GE - Regulamentos de Trafego Aéreo Avançado - 1
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DE TRÁFEGO AÉREO
AVANÇADO
UNIDADE I
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de
qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou
qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,
por escrito, do Grupo Ser Educacional.
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Regulamentos de Tráfego Aéreo Avançado: Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2018.
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Sumário
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REGULAMENTOS DE TRÁFEGO AÉREO AVANÇADO
UNIDADE 1
Preparado(a)?
Fica a expectativa que possas aproveitar o conteúdo a ser apresentado, tendo uma ótima
compreensão dos assuntos. Que a disciplina Regulamentos do Tráfego Aéreo Avançado
contribua de forma satisfatória na sua formação e no exercício da sua profissão.
Orientações da Disciplina
Meu caro(a), a disciplina que se inicia reúne conceitos avançados no que diz respeito
às regras de voo e serviços de controle de tráfego aéreo. Para facilitar seu processo
de aprendizagem, será necessário relembrar o que foi abordado nas disciplinas Bases
da Regulação do Tráfego Aéreo e Regulamentos do Tráfego Aéreo Tópicos Especiais.
Na disciplina atual, você perceberá que além de novos conceitos, os guias trarão alguns
temas que já foram estudados, porém com uma abordagem mais específica, detalhada
e avançada. Como dica, sugiro uma leitura de todo o material ofertado (guias de
estudos, livro-texto, leitura indicada e recursos interativos). Você também encontrará
videoaulas e sugestões de vídeos que complementam os assuntos relacionados.
Lembre-se de interagir com os demais colegas no Ambiente Virtual de Aprendizagem e
de participar de todas as atividades avaliativas. É importante ressaltar que a qualquer
momento você poderá contar com o tutor da disciplina para esclarecer dúvidas, através
do Fórum Dúvidas de Conteúdo.
Vamos começar?
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ABREVIATURAS
Para ajudar na compreensão dos conteúdos adiante, seguem a definição de algumas abreviaturas que
utilizaremos para o estudo do voo IFR. Sempre que precisar, utilize essa lista para relembrar o significado
de cada sigla.
SIGLA DEFINIÇÃO
AAL Acima do nível de aeródromo
ACAS Sistema anticolisão de bordo
ADF Equipamento automático radiogoniométrico
ADR Rota com serviço de assessoramento
ADS-B Vigilância dependente automática - rádio difusão
ADS-C Vigilância dependente automática - contrato
AMS Serviço móvel aeronáutico
APV Procedimento de aproximação com guia vertical
ARC Cartas de áreas
BRG Marcação
CLR Autorização
COP Ponto de troca (VOR)
CP Carta de pouso
CPDLC Comunicação entre controlador e piloto por enlace de dados
CPOR Carta de padrões de orientação radar
DER Decolagem com cruzamento de cabeceira oposta
DH Altura de decisão
DME Equipamento medidor de distância
ETOPS Operação prolongada
FAL Facilitação de transporte aéreo internacional
FNA Aproximação final
GCA Sistema de aproximação controlada por terra
GNSS Sistema global de navegação por satélite
GP Trajetória de planeio
GS Velocidade em relação ao solo ou rampa eletrônica de planeio
HDF Estação radiogoniométrica de alta frequência
HDG Proa
IAC Carta de aproximação de pouso por instrumentos
ILS Sistema de pouso por instrumentos
IM Marcador interno
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INS Sistema de navegação inercial
LM Radiofarol de localização intermediário
LLZ Localizador
LO Radiofarol de localização exterior
MAEG Magnético
MAPT Ponto de aproximação perdida
MDA Altitude mínima de descida
MEA Altitude mínima em rota
MM Marcador médio
MOC Separação mínima de obstáculos
MRP Ponto de notificação ATS/MET
NDB Radiofarol não direcional
OCS Superfície livre de obstáculos
OIS Superfície de identificação de obstáculos
OM Marcador externo
PANS Procedimentos para serviço de navegação aérea
PAPI Indicador de trajetória de aproximação de precisão
PSR Radar primário de vigilância
QDM Marcação magnética
QDR Linha de posição magnética
REP Ponto de notificação
RNVA Navegação de área
RVSM Separação vertical mínima reduzida
SID Carta de subida por instrumentos
SR Nascer do sol
STA Aproximação direta
TAR Radar de vigilância de área terminal
TCH Altura de cruzamento da cabeceira
TDZ Zona de toque
TOC Topo da subida
TVOR VOR de terminal
UFN Até novo aviso
VASIS Sistema indicador visual da trajetória de aproximação
VDF Estação radiogoniométrica de alta frequência
Fonte: Elaborada pelo autor
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REGRAS DE VOO IFR
Querido(a), estudante. O primeiro tema que abordaremos neste guia será as regras de voo por instrumentos
ou regras IFR. Você já aprendeu sobre as regras VFR (Visual Flight Rules) que abrangem a navegação
visual. Quando as referências visuais utilizadas para conduzir o voo não são aplicáveis, o piloto passará
a navegar orientando-se pelos instrumentos de bordo. Nessa condição, o conjunto de regras a serem
observadas e seguidas serão IFR (Instrument Flight Rules).
Baseando-se nas normas da OACI (Organização da Aviação Civil Internacional), cada país irá considerar
e aplicar as regras específicas para o seu tráfego aéreo. Os principais anexos da OACI que orientam a
formulação dessas regras são:
Visite a Página
Fica a Dica
Fique atento, pois qualquer aeronave só poderá voar sob condições IFR se estiver equipada com os
instrumentos específicos para essa navegação. Considerando as aeronaves da aviação civil e o espaço
aéreo (inferior ou superior), observe quais os principais equipamentos utilizados nesse tipo de voo, assim
como a quantidade indicada:
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Espaço aéreo superior:
• Transponder - 01
• Transceptor de HF - 01
• Transceptores de VHF - 02
• Receptores Radiogoniométricos – 02
• Receptor de VOR – 02
• Receptor de Glide Slope - 01
• Receptor de Marker Beacon - 01
• Receptor de DME – 01
• Altímetro que sinaliza altitude através do MODE C (transponder) – 01
• Radar meteorológico
De posse dos equipamentos específicos, as regras IFR se classificam de acordo com o espaço aéreo:
controlado ou não controlado.
Para voar em espaços aéreos controlados é imprescindível a autorização (CLR) do controle de tráfego
aéreo. A CLR além de incluir os níveis a serem voados e limites, indica os procedimentos necessários
como manobras de aproximação, manobras de saída, horários e formas de comunicação. A autorização
será concedida em solo antes da partida ou em rota, mediante algumas características específicas. Se
antes da partida poderá ser obtida através do controle de solo, torre de controle, controle de aproximação,
centro de controle de área ou estação aeronáutica.
O voo que ocorrer em espaço aéreo não controlado deverá se adequar ao nível indicado para a rota.
Sempre que necessário, a tripulação técnica deverá notificar a posição da aeronave através da fonia.
Observe os momentos para essa notificação:
Meu caro(a), para exemplificar os níveis de cruzeiro a serem utilizados em voos IFR
revise a tabela 1.1 disponível no livro-texto da disciplina, página 06. É importante que
você também revise os aspectos abordados no livro sobre voos IFR em período diurno,
voos IFR em período noturno e voos VFR especial.
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Para concluirmos a abordagem desse primeiro tópico, o guia destacará a autonomia necessária e a
separação vertical mínima em voos por regras de instrumento.
AUTONOMIA
Caro(a) estudante, a quantidade mínima de combustível para realizar o voo em condições IFR com
segurança, dependerá do tipo e porte da aeronave. Observe a classificação básica:
1. Aeronaves a jato ou turbohélices de grande porte: a autonomia deverá considerar o tempo previsto
para o aeródromo de destino, o tempo que corresponde a 10% do necessário entre o aeródromo de
partida e destino, o tempo necessário para o aeródromo sinalizado como de alternativa e 30 minutos
de reserva (considerando a velocidade e altitude do procedimento de espera relacionado).
2. Turbohélices de médio/pequeno porte e demais aeronaves: a autonomia deverá considerar o tempo
previsto para o aeródromo de destino, o tempo necessário para o aeródromo sinalizado como de
alternativa e 45 minutos de reserva (considerando a velocidade de cruzeiro).
Considerando a autorização prévia dos órgãos específicos, a RVSM será a separação vertical de 1000ft
exigida entre os níveis de voo 290 e 410.
No Brasil, as aeronaves autorizadas a operarem sob RVSM também precisam da aprovação prévia do
Estado operador ou do Estado de registro. Algumas exceções são consideradas:
Voos domésticos
• Aeronaves não autorizadas para realizar operações sob RVSM podem obter autorização temporária, a
depender do tráfego local e com separação vertical mínima de 2000ft das aeronaves aprovadas RVSM.
Voos internacionais
• Aeronaves provenientes de outros países que sinalizaram STS/NON-RVSM no item 18 do plano de
voo.
• Aeronaves sobrevoando as regiões do Caribe (CAR) ou América do Sul (SAM) que estejam realizando
ações humanitárias, trajeto para manutenção do RVSM ou trajeto de entrega do fabricante para o
operador.
Fica a Dica
Em regiões povoadas, sob essas condições, o limite mínimo para sobrevoo será 1000ft
(300m) acima do obstáculo mais alto e respeitando um raio de 08km. Já em regiões
montanhosas, o limite será de 2000ft (600m), acima do ponto mais alto. Lembrando que
esse limite para a altitude de voos por intrumentos não poderá ser inferior à altitude
mínima sinalizada, exceto nas fases de decolagem e pouso.
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Guarde essa ideia!
Para enfatizar o que já observamos, reveja a tabela 1.1 disponível no livro-texto da disciplina, páginas 06 e
07:
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PROCEDIMENTOS DE ESPERA
Agora que você já aprendeu ou revisou as principais considerações para operações de voo por instrumentos,
iremos destacar os procedimentos de espera específicos para esse tipo de condição.
De acordo com a ICA 100-12, o procedimento de espera se caracteriza por uma manobra planejada
que mantém a aeronave no espaço aéreo até o momento da autorização para aproximação final. A
manobra divide-se em diferentes circuitos que veremos mais adiante. A entrada em cada circuito e o
procedimento completo serão realizados de acordo com as orientações definidas e publicadas pelo DECEA
(Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Caso não haja nenhuma publicação oficial, caberá ao
Controle de Aproximação (APP) indicar os procedimentos relacionados.
1. Os diferentes pontos designados para espera serão de acordo com a ordem de precedência das
aeronaves em rota.
2. A aeronave que se aproxima ocupa o nível mais baixo que esteja disponível. O nível aumenta a cada
nova aeronave. Essa condição poderá ser alterada de acordo com a publicação de cada aeródromo.
3. O piloto que reportar a impossibilidade de seguir os procedimentos de espera, dependerá da aprovação
do órgão de controle para efetivar um procedimento de espera alternativo.
4. Todas as aeronaves deverão realizar os circuitos seguindo as orientações determinadas (ajustes de
rota, limites de velocidade, altitude, dentre outros).
Caro(a) aluno (a), o circuito de uma espera se assemelha ao circuito de tráfego no que diz respeito aos
seus segmentos, sendo composto por pernas e curvas. Observe a figura:
Fonte: LINK.
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As curvas unem as pernas e alteram a direção do circuito. As pernas serão de aproximação ou afastamento.
Observe a próxima imagem, descrevendo um determinado circuito:
Fonte: LINK.
Fica a Dica
TIPOS DE ESPERA
O procedimento de espera será classificado de acordo com o sentido das curvas e função.
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• Espera padrão:
Diferente do circuito de tráfego visual, o procedimento de espera será classificado padrão quando sinalizar
o sentido da curva para o lado direito.
Fonte: LINK.
Fonte: LINK.
• Ajuste da rota:
Nessa condição, o procedimento de espera inicia com o objetivo de adequar a rota da aeronave que se
aproxima com considerável variação da proa.
• Espera:
Procedimento com o objeto principal de manter a aeronave no espaço aéreo até o momento da autorização
para aproximação final.
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Guarde essa ideia!
TIPOS DE ENTRADA
Agora que você já conheceu as características do circuito, iremos revisar os tipos de entrada existentes
que irá variar de acordo com o setor por onde a aeronave se aproxima para o procedimento de espera. São
elas: paralela, deslocada e direta.
1. Paralela
Nesse procedimento a aeronave se aproxima pelo setor 1 (arco de 110º). Ao atingir o fixo de espera, ela
deverá iniciar a curva paralela à perna de aproximação, mantendo proa de aproximadamente 30 graus.
Ao terminar o trajeto da perna e curvar de acordo com o tipo de espera, a aeronave ingressa na perna de
aproximação até voltar ao ponto fixo de espera.
Fonte: LINK.
2. Deslocada
Nesse procedimento a aeronave se aproxima pelo setor 2 (arco de 70º). Quando a aeronave atinge o ponto
fixo de espera, inicia a curva com proa variando até 30 graus em relação à perna de afastamento. Essa
variação será para mais ou menos, a depender do tipo de espera. Após o trajeto, a aeronave irá curvar de
acordo com o tipo de espera, com o objetivo de interceptar o rumo da perna de aproximação e voltar para
o fixo de espera.
Fonte: LINK.
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3. Direta
Nesse procedimento a aeronave se aproxima pelo setor 3 (arco de 180º), iniciando a curva de afastamento
após atingir o fixo de espera. A curva padrão será de 3º por segundo ou 1min. O tempo específico na perna
de afastamento começará a ser cronometrado a partir do través do ponto de referência. Como regra geral,
a variação de altitude deverá seguir a razão de descida/subida entre 500-100Ft.
Fonte: LINK.
Fonte: LINK.
Veja o vídeo!
LINK.
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CARTAS
Das diversas cartas aeronáuticas existentes, destacaremos nesse guia as do tipo IAC, SID, STAR, ERC e
ARC. Vamos começar?
IAC
Carta de aproximação que sinaliza as frequências disponíveis no aeródromo, altitude mínima de segurança,
altitude de chegada em terminal, altitude mínima para realização de procedimentos padrões, rumos de
aproximação, informações de obstáculos, orientações para arremetida, altitude de decisão, mínimos de
teto e visibilidade, dentre outras informações.
Fonte: LINK.
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SID
Carta de saída por instrumentos. Orienta a aeronave até o ponto fixo inicial da aerovia. A SID tem como
objetivos principais a facilitação da rota e a diminuição da, vetoração radar. Ela torna o procedimento de
saída seguro e livre de obstáculos naturais.
Fonte: LINK.
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STAR
Carta de chegada por instrumentos. O principal objetivo dessa carta é orientar a transição entre a fase
de cruzeiro e aproximação. Assim como a SID ela facilita o voo, aumentando a segurança e diminuindo a
necessidade de vetoração radar.
Fonte: LINK.
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ERC
Cartas de rota. Elas apresentam as aerovias, espaços aéreos existentes, características geográficas,
auxílios à navegação e aeródromos. As cartas do tipo ERC se classificam em Low e High. Vamos vê-las:
• Cartas Low: utilizadas para voos até 26000Ft. As nomeadas L1-L2 descrevem as regiões brasileiras
Nordeste, Sudeste e Sul. Já as L3-L4 representam as regiões brasileiras Norte e Centro – Oeste.
• Cartas High: utilizadas para voos a partir de 26000Ft. As nomeadas H1-H2 descrevem as regiões
brasileiras Nordeste, Sudeste e Sul. Já as H3-H4 representam as regiões brasileiras Norte e Centro
– Oeste.
Fonte: LINK.
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Fonte: LINK.
ARC
Cartas de área terminal. Complementam as cartas do tipo ERC, sinalizando a movimentação dos terminais
de determinado aeroporto. Dentre as principais informações estão: fixos, aerovias e áreas restritas.
Fonte: LINK.
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Visite a Página
Leitura complementar
Para Resumir
LINK.
Palavras Finais
Querido(a), aluno(a)!
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Referências Bibliográficas
ICAO. Annexes 1 to 18. The Convention on International Civil Aviation. Disponível em:
https://www.icao.int/Documents/annexes_booklet.pdf. Acesso em setembro de 2018.
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