Fatores Associados Ao Sobrepeso - TCC 2
Fatores Associados Ao Sobrepeso - TCC 2
Fatores Associados Ao Sobrepeso - TCC 2
RESUMO
Durante o climatério, é crucial realizar uma avaliação minuciosa do estado de saúde, incluindo
monitoramento do índice de massa corporal, contenção da cintura, perfil lipídico, glicose em jejum
e pressão arterial. O objetivo foi conhecer os fatores que levam ao sobrepeso e à obesidade no
período do climatério e as estratégias que podem contribuir para prevenção e intervenção diante
dessas intercorrências. Buscou-se também, discutir sobre climatério e a necessidade de um
maior conhecimento das mulheres sobre essa fase; analisar as alterações mais comuns ocorridas
durante o climatério e suas principais causas e descrever o papel do profissional de enfermagem
na assistência a mulheres em fase de climatério. O procedimento foi a pesquisa bibliográfica,
utilizando como base de dados principal a Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, o Google
Acadêmico e outros portais. Os descritores utilizados foram: “Climatério”; “Mulher/Saúde da
mulher”; “Sobrepeso/ Obesidade”. O período de indexação foi material publicado a partir de
2020. Foi constatado que existe uma correlação entre o índice de massa corporal e os sintomas
climatéricos. O sobrepeso e a obesidade associados ao climatério exigem maior atenção à saúde
da mulher e abordagem multidisciplinar como forma de prevenção da morbimortalidade nesse
grupo populacional. É importante citar o quanto o profissional de enfermagem exerce um papel
fundamental neste processo. Conclui-se que é fundamental que os serviços de saúde atentem
para a necessidade de planejar e executar ações de educação em saúde preventiva e
intervenção nutricionais para as mulheres atendidas nas Estratégias de Saúde da Família,
especialmente aquelas no climatério, visando a prevenção do sobrepeso e/ou da obesidade deste
grupo populacional.
Palavras-chave: Climatério. Ganho de Peso. Saúde da Mulher. Enfermagem.
1 INTRODUÇÃO
Climatério é o período que abrange toda a fase em que os hormônios estrogênio e
progesterona, produzidos pelos ovários, vão progressivamente deixando de ser fabricados.
Ocorre nesta fase, o declínio de duas principais funções ovarianas: produzir óvulos para a
fecundação e sintetizar hormônios que garantam o desenvolvimento do embrião em seus
estágios iniciais (ROCHA, 2010).
Entre a quarta e a quinta décadas de vida, a ovulação e a preparação cíclica do interior do
útero para a instalação de uma gravidez tornam-se irregulares, perceptíveis a partir de oscilações
na duração, intensidade e periodicidade das menstruações, culminando com a menopausa
(ROCHA, 2010).
Entre as mudanças, pode ocorrer o ganho de peso que, durante o climatério, é
multifatorial, envolvendo tanto fatores biológicos quanto comportamentais e psicossociais. As
alterações hormonais, em particular a diminuição dos níveis de estrogênio, parecem
desempenhar um papel importante na redistribuição da gordura corporal e no aumento da
adiposidade visceral. Além disso, a diminuição da atividade física e mudanças nos hábitos
alimentares podem contribuir para o ganho de peso nesse período (OLIVEIRA et al, 2019).
Durante o climatério, é crucial realizar uma avaliação minuciosa do estado de saúde,
incluindo monitoramento do índice de massa corporal, contenção da cintura, perfil lipídico, glicose
em jejum e pressão arterial. Diante dos fatores de risco associados a esta fase, intervenções no
estilo de vida, como a alimentação, são essenciais para enfrentar esses desafios e proteger a
saúde da mulher (SILVA et al., 2019).
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Portanto, neste estudo, busca-se resposta ao seguinte problema: que estratégias podem
ser adequadas para prevenção e intervenção dos fatores que levam ao sobrepeso e à obesidade
no período do climatério?
Como hipótese, uma das ações seria um trabalho voltado para cuidados que as mulheres
devem ter durante o climatério, prevenindo intercorrências que podem vir com essa fase, entre
elas, o sobrepeso e a obesidade.
O tema tem relevância principalmente, por partir do entendimento que existem ainda um
número grande de mulheres com pouca informação sobre o climatério, e o estudo pode contribuir
para um maior conhecimento sobre as modificações que ocorrem nesta fase, entre elas, o ganho
de peso.
É preciso uma maior difusão em torno das alterações físicas, emocionais, psicológicas
que ocorrem na vida da mulher durante todo o período de climatério, acarretando transformações
como o ganho de peso, levando ao sobrepeso e obesidade, levando ao risco de acometimento de
problemas graves de saúde. Por esta razão, temas como o climatério e seus efeitos devem estar
mais presentes nas pesquisas.
Além disso, considera-se a relevância do tema, tanto para a vida acadêmica, quando se
pode prover de informações mais aprofundadas sobre o assunto, complementando ainda mais a
produção de novos conhecimentos; como para a carreira profissional visto que todos esses
conhecimentos construídos oportunizam essa convivência prática com o assunto, o que
proporcionará um maior embasamento sobre o agir em nossa atuação profissional.
2 OBJETIVOS
3 METODOLOGIA
O procedimento foi a pesquisa bibliográfica que, de acordo com Lakatos e Marconi (2009),
a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange a bibliografia já tornada pública em
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relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc.
Para tanto, faz-se necessário que o pesquisador realize um planejamento sistemático do
processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção
lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação edivulgação.
Foi utilizada como base de dados principal a Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, o Google
Acadêmico e outros portais que se mostrarem necessários. Os descritores utilizados combinados
com operadores booleanos foram: “Climatério”; “Mulher/Saúde da mulher”; “Sobrepeso/
Obesidade”. O período de indexação foi material publicado a partir de 2020.
As publicações selecionadas foram lidas e as informações obtidas, analisadas, passando a
fazer parte do corpo deste trabalho. Para organização dos resultados, foramextraídas as
informações principais do material selecionado de forma a analisar a síntese dos principais
resultados, verificando que contribuições podem dar para o alcance dos objetivos do estudo.
4 DESENVOLVIMENTO
4.1 Conhecimento sobre o Climatério
Climatério é uma palavra de origem grega, vem de klimacter, cujo significado é período
crítico. É uma fase de transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo. Por muito tempo,
predominou uma certa escassez de publicações sobre o climatério, limitando-se apenas aos
aspectos técnicos, ou muito mais próximo da patologia do que de uma fase fisiológica da vida
(SOUZA et al., 2022).
O que ocorre nesse período, é que os ovários sofrem uma diminuição gradativa que vai de
8 a 9 centímetros na fase reprodutiva para 2 a 3 centímetros na pós-menopausa. A função
ovariana sofre alteração em decorrência da diminuição da produção estrogênica e aumento das
gonadotrofinas hipofisárias causando o que se denomina de hipogonadismo hipergonadotrófico
(ROCHA, 2018).
Durante a fase intermediária e posterior da vida adulta ocorre perda gradativa de células e
o metabolismo celular é reduzido lentamente, acarretando mudança na capacidade de
desempenho de diversos sistemas e órgãos. Essas mudanças, físicas e mentais, podem ocorrer
rapidamente em alguns indivíduos e lentamente em outros (ROSSI; CARUSO; GALANTE, 2015).
De acordo com o que estabelece o Ministério da Saúde – MS, o limite etário do climatério
ocorre entre 40 a 65 anos, e é dividido em pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa.
A primeira inicia, geralmente, aos 40 anos, quando ocorre diminuição da fertilidade
naquelas mulheres cujos ciclos menstruais são regulares, ou que tenham padrão menstrual
similar ao ocorrido durante a vida reprodutiva; a segunda ocorre dois anos antes da última
menstruação e vai mais ou menos até um ano, os ciclos menstruais ficam irregulares e percebe-
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se, também, alterações endócrinas e, a terceira, inicia-se um ano após a última menstruação
(CURTA; WEISSHEIMER, 2020).
É muito comum, as pessoas ao definirem menopausa, utilizarem os conceitos relacionados
ao climatério, havendo confusão entre os termos e sendo equivocadamente considerados
sinônimos.
Climatério é o período que abrange toda a fase em que os hormônios
estrogênio e progesterona, produzidos pelos ovários, vão progressivamente
deixando de ser fabricados (...). Essa fase é marcada pelo declínio de duas
principais funções ovarianas: produzir óvulos para a fecundação e sintetizar
hormônios que garantam o desenvolvimento do embrião em seus estágios
iniciais. Entre a quarta e a quinta décadas de vida, a ovulação e a
preparação cíclica do interior do útero para a instalação de uma gravidez
tornam-se irregulares, expressando-se sob a forma de oscilações na
duração, intensidade e periodicidade das menstruações, culminando com a
menopausa, que é o último sangramento (ROCHA, 2010, p. 25).
Furtado (2011), esclarece que a menopausa é, na realidade, o marco do climatério e,
definindo-a de uma forma mais simples, é o que acontece depois de um ano de ausência da
última menstruação. Trata-se da expressão clínica mais objetiva resultante da falência da
atividade endócrina dos ovários, sobretudo da sua incapacidade na produção de estrogénios.
Apesar dos avanços na área de saúde, para Lomônaco (2015), o período do climatério é
ainda pouco conhecido, não havendo muita informação a respeito dos efeitos no dinamismo, na
sensação de bem-estar, na redução da produtividade e nas dificuldades de relacionamentos
influenciados pelos seus sintomas.
Algo também comum, é o fato de o climatério ter sido associado a problemas psicológicos,
particularmente a depressão. Porém, estudos longitudinais indicam que os problemas
psiquiátricos da meia-idade estão mais frequentemente associados a circunstâncias sociais e
pessoais do que do climatério em si(SILVA; ARAÚJO; SILVA, 2003).
Apesar de as mulheres apresentarem preocupações mais intensas, ansiedade excessiva,
depressão, mal-estar, irritabilidade, insônia, medo da velhice e sensação de inutilidade, esses
sintomas e alterações dependem da história de vida de cada uma delas (SILVA; ARAÚJO; SILVA,
2003).
A relação da mulher em fase de climatério com o próprio corpo é marcada por fatores de
ordens biológica, psicológica e sociocultural. A função hormonal alterada, a história de vida, as
experiências afetivas, o espaço social que a mulher ocupa são aspectos indissociáveis que
constituem a experiência subjetiva da meia-idade feminina (MORI; COELHO, 2004).
O climatério marca o período em que a mulher passa pelo cessamento do período
reprodutivo. Algumas literaturas relatam que esta fase tem surgido mais cedo, na faixa etária dos
35 anos iniciando assim os primeiros sintomas emocional, vasomotores e etc. Isso ocorre devido
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à queda hormonal, hábitos alimentares irregulares, falta de atividade física e isolamento social
(ARANHA et al., 2016).
cardiovascular, bem como: obesidade central, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e dislipidemia
(SANTOS et al., 2019).
Samsrla, Stuczynski e Franz (2017), em estudo em que foram avaliadas mulheres no
climatério, entre 35 e 65 anos de idade, classificando seu estado nutricional pelo IMC, os
resultados mostraram que cerca de 76% estavam com sobrepeso ou obesidade. Constatou-se,
dessa forma, que o climatério pode ter influência relevante sobre o estado de obesidade,
decorrente da queda hormonal que reduz o metabolismo energético.
excesso de gordura na região abdominal ou no tronco, tem-se o tipo androide, central, abdominal
ou em maçã. A adiposidade androide ou abdominal, associada ao acúmulo de gordura visceral,
apresenta alta correlação com complicações cardiovasculares e com a síndrome metabólica
(ABESO, 2009).
A obesidade apresenta dois grupos de fatores condicionantes. O primeiro, é o grupo da
obesidade exógena, ou seja, resulta de fatores externos, estando relacionado principalmente ao
desequilíbrio do gasto calórico com a ingestão alimentar e sedentarismo. O outro grupo é o da
obesidade endógena, caso em que o aumento de peso é devido a fatores de desequilíbrio
hormonal, provenientes de alterações do metabolismo tiroedeano, gonodal, hipotálomo-
hipofisário, de tumores e síndromes genéticas (GOIS; BAGNARA, 2016).
Nesta fase deve ser reconhecida a importância de uma avaliação rigorosa do estado de
saúde e da monitorização do índice de massa corporal, da circunferência da cintura, perfil lipídico,
glicose em jejum e da pressão arterial. Perante os fatores de risco associados à menopausa,
intervenções no estilo de vida como a alimentação são obrigatórias para contornar esses
obstáculos e para proteger a mulher (SILVA et al., 2019).
A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a
promoção da saúde e redução de morbimortalidade, aumento na duração e melhoria na
qualidade de vida, como também influencia nas relações sociais e na autoestima da mulher. O
IMC é recomendado para a avaliação da obesidade em nível populacional e na prática clínica. De
modo complementar com o objetivo de avaliar o excesso de gordura abdominal em adultas utiliza-
se a medida da circunferência da cintura conforme demonstrado anteriormente no item de
Avaliação Nutricional (BRASIL, 2008).
5 RESULTADOS
Apresenta-se os resultados da pesquisa, cuja finalidade é responder ao seu objetivo, que
é: Conhecer os fatores que levam ao sobrepeso e à obesidade no período do climatério e as
estratégias que podem contribuir para prevenção e intervenção diante dessas intercorrências.
Com base nesse objetivo e no problema da pesquisa, que questiona que estratégias
podem ser adequadas para prevenção e intervenção dos fatores que levam ao sobrepeso e à
obesidade no período do climatério, os resultados são divididos em dois tópicos, primeiro, os
fatores que levam ao sobrepeso e à obesidade no período do climatério e o segundo, as
estratégias que podem contribuir para prevenção e intervenção diante dessas intercorrências.
6 CONCLUSÃO
Ao longo do estudo foi evidenciado que o climatério representa um processo de
transformações físicas e emocionais e, além disso, a vivência da mulher em relação a esse
período acaba sendo influenciada por diversos fatores, que vão desde a história de vida individual
e familiar, o contexto em que vive, cultura, os costumes, entre outros.
Foi mostrado no estudo, que a obesidade é um grande problema de saúde pública que
afeta mulheres no climatério. Há um aumento da prevalência na pós-menopausa e tem relação
direta com a ocorrência da hipertensão arterial, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares.
Viu-se que com o declínio do principal hormônio feminino, o estrogênio, decorrem as
alterações, incluindo o ganho excessivo de peso, entre outros sintomas comuns do climatério,
afetando a qualidade de vida.
Contudo, é importante frisar que o conhecimento adequado e a assistência em saúde em
que se destaca o profissional de enfermagem, as mulheres podem atravessar esse período com
mais tranquilidade, inclusive, com a introdução de mudanças no comportamento alimentar e
outros hábitos que podem vir a intensificar a sintomatologia do climatério, como a tendências ao
sobrepeso e obesidade.
Conclui-se que é fundamental que os serviços de saúde atentem para a necessidade de
planejar e executar ações de educação em saúde preventiva e intervenção nutricionais para as
mulheres atendidas nas Estratégias de Saúde da Família, especialmente aquelas no climatério,
visando a prevenção do sobrepeso e/ou da obesidade deste grupo populacional