Contestacao Busca e Apreensao em Alienacao Fiduciaria
Contestacao Busca e Apreensao em Alienacao Fiduciaria
Contestacao Busca e Apreensao em Alienacao Fiduciaria
em face da presente Açã o de Busca e Apreensã o aforada por BANCO ZETA S/A, pessoa
jurídica de direito privado, estabelecida na Rua Delta, nº. 000, nesta Capital, inscrita no
CNPJ (MF) sob o nº. 00.111.222/0002-33, com endereço eletrô nico [email protected],
em decorrência das justificativas de ordem fá tica e de direito abaixo delineadas.
TEMPESTIVIDADE DA DEFESA
A defesa ora apresenta é tempestiva na medida em que se verifica que repousa nos autos,
mais precisamente à fl. 11, do auto de apreensã o do veículo perseguido pela presente
querela. Do referido auto se constata que o bem, alvo de garantia fiduciá ria, fora
apreendido (execução da liminar) no dia 00/11/2222.
Dessa maneira, à luz do preceito contido no § 3º, art. 3º, do Dec.-Lei nº. 911/69, temos
que o Promovido apresentou sua defesa dentro da quinzena prevista em lei, contado da
medida liminar devidamente cumprida.
I – EXPOSIÇÃO FÁTICA
O Contestante celebrou com a Autora, na data de 22/33/0000, a Cédula de Crédito Bancário
nº. 3344. Referido pacto visou o empréstimo da quantia de R$ 00.000,00 (.x.x.x.x.x), tendo
como garantia, em alienaçã o fiduciá ria, o veículo descrito na inicial, alvo de busca e
apreensã o concretizada.
Do mencionado contrato, o Réu pagou um total de R$ 00.000,00 ( .x.x.x.x ), correspondente a
27 (vinte e sete) parcelas, de um total de 36 (trinta e seis) previstos contratualmente
para o financiamento (docs. 02/28). É dizer, pagara aproximadamente 74%(setenta e
quatro por cento) do empréstimo avençado. O pró prio memorial de débito, carreado pela
parte Autora com a peça vestibular, igualmente estampa esses valores.
O Requerido, já nã o mais podendo pagar as parcelas, sobrecarregadas de encargos ilegais e
abusivos, fora alvo de expropriaçã o do veículo concedido em garantia do empréstimo.
Verificar-se-á , no discorrer da presente peça processual, que a ausência de pagamento das
parcelas, que resultou na apreensã o do bem, se deu em razã o da absurdez dos valores
cobrados, nã o restando estabelecer culpa ao mesmo pela inadimplência das
contraprestaçõ es do empréstimo ora em estudo.
II – PRELIMINAR AO MÉRITO – CPC, art. 337, inc. XI
Como se observa dos comprovantes colacionados nesta defesa, bem assim consoante o
memorial de débito carreado pela instituiçã o financeira, o Promovido pagara cerca de 74%
(setenta e quatro por cento) do mú tuo firmado.
Nesse passo, é inconteste que o Réu quitou substancialmente a totalidade do empréstimo.
Por isso, rescindir o contrato é afrontar disposiçõ es contidas no Có digo Civil, má ximo a
teoria do inadimplemento substancial.
Conceituando a teoria supra-aludida, Cristiano Chaves e Nélson Rosenvald lecionam,
apoiados no magistério de Clóvis do Couto e Silva, que:
“Refere-se CLÓ VIS DO COUTO E SILVA à substancial performance, ou seja, um
adimplemento tã o pró ximo ao resultado final que, tendo em vista a conduta das partes, se
exclui o direito de resoluçã o, permitindo tã o somente o pedido de indenizaçã o. Aqui
percebemos, com todas as luzes, como a relaçã o obrigacional é complexa, sendo informada
nã o exclusivamente pela autonomia privada, mas pelos influxos da boa-fé como parâ metro
limitador do direito estrito. “ (FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nélson. Curso de
Direito Civil. 2ª Ed. Salvador: Juspodivm, 2012, vol. 4, p. 555)
Assim, a situaçã o em espécie impõ e o interesse da parte devedora em dar continuidade à
relaçã o contratual. Desse modo, a previsã o estatuída na Lei de Alienaçã o Fiduciá ria (LAF,
art. 3º) deve ceder à norma geral que prima, má xime, pelo aspecto social do acerto.
No vertente caso faz-se mister enaltecer a diretriz estabelecida na Legislaçã o Substantiva
Civil:
Art. 421 - A liberdade de contratar será exercida em razã o e nos limites da funçã o social do
contrato.
Art. 422 - Os contratantes sã o obrigados a guardar, assim na conclusã o do contrato, como
em sua execuçã o, os princípios de probidade e boa-fé.
Art. 475 - A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resoluçã o do contrato, se nã o
preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenizaçã o por perdas
e danos.
Com o mesmo enfoque é o teor do Enunciado 361, aprovado na IV Jornada de Direito
Civil:
Enunciado 361 – Arts. 421, 422 e 475. O adimplemento substancial decorre dos princípios
gerais contratuais, de modo a fazer preponderar a função social do contrato e o princípio da
boa-fé objetiva, balizando a aplicação do art. 475.
Ainda com esse enfoque, urge transcrever o magistério de Flávio Tartuce:
“Em outras palavras, pela teoria do adimplemento substancial (substantial performance),
em hipó teses em que o contrato tiver sido quase todo cumprimento, nã o caberá a sua
extinçã o mas apenas outros efeitos jurídicos, visando sempre a manutençã o da avença.
(...)
De qualquer forma, estando amparada na funçã o social dos contratos ou na boa-fé objetiva,
a teoria do adimplemento substancial traz uma nova maneira de visualizar o contrato, mais
justa e efetiva, conforme vem reconhecendo a jurisprudência brasileira:” (TARTUCE, Flá vio.
Direito civil: teoria geral dos contratos em espécie. 8ª Ed. Sã o Paulo: Método, 2013, vol. 03, p.
229)
- COMO INTROITO -
Já ficou consolidado o entendimento, inclusive no â mbito do Superior Tribunal de Justiça,
diante do caráter dúplice da contestação em ação de busca e apreensão, que é possível
discutir-se como manteria de defesa a ilegalidade de cláusulas contratuais.
Nesse enfoque, é de todo oportuno trazer à colaçã o o seguinte aresto do STJ:
PROCESSUAL CIVIL AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO SINGULAR DO RELATOR. CPC,
ART. 557. NULIDADE. JULGAMENTO PELO COLEGIADO. INEXISTÊNCIA.
PREQUESTIONAMENTO. ACÓRDÃO RECORRIDO. TEMA CENTRAL. RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE FINANCIAMENTO COM
GARANTIA DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. CONTESTAÇÃO. MATÉRIA DE DEFESA.
ILEGALIDADE DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. DESCARACTERIZAÇÃO DA MORA.
CARÁTER DÚPLICE. POSSIBILIDADE. JULGAMENTO EXTRA PETITA.
1. O art. 557 e seus pará grafos do CPC permitem o julgamento singular do recurso pelo
relator, para adequar a soluçã o da controvérsia à jurisprudência do STJ, cabendo agravo
regimental para o ó rgã o colegiado competente. Por outro lado, eventual nulidade de
decisã o singular ficaria superada com a reapreciaçã o do recurso pela turma. Precedente. 2.
O prequestionamento é evidente quando a controvérsia trazida no Recurso Especial foi o
tema central do acó rdã o recorrido. 3. Diante do cará ter dú plice, admite-se a arguiçã o de
ilegalidade dos encargos contratuais como matéria de defesa na açã o de busca e apreensã o,
com o objetivo de investigar a existência da mora, que é requisito essencial da possessó ria.
Precedentes. 4. "nos contratos bancá rios, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da
abusividade das clá usulas" (Enunciado nº 381 da Sú mula do STJ). 5. Agravo regimental a
que se nega provimento. (STJ; AgRg-REsp 934.133; Proc. 2007/0057529-0; RS; Quarta
Turma; Relª Minª Isabel Gallotti; DJE 27/11/2014)
No mesmo sentido:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. BUSCA E APREENSÃO. DECRETO-LEI Nº 911. ÂMBITO DA
DEFESA. DISCUSSÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS EM MATÉRIA DE DEFESA.
POSSIBILIDADE. ILEGALIDADE DA CUMULAÇÃO DE MULTA MORATÓRIA COM
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. ENCARGOS INADIMPLÊNCIA. MORA. BUSCA E
APREENSÃO. PROCEDÊNCIA.
A resposta prevista no § 3º do artigo 3º do Decreto-Lei nº 911/69 permite ao devedor
ampla cogniçã o sobre o contrato que embasa a açã o de busca e apreensã o, devendo ser
analisadas suas alegaçõ es de fato e de direito acerca da validade das clá usulas contratuais.
Ao devedor, por meio de sua resposta, a qual substituiu a contestaçã o entã o prevista no
revogado § 2º do artigo supra citado, portanto, permitiu-se o debate acerca da
caracterizaçã o da mora atacando-se a licitude dos encargos cobrados. A açã o debusca e
apreensã o fundada no Decreto-Lei nº 911/69, ao ser apresentada resposta pelo réu com o
intuito de revisã o das clá usulas do contrato, passa a ter cará ter dú plice, tal qual seria um
pedido reconvencional declarató rio de nulidade contratual. O nã o afastamento da mora
enseja procedência da açã o de busca e apreensã o. (TJMG; APCV 1.0271.09.131733-6/001;
Rel. Des. Cabral da Silva; Julg. 01/12/2015; DJEMG 29/01/2016)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO CONVERTIDA EM AÇÃO DE
DEPÓSITO. DISCUSSÃO DOS ENCARGOS CONTRATUAIS NA CONTESTAÇÃO. MATÉRIA
DE DEFESA. POSSIBILIDADE. RECURSO CONHECIDO EM PARTE E PARCIALMENTE
PROVIDO.
É possível a discussã o das clá usulas contratuais como matéria de defesa na açã o de busca e
apreensã o, com a finalidade de descaracterizar a mora. Todavia, para que haja a revisã o das
clá usulas, faz-se necessá ria a apresentaçã o de reconvençã o ou ajuizamento da açã o
revisional pró pria, nas quais o devedor assume posiçã o ativa na relaçã o processual.
Acó rdã o. (TJMS; APL 0200863-10.2010.8.12.0002; Dourados; Terceira Câ mara Cível; Rel.
Des. Eduardo Machado Rocha; DJMS 16/07/2015; Pá g. 66)
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. DISCUSSÃO DE
CLÁUSULAS NA CONTESTAÇÃO. POSSIBILIDADE. RECONVENÇÃO. DESNECESSIDADE.
MATÉRIA DE DIREITO. PROVA PERICIAL. INDEFERIMENTO.
É possível a discussã o sobre a legalidade de clá usulas contratuais como matéria de defesa
na açã o de busca e apreensã o, em sede de contestaçã o. Quando se verifica que a questã o
apresentada, referente aos encargos atinentes ao contrato de financiamento, é unicamente
de direito, dispensa-se a produçã o de prova pericial. (TJMG; AI 1.0153.14.000851-4/001;
Relª Desª Aparecida Grossi; Julg. 17/06/2015; DJEMG 26/06/2015)
DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO DE VEÍCULO.
REVISÃO DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS POSTULADA EM SEDE DE CONTESTAÇÃO.
POSSIBILIDADE. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. TARIFA DE CADASTRO. INOVAÇÃO
RECURSAL. OCORRÊNCIA. TARIFAS DE REGISTRO/ GRAVAME DE CONTRATO E DE
AVALIAÇÃO DE BEM. ABUSIVIDADE. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DAS PARCELAS
INDEVIDAMENTE COBRADAS. DESCABIMENTO. PURGA DA MORA. IMPOSSIBILIDADE.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
1. Admissível a pretensã o revisional formulada como matéria de defesa em açã o de busca e
apreensã o de veículo. 2. Constitui inovaçã o recursal a formulaçã o de pedido nã o deduzido
na petiçã o inicial. 3. Embora inerentes ao negó cio jurídico formado entre as partes, as
tarifas de registro/gravame do contrato e de avaliaçã o de bem sã o abusivas, pois os
serviços sã o realizados no interesse exclusivo da instituiçã o financeira, nã o constituindo
qualquer contraprestaçã o a serviço supostamente prestado ao consumidor. 4.
Ainterpretaçã o equivocada por parte da instituiçã o financeira, ao cobrar os encargos e
tarifas previstas do contrato, constitui engano justificá vel apto a afastar a restituiçã o em
dobro prevista no art. 42, pará grafo ú nico, do Có digo de Defesa do Consumidor. 5. A purga
da mora na açã o de busca e apreensã o de veículo com base em descumprimento de
contrato de financiamento com garantia de alienaçã o fiduciá ria, a partir da ediçã o da Lei nº
10.931/04, se dá com o pagamento da integralidade da dívida, entendida esta como os
valores apresentados pelo credor fiduciá rio na petiçã o inicial. 6. Apelaçã o parcialmente
conhecida e, na parte em que foi conhecida, parcialmente provido. Unâ nime. (TJDF; Rec
2014.12.1.004364-5; Ac. 876.599; Terceira Turma Cível; Relª Desª Ana Cantarino; DJDFTE
03/07/2015; Pá g. 167)
A roborar o fundamento em liça, leciona Melhim Namem Chalhub:
“Nã o havendo limitaçã o ao objeto da resposta, é de se admitir que possa contemplar toda a
matéria relativa à s obrigaçõ es decorrentes do contrato de empréstimo ou financiamento
com pacto adjeto de alienaçã o fiduciá ria.
A amplitude do campo de defesa está , ademais, explicitada no § 4º do art. 3º, que permite
ao devedor apresentar resposta ainda que tenha pago a totalidade do saldo devedor, caso
em que, se entender que pagou quantia superior ao devido, deverá comprovar o excesso de
cobrança e requerer restituiçã o. “ (CHALHUB, Melhim Namem. Negócio fiduciário. 4ª Ed.
Rio de Janeiro: Renovar, 2009, p. 202)
Com esse mesmo trilhar adverte Vilson Rodrigues Alves que:
“Nesse â mbito da lide, por isso mesmo, porquanto a ilegalidade clá usula negocial, ou de
clá usulas negociais, é ‘matéria relacionada diretamente com a mora’, é possível
judicialmente sua discussã o como matéria de defesa pelo devedor fiduciante, uma vez que
no excesso da exigência nã o há mora. “ (ALVES, Vilson Rodrigues. Alienação fiduciária – as
ações de busca e apreensão... 2ª Ed. Leme: BH Editora, 2012, pp. 351-352)
Já sob o enfoque processual, entrementes com a abordagem das defesas nas chamadas
“açõ es dú plices”, vejamos o magistério José Miguel Garcia Medina:
“A demanda apresentada pelo réu (seja em reconvençã o, seja em pedido contraposto) nã o
torna dú plice a açã o proposta pelo autor: haverá duas açõ es no mesmo procedimento,
enquanto em açã o dú plice a açã o é uma só , embora dú plice. Falta interesse processual
em reconvir em ação dúplice, em relaçã o ao objeto em curso...”
(...)
Decidiu-se que ‘a sentença declarató ria em açã o de revisã o de contrato pode ser executada
pelo réu, mesmo sem ter havido reconvençã o, tendo em vista a presença dos elementos
suficientes à execuçã o, o cará ter de ‘duplicidade’ dessas açõ es, e os princípios da economia,
da efetividade e da duraçã o razoá vel do processo...” (MEDINA, José Miguel Garcia. Novo
código de processo civil comentado: com remissões... – Sã o Paulo: RT, 2015, pp. 578-579)
(negritos e sublinhados sã o nossos)
Com efeito, segundo o só lido entendimento jurisprudencial e doutriná rio, nã o qualquer
ó bice à estipulaçã o de linhas defensivas atinentes a comprovar a ilegalidade de clá usulas
contratuais, bem assim seus efeitos financeiros.
2) informações completas acerca das condições pactuadas e seus reflexos no plano do direito
material;
Art. 28 – A Cédula de Crédito Bancá rio é título executivo extrajudicial e representa dívida
em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor
demonstrado em planilha de cá lculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados
conforme previsto no § 2º.
§ 1º - Na Cédula de Crédito Bancá rio poderão ser pactuados:
I – os juros sobre a dívida, capitalizados ou não, os critérios de sua incidência e, se for
o caso, a periodicidade de sua capitalização, bem como as despesas e os demais
encargos decorrentes da obrigaçã o. “
( os destaques são nossos )
Nã o fosse isso o suficiente, é cediço que essa espécie de periodicidade de capitalização
(diária) importa em onerosidade excessiva ao consumidor.
Com esse enfoque:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE REVISÃO.
Contratos de abertura de crédito em conta corrente do tipo cheque especial e de
empréstimo pessoal e cédula de crédito bancá rio e instrumento particular de confissã o e
renegociaçã o de dívidas. Autos que vieram acompanhados apenas da cédula de crédito
bancá rio, do instrumento particular de confissã o de dívidas e dos extratos de
movimentaçã o da conta corrente e das operaçõ es de empréstimo pessoal. Determinaçã o de
exibiçã o, pela instituiçã o financeira, de documentos que sã o comuns à s partes. Artigo 358,
inciso III, do có digo de processo civil. Descumprimento que acarreta a admissã o dos fatos
alegados como sendo verdadeiros. Artigo 359, inciso I, do có digo de processo civil.
Incidência do Có digo de Defesa do Consumidor. Revisão que é possível em face da
onerosidade excessiva. Artigos 6º, incisos IV e V, e 51, inciso IV, ambos do Código de
Defesa do Consumidor. Juros remuneratórios. Enunciado N. I do grupo de câ maras de
direito comercial. Ausência de prova do pacto em relaçã o ao cheque especial que acarreta a
aplicaçã o da taxa média de mercado divulgada pelo Banco Central, contanto que inferior à
exigida. Nova orientaçã o da câ mara, a partir da sessã o do dia 21.5.2015. Sú mula n. 530 do
Superior Tribunal de Justiça. Observâ ncia da taxa média de mercado também como critério
para a aferiçã o da abusividade nos demais contratos examinados, ainda que nã o tenha sido
informada a taxa praticada. Capitalização diária dos juros. Cláusula da cédula de
crédito bancário que é declarada nula porque importa em onerosidade excessiva ao
consumidor. Impossibilidade de ser cobrada na modalidade mensal porque não foi
convencionada, sendo vedada a interpretação extensiva ao contrato. Precedentes da
câ mara. Exigência do encargo na periodicidade anual que foi autorizada na sentença.
Conformismo da mutuá ria. Câ mara que nã o pode piorar a situaçã o da recorrente. Ausência
de prova do pacto expresso que inviabiliza a cobrança de juros capitalizados nos outros
contratos submetidos à revisã o. Manutençã o da periodicidade anual também em razã o de
ter sido autorizada na sentença. Recurso provido em parte. (TJSC; AC 2016.005054-7;
Balneá rio Camboriú ; Quinta Câ mara de Direito Comercial; Rel. Des. Jâ nio Machado; Julg.
15/02/2016; DJSC 18/02/2016; Pá g. 216)
APELAÇÃO CÍVEL. DECLARATÓRIA. PURGAÇÃO DA MORA POSSIBILIDADE. ART. 34
DO DECRETO-LEI N. 70/66/ART. 26 DA LEI N. 9.514/97. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE
JUROS. ABUSIVIDADE. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BEM IMÓVEL. LEI Nº 9.514/97.
REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO. ART. 6º, V E
ART. 51, IV /CDC. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
O artigo 34 do Decreto-Lei nº 70/66 aplicado subsidiariamente à Lei nº 9514/97,
possibilita ao devedor purgar a mora apó s a consolidaçã o do bem nas mã os do credor,
ressalvado que a purgaçã o se dê antes da realizaçã o do leilã o. Nã o havendo a alienaçã o dos
bens imó veis, faculta-se ao devedor a possibilidade de proceder purgaçã o da mora (art. 34
do Decreto-Lei n. 70/66; art. 39 da Lei nº 9.514/97). Ainda que seja cabível a
capitalização dos juros em periodicidade mensal, a previsão de capitalização diária
acarreta onerosidade excessiva e causa desequilíbrio na relação jurídica. O
procedimento de alienaçã o fiduciá ria de bem imó vel é perfeitamente legal (lei nº
9.514/97). O principio da força obrigató ria dos contratos nã o impede a revisã o daquelas
clá usulas consideradas abusivas, nos termos do art. 6º, V e art. 51, IV, cdc. (TJMT; APL
96338/2015; Cá ceres; Rel. Des. Sebastiã o Barbosa Farias; Julg. 26/01/2016; DJMT
01/02/2016; Pá g. 27)
APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO.
CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA. PACTUAÇÃO EXPRESSA. ABUSIVIDADE. PERIODICIDADE
MENSAL. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
1. É inadmissível a capitalização diária dos juros, uma vez que tal exigência é
desprovida de respaldo legal, impondo-se o reconhecimento da ilegalidade da clá usula e
a estipulaçã o da capitalizaçã o em sua periodicidade mensal. 2. Recurso parcialmente
provido. Acó rdã o. (TJMS; APL 0804935-49.2014.8.12.0002; Dourados; Quinta Câ mara
Cível; Rel. Des. Vladimir Abreu da Silva; DJMS 21/10/2015; Pá g. 19)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO BANCÁRIO. CÉDULA DE CRÉDITO
BANCÁRIO-CAPITAL DE GIRO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA Nº 297 DO STJ. POSSIBILIDADE DE REVISÃO. JUROS REMUNERATÓRIOS.
LIMITAÇÃO EM 12% AO ANO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA QUE NÃO SE SUJEITA A LEI
DE USURA. SÚMULA Nº 596 DO STF. ART. 192, § 3º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
REVOGADO. LIMITAÇÃO SUJEITA AO ÍNDICE DIVULGADO PELA TAXA MÉDIA DE
MERCADO ANUNCIADA PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL. ENUNCIADOS I E IV DO
GRUPO DE CÂMARAS DE DIREITO COMERCIAL DESTA CORTE.
Convém contemplar na presente decisã o a inaplicabilidade dos termos legais constantes do
Decreto nº 22.626/33 frente as instituiçõ es financeiras de acordo com a Sú mula n. 596 do
Superior Tribunal Federal, in verbis:"As disposiçõ es do Decreto nº 22.626 de 1933 nã o se
aplicam à s taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operaçõ es realizadas por
instituiçõ es pú blicas ou privadas, que integram o Sistema Financeiro Nacional". Embora o
índice dos juros remunerató rios nã o esteja vinculado a limitaçã o disposta no revogado
artigo 192, § 3º, da Constituiçã o Federal, a jurisprudência pá tria e até mesmo o Enunciado I
e IV do Grupo de Câ maras de Direito Comercial anota que é possível estabelecer
limitaçã o/reduçã o quando superior à quele praticado pelo mercado financeiro, elencada
pela tabela emitida pelo Banco Central do Brasil. CAPITALIZAÇÃO DIÁRIA DE JUROS.
CONTRATO FIRMADO APÓ S A EDIÇÃ O DA MEDIDA PROVISÓ RIA N. 1.963/2000.
PACTUAÇÃO EM PERIODICIDADE DIÁRIA. VEDAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE
SUBSTITUIÇÃO POR MENSAL. INVIABILIDADE DA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. "Por
certo que permitir a capitalizaçã o diá ria dos juros incidentes na dívida configuraria
onerosidade excessiva para qualquer devedor. Aliá s, essa prá tica está em profunda
discrepâ ncia com a atualidade econô mica brasileira, e deve ser rechaçada do sistema. [...]"
(TJSC, Apelaçã o Cível n. 2011.006278-1, de Indaial. Relator: Des. Volnei Celso Tomazini.
Julgada em 08/03/2012).Assim, impossibilitado o anatocismo diário, não pode ser
deferido o pleito de capitalização mensal, porque esta não foi convencionada, não se
podendo dar interpretação extensiva ao contrato para tanto. "(STJ. Agravo Regimental
no Agravo de Instrumento n. 966.398/AL, Rel. Ministro Aldir Passarinho Jú nior, j.
26.8.2008).Ô NUS SUCUMBENCIAL. FIXAÇÃ O DE FORMA PROPORCIONAL AO RESULTADO
QUE AS PARTES OBTIVERAM NA DEMANDA. Recurso do autor conhecido e parcialmente
provido. Recurso do réu conhecido e improvido. (TJSC; AC 2014.022245-8; Trombudo
Central; Quinta Câ mara de Direito Comercial; Rel. Des. Clá udio Barreto Dutra; Julg.
19/03/2015; DJSC 30/03/2015; Pá g. 234)
Nã o bastasse a clareza dos dados contidos no contrato em ensejo, o pró prio laudo
particular financeiro, acostado com esta peça defensiva, já adverte e demonstra a referida
cobrança diá ria dos juros capitalizados. (doc. 02)
Obviamente que uma vez identificada e reconhecida a ilegalidade da clá usula que prevê a
capitalizaçã o diá ria dos juros, esses nã o poderã o ser cobrados em qualquer outra
periodicidade (mensal, bimestral, semestral, anual). É que, ló gico, inexiste previsão
contratual nesse sentido; do contrá rio, haveria nítida interpretaçã o extensiva ao acerto
entabulado contratualmente.
Com efeito, a corroborar as motivaçõ es retro, convém ressaltar os ditames estabelecidos na
Legislaçã o Substantiva Civil:
CÓ DIGO CIVIL
Art. 843. A transação interpreta-se restritivamente, e por ela nã o se transmitem, apenas
se declaram ou reconhecem direitos.
Nesse passo, é altamente ilustrativo transcrever o seguinte aresto:
Agravo de instrumento Açã o de execuçã o por título judicial Incidente de execuçã o Decisã o
proclamando o valor atualizado do débito Irresignaçã o parcialmente procedente
Antecedente título executivo extrajudicial substituído por transaçã o Incabível, assim, o
cô mputo da multa morató ria prevista no primitivo título Aplicaçã o do art. 843 do CC, a
dispor que a transaçã o nã o comporta interpretaçã o extensiva Juros previstos no
instrumento da transaçã o, de 1,5% a.m., incidindo até o efetivo cumprimento da obrigaçã o
Evidente a má -fé processual na conduta da credora, por ter computado os juros de modo
mensalmente capitalizado, em total infraçã o ao ordenamento jurídico da época e sem que o
instrumento da transaçã o isso autorizasse Quadro ensejando a aplicaçã o da multa do art.
18 do CPC, de 1% sobre o valor atualizado da execuçã o. Agravo a que se dá parcial
provimento. (TJSP; AI 2187868-05.2014.8.26.0000; Ac. 8269858; Sã o Paulo; Décima Nona
Câ mara de Direito Privado; Rel. Des. Ricardo Pessoa de Mello Belli; Julg. 23/02/2015;
DJESP 13/03/2015)
Diante disso, conclui-se que declarada nula a clá usula que estipula a capitalizaçã o diá ria,
resta vedada a capitalização em qualquer outra modalidade.
Nã o fosse bastante isso, concluímos que a Autora cobrara do Réu, ao longo de todo trato
contratual, taxas remuneratórias bem acima da média do mercado.
Tais argumentos podem ser facilmente constatados com uma simples aná lise junto ao site
do Banco Central do Brasil. Há de existir, nesse tocante, uma reduçã o à taxa de XX % a.m.,
posto que foi a média aplicada no mercado no período da contrataçã o. Nã o sendo esse o
entendimento, aguarda-se sejam apurados tais valores em sede de prova pericial, o que de
logo requer.
Com esse enfoque:
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO.
REVISÃO DE CONTRATO BANCÁRIO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. CDC.
O CDC. É aplicá vel à s instituiçõ es financeiras. Sú mula nº 297 do STJ. Pacta sunt servanda.
Revisã o contratual por mitigaçã o do princípio pacta sunt servanda. Admissibilidade. Do rito
processual. Nã o há falar em equívoco no rito processual, na medida em que, realizada a
citaçã o do embargante sob a vigência da Lei nº 11.382/2006, foi oportunizada a
apresentaçã o de defesa, sem qualquer prejuízo à parte. Da ilegitimidade ativa da instituiçã o
financeira. O fato de o crédito ter sido cedido pelo credor originá rio ao ora apelado,
considerando a inadimplência do título, o que nã o é contestado pelo apelante, nã o retira a
legitimidade do cessioná rio para propor a demanda executiva. Com a citaçã o da açã o de
execuçã o, a partir dos documentos que a instrumentalizaram, tomou ciência o devedor a
quem deveria pagar, mostrando-se, por isso, regular a execuçã o proposta, nã o se podendo
falar em ilegitimidade ativa. Aplicaçã o do art. 359, do CPC. Para efeito de revisã o de
clá usulas, em contrato bancá rio, impositiva a comprovaçã o das abusividades e ilegalidades
sustentadas, nã o sendo possível, para tanto, a presunçã o de veracidade, prevista pelo art.
359, do CPC. Sentença extra petita. Nã o há falar em sentença extra petita, na medida em
que, sustentada a presença de abusividade na contrataçã o e, postulada a revisã o da
clá usula que trata dos juros remunerató rios contratados, possível ao magistrado rejeitar o
pedido de limitaçã o dos juros remunerató rios em 6% ou 12% ao ano, mas, em sintonia com
a sedimentada jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, realizar a revisã o da
clá usula, com limitaçã o de acordo com a taxa média de mercado informada pelo BACEN.
Juros remunerató rios. A taxa de juros contratada nã o é abusiva quando adequada à média
da taxa mensal praticada pelas instituiçõ es financeiras nacionais ao tempo da contrataçã o.
Indevida a limitaçã o das taxas de juros em 12% ao ano, mormente com a revogaçã o do § 3º
do artigo 192, da CF. Constatada a abusividade da taxa de juros ajustada, impõ e-se sua
reduçã o à média da taxa mensal praticada pelas instituiçõ es financeiras nacionais ao tempo
da contrataçã o. Capitalizaçã o dos juros. A capitalizaçã o mensal dos juros é permitida pelo
artigo 5º da MP 2170-36 (reediçã o das MPS 1.782, 1.907, 1.963, 2.087) e pelo artigo 4º da
MP 2.172-32, normas vigentes no ordenamento jurídico, enquanto pendente de julgamento
da adi 2316, no STF. Exclusã o da mora. A cobrança de encargos abusivos durante a
normalidade do contrato descaracteriza a mora. Jurisprudência uniformizada no STJ.
Sentença parcialmente reformada. Ô nus sucumbenciais mantidos. Deram parcial
provimento ao recurso. Unâ nime. (TJRS; AC 0239758-41.2013.8.21.7000; Sã o Lourenço do
Sul; Décima Oitava Câ mara Cível; Rel. Des. Nelson José Gonzaga; Julg. 25/02/2016; DJERS
03/03/2016)
Outrossim, há excesso na cobrança dos juros remunerató rios, todavia quando levado em
conta um fictício indexador de correçã o monetá ria da dívida.
A instituiçã o financeira ré, levianamente, corrigira os valores se utilizando do CDI
(Certificados de Depósitos Interbancários), e isso cumulativamente com a cobrança dos
juros remunerató rios. A CDI é apurada e divulgada pela Central de Liquidação e de
Custódia de Títulos – CETIP.
Há muito tempo a incidência de encargos contratuais atrelados à CETIP já foram
considerados ilegais, senã o vejamos:
STJ, Súmula 176 - É nula a clá usula que sujeita o devedor à taxa de juros divulgada pela
ANDIB/CETIP.
Esses certificados sã o utilizados como parâ metro para medir o custo do dinheiro entre os
bancos do setor privado. Desse modo, nã o guarda a mínima relaçã o com o fator correçã o
monetá ria da moeda, de se evitar o aviltamento dessa. Na verdade, é índice de
remuneraçã o de capital.
Nesses moldes, houve um bis in idem em relaçã o à remuneraçã o do capital, o que,
obviamente, afronta gritantemente a legislaçã o em vigor.
A corroborar o exposto acima, faz-se mister trazer à colaçã o as seguintes ementas:
EMBARGOS DO DEVEDOR. CÉDULA DE CRÉDITO RURAL. INDEXADOR. CDI.
Impossibilidade. Sú mula nº 176 STJ. A taxa de Certificado de Depó sito Interbancá rio nã o se
presta à atualizaçã o monetá ria, na medida em que em sua composiçã o traz conjuntamente
taxas de remuneraçã o de capital e correçã o monetá ria, impondo-se sua substituiçã o pelo
INPC. Apelaçã o nã o provida. (TJPR; ApCiv 1354022-4; Goioerê; Décima Quinta Câ mara
Cível; Rel. Des. Hamilton Mussi Correa; Julg. 17/06/2015; DJPR 29/06/2015; Pá g. 504)
APELAÇÃO CÍVEL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. EMBARGOS À EXECUÇÃO.
CÉDULA RURAL PIGNORATÍCIA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA.
ALTERAÇÃO DE VENCIMENTO.
A simples prorrogaçã o do prazo de pagamento da cédula rural pignoratícia, sem a
assinatura dos avalistas no aditivo, nã o afasta a sua legitimidade. O oferecimento de nova
causa de pedir em sede de apelaçã o constitui afronta ao princípio da estabilidade objetiva
da demanda. Preliminar de inépcia da petiçã o inicial. A petiçã o inicial preencheu os
requisitos do art. 282 do CPC. Importa vencimento de cédula de crédito rural
independentemente de aviso ou interpelaçã o judicial ou extrajudicial, a inadimplência de
qualquer obrigaçã o convencional ou legal do emitente do título ou, sendo o caso, do
terceiro prestante da garantia real (art. 11 do Decreto-Lei n. 167/1967). Preliminar
rejeitada clá usula abusiva. Certificados de depó sito interbancá rio - CDI. Vedada a incidência
do CDI como indexador. Inteligência da Sú mula nº 176 do STJ. Descaracterizaçã o da mora.
O reconhecimento da abusividade contratual implica descaracterizaçã o da mora. Excesso
de execuçã o. A revisã o de clá usulas abusivas da cédula de rural pignoratícia que embasa a
execuçã o nã o acarreta iliquidez do título executado, porquanto possível a adequaçã o do
valor da execuçã o ao montante apurado nestes embargos. Ô nus da sucumbência. Se cada
litigante for em parte vencedor e vencido, serã o recíproca e proporcionalmente
distribuídos e compensados entre eles os honorá rios e as despesas. Manutençã o da
distribuiçã o dos ô nus da sucumbência definidos na sentença. Apelaçã o dos embargantes
parcialmente provida. Apelaçã o do embargado desprovida. (TJRS; AC 0417426-
62.2014.8.21.7000; Tapejara; Décima Nona Câ mara Cível; Rel. Des. Marco Antonio Angelo;
Julg. 11/06/2015; DJERS 16/06/2015)
( c ) - DA AUSÊNCIA DE MORA
EM CONCLUSÃO
Em arremate, requer o Contestante que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes
providências:
(i) extinguir o processo, sem julgamento de mérito, em razão da preliminar arguida
de ausência de interesse processual ( CPC, art. 337, inc. XI c/c art. 485, inc. VI),
instando a parte adversa a restituir o veículo, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de
multa diária de R$ 100,00 (cem reais)