Interferência Da Língua Kikongo

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interferência da Língua Kikongo

Congo ou quicongo (em quicongo: kikongo)[1] é uma língua africana falada pelo
povo congo nas províncias deCabinda, do Uíge e do Zaire, no norte de Angola; e
na região do baixo Congo, na República Democrática do Congoe nas regiões
limítrofes da República do Congo. A língua quicongo tem o estatuto de língua
nacional em Angola. Conta com diversos dialetos. Era a língua falada no
antigo Reino do Congo.[1]

É uma língua tonal. Era falada por muitos dos que foram levados como escravos
para as Américas. Por essa razão, formas crioulas suas são adotadas
na linguagem ritual de religiões afro-americanas. Também influenciou na formação
da língua gullah nos Estados Unidos e do palenquero na Colômbia. Existem
atualmente aproximadamente 7 000 000 de falantes nativos e 2 000 000 de
pessoas que a usam como segunda língua. Serviu de base para a formação
do kituba.

Escrita[editar código-fonte]
Atualmente, não existe um padrão de ortografia para o quicongo. São usados
vários estilos diferentes, principalmente em jornais, panfletos e alguns livros.

O quicongo foi a primeira das línguas bantas a ser escrita em caracteres latinos e
foi a primeira língua banta a possuir um dicionário. Foi escrito um catecismo em
quicongo sob a autoridade de Diogo Gomes, um jesuíta nascido no Congo de pais
portugueses em 1557, mas nenhuma versão dele existe nos dias atuais.

Em 1624, Mateus Cardoso, outro jesuíta


português, editou e publicou uma tradução para o quicongo do catecismo de
Marcos Jorge. Seu prefácio diz que a tradução foi feita por professores congoleses
de São Salvador (Mabanza Congo), provavelmente parcialmente por obra do
congolês Félix do Espírito Santo.[2]

O dicionário foi escrito por volta de 1648 para uso de missionários capuchinhos e
o principal autor foi Manuel Robredo, um padre secular do Congo que se tornaria
capuchinho sob o nome de Francisco de São Salvador. Nas costas do dicionário,
existe um sermão de duas páginas escritas somente em quicongo. O dicionário
tem aproximadamente 10 000 palavras.

Dicionários adicionais foram criados por missionários franceses na costa do reino


de Loango na década de 1780, e uma lista de palavras foi publicada por Bernardo
da Canecattim em 1805.
Missionários batistas que chegaram ao Congo em 1879 desenvolveram uma
ortografia moderna para a língua.

O "Dicionário e Gramática da Língua Congo", de W. Holman Bentley, foi publicado


em 1887. No prefácio, Bentley creditou Nlemvo, um africano, por sua assistência,
e descreveu "os métodos que usou para compilar o dicionário, que incluíram
organizar e corrigir 25 000 folhas de papel contendo palavras e suas
definições."[3] Eventualmente, Bentley, com a assistência especial de João Lemvo,
produziu uma Bíblia completa em 1905.

Classificação linguística[editar código-fonte]


O quicongo pertence à família de línguas bantas. De acordo com Malcolm Guthrie,
o quicongo pertence ao grupo linguístico H10, o grupo das línguas congos. Outra
língua do grupo é o bembe. O Ethnologue 16 inclui o ndingi (H14) e o mboka
(H15) como dialetos do Congo, embora reconheça que eles podem ser
considerados línguas distintas.

De acordo com a classificação de Bastin, Coupez e Man (Tervuren), que é mais


recente e precisa que a de Guthrie, a língua tem os seguintes dialetosː

 grupo quicongo H16


o quicongo do sul H16a
o quicongo central H16b
o Yombe H16c
o Fiote H16d
o quicongo ocidental H16d
o Bwende H16e
o Lari H16f
o quicongo oriental H16g
o quicongo do sudeste H16h

Influência nas Américas[editar código-fonte]


Muitos escravos africanos transportados para a América falavam quicongo, e sua
influência pode ser vista em muitas línguas crioulas na diáspora africana, como o
palenquero (falado por descendentes de escravos negros fugidos na Colômbia),
o habla congo (a língua litúrgica da religião afro-cubana palo) e a língua crioula
haitiana. Algumas palavras do inglês americano também são derivadas do
quicongo, comoː goober (amendoim), do quicongo nguba; zombie (zumbi), do
quicongonzombie, "morto"; e funk, do quicongo lu-fuki.[4][5] O nome da dança
cubana mambo deriva de um termo quicongo que significa "conversa com
os deuses".

Ver também[editar código-fonte]


 Língua kituba

Referências
1. ↑ a b «Quicongo». Michaelis On-Line. Consultado em 4 de dezembro de
2016
2. ↑ BONTINCK, F., NSASI, D. N. Le catéchisme kikongo de 1624. Reédition
critique. (Brussels, 1978)
3. ↑ World Digital Library. Disponível em https://www.wdl.org/en/item/2533/.
Acesso em 15 de novembro de 2017.
4. ↑ Farris Thompson, in his work Flash Of The Spirit: African & Afro-American
Art & Philosophy
5. ↑ English language and usage. Disponível
em https://english.stackexchange.com/questions/17228/where-does-funk-and-or-
funky-come-from-and-why-the-musical-reference. Acesso em 15 de novembro de
2017.

Kikongo

Língua Kikongo ou Kongo é a língua oficial do antigo Reino do Kongo. Una língua
ancestrale e nela constam cerca de vinte variantes espalhadas entre 3 paises.
Partindo da gramática à fala corrente retratando a evolução da língua desde o século
XV até à independência dos territórios que faziam parte do antigo império do Kongo.
Um dos maiores e importante reino em africa, o reino do kongo teve a sua reputacao
na sua forma organizativa. O reino do Kongo teve como capital a cidade do Mbanza
Kongo em Angola. M’banza Kongo foi fundado algum tempo antes da chegada dos
portugueses em 1483 e era a capital da decisão da dinastia Kilukeni naquele
momento.
História e Geografia da língua kikongo.

Kikongo ou Kongo é uma das línguas Bantu e é falado pelas pessoas Kongo e
Ndundu. O povo Kongo também conhecido como povo bakongo. Encontramos os
bakongo em Angola, na República Democrática do Congo, República do Congo e
Gabão. Kikongo é uma linguagem tonal e foi falada por muitos daqueles que foram
retirados da região e vendidos como escravos nas Américas. Enquanto o Kikongo
ainda é falada nos países acima mencionados, as formas creolizadas da língua são
encontradas para além das fronteiras africanas. Kikongo marca presença no discurso
ritual das religiões afro-americanas, especialmente no Brasil, Cuba e Haiti. É também
uma das fontes da língua Gullah e do crioulo Palenquero na Colômbia. A grande
maioria dos falantes atuais vivem na África. Há cerca de sete milhões de falantes
nativos do Kongo, com talvez dois milhões de pessoas mais que usam isso como
segunda língua.

Kikongo é a base para um crioulo usado em toda a região: Kituba, também chamado
Kikongo de L’état ou Kikongo ya Leta (“Kongo do estado”), Kituba e Monokituba
(também Munukituba). A constituição da República do Congo usa o nome de Kitubà, e
o da República Democrática do Congo usa o termo Kikongo, mesmo que Kituba seja
usado na administração.

M’Banza Kongo foi o lar dos Menekongo, monarcas que governavam o Reino do
Congo. No ano de 1549, por influência dos missionários portugueses. Foi construída
uma igreja católica Catedral de São Salvador do Congo no local em que os angolanos
reclamam ser a mais antiga da África Sub-Saariana. O nome da igreja no local é
nkulumbimbi. Foi elevada ao status de catedral em 1596. O papa João Paulo II visitou
a catedral em 1992.

O declino da Língua Kikongo


No caso particular de Angola, a língua kikongo registou um declino considerável nas
últimas decadas. Nas zonas rurais onde a língua deveria ter o maior impacto, a
camada mais jovem optou por falar a idioma do pais vizinho, lingala, do Congo RDC.
Isto justifica-se pela influência que os habitantes das zonas fronterizas do norte de
Angola têm destes paises vinzinhos. Alias, a maioria da população destas áreas
tiveram como refúgio das guerras em Angola, a RDC ou Congo Brazaville. O pior
ainda é de ver nas zonas bakongo, crianças a nascer e tendo como primeira língua, o
lingala. De facto, a situação não é saudavél para o futuro da língua do antigo Reino do
Kongo.

Este declino não se regista apenas em Angola. No Congo Democrático o lingala e o


monokutuba têm contribuído no afastamento de Kikongo e outras línguas nacionais
daquele pais. Oscar Strenström1 na sua tese intitulada Provérbios dos
bakongo2 afirma que “só podemos lamentar o desenvolvimento no Congo das pobres
chamadas “língua franca”, como lingala e monokutuba, que estão no processo
de descartar os idiomas originais, e entre eles o kikongo (11)”.

Mas por outro lado Oscar Strenström1 que declarou adotar o Kikongo como sua língua
materna apela na importância de encarrar a tese Provérbios dos bakongo2 como
sendo um trabalho “não apenas para preservar uma parte importante do universo
cultural dos Bakongo, mas também para fazer entender às novas gerações dos
Bakongo, a riqueza da sua própria língua e a necessidade de salvar esse língua para
o futuro“.

1 Oscar Strenström, Doctorado em Letras


2 Provérbios dos bakongo (MS 1948), Tese publicada por Swedish Institute of Mission Research at
Uppsala University.

Repartição Geográfica da Língua Kikongo


Noroeste de Angola:

Sul do Oeste Congo-Kinshasa:


Sul do Congo-Brazzaville:

Gabão:

Patrocinadores do Projecto Kia Kongo:

Referênçia base na produção deste artigo:


 Wikipedia

 Popflock-learn

 Provérbios dos bakongo do Oscar Strenström – Swedish Institute of Mission


Research
at Uppsala University.

Contribuição para o estudo da influência do


português na língua Kikongo 1.
Introdução:

Nas quatro partidas do mundo, onde exercemos influência cultural, ficou indelevelmente marcada
nos falares nativos a presença da língua portuguesa.

Mesmo nas regiões onde a colonização portuguesa não foi intensa, onde não nos estabelecemos
com carácter duradouro, a acção missionária e o trato comercial disseminaram a Língua de tal
maneira que vocábulos nossos ou suas corruptelas ainda hoje se mantêm adoptadas a adaptadas
pelas línguas indígenas, como padrões imorredouro que os séculos não destroem.

Era natural, era mesmo fatal, que novas concepções religiosas, actos e alfaias de culto introduzidas
pelos nossos missionários, plantas, tecidos, utensílios, etc, antes desconhecidos e que a ocupação
ou o comércio levaram para afastadas terras, viessem a ser designados pelas mesmas palavras que
os introdutores usavam.

Mas o que causa pasmo e até emoção é que se tenham mantido até hoje, decorridos séculos após
contactos culturais mais intensos com outros povos de línguas diferentes e muitas vezes sem
parentesco próximo com a nossa, como o inglês.

Caso a salientar no tocante ao Oriente é o do “papiá cristão”, ainda hoje usado pela população
católica de Malaca e uns tantos outros dialectos crioulos espalhados pela Índia,Ceilão e Malásia.

Na costa ocidental da África, desde o limite sul de Angola até à Guiné e ainda mais para o norte,
não deve provavelmente, existir língua indígena que não tenha adaptado palavras portuguesas. A
propósito ocorre-nos um pormenor interessante que foi notado no final do século passado pelo
heróico Augusto de Castilho numa viagem do comandante à costa do Daomé e descrito no passo
de um relatório seu e cuja transcrição não resistimos: “A língua portuguesa, que é a língua
estrangeira mais conhecida em toda esta costa, é indispensável aos comerciantes, aos missionários
e a qualquer que queira ter trato íntimo com os indígenas. Os padres, para serem compreendidos,
é em português que pregavam;mas tendo ultimamente tal uso proibido pelo Governo Francês,
pregam em francês, mas
têm um intérprete que lhes vai traduzindo em português, em voz alta e frase a frase e a oração
toda “
Se na vida religiosa a influência do português se manifesta em toda aquela costa, na vida material
e na antroponímia ela não é menos intensa.

Ainda não está feito um estudo sistemático e profundo da presença do português em todas as
línguas ou dialectos, mas os trabalhos que de eu tenho conhecimento, e que incidem sobre um
pequeno número destes, demonstram à saciedade quanto ela é profunda e bem enraizada.

No relatório citado, Augusto de Castilho, aponta como de uso comum entre os indígenas do golfo
do Benim, os vocábulos “lama”, “vela”, “garrafa”, “garfo, “copo”,loja”,, “vinho”, “chicote”,
“papel”,mesa”, ”tesoura”,”bote”, “moço”, “palavra”, etc. Em outros territórios franceses, sobretudo
no Gabão, em relação aos dialectos víli ( este do
quicongo ), orugu e mpongué , devemos assinalar as pesquisas feitas por R. Reynard e pelo abade
André R. Walker”

(…) Este nosso trabalho não é mais que um fraco contributo para o estudo da influência que o
português vem exercendo na língua quicongo desde o final do século XV. Longe de ser trabalho
definitivo e completo, pois para tal bem minguada é a nossa competência,só desejamos que ela
tenha o mérito de estimular a curiosidade e o interesse de algum especialista que o venha a
conhecer”

INTRODUÇÃO

Com base o nosso tema “A Importância da Aprendizagem das


línguas Nacionais” é obviamente verdade que o português é a língua
oficial de Angola, mas o país conta com quatro línguas africanas
reconhecidas como línguas nacionais — ocôkwe (pronuncia-
se tchocué), o kikongo, o kimbundu e o umbundu — e mais outras
línguas africanas e inúmeros dialectos.
DESENVOLVIMENTO

A Importância da Aprendizagem das línguas Nacionais

Cerca de 70% da população fala a língua oficial angolana, o


Português, as outras línguas não oficiais e bastantes faladas são os
idiomas de origem Bantú, o seja o Ovibumdo, o Kimbumdo, o Kikongo,
o Lunda, o Ganguela, o Lutchaze e o Ovampo. O Bochimano, e todos
os dialectos daí provenientes, são falados no sul, por uma
pequeníssima minoria, junto ao Rio Cunene.
As línguas originalmente faladas em Angola, como em qualquer
país africano, são as dos povos africanos residentes na região. A
implantação geográfica destes povos, hoje designados como etnias,
no fim da era colonial depreende-se do mapa constante desta página;
apesar das vicissitudes das décadas pós-coloniais, esta distribuição
espacial continua no essencial inalterada. Convém reter que, em
termos globais, a esmagadora maioria dos angolanos – perto de 90%
– é de origem bantu.

O principal grupo étnico bantu é o dos Ovimbundu que se


concentra no centro-sul do país, ou seja, no Planalto Central e
algumas áreas adjacentes, especialmente na faixa litoral a Oeste do
Planalto Central. Os Ovimbundu constituem hoje um pouco mais da
terceira parte da população, e a sua língua, o umbundu, é por
conseguinte a segunda língua mais falada em Angola (a seguir ao
português) com quatro milhões ou mais de falantes. Por causa
da Guerra Civil Angolana, muitos Ovimbundu fugiram das zonas rurais
para as grandes cidades, não apenas para Benguelae Lobito, mas
também para Luanda e até para cidades geograficamente periféricas
comoLubango, transportando assim a sua língua para regiões onde
esta antes não era falada.
Em termos de importância numérica, o segundo grupo são
os Ambundu que representam cerca da quarta parte da população. A
sua língua, o kimbundu, é falada por cerca de três milhões de falantes,
maioritariamente na zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e
no Kwanza-Sul. O kimbundu é uma língua com grande relevância, por
ser a língua tradicional da capital, hoje provavelmente com mais de 5
milhões de habitantes. O kimbundu legou muitas palavras à língua
portuguesa e importou desta, também, muitos vocábulos.

No norte, nas províncias do (Uíge, do Zaire) e parte do Kwanza-


Norte, concentra-se a maior parte dos Bakongo que representam hoje
pouco mais de 10% da população. A sua língua kikongo (ou kikoongo)
era a do antigo Reino do Kongo e tem diversos dialectos (tal como
também as tem o umbundu e o kimbundu). Em consequência da
guerra pela independência muitos Bakongo refugiaram-se na
hoje República Democrática do Congo onde boa parte aprendeu
também o francês e o lingala, língua de comunicação na parte
ocidental daquele país. A maioria dos refugiados Bakongo, e/ou seus
filhos e netos, regressou para Angola a seguir à independência,
reinstalando-se em geral no seuhabitat de origem, mas formando
também núcleos populacionais importantes nas cidades situados fora
desta área, principalmente em Luanda. Deste modo, também o
kikongo, está hoje de algum modo presente em boa parte de Angola,
com mais de um milhão de falantes.

Os Côkwe estão presentes numa boa parte do leste de Angola,


desde a Lunda Norte ao Moxico e mesmo ao Bié. Enquanto mais a
norte constituem, juntamente com os lunda, a população exclusiva, a
sua presença mais a sul e cada vez mais dispersa e se mistura com a
dos pequenos povos da região, habitualmente designados pelo
termo Ganguela. A língua côkwe tem vindo a sobrepor ao lunda, mas
aparentemente não às línguas de outros povos.
Os povos designados como Ganguela - Lwena, Luvale, Mbunda,
Lwimbi etc. - não constituem uma etnia abrangente, e cada um fala a
sua língua, embora estas sejam de certo modo aparentadas. A que
frequentemente se designa como "língua nganguela" é na verdade
apenas a de uma população residente a leste e sul de [[Menongue}}.
Um outro conjunto de povos é, desde os tempos coloniais,
classificado como Nyaneka-Khumbi, mas tão pouco constituem uma
etnia abrangente, nem pela sua identidade social, nem por uma língua
comum.
Diferente é o caso dos Ovambo que são um grande grupo étnico
existente principalmente na Namíbia, mas em parte significativa
também na província do Cunene, no sul de Angola. A sua língua é
o Oshivambo, a língua africana mais importante da Namíbia. Em
Angola esta língua é geralmente falada na forma dos dialectos
próprios dos diferentes subgrupos. O subgrupo de maior destaque é
aqui o dos Kwanyama(também escrito "cuanhama"), mas há ainda os
Kwamatu, os Kafima, os Evale e os Ndombondola.
No sudoeste de Angola existem pequenos povos aparentados
aos Herero, principalmente os Vakuval ("Mucubais"), os Himba e os
Dimba.

A situação étnica e linguística actual no extremo sudeste de


Angola, na província do Cuando Cubango, é mal conhecida e constitui
neste momento o objecto de um estudo em curso.
Finalmente existem no sul de Angola grupos residuais de khoisan,
descendentes de povos não bantus que falam as suas línguas
especificas.
Por último, cerca de 3% da população actual
é caucasiana (maioritariamente de origem portuguesa) ou mestiça,
população que se concentra primariamente nas cidades e tem
o português por língua materna. De referir, ainda, a existência de um
número considerável de falantes das línguas francesa e lingala,
explicada pelas migrações relacionadas com o período da luta de
libertação e pelas afinidades com as vizinhas República do
Congo e República Democrática do Congo.

Promoção das línguas nacionais

Durante o período colonial, o uso das línguas indígenas estava


praticamente circunscrito ao ensino do catolicismo. Contudo, a língua
portuguesa não conseguiu fixar-se em todo o território devido à
limitada utilização que as populações africanas dela faziam,
principalmente nas zonas rurais, permanecendo as línguas indígenas,
relativamente intactas.
Com a independência do país, algumas dessas línguas adquirem o
estatuto de línguas nacionais, coexistindo com a língua
portuguesacomo veículos de comunicação e expressão, teoricamente
em pé de igualdade.
Com vista à valorização, utilização e promoção das línguas
locais, o Instituto de Línguas Nacionais de Angola fixou normas
ortográficasdos
idiomas côkwe, kikongo, kimbundu, nyemba (gangela), oshikwanyama
e umbundo, estudando os aspectos fonéticos, fonológicos,
morfossintácticos, lexicais e semânticos. Os resultados deste trabalho
de investigação serviram de base à elaboração de material didáctico
para a futura introdução destas línguas no ensino primário, em
paralelo com o português.
Nos media as línguas africanas são também utilizadas, por
exemplo, pela emissora de rádio Ngola Yetu (Nossa Angola,
em kimbundu), que emite diariamente programas e notícias em
sete idiomas.

Português de Angola

A adopção da língua do antigo colonizador como língua oficial foi


um processo comum à grande maioria dos países africanos. No
entanto, em Angola deu-se o facto pouco comum de uma intensa
disseminação do português entre a população angolana, a ponto de
haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única
língua aquela herdada do colonizador.
São vários os motivos que explicam esse fenómeno. O principal
foi a implantação, pelo regime colonial português, de uma política
assimiladora que visava a adopção, pelos angolanos, de hábitos e
valores portugueses, considerados "civilizados", entre os quais se
encontrava o domínio da língua portuguesa. Por outro lado, há que ter
em conta também a presença de um elevado número de colonos
portugueses, espalhados por todo o território, bem como dos
sucessivos contingentes militares portugueses que, durante o longo
período daGuerra Colonial, se fixaram no interior do país.

Apesar de ser um processo impositivo, a adopção


do português como língua de comunicação corrente em Angola
propiciou também a veiculação de ideias de emancipação em certos
sectores da sociedade angolana. Principalmente a partir de meados
do século XX, a língua portuguesa facilitou a comunicação entre
pessoas de diferentes origens étnicas. O período da guerra colonial foi
o momento fundamental da expansão da consciência nacional
angolana. De instrumento de dominação e clivagem entre colonizador
e colonizado, o português adquiriu um carácter unificador entre os
diferentes povos de Angola.
Com a independência em 1975, o alastramento da guerra civil,
nas décadas subsequentes, teve também um efeito de expansão
da língua portuguesa, nomeadamente pela fuga de populações rurais
para as cidades—particularmente Luanda -- levando ao seu
desenraizamento cultural e forçando a rápida adopção do português.
A própria implantação do novo Estado nacional reforçou a
presença do português, usado no exército, no sistema administrativo,
no sistema escolar, nos meios de comunicação, etc.
Embora, oficialmente, o governo angolano declarasse defender as
línguas nacionais, na prática, tendeu sempre a valorizar
exclusivamente aspectos que contribuíssem para a unificação do país
—o português como a única língua unificadora—em detrimento de
tudo o que pudesse contribuir para a diferenciação dos grupos e a
tribalização — a miríade de línguas e dialectos regionais e étnicos.

Embora as línguas nacionais ainda sejam as línguas


maternas da maioria da população, o português é já a primeira língua
de 30% da população angolana—proporção que se apresenta muito
superior na capital do país -- e 60% dos angolanos afirmam usa-la
como primeira ou segunda língua.
Língua oficial e do ensino e um dos factores de unificação e
integração social, o português encontra-se aqui em permanente
transformação. As interferências linguísticas resultantes do seu
contacto com as línguas nacionais, a criação de novas palavras e
expressões forjadas pelo génio inventivo popular, bem como certos
desvios à norma padrão de Portugal, imprimem-lhe uma nova força,
vinculando-a e adaptando-a cada vez mais à realidade angolana.
Alguns dos muitos exemplos são as palavras: "kamba", "kota",
"caçula" ou "bazar", que provêm de vocábulos kimbundu, di-
kamba (amigo), dikota (mais velho), kasule (o filho mais novo)
e kubaza (fugir), respectivamente. Para além dos já plenamente
dicionarizados na língua portuguesa, batuque, bobó, bunda, bumbar,
bué, cambolar, capanga, catinga, curinga, dendê, gingar, ginguba,
jimbolo, jingo, machimbombo, maxim, minhoca, missanga, mocambo,
mocotó, moleque, munda, mupanda, mutula, muzungo, pupu, quibuca,
quilombo, quitanda, samba, sibongo, tacula, tamargueira, tanga,
tarrafe, tesse, ulojanja, umbala, xingar e muitos outros.
A língua literária em Angola distinguiu-se sempre pela presença
das línguas locais, expressamente em diálogos ou interferindo
fortemente nas estruturas do português. Embora quase
exclusivamente em língua portuguesa, a literatura angolana conta
também com algumas obras em kimbundu e umbundo.
As Principais Línguas Nacionais
Principais línguas nacionais: UMBUNDU, KIMBUNDU,
KIKONGU, FIOTE, TCHOKWE, N'GANGUELA E KUNHAMA.
A língua nacional com mais falantes em Angola é o umbundu,
falado pelos Ovimbundu na região centro-sul de Angola e em muitos
meios urbanos. É língua materna de cerca de um terço dos
angolanos .
O kimbundu (ou quimbundo) é a segunda língua nacional mais falada -
por cerca da quarta parte da população [24], os Ambundu que vivem na
zona centro-norte, no eixo Luanda-Malanje e no Kwanza Sul. É uma
língua com grande relevância, por ser a língua da capital e do
antigoReino do Ndongo. Foi esta língua que deu muitos vocábulos
à língua portuguesa e vice-versa.

O kikongo (ou quicongo) falado no norte, (Uíge e Zaire) tem


diversos dialectos. Era a língua do antigo Reino do Kongo, e com a
migração pós-colonial dos Bakongo para o Sul esta tem hoje uma
presença significativa também em Luanda [nota 21]. Ainda nesta região,
na província de Cabinda, fala-se o fiote ou ibinda.
O chocué (ou tchokwe) é a língua do leste, por excelência. Tem-se
sobreposto a outras da zona leste e é, sem dúvida, a que teve maior
expansão pelo território da actual Angola, desde a Lunda
Norte ao Cuando-Cubango. Kwanyama (Cuanhamaou oxikwanyama),
nhaneca (ou nyaneca) e sobre tudo o umbundo são outras línguas de
origem bantu faladas em Angola. No sul de Angola são ainda faladas
outras línguas do grupo khoisan, faladas por pequenos grupos de san,
também chamados bosquímanos.

CONCLUSÃO
Depois de algumas investigações em alguns sites da Internet a
colectânea do nosso concluiu que Cerca de 70% da população fala a
língua oficial angolana, o Português, as outras línguas não oficiais e
bastantes faladas são os idiomas de origem Bantú, o seja o
Ovibumdo, o Kimbumdo, o Kikongo, o Lunda, o Ganguela, o Lutchaze
e o Ovampo. O Bochimano, e todos os dialectos daí provenientes, são
falados no sul, por uma pequeníssima minoria, junto ao Rio
Cunene. Embora as línguas nacionais sejam as línguas maternas da
maioria da população, o português é a primeira língua de 30% da
população angolana — proporção que se apresenta muito superior
na capital do país —, enquanto 60% dos angolanos afirmam usá-la
como primeira ou segunda língua.

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