Resumo
Resumo
Resumo
E TRAUMA TORÁCICO
P R O F. A N T O N I O R I V A S
MARÇO DE 2022
CIRURGIA Prof. Antonio Rivas| Trauma- Avaliação Inicial, Vias Aéreas e Trauma Torácico 2
APRESENTAÇÃO
PROF. ANTONIO
RIVAS
Caro Estrategista, tenha muita atenção aos livros e
resumos de trauma, pois esse é o tema mais cobrado na parte de
cirurgia, nos concursos de Residência Médica.
Este resumo foi baseado nos preceitos do ATLS e tratará
sobre:
• Conceitos básicos do atendimento inicial na vítima de
trauma.
• Manejo das vias aéreas.
Assim que terminar a leitura deste material, você deverá
dominar os tópicos listados abaixo. Com isso, estará apto a
acertar a maioria das questões envolvendo vias aéreas no trauma
e conceitos básicos relacionados ao atendimento inicial.
Seguem os tópicos:
• Distribuição trimodal das mortes no trauma;
• Hierarquização do atendimento às vítimas de
trauma, preconizada pelo ATLS;
• Lesões com risco potencial e imediato nas vítimas
de trauma;
• Indicações de via aérea definitiva;
• Vias aéreas cirúrgicas – indicações e
contraindicações;
• Vias aéreas alternativas (não definitivas).
Vamos começar!
@dr.antoniorivas t.me/estrategiamed
@estrategiamed /estrategiamed
Estratégia MED
Estratégia
MED
CIRURGIA Trauma - Avaliação Inicial, Vias Aéreas e Trauma Torácico Estratégia
MED
SUMÁRIO
1 .2 HIERARQUIZAÇÃO DO ATENDIMENTO 5
INTRODUÇÃO 15
3.0 TRAUMA TORÁCICO 16
3 .1 LESÃO DA ÁRVORE TRAQUEOBRÔNQUICA 16
3 .2 PNEUMOTÓRAX SIMPLES 17
3 .3 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO 18
3 .4 PNEUMOTÓRAX ABERTO 19
3 .5 HEMOTÓRAX 20
3 .7 CONTUSÃO MIOCÁRDICA 23
3 .8 TAMPONAMENTO CARDÍACO 24
3 .9 LACERAÇÃO AÓRTICA 25
CAPÍTULO
O reconhecimento rápido de situações potencialmente si, é importante falarmos de um conceito frequentemente cobrado
ameaçadoras à vida é essencial para um atendimento bem-sucedido em provas: a distribuição trimodal das mortes no trauma.
às vítimas de trauma. Nesse contexto, criou-se o Advanced Trauma O conceito da distribuição trimodal decorre da existência
Life Support (ATLS). de três picos de mortalidade relacionadas ao trauma, distribuídos
Antes de começarmos a falar do método de atendimento em ao longo da linha do tempo.
Fique atento: as questões sempre costumam cobrar dois aspectos sobre esse tema. São eles:
3. TERCEIRO PICO: acontece dentro de dias a semanas após o trauma e está associado a complicações tardias decorrentes do trauma.
• Medida relacionada à redução da mortalidade: a redução de mortes no terceiro pico está diretamente relacionada aos cuidados
hospitalares após as medidas iniciais. De qualquer modo, o atendimento precoce e bem executado também tem reflexo na redução dos
óbitos que acontecem nesse período.
As principais lesões relacionadas à mortalidade em cada um dos picos estão dispostas abaixo.
1. 2 HIERARQUIZAÇÃO DO ATENDIMENTO
O sistema de atendimento do ATLS procura identificar e Nesse contexto, criou-se o mnemônico “ABCDE”. Cada uma
resolver os problemas que representam maior risco de morte e isso dessas letras faz referência a uma parte da avaliação e resolução
é feito de forma hierarquizada. Ou seja, as lesões que matam mais de problemas encontrados nas vítimas trauma, como exposto no
rápido devem ser identificadas e resolvidas primeiro. quadro abaixo.
E - EXPOSURE AND
EXPOSIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL (EVITANDO HIPOTERMIA)
ENVIROMENTAL CONTROL
Existem dois conceitos cobrados nas provas e que você deve dominar sobre a hierarquização do atendimento inicial. São eles:
• “A sequência de atendimento da vítima de trauma SEMPRE deve seguir essa hierarquização proposta pelo ATLS,
independentemente de qual seja a vítima ou do mecanismo de trauma".
• “Você só está autorizado a prosseguir para próxima etapa da avaliação inicial se a etapa pregressa já estiver concluída”.
Por exemplo: imagine que você recebe uma vítima de trauma de aspecto grave e que chamam mais atenção.
automobilístico com fraturas expostas nas pernas e sangramento Entretanto, segundo o manual do ATLS, mesmo nessa
ativo. Nossa conduta, por instinto, é dar atenção a esses ferimentos situação, suas primeiras medidas deveriam ser:
Apenas após essas etapas, você estaria autorizado a dar e que está relacionada à avaliação inicial é: quais lesões devem,
atenção aos focos de sangramento. obrigatoriamente, ser diagnosticadas durante a avaliação
Outro tema cobrado com alguma frequência em provas primária.
OBSTRUÇÃO DA PNEUMOTÓRAX
VIA AÉREA HIPERTENSIVO
PNEUMOTÓRAX HEMOTÓRAX
ABERTO MACIÇO
Essas seis condições acima são lesões com risco imediato de morte. À exceção delas, todas as outras afecções traumáticas podem ser
diagnosticadas durante a avaliação secundária.
As medidas auxiliares da avaliação primária são elementos complementares ao atendimento inicial e que podem ser aplicados durante
as etapas do ABCDE. Isso inclui:
• Eletrocardiograma;
• Oximetria de pulso;
• Capnografia e gasometria arterial;
• Sonda gástrica e sonda urinária;
• Radiografias de tórax e pelve (em incidência AP na sala de trauma);
• FAST e eFAST;
• Lavado peritoneal diagnóstico.
ATENÇÃO 1
A sondagem vesical é contraindicada nos casos em que há suspeita de trauma de uretra.
Os cardinais de lesão uretral incluem:
• equimose de períneo e de escroto;
• presença de sangue no meato uretral.
Caso haja suspeita de lesão de uretra, uma uretrografia retrógrada deve ser considerada antes da
sondagem. Fique atento, pois a uretrografia é parte da AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA.
ATENÇÃO 2
Na presença de sinais de fratura de base de crânio, está contraindicada a aplicação de qualquer
sonda ou tubo por via nasal. Afinal, a fratura de base de crânio pode permitir o falso trajeto desses
dispositivos para o interior da caixa craniana.
São sinais de fratura de base de crânio:
• hematoma retroauricular (sinal de Battle);
• equimose periorbital (sinal do Guaxinim);
• otorragia e hemotimpano;
• otoliquorreia;
• rinorreia.
ATENÇÃO 3
1. As radiografias preconizadas pelo ATLS durante a avaliação primária são: tórax AP e pelve AP,
realizadas com aparelho portátil, dentro da sala de trauma.
2. As radiografias de coluna cervical não fazem parte da avaliação primária.
3. Gestantes não têm contraindicação à realização de exames radiológicos em um cenário de trauma!
Durante a avaliação secundária, o paciente deve ser examinado minuciosamente, da cabeça aos pés, em busca de outras lesões
potenciais.
ATENÇÃO
A avaliação secundária só deve ser iniciada após o término da avaliação primária. Além disso, o paciente deve
estar estável e apresentando sinais consistentes de melhora.
Trocando em miúdos:
Você NUNCA fará avaliação secundária de pacientes instáveis!
As medidas auxiliares da avaliação secundária incluem todos os métodos de propedêutica complementar que não foram listados
entre as medidas auxiliares da avaliação primária.
Algumas das medidas que fazem parte da avaliação secundária incluem:
• radiografias de membros;
• tomografia computadorizada dos segmentos do corpo sob suspeita de lesão;
• exames contrastados (angiografia, uretrocistografia retrograda, urografia);
• exames endoscópicos (broncoscopia, endoscopia digestiva alta).
ATENÇÃO
Você NUNCA aplicará medidas auxiliares de avaliação secundária para pacientes instáveis ou que ainda não
terminaram a avaliação primária!
Sabe aquela tomografia de abdome que você quer pedir para o paciente com uma PA de 80 x 40 mmHg e FC de
135 bpm?
Está proibida!!
CAPÍTULO
Todas as vítimas de trauma, à exceção daquelas com reservatório não estão formalmente indicados para as vítimas de
indicação de via aérea definitiva (conceito que veremos logo trauma, segundo o ATLS.
adiante), devem receber oxigênio de forma passiva, através de Durante a avaliação inicial das vias aéreas, você deve se
uma fonte com alto fluxo (10-15L/min) em uma máscara não lembrar que: pacientes que conseguem se comunicar verbalmente
reinalante com reservatório de O2. dificilmente apresentam obstrução da via aérea.
Dispositivos como cateter nasal de oxigênio e máscara sem
Devem chamar atenção para potencial comprometimento da via aérea. Diante desses achados, a primeira medida é avaliar se há
presença de obstrução das vias aéreas.
1. corpos estranhos;
2. sangue e secreção;
3. queda da base da língua com obstrução da hipofaringe (causa mais comum de obstrução das vias aéreas).
Na representação acima observamos, a queda da base da língua com obstrução da hipofaringe; a manobra de chin lift e a manobra de jaw thrust. Ambas com o objetivo
de desobstruir a via aérea. Lembre-se: em vítimas de trauma, a hiperextensão cervical é proscrita.
Após uma breve avaliação da via aérea, devemos remover os em posição traqueal, com balonete (cuff) insuflado abaixo das
corpos estranhos, sangue e secreções, além de controlar a queda pregas vocais. Esse sistema deve estar conectado a uma fonte de
da base da língua. ventilação assistida e enriquecida com oxigênio.
Após concluirmos essa etapa, precisamos avaliar se há As principais indicações de via aérea definitiva no trauma
necessidade de instalação de uma via aérea definitiva. estão listadas na tabela abaixo. Fique atento, pois essas indicações
Mas, afinal, o que é uma via aérea definitiva? são frequentemente cobradas em prova.
A via aérea definitiva consiste na instalação de uma sonda
1. Risco iminente de comprometimento da via aérea, como, por exemplo: Lesão térmica inalatória, presença de fraturas de face
com comprometimento de via aérea ou hematoma cervical em expansão.
2. Apneia ou incapacidade de manter oxigenação adequada a despeito da suplementação de oxigênio sob máscara.
3. Paciente inconsciente: traumatismo cranioencefálico grave (Glasgow menor ou igual a 8) ou quadro convulsivo reentrante.
5. Paciente combativo, podendo representar risco para si ou para outros membros da equipe.
Atenção: agitação psicomotora pode ser um sinal precoce de hipoxemia!
O acesso para a obtenção de uma via aérea definitiva pode ser classificado como cirúrgico ou não cirúrgico, de acordo com a técnica
utilizada, conforme podemos observar no organograma abaixo.
VIA AÉREA
DEFINITIVA
Vale a pena lembrar que a intubação orotraqueal é a que envolvem via aérea cirúrgica e não cirúrgica são: as
primeira opção para obtenção de via aérea definitiva, desde que contraindicações e indicações de cada um dos métodos.
não haja contraindicações. A tabela abaixo traz um resumo com todas as principais
O que você precisa saber para responder às questões informações acerca disso. Sugiro fortemente que você a decore.
• Apneia.
Indicado para pacientes em ventilação
• Suspeita de fratura de base do crânio.
TUBO NASOTRAQUEAL espontânea.
• Impossibilidade de visualizar ou trans-
Depende da experiência da equipe.
por as estruturas da laringe.
ATENÇÃO
A cricotireoidostomia por punção é considerada uma via Vale frisar que, diferentemente da cricotireoidostomia
aérea cirúrgica não definitiva. cirúrgica, esse procedimento não é contraindicado em crianças.
Trata-se de uma medida de emergência, temporária, para O tempo máximo permitido para oxigenação através dessa
casos em que a necessidade de oxigenação é mandatória em técnica é de 30 a 40 minutos. Após esse período, o acúmulo de CO2
curtíssimo intervalo de tempo, como, por exemplo, em casos de torna-se insustentável.
apneia.
INTRODUÇÃO
Caro Estrategista, tenha muita atenção aos livros e resumos de trauma, pois esse é o tema mais cobrado na parte de cirurgia nos
concursos de Residência Médica.
Este resumo foi baseado nos preceitos do ATLS e tratará sobre trauma torácico.
Assim que terminar a leitura deste material, você deverá dominar os tópicos listados abaixo. Ao fazer isso, estará apto a acertar a
maioria das questões envolvendo trauma torácico.
Seguem os tópicos:
CAPÍTULO
É importante deixar claro que as condições descritas a seguir apresentam uma grande incidência nas provas de Residência.
Vamos começar.
ATENÇÃO:
• Hemoptise;
• Enfisema subcutâneo extenso;
• Sintomas de insuficiência respiratória;
• Pneumotórax (que pode ser hipertensivo).
E os mais importantes:
O diagnóstico desse tipo de lesão necessita de alta suspeição clínica e a confirmação pode ser feita através
de broncoscopia.
O tratamento definitivo das lesões de árvore traqueobrônquica é feito através de toracotomia.
3. 2 PNEUMOTÓRAX SIMPLES
Esse evento pode ser secundário a um trauma penetrante ou contuso e o mecanismo mais comum para sua formação é a laceração do
parênquima com extravasamento de ar para a cavidade pleural.
ATENÇÃO:
• Vale lembrar-se de que a intensidade dos sinais varia de acordo com a extensão do pneumotórax e, sendo assim,
um pneumotórax simples pode passar despercebido na avaliação primária.
• Pequenos pneumotóraces podem admitir tratamento conservador, desde que essa conduta seja definida por um
especialista. Para tal, os pacientes devem estar:
• Assintomáticos;
• Com pneumotórax pequeno;
• Sem proposta de ventilação por pressão positiva;
• Sem proposta de transporte aéreo subatmosférico.
3. 3 PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO
ATENÇÃO:
• Timpanismo à percussão.
• Hipóxia.
• Taquipneia.
• Taquicardia.
• Hipotensão.
• Turgência jugular.
• Desvio de traqueia contralateralmente ao lado acometido.
• O diagnóstico dessa condição é inteiramente clínico e a terapia nunca pode ser retardada para a realização de exames
complementares, à medida que isso pode custar a vida do paciente.
• O tratamento de emergência é feito através da descompressão torácica digital ou toracocentese com agulha no 5º
espaço intercostal. Essa conduta tem a finalidade imediata de aliviar a pressão torácica, transformando o pneumotórax
hipertensivo em um pneumotórax simples.
• O tratamento definitivo é realizado através da drenagem torácica tubular em selo d’agua, também no 5º espaço
intercostal entre as linhas axilares anterior e média.
3. 4 PNEUMOTÓRAX ABERTO
Também chamado de lesão torácica aspirativa, o contração do diafragma, o ar, ao invés de ir da traqueia em direção
pneumotórax aberto é uma condição secundária a uma perfuração aos pulmões, vai da atmosfera em direção ao interior da caixa
grande da parede torácica. torácica através da perfuração. Afinal, o ar segue o caminho de
Esse fenômeno é observado nos casos em que a perfuração menor resistência.
torácica apresenta um diâmetro igual ou superior a 2/3 do Esse fenômeno acaba levando o paciente à insuficiência
diâmetro da traqueia. respiratória.
Nessa situação, quando há expansão da caixa torácica e
ATENÇÃO:
• O tratamento imediato para essa condição é o curativo de três pontas, que consiste em um curativo feito com
material impermeável (plástico estéril ou gaze vaselinada) colocado sobre a lesão e fixado somente em três pontos.
• O curativo funciona como uma válvula, permitindo que na expiração o ar saia da cavidade torácica pela ferida,
mas impede que haja entrada de ar no tórax à inspiração.
• O tratamento definitivo do pneumotórax aberto é a drenagem sob selo d'água e reparo da lesão torácica. O dreno
não deve ser introduzido pelo mesmo orifício da lesão.
A imagem ilustra um pneumotórax aberto ou ferida torácica aspirativa, conse- A imagem ilustra o tratamento do pneumotórax aberto, realizado através do
quência de lesões da parede torácica iguais ou maiores a 2/3 do diâmetro da curativo de três pontas, que promove um efeito de válvula.
traqueia.
3. 5 HEMOTÓRAX
Hemotórax é definido como a presença de sangue na ou então quando ocupa 1/3 do volume total do tórax.
cavidade pleural. Os quadros de hemotórax maciço costumam levar a alterações
Essa condição pode ser classificada como hemotórax na fisiologia respiratória, prejudicando a ventilação e oxigenação.
maciço nos casos em que o volume de sangue é superior a 1500ml Além disso, é comum haver sinais de choque hipovolêmico.
ATENÇÃO:
• O tratamento inicial preconizado para o hemotórax é a drenagem torácica fechada em selo d’agua. A reposição
volêmica com cristaloides e transfusão sanguínea também pode ser necessária.
Logo abaixo, disponibilizamos uma tabela comparativa com as principais características do hemotórax, pneumotórax simples e
pneumotórax hipertensivo.
ATENÇÃO:
• Tórax instável acontece nos casos em que existem pelo menos dois pontos de fratura em dois arcos costais
consecutivos.
• O principal evento associado às complicações e mau prognóstico no tórax instável é a contusão pulmonar
subjacente.
• O manejo do tórax instável e das contusões pulmonares deve ser feito através de:
• Suporte ventilatório (com oxigenoterapia e ventilação não invasiva - VNI);
• Analgesia potente (caso haja necessidade, pode-se realizar o bloqueio intercostal);
• Evitamento de hiperidratação (pois pode piorar o edema e a hipoxemia);
• Fisioterapia respiratória de início precoce.
• Nos pacientes com diagnóstico de contusão pulmonar em que a saturação se mantém inferior a 90% (PaO2
<60mmHg), deve-se considerar intubação precoce.
• A fixação de arcos costais NÃO é uma medida prevista para o tratamento de fratura de costela ou tórax instável.
3. 7 CONTUSÃO MIOCÁRDICA
A contusão miocárdica geralmente é secundária a um impacto de alta energia sobre a região anterior do tórax. Sua apresentação clínica
pode variar desde arritmia cardíaca até isquemia do miocárdio e choque refratário.
• Extrassístoles;
• Alterações do segmento ST;
• Taquicardia sinusal;
• Fibrilação atrial;
• Bloqueios de condução.
Pacientes vítimas de contusão miocárdica devem permanecer É importante frisar que não existem evidências que
sobre monitorização eletrocardiográfica por, no mínimo, 24 horas. sustentem uso de enzimas cardíacas no diagnóstico ou seguimento
Após esse período, alterações secundárias ao trauma são menos na contusão miocárdica.
prováveis.
3. 8 TAMPONAMENTO CARDÍACO
ATENÇÃO:
• Os sinais clínicos de tamponamento cardíaco são descritos por uma tríade que recebe o epônimo de tríade de
Beck. A tríade é composta por:
• Hipofonese de bulhas cardíacas.
• Turgência jugular.
• Hipotensão.
Tenha cuidado! A tríade de Beck completa está presente apenas na minoria dos casos, apesar de frequente nas
provas.
• O diagnóstico de tamponamento cardíaco pode ser confirmado com o FAST de janela pericárdica, com uma
acurácia de até 95%.
• A pericardiocentese (ou punção de Marfan) é uma medida de exceção nos casos de tamponamento e deve ser
aplicada apenas diante da impossibilidade de realização de toracotomia ou esternotomia de urgência.
Logo abaixo, disponibilizamos uma tabela comparativa com as principais características do tamponamento cardíaco e do pneumotórax
hipertensivo. Afinal, são condições que fazem diagnóstico diferencial.
3. 9 LACERAÇÃO AÓRTICA
A rotura aórtica é um evento potencialmente letal e O sítio anatômico mais comum para o acometimento da
constitui uma das maiores causas de morte imediata no trauma. aorta nesses casos acontece na porção descendente, próximo ao
Esse tipo de lesão geralmente acontece nos traumatismos de alta ligamento arterioso.
energia com desaceleração abrupta. Os sinais clínicos de ruptura de aorta são inespecíficos.
• DESVIO DE TRAQUEIA PARA A DIREITA E/OU DEPRESSÃO DO BRÔNQUIO FONTE ESQUERDO, OU ELEVAÇÃO DO BRÔNQUIO
FONTE DIREITO
• PRESENÇA DE FRATURA DE PRIMEIRO OU SEGUNDO ARCO COSTAL E ESCÁPULA (DENOTA TRAUMA DE ALTA ENERGIA)
Na radiografia acima, observa-se alargamento do mediastino com As setas em verde claro indicam o alargamento do mediastino nessa
desvio da traqueia para a direita (verde clara), rebaixamento do radiografia.
brônquio fonte esquerdo (seta verde escura), obliteração das margens
do botão aórtico e hemorragia extrapleural apical (cap apical) à
esquerda (cabeças de seta verde claras).
ATENÇÃO:
• Nos casos em que há suspeita de laceração aórtica, está indicada a realização de tomografia computadorizada de tórax
com contraste.
• Em caso de diagnóstico firmado, está indicada cirurgia para reparo da lesão e o tratamento de escolha é feito através
de via endovascular.
• À radiografia, os achados mais cobrados em prova são alargamento do mediastino e presença de fratura de primeiro
ou segundo arco costal e escápula.
CAPÍTULO
ATENÇÃO:
Praticamente todas as questões de ferimento toracoabdominal em provas tratam a respeito de diagnóstico e conduta.
Portanto, fique atento, pois:
• Ferimentos penetrantes abaixo da altura da linha do mamilo (5º espaço intercostal) devem suscitar a realização
de laparoscopia se o paciente estiver estável e laparotomia se ele estiver instável ou se a laparoscopia não
estiver disponível.
• TC, FAST e LPD são métodos inferiores para o diagnóstico de lesão diafragmática.
CAPÍTULO
ATENÇÃO:
Como os achados clínicos são inespecíficos, as provas costumam cobrar o diagnóstico dessas lesões através de
seus achados radiológicos, que incluem:
• Borramento do seio costofrênico;
• Elevação da cúpula diafragmática;
• Presença de vísceras ou da sonda nasogástrica na topografia do hemitórax acometido (nos casos de
hérnia diafragmática traumática).
CAPÍTULO
• Tamponamento cardíaco;
• Lesão de árvore traqueobrônquica;
• Rotura traumática de aorta sem possibilidade de reparo endovascular;
• Rotura ou perfuração esofágica.
https://estr.at/3ufHUx9
CAPÍTULO
CAPÍTULO
Querido aluno, este é um dos livros mais relevantes de toda a cirurgia! Estude-o com muito carinho. Lembre-se de que todas as
informações de maior relevância estão em quadros de resumo, quadros de atenção e tabelas. Não deixe de revê-los antes de sua prova.
O ATLS é minha segunda paixão dentro do vasto universo da cirurgia e ficarei muito feliz se puder ajudá-lo a dominar esse tema tão
importante para as provas de cirurgia!
Conte comigo no Fórum de Dúvidas. Fico à disposição para esclarecer quaisquer questões que eventualmente venham a surgir.
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Lembre-se:
“O trabalho duro vence o talento quando o talento não trabalha duro”.
Até a próxima e um forte abraço.
Antonio Rivas