram
investigadas a partir de imagens digitais e quimiometria. Os resultados permitem
concluir que as imagens digitais, juntamente com uma avaliação por PARAFAC
permitem uma distinção dentre estes tipos de canetas. Os loadings do modo das
replicatas podem ser comparados a uma medida de precisão no nível de repetibilidade,
enquanto que os loadings relativos aos canais R,G,B mostram exatamente qual a porção
destes canais influenciam na separação. Dessa forma, os resultados sugerem que uma
avaliação não destrutiva pode ser realizada em um documento, a partir de uma imagem
digital e da ferramenta quimiometrica PARAFAC.
33
REFERÊNCIAS
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39
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